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  • MINISTRIO DA SEGURANA SOCIAL E DO TRABALHO

    DIRECO-GERAL DA SOLIDARIEDADE E SEGURANA SOCIAL

    M o d . D G S S S / 0 2 - A

    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    RELATRIO NACIONAL DE ESTRATGIA SOBRE OFUTURO DOS SISTEMAS DE PENSES

    Introduo

    1. Os sistemas de penses passaram a representar um elemento fundamental da arquitecturado Estado Providncia Keynesiano edificado, num crescente nmero de pases, depois da IIGuerra Mundial. Juridicamente configurados com carcter pblico ou privado e apoiando-senos trs pilares clssicos dos regimes pblicos de base, dos regimes profissionais e dos planosde penses individuais, os referidos sistemas combinaram os mencionados pilares por forma arepresentarem, alm de um instrumento essencial de estabilidade e paz social, um slidogarante de independncia e de segurana econmica sem precedentes de muitos milhes depensionistas.

    Entretanto, principalmente depois dos meados dos anos setenta do sculo XX, a generalidadedos sistemas de segurana social dos Estados membros da Unio Europeia passaram aenfrentar um quadro de factores muito desfavorveis, nomeadamente no domnio das penses.A acentuao do processo de envelhecimento demogrfico perfila-se no s como uma graveameaa para o modelo social europeu, mas tambm para a estabilidade da economia da Unio,representando um dos maiores desafios com que, em comum, se debatem os regimes depenses dos Estados membros. Estima-se que, em alguns destes Estados, na ausncia demedidas de reforma, as despesas com os regimes pblicos de penses alcanariam, em 2030,o nvel insustentvel de 15 a 20% do PIB. Por outro lado, importa ter presente que, se umfacto inelutvel que, nos prximos decnios, se vai assistir a um crescimento enorme do totalde pessoas idosas em relao ao conjunto das pessoas activas, a viabilidade dos regimes depenses no depende do rcio de dependncia demogrfica, mas sim dos seus efeitos sobre orcio e dependncia econmica e as transferncias, interessando, por isso, avaliar o nmero depessoas que exercem uma actividade. Ora, tal avaliao, ao nvel da EU, indica, actualmente,o valor de 0,86, tornando claro que existem quase tantos membros da populao activa semtrabalho como de membros da mesma populao que trabalham.

    Este conjunto de factores e outros que poderiam ser enumerados, como os relacionados comos nveis de crescimento econmico, com a evoluo do emprego, com as mudanas nasestruturas e formas de famlia est na gnese de distintas iniciativas de reforma dos sistemasde penses que tm vindo a ser postas em prtica nos Estados membros da UE, incluindoPortugal, que enfrenta a generalidade dos desafios com que se debatem aqueles sistemas.

    2. Por razes de natureza operativa e de calendrio, a maior parte do trabalho incorporado nopresente relatrio reflecte, substancialmente, o quadro normativo anterior data da suaelaborao. Este facto no impediu, no entanto, a referncia a algumas medidas de reforma,particularmente importantes, anunciadas aps o incio de funes do novo Governo portugus,em Abril de 2002.

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    Assim, o prximo relatrio incluir, com o necessrio desenvolvimento, as medidasestratgicas de reforma no domnio das penses que, com carcter inovador, tenham sido,entretanto, aprovadas e postas em vigor em Portugal.

    3. No mbito da nova Lei de Bases da Segurana Social, esto previstos os seguintesprincpios, orientaes ou medidas de reforma no que se refere a penses:

    A nova Lei, ao mesmo tempo que identifica o envelhecimento da populao, o desempregoe os novos riscos sociais como os grandes desafios que importa enfrentar e vencer,consagrar, a par de outros, um sistema pblico de segurana social que integra umsubsistema previdencial de base contributiva e tendncia universal e um subsistema desolidariedade de carcter no contributivo, estando as penses includas no mbito materialdestes dois subsistemas;

    De entre os princpios a concretizar pela nova Lei destacam-se os seguintes:

    - o da coeso geracional que envolve o reconhecimento do esforo dos beneficirios,incluindo os pensionistas mais jovens, numa lgica de equidade intergeracional eintrageracional no quadro das responsabilidades solidrias do sistema;

    - o princpio da diferencialidade positiva que favorea um nvel de prestaes sociaismais justo e eficaz a favor, entre outros, dos mais pobres e dos mais idosos;

    - o princpio da igualdade de tratamento dos diferentes segmentos de penses, emparticular no que se refere s condies de acesso, s formas de clculo e actualizaodo seu valor, sem jamais discriminar a escolha do beneficirio na gesto da respectivapoupana;

    - o princpio da flexibilidade de idade de acesso penso, respeitando a vontade dosbeneficirios e suavizando a transio da sua condio de trabalhador activo para a depensionista.

    Considerando a condio de pobreza que afecta considervel nmero de pessoas idosas,ser conferida absoluta prioridade ao aumento proporcional das penses mnimas, emtermos da sua convergncia para o valor do salrio mnimo nacional, de uma formasustentvel, num prazo de quatro anos, com incio em 2003;

    Transpondo a lgica referida para o plano familiar, sero garantidos montantes mnimos depenso aos casais de idosos com setenta e cinco e mais anos de idade, cujas prestaes iroconvergir igualmente para o salrio mnimo nacional, deduzido da taxa social nica;

    Est tambm prevista a possibilidade de conjugar o trabalho a tempo parcial com pensesparciais, medida importante no mbito do referido princpio da flexibilidade quanto idadede acesso penso;

    Tendo em conta a defesa de valores familiares e o reconhecimento do duplo papel damulher, como me e como profissional, a nova legislao consagrar mecanismos dediscriminao favorveis formao das respectivas penses;

    A mesma legislao estabelecer um limite superior contributivo, o qual aplicado scontribuies actuais, determinar a reduo de encargos futuros para o pagamento das

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    penses. Esta medida de reforma, ao mesmo tempo que se enquadra num claro objectivode modernizao do sistema, proporcionar um contributo fundamental para a suasustentabilidade a prazo;

    Um claro objectivo de garantia de condies de vida dignas a favor dos beneficirios depenso de velhice e invalidez, no mbito do subsistema de solidariedade, leva a prever, nanova Lei-Quadro, que o valor mnimo daquelas penses, acrescidas dos respectivoscomplementos, no pode ser inferior a 50% do salrio mnimo nacional, deduzido da taxasocial nica;

    Por outro lado, o mesmo subsistema abrange ainda a cobertura da eventualidade deincapacidade absoluta e definitiva dos beneficirios do subsistema previdencial, na partenecessria para cobrir a insuficincia da sua carreira contributiva em relao aocorrespondente valor da penso de invalidez, calculada com base numa carreiracontributiva completa;

    No quadro do reforo de uma cultura da partilha de responsabilidades pela reparao dosriscos sociais, aquela Lei, ao mesmo tempo que preconiza a necessidade de estmulo daconfiana das pessoas e das famlias na adeso a um sistema complementar integrado naarquitectura do sistema de segurana social, prev a criao de mecanismos de supervisoprudencial e fiscalizadora do Estado, garantindo a defesa dos interessados face a possveisabusos de diferente natureza, bem como a portabilidade dos direitos adquiridos, sendo orespectivo financiamento obrigatoriamente efectuado em regime de capitalizao;

    O sistema complementar a instituir incluir regimes legais, regimes contratuais eesquemas facultativos e visa conjugar os objectivos de equidade social entre geraes e aeficcia macro-econmica, propondo-se, ao mesmo tempo, dar um contributo decisivopara o equilbrio e a sustentabilidade financeira do sistema de segurana social.

    1. Adequao das penses

    1. Assegurar que as pessoas idosas no so colocadas em risco de pobreza e podemusufruir de um nvel de vida decente; que partilham do bem-estar econmico do seu pase podem participar activamente, de acordo com as suas posses, na vida social e cultural;

    Razes que se prendem com a curta durao das carreiras contributivas1 ou mesmo comcarreiras longas, mas a que correspondem salrios registados de baixo montante (que scomearam a ser revalorizados a partir de 1994) levaram a que se estabelecesse, em 1998, agarantia de valores mnimos para as penses de invalidez e velhice dos regimes de seguranasocial do subsistema previdencial, com o objectivo de proporcionar um rendimento nareforma que permita aos pensionistas usufruir de um nvel de vida minimamente decente.

    O que existe de novo na fixao destes valores mnimos (anteriormente j a penso estatutriaquando no atingia o montante mnimo (30%) era complementada com parcelassociais/complementos sociais) que, exceptuando o valor mnimo fixado para as carreiras 1 A durao mdia da carreira contributiva para a penso de invalidez de 16,1 anos e de 20,9 anos para apenso de velhice (Centro Nacional de Penses Dezembro de 2001)

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    contributivas inferiores a 15 anos, os restantes variam em funo do nmero de anos dacarreira contributiva e so indexados ao salrio mnimo nacional em percentagens queoscilam entre os 65% (15 e 16 anos de carreira) e os 100% (40 e mais anos), havendo lugar deduo do montante correspondente taxa de contribuies imputvel ao trabalhador porconta de outrem (11%).

    Embora no se trate de uma penso mnima universal, acaba por ser a mais representativa,quer porque abrange os trabalhadores por conta de outrem e os independentes, quer porque,num universo de 1 374 606 pensionistas de invalidez e velhice do regime geral, 33,7%recebem montantes mnimos.Para uma percentagem ainda significativa de pensionistas, embora em decrscimo, subsiste apenso atribuda no mbito do regime especial de segurana social das actividades agrcolas(RESSAA), que um regime fechado, em virtude de aqueles trabalhadores terem sido objectode integrao no regime geral em 1986. A penso mnima para estes trabalhadores,corresponde a cerca de 50% do valor da remunerao mnima nacional.

    Para os sectores sociais mais carenciados, que pouco ou nunca contriburam, o sistema desegurana social prev a concesso da penso social, de natureza no contributiva e montantefixo, que est sujeita ao preenchimento de condio de recursos2.

    Acresce ainda referir o papel das penses de sobrevivncia, concedidas no mbito dosregimes contributivos e no contributivos, como meio de compensar, de alguma forma, adiminuio de rendimentos decorrente da morte do beneficirio.

