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Nº 146 ano 12 jul 2015 www.sindusconsp.com.br Qualidade em alta Prédios em construção no Jardim das Perdizes: preocupação com o conforto dos usuários A indústria da construção civil caminha em direção a um novo patamar com a Norma de Desempenho SUSTENTABILIDADE Mercado oferece soluções para redução do consumo de água e energia SUSTENTABILIDADE Mercado oferece soluções para redução do consumo de água e energia ENTREVISTA DO MêS: Andrea Matarazzo

Qualidade no Jardim das Perdizes: conforto dos … DO PRESiDENTE 06 ENTrEvISTA ANDREA MATARAzzO 20 oPINIÃo FABiO VillAS BôAS DiSCORRE SOBRE A iMPORTÂNCiA DA NORMA DE DESEMPENHO

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Nº 146

ano 12

jul 2015

www.sindusconsp.com.br

Qualidade em alta

Prédios em construção no Jardim das Perdizes:

preocupação com o conforto dos usuários

A indústria da construção civil caminha em direção a um novo patamar com a Norma de Desempenho

SUSTENTABILIDADEMercado oferece soluções para redução do consumo de água e energia

SUSTENTABILIDADEMercado oferece soluções para redução do consumo de água e energia

ENTrEvISTA Do mêS:Andrea Matarazzo

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3www.sindusconsp.com.br2 notícias da construção // julho 2015

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3www.sindusconsp.com.br2 notícias da construção // julho 2015

A desidratação da desone-ração da folha de paga-mentos da construção prejudicará o nosso se-

tor, o governo e a sociedade, e em nada contribuirá para o ajus-te fiscal. Aprovada pela Câmara dos Deputados, a medida ainda tramitava no Senado até o fecha-mento desta edição.

Esse fato deplorável encerrou um dos primeiros semestres mais difíceis vividos pela construção. Em maio, o nível de emprego no setor caiu pelo oitavo mês con-secutivo, para 3,19 milhões de empregados com carteira assi-nada. Retrocedeu, portanto, ao patamar do mesmo período de 2011. As demissões dos últi-mos 12 meses totalizaram 366 mil empregados e ocorreram em todos os segmentos, atingindo desde escritórios de projeto até serviços de acabamento.

O desemprego tende a se acentuar ainda mais com a pro-posta de oneração em 125% da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. Nas obras em que a folha representar acima de 22,5% do faturamento, iremos recolher 4,5%, em vez de 2%. Abaixo disso, será menos des-vantajoso voltar aos 20% sobre a

folha, como faculta a nova regra. Um retrocesso.

A medida não trará benefícios. Perderão os trabalhadores, que podem vir a ser demitidos, e os construtores, que se verão força-dos a elevar preços num cenário de baixíssima demanda. A União pagará mais pelas obras, anulan-do o ganho extra na arrecadação obtido com a redução da deso-

neração. Estados, municípios e estatais também desembolsarão mais pelas obras, uma vez que a arrecadação extra irá somente para os cofres federais.

Perderão as construtoras, que a duras penas destinaram à ele-vação de sua produtividade os re-cursos que deixaram de recolher à Previdência. O governo precisará desembolsar mais pelas obras do

PAC e do programa Minha Casa, Minha Vida, quando não tem se-quer recursos suficientes para co-locar em dia os pagamentos em atraso das obras em andamento.

Mais uma vez o governo ado-ta uma medida linear, sem medir a fundo as consequências. Não houve isonomia, já que diversos setores econômicos tiveram um tratamento diferenciado.

Ao elevar a contribuição previ-denciária de um setor estratégico para o desenvolvimento como é a construção, o governo retira qua-lidade do necessário ajuste fiscal.

O que se esperava do ajuste era uma racionalização das des-pesas de governo, sem elevar im-postos, mas reduzindo ao mínimo os investimentos. Porém, o que se viu no primeiro semestre foi o contrário: aumento dos gastos do governo, elevação de tributos e expressivo corte de investimentos.

Tal direcionamento dado ao ajuste fiscal em um cenário de inflação e desemprego crescen-tes, com perda gradativa de ren-da, certamente não resultará na reconquista da confiança de in-vestidores, empresários e socie-dade, nem tampouco na rápida e inadiável retomada do cresci-mento econômico.

editorial

UM jOgO EM qUE TODOS Só PERDEMJosé Romeu FeRRaz NetoPresidente do SindusCon-SP

“PErDErÃo oS TrABALHADorES, QUE PoDEm vIr A SEr DEmITIDoS, E

oS CoNSTrUTorES, QUE SE vErÃo

ForÇADoS A ELEvAr oS PrEÇoS”

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Sumário // julho 2015

03EDITorIAL

PAlAVRA DO PRESiDENTE

06ENTrEvISTAANDREA MATARAzzO

20oPINIÃoFABiO VillAS BôAS DiSCORRE

SOBRE A iMPORTÂNCiA DA

NORMA DE DESEMPENHO

PARA O DESENVOlViMENTO

DA iNDÚSTRiA

22FoTo Do mêS

24NoTÍCIASFóRUM NACiONAl DE

HABiTAÇÃO DE iNTERESSE

SOCiAl APRESENTA O

MCMV3

28INDICADorES

31DESTAQUECASA ECOEFiCiENTE

TRAz RECEiTA DE

SUSTENTABiliDADE

34oPINIÃoFRANCiSCO VASCONCEllOS

DEFENDE OBRAS

SUSTENTÁVEiS

35SINDUSCoN-SP Em AÇÃo

40NoTÍCIASSÃO PAUlO FAz AUDiÊNCiAS

PÚBliCAS POR lEi DE

zONEAMENTO

12CAPANORMA DE DESEMPENHO iNDUz AO AUMENTO DA qUAliDADE

Indústria da Construção incorpora preceitos da NBR 15575 e passa a priorizar o conforto dos usuários do imóvel

FOTO: jORgE ROSENBERg j

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5www.sindusconsp.com.br4 notícias da construção // julho 2015

PRESIDENTE José Romeu Ferraz Neto

VICE-PRESIDENTES Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa, Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso, Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi, Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez, Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua

DIRETORES DAS REGIONAIS Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira (Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto), Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru), Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)

REPRESENTANTES JUNTO À FIESP Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein, João Cláudio Robusti

ASSESSORIA DE IMPRENSA Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Fabiana Holtz (11) 3334.5701

CONSELHO EDITORIAL Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.

DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110

EDITOR RESPONSÁVEL Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) [email protected]

REDAÇÃO Enzo Bertolini, Fabiana Holtz e Rafael Marko, com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru); Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos); Geraldo Gomes e Maycon Moreno (Presidente Prudente); Camila Garcêz (São José dos Campos e Mogi das Cruzes); Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Lívia Lopes e Simone Marquetto (Sorocaba); Sueli Osório (Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).

ARTE E DIAGRAMAÇÃO Fernanda Sant’Anna

REVISÃO Littera Scripta

PUBLICIDADE Comercial SindusCon-SP: Valéria Giolli (11) 3334.5694

Raízes Representações: Vando Barbosa (11) 99614.2513/2604.4589 [email protected]

ENDEREÇO Rua Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010, São Paulo-SP

CENTRAL DE RELACIONAMENTO SINDUSCON-SP (11) 3334.5600

IMPRESSÃO: Pancrom Indústria Gráfica

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 15.000 exemplares

AUDITORIA DE TIRAGEM: Parker Rand

opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente posições do sindusCon-sP

[email protected] www.sindusconsp.com.br facebook.com/sindusconsp twitter.com/sindusconsp youtube.com/sindusconspmkt

Disponível na App Store e no Google Play

“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”

42oPINIÃoClAUDiO BERNARDES

DEFENDE PlANO DiRETOR

COMO iNSTRUMENTO PARA

DESENVOlViMENTO SUSTENTÁVEl

43rEGIoNAL

49AGENDAEVENTOS E CURSOS

53CoNCrEToMARCElO CHAMMA RESPONDE

SOBRE PRODUTiViDADE NA

CONSTRUÇÃO

54oPINIÃoRONAlDO CURY ANAliSA

iMPACTOS DO MCMV3 PARA

AS EMPRESAS

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Principal líder da oposição a Fernando Haddad (nosso entrevistado de junho), o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) é um severo crítico do atual prefeito de São Paulo, a quem acusa de não se empenhar na solução de problemas do município. Provável postulante ao cargo ocupado por Haddad nas eleições de 2016, Matarazzo acredita que promover a regularização de terras seja ação fundamental para o desenvolvimento da infraestrutura da cidade.

Prioridade na regularização fundiária

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Notícias da Construção // em entrevista a Notícias da Construção, na edição de junho, o prefeito Fernando Haddad ava-lia muito positivamente a sua própria gestão e diz que a atual administração estabeleceu marcos importantes para o desenvolvimento da infraestrutura ur-bana da cidade e para a habitação po-pular, citando especificamente o novo Plano Diretor e as zonas especiais de Interesse social (zeIs). Como o senhor avalia o trabalho de Haddad nessas questões?

andrea matarazzo // Para mim, eu acho que não apenas nes-ses dois pontos, mas de uma maneira geral, esta é uma gestão que está sempre no ge-rúndio. Estamos fazendo, es-tamos realizando... Mas você não consegue ver nenhuma realização na prefeitura até agora. inclusive com relação às promessas de campanha, que até agora nada, nenhuma realizada, como também no pro-grama de metas. As 123 metas não estão sendo atingidas. Se eu não me engano, apenas 20 chegaram a um bom termo, e quando você vê é do tipo “criar a secretaria de alguma coisa, criar o conselho tal”. Mas de concreto, infraestrutura da cidade ou habi-tação de interesse social, nós es-tamos efetivamente ou no gerún-dio ou no futuro do pretérito. Ou seja, habitação popular: qual é o marco? Ficar pintando zEiS pela cidade? Ao mesmo tempo em que você acaba congelando a cidade, com as zEiS imobilizadas, você não constrói, porque precisa-ria operacionalizar essas zEiS. E como ele não resolve questão de preço, tem problema de cus-to, está apenas ampliando cada vez mais o número de zEiS, mas

habitação, que é bom, nenhuma. A promessa era de 55 mil habi-tações populares, e a um ano e meio do fim do governo tem 5 mil feitas. O resto ou está no futuro do pretérito ou no gerúndio.

NC // Na sua opinião, quais são as prin-cipais carências da cidade de são Paulo hoje?

am // A cidade tem um problema seríssimo que é a regularização fundiária. A falta de regulari-zação fundiária, tanto na zona sul como na leste e também na norte, acaba comprometendo drasticamente a questão da mo-bilidade, porque para boa parte da população é preciso se deslo-car por distâncias enormes para chegar ao trabalho e depois para voltar para casa. isso tem conse-quências também na questão da violência, pela necessidade de creches, que acaba não tendo, as crianças ficam sem a necessária atenção – e nessas regiões mais distantes ainda falta lazer, cultu-ra, falta uma série de coisas. A falta de regularização impede o desenvolvimento da cidade, com impacto também na construção civil. As empresas poderiam estar

fazendo escritórios, pequenas fá-bricas, comércio nessas regiões da periferia, quando na verdade não podem. quando você pergun-ta do grajaú, todo mundo respon-de: “Não, aqui não pode fazer creche, não pode fazer unidade de saúde, porque é área de ma-nancial”.

