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Universidade Nove de Julho Curso de Psicologia 5º A Noturno ADRIANA ROSA SOUSA SILVA ADRIANA OLIVEIRA ARIELLE MOREIRA GUEDES BELTESSAZAR A. TEODORO BRUNA PETRUCELLI ARRUDA CAMILA SANDES LISLAINE A. A. TEODORO NATÁLIA PEREIRA SANTOS SABRINA ANDRADE THAÍS NAZÁRIO WILLIAN BERGAMINNY PSICOMOTRICIDADE SÃO PAULO/ SP MARÇO/ 2011

Psicomotricidade Em PDF

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Universidade Nove de Julho

Curso de Psicologia – 5º A – Noturno

ADRIANA ROSA SOUSA SILVA

ADRIANA OLIVEIRA

ARIELLE MOREIRA GUEDES

BELTESSAZAR A. TEODORO

BRUNA PETRUCELLI ARRUDA

CAMILA SANDES

LISLAINE A. A. TEODORO

NATÁLIA PEREIRA SANTOS

SABRINA ANDRADE

THAÍS NAZÁRIO

WILLIAN BERGAMINNY

PSICOMOTRICIDADE

SÃO PAULO/ SP

MARÇO/ 2011

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Definição

É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em

relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a

origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos:

o movimento, o intelecto e o afeto.

“Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento

organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua

individualidade, sua linguagem e sua socialização.” (Sociedade Brasileira de Psicomotricidade).

Áreas de atuação da Psicomotricidade Educação Psicomotora: É a ação educativa baseada e fundamentada no movimento natural

consciente e espontâneo com a finalidade de normalizar, completar ou aperfeiçoar a conduta global

da criança.

Reeducação Psicomotora: Abrange sujeitos desde a infância a idade adulta. Pode ser

desenvolvida tanto em caráter profilático quanto terapêutico.

Terapia Psicomotora: Realizada através de uma programação de exercícios que envolvem

atividades motoras, viso-motoras e emocionais. O trabalho visa melhorar o desenvolvimento

corporal da criança, bem como a aprendizagem, afetividade, social, tornando-a estruturada para que

possa se sentir segura e feliz.

Aspectos trabalhados na Psicomotricidade

Qualidade física: força, flexibilidade, agilidade, velocidade, coordenação motora, equilíbrio,

noções de espaço e tempo e lateralidade.

Aspecto afetivo e social: socialização e desenvolvimento de traços de personalidade como

organização, disciplina, responsabilidade, coragem e solidariedade.

Características cognitivas: capacidade de análise e desenvolvimento de memória.

Indicações

Quanto à incidência:

Corporal: dispraxia, desarmonia tônico-emocional, instabilidade postural, perturbações do esquema

corporal e da lateralidade, estruturação espacial e temporal, perturbações da imagem corporal,

problemas psicossomáticos.

Relacional: dificuldades de comunicação e de contato, inibição, hiperatividade, agressividade, limite,

afetividade etc.

Cognitiva: no plano do processamento informacional: défices de atenção, de memória, de

organização perceptiva, simbólica e conceptual.

Educativa: na propedêutica das aprendizagens escolares e no afinamento das praxias coordenativas.

Aquática: na propedêutica das dificuldades físico-afetivas, onde o espaço aquático proporciona uma

contenção natural do corpo que sente, fala e se comunica.

Estruturas psicomotoras de base Locomoção: Quando nos deslocamos de um lugar ao outro.

Exemplo de atividade: macaquinho mandou.

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Manipulação: Habilidade de manuseio.

Exemplo de atividade: cobra cega.

Tono Corporal: Ajustamento da postura.

Exemplo de atividade: dançar com a bola na testa.

Lateralidade: Noção de direita e esquerda é importante para a orientação espacial.

Exemplo de atividade: brinquedo cantado rock pop.

Coord. Fina: Quando se trabalha com as extremidades dos segmentos.

