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Caio Barsotti, presidente do Cenp: "o nível de insegurança do anunciante é monstro, estamos atentos ao tema" Publicado QuartaFeira, 18 de Março de 2015 14:43 Mídia programática esquenta no Brasil Caio Barsotti, do Cenp, diz que nível de insegurança dos anunciantes é grande por Rafael Vazquez* A mídia programática é o tema do momento. Já consolidada em meios digitais na Europa e na América do Norte, mais especificamente Estados Unidos e Canadá, essa espécie de bolsa de valores da propaganda chegou ao Brasil com a potência de uma avalanche prestes a cair sobre o mercado de compra e venda de anúncios. Agências correm para criar estruturas capazes de usar esse sistema, anunciantes sofrem para entender um modelo no qual não sabem exatamente em quais veículos seus anúncios vão parar e empresas que já trabalham com tecnologia há anos usufruem da expertise adquirida pelo domínio das ferramentas que compõem esse novo modelo. “É uma quebra de paradigmas. Os players do mercado precisam se habituar e buscar conhecimento sobre o tema. É a única forma de entender o ecossistema da mídia programática e saber tirar vantagem disso”, diz Leila Guimarães, vicepresidente comercial da boobox, empresa especializada em direcionar investimentos publicitários em mídia

Publicado QuartaFeira, 18 de Março de 2015 14:43 Mídia ... · a mídia programática traz, olhando pelo viés da mídia online, é a possibilidade de melhorar a relação custobenefício

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Caio Barsotti, presidente do Cenp: "o nível de insegurança do anunciante é monstro, estamos atentos ao tema"

Publicado Quarta­Feira, 18 de Março de 2015 14:43

Mídia programática esquenta no BrasilCaio Barsotti, do Cenp, diz que nível de insegurança dos anunciantes égrande

por Rafael Vazquez*

 

A mídia programática é o tema do momento. Já consolidada em meios digitais na Europa ena América do Norte, mais especificamente Estados Unidos e Canadá, essa espécie de bolsade valores da propaganda chegou ao Brasil com a potência de uma avalanche prestes a cairsobre  o mercado  de  compra  e  venda  de  anúncios.  Agências  correm  para  criar  estruturascapazes  de  usar  esse  sistema,  anunciantes  sofrem para  entender  um modelo  no  qual  nãosabem exatamente em quais veículos seus anúncios vão parar e empresas que já trabalhamcom tecnologia há anos usufruem da expertise adquirida pelo domínio das ferramentas quecompõem esse novo modelo.

“É  uma  quebra  de  paradigmas.  Os  players  do  mercado  precisam  se  habituar  e  buscarconhecimento  sobre  o  tema.  É  a  única  forma  de  entender  o  ecossistema  da  mídiaprogramática e saber tirar vantagem disso”, diz Leila Guimarães, vice­presidente comercialda  boo­box,  empresa  especializada  em  direcionar  investimentos  publicitários  em  mídia

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Marco Gomes, da Boo­box: "a mídia programática está exigindo uma adaptação dos mídias das agências"

independente e que já utiliza mídia programática para buscar os blogs com audiências maisrelevantes para cada cliente.

“Hoje as pessoas confiam mais no que leem em blogs e redes sociais do que nos veículos decomunicação de massa”, diz Marco Gomes,  fundador e CMO da boo­box.  “O benefício damídia  programática  é  poder  comprar  espaços  para  anúncios  em  meios  nos  quais  aaudiência realmente está conectada com o conteúdo de uma campanha, pois a transação éfeita a partir dos inventários que definem o público­alvo”, acrescenta. Segundo Gomes, issorepresenta  um  avanço  ao  modelo  em  que  veículos  enviam  relatórios  sobre  a  própriaaudiência  para  que,  a  partir  dessas  informações  coletadas  em  amostragens,  agências  eanunciantes determinem quais meios receberão os investimentos.

De acordo com os executivos da boo­Box, que  trabalha  com uma  rede de 500 mil blogs  eatinge  60 milhões  de  internautas,  a  consolidação  da mídia  programática  já  está  exigindouma  adaptação  principalmente  dos  responsáveis  de mídia  das  agências.  “Estão  buscandoprofissionais do mercado  financeiro,  engenheiros  e  especialistas  em algoritmos para  atuarnesse mercado”, diz Gomes.

Caio  Barsotti,  presidente  do  Conselho  Executivo  de  Normas­Padrão  (CENP),  entidaderesponsável por normatizar práticas comerciais entre anunciantes, agências de publicidadee  veículos  de  comunicação,  concorda  que  a mídia  programática  veio  para  ficar  e  ofereceotimização  no  processo  de  compra  e  venda  de  anúncios.  No  entanto,  o  publicitário  quetrabalha  há  mais  de  30  anos  no  mundo  da  propaganda  não  observa  um  abalo  tãoestrutural  no  esquema  de  trabalho  dos  players  do  mercado.  “Não  me  parece  que  tododesenvolvimento tecnológico que a gente vem presenciando tenha abalado estruturas. O quea mídia programática traz, olhando pelo viés da mídia online, é a possibilidade de melhorara relação custo­benefício de campanhas para cada target”.