Sim, é área de manancial, mas existem 700 mil pessoas

morando lá há mais de 40 anos. já está consolidada a região. Então não faz sentido não haver uma via rápida para a regularização fundiária. É um pouco o que o Estado fez quando juntou uma série de órgãos, criando o grapohab [grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo], que acabou acelerando os pro-cessos de aprovação. Então, a regularização fundiária é a

“A FALTA DE rEGULArIZAÇÃo FUNDIÁrIA TEm

rEFLEXoS Em QUASE ToDAS AS oUTrAS

QUESTÕES”

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primeira carência, porque tem re-flexos em quase todas as outras questões, gera consequências nas outras áreas. Outro problema gravíssimo é a questão da saúde, a falta de equipamentos de saú-de nessas regiões mais distantes e também a falta de médicos, porque o transporte é ruim, a mo-bilidade é muito difícil e às ve-zes o médico ganha um concurso em Cidade Tiradentes, mas ele mora no jardim São luís. Vai le-var três horas para chegar no tra-balho. O transporte público está sempre lotado porque as pessoas têm que se deslocar da periferia para o centro, já que você não

consegue levar a atividade eco-nômica para as pontas da cidade em função da falta de regulariza-ção fundiária.

NC // e como resolver esse problema?

am // Primeiro, com medidas ad-ministrativas para desburocrati-zar e juntar todos os órgãos en-volvidos. Organizar um consórcio com o Tribunal de justiça, os cartórios, as universidades e a prefeitura para fazer um grande mutirão para conseguir avançar com velocidade nessa questão. Porém, antes é preciso fazer a centralização de todos os órgãos

da prefeitura num só lugar.

NC // essa é uma tarefa para quanto tempo? Dá para fazer numa gestão? o quanto dá para avançar numa gestão?

am // Eu acho que dá para avançar. O quanto eu não sei. Tenho pensado em como fazer isto principal-mente para as áreas con-solidadas. Essas áreas têm um problema: não pode fazer creches, porque ne-nhum imóvel está regular e a Secretaria de Educação não consegue construir porque se exige o Habite--se. Eu fiz um projeto de lei que permite, nessas áreas consolidadas, desde que não seja uma área ver-de, a construção de UBS, creche e hospital com uma autorização provisória da prefeitura. Portanto, acho que tem meios de se avan-çar, com impactos positi-vos inclusive na constru-ção civil.

NC // uma questão na qual se fala há décadas é a revitalização do centro de são Paulo. Percebe-se que muito se fala, mas até agora pouco se avançou. o que pode ser feito para que esse so-nho se torne realidade?

am // Não é um processo do dia para a noite, mas eu estive na prefeitura – fui subprefei-to da Sé e depois secretário de Subprefeituras e de Serviços – e sei que a prefeitura tem de ser obsessiva no cuidado com a re-gião. A segurança tem de ser bem cuidada, precisa de limpeza permanente, regras claras para funcionamento, estímulos à eco-nomia criativa – e agora criamos, no Plano Diretor, por iniciativa minha, os distritos criativos da Sé e da República, que concede incentivos fiscais para atividade econômica criativa. É preciso também flexibilizar as reformas de imóveis no centro, que em função de tombamentos hoje se leva anos para aprovar. As em-presas novas, se elas não tiverem pelo menos a rede lógica opera-cional e acessibilidade nos pré-dios, não vão se interessar. Como o centro não é assim tão grande, é possível enumerar o que pode e o que não pode em cada um dos prédios, para quando surgir interessados ser possível acelerar a aprovação de projetos. Pela le-gislação em vigor, se você quiser demolir um desses prédios con-tíguos, que não têm recuo, terá que construir o novo com o recuo exigido em lei, o que afasta o in-teresse e ainda desfigura a região. Eu acho que a sociedade, depois do computador pessoal, passou a andar muito rápido. Para fazer o projeto se usa o CAD/CAM e não mais a prancheta, para fazer o

eNtreviSta // aNdrea mataraZZo

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cálculo tem a calculadora ele-trônica e não mais a régua de cálculo. Mas a legislação e o po-der público não acompanharam. Existem procedimentos, para se aprovar um projeto, que são in-compatíveis com a tecnologia usada por quem projeta, por quem calcula e pela tecnolo-gia construtiva. Hoje se cons-trói um prédio muito mais rápido do que se aprova o seu projeto. O que é um absurdo.

NC // ou seja, o avanço da tecnolo-gia é um fator crucial...

am // Claro. Em vez de ficar criando secretaria para fazer demagogia, eu teria criado uma Secretaria de inovação e Tecnologia, inclusive para criar os aplicativos que façam com que a cidade dê respos-tas à sociedade, para criar instrumentos de conversa da sociedade com o poder públi-co. Não faz sentido, no ano 2015, você ter que ir numa subprefeitura, ficar na praça de atendimento, pegar uma senha, esperar uma pessoa te atender, abrir um proces-so com capa plástica, que se não tiver aquela capa plásti-ca o processo para. isso não existe! Na sociedade atual, isso é inaceitável e incompre-ensível. A prefeitura tem que dar respostas com velocidade e qualidade. As pessoas de-vem poder fazer as coisas de casa. quando eu era secretá-rio, usava o Twitter, as pessoas indicavam onde tinha buraco, onde tinha problema, e isso me deu agilidade de resposta imen-sa, usando um instrumento que está aí e é algo simples. Como

secretário, eu fazia pessoalmen-te, sem assessor. Dava traba-lho, tomava o meu tempo, mas o funcionário público deve estar aí para isso. Tem que mudar o conceito de autoridade para o de

servidor público. O secretário é que tem de estar às ordens do ci-dadão, e não o contrário. Se você quer ser prefeito de São Paulo, tem que gostar de problema, por-que você vai ter problemas 24

horas por dia e não vai agradar a todo mundo.

NC // se o senhor fosse prefeito, como trataria a questão das invasões de imó-veis?

am // Recentemente houve um boom de invasões porque deixaram. isso foi estimula-do pelo prefeito. A prefeitura fez corpo mole. Aquela ocu-pação em área de manancial chamada de Palestina foi es-timulada pelo prefeito, que subiu no caminhão do pesso-al e mandou o movimento do Boulos vir aqui pressionar a Câmara para mudar o Plano Diretor. isso é um absurdo, pois a partir do momento que você age para facilitar a ilegalidade, ela se implan-ta. Prometeram fazer 55 mil habitações e fizeram apenas 5 mil. Paralisaram todos os projetos de urbanização de favelas. Dá para entender por que a demanda esteja nervo-sa. A demanda está nervosa com razão.

NC // o senhor, na posição de prin-cipal liderança de oposição ao pre-feito, é um candidato natural à sua sucessão. Na eventualidade de ser eleito, quais seriam as suas priori-dades para a cidade?

am // A regularização fundiária, a questão da saúde, que é um drama hoje, e transporte e mo-bilidade. São coisas que pare-

cem óbvias, mas são importantes e não têm solução imediata. Têm que ser tratadas como priorida-de. Também daria uma geral na zeladoria da cidade, na limpeza de bueiros, de galerias grandes

“EXISTEm ProCEDImENToS,

PArA SE AProvAr Um ProJETo, QUE SÃo

INComPATÍvEIS Com A TECNoLoGIA USADA Por

QUEm ProJETA E Por QUEm CALCULA”

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e pequenas, de piscinões. A ci-dade está largada. Um programa meu para a cidade de São Paulo teria milhares de pequenas obras de interesse local e uma ou ou-tra grande obra de interesse ge-ral. quem define as prioridades deve ser a população, que mora e trabalha no local. Não posso deixar de comentar: falar que te-mos um Plano Diretor que é um dos melhores do mundo é de uma presunção tamanha! Pois é um Plano Diretor que pode ser muito bonito no papel, mas é um plano de quem não conhece a cidade. quando se fala em planejar São Paulo para 30 anos, isso é ótimo. Mas diferentemente de Tóquio, que não tem passivo para resolver,

São Paulo tem um passivo de 30 anos, então não se pode ficar pla-nejando o futuro sem resolver o passivo que está aí. Na maioria dos bairros periféricos, o primei-ro pedido que se faz é asfalto, canalização de esgoto, ou seja, coisas que são do século 19. O prefeito tem que corrigir. O centro expandido, bem ou mal, está no século 20, mas a periferia ainda está no século 19. Tem gente que compara São Paulo a Nova York. isso é não conhecer, é olhar São Paulo como se a cidade fosse da Paulista à Faria lima e da 9 de julho à Rebouças. quem conhece a cidade inteira, otimisticamente consegue comparar com a Cidade do México, mas realisticamente

você compararia com uma gran-de Nairóbi [capital do quênia]. Poucas cidades têm um desnível tão grande como tem São Paulo. Basta você ir a um lugar como o jardim Peri, onde há pessoas ain-da morando em palafitas de ma-deira dentro do córrego, liquidan-do a própria saúde, sem a menor perspectiva e degradando a Serra da Cantareira. São coisas como essas que é preciso enxergar an-tes de falar que você está fazendo um planejamento como Tóquio. Na verdade, o prefeito Fernando Haddad não conseguiu trabalhar nem sobre o planejamento nem sobre o passivo da cidade. Ele vai deixar uma herança deletéria para São Paulo.

eNtreviSta // aNdrea mataraZZo

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13www.sindusconsp.com.br12 notícias da construção // julho 2015

Um círculo virtuoso está em opera-ção na construção civil brasileira. Empresas começando a planejar melhor os seus empreendimentos,

a especificar seus projetos com maior deta-lhamento e a executar as obras com maior qualidade. O motor por trás desse ciclo é a NBR 15575/2013, mais conhecida como Norma de Desempenho.

Completando os seus primeiros dois anos de vigência, a norma estabelece pa-drões mínimos de qualidade a cumprir, visando principalmente ao conforto dos usuários dos imóveis. A NBR 15575 im-põe indicadores de desempenho e elimina subjetividades na avaliação da qualidade

CaPa // Qualidade e deSemPeNho

Novo paradigma de qualidade e eficiênciaVoltada ao conforto do usuário do imóvel, Norma de Desempenho, que completa dois anos de vigência, conduz indústria brasileira da construção civil em direção a um novo patamar

Jorge Batlouni Neto: “As construtoras estão seguindo os preceitos da norma”

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de um empreendimento. “Tais indicadores são de fácil percepção e por isso o próprio usuário pode fiscalizar o cumprimento da norma e cobrar a construtora por eventu-ais divergências”, afirma Fabio Villas Bôas, diretor técnico da Tecnisa e membro do Comitê de Tecnologia e qualidade (CTq) do SindusCon-SP.

“Não tenho dúvidas de que a cadeia produtiva da construção está dando um salto de qualidade em função da Norma de Desempenho”, avalia josé Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP. “Evoluímos consideravelmente nesses dois anos. já não temos somente normas me-ramente prescritivas, em que a preocupa-ção se situa na qualidade dos materiais”, afirma. “Nosso foco agora é o desempenho das edificações residenciais ao longo de sua vida útil.”

A prevalência do conceito de vida útil é destacado pelos especialistas como uma das grandes virtudes promovidas com a im-plantação da norma. O raciocínio é simples:

na hora de adquirir um imóvel, o cliente deverá levar em conta não apenas o custo inicial de aquisição. O custo final inclui os dispêndios efetuados com manutenção – troca de materiais, concertos, pinturas etc. “O conceito de desempenho é associado ao de tempo. Além da qualidade e conformi-dade [com as normas técnicas], a durabi-lidade é um dos fatores que a NBR 15575 pretende garantir”, explica Villas Bôas, que é o coordenador da Comissão de Estudos de Revisão da Norma de Desempenho.

