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PSICOLOGIA
Jean Piaget Nascemos programados para aprender na interação com o meio.
Construtivismo
O Comportamento e o desenvolvimento da inteligência resultam de uma construção progressiva do sujeito em interação com o meio físico e social.
Construtivismo
O Conhecimento é um processo de adaptação ao meio.
Não somos simples produtos do meio. Temos um papel activo: •Na construção dos esquemas ou estruturas que nos permitem conhecer e interpretar a realidade
O indivíduo, através das suas ações sobre o meio, tem um papel na construção do conhecimento e da sua personalidade.
Construtivismo
O Comportamento (R) é uma resposta que varia em função da interação entre a personalidade do sujeito (P) e a situação (S).
Para compreendermos o comportamento de um individuo, em determinado caso, temos de considerar dois fatores:
1. A influência da personalidade na situação; 2. A influência das situações anteriormente vividas por alguém
na formação da sua personalidade
R=f( S P)
Desenvolvimento Cognitivo
Construção Ativa do Sujeito
Processo MudançasDescontínuo Qualitativas
Três Princípios em que se baseia a Teoria do Desenvolvimento Cognitivo
A criança não é um adulto em miniatura, dotado do Mudanças
Qualitativas
Construção Ativa do Sujeito
Descontinuidade
mesmo equipamento básico. Para Piaget, há uma diferença qualitativa entre o adulto e a criança,
quanto ao modo de funcionamento inteletual
Para além de alguns esquemas reflexos simples, só a necessidade de conhecer (adaptação ao meio) é
inata no ser humano. Desenvolvimento cognitivo é a construção ativa de estruturas que possibilitem
essa adaptação
O Desenvolvimento processa-se ao longo de momentos distintos (estádios), qualitativamente
diferenciados.
Estádios de Desenvolvimento
Fase do desenvolvimento que se distingue qualitativamente de fases anteriores e posteriores.
A sucessão de estádios obedece a uma sequência uniforme (não se aprende a ler antes de aprender a falar).
Corresponde ao surgimento de novos padrões comportamentais.
Cada estádio integra as aquisições do estádio anterior.
Fatores do Desenvolvimento
Hereditariedade e Maturação Física
Piaget refere-se a mudanças biologicamente determinadas no desenvolvimento físico e
neurológico que ocorrem de forma relativamente independente em relação às experiências
Fatores do Desenvolvimento
Experiência
Experiência para Piaget significa a atividade (física e mental) do sujeito sobre os objetos que permite distingui-los e organizá-los. Através dessa atividade,
formam-se as estruturas ou esquemas que possibilitam a ação e a compreensão da realidade.
Fatores do Desenvolvimento
Transmissão Social
Piaget refere-se ao processo através do qual somos influenciados, não pela nossa atividade própria, mas pelo contexto social, pela observação dos outros e
pela educação.
Fatores do Desenvolvimento
Equilibração
Cada novo estádio define-se pelo surgimento de novos esquemas e estruturas mais complexos. A
equilibração (verdadeirto motor do desenvolvimento) assegura formas de equilíbrio instável, cada vez mais
estáveis, na adaptação ao meio.
Desenvolvimento Cognitivo
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo implica que a atividade do sujeito na interação com o meio responda aos desequilíbrios cognitivos, procurando atingir um estado de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação.
Para Piaget, a necessidade de conhecer é um impulso inato, uma manifestação particular da necessidade de sobrevivência.
Esquemas
Padrões de ação e categorias ou estruturas mentais que organizam a interação do sujeito com o meio.
A adaptação envolve a construção de esquemas através da interação com o meio, graças a duas atividades complementares: a assimilação e a acomodação.
Durante os primeiros meses de vida, os esquemas baseiam-se em ações. Os objetos são agrupados conforme as ações que as crianças realizam. Assim, chupando e agarrando, as crianças criam categorias de objectos que podem ser chupados e agarrados.
Esquemas
A construção de esquemas com categorias de objectos que podem ser chupados e agarrados é a forma de as crianças “marcarem mentalmente os objetos com os quais se relacionaram”.
O Bebé pode ter um esquema de sucção na maior parte dos casos aplicado a mamilos. O Esquema “agarrar e abanar” é aplicado à manipulação de objetos. O Esquema “sorriso” é aplicável a rostos humanos Etc.
Esquemas
A partir de um certo momento, os esquemas constituem-se baseando-se mais em relações funcionais e conceptuais do que em ações.
As crianças em idade pré-escolar aprendem que garfos, facas e colheres formam um esquema ou categoria funcional denominado “coisas que uso para comer”. Aprendem também que cães e gatos constituem uma categoria mental ou esquema denominado “animais domésticos”.
Esquemas
Tal como as crianças em idade pré-escolar, as crianças mais velhas e adolescentes usam esquemas baseados em relações funcionais e conceptuais.
Os adolescentes começam a ser capazes também de construir esquemas baseados em propriedades abstratas.
