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    A PSICOPEDAGOGIA E A ESCOLA HOSPITALAR:Teoria e realidade.

    Francisca Maria de Sousa

    Psicopedagoga do Hospital Infantil Lucdio Portela-HILPProf. Substituta do DEFE / CCE da Universidade Federal do Piau

    1. INTRODUO

    Durante a hospitalizao, a criana sofre um distanciamento de seus laosfamiliares e sociais, esboando-se um novo cenrio: o hospital e os procedimentosclnicos. Assim, essa pesquisa buscou refletir acerca da psicopedagogia e suacontextualizao com nfase na perspectiva psicomotora, suporte que permita crianacontinuar participando do processo educativo, aprendendo e se desenvolvendo, j quedurante o processo de internao hospitalar, sua vida social continua em um permanente processo de interao. Diante tal reflexo delimitou-se o seguinte problema: Quais as contribuies do acompanhamento psicopedaggico scrianas/adolescentes internadas no HILP por tempo prolongado, para minimizar adefasagem de aprendizagem escolar, bem como para a melhoria do quadro clnicodestas?

    Considerou como objetivo geral deste estudo a anlise da importncia e osreflexos do acompanhamento psicopedaggico para a reduo da defasagem deaprendizagem escolar, bem como para melhoria do quadro clnico e do desempenho no processo de aprendizagem das crianas/adolescentes hospitalizadas por tempo prolongado no Hospital Infantil Lucdio Portela- HILP.

    Um dos principais objetivos especficos foi: Observar de que forma asatividades psicopedaggicas influenciaram no desempenho escolar da criana internada por tempo prolongado.

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    Procurou-se trilhar um percurso metodolgico com nfase na abordagem qualitativa eteve como suporte terico metodolgico a pesquisa participante. Segundo Demo (1981)a pesquisa participante enquanto pesquisa de ao ligada a prxis ou seja, prticahistrica em termos de utilizar o conhecimento cientfico para fins explcitos deinterveno; no escondendo sua ideologia poltica sem com isso necessariamente perder de vista o rigor metodolgico. Nesse sentido a experincia do acompanhamento psicopedaggico desenvolvido noHILP, surgiu do envolvimento da pesquisadora que ao intervir na realidade destehospital, muitas idias foram surgindo o que a fez surgir no Piau como pesquisadora pioneira na rea da educao hospitalar fato esse que justifica a utilizao da pesquisa participante com nfase na abordagem qualitativa, como referncia metodolgica paranosso estudo.

    Entretanto torna se pertinente enfatizarmos a respeito da psicopedaggica, buscando compreender os enfoques preventivo e teraputico defendidos na atuao psicopedaggica a partir de uma perspectiva psicomotora, bem como seus campos deatuao. Estes suportes tericos para o embasamento de estudo realizado em ambientehospitalar, sero de grande importncia para se compreender o processo deaprendizagem em crianas e adolescentes que se encontram em pleno processo de

    desenvolvimento escolar e recebem atendimento psicopedaggico no prprio hospital.Portanto, perceber a criana no ambiente hospitalar no s no processo de

    recomposio do organismo doente, pelo vis da perspectiva biolgica, mas tambm para compreender os aspectos afetivos, psicomotores e cognitivos, luz do enfoque psicopedaggico, o que pode vir a ser uma tarefa inovadora e propiciadora dosurgimento de enfoques, cada vez mais consistentes na rea da escola hospitalar. Parauma melhor compreenso destas perspectivas, trataremos a seguir da psicopedagogia e

    de sua contextualizao.

    2. DESENVOLVIMENTO

    2.1 A psicopedagogia e sua contextualizao.Muitas discusses j se tm levantado a respeito da psicopedagogia,

    principalmente em relao ao prprio termo, acerca dos quais alguns autores como:Pan (1985), e Fernndez (1990), entre outros autores, discutem a definio do termo,enfatizando os motivos que levam a essa denominao, inclusive discordando no ser

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    esta uma rea de aplicao da psicologia pedagogia, por ter uma produo deconhecimento cientfico, decorrente da necessidade de uma melhor compreenso do processo de aprendizagem, que foi e ainda bastante discutido no meio cientfico.

