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Mestrado em Educação
Área de Supervisão e Orientação Pedagógica
Avaliação das Aprendizagens
ProfessorDoutoraLeonor Santos
Mestrandas- Áurea Medeiro- Teresa Santos
2004/2005
Prática Escolar: Do erro Prática Escolar: Do erro como fonte de castigo ao como fonte de castigo ao
erro como fonte de erro como fonte de virtudevirtude
Ideia central:Análise de duas perspectivas de aprendizagem que
analisam o erro de forma distinta:
1) Erro como fonte de castigo e o processo de avaliação como meio de identificar o culpado e definir o castigo a aplicar;
2) Erro como motivação base para a construção do conhecimento. Processo de avaliação como indicar para a reorientação da prática ( do professor e do aluno).
Estrutura do Artigo:
•O castigo escolar a partir do erro.
•As razões do uso do castigo.
•O Que é o erro?
•O uso do erro como fonte de virtude.
•O erro e a avaliação da aprendizagem escolar
Desenvolvimento do tema:
O CASTIGO ESCOLAR A PARTIR DO ERRO
As condutas dos alunos consideradas como erros , conduzem a castigos, desde os mais visíveis (agressão física) aos mais subtis (não desprovidos de violência).
O castigo atinge o aluno na sua personalidade, sendo, uma "violência simbólica".
As atitudes ameaçadoras, garantem o medo, a ansiedade, a vergonha.O castigo que emerge do erro -verdadeiro ou suposto -marca o aluno tanto pelo seu conteúdo quanto pela sua forma.
Desenvolvimento do tema:(continuação)
AS RAZÕES DO USO DO CASTIGO
• Concepção filosófico-religiosa do pecado.
• A partir da culpa é assumida uma conduta sadomasoquista: punição ao próprio e projecção de sentimentos de culpa no outro.
• Controlo social, rigidez na conduta e auto controlo dos sentimentos, desejos e modos de agir.
Desenvolvimento do tema:(continuação)
AS RAZÕES DO USO DO CASTIGO
Aluno não corresponde ao padrão
preestabelecido É castigado. Objectivo: “pagar” o erro.
“Aprende” a assumir a conduta que seria correcta
Desenvolvimento do tema:(continuação)
O QUE É O ERRO?
Reorientação do entendimento e da prática
CastigoForma de actuação após o erro
Dos intervenientes no processo de ensino-aprendizagem.
Exclusiva do alunoResponsabilidade
Insucesso na realização de uma actividade - carácter mutável
Desvio a um padrão preestabelecido, de forma uniforme -carácter imutável
Concepção
Perspectiva de gestão e rentabilização
Perspectiva penalizadora
Desenvolvimento do tema:(continuação)
• O uso do erro como fonte de virtude
Suporte para a autocompreensão:
- Como e por que errei?
Busca individual/busca colectiva:
- Envolvimento/
Discussão: que estratégias?
Reconstrução de respostas:
- Desenvolvimento de competências
Desenvolvimento do tema:(continuação)
O ERRO E A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
•Suporte para a qualificação do que acontece com o educando.
•Verificar como agir para orientar o aluno para o sucesso.
•Instrumento de ameaça e disciplinamento da personalidade do aluno.
•Imputação de culpa. Suporte para a decisão do castigo.
Função da avaliação
Perspectiva de gestão e rentabilização
Perspectiva penalizadora
Análise crítica:
Ao diferenciar erro construtivo – o que faz parte do processo de aprendizagem, do erro aleatório – ligado ao desconhecimento ou a enganos, o processo de intervenção pedagógica poderá ser muito mais rico, apresentando características qualitativas que incidirão nos resultados das aprendizagens.
A prática do castigo parte da ideia que o aluno erra porque não sabe…e não sabe porque não prestou atenção à explicação do
professor,…daí a justificativa da punição.
Análise crítica: (continuação)
A explicação da não aprendizagem (por que não sabe), que por sua vez penaliza única e exclusivamente o aluno (porque não se interessou), culpabiliza a vítima e avalia apenas um dos pólos da questão.
Não sendo colocado em causa o desempenho do professor ou da escola (o não aprender recai só sobre o desinteresse do aluno), entende-se que o castigo corrija a situação.
A disciplina deve ser exercida contra quem erra, mas não porque errou (o que foi feito, feito está), mas para que não erre mais.
(COMENIUS, 1997, p.311)
Questões para discussão:
A aprendizagem surge quando o sujeito tem que superar o desequilíbrio entre as estruturas cognitivas do que adquiriu e as que é suposto adquirir para desenvolver uma determinada actividade.
•Que estratégias para ajudar o aluno a superar esse desequilíbrio?
•Tendo o erro diferentes origens (conteúdo, características físicas da comunicação, condições da interacção social) que modos de actuação podemos equacionar??
Questões para discussão (continuação):
Poderá o erro ser, realmente, “motor” da aprendizagem?
Avaliação ainda utilizada como processo de identificação de culpas, meio de selecção de um castigo?
Bibliografia:
Artigo analisado:
LUCKESI, C.C. (1998). Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de virtude. Série Ideias n. 8. São Paulo: FDE, p. 133-140
Outros:
Barbosa, J. (1994). Pistas para uma gestão pedagógica do erro. Noesis. Lisboa: IIE, p. 64-66