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E MAIS: CERESTs Rurais (pág 4) • União pela Reforma Agrária (pág 5) • Plano Safra 2012-2013 (pág 6) • Conselho Deliberativo (pág 6) • Feiras da Agricultura Familiar (pág 8) • A volta das Coopergatos (pág 5) ANO VIII | NÚMERO 90 | AGOSTO DE 2012 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA (CONTAG) CONTAG A CONTAG é filiada à www.contag.org.br facebook.com/contagbrasil @ContagBrasil ENTRELAÇANDO PRÁTICAS E SABERES Participantes em curso da ENFOC superam expectativas e base sindical mostra-se interessada no processo de formação da CONTAG. página 3

práticas e saberes · Encontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço

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Page 1: práticas e saberes · Encontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço

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A N O V I I I | N Ú M E R O 9 0 | A G O S T O d E 2 0 1 2

CONfEdERAçãO NACIONAl dOS TRAbAlhAdORES NA AGRICulTuRA (CONTAG)

CONTAG A CONTAG é filiada à

www.contag.org.br

facebook.com/contagbrasil

@ContagBrasil

ENTRElAçANdO práticas e saberesParticipantes em curso da ENFOC superam expectativas e base sindical

mostra-se interessada no processo de formação da CONTAG.

página 3

Page 2: práticas e saberes · Encontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço

2 J o r n a l d a C o n t a g

Editorial

Foi dada a largada para a realiza-ção do 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais

(CNTTR), que ocorrerá de 4 a 8 de março de 2013, em Brasília. O Conselho Deliberativo da CONTAG aprovou o Regimento Interno do 11º CNTTR, que trata das etapas de or-ganização e realização do evento, bem co-mo define regras para cotas, participação dos estados, das plenárias, das inscrições dos delegados(as), das impugnações e re-gistro de chapa. Em agosto será publicado o Edital de Convocação do CNTTR e, jun-to deste, serão enviados o regimento in-terno e o documento base às Federações dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) e aos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs). É importan-te que desde já iniciem a realização das assembleias nos municípios para que os trabalhadores(as) discutam os temas e as propostas para o congresso.

Não temos dúvida de que esse será um dos maiores congressos já realizados, es-pecialmente por acontecer no ano em que a entidade completará 50 anos. Na ocasião, duas questões centrais serão fortalecidas pe-los delegados e delegadas de todo o país: Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), como es-tratégia política de enfrentamento ao modelo

dominante e de consolidação do desenvolvi-mento rural sustentável e solidário, e a refle-xão sobre que tipo de sindicalismo é necessá-rio para enfrentar este desafio.

É preciso que o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) fique atento a esses dois pontos, que são fun-damentais para fazer um contraponto político

ao modelo de desenvolvimento praticado atu-almente no Brasil, que visa a concentração de terras e riqueza e explora o trabalhador(a) e os recursos naturais. Portanto, está posto o de-safio ao MSTTR de atuar de forma cada vez mais qualificada e articulada, construindo e fortalecendo alianças e parcerias estratégicas que assegurem a consolidação do PADRSS em contraposição ao modelo agrícola.

No entanto, sabemos que só será possí-vel construir uma nova sociedade com justi-ça e igualdade a partir da transformação das

práticas políticas e das formas de organiza-ção e de representação social.

Também foi discutido e aprovado no Conselho a Política de Comunicação Integrada da entidade, bem como o novo website, o Portal da Contag. Essas ferramentas contri-buirão efetivamente para o MSTTR ocupar os espaços e divulgar o seu posicionamento a respeito de temas importantes.

Por fim, queremos ainda convocar as nos-sas Federações e Sindicatos a mobilizarem os trabalhadores e trabalhadoras rurais para o Encontro Nacional Unitário dos Movimentos Sociais do Campo, que acontecerá entre os dias 20 e 22 de agosto, e as ações estaduais que estão em curso. Precisamos apoiar e for-talecer essa unidade que visa a efetivação de políticas estruturantes, como reforma agrária, terra, território e dignidade, fundamentais pa-ra a promoção de melhor qualidade de vida e trabalho no meio rural.

Nessa edição do Jornal da CONTAG desta-camos ainda a realização do 1º módulo do cur-so de formação da 4ª turma nacional da Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC), o lançamento dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs) Rurais e a expectativa do Plano Safra da Agricultura Familiar 2012-2013.

Alberto Ercílio BrochPresidente da CONTAG

Aumenta expectativa para o 11º Congresso Nacional da CONTAG

ElEiçõEs do CNdiO Conselho Nacional dos Direitos do Idoso realizará eleições para a escolha dos seus representantes, em setem-bro, para o mandato de 2 anos. O CNDI é composto por 28 instituições, sendo 14 governamentais e 14 da sociedade civil. A CONTAG atua nesta instância desde 2002 representando as organi-zações de trabalhadores. As outras 13 entidades da sociedade civil represen-tam os aposentados, empregadores, conselhos profissionais, comunidade científica, organizações de educação, lazer, cultura, esporte e turismo, de de-fesa dos direitos, e de assistência so-cial. Para o secretário da Terceira Idade da CONTAG, Natalino Cassaro, esse é um espaço estratégico para defender os direitos dos idosos rurais e propor políticas que visam o envelhecimento saudável e ativo no campo. “Já somos 8 milhões de idosos rurais. Não pode-mos ser esquecidos.” O CNDI é o gestor

do Fundo Nacional do Idoso. Portanto, é importante que as entidades sindi-cais façam parte dos conselhos esta-duais e municipais para que esse públi-co saia da invisibilidade no atendimento das políticas públicas. Cassaro afirma que a permanência da CONTAG há 10 anos no CNDI deve-se às ações desen-volvidas em conjunto com as FETAGs e STTRs em busca da defesa e fortaleci-mento dos trabalhadores(as) da terceira idade e idosos rurais. “Temos o orgulho de anunciar que a decisão da presiden-ta Dilma Rousseff em criar a Secretaria Nacional do Idoso, no âmbito do gover-no federal, partiu de uma proposta da CONTAG no CNDI”, comemora Cassaro.