    A literatura mostra que o surgimento da psicopedagogia deu-se na segundadcada do sculo XX, nos Estados Unidos, Europa e na Frana, onde foram fundados os primeiros grupos de profissionais formados por mdicos, psiclogos, educadores eassistentes sociais, objetivando tratar de crianas com comportamentos socialmenteinadequados, tanto na escola quanto no lar, buscando sua readaptao.

    Observa-se que a princpio houve uma preocupao com a questo detratamento dos problemas relacionados com os distrbios de aprendizagem. Hoje,diante da evoluo dos estudos nesta rea, a psicopedagogia assume um carter bemmais amplo. Segundo a literatura da Argentina, pas onde se presencia uma grandeevoluo nesta rea, cujos conhecimentos se disseminaram no Brasil na dcada de 90, a psicopedagogia, durante trinta anos, passou por vrias mudanas, no sentido daafirmao e estabelecimento do seu objeto de estudo e campo de atuao. Da surgealguns tericos argentinos como, Sara Pan (1985, Alicia Fernndez (1990) entreoutros). Estas tericas foram as primeiras a coordenar cursos de psicopedagogia emnosso pas.

    No Brasil, diversos autores que tratam da questo da psicopedagogia, comoBossa (1994), Visca (1991), Weiss (1992), entre outros, enfatizam seu carter interdisciplinar, cujo termo foi explicado por Barthes (1988), citado por Bossa (1994),como sendo aquele que consiste em criar um objeto novo que no pertena a ningum,mas s associaes dialticas entre dimenses polares, como por exemplo, teoria e prtica; ao e reflexo; generalizao e especializao; entre outras. Essa concepo seencaminha para uma busca de superao das dicotomias em muitas das reas do

    conhecimento, evitando assim uma viso incompleta da realidade. Dessa forma, ainterdisciplinaridade contempla uma viso interativa, relacional e global da realidade.Da a psicopedagogia enfatizar seu carter interdisciplinar, uma vez que o seu quadroterico exige uma fundamentao em vrias reas como a psicanlise, a psicologiasocial e a epistemologia gentica, entre outras.

    Em funo do seu carter interdisciplinar, como base para o seu campo deatuao, passou-se a pensar sobre seu objeto de estudo, objetivando construir suadefinio. Bossa (2000), diz que a psicopedagogia tem como objeto de estudo o prprio processo de aprendizagem da criana e seu desenvolvimento normal e patolgico em

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    contexto (realidade interna e externa), sem deixar de lado os aspectos cognitivos,afetivos e sociais implcitos em tal processo. Ainda de acordo com a autora referida, oobjeto de estudo da psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: o

    preventivo, que se preocupa com o ser humano em desenvolvimento e as alteraesdesse processo, podendo esclarecer sobre as caractersticas das etapas dodesenvolvimento; e o enfoqueTeraputico, que se preocupa com a identificao, aanlise, e a elaborao de uma metodologia de diagnstico e tratamento dasdificuldades de aprendizagem.

    Neste sentido o acompanhamento psicopedaggico realizado no HILP secaracteriza por uma perspectiva preventiva, uma vez que se levou em considerao o processo de aprendizagem da criana, observando o desempenho, com o intuito derealizar atividades que partem do seu prprio repertrio intelectual. Entretanto, emboraainda no tenha sido possvel organizar um acompanhamento que d continuidade ao programa de atividades realizado na escola regular desta criana, o acompanhamento psicopedaggico busca compreender uma perspectiva de aprendizagem, considerando orepertrio de aprendizagens que a criana traz consigo ( anexo-Quadro 1). No que diz respeito ao enfoque teraputico, podemos considerar que o acompanhamento psicopedaggico do HILP tambm enfatiza essa perspectiva, uma vez que durante a

    realizao das atividades desenvolvidas com as crianas/adolescentes, observamosalgumas dificuldades relacionadas aos aspectos psicomotores, dentre os quais citamos:esquema corporal, lateralidade, organizao e estruturao da noo espacial,organizao e estruturao temporal, entre outros (anexo-Quadro 2).