Outra virtude a ser destacada é que a norma não é uma receita de bolo. Ela trata de sistemas construtivos e não de materiais isoladamente. O desempenho vai sempre variar de acordo com a ambiência, o lo-cal onde o empreendimento está inserido. Dessa forma, os projetos devem considerar fatores como as condições de abastecimen-to de água, o clima e a cultura locais – de forma a atender às expectativas do cliente.

quando se trata do conforto térmico, a construção de um imóvel com ampla

Maurício Bianchi destaca os esforços para elevar a vida útil dos imóveis

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15www.sindusconsp.com.br14 notícias da construção // julho 2015

ventilação natural pode ser adequada se o empreendimento estiver inserido na Baixada Santista. No entanto, o mesmo imóvel não ofereceria o conforto desejado se estivesse, por exemplo, em Campos do jordão. Da mes-ma forma, os cuidados com a questão acús-tica exigem providências diversas conforme a localização – caso se trate de um prédio na região central da capital paulista ou de uma casa na zona rural de Presidente Prudente.

Embora não existam ainda muitos exem-plos de empreendimentos aos quais a nor-ma tenha sido aplicada integralmente – os projetos concluídos mais recentemente fo-ram protocolados nas prefeituras antes da vigência da NBR 15575, portanto ainda não eram sujeitos à incorporação de seus preceitos –, existe a percepção de que ela foi abraçada com entusiasmo pela indústria da construção. “A Norma de Desempenho

está pegando porque a sociedade está ma-dura para perceber a sua importância e exigir produtos de maior qualidade”, ava-lia jorge Batlouni Neto, vice-presidente de Tecnologia e qualidade do SindusCon-SP.

“O setor está aprendendo a trabalhar com os conceitos de desempenho, os pro-jetistas e as construtoras estão seguindo os preceitos da norma”, comemora Batlouni. “A norma deve ser vista como parte da es-tratégia setorial e empresarial”, ressalta.

“Ela induz as empresas a desenvolver o produto tendo em vista os interesses do usuário”, afirma a doutora em Engenharia Maria Angélica Covelo Silva, diretora da Ngi Consultoria. “Num futuro próximo, iremos classificar os produtos imobiliários segundo o seu desempenho: imóvel de alto padrão deve ser aquele que apresenta alto desem-penho”, afirma Maria Angélica.

A presença de mais de 500 profis-sionais do setor no seminário Norma de Desempenho – de 2013 a 2015 – Avanços e Necessidades para a Implantação Plena, realizado em 18 de junho, revela o crescimento do in-teresse de toda a cadeia da constru-ção civil pelo tema. “É muito anima-dor ver tanta gente num seminário para discutir a norma”, comemora o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. “É uma clara demonstração de que a indústria da construção está comprometida em produzir imóveis seguindo padrões de qualidade mais elevados.”

Ao longo dos nove painéis, nos quais foram apresentadas a evo-lução na implantação da norma e as lacunas ainda a preencher, empresários da construção, enge-nheiros, projetistas, fornecedores de

equipamentos e materiais e estu-dantes de engenharia e arquitetura participaram ativamente com co-mentários e perguntas para os pa-lestrantes, fomentando um intenso debate.

O seminário deixou claro que a implantação da NBR 15575 é um processo longo e contínuo, no qual as conquistas são alcançadas passo a passo. Muito já tem sido feito para aumentar a qualidade dos empreen-dimentos, mas o caminho a percorrer ainda é extenso. Os procedimentos relacionados aos ensaios de mate-riais e sistemas constituem, para os vários especialistas, uma deficiência cuja solução é premente. “Aprimorar os procedimentos é a nossa lição de casa”, afirmou o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, Jorge Batlouni Neto, durante os debates.

Outro passo é dar maior visibi-lidade ao que as construtoras têm feito para melhorar a qualidade dos empreendimentos, aumentar a vida útil e reduzir as necessidades de manutenção e o consumo de água e energia. “Está na hora de com-partilhar com o consumidor o dife-rencial de um prédio que cumpre a Norma de Desempenho para um fu-turo tranquilo”, conclamou o vice--presidente Institucional, Maurício Bianchi.

A inclusão, na norma, do deta-lhamento dos itens relacionados à sustentabilidade também foi cita-da como evolução a ser perseguida neste momento em que se estuda a revisão da NBR 15575. Afinal, o setor há de ter aprendido algumas lições com as dificuldades hídricas e ener-géticas que o País enfrenta.

Debates sobRe a NoRma ReúNem gRaNDe PúblICo

CaPa // Qualidade e deSemPeNho

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15www.sindusconsp.com.br14 notícias da construção // julho 2015

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17www.sindusconsp.com.br16 notícias da construção // julho 2015

FORNECEDORES TêM PAPEL A DESEMPENHARPara os fornecedores da indústria, ficou evi-dente a necessidade de especificar melhor os materiais. Pegue-se o exemplo das cerâ-micas. Segundo luiz Henrique Manetti, ge-rente técnico da Portobello, o desempenho do produto pode ser classificado quanto à resistência a manchas em cinco níveis. No mais alto (5), a mancha sai da cerâmica com a aplicação de um pano úmido; no 4, é necessário lavar com detergente neutro; no 3, exige-se lavagem como detergente in-dustrial; no desempenho nível 2, a mancha só é removível com derivado de petróleo; no nível mais baixo (1), a mancha não sai.

O desempenho das cerâmicas também pode ser classificado de acordo com a resis-tência química do produto: nível A, que man-cha pouco com a presença de químicos; nível B, mancha médio; e nível C, mancha muito.

Outro exemplo positivo é o dos fabri-cantes de portas. Se, antigamente, as por-tas eram cortadas e montadas nos próprios canteiros de obras, hoje já são projetadas, desenvolvidas, fabricadas e montadas em

empresas especializadas. juntas, essas empresas formaram um comitê no âmbi-to da Associação Brasileira da indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) e todas passaram a aplicar as nor-mas técnicas em seus produtos. As portas que seguem a norma no que tange à durabi-lidade, à resistência e ao isolamento acús-tico, e que são diferentes e adequadas a cada tipo de ambiente, custam o dobro das que não estão em conformidade. “Apesar do custo, as construtoras não devem comprar produtos que não cumpram os requisitos da norma”, ressalta Batlouni Neto.

Para Edson Fernandes, gerente nacio-nal do Programa Setorial da qualidade da Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), o setor so-mente irá evoluir a partir das especificações dos projetos das construtoras. O engenheiro Marcelo Nogueira, gerente na Rossi, con-corda que as construtoras precisam disse-minar o conhecimento sobre a norma. “Mas é necessário o comprometimento dos for-necedores em apresentar o desempenho de seus produtos”, cobra Nogueira.

CaPa // Qualidade e deSemPeNho

Fabio Villas Bôas: “sustentabilidade pouco detalhada” Orestes Gonçalves cobra melhoria dos ensaios

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17www.sindusconsp.com.br16 notícias da construção // julho 2015

Um dos maiores empreendimentos imobiliários em andamento no Estado de São Paulo, o Jardim das Perdizes – cuja incorporação e construção estão a cargo da Tecnisa – permite traçar um bom paralelo com a Norma de Desempenho. Planejado por um longo tempo e com sua execu-ção iniciada há dois anos, o projeto inclui cuida-dos especiais com o conforto do usuário e com a redução do consumo de energia e água.

Como todas as obras atualmente em execu-ção no País, os edifícios que compõem o Jardim das Perdizes tiveram seus projetos protocolados para aprovação na prefeitura antes de a norma entrar em vigência. Este é um procedimento comum, devido à morosidade na tramitação de processos nos municípios. Ou seja, os pontos de conformidade com a norma foram cumpridos de forma voluntária, o que demonstra o compromis-so das construtoras brasileiras com o aumento da qualidade de seus produtos.

As unidades habitacionais – algumas em fase final de construção, com entrega programada para outubro – oferecerão maior conforto acústi-co e térmico a seus futuros moradores. O concei-to de vida útil também se faz presente: optou-se pela utilização de materiais e sistemas construti-vos que demandem menos manutenção ao longo do período de utilização do imóvel.

A Tecnisa tem tradição em projetos com pre-ocupação acústica. Em 2012, construiu 1.712 unidades com algum tipo de tratamento acústi-co, número que cresceu para 3.470 em 2014. A construtora também vem instalando redutores de pressão e restritores de vazão nos sistemas hidráulicos, visando à diminuição do consumo de água. Outro cuidado é com a eficiência energéti-ca. Segundo dados da empresa, 91% das unida-des habitacionais etiquetadas com o selo Procel no País foram construídas pela Tecnisa.

O Jardim das Perdizes é o novo bairro plane-jado da capital paulista. Implantado na vizinhan-ça do Viaduto Pompeia, ocupa 250 mil m2, com um quinto de área verde. Foram lançados, até agora, três condomínios residenciais, com nove torres de apartamentos no total.

eDIFíCIos em sP DemoNstRam FutuRo Da CoNstRução CIvIl

UM NOVO ARqUITETOEssa mudança de paradigma exige um novo profissional. Hoje, arquitetos e projetis-tas são culturalmente muito mais focados no design, no projeto artístico, do que nas questões técnicas e normativas. “No Brasil, a carreira de arquiteto ainda é muito dis-torcida”, opina a consultora Maria Angélica. Em sua avaliação, “diferentemente do resto do mundo, aqui os nossos profissionais são muito belas-artes. isso tem de ser revisto”, afirma.

O arquiteto e urbanista geraldo Collares de Faria, sócio-diretor de zaffari Faria Arquitetura e vice-presidente e coordenador do grupo Técnico de Trabalho de Normas da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), afirma: “Nós, arquite-tos, só conhecíamos a norma de tamanho de papel: A1, A2, A3”. Mas, segundo ele, hoje isso é encarado de maneira diferente. “[O cumprimento de] norma técnica não é voluntário: é obrigatório”, afirma.

Projetistas não devem desenhar empre-endimentos sentados diante da prancheta, nos escritórios de arquitetura. Hoje, antes de começar seus drafts, devem antecipar as condições da obra. “Agora, antes de execu-tar um projeto, temos de visitar o terreno, ver as condições climáticas, de exposição ao sol, de possíveis inundações etc”, con-clui Collares.

MELHORIA DOS ENSAIOS é DESAFIOOs avanços e as necessidades para a implan-tação plena da norma compuseram o tema do seminário promovido pelo SindusCon-SP na segunda quinzena de junho, no Caesar Business Faria lima, em São Paulo. O even-to reuniu um público de mais de 500 pes-soas, composto por construtores, incorpora-dores, engenheiros, arquitetos e estudantes [veja mais detalhes no box].

Ficou claro que melhorias nos pro-cessos de ensaio de materiais e sistemas construtivos são um grande desafio a ser enfrentado para a consolidação prática da

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19www.sindusconsp.com.br18 notícias da construção // julho 2015

Ércio Thomaz (acima) e Maria Angélica Covelo apontam os desafios futuros

CaPa // Qualidade e deSemPeNho

norma. Fulvio Vittorino, doutor em enge-nharia e diretor do Centro Tecnológico do Ambiente Construído (Cetac), do instituto de Pesquisas Tecnológicas (iPT), expôs que, dos primeiros 1.008 testes de laboratório enviados ao iPT para normatização na pri-meira fase (cerca de 300 que foram recebi-dos não puderam ser considerados por falta de tempo), “apenas 10% tinham resultados consistentes e aceitáveis”.

Vittorino relatou que muitos ensaios pos-suem descrições insuficientes de projetos e de sistemas construtivos, métodos inconsis-tentes e imprecisões dos elementos ensaia-dos. Na realidade, faltam laboratórios ho-mologados e mais profissionais capacitados

a realizar os testes. “Métodos, mesmo com equipamentos e normas corretos, podem ser influenciados pelos operadores, pela insta-bilidade na tensão elétrica, pelo ambiente, pelo clima etc.”, destaca Vittorino. “É pre-ciso, ainda, qualificar os fornecedores de ensaio, da mesma forma que hoje se quali-fica os fornecedores de equipamentos.”