Pls soBrE tEmPo dE CoN-triBuiçãoEncontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço do

trabalhador e da trabalhadora rural, co-mo segurado especial, será considerado na contagem do período de carência pa-ra a aposentadoria por tempo de contri-buição. O projeto assegura o direito a es-se benefício aos trabalhadores(as) rurais, sendo que a mulher deve contar com 25 anos e o homem 30 anos de contribui-ção, limitando-se o valor do benefício a um salário mínimo. Embora a aposenta-doria seja por tempo de contribuição, pa-ra os trabalhadores(as) do campo valerá o critério da comprovação da atividade rural. O relatório dessa matéria foi apro-vado em julho na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal. O projeto se-gue agora para a apreciação da Câmara dos Deputados.

Comitê GEstorA CONTAG e o Ministério da Saúde (MS) instituíram um Comitê Gestor, através de Acordo de Cooperação firmado no dia 31 de maio de 2011, estabelecen-

do uma articulação interinstitucional com um sistema de consulta e troca de informações entre as duas institui-ções. O comitê é composto por repre-sentantes do Ministério da Saúde, da CONTAG, do âmbito estadual da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador(a), das Secretarias Estaduais de Saúde e das Federações de Trabalhadores na Agricultura dos Estados do PR, MG, GO, CE, PR, SP, MT, MS, RS e PI. O próximo passo será a ins-talação do referido comitê e a elabora-ção e aprovação de um plano de tra-balho para a consecução do objeto do acordo de cooperação nº 7, além da fo-mentação do comitê nos âmbitos esta-dual, distrital, regional e municipal e ar-ticulação dos atores da Rede Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador e das representações sindicais filiadas à CONTAG, avaliando o desempenho das ações empreendidas no âmbito do acor-do de cooperação.

INFORMES DO CAMPO

Será um dos maiores Congressos já realizados, e acontecerá no ano em que a CONTAG completará 50 anos.

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3J o r n a l d a C o n t a g

Aumenta expectativa para o 11º Congresso Nacional da CONTAGFormação

Os dirigentes sindicais conhe-ceram a nova Política de Comu-nicação Integrada da CONTAG, apresentada pela equipe de profis-sionais da área durante a reunião do Conselho Deliberativo da Con-federação (25 a 27 de julho). Na ocasião, os participantes também assistiram a apresentação do novo website, o Portal da CONTAG, cujo lançamento está previsto para a pri-meira quinzena de agosto.

A política foi concebida nos âmbi-tos da Comunicação, considerando--a como um instrumento estratégico para o MSTTR e que surgiu a partir de uma demanda da base, explicita-da nos Conselhos da CONTAG e na

3ª Plenária Nacional dos Trabalha-dores (as) Rurais, por mudanças na Comunicação Social da entidade.

Entre as diretrizes da política está a integração entre os diferentes públicos da CONTAG, numa lógica mais sistêmica. As ações e estraté-gias do estudo foram concebidas e articuladas com o Sistema CON-TAG (CONTAG, FETAGs e STTRs), de forma a consolidar a imagem da confederação e de suas bandeiras de luta nas áreas do Jornalismo Impresso, Internet, Radiojornalis-mo, Telejornalismo, Fotojornalismo, Comunicação Visual, Assessoria de Imprensa, Comunicação Interna e Publicidade.

O NOvO pOrtal da cONtaGO site da CONTAG precisava ser re-desenhado, atualizado, reorganizado e reestruturado. Entre as mudanças implementadas no Novo Portal da CONTAG estão a alteração da lin-guagem, estudo de cores, formas e traços, além da reestruturação da forma de organização de seu conte-údo. Os itens do antigo portal foram reagrupados e objetivamente organi-zados em apenas três canais, de for-ma mais lógica e objetiva. Também foram criados três canais, com itens totalmente novos. 114 textos foram produzidos.

Mas a grande inovação, que vai fazer toda a diferença no Portal da

CONTAG, é o Canal do Trabalhador (a), criado especialmente para que o homem e a mulher que vivem no campo saibam mais sobre as con-quistas do movimento sindical, com caminhos e orientações que vão faci-litar suas vidas.

CONTAG lança sua Política de Comunicação Integrada

ComuniCação

Esse�momento�serviu�para�entender�as�concepções�do�movimento,�o�projeto�de�sociedade�que�queremos�e�temos�de�lutar.�Para�mim�foi�mais�um�elemento�formador�e�de�formação,�de�como�voltar�para�base�e�atuar”.José samuel da silva santos, de Santo Antonio da Patrulha – RS.

Passar�pela�escola�é�uma�experiência�fantástica.�É�impossível�você�entrar�na�ENFOC�e�sair�do�mesmo�jeito,�porque�ela�te�transforma,�dá�uma�inquietude�para�que�façamos�mudança�ao�chegar”.�iris maria Cruz de lima, Apuiarés – CE.

Tocamos�em�muitos�temas�importantes�que�acreditamos�serem�fundamentais�e�comuns�a�ambos�os�países.�As�místicas�fazem�saltar�os�sentimentos�das�pessoas,�suas�aspirações,�seus�sonhos.”Carmen elena, equatoriana, da Confederação Nacional de Segurança Social Campesina.

A�criação�da�Escola�Nacional�de�Formação�foi�uma�das�melhores�coisas�que�o�MSTTR�fez�nos�últimos�anos.�A�escola�para�mim�é�uma�faculdade�do�movimento�e�todos�das�federações�e�sindicatos�deveriam�passar�por�ela”.�marCos viníCius dias nunes, da Federação de MG.