    Quadro 1 - Pensionistas por regime e por eventualidade (em 12/2001)

    Invalidez Velhice Sobrevivncia TotalRegime Geral 291 271 1 183 335 519 164 1 993 770RESSAA 19 296 318 679 92 334 430 309R. N.Contributivo 46 777 54 750 3 320 104 847Total 357 344 1 556 764 614 818 2 528 926

    Fonte: Centro Nacional de Penses

    Os pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivncia de todos os regimes de segurana socialque se encontrem em situao de dependncia, tm direito a um complemento pordependncia, atribudo segundo 2 graus de dependncia, cujo montante indexado ao valor dapenso social. Alm disso, aos beneficirios da penso social concedido um complementoextraordinrio de solidariedade que acresce ao valor das respectivas penses, cujo montantevaria conforme os pensionistas tm idade igual ou inferior a 70 anos ou idade superior a 70.

    Medida importante para a melhoria do poder de compra dos pensionistas tem sido o processode actualizao das penses que, alm das actualizaes anuais para as penses de todos osregimes, em regra segundo percentagens superiores s da taxa de inflao, e da revalorizaoanual dos salrios que lhes servem de base de clculo, tambm acolheu medidas de correcoextraordinria das penses mnimas e da penso do RESSAA, com respeito pelos princpiosda diferenciao positiva e pelo esforo contributivo dos pensionistas.

    2 Os rendimentos mensais ilquidos no podem exceder 30% (pessoa s) ou 50% (casal) do valor do salrio mnimo nacional

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    No que se refere ao regime de segurana social dos funcionrios pblicos, a proteco dospensionistas nas eventualidades de velhice, invalidez e morte assegurada atravs daconcesso de penses de aposentao (que incluem penses de invalidez e de velhice) e desobrevivncia. A gesto deste regime est a cargo da Caixa Geral de Aposentaes (CGA), oqual abrangia, no final de 2001, um universo de mais de 771 mil subscritores essencialmente os funcionrios e agentes (civis e militares) da Administrao Pblica Central,Regional e Local e mais de 436 mil beneficirios de penses.

    A frmula de clculo das penses de aposentao , para os subscritores inscritos at 31 deAgosto de 1993, Penso=(RxT)/36, em que R= remunerao relevante3 e T=total de anos emeses de servio, expressos em anos. Para os subscritores inscritos aps essa data, o clculoda penso obedece s mesmas regras do regime geral de segurana social.

    O prazo mnimo para atribuio de uma penso de 5 anos (o direito de inscrio encontra-secondicionado possibilidade de o subscritor perfazer o mnimo de 5 anos de servio antes deatingir o limite de idade para o exerccio das funes respectivas, limite esse que se encontraestabelecido, para a generalidades das categorias, em 70 anos).

    O quadro 2 quantifica os beneficirios dos vrios tipos de penso atribudos no mbito doregime de proteco social da funo pblica.

    Quadro 2 - Pensionistas do regime de proteco social da funo pblica em 12/2001

    Tipo de penso Nmero de pensionistas

    Aposentao

    Sobrevivncia

    316 278

    119 898

    TOTAL 436 176Fonte: Caixa Geral de Aposentaes

    Desde 1 de Janeiro de 1999, vigora um esquema de penses mnimas, atribudas em funo deescales do tempo de servio contado para o clculo da penso.

    Quadro 3 - Penses mnimas de aposentao no regime de proteco social da funo pblica/2001

    Escalo da penso () Nmero de pensionistas

    181,56 (5 a 12 anos de servio)189,54 (de 12 a 18 anos de servio)216,48 (de 18 a 24 anos de servio)243,41 (de 24 a 30 anos de servio)324,72 (mais de 30 anos de servio)

    4 0911 97239169

    141

    TOTAL 6170Fonte: Caixa Geral de Aposentaes

    3 A remunerao relevante determinada, na generalidade dos casos, pela soma da remuneraobase mensal com a mdiamensal de outras remuneraes acessrias complementares, dos 2 ltimos anos, que tenham carcter permanente eobrigatrio e no resultem da acumulao de cargos

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    Outra medida importante para este objectivo, o Rendimento Social de Insero (RSI)4, aque aqui se faz referncia porque pode incluir franjas no abrangidas pelos regimes depenses acima referidos, e que se destina a pessoas em situao de grave carncia scio-econmica. Esta prestao indexada ao montante da penso social e varia em funo dacomposio dos agregados familiares e dos respectivos rendimentos. O total de idosos areceber esta prestao de 27 120, dos quais 13 109 so do sexo masculino e 14 011 do sexofeminino5.

    Existe, ainda, um conjunto de benefcios de que so destinatrios os mais idosos e quecontribuem para melhorar o seu nvel de vida. Entre esses benefcios contam-se o subsdio derenda de casa, o desconto em ttulos de transporte e em assinaturas de telefone, a iseno detaxas moderadoras para pensionistas com montantes de penso inferiores ao salrio mnimonacional e uma rede de equipamentos e servios disponibilizados no mbito da aco social.

    As penses beneficiam, ainda, de um tratamento fiscal favorvel, uma vez que a tributao emsede de IRS s se faz acima de um determinado montante ( 7805,60), mais elevado do que oestabelecido para os trabalhadores activos, que ainda acrescido de 30% quando se trata depenses de invalidez de beneficirios com um grau de incapacidade permanente superior a60%.

    Apesar das medidas referidas, e do aumento do nvel das prestaes, a situao ainda no adesejvel, porque mesmo os valores mnimos de penso ainda continuam a ser de baixomontante (Quadro 1 - Anexo I).

    As medidas planeadas para minimizar o risco de excluso social das pessoas mais idosasdevem ser contextualizadas, quer em termos das medidas de poltica social mais globais(regimes de proteco social, RSI, entre outras), quer em termos dos programas transversaispara a incluso social6. Est, actualmente, definido um conjunto de medidas nacionaissusceptveis de minimizar o risco de pobreza e excluso social dos mais idosos7 das quais sedestacam, no que se refere problemtica do sistema de penses e dos mais idosos, asseguintes:1. Possibilidade de cumular penses com rendimentos do trabalho;2. Condies mais favorveis para acesso penso de invalidez por pessoas afectadas por doenas oncolgicas

    e outras doenas crnicas;3. As penses que no atinjam os valores mnimos correspondentes s suas carreiras contributivas so

    acrescidas do complemento social de montante a fixar pela lei;4. Adopo de medidas de flexibilidade da idade legal para atribuio das penses, atravs de mecanismos de

    reduo ou bonificao das penses, consoante se trate de uma idade inferior ou superior que estestabelecida em termos legais;

    5. O clculo das penses de velhice passou a ter por base, de modo gradual e progressivo, os rendimentos detrabalho, revalorizados, de toda a carreira contributiva;

    6. Diferenciao positiva das taxas de substituio a favor dos beneficirios com mais baixas remuneraes,desde que respeite o princpio da contributividade;

    7. A concretizao de uma reforma global, faseada, coerente e articulada da segurana social que permita umjusto equilbrio entre direitos e deveres sociais, entre a resposta pblica e a contratual, entre a equidade

    4 Designado Rendimento Mnimo Garantido no anterior quadro legislativo5 Dados do ex-Instituto para o Desenvolvimento Social Fevereiro de 20026 Plano Nacional de Aco para a Incluso (2001-2003) (Quadro 2 Anexo I).7 Ver Plano Nacional de Aco para a Incluso, Lei n 17/2000, de 8 de Agosto, e Programa do XV Governo Constitucional.

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    social, a eficincia econmica e a liberdade de escolha, criando condies de sustentabilidade da SeguranaSocial pblica;

    8. Previso legal da possibilidade de concesso de penses de reforma parcial em conjugao com a prestaode trabalho a tempo parcial;

    9. O desenvolvimento articulado dos diferentes pilares (pblico, empresarial, familiar e individual) dasegurana social, o que implica assumir a complementaridade de uma maneira clara e definitiva, atravs daintroduo do tecto contributivo com a consequente criao de mecanismos estveis de capitalizaopblica, privada e social; de uma maior consistncia dos benefcios fiscais para estimular as pensescomplementares (pblicas ou privadas); o reforo da superviso dos Fundos de Penses e a criao demecanismos de garantia e portabilidade das penses complementares;

    10. A concesso, no conjunto das prestaes sociais, de absoluta prioridade ao aumento das penses mnima esocial, de uma forma oramentalmente sustentvel e convergente para o salrio mnimo nacional lquido.

    11. Apoio aos idosos mais carenciados e isolados, aos doentes graves e aos cidados atingidos por incapacidadeabsoluta e definitiva;

    12. Definio e execuo de uma poltica diferenciada para os mais idosos em articulao com os cuidados desade;

    13. Definio e concretizao de um programa nacional de apoio s pessoas idosas, privilegiando o apoiodomicilirio e as estruturas de convvio e de combate ao isolamento e insegurana e discriminandopositivamente as famlias que acolhem os mais velhos no seu seio.

    2. Proporcionar o acesso de todos os indivduos a regimes de penses, pblicos e/ouprivados, que lhes confiram direitos a penses que permitam manter, em grau razovel,o seu nvel de vida depois da reforma;

    O sistema pblico de segurana social (que abrange os trabalhadores do sector privado)assegura a cobertura das pessoas atravs de trs vias: regimes contributivos de inscrioobrigatria para os trabalhadores independentes e por conta de outrem, regime contributivo deinscrio facultativa para determinados grupos que no podem ser abrangidosobrigatoriamente e um regime de natureza no contributiva que se destina s pessoas emsituao de carncia scio-econmica.

    Os funcionrios da Administrao Pblica, militares e foras policiais beneficiam, como sereferiu atrs, de esquemas especficos de proteco social.

    As penses dos regimes contributivos de segurana social so atribudas em funo dasremuneraes registadas no decurso da carreira contributiva. Actualmente, coexistem asregras de clculo do regime estabelecido pelo Decreto-Lei n 329/93, de 25 de Setembro,segundo o qual o valor mensal da penso resulta da aplicao de um coeficiente de 2% porcada ano civil com registo de remuneraes remunerao mdia dos 10 melhores dosltimos 15 anos, com um limite mnimo e mximo de 30% e 80%, respectivamente, e asnovas regras de clculo aprovadas pelo Decreto-Lei n 35/2002, de 19 de Fevereiro.