Exemplo de atividade: bola de gude, nariz de ferro.

Coord. Grossa: Quando se trabalha com a totalidade das mãos ou do corpo.

Exemplo de atividade: queimado.

Coord. da dinâmica geral: É a atuação conjunta do sistema nervoso central e da musculatura

esquelética, na execução do movimento. Temos a coordenação motora ampla e seletiva.

Exemplo de atividade: carniça.

Equilíbrio: É a capacidade de manter-se sobre uma base, pode ser estático e dinâmico.

Exemplo de atividade: amarelinha.

Esquema Corporal: é o conhecimento que temos do corpo em movimento ou em posição estática, em

relação aos objetos e o espaço que o cerca. É através do desenvolvimento do esquema corporal que a

criança toma consciência de seu corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo.

Exemplo de atividade: raposa que gostava de comer capim.

Fatores Psicomotores (Lis)

Tonicidade: estado de tensão ativa dos músculos, primeiro sistema complexo que compreende a

psicomotricidade. Sem a organização tônica como suporte, a atividade motora e a estrutura

psicomotora não se desenvolvem. Observando a amplitude dos movimentos, a resistência ao

movimento, a palpação da atividade flexora e extensora dos diferentes músculos é possível

determinar o tipo de tônus muscular. A tonicidade se desenvolve dos nascimentos aos 12 meses de

vida. A tonicidade avalia o tônus de suporte: extensividade, passividade, paratonia;

Equilíbrio: responsável pelos ajustes posturais antigravitários, estabelecendo autocontrole nas

posturas estáticas e no desenvolvimento de padrões locomotores. O controle da postura bípede se

desenvolve por volta dos 12 meses aos 2 anos de idade. A criança é capaz de manter equilíbrio com

os olhos fechados por volta dos 7 anos, sendo que a habilidade é refinada com a idade.

Lateralidade: é a capacidade motora de percepção dos lados do corpo (direito e esquerdo); a

predominância de 1 dos lados do corpo se faz em função do hemisfério cerebral; a lateralização inata

é governada basicamente por fatores genéticos, embora o treino e os fatores de pressão social podem

influenciar. A lateralidade manual surge no final do 1º ano, mas só se estabelece por volta dos 4 – 5

anos. A lateralidade só se estabelece aos 5 – 6 anos e o reconhecimento da mão direita e esquerda no

outro, ocorre após os 6 anos e meio.

Esquema Corporal: noção de Eu, conscientização corporal, percepção corporal e condutas de

imitação.

Linguagem Corporal: impressão que a pessoa tem de si mesma.

Esquema Corporal: conhecimento intelectual das partes do corpo e suas funções.

A noção de corpo surge em torno dos 3 - 4 anos.

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Organização Espacial: consciência da localização das coisas entre si, auto-organizar diante do

mundo que o cerca, noção de direção e noção de distância. Embora o acesso ao espacial seja

proporcionado pela motricidade, a visão é o sistema sensorial mais preparado para estruturá-lo. Esse

desenvolvimento se dá em torno dos 4 – 5 anos.

Organização Temporal: capacidade de situar-se em função: sucessões dos acontecimentos, duração

dos intervalos, são abstratos e difíceis de serem adquiridos pela criança. A percepção temporal é

mais complexa que a espacial.

Ritmo: o exercício rítmico é importante para trabalhar a concentração e a atuação. As atividades

rítmicas devem ser trabalhadas de forma a causar: descontração, calma, prazer e confiança. É

importante que a criança tome consciência de seu corpo como um instrumento rítmico.

Coordenação Motora Global: no estudo da Praxia Global observa-se a postura e a locomoção, isto é,

a integração sistêmica dos movimentos do corpo com os estímulos ambientais. Possibilidade dos

movimentos amplos do corpo como andar, correr, pular, saltitar, rastejar, engatinhar entre outros.

*Praxias: movimento intencional, organizado, consciente, voluntário, que tem como objetivo a

obtenção de um resultado.