“ “ ““

�“Para mim foi uma aprendizagem incrível acessar as místicas da pedagogia participativa. Todos parecem muito apaixonados, realmente com muito entusiasmo pelo que fazem”. Com essas

palavras, a equatoriana Carmen Elena exprimiu sua impressão como parti-cipante do 4º Módulo do Curso Nacional de Formação e Ação Sindical em Desenvolvimento.

O curso da ENFOC recebeu 116 educandos(as) das 27 federações, repre-sentantes da CUT, CTB, Instituto Paulo Freire e de duas organizações interna-cionais campesinas, do Equador e Bolívia. Destes participantes, 69% foram mulheres e, a maioria, jovens dirigentes de sindicatos e federações. “Isso sig-nifica dizer que a base sindical está diversificada e interessada no processo de formação da CONTAG”, analisa Juraci Souto, secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG. Segundo os dados apresentados por ele, mais de 70% dessas pessoas vieram de sindicatos. “Isso quer dizer que a es-cola está conseguindo dialogar diretamente com as lideranças de base. Isso é importante e afirmativo”, comemora Juraci.

O foco deste 1º módulo foram as discussões sobre campo, sujeito e iden-tidade; formação social – estado, sociedade e ideologia; e projetos de de-senvolvimento em disputa. Com o objetivo de compreender a formação da sociedade capitalista, o papel do Estado e das instituições que compõem a

superestrutura, responsável pela reprodução da ideologia capitalista, foram realizados vários debates, estudos e atividades educativas.

Ainda neste módulo, os educandos(as) estudaram sobre a “vida sindical” – história, concepção e prática, buscando refletir sobre os desafios da luta sindical na atualidade, problematizando a prática e refletindo sobre possíveis caminhos de superação. A expectativa da CONTAG é de que essa turma pos-sa difundir a política de formação em seus respectivos espaços de militância, superando dificuldades, criando grupos de estudos e trazendo mais pessoas para dialogar sobre as estratégias de formação de base.

Um destaque importante é que a ENFOC vem ampliando a participação de organizações parceiras nacionais e internacionais, o que a coloca como uma das escolas de referência na América Latina entre as organizações filiadas à COPROFAM. Desde o ENAFOR (2011) as instituições internacionais partici-pam das atividades da escola da CONTAG.

O desafio a partir de agora é assegurar a participação de todos(as) no se-gundo módulo do curso, que acontece em novembro desse ano. Aliás, exis-te uma grande expectativa para esse segundo momento, tendo em vista as eleições municipais que acontecem em outubro próximo e a expectativa des-ses educandos contribuírem com o exercício do voto com mais consciência e maior envolvimento no processo eleitoral.

Debates, diversidade e participação marcam curso da ENFOC

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4 J o r n a l d a C o n t a g 4 J o r n a l d a C o n t a g

�M�esmo compondo as pautas dos Gritos da Terra Brasil (GTB) nas edições de 2009 a 2011, somente no GTB e Marcha das

Margaridas 2011 o governo confirmou a liberação de R$ 500 mil para implantação de 10 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador(a) Rural (CE-RESTs), em locais com grande incidência de de-mandas de saúde relativas ao trabalho desenvol-vido na agricultura e onde ocorrem forte incidência do agronegócio.

Um dos CERESTs foi inaugurado em Roraima, no município de Rorainópolis e já estão sendo im-plantados outros nove nos territórios indicados pelas Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) e CONTAG nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Ceará e Rondônia. Até o momento estão em fase avançada para implantação e inauguração os CE-RESTs de Rio Verde (GO); Sinop e Primavera do Leste (MT) e Iruçuí, no estado do Piauí.

“Os demais CERESTs Rurais estão em processo de trâmite burocrático e dependem da pactuação envolvendo as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, que devem assumir a responsabilidade de dispor de um local para funcionamento do cen-tro, bem como a contratação da equipe de profis-sionais, que devem atender com exclusividade ao serviço”, explica José Wilson, secretário de Políti-cas Sociais da CONTAG.

O Ministério da Saúde libera o valor inicial de R$ 50 mil para instalação de cada CEREST e o valor mensal de R$ 30 mil quando se trata de gestão mu-nicipal. No caso da gestão ser regional e abranger muitos municípios, o ministério libera a quantia de R$ 40 mil. Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador promovem ações que visam a melho-ria das condições de trabalho e qualidade de vida do trabalhador (a) através da prevenção e vigilân-cia e fazem parte da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora no âmbito do SUS.

Novos CERESTs Rurais são lançados em 10 estadosSaúdE do trabalhador (a)

Os jovens rurais de Alagoas estão tendo uma grande opor-tunidade de capacitação. É o Projeto Jovem Cidadão, patroci-nado pela Petrobras e executado pela Federação dos Traba-lhadores e Trabalhadoras na Agricultura no Estado de Alagoas (FETAG-AL). Concebido pela FETAG juntamente com os sin-dicatos filiados, concorreu pelo apoio financeiro da Petrobras com outros 5.200 projetos, dos quais somente 113 foram apro-vados. Alagoas é o primeiro estado a desenvolver um trabalho para jovens com este tipo de incentivo.

Iniciado em março de 2011, o Projeto tem duração de dois anos e planeja atender pelo menos 600 jovens trabalhado-res rurais, homens e mulheres com idade entre 18 e 29 anos. Atualmente mais de 470 já foram capacitados. Os programas de estudo incluem orientações sobre as principais políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, a exemplo do Programa Nacional de Habitação Rural, Crédito Fundiário, PRONAF, PAA e PNAE.

Genivaldo Oliveira da Silva, presidente da FETAG-AL, co-memora os avanços que o projeto está gerando para o MSTTR e para a sucessão rural. “Jovens que antes nem sabiam sobre sindicalismo, hoje estão sendo convidados para participar de diretorias. Já tem até jovens candidatos nessa eleição em al-guns municípios. Para nós, é interessante chamar esta juven-tude para participar ativamente do dia a dia de seu município e mostrar que o campo é um lugar saudável”, comenta.