    Com a introduo do novo sistema, procurou-se criar uma melhor relao entre os salriosauferidos ao longo da carreira contributiva e o montante da penso, valorizando acontributividade. Para o efeito, e de forma gradual, passam a ser considerados os salriosrevalorizados de toda a carreira contributiva com um mximo de 40 anos8. Ao passo que paraos beneficirios at 20 anos, com registo de remuneraes, a penso igual ao produto de 2%pelo nmero de anos civis relevantes, com o limite mnimo de 30%, para os beneficirios com21 e mais anos de carreira contributiva, a taxa de formao da penso regressiva, de 2,3% a 8 Quando o nmero de anos civis com registo de remuneraes for superior a 40 considera-se, para apuramento daremunerao de referncia a soma das 40 remuneraes anuais revalorizadas mais elevadas.

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    2%, relativamente ao valor da respectiva remunerao de referncia (composta por parcelasindexadas ao salrio mnimo nacional, de 1,1 a 8 salrios mnimos).

    De acordo com o novo regime, existe um perodo transitrio, at 31/12/2016, segundo o qual atribudo o montante mais favorvel que resultar ou da aplicao das regras do anteriorregime, da aplicao das novas regras de clculo ou da aplicao proporcional das regras doanterior e do novo regime.

    A partir de 2017, certos grupos de beneficirios9 tero as respectivas penses calculadas demodo proporcional aos perodos cumpridos na vigncia de cada uma das frmulas (anterior enova), sendo adicionalmente garantida a atribuio calculada pela nova frmula (melhores 40anos, revalorizao e diferenciao positiva das taxas de formao anual da penso) quandoesta proporcionar ganhos efectivos aos beneficirios.

    A penso social, dada a sua natureza no contributiva, est, como se referiu em 1., sujeita aocumprimento de condies de recursos.

    As taxas mximas de substituio, quer a do anterior regime (80%), quer a do actual, quepode atingir os 92%, so adequadas, mas h que ter em ateno que os nveis salariais so emregra baixos e que uma percentagem significativa de pensionistas, por fora de carreirascontributivas curtas ou de longas carreiras a que correspondem salrios baixos, recebemontantes mnimos, eles prprios pouco elevados. Alm disso, penses de regimesfracamente contributivos que ainda subsistem, como o regime especial das actividadesagrcolas, e a penso social, para a qual no houve a correspondente contrapartidacontributiva, alm da restritividade das condies de recursos, so igualmente de montantereduzido.

    Para o regime de proteco social da funo pblica, cuja frmula de clculo foi referida em1., a taxa de substituio de 100%, ou seja corresponde remunerao resultante do ltimocargo exercido pelo funcionrio, excepto para aqueles que foram admitidos aps a entrada emvigor do Decreto-Lei n 286/93, de 20 de Agosto, cujas penses so calculadas nos mesmostermos que as penses do regime geral de segurana social.

    Na sequncia da regulamentao da Lei n 17/2000, de 8 de Agosto, mormente da entrada emvigor de uma nova metodologia de clculo das penses, foi estimado, numa perspectiva demdio prazo, um incremento significativo das taxas de substituio para os novospensionistas.

    Quadro 4 - Taxas de Substituio Projeces Euros (preos constantes de 2001)

    2001 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050

    Penso Mdia velhice 252 299 381 463 560 661 744 837 934 1.063 1.220(novos) 304 360 437 531 545 613 701 801 919 1.058 1.222

    Salrio Mdio Total 599 640 728 825 944 1.097 1.267 1.459 1.676 1.933 2.231(60-64 anos) 607 648 737 836 956 1.110 1.283 1.477 1.697 1.957 2.259

    9 Beneficirios que em 31 Dezembro de 2001 no tenham cumprido o perodo de garantia e beneficirios com inscrio at31 de Dezembro de 2001 que no se reformem entre 1 de Janeiro de 2002 e 31 de Dezembro de 2016

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    Taxa de Substituio Total 42,0 46,7 52,4 56,1 59,3 60,3 58,7 57,4 55,7 55,0 54,7(novos) 50,1 55,5 59,3 63,5 57,0 55,2 54,7 54,2 54,2 54,1 54,1

    Notas: Taxas Substituio Total = Penso Mdia / Salrio Mdio Total Taxas Substituio Novos Pensionistas = Penso Mdia Novos / Salrio mdio (60-64 anos)Fontes: MTS, A Sustentabilidade Financeira do Sistema de Solidariedade e Segurana Social (Abril 2002); MSST/DEPP

    Embora o sistema abranja todos os sectores profissionais e todos os grupos sociais, podehaver algumas lacunas de cobertura para pessoas que no preenchendo as condies de acessos penses dos regimes contributivos nem as condies de recurso, bastante restritivas,exigidas pelo regime no contributivo, no tenham, por isso, direito a qualquer penso.

    Ao nvel da proteco social complementar, existem os regimes de 2 e 3 pilares queconstituem um sistema privado, pensado e organizado para funcionar de forma independentedo sistema pblico, apesar de muitos dos planos de penses de empresas, actualmenteexistentes em Portugal, providenciarem penses complementares ou suplementares s dosistema pblico e penses substitutivas do sistema de segurana social10. Tratando-se desistemas privados a nvel empresarial, as empresas constituem, geralmente, um fundo depenses ou estabelecem um contrato de seguro de vida de grupo para financiar os respectivosplanos de penses. Nestes casos, o custo a suportar pelas empresas e, por vezes, pelostrabalhadores, acresce ao montante das contribuies obrigatrias para os regimes pblicos.Contudo, no existe a obrigatoriedade de as empresas constiturem e financiarem os seusplanos de penses. Por este facto, os regimes privados de reforma no so muito comuns emPortugal.11

    No que respeita aos regimes privados de iniciativa individual (3 pilar), o trabalhador podecomplementar a penso atribuda no mbito do sistema pblico e/ou pela empresa, queratravs da constituio de planos individuais de reforma, recorrendo, para o seufinanciamento, aos seguros de vida individual, adeso individual a fundos de pensesabertos ou a fundos de penses fechados, quer atravs da adeso colectiva a fundos depenses abertos quando se encontram a financiar planos de penses de carcter contributivo.Assim, o mercado dos fundos de penses o veculo privilegiado de financiamento dosplanos de penses institudos ao nvel dos 2 e 3 pilares. A situao existente, no final de2000, permite concluir que o mercado de fundos de penses continua numa fase algoestacionria, tendo o peso relativo do montante dos fundos de penses no PIBpm sofrido umaligeira reduo (quadro 3 - Anexo I).

    Ao longo dos anos, tem-se vindo a assistir a um decrscimo do peso relativo das contribuiesno montante total dos fundos de penses e, mesmo o aumento verificado em 2000, no foisuficiente para permitir uma alterao do ciclo de estagnao dos fundos de penses (Quadro4 - Anexo I). A maturidade atingida pelo mercado de fundos de penses pode ser igualmenteobservada se tivermos em conta a evoluo do respectivo nmero de participantes ebeneficirios. Em todos os tipos de fundos, excepo dos PPA (Planos de Poupana emAces), houve uma reduo do nmero de participantes. Nos fundos fechados, essedecrscimo deveu-se, sobretudo, reestruturao de pessoal levada a cabo por vriasempresas, consubstanciada, essencialmente, pela passagem de participantes situao de

    10 Sector bancrio e das telecomunicaes11 Sublinhe-se, a este respeito, que cerca de 80% do mercado de fundos de penses se refere a fundos onde os planos sosubstitutivos da segurana social e/ou fundos constitudos devido obrigatoriedade decorrente de regulamentao colectivade trabalho.

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    beneficirios. Assim, como consequncia daquela reduo e do aumento do nmero debeneficirios, o peso do ltimo nmero, face ao nmero de participantes, registou umacrscimo de 3,1% face ao valor de 1999, cifrando-se o mesmo em 36,2%

    Quadro 5 Evoluo do nmero de participantes e pensionistas

    1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

    Participantes Fundos de penses fechados Fundos de penses PPR/E Fundos de penses PPA Outros fundos de penses abertos

    Beneficirios

    248.882

    39.782

    249.340208.495

    38.649-

    2.196

    49.994

    245.915199.829

    42.511381

    3.194

    62.857

    254.454195.373

    53.413839

    4.829

    65.985

    270.338192.164

    63.9801.907

    12.287

    78.060

    291.147190.156

    72.6652.648

    25.678

    92.110

    299.154188.043

    70.5562.850

    37.705

    98.944

    293.530184.075

    69.4823.367

    36.606

    106.323Fonte: ISP Instituto de Seguros de Portugal

    Tendo em conta o tipo de benefcios garantidos, todos os fundos de penses fechadosexistentes em 2000, financiavam planos de penses com benefcios de reforma por velhice e90% dos mesmos financiavam igualmente benefcios de reforma por invalidez. Os benefciosde sobrevivncia viuvez e/ou orfandade de participantes e beneficirios encontram-seprevistos, respectivamente, em 49% e 47% dos planos de penses correspondentes a fundosde penses fechados. Relativamente a benefcios por reforma antecipada/pr-reforma, apenascerca de 45% do nmero total de fundos fechados abrange esse tipo de benefcios.

    No que diz respeito s adeses colectivas a fundos de penses abertos, 98% destinavam-se garantia do benefcio de reforma por velhice, enquanto 90% financiavam o benefcio dereforma por invalidez. J os benefcios de reforma antecipada/pr-reforma e sobrevivncia debeneficirios detm pesos bastante inferiores aos registados nos fundos fechados, 32% e 29%,respectivamente.

    Saliente-se que a entrada em vigor do Decreto-Lei n 9/99, de 8 de Janeiro, implicou aalterao de alguns planos de penses financiados por fundos de penses, por forma aacompanharem o regime de flexibilizao da idade de penso por velhice previsto naquelediploma. Por outro lado, muitos so os planos que prevem a possibilidade de adiamento dareforma dependente de acordo entre o participante e o associado. Pensamos, portanto, que aonvel dos planos de penses j institudos e financiados por fundos de penses se tem vindo adenotar um esforo para facilitar, cada vez mais, a opo pela reforma flexvel.

    Como medidas de acesso ao 2 e 3 pilares, a Lei n 17/2000, de 8 de Agosto, reconhece queos regimes complementares so um instrumento significativo da proteco e solidariedadesocial, concretizado na partilha de responsabilidades sociais, devendo o seu desenvolvimentoser estimulado pelo Estado. Para isso, prev que se possa desenvolver um regimecomplementar de prestaes definidas e subscrio voluntria a gerir em regime decapitalizao e regimes complementares (incluindo regimes profissionais complementares) deiniciativa cooperativa e social e privada, colectiva ou singular e de constituio facultativa.