*Apraxias: impossibilidade de resposta motora para realizar movimentos durante uma atividade

(movimentos voluntários).

*Dispraxia: caracterizada por 1 disfunção na organização tátil, vestibular e proprioceptiva que

interfere na capacidade de agir, repercutindo no comportamento sócio- emocional e no potencial de

aprendizagem.

Coordenação Motora Fina: capacidade de controlar pequenos músculos para a realização de

habilidades finas A coordenação fina envolve concentração, organizaçãodos movimentos e

coordenação viso-motora. Os exercícios de praxia fina podem ser realizados com atividades que

envolvem o corpo como um todo, visando estimular a destreza, a velocidade e a precisão dos

movimentos

Coordenação Músculo- Facial: relacionado com os movimentos finos da face, fundamentado para a

fala, mastigação e deglutição. Começa a ser aprimorado por volta dos 6 – 7 anos.

Desenvolvimento das Capacidades Psicomotoras

Fatores Psicomotores Idade:

Tonicidade 0 a 12 meses

Equilibração 12 meses aos 2 anos

Latelarização 2–3anos

Noção do corpo 3 – 4 anos

Estruturação espaço-motora 4 – 5 anos

Praxia Global (grossa) 5 – 6 anos

Praxia (fina) 6 – 7 anos

Como identificar os distúrbios psicomotores

Para detectar um problema de psicomotricidade, é necessário submeter à criança a uma avaliação

psicomotora através de exercícios específicos, que verifiquem aspectos como:

_ qualidade tônica (rigidez ou relaxamento muscular);

_ qualidade gestual (dissociação manual e dos membros superiores e inferiores);

_ agilidade;

_ equilíbrio;

_ coordenação;

_ lateralidade;

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_ organização espaço temporal;

_ grafomotricidade.

A avaliação pode revelar na criança, respeitadas as características próprias do seu

desenvolvimento, se existem atrasos no desenvolvimento motor e perturbações de equilíbrio,

coordenação, lateralidade, sensibilidade, esquema corporal, estrutura e orientação espacial, grafismo,

afetividade, etc.

Estes problemas podem ser identificados na pré-escola ou nas séries iniciais do primeiro grau

Tipos de Distúrbios

Quanto a classificação será destacada a de Grünspun, que divide o distúrbio nos seguintes

quadros: instabilidade psicomotora; debilidade psicomotora (paratonia e sincinesia); inibição

psicomotora;lateralidade cruzada e imperícia.

Instabilidade Psicomotora

É o tipo mais complexo e que causa uma série de transtornos pelas reações que o portador

apresenta. Predomina uma atividade muscular contínua e incessante. Apresentam:

_ instabilidade emocional e intelectual;

_ falta de atenção e concentração;

_ atividade muscular contínua (não terminam as tarefas iniciadas);

_ falta de coordenação geral e de coordenação motora fina;

_ equilíbrio prejudicado, hiperatividade;

_ altos e baixos em provas psicométricas e idade mental baixa nas provas de desenhos;

_ deficiência na formulação de conceitos e no processo da percepção: discriminação de

tamanho, orientação espaço-temporal, discriminação da figura-fundo etc.;

_ alteração da palavra e da comunicação, atraso na linguagem e distúrbios da palavra;

_ alteração da função motora: atraso nos níveis: atraso nos níveis de desenvolvimento motor e na

maturidade geral;

_ alterações emocionais: são impulsivas, explosivas, destruidoras, sensíveis, frustram-se com

facilidade;

_ características durante o sono; movimentam-se excessivamente enquanto dormem, fazem

movimentos rítmico com o corpo ou a cabeça no travesseiro, apresentam terror noturno;

_ alterações no processo do pensamento; dificuldade para abstrair, pensamento desorganizado,

memória pobre, atenção deficiente;

_ características sociais: têm dificuldades na leitura, escrita e na aritmética (discalculia); lentidão nas

tarefas; dificuldade de copiar do plano vertical para o plano horizontal (do quadro para o caderno);

_ babam excessivamente quando pequenas, chupam o dedo, roem unhas, têm dificuldade no controle

dos esfíncteres e são de fácil fatigabilidade;

_ problemas disciplinares graves na família, na escola e na sociedade.