Naiana Carla da Silva Oliveira, secretária de Jovens da FE-TAG-AL, aposta nos avanços que o Projeto Jovem Cidadão re-presenta para a juventude alagoana. “A capacitação através de equipe de técnicos e acompanhamento nas comunidades ajuda a inserir os jovens nas políticas públicas e também auxilia no processo de multiplicação, o que é muito bom pra eles”, afirma.

Projeto capacita jovens rurais em Alagoas

JuvEntudE

De 18 a 22 de julho, Moçambi-que (África) foi palco da criação do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Comissão Permanen-te dos Países de Língua Portuguesa (CONSAN - CPLP). A vice-presiden-te e secretária de Relações Interna-cionais da CONTAG, Alessandra Lu-nas, compôs a delegação brasileira, juntamente com representantes do Fórum Brasileiro de Segurança Ali-mentar e de líderes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, onde foi promovida uma troca de experiências e de políticas em defesa da agricultura familiar e da segurança alimentar de todos os povos.

Também foram debatidas propos-tas com organizações como a FAO e OXFAM quanto ao fortalecimento da Plataforma de Camponeses da CPLP, incidindo na criação de um

grupo de trabalho no CONSAN na perspectiva de replicar a experiência brasileira em torno da Reunião Espe-cializada sobre a Agricultura Familiar (REAF), além de discutir o cadastro da agricultura familiar, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e manter um diálogo permanente para fortalecer as organizações da agricul-tura familiar. “Voltamos a reunir esfor-ços para a construção de espaços democráticos e deliberativos para a sociedade civil e líderes de Estado, além de trazer para a agenda interna-cional assuntos em comum, trocan-do experiências e pensando ações conjuntas entre os países para o for-talecimento do setor”, avalia Lunas.

No mesmo período, as mulhe-res trabalhadoras rurais também promoveram, em Moçambique, uma intervenção sobre o direito humano à alimentação e divul-garam uma carta que permitiram impulsionar o fortalecimento das agricultoras desses países. Na ocasião, foi aprovada ainda a cria-ção do Fórum das Mulheres Rurais no âmbito a CPLP, mais investi-mentos no setor agrário e partici-pação na discussão das políticas agrícolas para que as necessida-des de produção desse público sejam consideradas.

Países de língua portuguesa levantam bandeira do combate à fome

SEgurança alimEntar

Para ler a Carta das Mulheres, aCesse www.contag.org.br e entre na Página de doCuMentos da seCretaria de relações internaCionais.

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alguns Cerests rurais estão em processo de trâmite burocrático e dependem de pactuação envolvendo as secretarias estaduais e Municipais de saúde, que devem assumir a responsabilidade de dispor de um local para funcionamento do centro, bem como a contratação da equipe de profissionais, que devem atender com exclusividade ao serviço”.

José Wilson, secretário de Políticas Sociais da CONTAG.

Page 5: práticas e saberes · Encontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço

rEForma agrária

Unidade nas mobilizações de luta pela terra 

A luta pela Reforma Agrária nos estados – A luta na base do MSTTR é permanente e visa al-terar a lógica do modelo de desenvolvimento rural excludente e predatório.

Pernambuco – A FETAPE coordena vários acam-pamentos no estado e atua na organização de inú-meros assentamentos. São várias mobilizações, trancamento de estradas, ocupações do Incra e órgãos púbicos, inclusive a ocupação à tradicional Usina de Cruangi, com mais de 500 trabalhadores (as). Também realizou ocupações nos municípios de Lagoa Grande e Águas Belas. Até o final do ano, fará mais três ocupações. 

Minas Gerais – A FETAEMG apoia a organi-zação de centenas de ocupações e da maio-ria dos projetos de assentamento no estado e pressiona o Incra Nacional por questões cen-trais da pauta estadual de reforma agrária. Iden-tifica e ocupa áreas que não estão cumprindo função social, realiza grandes eventos, seminá-rios e reuniões nos STTRs.

Goiás – A FETAEG tem um intenso processo de organização de acampamentos, coordenando vá-rias ocupações, interditando rodovias e em per-manente negociação com o Incra, em processos descentralizados.

Paraná - A FETAEP apóia a luta dos trabalhado-res (as) rurais sem terra, especialmente na região norte do estado, onde existem sete acampamen-tos e mais de 8 mil famílias. Está se organizando para fazer pressão mais incisiva no GT Estadual (14 de agosto).

Rondônia – A FETAGRO apoia a organização de 35 acampamentos (mais de 3.500 famílias) e rea-lizou seu Grito da Terra, com trancamento de ro-dovia e ocupação do Incra. Atualmente, há uma intensa luta pela libertação do presidente do STTR de Vilhena, Udo Wahlbrink, preso em razão de sua luta em defesa da terra.

5J o r n a l d a C o n t a g

No dia 19 de julho de 2012, após aprovação no Congresso Nacional, foi sancionada pela presidenta Dilma a Lei 12.690 que autoriza a criação de coo-perativas de trabalho. A aprovação cau-sou surpresa à CONTAG, que não foi consultada pelo Governo sobre os im-pactos desta lei no campo, e aos traba-lhadores (as) rurais do Brasil que veem, agora, seus direitos ameaçados.

A luta contra as cooperativas de tra-balho sempre foi uma das bandeiras históricas do MSTTR, sobretudo porque estas sempre foram utilizadas para frau-dar as relações de emprego e submeter trabalhadores a situações degradan-tes, principalmente através da atuação dos conhecidos GATOS – capatazes da época da escravidão que até hoje exis-tem no campo. Por isso, agora são co-nhecidas como COOPERGATOS.