    Alm disso, preconiza-se no Programa do actual Governo e no mbito da nova Lei-Quadro, aaprovar pela Assembleia da Repblica, o desenvolvimento articulado dos diferentes pilares

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    (pblico, empresarial, familiar e individual) da segurana social, o que implica assumir acomplementaridade com: Introduo de um tecto contributivo, com a consequente criao de mecanismos estveis

    de capitalizao pblica, privada e social Maior consistncia dos benefcios fiscais para estimular as penses complementares

    (pblicas ou privadas) Reforo da superviso dos Fundos de Penses e criao de mecanismos de garantia e

    portabilidade das penses

    3. Promover a solidariedade entre geraes

    Os dados disponveis apenas permitem uma abordagem s receitas mdias dos agregados, asquais do uma ideia aproximada dos rendimentos das famlias por tipo de agregado. Tendoem conta que o rendimento das famlias idosas ser maioritariamente proveniente de penses,o grfico abaixo indica a evoluo das receitas mdias familiares com penses relativamentes receitas mdias totais. O montante total de receita com penses foi de 3 144 em 2000,tendo mais que duplicado o valor de 1989 (a preos constantes).

    Fonte: INE, Inqurito aos Oramentos Familiares

    Em 2000, as receitas dos agregados com penses correspondiam a 19,4 % das receitas dosagregados, muito embora se registe uma tendncia no sentido de melhoria dos rendimentosdos agregados dependentes de penses durante a dcada de 90.

    Receitas mdias lquidas anuais dos agregados familiares (preos 2000)

    0

    4000

    8000

    12000

    16000

    20000

    1989 1995 2000

    ()

    penses Total

    Receitas com penses em percentagem da receita mdia da populao

    0,0 10,0 20,0 30,0

    1989

    1995

    2000

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    Fonte: INE, Inqurito aos Oramentos Familiares

    Os nveis de benefcios tm tambm crescido: o valor da penso mnima do regimecontributivo registou um aumento de 31% entre Dezembro de 1995 e de 2001 e a pensosocial do regime no contributivo aumentou em 52%; os valores das penses mnimas doregime geral ( 189,54) e do regime no contributivo ( 151,44 para os menores de 70anos12), representam, respectivamente, cerca de 54% e 44% do salrio mnimo nacionalvigente para o ano de 2002.

    Como medidas para manter/reforar a solidariedade entre geraes, o Programa do actualGoverno prev: A entrada em vigor de uma nova Lei de Bases por forma a dar expresso a estes princpios

    e concretizar as medidas inovadoras j referidas no domnio das penses. A concretizao de uma reforma global, faseada, coerente e articulada da segurana social

    que permita um justo equilbrio entre direitos e deveres sociais, entre a resposta pblica ea contratual, entre a equidade social, a eficincia econmica e a liberdade de escolha,criando condies de sustentabilidade geracional da segurana social pblica.

    O desenvolvimento articulado dos diferentes pilares da segurana social.

    2. Sustentabilidade financeira dos sistemas

    4. Atingir um nvel elevado do emprego atravs de, se necessrio, amplas reformas domercado de trabalho, de acordo com o estabelecido na Estratgia europeia do emprego ede forma consentnea com as BEPG (Broad Economic Policy Guidelines).

    Em 2001, o comportamento do mercado de trabalho, continuou a apresentar-se globalmentepositivo, com uma pequena desacelerao na evoluo do emprego e dos salrios reais e umaumento de 0,1 pontos percentuais na taxa de desemprego, que se mantm, porm, a um nvelrelativamente baixo. Aquela desacelerao foi, contudo, menor do que o abrandamentoverificado no nvel de actividade econmica.

    A populao activa do Continente aumentou, relativamente a 2000, em cerca de 1,7%, ouseja, uma percentagem superior dos dois anos anteriores (1,3%, tanto em 1999 como em2000). Este crescimento foi mais intenso para as mulheres (1,9%) do que para os homens(1,5%). O nmero de jovens activos estacionou, depois das quebras registadas nos doisltimos anos (-1,9% e 3,6%, respectivamente em 1999 e 2000). De referir, contudo, queenquanto os activos masculinos conheceram um aumento de 0,7%, em relao a 2000, osfemininos registaram uma descida de 0,7%. A taxa de actividade total aumentou 0.6 p.p., umcrescimento idntico ao do ano transacto, fixando-se em 52.1% (calculada para o total dasidades), na mdia do ano, concluindo-se, assim, por um novo aumento da participao dapopulao portuguesa no mercado de trabalho.

    O emprego no Continente continuou a tendncia ascendente (1.6% face a 2000), na sequnciado ocorrido nos ltimos anos. Entre 1998 e 2001, o emprego cresceu a uma taxa mdia anualde 1,8%. A evoluo do emprego continua mais favorvel em Portugal do que na UE, tendo a 12 Para os pensionistas com idade igual ou superior a 70 anos, 165,64

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    taxa de emprego um nvel mais alto no caso portugus. Pelo quinto ano consecutivo, ocrescimento do emprego foi acompanhado por um aumento da taxa de emprego (15-64 anos).Esta varivel apresenta valores superiores aos registados para a UE (68.1% para Portugal e63.1% para a UE, em 2000).

    Na mdia do ano de 2001, a taxa de emprego no Continente atingiu os 69.1% (76.7% para oshomens e 61.7% para as mulheres), o que representa um acrscimo de 0.6 p.p., entre 2000 e2001, situando-se, no caso das mulheres, acima da meta estabelecida na Cimeira de Lisboapara 2010 (60%) e muito prxima da correspondente meta para o conjunto dos homens e dasmulheres (70%). Alis, os objectivos intermdios fixados na Cimeira de Estocolmo para 2005,j foram ultrapassados (67% e 57%, para o total e para as mulheres). A subida da taxa deemprego foi geral, excepto no grupo dos 55 aos 64 anos, onde se verificou uma quebra de 0.6p.p., em contraste com o aumento sustentado que se vinha a registar desde 1995, emboracontinue mais elevada do que a meta estabelecida para 2010 (50%).

    Nos ltimos anos, o mercado de emprego tem vindo a ser marcado por bons desempenhos, emtermos quantitativos, tanto ao nvel da participao na actividade como das taxas de empregoe desemprego.

    A nvel global, constata-se que Portugal j apresentava, em 1999, valores para a taxa deemprego superiores aos acordados na Cimeira de Estocolmo, para atingir em Janeiro de 2005na UE (57% para a taxa de emprego feminina e 67% para a global). Neste contexto, Portugalprope-se, pelo menos, manter, de forma sustentada, o nvel da taxa de emprego global efeminino que se tem vindo a registar, potenciando o crescimento do emprego qualificado nosservios.

    Tambm, relativamente aos trabalhadores mais velhos (55-64 anos), em 2001 a taxa deemprego (50.8%) j estava acima da meta estabelecida em Estocolmo para 2010 (50%). Oobjectivo nacional , assim, manter os nveis de participao j atingidos para este grupoetrio.

    A qualidade do emprego em Portugal, no obstante os progressos realizados, um factor devulnerabilidade, quando medido por qualquer dos indicadores estabelecidos pelo Conselhoeuropeu de Lisboa.

    O mercado de trabalho portugus mostra-se globalmente inclusivo, apresentando taxas deemprego crescentes e relativamente elevadas, no contexto europeu, com valores, em 2001,acima das metas propostas para 2005. No obstante esta situao globalmente positiva, a quecorresponde uma taxa global de desemprego relativamente baixa em termos europeus (4.2%em 2001), alguns grupos denotam situaes menos favorveis no acesso ao mercado detrabalho, verificveis por taxas de desemprego mais elevadas como no caso dos jovens (9.4%)e das mulheres (5.1%). A persistncia de um peso significativo, mas decrescente, dodesemprego de longa durao no desemprego total (39% em 2001) denota igualmente adificuldade de alguns desempregados em reingressarem no mercado de trabalho. Estadificuldade particularmente sensvel no caso dos trabalhadores mais velhos, sendo o peso dodesemprego de longa durao no desemprego total, para o grupo etrio acima dos 55 anos, de63.1%, ou seja 24.1 pontos percentuais acima do peso mdio.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    A facilitao do acesso destes grupos ao mercado de trabalho tem vindo a ser desenvolvidaatravs de medidas activas especficas ou de majoraes de apoios quando os beneficiriospertencem a esses grupos, entre as quais se destaca: a Formao profissional paradesempregados desfavorecidos e outros grupos especiais; Programas ocupacionais; Empresasde insero; Insero-emprego para beneficirios do RSI; Estmulo oferta de emprego;Combate fraude nas prestaes sociais; Desenvolvimento scio- comunitrio; Inserosocial e profissional de pessoas com deficincia; Majoraes sistemticas nos apoios adeficientes; Formao e insero social e profissional de grupos desfavorecidos; Majoraosistemtica das medidas de apoio ao emprego nas profisses significativamente marcadas pordiscriminaes de gnero; Sensibilizao e formao, atribuio de prmios s empresas e aosservios pblicos com polticas de boas-prticas neste domnio, bem como campanhaspblicas na rea da igualdade de oportunidades.