As crianças com instabilidade motora não podem permanecer, via de regra, em turma comum.

Devem ter atendimento individual de um professor especializado ou fazer parte de pequenos grupos.

Nesse quadro podem aparecer também tiques. São movimentos automáticos, involuntários e

incontroláveis. Repetem-se sempre da mesma forma, independentemente da vontade da criança e em

geral começam depois dos 4 anos de idade.

Debilidade Psicomotora

Caracteriza-se pela presença de paratonia e sincinesia.

Paratonia: É a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro

extremidades do corpo ou somente em duas. A criança apresenta incapacidade de relaxar

voluntariamente um músculo. Quando a criança caminha ou corre, os braços e as pernas se

movimentam mal e rigidamente. Ao caminhar ou na postura estática apresenta uma certa

deselegância. A qualquer tipo de solicitação, interna ou externa, a rigidez aumenta.

Se compararmos uma criança com a motricidade normal com uma criança que apresente

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paratonia, podemos observar que balançando o corpo de um lado para o outro, seguras pelos ombros,

o movimento da criança normal é livre e amplo, já na criança com debilidade psicomotora o

movimento se apresenta muito limitado, como se estivessem bloqueados. O mesmo padrão de

comportamento motor poderá ser observado se levantarmos os braços das crianças até a altura dos

ombros e os largarmos livremente.

Sincinesias: É a participação de músculos em movimentos nos quais eles são desnecessários. Por

exemplo quando colocamos algo numa das mãos de uma criança com debilidade motora e pedimos

que ela aperte o objeto fortemente, sua mão oposta também se fechará. Um teste que para ela é

impossível é ficar sobre um pé só.

Nos casos de sincinesia percebemos ainda: descontinuidade dos gestos, imprecisão de

movimentos

no braços e nas pernas; os movimentos finos dos dedos não são realizados e, num dado ritmo, não

conseguem reproduzi-los através de atos coordenados , nem por imitação.

Em geral, as crianças com debilidade motora apresentam:

_ distúrbios de linguagem (articulação, ritmo e simbolização);

_ hábitos manipuladores: enrolar o cabelo, chupar os dedos;

_ tremores na língua, nos lábios ou nas pálpebras, bem como nos dedos quando iniciam uma

atividade ou fazem força com eles;

_ disciplina difícil;

_ atenção deficiente e coordenação motora pobre;

_ dificuldade de realizar movimento finos;

_ afetividade e intelectualidade comprometidas (seu aspecto habitual não é de sofrimento, mas de

indiferença e apatia, confundido freqüentemente com o de deficientes intelectuais);

_ sonolência maior que a de outras crianças;

_ enurese noturna e até diurna por muitos anos;

_ isolamento social e crises de birra ou de ansiedade ao enfrentarem situações difíceis;

_ dificuldade na aprendizagem da leitura, escrita e aritmética.

As crianças com debilidade psicomotora devem ser submetidas a um trabalho individualizado

com professor especializado, ou fazer parte de pequenos grupos, à medida que forem se

recuperando.

Inibição Psicomotora

As características da debilidade psicomotora estão presentes nesse quadro, com uma distinção

fundamental: na inibição psicomotora existe a presença constante de ansiedade. As crianças com

inibição psicomotora apresentam:

_ estado de ansiedade constante; sobrancelhas franzidas, cabeça baixa;

_ problemas de coordenação motora;

_ distúrbios glandulares, de pele, circulatórios e tiques, além de enurese e encoprese;

_ rendimento superior ao das crianças com debilidade psicomotora, mas fracassam em provas

individuais (exames, chamadas orais) por causa da ansiedade.