Orestes gonçalves, mestre e doutor em engenharia e professor do departamento de engenharia e construção da Universidade de São Paulo (USP), concorda. “Precisamos aumentar a nossa capacidade laboratorial para ensaios de sistemas que sejam com-patíveis com a realidade brasileira”, afirma. Mas laboratórios não bastam. “Não adianta nada termos ensaios se não soubermos ler os resultados e entender os dados.”

“Dependendo do método utilizado, uma mesma solução [material ou sistema construtivo] pode apresentar desempenhos diferentes – ser aprovada ou condenada”, afirma o engenheiro Maurício Bernardes, gerente da Tecnisa.

“De nada adianta normatizar o bloco de tijolo. É o sistema como um todo que deve atender à Norma de Desempenho. Deve exis-tir um projeto de construção, para a parede, para o telhado, para as posições das caixas de luz; avaliar o clima e o piso que serão adequados à determinada construção”, de-fende Ércio Thomaz, doutor em engenharia e pesquisador do Cetac. “Avançamos nestes dois anos, mas ainda há muito a se fazer.”

Outro grande desafio posto para o me-lhoramento da norma se refere aos aspectos relacionados à sustentabilidade dos empre-endimentos imobiliários. “O item susten-tabilidade ainda está pouco detalhado na norma”, afirma Fabio Villas Bôas. “Acredito que num período de cinco a dez anos, a re-dução do consumo de água e o uso racional de energia se estabelecerão como parâme-tros de desempenho”, prevê. Afinal, como defende Francisco Vasconcellos, vice-presi-dente do SindusCon-SP, “inovação, desem-penho e sustentabilidade são conceitos que devem sempre caminhar juntos.”

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19www.sindusconsp.com.br18 notícias da construção // julho 2015

Norma terá de ser cumprida no mCmv3

19www.sindusconsp.com.br

Os preceitos e prescrições da Norma de Desempenho deverão ser obedecidos pelos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) em sua terceira fase, cujos detalhes serão divulgados pelo gover-no em agosto. A informação foi confirmada pela secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, inês Magalhães, du-rante o 62º Fórum Nacional de Habitação de interesse Social (leia mais na página 24).

O professor da Poli-USP Orestes gonçalves, coordenador do Comitê Técnico de Apoio ao Ministério das Cidades para a implantação da NBR 15575, destacou que os projetos deverão trazer cuidados especiais com a segurança no uso e operação do imóvel e contra incêndios, com a estanqueidade e o desempenho acústico, térmico e lumínico.

O Ministério irá lançar um documen-to detalhado com especificações para as construtoras. “O objetivo é orientar e dar subsídios de caráter processual e técnico aos proponentes de proje-tos”, disse gonçalves. Das orientações constarão itens variados, como um rotei-ro para o enquadramento do empreendi- mento na classe de ruído externo, ten-do em vista o isolamento acústico da fachada e a estimativa do isolamento das esquadrias, além de orientações sobre cálculo da capacidade térmica de paredes e coberturas.

inês Magalhães informou que itens de sustentabilidade, como eficiência, econo-mia e reúso de água, também serão exigi-dos no MCMV3.

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21www.sindusconsp.com.br20 notícias da construção // julho 2015

oPiNião

A palavra desempenho é formada pelo prefixo des-, negação, oposição, e em-penho, penhor. Ou seja:

“tirar do penhor, resgatar”. Penhor, por sua vez, tem origem no latim jurídico pignus: “garantia dada pelo devedor ao credor”. Assim, em bom português, desempenho significa: “cumprir a promessa”, “entregar conforme o combinado”.

Com mais de 30 anos de atra-so em relação aos países desen-volvidos, finalmente o mercado da construção civil brasileiro adota o conceito de desempenho e pu-blica a norma NBR 15575/2013, da Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas (ABNT).

Não é por acaso que tantas fo-ram as dificuldades para aprová--la. A 15575 está mexendo com toda a cadeia produtiva: incorpo-radores, projetistas, fornecedores de serviços e materiais, construto-res, vendedores, clientes, acade-mia, governo – não ficou ninguém de fora. Nunca uma norma foi discutida com tanta intensidade ou teve participação tão expressi-va da sociedade como a Norma de Desempenho. Pela primeira vez, um assunto técnico ganha enor-me relevância e visibilidade, a ponto de atingir todas as mídias, mesmo as mais populares.

já tínhamos uma infinidade de normas prescritivas. O que tem

esta de tão diferente para causar tanto alvoroço e ser chamada por alguns de “Norma Mãe”? Nada, não existe essa propalada supe-rioridade hierárquica sobre as de-mais normas, muito menos sobre leis, códigos de edificações e sa-nitários, iTs (instruções técnicas do Corpo de Bombeiros de SP) e outros regramentos nas esferas municipais, estaduais e federal. A

regra é clara: sempre prevalecem as condições mais restritivas.

E então, por que tanto barulho? A Norma de Desempenho carrega em seu bojo uma série de concei-tos importantes para o equilíbrio das relações, entre os diversos in-tervenientes do mercado de cons-trução de edificações residenciais,

separando as responsabilidades e assegurando a todos o conheci-mento explícito de seus direitos e deveres. Assuntos como vida útil, custo global e mapeamento sonoro das cidades, entre outros tantos, passam a integrar a pauta de discussões técnicas, acadêmi-cas e políticas, abrindo uma enor-me frente para avançarmos ainda mais no amadurecimento definiti-vo do setor brasileiro de constru-ção de edifícios.

A tão sonhada casa própria, aspiração da totalidade das fa-mílias brasileiras, carecia de requisitos que garantissem a sa-tisfação dos usuários – ou seja, faltava desempenho. Um nível mínimo foi estabelecido para os diversos sistemas da edificação, designando um padrão técnico adequado ao mercado, facilitando a identificação e o banimento de produtos inadequados. Esta nor-ma facilita a inovação e possibili-ta o surgimento de novas técnicas construtivas que tragam maior produtividade, economia, susten-tabilidade, ampliando a oferta e a qualidade de nossas residências.

Se por um lado a “promes-sa” demorou para sair do papel, ou melhor, no papel, por outro o setor da construção civil deve se orgulhar de ter se impingido “a maior autorregulamentação de toda a história brasileira”.

A importância da Norma de Desempenho para o desenvolvimento do setor de construção civil

FabIo vIllas bÔas Engenheiro civil, diretor técnico da Tecnisa S/A, integrante do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do SindusCon-SP e coordenador da Comissão de Estudos de Revisão da NBR 15575

“ASSUNToS Como vIDA ÚTIL, CUSTo GLoBAL E mAPEAmENTo

SoNoro DAS CIDADES PASSAm A INTEGrAr A PAUTA

DE DISCUSSÕES TÉCNICAS,

ACADêmICAS E PoLÍTICAS”

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21www.sindusconsp.com.br20 notícias da construção // julho 2015

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23www.sindusconsp.com.br22 notícias da construção // julho 2015 23www.sindusconsp.com.br22 notícias da construção // julho 2015

EDIFÍCIO VERA CRUZ II O empreendimento da jaguar Capital, implantado na Avenida Brigadeiro Faria lima, foi concebido para ser o primeiro da região a receber o selo lEED Core & Shell Platinum. O projeto é assinado pelo escritório Collaço e Monteiro Arquitetos Associados e tem como alicerce a eficiência energética e a perenidade. Sua fachada une cobre patinado com vidros insulados para melhorar o conforto térmico e acústico dos ambientes, visando à redução do consumo de energia do sistema de climatização. A sensação de amplitude é provocada pelas lajes de grande porte, com 1,8 mil m2, sem colunas. O pé- -direito de 3 m e os grandes terraços criam uma integração harmoniosa do interior com o exterior, permitindo vistas privilegiadas da cidade.

foto do mÊS // julho 2015

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23www.sindusconsp.com.br22 notícias da construção // julho 2015 23www.sindusconsp.com.br22 notícias da construção // julho 2015

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25www.sindusconsp.com.br24 notícias da construção // julho 2015

NotíCiaS

A terceira fase do progra-ma Minha Casa, Minha Vida (MCMV3) foi o tema dominante do 62º

Fórum Nacional de Habitação de interesse Social, promovido pela Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos de Habitação (ABC) em Campinas, entre 30 de junho e 2 de julho. O even-to contou com a participação da secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, inês Magalhães, que antecipou alguns detalhes daquilo que será anun-ciado oficialmente pelo governo federal no mês de agosto.

Além da obrigatoriedade de

conformidade com a Norma de Desempenho (leia mais na pági-na 19), o MCMV3 trará uma sé-rie de exigências para os projetos dos empreendimentos, visando oferecer mais conforto e segu-rança aos moradores, e incluirá aspectos de sustentabilidade. inês também confirmou que será criada a chamada Faixa 1 e ½ – uma faixa intermediária entre a 1 e a 2, com recursos do FgTS, que vinha sendo uma das principais reivindicações do setor da cons-trução.

A nova faixa – expôs a se-cretária Nacional de Habitação – receberá subsídios tanto do

Orçamento geral da União quan-to do FgTS. Os valores de subsí-dio serão aumentados; e os valo-res-limite de imóvel, diminuídos. Os financiamentos serão realiza-dos pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), com prazo de 360 meses e necessidade de con-trapartida pelo governo estadual ou municipal de 20%. O compro-metimento com a prestação será de no máximo 27,5% da renda familiar. “Com essas premis-sas, uma família com renda de R$ 1.600, para alcançar o nível mais caro (R$ 135 mil) contaria com um subsídio de aproximada-mente R$ 45 mil”, calculou inês.

A secretária infor-mou que o governo está concluindo um estudo para a regio-nalização dos valores de imóveis e subsídios em todas as modali-dades do MCMV3, in-cluindo a nova faixa. Os Estados formarão quatro grupos: Distrito Federal, Rio de janeiro e São Paulo; Estados do Sul mais Espírito Santo e Minas gerais; Centro Oeste, excluin-do o DF; e Norte e Nordeste.

Para cada uma des-sas regiões, os valores serão diferentes de acordo com a classi-ficação do município: capitais classifica-das pelo iBgE como

No 62º Fórum de HIS, Inês Magalhães detalha o MCMV3

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Inês Magalhães anunciou a implantação da faixa 1-FGTS no MCMV3

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25www.sindusconsp.com.br24 notícias da construção // julho 2015

metrópoles; demais capitais e municípios das regiões metropo-litanas com população maior ou igual a 100 mil habitantes, além dos municípios com população maior ou igual a 250 mil; municí-pios com população entre 50 mil e 250 mil; e demais municípios.

inês também apresentou a forma especial pela qual o pro-grama atenderá aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes. “O governo tornará vi-ável a atuação de pequenas em-presas construtoras que utilizam mão de obra local”, afirmou. “A contratação dos empreendimen-tos será simplificada”, expôs, sem dar mais detalhes.

A preocupação com a

disponibilidade de recursos para o financiamento dos empreendi-mentos ficou clara nos debates. “quem olha para a frente, difi-cilmente vislumbra a disponibi-lidade de recursos para financiar a habitação de interesse social, dados os aumentos constantes dos gastos de custeio dos gover-nos, em especial com saúde e educação”, ponderou o secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Rodrigo garcia, sugerindo que se realizassem estudos para a viabilização de Parcerias Público-Privadas (PPPs) como nova fonte de financiamento imobiliário.

Por sua vez, a presidente eleita da ABC, Maria do Carmo Avesani, sugeriu a utilização dos recursos

do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Maria do Carmo também cobrou da se-cretária Nacional de Habitação “flexibilidade de exigências, que permita uma melhor relação custo-benefício do investimento realizado, respeitando as espe-cificidades climáticas e culturais de cada município”.