    As medidas no mbito da segurana social que podem constituir incentivos contratao degrupos mais vulnerveis, como deficientes, jovens em situao de 1 emprego, desempregadosde longa durao, concretizam-se atravs da possibilidade de reduo ou dispensa temporriado pagamento de contribuies para as entidades empregadoras que tenham a situaocontributiva regularizada, como as que a seguir se referem:

    Reduo, em cerca de 50%, da parte da taxa de contribuies imputvel entidadeempregadora, para a contratao, por tempo indeterminado, de trabalhadores deficientes,com capacidade para o trabalho inferior a 80% da capacidade normal exigida a umtrabalhador no deficiente no desempenho das mesmas funes13;

    Reduo temporria da taxa de contribuies, entre 25% e 50%, relativamente contratao de trabalhadores admitidos a tempo parcial para partilha e criao de postos detrabalho. Esta contratao abrange desempregados de longa durao, jovens procura deprimeiro emprego ou outros trabalhadores14 ;

    Dispensa, por um perodo mximo de 36 meses, do pagamento de contribuies para asempresas que contratem, por tempo indeterminado, desempregados de longa durao queestejam disponveis para o trabalho e inscritos no Centro de emprego h mais de 12 mesese jovens procura de primeiro emprego, com idade igual ou superior a 16 anos e inferior a30 que nunca tenham exercido actividade profissional ao abrigo do contrato de trabalhosem termo15 ;

    Dispensa, por um perodo de 36 meses, ou reduo de 50% das contribuies s empresasque celebrem, respectivamente, contratos de trabalho sem termo ou a termo, comtrabalhadores reclusos em regime aberto 16;

    Dispensa temporria do pagamento de contribuies para as entidades empregadoras,relativamente a jovens procura de 1 emprego e desempregados de longa durao,contratados a tempo parcial no mbito da alterao do tempo de trabalho, de completo paraparcial, de trabalhadores, ao seu servio, para partilha de postos de trabalho e dacontratao de trabalhadores com criao de postos de trabalho17 ;

    13 Decreto-Lei n 299/86, com a redaco dada pelo Decreto-Lei n 125/91, de 21 de Maro e Decreto-Lei n 199/99, de 8 de Junho.14 Decreto-Lei n 103/99, de 28 de Junho.15 Decreto-Lei n 89/95, de 6 de Maio e Decreto-Lei n 199/99, de 8 de Junho.16 Decreto-Lei n 199/99, de e Despacho Conjunto n 561/2001 DR II srie, n 143, de 22 de Junho de 2001.17 Decreto-Lei n 103/99, de 26 de Julho.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    Iseno temporria do pagamento de contribuies para a entidade empregadora,relativamente aos trabalhadores substitudos nas situaes de rotao emprego-formao,processo atravs do qual uma empresa proporciona aos seus trabalhadores umaoportunidade de formao profissional contnua e a desempregados, uma experinciaprofissional no desempenho das funes dos trabalhadores em formao 18 ;

    Iseno ou reduo no pagamento das contribuies sociais no mbito dos incentivos interioridade (investimento em actividades produtivas, estmulos criao de empregoestvel e incentivos instalao de empresas e fixao de jovens) para as entidadesempregadoras cuja actividade principal se desenvolva num dos Concelhos que beneficiadeste incentivo:

    - Iseno, durante os 3 primeiros anos de contrato, do pagamento de contribuiespara a segurana social relativas criao lquida de postos de trabalho sem termo.No 4 ano, as contribuies so reduzidas em dois teros e no 5 em um tero.

    - Iseno, nos primeiros 5 anos, do pagamento de contribuies para as empresascriadas por jovens empresrios19

    5. Assegurar que, a par das polticas de mercado de trabalho e econmicas, todos osramos principais da proteco social, em particular os sistemas de penses, ofereamincentivos participao dos trabalhadores idosos; que os trabalhadores no sejamencorajados a reformarem-se cedo e no sejam penalizados pelo facto de se manteremno mercado de trabalho para l da idade legal de reforma; e que os sistemas de pensesfacilitem a opo pela reforma flexvel.

    As regras de clculo das penses, recentemente introduzidas, favorecem a permanncia navida activa j que, ao contrrio do que acontecia com o anterior mtodo de clculo, se entraem linha de conta com os salrios revalorizados de toda a carreira contributiva, evitando-se,tambm, alguma manipulao das carreiras contributivas, permitida, de alguma maneira, pelaanterior legislao.

    Dentro desta linha h ainda a referir a introduo, em 1999, do regime de flexibilizao daidade de acesso penso que tem duas vertentes. Permite, por um lado, a possibilidade deopo pela antecipao da idade a partir dos 55 anos e, pelo menos, 30 anos de servio,estando, neste caso, o montante da penso sujeito a reduo; por outro lado, permite abonificao da penso para os trabalhadores que adiem a idade de reforma para alm dos 65anos e at aos 70, contribuindo, deste modo, para incentivar a actividade profissional paraalm da idade legal de reforma.

    A penso de invalidez, por exigir um prazo de garantia menor e no estar sujeita a limitesetrios, poder ser utilizada como via de sada precoce do mercado de trabalho, mas o Serviode Verificao de Incapacidades tem vindo a actuar de forma mais eficaz, pelo que se temregistado um decrscimo no nmero de pensionistas de invalidez.

    No sentido de facilitar a reinsero scio-profissional e de aumentar o rendimento dospensionistas permitida, sem restries, a acumulao das penses de velhice comrendimentos de trabalho e consentida, com limites, a acumulao de penso de invalidez com 18 Decreto-Lei n 51/99, de 20 de Fevereiro.19 Lei n 171/99, de 18 de Setembro e legislao complementar.

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    rendimentos da actividade profissional, atentas as capacidades remanescentes do pensionista.Esta limitao deixa de existir a partir dos 65 anos, momento em que as penses de invalidezso convertidas em penses de velhice.

    Os mecanismos existentes de pr-reforma e de pr-reforma antecipada, aplicveis a empresasou sectores econmicos em situao econmica difcil ou em reestruturao, bem como osregimes que permitem o acesso penso antecipada para vrios grupos profissionais, porrazes que se prendem com a natureza da actividade, umas tradicionalmente reconhecidascomo penosas (mineiros e profissionais de pesca) e outras de desgaste rpido (pilotos,controladores de trfego areo, profissionais de bailado, etc.) tm efeitos contrrios aoprolongamento da permanncia na vida activa, embora, por razes que se prendem com asustentabilidade financeira, no estejam isentos de condies, j que o respectivo acessodepende do cumprimento de determinados requisitos (prazo de garantia, anos com registo deremuneraes, estando o montante da penso, nalguns casos, sujeito a reduo).

    Outro grupo que pode beneficiar de esquemas de penso antecipada, cumpridos que sejam osrequisitos de acesso penso, o dos desempregados de longa durao, sem reduo nomontante da penso se a antecipao ocorrer a partir dos 60 anos ou com reduo se severificar a partir dos 55.

    Por outro lado, a estrutura de impostos, tal como existe, pode contribuir para favorecer apassagem situao de reforma, uma vez que as penses so objecto de importantes deduesfiscais e no so objecto de incidncia de contribuies para a segurana social, condies queno se verificam quando os trabalhadores esto no activo.

    No mbito do sistema privado (2 pilar), apenas cerca de 45% do nmero total de fundosfechados abrange os benefcios por reforma antecipada/pr-reforma. No que se refere a fundosde penses abertos os benefcios de reforma antecipada/pr-reforma detm peso bastanteinferior aos registados nos fundos fechados (32%).

    A entrada em vigor da legislao que instituiu o regime de flexibilizao da idade de reformaimplicou a alterao de alguns planos de penses financiados por fundos de penses porforma a acompanharem aquele regime. Por outro lado, muitos so os planos que prevem apossibilidade de adiamento da reforma dependente de acordo entre o participante e oassociado. Assim, ao nvel dos planos de penses j institudos e financiados por fundos depenses tem-se vindo a denotar um esforo para facilitar, cada vez mais, a opo pela reformaflexvel.

    Sendo o baixo grau de habilitaes/qualificaes uma das grandes vulnerabilidades dostrabalhadores portugueses mais idosos, para dar resposta ao desafio do envelhecimento activo necessrio identificar, reforar e desenvolver as competncias necessrias para a suamanuteno no mercado de trabalho e mudar as atitudes em relao a estes trabalhadores.

    No mbito do Acordo sobre Poltica de Emprego, Mercado de Trabalho, Educao eFormao, assinado em Fevereiro de 2001, o Governo e os Parceiros Sociais acordarampromover atitudes favorveis a uma formao profissional de requalificao e reconverso, nosentido de evitar a sada precoce do mercado de trabalho, salvaguardando as opes

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    individuais e os interesses dos trabalhadores e das empresas e criando incentivos requalificao profissional dos trabalhadores de empresas em reestruturao.

    Constitui uma prioridade, estimular a permanncia dos trabalhadores mais velhos no mercadode trabalho, com os seguintes objectivos/metas estabelecidas: Manter acima dos 50% a taxa de emprego no escalo etrio dos 55 aos 64 anos; Sensibilizar a opinio pblica para os problemas de envelhecimento demogrfico e para a

    importncia do envelhecimento em actividade.

    O Plano Nacional de Emprego (PNE) integra ainda as seguintes medidas: Reduo das contribuies para a segurana social no caso dos trabalhadores que recebem

    uma penso de reforma ou invalidez; Regime de flexibilizao da idade de acesso penso de velhice; Campanhas de divulgao e promoo do envelhecimento activo destinadas ao pblico,

    em geral, e s empresas; Promoo, junto dos parceiros sociais, da iniciativa de eliminao dos contedos das

    convenes colectivas de trabalho que desincentivem a permanncia no mercado detrabalho.

    Ainda, no mbito das medidas destinadas a promover uma vida activa mais longa prev-se: A adequao da legislao laboral s novas necessidades da organizao do trabalho e ao

    reforo da produtividade e da competitividade da economia nacional; O desenvolvimento do sistema dos representantes dos trabalhadores com direitos

    especficos na rea da segurana, higiene e sade no trabalho, atravs da regulamentaodo processo de eleio e da proteco legal desses representantes;

    A adopo do Programa de adaptao dos servios de preveno nas empresas,estruturado e aplicado com participao directa das associaes de empregadores e dasempresas, e que permitir conceder apoios financeiros a empresas que invistam emrecursos tcnicos e em equipamentos, na contratao e formao de tcnicos superiores etcnicos de segurana e higiene no trabalho, e na contratao de mdicos e enfermeiros dotrabalho;

    O lanamento do Programa Nacional de Formao, Segurana, Higiene e Sade noTrabalho (SHST), dirigido a tcnicos e representantes dos trabalhadores e dosempregadores;

    O apoio ao desenvolvimento de boas prticas nos locais de trabalho; O reforo dos meios e da actividade inspectiva, com particular intensidade nos sectores

    mais gravemente afectados pela sinistralidade laboral mortal e grave, balizada pelosprincpios gerais de preveno;

    Aces de informao e sensibilizao, tendo em vista a sedimentao de uma cultura desegurana e a promoo de comportamentos seguros;

    Plano de adaptao do Servio Nacional de Sade para que possa estar em condies decorresponder s suas responsabilidades na vigilncia da sade no trabalho.

    6. Reformas dos sistemas de penses de modo adequado, tendo em conta o objectivoglobal de manter a sustentabilidade das finanas pblicas. Simultaneamente, asustentabilidade das penses necessita de ser acompanhada de polticas fiscais slidas,incluindo, quando necessrio, a reduo da dvida. As estratgias adoptadas para atingir

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    este objectivo podem tambm incluir o desenvolvimento de fundos de reserva destinadosa penses.

