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89 Estranhos no Museu João Teixeira Lopes * Resumo Delimitação conceptual do conceito de públicos da cultura, públicos hegemónicos e contra-públicos. Reflexos nos novos sentidos dos e para os museus da abertura à estranheza dos novos públicos. Palavras-chave: Públicos; Contra-públicos; Museus. Quando sabemos, através de estudos recentes, que, mais de metade dos museus portugueses não possui, apesar do novo discurso hegemónico, departa- mentos educativos 1 , torna-se impossível aplacar a inquietação. Ao referir-me ao novo discurso hegemónico menciono a recente interiorização pelo poder político e suas redes institucionais de uma retórica assente na legitimação de projectos ou políticas culturais pela simples referência, como prioridade, à «formação e alarga- mento de novos públicos», à «descentralização e itinerância», ao «aumento de número de visitantes». A retórica perde grande parte do seu poder persuasivo quando confrontada com a dura realidade já assinalada: mais de metade dos museus portugueses não tem um departamento educativo – o que os remete para uma arcaica concepção de museu como capital cultural objectivado em forma de «coisa», uma espécie de contentor ou depósito mais ou menos patrimonializado, uma irrupção da «cidade dos mortos» na «cidade dos vivos». Não esconderei que sinto uma certa responsabilidade na disseminação de tal discurso e dos seus efeitos legitimadores. Afinal, não escrevi, já, em vários documentos, sobre a necessidade de conjugarmos lógicas de democratização cultural (tendencialmente descendentes, paternalistas, do poder para o «povo») * Docente no Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; investigador no Instituto de Sociologia da mesma instituição. E-mail: [email protected] 1 Vd. José Soares Neves, O Panorama Museológico em Portugal (2000-2003), Lisboa, Observatório das Actividades Culturais/Instituto Português dos Museus, 2005, p. 13.

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  • Estranhos no museu

    89

    Estranhos no Museu

    Joo Teixeira Lopes*

    ResumoDelimitao conceptual do conceito de pblicos da cultura, pblicos hegemnicos e

    contra-pblicos. Reflexos nos novos sentidos dos e para os museus da abertura estranheza

    dos novos pblicos.

    Palavras-chave: Pblicos; Contra-pblicos; Museus.

    Quando sabemos, atravs de estudos recentes, que, mais de metade dos

    museus portugueses no possui, apesar do novo discurso hegemnico, departa-

    mentos educativos1, torna-se impossvel aplacar a inquietao. Ao referir-me ao

    novo discurso hegemnico menciono a recente interiorizao pelo poder poltico

    e suas redes institucionais de uma retrica assente na legitimao de projectos ou

    polticas culturais pela simples referncia, como prioridade, formao e alarga-

    mento de novos pblicos, descentralizao e itinerncia, ao aumento de

    nmero de visitantes. A retrica perde grande parte do seu poder persuasivo

    quando confrontada com a dura realidade j assinalada: mais de metade dos museus

    portugueses no tem um departamento educativo o que os remete para uma

    arcaica concepo de museu como capital cultural objectivado em forma de

    coisa, uma espcie de contentor ou depsito mais ou menos patrimonializado,

    uma irrupo da cidade dos mortos na cidade dos vivos.

    No esconderei que sinto uma certa responsabilidade na disseminao de tal

    discurso e dos seus efeitos legitimadores. Afinal, no escrevi, j, em vrios

    documentos, sobre a necessidade de conjugarmos lgicas de democratizao

    cultural (tendencialmente descendentes, paternalistas, do poder para o povo)

    * Docente no Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto;investigador no Instituto de Sociologia da mesma instituio.E-mail: [email protected]

    1 Vd. Jos Soares Neves, O Panorama Museolgico em Portugal (2000-2003), Lisboa,Observatrio das Actividades Culturais/Instituto Portugus dos Museus, 2005, p. 13.

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    com dinmicas de democracia cultual (predominantemente ascendentes, assentes

    no conhecimento sociolgico e antropolgico da diversidade, numa passagem do

    monocultural para o multicultural e, em processo contnuo, para o intercultural)?

    No critiquei, amide, o discurso neoliberal de espartilho da cultura como servio

    pblico e mercado assistido, parcialmente subtrado s determinaes da oferta e

    da procura, defendendo o alargamento da composio social dos pblicos?

    Contudo, creio que nunca se reflectiu o suficiente sobre o conceito de pblicos

    e, em particular, de pblicos da cultura (embora este ltimo conceito contenha em si

    um quase pleonasmo os pblicos so sempre pblicos da cultura, se considerarmos

    que a relao que estabelecem com um determinado texto entendido aqui na sua

    mais ampla latitude, tal como se pode conceber a cidade ou o espao como um texto

    ou signo sempre uma construo semitica e social; pblicos da cultura, na

    verdade, pressupe uma relao uma mediao entre um conjunto de receptores

    mais ou menos activos e o campo da cultura objectivada e legitimada).