Um adolescente poderá construir um esquema ou categoria mental “ideologias que desprezo”, nelas integrando o fascismo, o nazismo, o racismo e o sexismo, por exemplo.
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Acomodação
Adaptação
Equilibração Assimilação
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Processo adaptativo que consiste em incorporar novas informações nos esquemas já existentes.
Por exemplo, os bebés usam o esquema de sucção não só
A assimilação verifica-se quando usamos esquemas existentes para dar sentido aos novos acontecimentos ou experiências.
Através da assimilação, respondemos a uma nova situação de modo semelhante ao que adoptámos numa situação familiar, sem necessidade de modificar os esquemas existentes.
para se alimentarem, mas também para chuchar no dedo
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas existentes a novas informações e experiências, ajustando-os.
Os pais sabem que as primeiras Se os dados não podem ser incorporados nos esquemas existentes, é necessário o desenvolvimento de esquemas ou estruturas mais apropriados.
Por exemplo, a criança que aprendeu a agarrar objectos pequenos com uma mão, apercebe-se que outros objectos só podem ser levantados com duas mãos.
vezes que se dá de comer a uma criança com uma colher são uma experiência desconcertante para ela:
1. Primeiro começa por usar o esquema de sucção (que não
funciona bem) 2. Mais tarde a criança aprende a
adaptar a boca e a língua ao novo meio de alimentação
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Processo adaptativo que consiste em procurar estabelecer um equilíbrio entre assimilação e acomodação.
A equilibração é o verdadeiro motor do desenvolvimento. Promove a alternância entre assimilação e acomodação e o equilíbrio entre as duas.
É a equilibração que nos conduz a patamares superiores de equilíbrio. Nunca existe um total equilíbrio entre assimilação e acomodação.
PSICOLOGIA
Jean Piaget Estádios de Desenvolvimento Cognitivo
Estádio da Inteligência Sensório-Motora
Estádio da Inteligência Pré-Operatória
Estádio das Operações Concretas
Estádio das Operações Formais ou Abstratas
0 a 2 anos
2 a 7 anos
7 a 11 anos
Dos 11 anos em diante
Estádio Sensório-Motor
Estádio em que a inteligência se adapta ao meio essencialmente através de esquemas sensório-motores (atividade percetiva e atos motores).
Inicia-se com esquemas de ação reflexa, tais como agarrar e chuchar. Progressivamente, numa coordenação motora cada vez maior e alimentada pela curiosidade (desequilíbrio cognitivo) a criança vai desenvolvendo formas de comportamento mais complexas.
Estádio Sensório-Motor
8 aos 12 Através de uma assimilaçãomeses generalizada, um comportamento
aprendido numa determinada circunstância é utilizado numa nova
situação diferente, mas suficientemente parecida para que o
comportamento aprendido seja apropriado aos interesses da criança
Estádio Sensório-Motor
8 aos 12 1. Abrir a boca é um meio para obtermeses comida.
2. Chorar é um meio para obter atenção. 3. Se puxar uma toalha foi um bom meio
para alcançar um brinquedo, a criança vai puxar a toalha para alcançar um pedaço de pão (juntamente com pratos, copos e talheres).
Estádio Sensório-Motor
A criança poderá querer verificar, por
12 aos 18 meses
exemplo, que tipo de sons resultam do facto de:
1. Agitar um objecto; 2. Deixar cair um objeto; 3. Bater num outro objeto.
Embora a criança ainda não seja capaz de antecipar os resultado de uma ação
(daí, a necessidade de experimentar) começa a desenvolver uma crescente aptidão para representar objetos e situações.
Estádio Sensório-Motor
A partir dos 8 meses
Até ao 8 meses, a criançanão tem noção de que umobjeto continue a existirindependentemente da sua
ação ou perceção.
Estádio Sensório-Motor
Antes dos 8 meses, quando um brinquedo desaparece do campo de visão da criança, é
como se tivesse deixado de existir
Antes dos 8 meses, quando o brinquedo reaparece, é como se tivesse sido recriado.
Estádio Sensório-Motor
A partir dos 8 meses
A crença na existência independente e estável de um mundo de objetos e pessoas
é lentamente construída a partir dos 8 meses
Por volta dos 18 meses, estará plenamente adquirida a convicção de que fora do
alcance da perceção não significa fora da existência nem fora do pensamento.
Estádio Sensório-Motor
Por volta As crianças lembram-se, por exemplo, dedos 18 que deixaram um brinquedo no carro domeses pai.
São capazes de antecipar mentalmente os resultados de uma ação sem recorrer à experimentação ou manipulação material
dos objetos.
Estádio Sensório-Motor
Por volta dos 18 meses
Capacidade de Representação Simbólica
Pensar em objetos que estão fora do campo percetivo
Falar de objetos que estão fora do campo percetivo
Estádio Sensório-Motor
A grande aquisição do estádio sensório-motor é o conceito de objecto permanente ou de permanência do objeto.
Esta aquisição significa a emergência da capacidade de representação simbólica.