    A reforma dos regimes de penses constitui, actualmente, uma prioridade da acogovernativa. De acordo com as ltimas projeces do Eurostat, em Portugal, a percentagemde idosos, em 2050, atingir os 26%, enquanto que em 2000 era de 15,3%. Os nmeroscorrespondentes para a Unio Europeia no seu todo so de 29, 4% e 17,2%, respectivamente,o que posiciona o nosso pas em quinto lugar entre os mais jovens dos Estados-membros, noconjunto dos 15.

    Neste captulo, as projeces sobre as despesas da Segurana Social so actualizadas econtemplam um horizonte mais alargado, at 2075, de forma a abranger o ciclo de vida deuma pessoa nascida hoje. Apresentam-se dois cenrios: o primeiro examina os efeitos da Lei17/2000 e da legislao complementar, que entrou em vigor em Janeiro do corrente ano, e osegundo cenrio considera a situao que vigorou at 2002, isto , na vigncia da Lei n.28/84 e legislao complementar.20 O actual Governo introduziu uma nova Lei de Bases daSegurana Social, cuja regulamentao poder vir a introduzir alteraes aos cenriosapresentados, embora, no que respeita ao clculo das penses, no se prevejam mudanassubstanciais.

    O plano do captulo o seguinte: primeiro apresentada uma breve exposio do modelo deprojeces e dos principais pressupostos utilizados. Seguidamente, so fornecidas projecessobre as despesas e receitas no cenrio da vigncia da Lei 17/2000 e no cenrio da legislaoanterior, e prestada informao sobre o fundo de reserva da segurana social (FEFSS). Soigualmente apresentadas projeces de longo prazo relativamente ao regime de protecosocial da funo pblica. Por ltimo, so resumidos os aspectos principais das concluses aque se pode chegar atravs dos dados apresentados.

    O Quadro 6 evidencia que o rcio de dependncia da populao idosa quase duplica em 2050e que a esperana de vida idade de reforma aumenta em cerca de 3, 5 anos.

    1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075Racio de dependncia dos idosos 22.4% 22.5% 22.9% 24.2% 25.1% 28.1% 32.4% 39.8% 44.5% 40.2%

    Esperana de vida aos 65 anos Homens 14.7 14.7 14.8 15.2 15.7 16.6 17.4 17.9 18.1 18.1 Mulheres 18.3 18.4 18.5 18.9 19.4 20.3 21.1 21.6 21.7 21.7Fonte: Ministrio das Finanas, clculos pelo modelo PROST baseados nas previses do Eurostat.

    Quadro 6 - Projeces demogrficas

    No Quadro 7, as taxas de participao masculina mantm-se constantes, enquanto que as taxas de participao damo de obra feminina convergem no rcio mdio de aumento de 1999 a 2001. As taxas de desemprego (noincludas) so tambm especficas por idade e gnero e a taxa global de desemprego mantm-se fixa em 4%. Por

    20 O modelo utilizado, para as projeces de longo prazo sobre receitas e despesas, o PROST, Pension Reforms OptionsSimulation Toolkit, desenvolvido pelo Banco Mundial. As projeces sobre a populao so calculadas segundo o modelodos pressupostos relativos s taxas de fertilidade e mortalidade da variante central demogrfica do Eurostat.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    seu lado, o Quadro 8 mostra que o emprego cresce regularmente at 2020, entrando em declnio nos anosseguintes.

    2000 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075Homens

    16-24 45.6% 45.6% 45.6% 45.6% 45.6% 45.6% 45.6% 45.6%25-54 80.9% 80.9% 80.9% 80.9% 80.9% 80.9% 80.9% 80.9%55-64 59.7% 59.7% 59.7% 59.7% 59.7% 59.7% 59.7% 59.7%65+ 26.0% 26.0% 26.0% 26.0% 26.0% 26.0% 26.0% 26.0%

    Mulheres16-24 43.1% 44.8% 45.7% 47.0% 47.0% 47.0% 47.0% 47.0%25-54 77.1% 81.3% 82.6% 83.3% 83.3% 83.3% 83.3% 83.3%55-64 46.0% 50.5% 55.4% 58.9% 58.9% 58.9% 58.9% 58.9%65+ 18.0% 19.8% 21.7% 24.2% 25.2% 25.6% 25.6% 25.6%

    Quadro 7 - Previses sobre as taxas de participao da mo-de-obra

    Fonte: Ministrio das Finanas, clculos baseados no Inqurito ao Emprego - INE

    (Milhares) 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    Total 4,346.9 4,412.9 4,463.9 4,631.9 4,735.5 4,793.9 4,781.0 4,621.3 4,437.1 4,303.7 Homens 2,323.9 2,286.4 2,301.8 2,344.6 2,377.1 2,406.7 2,418.9 2,351.5 2,267.7 2,199.9 Mulheres 2,022.9 2,126.5 2,162.1 2,287.3 2,358.3 2,387.2 2,362.1 2,269.8 2,169.4 2,103.8

    Fonte: Ministrio das Finanas, clculos pelo modelo PROST

    Quadro 8 - Projeces sobre o emprego no sector privado

    Uma distribuio cumulativa das remuneraes, separada por homens e mulheres, resume adisperso das remuneraes por referncia remunerao mnima. Assume-se que ocrescimento das remuneraes reais acompanha o crescimento da produtividade do trabalho ereflecte os principais ganhos na acumulao do capital humano.

    1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    Total 1.7% 4.1% 2.9% 1.6% 1.9% 3.1% 2.4% 4.5% 1.8% 2.9% Homens 1.7% 4.9% 3.2% 2.0% 2.1% 3.1% 2.1% 4.4% 1.6% 2.9% Mulheres 1.7% 4.6% 2.7% 1.1% 1.7% 3.1% 2.8% 4.7% 2.0% 2.9%

    Fonte: Ministrio das Finanas, clculos baseados nas regresses Mincer, utilizando os Quadros de Pessoal .

    Quadro 9 - Projeces sobre as remuneraes reais

    A evoluo esperada dos pensionistas de velhice, invalidez e sobrevivncia evidenciada peloQuadro 10. O nmero de novos pensionistas determinado de forma endgena, uma vez queo emprego exgeno. A sada de pensionistas em cada ano depende das taxas de mortalidade.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    (Milhares) 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    Velhice 1,462.8 1,511.7 1,492.6 1,589.5 1,667.3 1,912.7 2,168.2 2,533.3 2,721.6 2,376.1 RG normal e novas mnimas 473.2 500.7 499.0 547.4 625.4 901.3 1,344.5 1,921.2 2,388.9 2,374.1 RG mnima 589.1 622.8 620.2 720.4 834.2 940.0 804.6 599.6 324.6 0.0 RESSAA 339.3 332.4 318.7 274.6 169.5 20.2 1.3 - - - RNCE 61.1 55.8 54.8 47.2 38.2 25.9 17.8 12.5 8.1 2.0Cobertura em % Pop. 65+ 96% 99% 96% 97% 97% 97% 97% 96% 96% 96%

    Invalidez 392.9 370.1 357.3 336.1 325.9 322.5 323.1 316.0 284.2 246.6 RG normal e novas mnimas 126.5 122.4 118.5 132.3 161.1 211.3 245.5 261.6 245.9 230.3 RG mnima 184.5 178.5 172.8 151.6 128.7 92.8 66.9 48.2 34.8 15.4 RESSAA 36.2 22.2 19.3 14.1 6.3 0.4 - - - - RNCE 45.8 47.0 46.8 38.1 29.8 18.0 10.8 6.1 3.5 1.0Cobertura em % Pop. 15-64 6% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 4% 4%

    Sobrevivncia 585.1 599.0 614.9 651.0 696.6 787.0 884.1 988.4 1,078.6 1,310.1 RG normal e novas mnimas 108.1 111.2 114.5 117.4 122.7 135.0 150.7 160.6 159.3 142.6 RG mnima 382.2 393.0 404.7 445.6 494.4 602.1 720.9 824.9 916.5 1,165.1 RESSAA 91.1 91.5 92.3 84.7 76.2 46.7 9.3 - - - RNCE 3.7 3.3 3.3 3.3 3.3 3.2 3.1 3.0 2.8 2.3Cobertura em % Pop. 6% 6% 6% 6% 7% 7% 8% 9% 10% 13%

    Fonte: Ministrio das Finanas, clculos utilizando o PROST e dados do CNP.

    Quadro 10 - Projeces sobre o nmero de pensionistas

    No RESSAA e no regime no contributivo, espera-se um decrscimo significativo depensionistas de velhice e de invalidez, em virtude da natureza dos regimes e da universalidadedo sistema de segurana social. Contudo, para os pensionistas de sobrevivncia espera-se umligeiro acrscimo.

    A actualizao das penses mnimas tem sido feita por percentagens, relativamente inflao esperada,superiores s das penses normais. Como muitas vezes o padro de referncia das penses mnimas o salriomnimo, consideramos de interesse a incluso do Quadro 11 abaixo.

    Pontos percentuais acima da inflao esperada

    Penso normal 0.4

    Penses mnimas (*) 2.0 Salrio mnimo 2.0

    (*) Depois de atingir 200 em 2003

    Quadro 11 - Pressupostos para os aumentos das penses

    As projeces do crescimento real do PIB, projectado como a soma do crescimento do emprego e docrescimento das remuneraes reais, so as que figuram no Quadro 12. Assume-se uma taxa de inflaoconstante a 2% para o perodo projectado.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    Crescimento real do PIB 2.8% 2.0% 3.3% 2.3% 4.2% 1.5% 2.7%

    Fonte: Ministrio das Finanas, clculos pelo PROST

    Quadro 12 - projeces do crescimento real do PIB

    As projeces das receitas e despesas de segurana social, de acordo com a Lei n 17/2000, constam do Quadro13. Refira-se, a propsito, que s as penses normais do regime geral so afectadas. Por forma a avaliar osefeitos da referida Lei, o Quadro 14 descreve os provveis efeitos futuros decorrentes de um cenrio sem aintroduo de medidas de reforma.