    Por outro lado, cada vez mais os intermedirios culturais (programadores,

    animadores, tcnicos de departamentos educativos...) constrem, mngua de

    estudos de caso referentes ao seu caso ou sua instituio (para os quais se tem

    que caminhar, necessariamente, uma vez que, a nvel nacional, o mapeamento

    extensivo das prticas e polticas culturais atingiu, j, um razovel patamar de

    acumulao de conhecimento sobre regularidades empiricamente comprovadas)

    uma identidade social virtual dos seus pblicos, em detrimento de uma identi-

    dade social real. Tal como Goffman refere, num clebre trabalho:

    As rotinas de relao social em ambientes estabelecidos permitem-nos um

    relacionamento com outras pessoas previstas sem ateno ou reflexo particular.

    Ento, quando um estranho nos apresentado, os primeiros aspectos permitem-

    nos prever a sua categoria e os seus atributos, a sua identidade social (...)

    baseando-nos nessas preconcepes transformamo-las em expectativas normativas,

    em exigncias apresentadas de modo rigoroso2.

    Esta submisso s rotinas, previsibilidade e a prpria necessidade psicos-

    sociolgica de reduzir a complexidade dos pblicos (tanto maior, quanto mais

    vasto e efectivo for o seu alargamento) leva, no raras vezes, a criar currculos

    ocultos de comportamento dos pblicos: como se devem apresentar; como devem

    interagir entre si e com os tcnicos; como devem apropriar o espao e, sobretudo,

    como devem ler e descodificar o texto em exposio3.

    Ora, o cerne da questo reside precisamente na categoria social representada

    pelo estranho. Mesmo quando possumos um real conhecimento sociolgico

    sobre a composio social, as prticas e representaes dos pblicos, a estran-

    2 Vd. Erving Goffman, Estigma Notas sobre a manipulao da identidade deteriorada, Riode Janeiro, Editora Guanabara, 1988, p. 12.

    3 Cf., a este respeito, Joo Teixeira Lopes, Reflexes sobre o arbitrrio cultural e a violnciasimblica os novos manuais de civilidade no campo cultural in Sociologia, Problemas e Prticas,n. 49, 2005.

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    heza permanece sempre nos rituais, cenrios e quadros de interaco. No limite,

    -nos apenas possvel delinear os contornos de uma comunidade imaginada. O

    que significa que a centralidade do conhecimento dos pblicos e da sua formao

    e alargamento est na qualidade, continuidade, organizao e sistematicidade

    do contacto etnogrfico que os intermedirios culturais estabelecem nas suas rotinas

    dirias. O que no colide com a necessidade de um conhecimento propriamente

    sociolgico. Como refere Michael Warner:

    Os pblicos so em princpio openended. Eles existem em virtude da sua

    convocao. Apesar de tais pblicos serem imaginrios, dirigir-se a um pblico

    no o mesmo que escrever a Pinocchio. Todos os pblicos a quem nos dirigimos

    tm uma base social. O seu carcter imaginrio nunca meramente uma questo

    de fantasia privada (...) no entanto, a exacta composio dos pblicos convocados

    nunca pode ser inteiramente conhecida de antemo. Um pblico est sempre em

    situao de excesso face sua prpria base social. Deve ser mais do que uma lista

    pessoal de amigos. Deve incluir estranhos4.

    Deste modo, o discurso que dirigimos aos pblicos e a sua apropriao

    reflexiva que os constitui, precisamente, como pblicos: estranhos que se tornam

    menos estranhos por essa mesma circulao, mediao e apropriao. Quando

    algum de um departamento educativo de um museu se nos dirige numa visita

    guiada, enquanto membro de um pblico, sabemos que esse discurso simul-

    taneamente pessoal e impessoal; estranho e ntimo; para mim prprio e para os

    demais. H, no entanto, duas especificidades que merecem ser salientadas: todo

    esse ofcio de circulao mediao e apropriao do discurso ocorre num espao

    pblico ou semipblico como os museus e no no resguardo de uma apreenso

    privada. Este elemento fundamental para se perceber a importncia das inte-

    races e seus contextos, bem como para salientar as componentes lingusticas,

    comunicacionais e relacionais de todo o trabalho de formao de pblicos. No

    a uma absoluta singularidade que se dirige o discurso que convoca o pblico ,

    pelo contrrio, a uma intersubjectividade institucionalmente enquadrada. Por outro

    lado, a existncia de um pblico requer, antes de mais, uma atitude de ateno

    activa: essa ateno activa associa-se a um acto de conscincia, de reflexividade

    e de agenciamento ou escolha. Por isso, para alm das condies objectivas de

    existncia dos membros de um pblico e da sua posio na estrutura social

    (elementos imprescindveis e aqui me afasto das teses de Michael Warner) importa

    ter em conta esta associao voluntria. De igual modo, ao contrrio das teorias

    da esfera pblica, que pressupem um pblico apenas na contingncia de um

    dilogo baseado na discusso imbuda de uma racionalidade crtica, importa

    salientar o que habitualmente fica submerso e obscuro: a importncia das funes

    poticas tanto da linguagem como da expressividade corporal5.