Os riscos e prejuízos que poderão ser suportados pelos trabalhadores (as) são gravíssimos, porque a tendência é que todos os empregadores passem a con-tratar as cooperativas de trabalho, o que significa a perda pelos trabalhadores de direitos como férias remuneradas, aviso prévio, FGTS, multa de 40%, carteira assinada, 13º salário, horas extras, hora

in itinere, PIS, seguro-desemprego, entre outros, além de transferir para o traba-lhador a obrigação de realizar o recolhi-mento previdenciário.

Até mesmo as obrigações relaciona-das às normas de saúde e segurança do trabalho passam a ser de responsabilida-des das cooperativas com responsabili-dade solidária dos empregadores.

O Governo Federal assumiu com a CONTAG o compromisso de criar uma Política Nacional para os Assalariados Rurais, todavia, surpreende os trabalha-dores (as) do país com a aprovação e sanção dessa lei, que visa apenas redu-zir o custo de mão de obra dos emprega-dores à custa dos trabalhadores(as).

A CONTAG compreende que a Lei 12.690/2012 não significa uma flexibiliza-ção dos direitos dos trabalhadores, mas sim uma subtração dos direitos traba-lhistas. Por isso, defende que esta lei não seja aplicada no campo.

As Federações e STTRs precisam denunciar esta manobra junto aos trabalhadores(as), esclarecendo a im-portância de fugir dessa armadilha.

A volta das Coopergatosnota dE rEpúdioJornada daS margaridaS

Agosto é um mês de mobilizações das mulheres em todo o país. Nesse ano, a Jornada das Margaridas dis-cutiu o Eixo VII “Democracia, Poder e Participação Polí-tica” e deu continuidade ao processo de negociação da pauta da Marcha das Margaridas. De 30 de julho a 2 de agosto, mulheres dirigentes sindicais e representantes de organizações parceiras da Marcha se reuniram em Brasília no seminário nacional com o mesmo tema. Já no dia 3 de agosto, houve um momento de diálogo e negociação das mulheres com o governo federal.

A reforma política, eleições 2012, paridade de gêne-ro, relações de poder e disputa por projetos políticos tiveram destaque nas discussões, que contaram com a contribuição de lideranças feministas, como Sílvia Ca-murça (SOS Corpo) e a deputada federal Janete Pietá (PT-SP), dentre outras.

Segundo a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Carmen Foro, a participação política e a igualdade de direitos são bandeiras de luta, que estão na origem dos movimentos feminis-tas e de mulheres, e estiveram na base de mani-festações que remontam o século XVIII. “São mui-tas as histórias de resistência e luta das mulheres para conseguirem participar efetivamente dos espa-ços políticos, se fazerem reconhecer e representar, como também exercerem poder, seja em cargos de direção, seja na dinâmica política participativa, nos movimentos sociais e nas instituições”.

Mulheres se mobilizam por participação política

CÉSA

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Assessoria da secretaria de Assalariados(as) rurais da CoNtAG

�H á 50 anos acontecia o 1º Congresso Camponês como um primeiro momento histórico de unidade dos movimentos sociais na luta pela reforma agrária, revelando problemas fundi-ários que, atualmente, são recorrentes e se agravam. Retomando o espírito de unidade do

Congresso de 1961, as organizações sociais que atuam no campo realizam agora o Encontro Nacional Unificado dos Trabalhadores (as) e Povos do Campo, das Águas e das Florestas (20 a 22 de agosto), para fortalecer a luta pela reforma agrária e fazer pressão no governo pelos direitos dos trabalhadores (as) rurais, que culmina com uma grande mobilização, em Brasília. Para Willian Clementino, secretário de Política Agrária da CONTAG, a participação ativa e forte do movimento sindical é essencial e estra-tégica. “É um momento de somar as lutas que fazemos no dia a dia em todas as regiões do país, com as lutas das demais organizações, para fortalecer o diálogo com a sociedade e a pressão ao governo”.

Page 6: práticas e saberes · Encontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço

6 J o r n a l d a C o n t a g J o r n a l d a C o n t a g

plano SaFra 2012/2013

�A s medidas anunciadas pelo governo federal para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013, em 4 de julho, contribuirão para o aumento do número de famílias atendidas pelo Pronaf. Serão

investidos R$ 22,3 bilhões, inclusive R$ 310 milhões para assistência técnica. “Esse incremento dará maior segurança às famílias na aplica-ção dos recursos. As melhorias nas regras do crédito ajudam o acesso dos agricultores familiares de todas as faixas econômicas, a exemplo do aumento do teto da renda bruta anual de R$ 110 mil para R$ 160 mil”, informa Antoninho Rovaris, secretário de Política Agrícola da CONTAG.

Ele explica que “a elevação do teto da renda bruta anual sem rebate (ou Valor Bruto da Produção) passou de R$ 220 mil para R$ 320 mil, podendo chegar a R$ 1,6 milhão para avicultores e suinocultores integra-dos. Com essas medidas será possível reverter a queda do número de tomadores de crédito do Pronaf nos últimos anos”.

Aliás, uma das lutas do MSTTR é garantir a permanência das famílias no campo com cidadania. Para isso, o Programa de Garantia de Preços Mínimos para a Agricultura Familiar (PGPM/AF) e o Seguro da Agricul-tura Familiar (SEAF) precisam ser aperfeiçoados. “A partir de janeiro de 2013, queremos que já esteja em funcionamento uma nova modalidade de seguro renda, que tenha referência em preços pré-estabelecidos sem a interferência de atravessadores.”

Por outro lado, o MSTTR vem investindo no fortalecimento da organização do cooperativismo da agricultura familiar para melhor aproveitar a ampliação de recursos disponibilizados no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para R$ 1,2 bilhão e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para R$ 1,4 bilhão. Existe um acordo de cooperação entre CONTAG e Uni-

cafes para fortalecer esse trabalho. “Precisamos melhorar as condições para que as famílias acessem essas políticas públicas. Quando se trata de comer-cialização, a qualidade e a escala garantem melhor espaço no mercado.”