    Em % do PIB 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075Penses de velhice (*) 3.8% 4.0% 4.1% 4.6% 4.7% 4.9% 5.2% 5.4% 5.5% 5.8% Penses do RG normais e novos min. 2.0% 2.1% 2.1% 2.5% 2.8% 3.2% 3.9% 4.5% 5.1% 5.8% Penso mnima do RG 1.0% 1.1% 1.1% 1.3% 1.5% 1.5% 1.2% 0.8% 0.4% 0.0%Penses de invalidez (*) 1.1% 1.1% 1.2% 1.2% 1.3% 1.3% 1.3% 1.1% 1.0% 0.8% Penses do RG normais e novos min. 0.5% 0.5% 0.5% 0.7% 0.8% 1.0% 1.1% 1.0% 0.9% 0.7% Penso mnima do RG 0.4% 0.3% 0.4% 0.3% 0.3% 0.2% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0%Penses de sobrevivncia (*) 0.9% 0.9% 1.0% 1.0% 1.0% 1.1% 1.1% 1.2% 1.2% 1.3% Penses do RG normais e novos min. 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.5% 0.5% 0.5% 0.5% Penso mnima do RG 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.5% 0.6% 0.6% 0.7% 0.7% 0.8%

    Despesa totais com penses 5.9% 6.1% 6.3% 6.8% 7.1% 7.3% 7.5% 7.7% 7.7% 7.8%

    Outras despesas de segurana social (**) 2.8% 2.9% 3.0% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9%Despesas de administrao 0.3% 0.3% 0.3% 0.3% 0.4% 0.3% 0.3% 0.3% 0.3% 0.3%

    Despesas totais de segurana social 9.0% 9.3% 9.6% 10.0% 10.3% 10.5% 10.7% 10.9% 10.9% 11.1%

    Receitas totais de segurana social 10.5% 10.9% 11.3% 11.2% 10.8% 10.2% 9.6% 9.5% 9.4% 9.4% Contribuies de segurana social 7.3% 7.5% 7.6% 7.7% 7.6% 7.6% 7.5% 7.4% 7.4% 7.4% Transferncias do OE incl. IVA social 3.0% 3.2% 3.3% 3.0% 2.7% 2.2% 2.0% 2.0% 1.9% 1.9% Outras receitas 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% Receitas de investimento 0.0% 0.1% 0.2% 0.3% 0.5% 0.3% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%

    Saldo da conta corrente 1.5% 1.6% 1.7% 1.1% 0.5% -0.3% -1.1% -1.4% -1.5% -1.7%

    Saldo do fundo de reserva 1.9% 3.4% 4.9% 9.0% 11.0% 7.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%

    (*) Inclui penses do RESSAA e do RNC; (**) No inclui penses do RESSAA e do RNC.Fonte: Ministrio das Finanas - clculos de acordo com PROST.

    Quadro 13 - Projeces da conta da segurana social de acordo com a Lei n 17/2000

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    Em % do PIB 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    Penses de velhice (*) 3.8% 4.0% 4.1% 4.5% 4.7% 4.8% 5.0% 5.4% 5.7% 5.7% Penses do RG normais e novos min. 2.0% 2.1% 2.1% 2.5% 2.7% 3.1% 3.7% 4.5% 5.2% 5.7% Penso mnima do RG 1.0% 1.1% 1.1% 1.3% 1.5% 1.5% 1.2% 0.8% 0.4% 0.0%

    Penses de invalidez (*) 1.1% 1.1% 1.2% 1.2% 1.3% 1.3% 1.3% 1.1% 1.0% 0.8% Penses do RG normais e novos min. 0.5% 0.5% 0.5% 0.7% 0.8% 1.0% 1.1% 1.0% 0.9% 0.7% Penso mnima do RG 0.4% 0.3% 0.4% 0.3% 0.3% 0.2% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0%

    Penses de sobrevivncia (*) 0.9% 0.9% 1.0% 1.0% 1.0% 1.1% 1.1% 1.2% 1.2% 1.3% Penses do RG normais e novos min. 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.5% 0.5% 0.5% 0.5% Penso mnima do RG 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.5% 0.6% 0.6% 0.7% 0.7% 0.8%

    Despesa total com penses 5.9% 6.1% 6.3% 6.8% 7.0% 7.2% 7.4% 7.7% 7.8% 7.7%

    Outras despesas de segurana social (**) 2.8% 2.9% 3.0% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9% 2.9%Despesas de administrao 0.3% 0.3% 0.3% 0.3% 0.4% 0.3% 0.3% 0.3% 0.3% 0.3%

    Despesas totais de segurana social 9.0% 9.3% 9.6% 10.0% 10.3% 10.3% 10.6% 10.9% 11.1% 11.0%

    Receitas totais de segurana social 10.5% 10.9% 11.3% 11.2% 10.8% 10.3% 9.7% 9.5% 9.4% 9.4% Contribuies de segurana social 7.3% 7.5% 7.6% 7.7% 7.6% 7.6% 7.5% 7.4% 7.4% 7.4% Transferncias do OE incl.IVA social 3.0% 3.2% 3.3% 3.0% 2.6% 2.2% 2.0% 1.9% 1.9% 1.8% Outras receitas 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% Receitas de investimento 0.0% 0.1% 0.2% 0.3% 0.5% 0.4% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0%

    Saldo da corrente 1.5% 1.6% 1.7% 1.2% 0.5% -0.1% -0.8% -1.4% -1.7% -1.6%

    Saldo do fundo de reserva 1.9% 3.4% 4.9% 9.1% 11.2% 8.2% 1.4% 0.0% 0.0% 0.0%

    (*)Inclui penses do RESSA e do RNC; (**) No inclui penses do RESSA e do RNCFonte: Ministrio das Finanas - clculos de acordo com PROST

    Quadro 14. Projeces da conta da segurana social na vigncia da lei de bases anterior

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    As projeces das despesas de segurana social, com excepo das penses do regime geral, so as que seapresentam no Quadro 15. As iniciativas de reforma, analisadas a seguir, no afectam estes itens relativos sdespesas. Como se pode ver, muitas das despesas mantm-se mais ou menos constantes, todavia o RESSAA e oregime no contributivo devem extinguir-se entre 2020 e 2050, respectivamente. O primeiro regime foi fechado,como se referiu, a novos beneficirios em 1986, e o segundo um regime subsidirio destinado s pessoas noprotegidas efectivamente pelos regimes de proteco social em vigor.

    Em % do PIB 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    ... Financiados pelo or. SS 1.5% 1.5% 1.5% 1.3% 1.3% 1.2% 1.2% 1.3% 1.3% 1.3% Doena 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% 0.4% Maternidade 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% Doenas profissionais 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% Morte 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% Desemprego 0.5% 0.5% 0.5% 0.5% 0.5% 0.5% 0.4% 0.5% 0.5% 0.5% Prestaes familiares (*) 0.4% 0.4% 0.4% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% Subsdio soc. de desemprego (*) 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% Subsdios para deficientes (*) 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1%

    ... Financiadas pelo OE 2.6% 2.7% 2.8% 2.70% 2.38% 1.87% 1.68% 1.60% 1.56% 1.51% Aco social 0.8% 0.8% 0.9% 0.9% 0.9% 0.9% 0.9% 0.9% 0.9% 0.9% Regime esp. ferrovirios 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% Rendimento social de insero 0.3% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% Prestaes familiares (*) 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% 0.2% Subsdio soc. de desemprego (*) 0.2% 0.2% 0.2% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% Subsdios para deficientes (*) 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% 0.1% RESSAA 0.7% 0.7% 0.8% 0.7% 0.5% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% Velhice 0.5% 0.5% 0.6% 0.5% 0.3% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% Invalidez 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% Sobrevivncia 0.1% 0.2% 0.2% 0.2% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% RNCE 0.5% 0.6% 0.6% 0.5% 0.4% 0.2% 0.2% 0.1% 0.1% 0.0% Velhice 0.3% 0.3% 0.3% 0.3% 0.2% 0.1% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% Invalidez 0.2% 0.3% 0.3% 0.2% 0.2% 0.1% 0.1% 0.0% 0.0% 0.0% Sobrevivncia 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0%

    Fonte: Ministrio das Finanas, clculos baseados nos dados do MSST.(*) - Financiamento repartido em 50% entre OE e Oramento da SS a partir de 2005.

    Quadro 15 - Outras despesas de segurana social

    O Fundo de Estabilizao Financeira da Segurana Social (FEFSS) foi criado, em 1999, como um fundo dereserva do sistema de segurana social portugus e a sua gesto foi cometida ao Instituto de Gesto de Fundos deCapitalizao da Segurana Social pelo Decreto-Lei 449-A/99, de 4 Novembro. O FEFSS tem como objectivotem como objectivo assegurar a estabilizao financeira do sistema de segurana social, atravs da adopo demedidas de maior flexibilidade no seu financiamento, bem como a gesto, em regime de capitalizao, dopatrimnio que lhe est afecto.

    Em perodos em que se possam verificar saldos positivos estes servem para alimentar oFundo. Em situaes de adversidade, torna-se necessrio utilizar os montantes armazenadosnesta reserva para suprir, conjunturalmente, essa insuficincia. A Lei n 17/2000 fixou comomontante objectivo desta reserva o equivalente despesa com 2 anos de penses.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    Entretanto, de entre as alteraes introduzidas pela mesma Lei, destaca-se a afectao de, paraalm dos excedentes obtidos, 2 pontos percentuais dos 11% referentes s contribuies dostrabalhadores a este fundo de reserva.

    As representaes possveis do activo do Fundo, com indicao dos limites a cumprir estoestabelecidas no respectivo regulamento de gesto, o qual tambm estabelece, nomeadamente,as seguintes restries de investimento: Todos os activos tm de ser denominados em euros; Pelo menos 50% da carteira tem de ser investida em dvida garantida pelo Estado Portugus; O investimento em aces no pode ultrapassar 20% do portflio; Todas as emisses detidas em carteira tm de ter rating mnimo BBB/Baa2. Ainda assim, o Conselho

    Directivo decidiu no investir em activos com rating inferior a A-/A3. O investimento em unidades de participao em fundos de investimento no pode exceder 20% da carteira.

    Na ausncia de um estudo de Asset Liability Modelling, entretanto j em fase de finalizao,optou-se por uma distribuio dos investimentos numa perspectiva prudente, compreponderncia do primeiro objectivo, sem excluir a participao em novos mercados, emnovos negcios (como as energias alternativas) ou perspectivando, ainda, a exposio a umsegmento at agora pouco explorado o mercado imobilirio.

    O valor acumulado neste fundo de reserva ascendia, em 31 de Dezembro de 2001, a3.798.642.783,17 , o que lhe permite uma posio muito confortvel entre os fundos depenses escala europeia21 (ver Quadro 6 - Anexo I).