Ao contrário dos outros tipos de distúrbios psicomotores, apreciam situações novas e se

comportam melhor quando em grupo. Podem permanecer em classe comum, desde que sejam

atendidos individualmente algumas vezes por semana por professores especializados.

Lateralidade Cruzada

A grande maioria dos autores acredita na existência de um hemisfério dominante no cérebro, que

é responsável pela lateralidade do indivíduo. Assim, de acordo com a ordem enviada do hemisfério

dominante, teríamos o destro e o canhoto.

Além da dominância da mão existe a do pé, a do olho e a do ouvido. Quando estas dominâncias

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não se apresentam do mesmo lado, dizemos que o indivíduo possui lateralidade cruzada. Até os 18

meses a criança é ambidestra, usa indiscriminadamente ambos os lados. A partir de 2 anos é que ela

define sua lateralidade.

Quando a dominância é direita ou esquerda, não ocorre nenhuma perturbação no esquema

corporal, mas de forma geral, quando a lateralidade é cruzada, os distúrbios psicomotores são

evidentes e resultam em deformação no esquema corporal.

Esse tipo de distúrbio psicomotor é mais comum entre as crianças canhotas do que as destras.

A lateralidade cruzada pode apresentar:

_ mão direita dominante e olho esquerdo dominante;

_ mão direita dominante e pé esquerdo dominante;

_ mão esquerda dominante e olho direito dominante;

_ mão esquerda dominante e pé direito dominante.

Na análise da lateralidade é preciso excluir os casos de deficiência de visão e de audição.

A criança com lateralidade cruzada pode apresentar os seguintes problemas:

_ alto índice de fadiga;

_ freqüentes quedas (é desajeitada e desastrada);

_ coordenação pobre, não conseguindo desenvolver satisfatoriamente as habilidades manuais;

_ atenção instável;

_ problemas de linguagem, especialmente as dislalias, linguagem enrolada e rápida;

_ distúrbios do sono;

_ escrita repassada, espelhada, de cabeça para baixo ou ilegível (apresenta omissões de letras ou

sílabas e lentidão);

_ leitura também comprometida;

_ intranqüilidade , sensações de inadequação ou de inferioridade.

A criança com esse tipo de distúrbio psicomotor pode freqüentar uma classe comum, mas

necessita de um trabalho especializado, individual e com supervisão médica.

Imperícia

O portador de imperícia normalmente possui inteligência normal, com evidência de uma

frustração pelo fato de não conseguir realizar certas tarefas que requerem uma apurada habilidade

manual.

A criança com imperícia apresenta:

_ dificuldade na coordenação motora fina;

_ quebra constantemente objetos;

_ letra irregular;

_ movimentos rígidos;

_ alto indício de fadiga.

Como é um distúrbio de menor gravidade, sua recuperação se dá mais facilmente. A criança deve

ser encaminhada para atendimento individual, uma ou duas vezes por semana, podendo freqüentar

uma classe comum.

Apraxias

Consistem na incapacidade de realização de atos motores sob comando ou imitação, na ausência

de déficit de compreensão, de sensibilidade ou da força muscular. São caracteristicamente

determinadas por lesões parietais. O indivíduo portador de aprazia apresenta muita dificuldade em

realizar movimentos ao comando verbal ou mímico, porém podem executar os mesmos movimentos

de forma automática.

As apraxias podem ser classificadas segundo suas características em:

- Apraxia dinâmica;

- Apraxia ideomotora;

- Apraxia ideatória;

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- Apraxia Construtiva;

- Apraxia Mielocinética;

- Apraxias especiais que se dividem em: apraxia da marcha, do vestir, buço linguofacial, agnóstica e

diagnóstica.

Apraxia dinâmica

Impossibilidade de repetir 3 gestos elementares em uma mesma ordem ou impossibilidade de

submeter cada mão a uma ação alternada. Essa apraxia é comum aparecer e, indivíduos sequelados

no lobo frontal sendo mais acentuado nos casos das lesões frontais esquerdas mais que as de lobo

frontal direito.