Mesmo com o lançamento do Plano Safra, Rovaris informa que exis-tem problemas na sua aplicabilidade. Para o Ministério do Desenvolvi-mento Agrário, a previsão é que até meados de agosto sejam publica-das resoluções com ajustes e que o sistema de Emissão de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) esteja funcionando com as novas regras. “Esperamos que os bancos entendam a necessidade dos agricultores acessarem os créditos disponibilizados para continuarmos avançando na produção de alimentos, garantindo a segurança alimentar do país.”

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Medidas visam o aumento de renda da agricultura familiar

A 2ª reunião do ano do Conselho Delibera-tivo da CONTAG, realizada de 25 a 27 de julho, em Brasília, contou com a presença da Diretoria Executiva da entidade, de representantes das FETAGs e do dirigente da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação e Agricultu-ra (UITA), Gerardo Iglesias, que fez uma análise de conjuntura sobre a crise mundial. “Estamos atravessando um momento de grande crise econômica, política, ambiental e social. Alguns países ainda sofrem com o autoritarismo, como no Paraguai e Honduras com os Golpes de Es-tado”, argumenta Iglesias.

Houve também o debate sobre o Encon-tro Nacional Unitário dos Movimentos So-ciais do Campo; balanço do Grito da Terra Brasil 2012; aprovação do Regimento In-terno do 11º Congresso Nacional de Traba-lhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR); apresentação da Política de Comunicação e do novo portal da CONTAG; avaliação da 1ª

Plenária Nacional dos Trabalhadores(as) da Terceira Idade e Idosos Rurais; socialização da programação da Jornada das Margari-das; e outros informes.

Para o presidente da CONTAG, Alberto Broch, os destaques foram o debate sobre o Encontro Nacional Unitário, a aprovação do regimento interno do 11º CNTTR e da Políti-ca de Comunicação. “Conseguimos debater e aprovar as propostas apresentadas. Demos mais um passo para o fortalecimento da nossa organização nesses quase 50 anos de lutas e conquistas.”

MSTTR debate temas centrais para o campo e aprova regimento do 11º CNTTR

ConSElho dElibErativo

A reunião do Conselho foi antecedida pelos encontros das Comissões de Jovens e Mulheres Trabalhadoras Rurais. Ambas discutiram as estratégias para o 11º CNTTR. A programação da juventude também contou com debates sobre a 2ª Plenária Nacional de Jovens Trabalhadores(as) Rurais, ação unitária pela Reforma Agrária, troca de experiências sobre o Programa Jovem Saber e oficina para aperfeiçoar a comunicação e a organiza-ção através das redes sociais. A pauta das mulheres contou ainda com debates sobre a Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, Jornada das Margaridas e II Mostra Nacional da Produção das Margaridas.

JoveNS e MulheReS defINeM eSTRATégIAS PARA CNTTR

O arquivo e gestão dos processos adminis-trativos da CONTAG estão mais seguros e orga-nizados. Uma equipe de 10 profissionais revisou e digitalizou cerca de 3 milhões de  autorizações de aposentados, documentos de extrema im-portância para a CONTAG, Federações e ST-TRs. Para garantir ainda mais segurança, serão instaladas câmeras de monitoramento e outros projetos já estão sendo pensados.

O arquivo faz parte do Centro de Informa-ção e Documentação da CONTAG (CID), que foi criado com o objetivo de preservar todo o material bibliográfico da confederação, cuidar do desenvolvimento deste acervo e ampliar tí-tulos e periódicos que tratem de temas de inte-resse dos trabalhadores (as) rurais. A biblioteca também trabalha na digitalização dos docu-mentos produzidos pela CONTAG ao longo da sua história. A meta é que em 2013, quando a CONTAG completará 50 anos, o centro tenha um resgate da história do MSTTR.

O uso e guarda da documentação de for-ma adequada é uma ação comprometida com a conservação e o acesso aos documentos considerados de valor histórico e representa a eficiência, racionalização e modernização da administração. Além do mais, o livre fluxo de informação no MSTTR é essencial para um sistema democrático. Trata-se do intercâmbio transparente, para que a história dos trabalha-dores (as) rurais do Brasil não seja esquecida.

Mais organização garante preservação e segurança de documentação

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7J o r n a l d a C o n t a g J o r n a l d a C o n t a g

gEStão dE doCumEntoS

Existe a expectativa de que o relató-rio do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para o novo Código Florestal Brasileiro seja votado no Congresso Nacional até 8 de agosto. O texto, baseado na ver-são aprovada no Senado Federal e nos vetos parciais e mudanças de redação expressas pela Presidência da República na Medida Provisória 571/2012, recupera boa parte dos pontos que foram acorda-dos entre governo, movimentos sociais e ambientalistas. A matéria já foi aprecia-da e aprovada pela Comissão Especial Mista em 12 de julho. “Achamos que o relatório do senador Luiz Henrique é bas-tante razoável e retoma o texto aprova-do no Senado, resultado de uma ampla negociação entre governo e sociedade civil que foi desconsiderada no relatório de Paulo Piau, na Câmara. Essa propos-ta, se aprovada, trará segurança jurídica aos nossos agricultores e agricultoras familiares em todo o país”, defende a se-

cretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosicléia Santos Azevedo.

Nesse sentido, a CONTAG já enviou comunicado às FETAGs para que articu-lem os seus deputados e senadores para a aprovação dessa versão sem modifica-ções, pois ela atende quase todas as de-mandas da agricultura familiar. “O nosso desafio para depois da aprovação será trabalhar uma estratégia para que todos os estados façam primeiramente a ade-são ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aos Programas de Regularização Am-biental (PRA). Essa etapa será a condição necessária para que, quem tem especial-mente passivo ambiental, entre na legali-dade, evitando inclusive problemas futu-ros de acesso ao crédito rural.”

A MP 571/2012 vencerá em 8 de outu-bro. Então, o relatório precisa ser votado até essa data para que os pontos vetados não fiquem inválidos e deixem um vácuo jurídico na legislação ambiental brasileira.