    2.2 A psicopedagogia: uma perspectiva psicomotricista.

    De acordo com Fonseca (1996) e Oliveira (2002), o termo psicomotricidade surgiu pela primeira vez com Dupr, em 1920, significando umentrelaamento entre o movimento e o pensamento, sendo considerada uma rea doconhecimento que nasceu a partir dos estudos mdico-neurolgicos do final do sculoXIX, onde se caracterizou a motricidade como funo do sistema nervoso pela qual semanifesta o movimento realizado a partir dos estmulos conduzidos nas zonas do crtexcerebral situadas mais alm das regies motoras.

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    Buscando compreender a gnese da psicomotricidade que muitosestudos surgiram enfatizando os aspectos psicomotores para explicar odesenvolvimento psquico do ser humano. Dentre estes citamos os estudos de Piget eWalon. Fonseca (1996) afirma que Piaget foi o terico que mais estudou as inter-relaes entre a motricidade e a percepo, atravs de uma ampla experimentao; jWallon assinalou bem a importncia da motricidade, quando se reporta ao motrizcomo regulador de todo aparecimento e desenvolvimento das funes mentais do ser humano.

    Diante de tais afirmaes, embora o esse estudo no tivesse por objetivocompreender especificamente o desenvolvimento psicomotor da criana internada, ediante da situao pela qual esta passa, enfrentando a doena e suas relaes scio-

    afetivas, estabelecidas desde tenra idade, cabe a ns educadores e psicopedagogos preocupar-nos com a questo psicomotora desta criana, uma vez que os aspectos psicomotores se estruturam durante todo o processo de desenvolvimento. Portanto, aaprendizagem da criana sujeita as internaes freqentes, de certa forma, interrompida e conseqentemente comprometida.

    Para Coutinho e Moreira (1995), a educao psicomotora constitui um tema polmico entre os educadores, porque alguns acreditam que, se a criana no tiver

    acesso pr-escola, (perodo em que se supe ajudarmos a criana no desenvolvimentodos aspectos psicomotores), poder ter srios problemas de aprendizagem, principalmente relacionados leitura e escrita. H outras posturas que acreditam nodesenvolvimento natural e espontneo da psicomotricidade, j que, em qualquer circunstncia social ou scio-econmica, todo indivduo experimenta e exercita certocontrole motor sobre diferentes aspectos de seu organismo.

    Diante das duas posies sinalizadas pelas autoras, acreditamos que uma

    no exclui a outra, apesar de que muitos estudos vm apontando uma correlao muitoalta entre dificuldades de aprendizagem nas sries iniciais e dificuldades psicomotoras. Neste sentido, acreditamos que se trabalharmos a partir de uma perspectiva psicomotoracom a criana hospitalizada, os reflexos podero ser positivos com relao aprendizagem; pelo fato das mesmas se encontrarem ausentes da escola, perdendoassim a oportunidade de ser estimuladas no aspecto psicomotor. Podemos considerar,dentre as atividades que contemplam tal aspecto, as j referidas anteriormente comorealizadas no acompanhamento psicopedaggico do HILP como: brincar com jogoseducativos, realizao de desenho livre, recorte e colagem, pintura com tinta guache,

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    montagem de figura, principalmente da figura humana, preenchimento de superfciecom papel crepom, entre outras.

    Dentre estas atividades, observamos que as crianas participantes doacompanhamento sentem maior prazer em brincar e desenhar. Para Piaget (1971)citado por Garakis (1992), quando a criana brinca, assimila o mundo sua maneira,sem compromisso com a realidade. Assim, acreditamos que brincar permite tambmque a criana aprenda a lidar com as emoes, equilibrando-se diante das tensesadvindas do meio, construindo assim a sua individualidade, sua marca pessoal. J comrelao ao desenho, para Lowenfeld e Britain (1942), o desenho para a criana umamaneira de se expressar naturalmente, refletindo assim os seus sentimentos, capacidadeintelectual, o gosto esttico e at a sua evoluo social.

    De acordo com a viso dos autores referidos, para crianas internadas de fundamental importncia enfatizar as atividades que se relacionam com brincar edesenhar, uma vez que estas atividades tm uma abrangncia relevante na construodo processo de aprendizagem da criana. Da a necessidade de situarmos a crianahospitalizada neste estudo a partir da observao das capacidades psicomotoras, tendoem vista as atividades que vem sendo desenvolvidas no acompanhamento psicopedaggico realizado no HILP.