    4 Vd. Michael Warner, Publics and Counterpublics, New York, Zone Books, 2002, pp. 74-75.5 Idem, ibidem, p. 115. Cf igualmente a este respeito Hans Robert Jauss, Petite apologie de

    lexprience esthtique in Pour une Esthtique de la Rception, Paris, Gallimard, 1978 e ainda

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    Finalmente, tanto o texto (objecto, obra, exposio, espectculo...) como o

    discurso que convoca os pblicos para uma apropriao so propensos a um

    determinado fechamento social: falam-nos de estilos, gneros, linguagens periciais,

    citaes, intertextualidade. Ora, todas estas formas de poder institucionalizado

    limitam o agenciamento dos pblicos. Da a importncia atribuda por Warner

    distino entre pblicos dominantes e contra-pblicos. Os primeiros so por

    definio aqueles que podem dar como adquirida a pragmtica do seu discurso6.

    Os segundos, pelo contrrio, formam-se na interaco entre estranhos e entre modos

    de apreenso dialgicos e contraditrios (desde logo, face ao mediador ou interme-

    dirio cultural) enquanto espaos de circulao em que se espera que a poesia da

    encenao possa ser transformadora e no apenas uma rplica7.

    Estaro os museus portugueses, os seus gestores, conservadores, curadores

    programadores e tcnicos preparados para lidar com estes difceis contra-pblicos

    e a nova concepo de espao pblico que transportam, para alm das fronteiras

    da estrita racionalidade argumentativa? Existir espao para a sua expressividade

    (nomeadamente corporal) e performatividade ou tudo se conjuga por (falta de)

    vontade poltica, restries oramentais, rotinas institucionalizadas e deficiente

    formao tcnica para confirmar as disposies dos pblicos dominantes, evi-

    tando o estranho, o imprevisto e a complexidade da nossa sociedade?

    Novos sentidos para o Museu

    De h muito sabemos que o museu , em si mesmo, capital cultural objectivado

    e fonte prestigiada e prestigiante de incorporao e acumulao simblicas.

    Enquanto instituio legtima e legitimadora dos discursos sobre a construo da

    memria (e que tambm eliminam ou rasuram a memria...); enquanto definio

    de um determinado modo de relao com a cultura erudita; enquanto delimitao

    mais ou menos incontestada da coleco e do patrimnio (ignorando ou dissimu-

    lando todo o esforo de seleco, filtragem, classificao e diviso que lhe est

    subjacente), o museu era (?) a montra: narrativa que parte de uma sociedade

    conta de si prpria, elevando-se condio de discurso oficial, universal, absoluto,

    dogmtico.

    Ora, se algo de poderoso e ntido emerge tal passa, sem dvida, por uma

    instabilidade transversal a todos os domnios a partir dos quais se pensam os

    museus. Uma instituio, enquanto sistema de regras e propriedades estruturais

    assentes numa determinada extenso de espao-tempo no escapa tendncia da

    fixidez. Todavia, no so estes textos testemunhos activos de que o movimento

    instituinte , no estado actual do capitalismo tardio, superiormente visvel face

    Joo Teixeira Lopes, Experincia esttica e formao de pblicos in AAVV, Pblicos da Cultura,Lisboa, Observatrio das Actividades Culturais, 2004.

    6 Michael Warner, op. cit., p. 122.7 Idem, ibidem.

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    fora e ao poder do institudo? Ou, por outro lado, antes o olhar de quem olha

    que est preparado para fazer sobressair as dinmicas, os processos, a

    heterogeneidade, a mudana, a desordem? Provavelmente teoria e empiria, real e

    conhecimento sobre o real conjugam-se e mutuamente se reforam, num cenrio

    de relativa institucionalizao da anomia, para utilizar a expresso de Bourdieu,

    enquanto recusa de um nomos centralmente definido.

    Dir-se-ia que ressalta o desafio de uma maior complexidade, de polticas

    culturais compsitas, pluriformes, contraditrias. O museu no mais torre de

    marfim, contentor branco ou espao mitolgico incontestado. A sua falsa

    neutralidade denunciada; o mergulho nas sociedades ps-coloniais (em que se

    esboroa a hegemnica representao de uma correspondncia mais ou menos linear

    entre uma populao, uma cultura e uma etnia) estilhaa a prpria centralidade do

    discurso museolgico.