Relatório pode ser votado em agostoCódigo FlorEStal

Eleita nova direção da CUT e aprovada paridade entre gêneros

11º ConCut

A nova Direção Nacional da CUT, para a gestão 2012-2015, foi eleita durante o 11º Congresso Nacional da Central Úni-ca dos Trabalhadores (CONCUT). Houve uma renovação de mais de 30% do qua-dro à frente da entidade. A chapa 1 “So-mos Fortes, Somos CUT”, liderada por Vagner Freitas, venceu com 90,52% dos mais de 2 mil votos.

O novo presidente da CUT é bancário, já foi diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pre-sidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. A vice-presidente eleita é Carmen Foro, se-cretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG. Na Secretaria de Meio Am-biente assumirá Jasseir Fernandes, outro representante dos rurais. Além dos 2 con-taguianos eleitos para a Direção Execu-tiva, outros 8 estão na Direção Nacional: Antonio Lucas (GO), Alessandra Lunas (RO), Elenice Anastácio (RN), Aristides Santos (PE), Moisés Braz Ricardo (CE), Adriana Oliveira (MA), Rilda Alves (AL) e Carlos Augusto Silva (PA).

Para Vagner, uma das primeiras ta-refas será a organização, juntamente com a CONTAG, MST, Fetraf e outros movimentos sociais, do Encontro Uni-tário dos Trabalhadores(as) e Povos do

Campo, das Águas e das Florestas, de 20 a 22 de agosto. “É preciso aprofun-dar as conquistas que tivemos nos úl-timos anos para conseguirmos um de-senvolvimento com sustentabilidade e distribuição de renda no país. É preciso destravar a pauta dos trabalhadores no Congresso Nacional, unificar as lutas dos trabalhadores do campo e da cida-de e exigir uma reforma agrária que for-taleça a agricultura familiar”.

Já Carmen Foro, que assumiu anterior-mente a vice-presidência e a Secretaria de Meio Ambiente da CUT, adianta que o plano de lutas aprovado no CONCUT direciona para o enfrentamento. “Vamos pressionar o Congresso Nacional a apro-var várias matérias, como a de redução da jornada de trabalho.”

Outro destaque do CONCUT foi a aprovação da paridade entre homens e mulheres nas instâncias de direção. “Essa conquista é resultado do trabalho das mu-lheres. A CUT fará 30 anos e durante esse período a paridade já vem sendo discuti-da. Não é uma conquista momentânea”, afirma Carmen.

O 11º CONCUT aconteceu de 9 a 13 de julho, em São Paulo, e contou com a participação de cerca de 340 trabalhadores(as) rurais.

Seguro-desemprego para safristas está no Senado

O s assalariados(as) rurais estão na expectati-va da aprovação de projetos de lei que visam melhorar sua renda e condições de vida. O

PLS 164/2012, de autoria do senador Antonio Car-los Valadares, dispõe sobre a concessão de seguro--desemprego para os trabalhadores(as) rurais desem-pregados, contratados por safra, por pequeno prazo ou por prazo determinado. O projeto foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais e teve como relator o senador Paulo Paim e agora, caso não haja interpo-sição de recurso, segue para votação em Plenário e posteriormente para a Câmara dos Deputados.

O PLS 165/2012, do mesmo senador, altera a Lei 9.715/1998 que dispõe sobre as contribuições para o PIS/PASEP e modifica o caput do artigo 9º da Lei 7.998/1990, que regula o Programa do Seguro-De-semprego, o Abono Salarial e institui o Fundo do Am-paro do Trabalhador (FAT). O projeto encontra-se na Comissão de Assuntos Sociais do Senado e em 11 de julho de 2012 foi designado o seu relator, senador Waldemir Moka (PMDB-MS).

O PL 4071/2012, fruto de um requerimento do Sin-dicato dos Trabalhadores e Empregados Rurais de Barbacena/MG, estende o benefício do PIS para os empregados de pessoa física, e atualmente encontra--se na Comissão de Trabalho, Administração e de Ser-viço Público.

Importante destacar que todos são resultado de reivin-dicações da Mobilização Nacional dos Assalariados(as) Rurais e do Grito da Terra Brasil.

A PEC 438/2001 foi aprovada na Câmara dos De-putados, representando uma importante vitória para os trabalhadores(as) deste país, e agora segue para votação terminativa no Senado Federal, onde retomou seu antigo número, PEC 57A/1999 (PEC do Trabalho Escravo). Ao contrário do que afirma a bancada rura-lista, que defende a alteração do texto para evitar que os empregadores percam suas propriedades por atos abusivos de auditores fiscais, para a CONTAG o texto aprovado na Câmara dos Deputados não precisa ser alterado, pois já garante que nenhuma expropriação será realizada apenas baseada na autuação do fiscal, sendo garantida a ampla defesa e o contraditório.

Já o PLS 540/2011, de autoria do senador Eduardo Amorim, altera a Lei 8.427/1992, que proíbe a conces-são de subvenção econômica aos produtores rurais que praticarem trabalho escravo em suas propriedades e atualmente encontra-se na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, aguardando relator.

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são iniciativas importantes que os trabalhadores(as) devem acompanhar e cobrar dos parlamentares a aprovação a favor desses Pls.”

Antonio Lucas – secretário de Assalariados(as) Rurais da CONTAG

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Page 8: práticas e saberes · Encontra-se tramitando no Senado Federal o Projeto de Lei do Senado (PLS) 583/2011, que altera o artigo 39 da Lei 8.213/1991, determinando que o tempo de serviço

No Ano internacional

do Cooperativismo, o

JorNAl dA CoNtAG

entrevista luiz

Possamai, presidente

da união Nacional

das Cooperativas

da Agricultura

Familiar e Economia

solidária (uNiCAFEs).