    H na literatura diversos estudiosos como Le Boulch (1984),Ajuriaguerra (1974) e De Meur e Staes (1984), entre outros, que buscaram compreender a questo da psicomotricidade aprofundando seus estudos nos mais variados aspectosmotores principalmente os j citados anteriormente. De acordo com a viso psicomotricista alguns autores apresentam as seguintes definies com relao scapacidades motoras referidas neste estudo.

    Para De Meur e Staes (1984), o esquema corporal consideradoelemento bsico indispensvel para a formao da personalidade da criana; a partir dele que a criana toma conscincia global do corpo, permitindo o uso simultneo dealgumas de suas partes, assim como conserva sua unidade nas mltiplas aes que podeexecutar. Entretanto, medida que a criana se desenvolve, passa a ser consciente deseu prprio corpo e atinge, finalmente, seu adequado conhecimento, controle e manejo.

    A lateralidade, ainda de acordo com os autores referidos acima,corresponde a dados neurolgicos que naturalmente se define durante o crescimento dacriana, havendo dominncia de um lado em relao ao outro, em nvel de fora e de preciso. Segundo estudos realizados por Condemarn e Chadwick (1989), o

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    predomnio funcional de um dos lados do corpo determinado pela supremacia de umhemisfrio cerebral sobre o outro, com relao a determinadas funes, dentre estas, asverificadas em nvel de olho, mo e p. Esta autora considera a lateralidade um dosaspectos de fundamental importncia para se verificar se a criana destra, canhota,ambidestra, se possui lateralidade cruzada ou mal definida.

    De Meur e Staes (1984), definem a estruturao espacial como, a tomadade conscincia da situao de seu prprio corpo em um meio ambiente, isto , do lugar e da orientao que pode ter em relao s pessoas e as coisas, ou seja, em primeirolugar a criana percebe a posio de seu prprio corpo no espao, depois a posio dosobjetos em relao a si mesma e por fim aprende a perceber as relaes das posiesdos objetos entre si. Condemarn e Chadwick (1989), diz que estudos realizados na reada psicologia gentica provaram que a noo de espao no inata, mas elaborada econstruda atravs da ao e da interpretao de uma grande quantidade de dadossensoriais. Diante dessa afirmao, esta autora procurou embasar seus estudos na reada maturidade escolar, considerando estas capacidades essenciais para um bomdesenvolvimento da aprendizagem escolar da criana.

    Oliveira (2002) afirma que a organizao e estruturao temporal acapacidade de perceber e de ajustar uma ao aos diferentes componentes do tempo;

    localizando os acontecimentos e se organizando no tempo, combinando seus diversoselementos.

    Diante de tais definies percebemos que os aspectos referidos possuemcerta interdependncia em relao ao outro, afinal a psicomotricidade enfatiza trselementos indissociveis: corpo, espao e tempo. Para Le Boulche (1984), a psicomotricidade no exclusiva de um novo mtodo, ou de uma escola, ou de umacorrente de pensamento, nem constitui uma tcnica, mas visa a fins educativos pelo

    emprego do movimento humano.Bossa (2000) esclareceu que o caminho do psicopedagogo rduo, pois

    este profissional precisa ser um multiespecialista em aprendizagem humana,congregando conhecimentos de diversas reas, com o objetivo de intervir neste processo, tanto com o intuito de potencializ-lo, quanto de tratar de dificuldades,utilizando instrumentos prprios para esse fim.

    Quantos aos campos de atuao do psicopedagogo citam-se as clnicas,as escolas, as empresas e os hospitais, principalmente hospitais peditricos. Conforme Nascimento (2004), a prtica psicopedaggica hospitalar bastante comum em alguns

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    pases, tais como a Argentina, os Estados Unidos e o Canad. No Brasil, esta prtica ainda pouco desenvolvida, portanto, h dificuldade em se traar uma linha histrica aseu respeito.