O SindusCon-SP, apoiador do evento, esteve representado pelo diretor da Regional Campinas, Márcio Benvenutti, que concluiu como positivo o fórum por abor-dar temas que estavam na pauta de preocupações das construto-ras. “Ficamos mais tranquilos em saber que o MCMV3 será lançado com aperfeiçoamentos.”

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29www.sindusconsp.com.br28 notícias da construção // julho 2015

*Variação (%)

Data Índice Mês Ano 12 meses

jun/2014 166.21 2,77 6,73 6,03

jul/2014 167.19 0,59 6,67 6,32

Ago/2014 167.97 0,47 6,66 6,64

Set/2014 167.99 0,01 6,65 6,52

Out/2014 168.19 0,12 6,63 6,48

Nov/2014 168.23 0,02 6,61 6,39

Dez/2014 168.28 0,03 6,59 6,37

jan/2015 168.83 0,33 6,66 6,66

Fev/2015 169.00 0,10 6,59 6,52

Mar/2015 169.10 0,06 6,56 6,50

Abr/2015 169.66 0,33 6,60 6,69

Mai/2015 173.41 2,21 6,72 7,21

jun/2015 175.52 1,22 6,53 5,60

iNdiCadoreS

Custo da construção residencial no Estado de São Paulo, padrão R8-N, índice base fev/07=100

*Variação (%)

Data Índice Mês Ano 12 meses

jun/2014 135.52 0,58 2,95 3,59

jul/2014 136.30 0,57 3,10 3,96

Ago/2014 136.61 0,23 3,20 3,88

Set/2014 136.50 -0,08 3,24 3,58

Out/2014 136.39 -0,09 3,23 3,16

Nov/2014 136.46 0,05 3,21 2,97

Dez/2014 136.57 0,08 3,19 3,03

jan/2015 136.71 0,10 3,09 3,09

Fev/2015 137.08 0,27 3,11 3,12

Mar/2015 137.28 0,15 3,15 3,24

Abr/2015 138.48 0,88 3,31 3,78

Mai/2015 138.80 0,23 3,25 3,01

jun/2015 138.91 0,08 3,12 2,50

*Variação (%)

Data Índice Mês Ano 12 meses

jun/2014 193.59 4,14 9,19 7,55

jul/2014 194.79 0,62 8,98 7,79

Ago/2014 196.02 0,63 8,90 8,40

Set/2014 196.02 0,00 8,84 8,33

Out/2014 196.43 0,21 8,80 8,48

Nov/2014 196.43 0,00 8,77 8,48

Dez/2014 196.43 0,00 8,74 8,39

jan/2015 197.31 0,45 8,84 8,84

Fev/2015 197.31 0,00 8,71 8,58

Mar/2015 197.67 0,18 8,69 8,66

Abr/2015 197.31 -0,18 8,63 8,43

Mai/2015 204.17 3,48 8,87 9,83

jun/2015 208.16 1,95 8,64 7,53

*Variação (%)

Data Índice Mês Ano 12 meses

jun/2014 190.73 4,86 11,45 8,68

jul/2014 190.73 0,00 11,03 8,68

Ago/2014 191.54 0,43 10,78 9,15

Set/2014 193.93 1,25 10,71 10,24

Out/2014 196.15 1,15 10,80 11,50

Nov/2014 196.15 0,00 10,86 11,50

Dez/2014 196.15 0,00 10,92 11,50

jan/2015 197.67 0,77 11,78 11,78

Fev/2015 197.67 0,00 11,78 11,78

Mar/2015 197.31 -0,18 11,71 11,57

Abr/2015 197.67 0,18 11,73 11,78

Mai/2015 203.36 2,88 11,74 11,81

jun/2015 205.10 0,86 11,00 7,54

Global

Mão de obra

Material

Administrativo

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29www.sindusconsp.com.br28 notícias da construção // julho 2015

Emprego na construção paulista por Regional SindusCon-SP

Emprego na construção paulista por setores

Estoque de empregados, participação % e variações - mai/2015

Estoque de empregados, participação % e variações - mai/2015

Regionais Estoque Particip. *Variação (%) *Variação absoluta

(%) Mês Ano 12 meses Mês Ano 12 meses

ABCD - Santo André 43.857 5,3% -2,9% -8,1% -10,0% -1.306 -19.888 -4.848

Centro-leste - Campinas 86.127 10,4% -1,1% -7,4% -8,7% -915 -34.902 -8.166

Centro-Oeste - Bauru 25.083 3,0% -1,1% -1,9% -3,6% -284 -2.450 -939

Noroeste - S. josé do Rio Preto 31.302 3,8% 0,0% -2,3% -3,0% 15 -3.585 -979

Norte - Ribeirão Preto 52.599 6,4% -2,3% -5,7% -7,6% -1.221 -16.220 -4.312

Oeste - Presidente Prudente 9.411 1,1% -3,6% -25,1% -25,4% -348 -16.832 -3.210

Sede - São Paulo 383.102 46,3% -1,2% -6,4% -7,4% -4.584 -131.702 -30.644

Sudeste - S. josé dos Campos 76.444 9,2% -0,7% -3,5% -3,8% -519 -13.709 -2.980

Sudoeste - Sorocaba 88.434 10,7% -0,5% -6,1% -6,2% -469 -28.662 -5.867

Sul - Santos 30.516 3,7% -2,1% -7,1% -8,6% -663 -11.877 -2.883

Segmento Estoque Particip. *Variação (%) *Variação absoluta

(%) Mês Ano 12 meses Mês Ano 12 meses

Preparação de terreno 37.534 4,5% -1,1% -7,4% -8,1% -436 -15.055 -3.299

imobiliário 257.506 31,1% -1,1% -8,4% -8,7% -2.908 -119.205 -24.683

infraestrutura 106.701 12,9% 0,1% -9,9% -10,3% 106 -58.886 -12.229

Obras de instalação 132.561 16,0% -2,9% -6,3% -9,0% -3.894 -46.527 -13.110

Obras de acabamento 74.930 9,1% -1,9% -2,5% -4,6% -1.481 -9.796 -3.648

Obras 609.232 73,7% -1,4% -7,5% -8,6% -8.613 -249.469 -56.969

incorporação de imóveis 72.355 8,8% -0,4% -0,7% -1,8% -309 -2.672 -1.308

Engenharia e arquitetura 87.776 10,6% -1,4% -5,5% -6,8% -1.216 -25.984 -6.448

Outros serviços 57.512 7,0% -0,3% -0,6% -0,2% -156 -1.702 -103

Serviços 217.643 26,3% -0,8% -2,7% -3,5% -1.681 -30.358 -7.859

Total 826.875 100,0% -1,2% -6,3% -7,3% -10.294 -279.827 -64.828

* Variação: Ano - Acumulado no ano contra o mesmo período do ano anterior; 12 meses - Variação do mês contra o mesmo mês do ano anterior

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iNdiCadoreS

aNa maRIa CasteloMestre em Economia pela USP, professora no MBA da Construção e coordenadora de projetos na FGV, coeditora da revista Conjuntura da Construção e consultora especialista em construção

Desde o início do ano, o emprego na construção vem indicando uma re-tração severa na ativi-

dade. Em maio, a pesquisa de emprego SindusCon-SP/FgV com base nos dados do Caged mostrou que o estoque de tra-balhadores se reduziu para 3,19 milhões, o que representou que-da de 10,3%, ou de 366 mil trabalhadores, na comparação com maio de 2014. A queda na atividade está sendo obser-vada em todas regiões e quase todas as unidades da Federação. Nessa comparação de 12 me-ses, apenas o Ceará registra taxa positiva.

Com essa retração, o estoque de trabalhadores na construção retornou a um patamar próximo ao observado no primeiro trimes-tre de 2011.

A sondagem da construção realizada pelo SindusCon-SP em maio mostrou que as perspectivas de desempenho empresariais al-cançaram o pior patamar da série histórica da pesquisa. Essa per-cepção negativa sinaliza a conti-nuidade da retração do mercado de trabalho setorial. Portanto, números negativos continuarão a

vir nos próximos meses.Assim, em junho, o setor de-

verá enfrentar nova redução do número de trabalhadores. Prevê--se que, no semestre, a queda no emprego em todo o País deverá chegar a 8,8%, na comparação com o primeiro semestre do ano passado. No Estado de São Pau-lo, a contração do número de em-pregados será de 6,5%.

Mão DE obRA PRESSIoNA CuSToS SEToRIAISMesmo subindo em ritmo inferior, o iNCC-M terminou os últimos 12 meses encerrados em junho com elevação superior ao igP-M no mesmo período. Enquanto o iNCC-M registrou alta de 6,62%, o igP-M alcançou 5,59%. Para esse resultado contribuiu o iPA, que responde por 60% do índice geral e registrou taxa de 4,26% nos 12 meses encerrados em junho.

Por sua vez, a elevação dos custos setoriais deve-se à mão de obra, que mesmo com taxa menor na comparação com 2014 é o componente com maior alta no ano. O item mão de obra do iNCC-M, que representa 52,2% do índice, apresentou elevação

de 7,09% em 12 meses – em 2014, o aumento da mão de obra havia sido de 7,66%. O item ma-teriais e equipamentos também registrou ritmo de aumento infe-rior ao observado em 2014. Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o aumento foi de 6,35%, contra 7,12% no mesmo período do ano passado.

A diferença em relação ao ano passado indica que, a despei-to da pressão de custos advinda da desvalorização do câmbio e das altas com energia e combus-tível, a queda na demanda tem prevalecido.

De todo modo, nota-se que os itens que são mais afetados pelo câmbio registram taxas mais ele-vadas. Assim, as esquadrias de alumínio e os tubos e conexões de PVC acumulam aumentos em 12 meses de 15,05% e 13,72%, respectivamente.

O componente serviços é o único que apresenta maior eleva-ção em 12 meses: 5,15%, con-tra 4,54% em 2014. Nesse item destacam-se a alta da alimenta-ção na obra e do vale-transporte, que em 12 meses acumulam taxas de 9,32% e 11,91%, respectivamente.

Emprego na construção retrocede ao patamar de 2011

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deStaQue

Construída num terreno na Avenida Vicente Rao, na zona sul de São Paulo, a Casa Ecoeficiente aponta para o futuro da construção civil

brasileira. O empreendimento é uma es-pécie de showroom de materiais, equipa-mentos tecnológicos e práticas construtivas sustentáveis que, espera-se, passem a ser aplicados em larga escala pela indústria no médio prazo.

Concebida e projetada pela Basf, a Casa E contém 36 soluções desenvolvidas pela empresa para proporcionar rapidez à obra, aumento da vida útil do imóvel e re-dução nas emissões de CO2 e de resíduos de construção. Os sistemas empregados oferecem conforto térmico e acústico e reduzem o consumo de água e de energia elétrica, o que resulta na diminuição dos custos de manutenção para o cliente final.

Casa Ecoeficiente demonstra como a aplicação de materiais tecnológicos pode unir produtividade e sustentabilidade na construção de um empreendimento

Modernidade sustentável

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Tinta especial aplicada na fachada repele a sujeira e tem propriedades autolimpantes

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33www.sindusconsp.com.br32 notícias da construção // julho 2015

deStaQue

para a instalação, além de gerar menos resíduos. O acabamento é feito com tela de fibra de vidro, o que confere resistência à parede, e com uma argamassa especial, sobre a qual a pintura é aplicada diretamente.