    A arqueologia do discurso, a gnese social dos esquemas de produo de

    discurso e os seus efeitos sobre a realidade so sobremaneira evidenciados nas

    recentes reflexes sobre o lugar e o papel dos museus. Mas tambm todas as

    transformaes que desestabilizam a outrora harmoniosa hierarquia em que tudo

    estava no seu lugar como no museu: um lugar para cada objecto; cada objecto

    no seu lugar o lugar do morto, subtrado histria e ao questionamento.

    O Museu doravante interpelado pelas prticas: dos profissionais que criam

    e so criados pelos museus; pelos pblicos e pela sua recepo, tendencialmente

    reinterpretativa e transformadora, em particular quando o seu sistema de referncias

    no se deixa passivamente moldar por qualquer forma preexistente; do crescente

    cruzamento entre arte, cultura, economia e vida quotidiana; das flutuantes fronteiras

    do esttico e da prpria oscilao entre uma esttica profana, sensorial, comunica-

    tiva e uma outra, restrita, intelectiva, codificada por especialistas; pelo prprio

    estatuto de artista, cada vez mais contaminado pelas convenes e regras que

    regem os mundos da arte, mas tambm por figuras hbridas como o curador, o

    programador ou director artstico, que recuperam alguns dos traos encantatrios

    da aura autoral; pela descontextualizao e recontextualizao, no sentido que

    Giddens atribui a estes conceitos, das prticas sociais que advm da crescente

    introduo de novas tecnologias da comunicao e que tornam possvel o museu

    como espao virtual e hipertexto; pelas inseres urbansticas e pelas imagens de

    cidade a que se associa ou que a partir dele so criadas.

    O Museu no mais escapa, pois, sua insero num sistema que tenta pensar

    as relaes e os filtros que existem entre cultura, arte e sociedade, rejeitando

    esquemas simplistas que postulam homologias mecnicas e introduzindo a

    discusso ideolgica no cerne do problema.

    O Museu , antes de mais, uma instncia de mediao: entre objectos e

    pessoas; entre profissionais e pblicos; entre criadores e modos de circulao e

    apropriao das suas obras; entre os poderes oficiais e as vises contra-hege-

    mnicas, entre modelos organizacionais e lgicas vivenciais e mundanas. Basta

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    pensar na complexidade do campo profissional que rodeia hoje o museu para nos

    apercebermos de que os recursos que mobiliza pressupem uma ampla negociao

    de significados. Dito isto, no pretendo obliterar que renascem, aqui e ali, por

    vezes com inusitada intensidade, rasgos de um apego a identidades absolutas e

    dogmticas; no esqueo, ainda, que, no cerne do combate sobre as direces das

    polticas culturais haver sempre quem, em nome da nobreza das artes ou do

    apego clssico e imemorial ao patrimnio pretenda re-institucionalizar o ponto de

    vista soberano, proclamativo de um poder de Estado que tanto se rev nas grandes

    obras, nas efemrides e nos eventos majestticos; no ignoro, finalmente, que,

    mesmo em nome de um qualquer vanguardismo, se tenta unificar o que na realidade

    amplo, contraditrio e diverso. At porque, perante a tendncia to frequente de

    se defender o fim do museu, o ps-museu ou a infinita liberdade de tudo

    museologizar, no tardaro, em reaco tantas vezes simtrica, a surgir discursos

    de fixao de um sentido nico.

    Todavia, a luta propriamente simblica sobre a significao, o seu cariz aberto,

    participado, problemtico e inacabado esto, pois, doravante, no ncleo-duro do

    conceito de museu.

    No me retraio, por isso, a evocar o conceito de terceiras culturas de

    Featherstone para salientar, de novo, o papel de mediao dos museus, articu-

    lando dimenses locais, nacionais e globais, passado, presente e futuro, real e

    virtual, paroquialismo e cosmopolitismo, tradio e inovao, evitando o amalga-

    mento apressado de referncias ou as snteses prontas-a-servir do pensamento

    nico, quaisquer que sejam os seus matizes. Um estmulo, pois, a novas prticas

    de traduo.

    Bibliografia

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    tranges dans le muse

    Rsum

    Dlimitation analytique des concepts de publics de la culture, de publics

    hgmoniques et contre-publics. Reflets dans les nouveaux sens de et pour les muses

    de louverture ltranget des nouveaux publics.

    Strangers in the museum

    Abstract

    Analytical delimitation of the concepts of publics of culture, hegemonic publics

    and counterpublics. Reflexes in the new meanings for museums of the overture to the

    strangeness of new publics.