    Assim, a construo da identidade de uma prtica psicopedaggica emhospital considerada por muitos uma atuao de futuro e para o futuro. Porm, percebemos que este futuro no est to distante, visto que as iniciativas nesta rea tmse tornado cada vez mais crescentes e com resultados bastante positivos; Acreditamosque certamente em pouco tempo essa realidade se tornar concreta, a partir dasexigncias cientficas, bem como das demandas sociais e de uma slida formaoterico-prtica em contextos hospitalares. Para Nascimento (2004), a identidade do psicopedagogo hospitalar considerada de futuro, porque um trabalho dehumanizao hospitalar imprescindvel, ao mesmo tempo em que para o futuro, porque, seu arcabouo terico slido, potencializador de fora da classe profissional,est, hoje, sendo construdo, nas conquistas do nosso dia-a-dia.

    Assim, buscou-se traar neste trabalho uma sntese do contexto histricoda psicopedagogia como rea do conhecimento ainda em processo de construo de umarcabouo terico, principalmente no que diz respeito ao contexto hospitalar brasileiro,enfatizando os enfoques e campos de atuao, com intuito de facilitar a discusso em

    torno do acompanhamento psicopedaggico do HILP que, demonstrando dados daobservao, relacionados aos aspectos psicomotores e cognitivos, que embora aindano contemple uma prtica multidisciplinar, mas traz em sua construo terica umalinguagem interdisciplinar.

    CONCLUSO

    Entretanto, as reflexes acerca da psicopedagogia, foram contribuiesvaliosas nas anlises dessa pesquisa, principalmente por se tratar de um estudo que realizado no ambiente hospitalar, um espao de interaes sociais, no qual a criana sedepara com diversas formas de atendimento. Neste sentido, o acompanhamento psicopedaggico realizado no HILP, no deve ser um processo isolado. Ele se d a partir de um contexto de relaes pedaggicas da rotina hospitalar. E o acompanhamento psicopedaggico acontece a como mais um componente de interao social.

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    Atualmente percebemos no contexto hospitalar um crescimento ainda

    lento nos estudos em relao a esta temtica, conduzida por profissionais das reas de

    psicopedagogia, pedagogia e psicologia, os quais enfatizam a questo da aprendizagem

    como um processo contnuo e dinmico.

    O hospital e principalmente as crianas/adolescentes hospitalizadas

    necessitam emergencialmente de aes educativas comprometidas, que hoje esto se

    desenvolvendo em tantas e to variadas dimenses do trabalho social. Uma dessas o

    hospital, um contexto social que at h pouco tempo estava totalmente esquecido e

    escassamente atendido pelas instncias educativas, bem como quase que completamentedesconhecido para os educadores, principalmente para a realidade educacional

    piauiense.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AJURIAGUERRA, J.Manual de psiquiatria infantil. Paris: Masson, 1974.BOSSA, Nadia Aparecida.A Psicopedagogia no Brasil: contribuies a partir daprtica. Porto Alegre. Artes Mdicas, 1994. _______.A psicopedagogia no Brasil: contribuio a partir da prtica. 2 ed. PortoAlegre: Artes mdicas; 2000.CONDEMARIN, Mabel; CHADWICK, Mariana; MILICIC, Neva.Maturidadeescolar: manual de avaliao e desenvolvimento das funes bsicas para o

    aprendizado escolar. 2. ed. Trad. por, Inajara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: ArtesMdicas. 1989.COUTINHO, Maria Tereza da Cunha; MOREIRA, Mrcia. Psicologia da Educao: umestudo dos processos psicolgicos de desenvolvimento e aprendizagem humana voltado para a educao. 4. ed. Belo Horizonte - MG, Editora: L, 1995.

    DEMO, Pedro.Metodologia do Conhecimento Cientfico. So Paulo: Atlas. 1981.DE MEUR, A. STAES, L.Psicomotricidade: Educao e Reeducao. Trad. por Ana

    Maria Galuban e Setsuko One, So Paulo, ed. Manole Ltda, 1984.

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    FERNNDEZ, Alcia.A inteligncia aprisionada:abordagem psicopedaggica clnicada criana e sua famlia. Trad. por Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Mdica, 1990.FONSECA, Vitor da;Psicomotricidade. 4. ed. So Paulo: Martins Fontes, 1996.GARAKIS, Solange. A.Divulgando Piaget: exemplo e ilustraes sobreepistemologia gentica. Fortaleza-Ce, outubro, 1992.LE BOULCHE, Jean.O desenvolvimento psicomotor do nascimento at 6 anos.Trad. de Ana G. Brizolara, 2. ed., Porto Alegre: Artes Mdicas, 1984a. Lisboa: Edies70, 1998.LOWENFELD, Viktor; BRITTAIN, W. Lambert.Desenvolvimento da capacidadecriadora . Trad. lvaro Cabral. So Paulo: Mestre Jou, 1942.