As paredes internas são de drywall com Micronal (produto químico desenvolvido pela Basf) em sua composição, para elevar a eficiência térmica. As esqua-drias, fornecidas pela Veka e fei-tas de PVC, funcionam como um lacre acústico e térmico – vedam a entrada de ar na casa. Nas ja-nelas e portas, vidros duplos são separados por gás, completando a proteção térmica e acústica.

No chão, foi aplicado um piso de poliuretano, conhecido pelo seu uso industrial, sem juntas, o que facilita a limpeza e a ma-nutenção. Para a instalação, são aplicadas quatro camadas direta-mente no contrapiso, em intervalo de quatro horas. A última camada contém um elastômero que reduz em 10 dB a reverberação acústica.

AUTOMAÇÃOA tecnologia embarcada no imó-vel foi uma das razões pelas quais a Casa E obteve a certificação

Reaberta neste mês à visita-ção pública após ter sido remo-delada – incluindo troca de ma-teriais e adição de equipamentos de automação –, a Casa E reflete a atual tendência de ênfase na sustentabilidade por parte de for-necedores da indústria da cons-trução civil, a exemplo do que foi visto em exposição recente da Saint-gobain [leia na próxima página].

BLoCoS DE NEOPOR

ProPICIAm GANHoS DE

ProDUTIvIDADE À oBrA, ALÉm DE AUmENTAr o CoNForTo

TÉrmICoPavimentos externos permeáveis propiciam a coleta da água da chuva para reúso

Na parte externa, a principal preocupação do projeto foi com a captação de água da chuva para reúso. Feito com uma resina es-pecial da Basf, o pavimento que circunda a construção tem alta capacidade de drenagem e pode absorver 10 litros de água em apenas 20 segundos. Na constru-ção do pátio de estacionamento, foi utilizado um concreto usina-do misturado a uma outra resi-na, resultando em um piso ainda mais permeável, com capacidade de drenagem de 10 litros em 7 segundos. A água da chuva tam-bém é captada por um sistema de calhas instalado no teto e é armazenada numa cisterna cons-truída no subsolo. Esse reserva-tório abastece todas as torneiras do exterior do imóvel, servindo à rega dos jardins e à limpeza dos vidros da fachada e do deck, de madeira certificada.

A tinta especial aplicada, da Suvinil, repele as partículas de sujeira e confere à fachada uma propriedade autolimpante: a chu-va é suficiente para mantê-la sempre limpa. Como resultado, são menores os custos de manu-tenção com limpezas periódicas e repintura.

Ao entrar na casa, é possível sentir imediatamente o conforto térmico e acústico proporciona-do pelos sistemas construtivos. As paredes estruturais são feitas com blocos de neopor, um isopor modificado que leva grafite em sua composição e oferece um ga-nho de 30% na eficiência térmi-ca, em comparação com o polies-tireno expandido convencional. Esses blocos são bem mais leves que os tradicionais de concreto e propiciam ganhos de produti-vidade à obra ao demandar me-nor mão de obra e menor tempo

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33www.sindusconsp.com.br32 notícias da construção // julho 2015

lEED na categoria “gold”, a mais elevada. A iluminação, a utiliza-ção do ar-condicionado e as per-sianas, que abrem e fecham de acordo com a incidência de luz solar, são controladas por com-putador. O sistema de automação recebe, por exemplo, inputs so-bre a previsão do tempo e sobre as condições climáticas efetivas para realizar tarefas como ligar ou desligar o ar-condicionado e ativar ou desativar a irrigação do jardim.

Todos os elementos – ilumi- nação, temperatura ambiente, travamento de portas – podem ser customizados pelo usuário e controlados remotamente a partir de tablets ou smartphones.

Placas fotovoltaicas instala-das no teto geram cerca de 70% da energia consumida pela casa e, durante alguns períodos do dia, fornecem o excedente para a rede pública, gerando receita.

“Nossa intenção é mostrar ao mercado que já existem soluções para a sustentabilidade de um

Blocos de poliestireno expandido garantem produtividade e conforto térmico e acústico

Um sistema computadorizado ajusta automaticamente a temperatura ambiente interna à externa

ExPOSIÇÃO MOSTRA SUSTENTABILIDADE DE FORMA LÚDICAPara comemorar os 350 anos que completou neste ano, a Saint-gobain, fabricante de materiais de alta performance, realizou no Parque do ibirapuera, durante o mês de maio, a exposição Sensações do Futuro. Dividida em quatro grandes cubos visitáveis, a mostra pretendeu ser uma jornada senso-rial, criada com as soluções construtivas inovadoras e de alta tecnologia produzidas pela empresa.

Cada pavilhão retratou um tema relacionado à sustentabilidade. Em Ver, inúmeros espelhos in-crustados com lEDs remeteram à tradição da Saint-gobain no setor vidreiro. Durante o dia, as ima-gens refletidas criavam perspectivas diferentes. À noite, o pavilhão se tornava um cubo de luz com lEDs gráficos animando a fachada. No interior, foram expostos materiais que proporcionam eficiência energética.

Em Ouvir, um grande cubo acolchoado proporcionou uma experiência de espacialização sonora por meio de uma acústica extremamente refinada. Sons puros embalaram os visitantes em uma via-gem interativa proporcionada por tecnologias que oferecem conforto acústico.

Em Colorir, um carrossel montado com painéis de vidros coloridos e móveis formava um grande caleidoscópio que demonstrava a convergência entre a luz, as cores e as texturas do vidro. Por fora, o espaço Criar evocava o movimento de uma escada. lEDs e painéis de tecidos luminosos elaborados com fibra óptica brincavam com a percepção de espaço.

empreendimento, e que susten-tável não é sinônimo de rústico”, afirma Camila Colin lourencini, gerente de Estratégia da indústria da Construção da Basf. “Um pro-jeto como o da Casa E, em 40 anos, reduz o consumo de água em 300 mil litros, o que corres-ponde ao que gastam 1,7 mil pessoas em um ano. No mesmo período [40 anos], a redução do

consumo de energia equivale ao que consome durante um ano um bairro com cerca de 9 mil resi-dências”, calcula.

Por conseguinte, a utilização de sistemas sustentáveis deve ser encarada como um investimento, já que gera “uma economia de 30% na manutenção, eliminan-do gastos com pintura e troca de materiais”, segundo Camila.

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35www.sindusconsp.com.br34 notícias da construção // julho 2015

oPiNião

Passados aproximadamente 15 anos desde que o con-ceito de sustentabilidade na construção passou a

fazer parte do dia a dia de boa parte das construtoras brasileiras, para muitas delas ele ainda é visto como um tema do futuro. Mas que futuro é esse que tantas empresas estão esperando?

Parece que os efeitos das mu-danças climáticas não são mais especulações de um grupo redu-zido de acadêmicos, mas um fato real que a cada ano se manifesta mais e mais. Temos já muito claro que, se continuarmos consumindo recursos naturais do modo como temos feito no último século, eles vão faltar. Ninguém em sã consci-ência discute mais isso.

Da mesma forma, todos sabe-mos que nosso país é abençoado em volume de água potável per capita, mas, quem sabe por abso-luta teimosia, a maior parte des-sa água está justamente longe da população que precisa dela para consumo. Mas a nossa energia é majoritariamente limpa. Portanto, não temos preocupação, dirão os mais otimistas. Será? As últi-mas ações adotadas na geração de energia e na gestão da matriz energética brasileira nos deixam no mínimo desconfiados.

De fato, hoje vivemos um tem-po de escassez.

Escassez de matéria-prima, escassez de água, escassez de energia, escassez de coragem e escassez de bom senso. Se todos sabemos dessas limitações que

nos afligem, e que deverão mais e mais recrudescer, por que ficamos esperando o futuro?

Para muitas empresas constru-toras, várias delas associadas ao SindusCon-SP, o futuro já chegou. Elas investem em ações e tecno-logias, inovadoras ou não, com o firme propósito de ser mais sus-tentáveis e de dar uma resposta concreta aos desafios atuais.

Seus clientes agradecem e identificam nelas o sentimento de dever cumprido, na busca con-

creta e persistente de alternativas técnicas que possibilitem o sur-gimento de produtos melhores e mais sustentáveis.

As construtoras precisam ter em perspectiva que os investi-mentos em sistemas e tecnologias mais sustentáveis dificilmente representam um acréscimo supe-rior a 5% no valor da obra, o que significa que o impacto no preço final do imóvel é muito baixo, se analisarmos sob a perspectiva de que o custo dela é apenas uma das variáveis que compõem o va-lor de um imóvel. Fazendo uma análise simplista e superficial da

questão, a economia que será al-cançada é muitas vezes maior que a quantia investida.

Os benefícios, portanto, são significativos e mensuráveis. Ações que promovem a eficiência energética e o aproveitamento de água de reúso resultam em eco-nomia nas contas de água, luz e condomínio, trazendo ganhos ob-jetivos para os usuários do imóvel.

Os clientes, principalmente aqueles das faixas A e B, come-çam a perceber que produtos com preços semelhantes possuem di-ferenças significativas quando o assunto é sustentabilidade, e fa-zem cada vez mais suas escolhas com base nessa percepção.

E por que as demais faixas de consumo ainda não perceberam essas diferenças? Com certeza não é porque esses consumido-res são pouco receptivos à ideia, mas simplesmente porque as op-ções de mercado nessas faixas ainda são raras. quem sabe essa realidade possa mudar a partir do MCMV3? A economia propor-cionada por um empreendimento sustentável tem peso ainda maior no orçamento das famílias com renda mais baixa.

Precisamos, pois, avançar, usar o pragmatismo típico dos profissionais da área técnica e se-guir em direção a uma construção mais sustentável e alinhada com as necessidades de nossa socie-dade, ainda que num primeiro momento isso possa parecer um ato de coragem. Na verdade, é apenas um ato de bom senso.

Construção sustentável: do discurso à prática

FRaNCIsCo a. De vasCoNCellos Neto vice-presidente do SindusCon-SP

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35www.sindusconsp.com.br34 notícias da construção // julho 2015

Uma delegação de execu-tivos de alto escalão da Mitsubishi, em visita ao SindusCon-SP em 8 de

julho, anunciou que, a despeito da crise econômica, pretende se-guir investindo no Brasil na medi-da em que o volume de seus ne-gócios for se expandindo. O grupo também se comprometeu a garantir, no contrato de fornecimento de elevado-res, o controle visível do andamento do projeto, a instalação harmonizada à programação da obra e o controle de segurança em coordenação com a cons-trução do prédio.

Em entrevista conjunta com os visitantes à imprensa, o pre-sidente do SindusCon-SP, josé Romeu Ferraz Neto, saudou a vinda da empresa, que ini-ciou a fabricação de elevadores de alto padrão há 8 meses em guaíba (RS). “É muito importan-te uma companhia do porte da

Mitsubishi instalar-se no País, o que contribui para a elevação da qualidade e da concorrência, bem como para solucionar um dos nossos maiores problemas: a falta de cumprimento dos prazos de entrega de elevadores”, disse.

Na coletiva, os representan-tes do conglomerado informaram

que a Melco já investiu US$ 160 milhões no Brasil; e a Mitsubishi Electric do Brasil, US$ 20 mi-lhões. Eles também informaram estar transferindo tecnologia para a fabricação de peças e a instala-ção e manutenção de elevadores no Brasil.

integraram a delegação, pela

Mitsubishi Electric Corporation do japão, Masaki Sakuyama, presiden-te e CEO; Shinji Sasaki, vice-pre-sidente de Sistemas Construtivos; Haruo Shinjo, gerente da Seção Americana, e iwao Oda, gerente de Planejamento e Administração; pela Mitsubishi Electric do Brasil, Koji Miyashita, vice-presidente, e

Shogo Takeda, diretor de infraestrutura e Maquinário; e pela Melco Elevadores do Brasil, Yoshisuke Oie, presi-dente e CEO, lauro galdino, COO, Shingo Sawada, gerente geral, e Alfredo Soares, diretor comercial.