Ele fala sobre o

cooperativismo para

afirmação social e

política da agricultura

familiar.

Jornal da CONTAG - Veículo informativo da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) | Diretoria Executiva – Presidente Alberto Ercílio Broch | 1º Vice-Presidente/ Secretária de Relações Internacionais Alessandra da Costa Lunas | Secretarias: Assalariados e Assalariadas Rurais Antonio Lucas Filho | Finanças e Administração Aristides Santos | Formação e Organização Sindical Juraci Moreira Souto | Secretário Geral David Wylkerson Rodrigues de Souza | Jovens Trabalhadores Rurais Maria Elenice Anastácio | Meio Ambiente Rosicleia Santos Azevedo | Mulheres Trabalhadoras Rurais Carmen Helena Ferreira Foro | Política Agrária Willian Clementino da Silva Matias | Política Agrícola Antoninho Rovaris | Políticas Sociais José Wilson Gonçalves | Terceira Idade Natalino Cassaro | Endereço SMPW Quadra 1 Conjunto 2 Lote 2 Núcleo Bandeirante CEP: 71.735-102, Brasília/DF | Telefone (61) 2102 2288 | Fax (61) 2102 2299 | E-mail [email protected] | Internet www.contag.org.br | Edição e Reportagem Maria do Carmo de Andrade Lima, Verônica Tozzi | Edição de arte e design Julia Grassetti | Estagiária Gabriella Avila | Foto da capa Sandro Almeida | Projeto Gráfico Wagner Ulisses e Fabrício Martins | Impressão Dupligráfica

EntrEviSta

Luiz Possamai

A Assembleia Geral da oNu declarou 2012 o Ano internacional do Cooperativismo. Qual a repercussão dessa iniciativa?A iniciativa amplia o debate sobre o papel e importân-cia das cooperativas no desenvolvimento socioeconô-mico das comunidades, provocando os governos para o desenvolvimento de ações estratégicas que fortale-çam as cooperativas. Para a Unicafes, o ano fortale-ce as pautas e proposições do cooperativismo, sendo um instrumento que facilita a relação com o Governo, gerando condições para que aumente a consciência pública sobre as cooperativas e suas contribuições no desenvolvimento socioeconômico. Teríamos um sal-do positivo se, em 2012, conseguíssemos ter os eixos centrais definidos pela ONU concretizados no Brasil.

A CoNtAG e a uNiCAFEs firmaram um acordo de cooperação no ano passado. No que isso tem contri-buído com a agricultura familiar?Firmamos essa cooperação institucional com o obje-tivo de unir esforços visando a melhoria da qualidade de vida no campo, premissa do desenvolvimento sus-tentável. O termo de cooperação prevê ações de for-mação e capacitação de agricultores (as) familiares e parceiros; apoio e parceria ao fomento e constituição de entidades cooperativas; luta por políticas públicas e formulação conjunta de pautas em torno da agri-cultura familiar; ações junto ao Executivo, Legislativo e Judiciário em prol da agricultura familiar, do coo-

perativismo e economia solidária; articulação entre sindicatos e cooperativas para fortalecer o processo de comercialização a exemplo do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, Programa de Aqui-sição de Alimentos – PAA; levantar e diagnosticar o que já existe de parceria entre as entidades nas suas diversas instâncias e reproduzir processo de articula-ção nacional nos estados e municípios, promovendo e estimulando a participação de jovens, mulheres e pessoas da terceira idade, em todas as ações e ins-tâncias do cooperativismo.

No que o cooperativismo tem contribuído com a melhoria da qualidade de vida no campo e com a in-clusão social dos rurais?Há um aumento de 10% na proporção de produtores associados em cooperativas e um acréscimo médio de 2,5% da renda média regional, comprovando que a organização cooperativa é importante para a geração de renda e desenvolvimento local. Os empreendimen-tos cooperativistas apresentam uma importante fun-ção pública de desenvolvimento econômico, aliada à geração e distribuição de renda e ao desenvolvimento local. Como as cooperativas podem distribuir sobras e perdas econômicas proporcionais às operações com seus cooperados, essas organizações contribuem para efetiva distribuição de renda, com organização social, política, cultural e econômica, gerando autono-mia e empoderamento para os agricultores familiares.

exPediente

Feiras mostram que outra agricultura é possível

�A CONTAG vem propondo e negociando há anos com o governo a implementação de políticas públicas estruturantes e complementa-res para a agricultura familiar, na perspectiva de fortalecer o campo

e dinamizar a economia do mundo rural e das cidades.  Para Alberto Bro-ch, presidente da confederação, é preciso que também sejam cobradas dos estados e municípios políticas de crédito, ATER, e comercialização, entre outras, nas localidades onde estão os produtores. “As feiras da agri-cultura familiar são uma alternativa do rural encontrar o urbano e mostrar outra ruralidade e agricultura mais sustentável”.

As Federações de Trabalhadores (as) na Agricultura dos estados de Mi-nas Gerais, Espírito Santo, Ceará e São Paulo anualmente promovem as feiras de agricultura familiar, proporcionando a divulgação e comercializa-ção dos produtos do campo, considerando aspectos culturais, ambientais, organizacionais, políticos e sociais da economia solidária, demonstrando que a agricultura familiar é uma alternativa sustentável e que promove qua-lidade de vida.

Segundo José Wilson Gonçalves, secretário de Políticas Sociais da

CONTAG, “essas feiras são uma demonstração do tamanho do crescimen-to da agricultura familiar no Brasil”. Juraci Souto, secretário de Formação e Organização Sindical da CONTAG, faz sua avaliação: “São feiras tradi-cionais, que têm dado resultados importantes na afirmação da agricultu-ra familiar”. Para Natalino Cassaro, secretário de Terceira Idade “Estamos mostrando a quantidade, a qualidade e o sabor dos produtos que vêm das mãos dos agricultores e de nossa terra mãe”.

agriCultura Famiiliar

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