Apraxia ideomotora

É a inabilidade de realizar atos motores sob comando verbal, embora esses atos sejam facilmente

realizados de modo espontâneo. Lesões do fascículo arqueado e da porção anterior do corpo caloso

podem ser responsáveis por esse tipo de distúrbio.

Apraxia ideatória

É a incapacidade de realizar certos movimentos seqüênciais na realização de um ato (como o

exemplo clássico de tirar um cigarro do maço e acendê-lo). embora cada movimento separado seja

executado facilmente. A localização precisa das estruturas afetadas nessa disfunção neuropsicológica

ainda é incerta.

Apraxia construtiva

É a incapacidade de reproduzir ou copiar um modelo visual apresentado, na ausência de

distúrbios visuais, perceptivos ou motores. Lesões parietais localizadas à direita, costumam

determinar quadros mais intensos, geralmente associados a negligência dos elementos contralaterais.

Quando à esquerda, cursam com afasia do tipo fluente.

Apraxia Mielocinética

Manifesta-se pela redução da esponteaneidade motora, o movimento torna-se desajeitado. Esta

anormalidade pode ser vista na mímica principalmente quando se solicitam movimentos distais

independentes rápidos de dedos. Ela é manifestada no hemicorpo contralateral ao hemisfério lesado,

o qual pode ser o lobo frontal e parietal.

Dispraxia Verbal

Os termos Dispraxia Verbal, Dispraxia Evolutiva ou Apraxia da fala, freqüentemente são

utilizados indistintamente para indicar uma desordem expressiva, de origem neurológica, que

interfere na produção dos sons da fala e sua sequencialização em sílabas ou palavras. Tal desordem é

ocasionada por uma sutil lesão ou falta de desenvolvimento na zona motora do cérebro encarregada

da programação dos movimentos dos órgãos articulatórios.

Geralmente, o individuo não tem dificuldade em atividades não verbais nas quais intervenham os

músculos relacionados com estes movimentos, tais como tossir, mastigar ou deglutir, já que

implicitamente estes músculos não estão comprometidos.

No entanto, em alguns casos pode estar associada uma apraxia ou dispraxia oral, a qual se

caracteriza por dificuldades para organizar os movimentos com miras a inflar as bochechas, projetar

rápidamente a língua, fazer mímicas orais, etc.

Na Dispraxia da fala, os erros na articulação são inconsistentes e não dependem da vontade do

individuo para controlá-los. Freqüentemente, um individuo será capaz de produzir um som ou uma

palavra uma vez e não ser capaz de dizê-la mesma na fôrma correta novamente quando quiser, o que

é bastante frustrante tanto para ele como para os seus interlocutores.

A maioria das crianças com dispraxia ou apraxia da fala não possuem antecedentes de sofrimento

fetal ou hipóxias que poderiam sugerir uma causa pre ou perinatal. Simplesmente neste momento

não se sabe que a ocasiona.

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É raro achar uma pessoa com uma dispraxia ou apraxia da fala pura. Geralmente há eventos

associados, tais como atrasos no desenvolvimento da linguagem, deficiências no processamento da

informação auditiva, ou dificuldades cognitivas.

Portanto, uma avaliação completa sempre é necessária, realiçada por uma Equipe Profissional

Transdisciplinar.

Algumas características observáveis na pessoa com dispraxia da fala

A capacidade receptiva, ou de compreender o discurso dos interlocutores, excede em muito a

capacidade que tem para expressar-se oralmente. a família informa que o individuo entende tudo,

mas que fala muito "enrolado" ou quase nada.

Para uma criança pequena com dispraxia ou apraxia da fala, é notoria a baixa quantidade e

qualidade na produção de sons que pode usar automaticamente, limitándo-se ás vezes a emissão de

somente uma sílaba. Os pais freqüentemente descrevem a seu filho como uma "criança judiciosa ou

caladinha".