O presidente do SindusCon-SP recebeu

os visitantes acompanhado dos vice-presidentes Francisco Vasconcellos, Eduardo Nogueira e jorge Batlouni; do representan-te junto à Câmara Brasileira da indústria da Construção (CBiC), Sérgio Watanabe, e do mem-bro do Comitê de Tecnologia e qualidade (CTq) Yorki Estefan.

SiNduSCoN-SP em aÇão

“A vINDA DA EmPrESA CoNTrIBUI PArA A

ELEvAÇÃo DA QUALIDADE E DA CoNCorrêNCIA”

Delegação da corporação japonesa visita a sede do SindusCon-SP e promete montagem de elevadores no prazo

Mitsubishi faz anúncio sobre investimentos no País

jORgE ROSENBERg

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37www.sindusconsp.com.br36 notícias da construção // julho 2015

SiNduSCoN-SP em aÇão

O SindusCon-SP promoveu, em 23 de junho, mais uma eta-pa da Rodada de Inovação da Construção. Participaram repre-sentantes de 23 construtoras e de 25 fornecedores dos segmentos de cimento, aquecimento solar, concreto, fundações, portas, re-vestimento cerâmico, tintas, tubos e conexões de cobre, vergalhão, impermeabilização, entre outros. Foram realizadas 350 reuniões de 20 minutos de duração.

“O evento foi bastante interes-sante para nós em vários aspectos, principalmente para unir o nosso corpo técnico. A iniciativa foi ex-celente; e o momento, propício”, afirma o gerente comercial da Votorantim Cimentos, Maurecir de Almeida. “Considero que a rodada nos abriu muitas portas. Para nós, a participação no evento foi ótima”, avalia o coordenador de suporte da Toto, Marco Yamada. “Foi bem interessante por ter nos trazido a possibilidade de entrar em con-tato com processos de materiais que não estávamos utilizando por desconhecimento de seu funcio-namento e benefícios”, declara Luiz Gustavo do Val Maria, gerente técnico da Gafisa.

Dois outros eventos estão sen-do programados para o segundo semestre: Rodada de Inovação em Sustentabilidade, em São Paulo, e de Inovação, em Ribeirão Preto.

Rodada de Inovação reúne construtoras e fornecedores

O SindusCon-SP avalia como positiva a decisão do presiden-te da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-Rj), de adiar a votação do Projeto de lei nº 1.358/2015, que determina a correção dos depósitos no FgTS pelos mesmos parâmetros utilizados para atualizar os saldos dos depósitos da poupança. Se o projeto fosse aprovado da forma como está, o segmento da construção que depende do FgTS para financiamento de habitação popular, saneamento e transpor-te urbano seria fortemente prejudicado, bem como a Fase 3 do Minha Casa, Minha Vida.

“As pessoas de menor poder aquisitivo terão mais restri-ções para o acesso à casa própria. O mesmo ocorrerá com o setor público, que obtém recursos do FgTS a menor custo para investimentos em saneamento, mobilidade, entre ou-tros investimentos de infraestrutura urbana, além de energia e projetos de logística nos setores de rodovia, ferrovia, hidro-via, porto, aeroporto e infraestrutura complementar a esses setores”, alerta o presidente do SindusCon-SP, josé Romeu Ferraz Neto.

O setor da construção apresentou uma alternativa que eleva-ria a remuneração dos depósitos do FgTS sem os prejuízos do projeto de lei original. A proposta é distribuir aos traba-lhadores, a partir de 1º de janeiro de 2016, parte dos ren-dimentos das operações de crédito e aplicações financeiras feitas pelo FgTS. Assim, os depósitos renderiam os atuais 3% ao ano, acrescidos de uma parte variável que poderia ser calibrada para se aproximar do aumento pretendido pelo projeto de lei.

“A audiência pública realizada em 7 de julho na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados foi um passo muito importante para a construção de uma nova pro-posta”, afirma Ronaldo Cury, vice-presidente de Habitação Popular. “A sugestão, se colocada em prática, terá eficácia imediata, pois determinará que esta divisão do rendimento variável seja creditada integralmente a partir de 2016, na proporção do saldo de cada cotista”, destaca.

Adiamento da votação do projeto sobre FGTS é positivo para o setor

Proposta alternativa foi apresentada

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37www.sindusconsp.com.br36 notícias da construção // julho 2015

Na segunda reunião do grupo de Trabalho sobre Esquadrias do Fórum Desenvolvimento Urbano e Construção Sustentável com representantes do governo federal, em 6 de julho, as dis-cussões avançaram com relação à definição de tipologias para melhoria de desempenho ambiental das esquadrias no MCMV.

“A discussão amadureceu muito nesses últimos encontros e o diálogo com o Ministério das Cidades tem sido produtivo. Agora entramos na etapa em que todas as partes irão apre-sentar suas sugestões de tipologia para o MCMV Faixa 1 em reuniões com a Salette Weber, do PBqP-H”, observou lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente (Comasp), que comandou a reunião. O gT deve se reunir no-vamente em 27 de julho, no SindusCon-SP, após a diretora do Programa Brasileiro da qualidade e Produtividade do Habitat (PBqP-H) ter ouvido as propostas de representantes dos seto-res do aço, alumínio e PVC em reuniões individuais.

O grupo de jovens líderes da Construção do SindusCon-SP inaugurou uma nova fase e definiu um programa de tra-balho visando à formação de líderes empresariais com foco em gestão, tecnologia, inovação e sustentabilidade. A decisão foi tomada em en-contro realizado em 25 de junho, no sindicato. A pri-meira reunião de trabalho foi marcada para 22 de julho.

O presidente josé Romeu Ferraz Neto destacou a im-portância do grupo para a re-novação do sindicato, dando seu testemunho sobre como ocorreu processo semelhan-te no fim dos anos de 1980. Ele enfatizou a necessidade de o grupo ganhar massa crítica para adquirir repre-sentatividade. “O sindicato somos nós que fazemos. O que dediquei nesses meus 28 anos de atividades ao SindusCon-SP recebi em do-bro em termos de informa-ções e ideias”, afirmou.

O SindusCon-SP recebeu em 30 de junho o secretário mu-nicipal de Serviços de São Paulo, Simão Pedro Chiovetti, e o presidente da Autoridade Municipal de limpeza Urbana, josé Antônio Bacchim. Foram abordados planos, metas e investi-mentos previstos para a cidade, em especial as PPPs, bem como a implantação do sistema Controle de Transporte de Resíduos (CTR) no formato eletrônico e demais ações de ges-tão de resíduos da construção civil na cidade de São Paulo.

Para Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP, o simples monitoramento da destinação pelo gerador é uma questão que ainda precisa ser discutida com atenção. “Existe um risco potencial importante, pois isso pode gerar um gargalo muito grande para as construtoras, que são as responsáveis perante a legislação. Precisamos avançar um pouco mais no assunto”, afirmou.

GT Esquadrias debate tipologias com representantes do governo Grupo de

Jovens Líderes da Construção define atividades

Secretário Simão Pedro discute implantação de aterros e CTR

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SiNduSCoN-SP em aÇão

A Diretoria do SindusCon-SP homena-geou em 25 de junho o associado Romeu Suguiyama, que completou 90 anos em maio, por seus 34 anos de dedicação ao sindicato. Entre outras atividades, Suguiyama represen-tou o SindusCon-SP no Conselho Municipal de Valores imobiliários de São Paulo, que de-fine a Planta genérica de Valores para efeito de cálculo do iPTU; na Comissão Permanente de Acessibilidade da prefeitura, que contri-buiu para a adaptação do ambiente urbano e colaborou para a conquista pelo sindicato do

primeiro Selo de Acessibilidade para edifica-ções da cidade; e na Comissão de Estudos da ABNT, que elaborou a Norma Técnica 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espa-ços e equipamentos urbanos.

luiz Antônio Messias, vice-presidente de Obras Públicas; joão Claudio Robusti, repre-sentante junto à Fiesp; Sergio Watanabe, re-presentante junto à CBiC, e os conselheiros vitalícios Francisco Crestana e Nelson Fakiani destacaram a ética e a dedicação do homenage-ado, “sempre doando mais do que recebendo”.

O presidente do SindusCon-SP e o dos sindicatos dos trabalhadores nas indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Santo André, itapevi, Tambaú, guaratinguetá e do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo (Sintesp) assinaram no fim de ju-nho a Convenção Coletiva de Trabalho relativa à data-base de 1º de maio. Desde essa data, vigoram novos pisos para Santo André, itapevi, Tambaú e guaratinguetá, que podem ser

conferidos em www.sindusconsp.com.br/msg2.asp?id=8545. Como resultado do trabalho ca-pitaneado pelo vice-presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social, Haruo ishikawa, o SindusCon-SP também fir-mou convenções com os sindicatos de Taubaté, jacareí, São josé dos Campos, litoral Norte e do Solidariedade, josé Maria Albuquerque. Os novos pisos estão em www.sindusconsp.com.br/msg2.asp?id=8509.

O vice-presidente Haruo ishikawa participou em 7 de julho, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores da indústria (CNTi) em luziânia (gO), do 1º Simpósio de Segurança e Saúde no Trabalho. O evento comemorou os 20 anos da Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18), que tra-ta das condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção civil, com palestras e debates sobre a evolução dessa norma.

Também participaram do simpósio o juiz

regional do Trabalho Francisco luciano, o dire-tor regional da América latina e Caribe da iCM, Nilton Freitas, o diretor interino da Organização internacional do Trabalho (OiT) no Brasil, Stanley gscek, a coordenadora geral de Saúde de Trabalhador do Mato grosso do Sul, Maila Karine Brito, além do presidente da Contricom, Francisco Chagas Costa, e o da CNTi e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), josé Calixto Ramos.

Associado Romeu Suguiyama recebe homenagem

Construção assina convenções coletivas de trabalho

Sindicato participa do 1º Simpósio de Segurança e Saúde no Trabalho

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Para mais detalhes e outras notícias, acesse www.sindusconsp.com.br/noticias

O gestor de Ações da gávea investimentos, Ricardo Franca, visitou em 30 de junho o SindusCon-SP para um intercâmbio de informações sobre a indústria da construção, a conjuntura econômica e o mercado de capitais. O visitante foi recebido pelo presidente do sindica-to, josé Romeu Ferraz Neto, e pelo vice-presidente Francisco Vasconcellos, acompanhados do gerente técnico, Francesco Sirangelo, e do coordenador Elcio Sigolo.

Construtoras e incorporadoras deveriam trabalhar juntas desde a fase do projeto do empreendimento, para assegurar segurança, sustentabili-dade, qualidade, desempenho, preços e prazos, bem como evitar atra-sos na execução por falhas de concepção. Esta foi a posição defendida pelo vice-presidente de Tecnologia e qualidade, jorge Batlouni Neto, no 1º Encontro de Construtores e incorporadores, realizado em parceria com o Secovi-SP em 26 de junho.

“Precisamos investir em um novo modelo de contratação, para que-brar o paradigma de que o incorporador coloca mais ênfase no custo, enquanto o construtor olha mais para a segurança e o desempenho”, disse Batlouni. Para ele, a participação das construtoras no projeto po-deria ir além de aferir a segurança estrutural, o atendimento às normas técnicas e de saúde e segurança do trabalho.