    MELLO, Suely Amaral. A escola de Vygotsky. In: CARRARA, kester. (Org.).Introduo a Psicologia da Educao: seis abordagens. So Paulo: Avercamp.2004.p.136-155. NASCIMENTO, Cludia Terra.A psicopedagogia no contexto hospitalar: quando,como, por qu? Revista Psicopedagogia, vol, 21, n.64, 2004. p.48-56.OLIVEIRA, Gislene Campos,Avaliao psicomotora luz da psicologia epsicopedagogia.Petrpolis RJ: Vozes, 2003.

    OLIVEIRA, Gislene Campos.Psicomotricidade: educao e reeducao numenfoque psicopedaggico.5. ed. Petrpolis-RJ: Vozes, 2002.PIAGET, Jean.A formao do smbolo na criana. Traduo de A. Cabral e C. M.Oiticica. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.PAIN, Sara. Diagnsticos e tratamento de problemas de aprendizagem. PortoAlegre: Artes Mdicas, 1985.VISCA, Jorge.Psicopedagogia novas contribuies. Rio de Janeiro: nova Fronteira,

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    Crianas/adolescentes Atividades Desempenhodemonstrado

    Nveis dedificuldade

    Duas crianas

    Portugus Leitura expressiva,compreendeu o que

    leu, respondeucorretamente asquestes degramtica.

    NAD

    Matemtica Conhece os sinaisdas operaes,

    organiza-as conformeordem de raciocnio

    lgico e bemestruturado

    NAD

    Duas crianas Portugus Compreendeu o queleu em partes,

    respondeucorretamente parte

    das questesgramaticais

    AD

    Matemtica Conhece parte dossinais das operaes,

    raciocnio lento,organiza as

    operaes comdificuldade.

    AD

    Uma criana Portugus Leitura silabada,muito lenta, no

    compreendeu o queleu e no respondeu

    corretamentenenhuma das

    questes sem ajuda

    AGD

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    Matemtica Desconhece os sinaisdas operaes, noconsegue organiza-

    las com lgica.

    AGD

    Quadro 1: resultado das atividades escolares.

    NDA-No Apresentou DificuldadeAD-Apresentou DificuldadeAGD-Apresentou Grande Dificuldade

    FONTE: elaborado com base nas autoras: Oliveira (2003) e Condemarin (1989)

    Crianas/adolescentes

    Capacidade psicomotora Atividades Desempenho Nveis

    dedificuldade

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    Quatro crianas

    Esquema corporal Desenho dafigura humana

    Proporo, nmero e posio das partes dodesenho, apresentaomental, riqueza de detalhes

    NAD

    Lateralidade Jogar /bola Coordenao perfeita,mostrando habilidade e preciso de movimentos,sem hesitao.

    NAD

    Organizao e estruturaoespacial

    Desenho livre Obedece a proporo aotraado do desenho, pintaobedecendo ao contorno,cpia fiel, possui orientaoespacial no papel

    NAD

    Organizao e estruturao

    temporal

    Montar uma

    histriacolocando asfiguras naordemtemporal dosacontecimentos

    Seqncia correta, ordem

    temporal dosacontecimentos

    NAD

    Uma criana

    Esquema corporal Desenho dafigura humana

    Desenho pobre com poucosdetalhes, mas obedecendoao nmero e partes dodesenho

    AD

    Lateralidade Jogar /bola Gestos controlados, masapresentando algumas

    dificuldades decoordenao

    AD

    Organizao e estruturaoespacial

    Desenho livre Desempenha comdificuldade no espaogrfico

    AD

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    Organizao e estruturaotemporal

    Montar umahistriacolocando asfiguras naordem

    temporal dosacontecimentos

    Seqncia errada, masordem temporal correta

    AD

    Quadro 2: Resultados das atividades psicomotoras.

    FONTE: elaborado com base nas autoras: Oliveira (2003) e Condemarin (1989).

    ANEXOS

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