Desde os seus primeiros anos, pode ter desenvolvido um elaborado código não verbal ou gestual

para a sua comunicação. A sua limitada expressão oral é acompanhada por gestos, pequenas

dramatizações ou pelo desenho do que quer ou necessita.

Para eles torna-se mais fácil a produção de palavras curtas em que predominem as vogais, devido

à complexidade que é necessária a articulação de consoantes.

Geralmente, entre mais longa seja uma frase ou oração, menor é a inteligibilidade (facilidade para

compreender) da fala.

Para eles é mais fácil imitar a fala do que expressar espontaneamente as suas idéias.

Parece que o seu dicionário interno se empobrece com o tempo. Os pais ou interlocutores

reportam que em certa ocasião podem produzir determinada palabra, não voltando a pronunciá-la

depois. É como se fosse apagada ou não estivera disponível no seu cérebro, pelo qual tendem a

mostrar-se huranhos ou agressivos com os outros.

Ocasionalmente as crianças com dispraxia o apraxia da fala são "rotuladas" como estudantes com

problemas de aprendizagem, já que podem apresentar dificuldades na motricidade fina, ou para

sequencializar ou ordenar objetos e / ou signos gráficos como letras e números na escrita.

Diferença entre atraso na fala e dispraxia da fala

A Dispraxia da fala é considerada como uma desordem motora da fala, caracterizada

predominantemente pela dificuldade para a sequencialização dos movimentos voluntários

necessários para a expressão. Os erros são inconsistentes. Em um dado momento, o individuo produz

um determinado som corretamente e depois não pode fazê-lo da mesma forma.

Um Atraso no Desenvolvimento da fala ocorre quando a criança não segue a "típica" trajetória na

aquisição da expressão oral, no mesmo ritmo de outras crianças e comete erros geralmente

consistentes; isto é, estão alterados quase sempre os mesmos sons, que podem ser omitidos,

substituídos ou distorcidos .

Formas de reabilitação

Raciocínio lógico matemático: É importante usar exercício que necessitem a ultilização de

problemas e o raciocínio indutivo.

Exemplos: A caixa das bolinhas.

Colecionar em uma caixa várias bolinhas de gude, ordenadas em cores diferentes, e fazer sobre

tampas de garrafas de água os sinais aritméticos.

Usando as bolinhas e os sinais é possível exercitar-se progressivamente operações simples. Duas

bolinhas e o sinal + ao lado de uma bolinha e o sinal = deve levar o paciente a ordenar 3 bolinhas e assim

por diante. As bolinhas servem para, também, exercitar outras operações e ele deve verbalizar as

operações efetuadas, transferir para as bolinhas as operações realizadas no papel (primeiro com bolinhas

e depois com números). Em etapas seguintes, o terapeuta indica as parcelas e o paciente apresenta os

resultados. Dadinhos

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Dados de tamanhos ou cores diferentes adquiridos no comércio ou improvisados em cubos de

papelão.

Brincar com os pacientes, individualmente ou em grupo, de jogar dois ou mais dadinhos sobre uma mesa

e exercitar a soma dos pontos. Levar o pacientea descobrir qual dos dados apresenta maior e menor

número de pontos; subtrair o número maior do menor e, progressivamente, incluir mais dados nessa

operação.

Reabilitação voltada a crianças

Psicomotricidade e atividade lúdica: A psicomotricidade pode ser apresentada a criança como uma

série de exercícios a serem cumpridos com seriedade ou como situações lúdicas, onde ela se esenvolverá

como uma brincadeira, de forma prazeroza, e estará desenvolvendo igualmente sua potencialidade

psicomotora.

A criança ao brincar de amarelinha está desenvolvendo praxia global, lateralidade, equilíbrio, noção de

espaço..., sem que tenha que seguir movimentos pré-determinados por alguém especificamente, seguindo

unicamente as regras do jogo com as quais assume concordar quando se dispõe a brincar.

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