    As projeces oficiais do FEFSS relativas ao subsistema previdencial apontam para aexistncia do primeiro dfice entre 2015 e 2020, permitindo o fundo de reserva acumulado atesse perodo, fazer face aos dfices anuais por um perodo posterior de cerca de 15-20 anos.Aps o esgotamento do fundo, entre 2030 e 2035, o dfice anual situar-se- entre 1% e 2% doPIB.

    No que respeita ao regime de proteco social dos funcionrios pblicos, o nmero de beneficirios manter-se-mais ou menos constante, prevendo-se que comece a diminuir em 2030. O Quadro 16 descreve as alteraesprovveis neste regime ao longo dos prximos 75 anos.

    (Milhares) 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075Contribuintes 710.0 747.0 751.8 771.0 770.0 769.0 769.0 761.0 736.0 707.0

    Nmero total de pensionista 418.0 428.0 436.0 468.0 518.0 632.0 725.0 767.0 764.5 744.0 Velhice e invalidez 302.0 309.0 316.4 346.0 394.0 505.0 596.0 641.0 644.0 627.0 Sobrevivncia 116.0 119.0 119.6 122.0 124.0 127.0 129.0 126.0 120.5 117.0Fonte: Clculos utilizando o PROST.

    Quadro 16 - Projeces sobre os contribuintes e os pensionistas da CGA

    Prev-se que as despesas com penses neste regime aumentem cerca de 1.4 pp, ou seja, passem de 3,6% em2000 para 5% em 2075. Considerando-se as contribuies e outras receitas mais ou menos constantes a cerca de1.5% do PIB, prev-se que as transferncias do OE aumentem de 2% do PIB em 2000 para 3,4% em 2075.Tomando como base as transferncias correntes em que as contribuies do Estado, enquanto entidadeempregadora, representam cerca de 2% do PIB implicar um dfice previsvel de 1.4%. em 2075.

    Quadro 17 Projeces relativas Caixa Geral de Aposentaes (CGA) 21 Fonte: IPE, Investment & Pensions Europe, (suplemento edio de Setembro de 2001 TOP 100 ).

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    Em % do PIB 1999 2000 2001 2005 2010 2020 2030 2040 2050 2075

    Despesas com penses 3.5% 3.6% 3.7% 4.1% 4.4% 5.0% 5.0% 4.6% 4.4% 5.0%

    Contribuies e outras receitas 1.5% 1.6% 1.6% 1.5% 1.5% 1.5% 1.5% 1.5% 1.6% 1.6%

    Saldo corrente -2.0% -2.0% -2.1% -2.6% -2.9% -3.5% -3.5% -3.1% -2.8% -3.4%

    Fonte: Clculos de acordo com PROST

    No que respeita sustentabilidade financeira do sistema de segurana social [considerandotanto o sistema pblico de penses para os trabalhadores do sector privado (incluindo todas asdespesas de segurana social) como o sistema de proteco social dos funcionrios pblicos]verifica-se que, de acordo com os cenrios e pressupostos adoptados, as recentes medidas dereforma introduzidas com a Lei n 17/2000 no reforam a sustentabilidade financeira a longoprazo, prevendo-se que o Fundo de Reserva se esgote em 2029 (em vez de 2032, estimadonoutros estudos).

    Estes resultados sugerem que o efeito de poupana resultante da considerao de toda acarreira contributiva na determinao da remunerao de referncia menor que o efeito dasubida de despesas decorrente do aumento das taxas de formao de penso. Por outro lado, operodo transitrio estabelecido parece ser longo para produzir ganhos significativos,susceptveis de reforar a sustentabilidade financeira.

    Prev-se, deste modo, que, ao longo de um perodo de 75 anos, a despesa total da seguranasocial, assim considerada, aumente em cerca de 3.2pp do PIB. Deste aumento, o sistema deproteco social dos trabalhadores do sector privado representa 1.8 pp e o regime deproteco social dos funcionrios pblicos 1.4pp em virtude da generosidade existente naspenses at 2030. De facto, em 2075, este ltimo regime cobrir apenas 750 mil pensionistascontra os cerca de 4 milhes daquele sistema. Estudos existentes, com pressupostos anteriores Lei n 17/2000, apontavam para um crescimento da despesa na ordem dos 3,5 a 4 pontospercentuais para o perodo 2000 2050.

    7. Assegurar que o enquadramento legal e as reformas das penses mantero umequilbrio justo entre os activos e os reformados, no sobrecarregando os primeiros emantendo penses adequadas para os segundos

    Constituem objectivos prioritrios da Lei n 17/2000, que ser substituda pela nova Lei deBases referida, a aprovar em breve, promover a melhoria das condies e dos nveis deproteco social e o reforo da respectiva equidade, bem como promover a sustentabilidadefinanceira do sistema, estruturando-se o mesmo com base no desenvolvimento do princpio dasolidariedade no plano nacional, laboral e intergeracional.

    Para o efeito, foi dado um novo desenho ao sistema e estabelecidos princpios definanciamento no sentido de delimitar e clarificar a partilha das responsabilidades financeiras.O regime de financiamento obedece ao princpio da diversificao das fontes22 de 22 J tinha sido dado um primeiro passo na diversificao das fontes de financiamento com a Lei n 39-B/94, de27/12 (Lei do Oramento para 1995) ao consignar segurana social a receita fiscal obtida com o aumento de1% taxa do IVA.

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    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    financiamento e da adequao selectiva. O primeiro princpio implica a ampliao das basesde obteno de recursos financeiros, tendo em vista, nomeadamente, a reduo dos custos nosalariais da mo de obra e o segundo consiste na determinao das fontes de financiamento ena afectao dos recursos financeiros do sistema, de acordo com a natureza e os objectivosdas modalidades de proteco social definidas e com situaes e medidas especiais,nomeadamente as relacionadas com polticas activas de emprego e formao profissional.

    Formas de financiamento: Financiamento exclusivo por transferncias do OE para o subsistema de proteco social

    de cidadania, que integra, nomeadamente, o regime de solidariedade (regime nocontributivo e o RSI), a aco social e o regime especial das actividades agrcolas.

    Os encargos resultantes do pagamento dos complementos sociais, atribudos no mbito doregime de solidariedade, que visem assegurar os montantes mnimos de penses, sempre queos respectivos encargos excedam o montante fixado na lei para a penso social de invalidez evelhice, so financiados de forma tripartida, em 2002, nos termos previstos para o subsistemade proteco famlia e polticas activas de emprego e formao profissional. Entre 2003 e2005, de 25% a 75% dos encargos sero financiados por transferncias do OE, sendo orestante financiado nos termos previstos para o subsistema de proteco famlia e polticasactivas de emprego e formao profissional, at que a totalidade dos encargos seja financiadapor transferncias do OE em 2006.

    Financiamento tripartido: cotizaes dos trabalhadores, contribuies das entidadesempregadoras e consignao de receitas fiscais, no que se refere ao subsistema deproteco famlia e a certas medidas especiais23, designadamente as relacionadas compolticas activas de emprego e formao profissional.

    A partir de 2003, ser determinada uma afectao progressiva de receita de natureza fiscal atque a totalidade das receitas fiscais consignadas representem (em 2005) 50% dos encargoscom o subsistema de proteco famlia e polticas activas de emprego e formaoprofissional.

    Financiamento bipartido: cotizaes dos trabalhadores e contribuies das entidadesempregadoras para o subsistema previdencial24.

    As novas regras de clculo tm por objectivo no s que a penso reproduza, com maiorfidelidade, as remuneraes recebidas ao longo da carreira profissional, mas tambm, numaptica de equilbrio do sistema, a eliminao de situaes de manipulao do valor das

    23 Nomeadamente situaes especiais de antecipao da idade legal de reforma24 Actualmente, o regime dos trabalhadores por conta de outrem financiado atravs de uma taxa global de34,75%, da qual 11% paga pelo trabalhador e 23,75% pela entidade empregadora e cobre as eventualidades dematernidade, doena, doena profissional, desemprego, invalidez, velhice, morte e encargos familiares. Existemtaxas inferiores para determinadas actividades. As taxas de contribuies previstas para o regime dostrabalhadores independentes correspondem, para o esquema obrigatrio, a 25,4% (abrange maternidade,invalidez, velhice e morte) ou, para o esquema alargado, de natureza facultativa, a 32% (cobre as 4eventualidades do esquema obrigatrio e doena, doena profissional e encargos familiares). O regime deinscrio facultativa financiado atravs de uma taxa de 16% (cobre invalidez, velhice e morte) podendo sermais elevada se o mbito material de aplicao abranger outras eventualidades.

  • MINISTRIO DA SEGURANA SOCIAL E DO TRABALHO

    DIRECO-GERAL DA SOLIDARIEDADE E SEGURANA SOCIAL

    M o d . D G S S S / 0 2

    L a r g o d o R a t o , 1 1 2 6 9 - 1 4 4 L IS B O A T e l . 2 1 3 8 1 7 3 0 0 F a x 2 1 3 8 8 9 5 1 7A v . d a R e p b l i c a , 6 7 1 0 6 9 - 0 3 3 L IS B O A T e l . 2 1 7 9 2 0 1 0 0 F a x 2 1 7 9 3 4 7 3 9

    penses, permitidas, de alguma forma, pela legislao anterior. Visa-se, deste modo,contribuir para o reforo, a mdio e a longo prazos, da sustentabilidade financeira.

    As alteraes introduzidas pelo novo regime constituem, igualmente, um aprofundamento doprincpio da solidariedade, designadamente da solidariedade no plano laboral, poisintroduzem-se mecanismos redistributivos no apuramento das respectivas prestaes. A novafrmula introduzida, principalmente no que se refere taxa de formao da penso, obedeceao princpio da diferenciao positiva, aplicando-se taxas regressivas aos diferentes escalesde rendimentos, privilegiando-se as carreiras contributivas mais longas.

    Introduziram-se, igualmente, regras inovadoras no que se refere revalorizao da base declculo, que tem em conta no s o ndice de preos no consumidor, como at aqui, mastambm uma ponderao entre este ndice e um novo ndice de melhoria salarial.

    Entre outras medidas que j foram referidas atrs, pretende-se um maior equilbrio entrerepartio e capitalizao dos benefcios futuros ou entre a solidariedade dos activos para comos inactivos e o auto-aforro.

    Pretende-se, igualmente, assegurar um nvel de prestaes to justo e eficaz quanto possvel,aprofundando o princpio da diferenciao positiva a favor dos mais carenciados, premiando ocontributivismo