A partir do desenvolvimento da noção de permanência do objeto, a criança vai passar para um novo patamar: A inteligência prática do estádio sensório-motor vai enriquecer-se com a interiorização simbólica das ações, isto é, a capacidade de resolver mentalmente problemas e de usar a linguagem (inteligência representativa).
Estádio Pré-Operatório
Caraterísticas Gerais do Pensamento Pré-Operatório
A criança é incapaz de compreender Pensamento egocêntrico
que há várias perspetivas acerca da realidade e dos objetos, considerando
somente o seu ponto de vista.
O Sujeito concentra-se num aspeto de um problema ou de uma situação,
ignorando outros aspetos igualmente relevantes.
Estádio Pré-Operatório
Fase do Pensamento pré-concetual, centrada na imaginação e por ela
dominada (2 - 4 anos)
Fase do Pensamento Intuitivo, centrado na perceção dos dados sensoriais e a
ela submetida (4 - 7 anos)
Estádio Pré-Operatório
O Pensamento é dominado pela imaginação, isto é, a relação da criança com a realidade centra-se na sua imaginação.
O pensamento pré-concetual vive de imagens e não de conceitos.
É um pensamento mágico, que transforma o imaginário em realidade.
Através do jogo simbólico, a realidade perde a sua densidade objetiva. O Pensamento mágico transforma os objetos em realidades imaginadas de acordo com o desejo da criança.
Estádio Pré-Operatório
O pensamento é dominado pela imaginação, isto é, a relação da criança com a realidade centra-se na sua imaginação.
O pensamento egocêntrico é uma forma de funcionamento mental, e não uma
Pensamento egocêntrico: A criança, por exemplo, faz sinal de sim com a cabeça para confirmar que foi passear, apesar de estar ao telefone com a avó. Não fala, porque, do seu ponto de vista, a resposta que dá, movendo a cabeça, é suficientemente clara.
caraterística de personalidade (não é sinónimo de egoísmo). É um Comportamento Cognitivo
Estádio Pré-Operatório • Animismo . Realismo
Pensamento Pensamento Pré- Pré-
Concetual Concetual
Pensamento Pensamento Pré- Pré-
Concetual Concetual
• Finalismo . (Artificialismo
Estádio Pré-Operatório “O Sol está a deitar-se
Animismo
Realismo
Artificialismo
Finalismo
porque está com sono” “A minha boneca está doente”
Lobo Mau, Pai Natal, Fada Madrinha não são ficções.
“Quem pintou o Céu?”
“As nuvens movimentam-se para tapar o Sol” “As estrelas acendem-se
à noite para o Sol dormir
sem medo do escuro
Tendência para atribuir aos objetos físicos e aos fenómenos naturais qualidades psicológicas
Tendência para atribuir uma existência física a realidades
psicológicas
Tendência para acreditar que os
objetos físicos e acontecimentos naturais são produzidos por pessoas
Tendência para acreditar que nada acontece por acidente; tudo tem
uma justificação finalista
Estádio Pré-Operatório
No plano das relações interpessoais, o egocentrismo tem efeitos curiosos.
Pensamento egocêntrico: A criança é incapaz de ver e compreender as coisas admitindo que são possíveis diferentes pontos de vista.
Não compreende que os outros tenham diferentes ideias e sentimentos - julga que o seu ponto de vista é o único possível.
Estádio Pré-Operatório
A partir dos 4 anos, verifica-se uma redução do egocentrismo:
O pensamento é menos dominado pela imaginação e passa a ser dominado pela perceção.
A centração continua a condicionar o funcionamento inteletual.
Estádio Pré-Operatório
Pensamento Intuitivo
Raciocínio Pré-Causal
Dificuldade em distinguir uma classe de objetos de um só objeto.
Irreversibilidade: incapacidade para inverter mentalmente uma sequência de factos e de operações, regressando ao ponto de partida.
Estádio Pré-Operatório “O túmulo é a causa da
Raciocínio Pré-Causal
Distinguir classe de objetos de
um único objeto
Irreversibilidade
morte porque as pessoas mortas estão lá enterradas”
“O elefante que estava no Jardim Zoológico é o mesmo que está no circo”.
Experiências
Dificuldade de entendimento das relações causa-efeito
Confunde o todo com uma das suas partes. Prevalece o raciocínio
transdutivo
Dificuldade em compreender conceitos de conservação da quantidade, do volume ou do número.
Conservação da Quantidade
Inteligência Pré-Operatória
Conservação do Número
Inteligência Pré-Operatória
Conservação do Volume
Inteligência Pré-Operatória
Inteligência Pré- Operatória
Caraterística própria de um
Ausência de Conservação
Irreversibilidade
pensamento que, baseado na intuição e não na lógica, não compreende que
há permanência na mudança, confundindo aparência e realidade
Caraterística do pensamento pré-operatório que, decorrendo do seu
egocentrismo, não consegue retornar ao ponto de partida e coordenar
mentalmente o estado final e o estado inicial de um processo.
A continuar
1. Estádio das Operações Concretas 2. Estádio das Operações Formais