Em  relação  a  suposições  de  que  o  modelo  de  plano  de  incentivos  pelo  qual  agênciasganham comissão pela quantidade de anúncios veiculados por clientes seguindo uma sériede princípios de qualidade e prazos poderia atrasar a consolidação da mídia programáticano país, Barsotti responde enfaticamente que as agências não têm interesse algum em fazerisso e inclusive estão se adaptando para entender e obter os benefícios do sistema. “Não fazo menor  sentido  ­  a  acusação. O modelo brasileiro de plano de  incentivos  está  construído

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em marcos  regulatórios  legais  e  ambientes de  autorregulação que  abrangem uma  série  decompromissos com a qualidade sobre o trabalho realizado no setor”.

Segundo o presidente do Cenp,  o  caminho para um debate  construtivo  é  analisar  como aprópria mídia programática deve evoluir para corrigir problemas, como dados de audiênciagerados de maneira  fraudulenta ou  inventários mal  elaborados que podem  fazer  com queanúncios terminem em sites indesejados. “Há muitas empresas nesse meio que trabalham demaneira transparente e operam corretamente no Brasil, mas existem outras que vendem omundo dos  sonhos  justamente porque não atuam  transparentemente  e  ainda  cobram porcada operação realizada”, explica.

“O nível de insegurança do anunciante é monstro. Os sistemas de monitoramento ainda nãosão  capazes  de  oferecer  a  confiança  adequada.  Existem  sacanagens  com  robôs  que  sãopossíveis  de  se  fazer.  O  fato  de  não  haver  tabela  de  preços  é  outro  aspecto  que  trazinsegurança.  Esses  são  os  verdadeiros  obstáculos  de  crescimento  para  o  setor”,  opinaBarsotti, dizendo que o Cenp já está atento ao tema para oferecer propostas que criem umambiente  seguro  em  torna  da  mídia  programática  para  ajudar  anunciantes,  agências  eveículos a negociarem por meio da rede.

Além do digital

Se  engana  quem  pensa  que  a  mídia  programática  funciona  exclusivamente  em  meiosdigitais. O sistema já está sendo usado também em mídia impressa e, nos próximos anos, hágrandes  chances  de  se  expandir  para  as  TVs.  O  aquecimento  desse  nicho,  inclusive,  jámovimenta  fusões  e  aquisições. Um exemplo  é  a Media Math,  empresa  global  que  fatura,em média, US$ 300 milhões, que anunciou nesta quarta­feira  (18), nos Estados Unidos, acompra  e  venda  de mídia  programática  em  jornais  e  revistas  para  um de  seus  clientes,  aTime  Inc.,  maior  editora  do  país  norte­americano  e  dona  de  18  títulos  que  atingem  89milhões de leitores em diversos segmentos.

Assim como acontece na  internet, o sistema funciona por meio de uma única  interface emque  compradores  de  mídia  se  conectam  diretamente  com  os  anunciantes  para  efetuar  anegociação.  “Por  meio  de  nossa  ferramenta,  é  possível  acessar  todas  as  segmentações  epublicações  das  editoras  e  jornais  e  criar  campanhas,  falar  com  leitores  de  segmentosespecíficos. Antes, o responsável pela compra de mídia precisava negociar com cada um dosveículos  sem  garantia  de  dialogar  com  o  público  escolhido”  explica  Marcelo  Sant'Iago,country manager da MediaMath no Brasil.

Para o executivo, o modelo é considerado positivo para ambos os lados e experiências comoesta  mostram  que  isto  pode  se  expandir  além  das  fronteiras  do  digital  “A  tendência  decrescimento  é  muito  forte.  A  tecnologia  veio  para  ajudar  e  não  roubar  o  emprego  deninguém”, diz Sant'Iago.

Mudanças

O  novo  CEO  da  Predicta,  André  Santos,  acrescenta  que  o  crescimento  da  mídiaprogramática  é  inexorável  e  que  esse  é  um  assunto  muito  quente  no  mercado.  Para  oexecutivo da  empresa  especializada  em marketing digital,  o modelo  vai mudar  inclusive  aforma de precificar os portais.  “O valor dos  anúncios não  será mais medido  somente pelo posicionamento do portal, mas sim pela capacidade de conhecer mais a  sua audiência, oque  ela  quer,  seus  hábitos  de  consumo.  É  aí  que  está  o  valor  da  mídia.  Já  há  grandesanunciantes que não estão mais fechando pacotes como antes”, afirma ele.

Para o executivo, o modo tradicional de comprar espaço nos portais por seções e a compraprogramática  devem  conviver,  uma  complementando  a  outra.  Ele  também  diz  que  emtempos de crise como a que estamos vivendo no país a mídia digital tende a crescer, já que éuma mídia mais barata.  “A crise traz algumas oportunidades. As grandes empresas tendema  investir  mais  em  digital  em  um  ano  de  crise,  porque  é  mais  barata  e  é  totalmente

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André Santos, da Predicta: "as grandes empresas tendem a investir mais em digital em um ano de crise"

mensurável. Com a alta do dólar, nosso preço também se tornou mais competitivo porque amaioria dos nossos concorrentes são de empresas internacionais”, avalia Santos. De acordocom ele, o mês de março esquentou para a Predicta e está melhor do que o mesmo períododo ano passado.

*Colaborou Kelly Dores

Tags: digital, Predicta, Boo­box, Cenp, mídia programática

by Full Squad