Segundo Batlouni, SindusCon-SP e Secovi-SP precisam trabalhar pela maior integração de incorporadores e construtoras, “ainda mais neste momento de dificuldades econômicas do setor”. Defendendo a mesma posição, André glogowsky, membro do Comitê de Tecnologia e qualidade (CTq), argumentou pela inclusão das seguradoras na “divi-são de riscos” existente entre incorporadores, construtores e projetistas. “Tem que discutir a relação antes, depois que casou é tarde”, disse.

Athena Empreendimentos Técnicos

BN Construções

Compasso Serviços em Construção Civil

Construtora Cronacon

Enplan Engenharia e Construtora

Fawer Engenharia e Projetos

Felicio de Vita Construtora

lanziloti Construções e Empreendimentos

São Paulo Construções e Comércio

Stéfani Nogueira incorporação e Construção

Rio Novo Construções e Soluções Urbanas

Urbener Urbanização e Energia

Vertex Engenharia e Comercio

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Construtores e incorporadoresdiscutem relação SINDUSCON-SP

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Fundo Gávea faz visita ao SindusCon-SP

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NotíCiaS

A Câmara Municipal de São Paulo iniciou, em junho último, uma série de 39 audiências, que

ocorrerão todas ao longo deste ano, para a revisão participati-va da lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (lPUOS). Mais conhecida como lei de zoneamento, ela normatiza a ação pública e privada sobre as formas de uso do solo da cidade. O Projeto de lei nº 272/2015, resultante do processo participa-tivo coordenado pelo Executivo, discute o novo Projeto de lei de zoneamento proposto pelo prefeito Fernando Haddad. O SindusCon-SP tem participa-do ativamente desse proces-so, fazendo ressalvas, suges-tões e pedidos de alterações que possam contribuir com o texto final.

O processo de revisão da lei segue os mesmos parâ-metros que legitimaram a re-visão do Plano Diretor. Hoje, o maior desafio é tratar o zonea-mento não apenas como um ins-trumento de política urbana, mas sim como uma ferramenta para a efetivação do direito do cidadão à cidade e ao equilíbrio do seu desenvolvimento.

Entre todas as inovações da nova proposta de zoneamento, a maior delas é a identificação do território como um todo, levando em conta tanto os efeitos e con-sequências nos territórios locais bem como os impactos mais am-plos. Desse modo, a proposta en-frenta as desigualdades e particu-laridades territoriais como parte

de um conjunto necessário para o desenvolvimento estratégico da cidade.

O curioso é que, ao mesmo tempo em que o novo zonea-mento procura consolidar todas as regras de parcelamento, uso e ocupação do solo em uma única lei – o que, teoricamente, simplificaria todo o processo de aplicação e consulta –, vários trechos da Minuta Participativa são confusos. Na opinião do en-genheiro civil Odair garcia Senra, vice-presidente imobiliário do

SindusCon-SP e diretor da Brio investimentos, a questão da quota ambiental, por exemplo, é muito boa. Ela propõe medidas de melhoria da drenagem urbana – como dispositivos de retenção das águas pluviais e soluções pai-sagísticas voltadas à infiltração da água no solo – e medidas de redução das ilhas de calor e de melhoria da paisagem – por meio da arborização e do plantio de di-versas espécies vegetais.

A quota ambiental exige que lotes com área superior a 500 m² atinjam determinada pon-tuação mínima para obter o

licenciamento. A proposta ainda prevê incentivos para aqueles que pretendam pontuação superior à mínima ou que apresentem so-luções sustentáveis comprovadas por certificação especializada. No entanto, seu texto é extremamen-te complicado. “O capítulo que trata da quota ambiental é con-fuso, demonstra baixa aplicabili-dade na prática e tende a ser um complicador na aprovação de pro-jetos. É preciso simplificar isso, criar um conceito mais facilmen-te compreensível”, alerta Senra.

Considerando que os 156 artigos da proposta consoli-dam 51 leis que continham mais de 1,6 mil artigos – embora, ainda assim, sejam adotados sistemas eletrônicos para tramitação de processos e procedimentos de licencia-mento declaratórios – não faz muito sentido complicar o que tem de ser simples.

ZONAS E EIxOSPara a Prefeitura de São Paulo, uma vez aprovada, a lPUOS de-verá garantir moradia digna para quem precisa, facilitar a insta-lação de empreendimentos para usos não residenciais na perife-ria (como forma de estimular a geração de emprego e renda nas áreas mais povoadas da cidade), melhorar a mobilidade urbana, promover o desenvolvimento eco-nômico da cidade e orientar seu crescimento nas proximidades do transporte público.

O Plano Diretor de São Paulo definiu Eixos de Estruturação da Transformação Urbana, áreas em

Novo Projeto de Lei de Zoneamento evolui, mas ainda traz pontos de atenção que merecem ser revistos – e mudados

Está bom, mas pode ficar melhor

“o CAPÍTULo QUE TrATA DA QUoTA

AmBIENTAL É CoNFUSo, TEm BAIXA

APLICABILIDADE NA PrÁTICA”

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41www.sindusconsp.com.br40 notícias da construção // julho 2015

que se pretende otimizar a ofer-ta de transporte público instala-da permitindo que mais pessoas morem nas proximidades de lo-cais com grande acessibilidade. Para Senra, essa medida é extre-mamente positiva, mas há uma ressalva. “O incentivo à cons-trução nos eixos é correto, mas é necessário um estudo urgente para se verificar se há capaci-dade de suporte dos sistemas de transporte coletivo associa-dos. Hoje, vemos, por exemplo, que as linhas Azul e Vermelha do Metrô estão trabalhando em seus limites”, destaca.

Senra elogiou a criação da zona Mista de interesse Social (zMiS) e da zona Centralidade em zEiS (zC-zEiS), com o ob-jetivo de fomentar os usos mis-tos e a geração de empregos nos bairros com predominância da

população de baixa renda. “Ter uma edificação de escritórios que, no térreo, possua algum co-mércio ou serviço à população é extremamente positivo e deve ser incentivado. Essa interação com a comunidade ao redor só faz bem”, diz o empresário, que elo-giou outras medidas. “A padroni-zação dos índices urbanísticos e zonas em todas as subprefeituras é excelente, pois ajuda a padro-nizar os processos de aprovação de obras.”

Ainda assim, Senra chama a atenção para o excesso de zonea-mentos criados, pois, na opinião dele, são muitos tipos diferen-tes, o que acaba por complicar o entendimento, tanto da popula-ção quanto dos órgãos públicos. Outro ponto que merece atenção e que, na opinião do empresário, precisa ser alterado é a definição

de tamanho máximo de lote para ampliar a conectividade do siste-ma viário.

lotes máximos de 15 mil m2 e a limitação do gabarito em 28 m, números que já haviam sido sinalizados como insufi-cientes pelo sindicato anterior-mente, continuam no projeto. “É um erro definir 15 mil m2 para a cidade toda. É radical demais”, observa Senra.

A verdade é que até que se che-gue ao texto final será preciso que alguns importantes – e realísticos, dentro das características da cida-de – ajustes sejam feitos. Vários destes já foram apontados, repe-tidas vezes, pelo SindusCon-SP. Será uma evolução para o zone-amento da cidade e, claro, para a população, mas é preciso con-tinuar atento para que tudo fique dentro da conformidade.

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43www.sindusconsp.com.br42 notícias da construção // julho 2015

oPiNião

As cidades precisam cres-cer de forma planejada, e os planos diretores são instrumentos importan-

tes para que esse objetivo seja atingido. Afinal, o desenvolvimen-to urbano deve obedecer a uma organização territorial adequada, sem perder de vista os modelos sustentáveis.

Assim sendo, o planejamento deve propiciar o correto equilíbrio entre o espaço geográfico, o uso do solo e os modelos de cresci-mento, tendo sempre como pano de fundo a sustentabilidade.

Sabemos que o desenvolvi-mento econômico só pode ser sustentável se acompanhado de medidas que mitiguem a pobre-za, a exclusão social e os proble-mas ambientais.

quando se ocupa e desenvolve territorialmente um espaço urba-no, deslocamentos e mobilidade são fatores importantes a serem considerados. Um modelo de ocu-pação urbana que proporcione às pessoas a vivência do dia a dia com poucos e curtos deslocamen-tos possibilitará ampliar o núme-ro de viagens urbanas feitas com transporte não motorizado. Assim, haverá menor emissão de CO2 na atmosfera e melhor qualidade de vida para a população.

Consegue-se isso com aden-

samento racional aliado a uma distribuição espacial que inclua, além de variados usos comer-ciais, institucionais e educacio-nais, uma ampla oferta de produ-tos residenciais diversos. Opções de locomoção sustentável, como andar a pé ou de bicicleta, en-tre outras, podem – e devem – ser incentivadas e induzidas em regiões centrais de uso misto.

A produção de habitações de interesse social, com as ade-quadas induções e uso de meca-nismos de produção, pode tam-bém ser estruturada nos planos diretores municipais. Modelos inteligentes de parcerias públi-co-privadas para a produção ha-bitacional podem ser importantes aliados nesse processo.

Ademais, os planos diretores podem ser também grandes in-dutores de práticas sustentáveis nos próprios empreendimentos

imobiliários. Um exemplo disso é o sistema de quotas ambientais que está em estudo no município de São Paulo. Segundo a propos-ta, para obter o licenciamento municipal, todo empreendimento imobiliário seria obrigado a atin-gir uma pontuação mínima por meio da introdução, nos projetos, de práticas sustentáveis e am-bientalmente adequadas, como plantio de árvores, reúso de água, instalação de sistemas de econo-mia de energia e de água etc.

A partir da obtenção da pon-tuação mínima necessária para a aprovação do projeto, todas as demais ações sustentáveis se-riam convertidas em pontos de acordo com uma tabela preesta-belecida, resultando em incenti-vos ou potencial de construção adicional para os empreende-dores. O correto balanço entre ações sustentáveis e incentivos trará enorme avanço no modelo de crescimento sustentável das cidades.

Sem dúvida, planos direto-res podem ser indutores signi-ficativos de ações sustentáveis. É necessário que os legislado-res e planejadores municipais se conscientizem dessa impor-tante possibilidade e elaborem seus planos levando-a em devida consideração.

Plano Diretor e o desenvolvimento sustentável

ClauDIo beRNaRDesPresidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e reitor da Universidade Secovi

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Planejar o crescimento urbano faz parte da legislação de São josé do Rio Preto desde 1958. Foi quando o município aprovou uma das primeiras leis de zoneamento entre as

cidades de médio porte do País. já o Plano Diretor, mais abrangente, chegaria em 1992, passando por uma atualização em 2006. Hoje o município se pauta por planos pontuais.

Empresários da construção civil reconhecem que avanços foram obtidos, mas pedem uma discussão mais ampla. germano Hernandes Filho, diretor da Regional São josé do Rio Preto, afirma que é preci-so tornar o debate mais visível. “No início, o Plano Diretor foi discutido com maior abrangência. Porém, as atualizações não têm tido o envolvimento da so-ciedade. É no Plano Diretor que a sociedade define como quer a cidade daqui a 20 anos em questões essenciais como a mobilidade urbana, saneamento, segurança, saúde, educação, lixo urbano e outros temas que influenciam a vida do cidadão”, afirma.

Para Hernandes, a prefeitura deveria procu-rar efetivamente envolver no debate as pessoas e

entidades representativas. “O Plano Diretor é um projeto de Estado e não de governo. Deve ser ampla-mente discutido e definido com a sociedade e suas diretrizes devem ser seguidas pelas administrações municipais”, diz o diretor.

Em Santo André, a lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo (luops, nº 8.836/2006) é objeto de revisão e está em fase final de dis-cussão pelo Conselho Municipal de Políticas

Urbanas (CMPU) para ser encaminhada à Câmara Municipal. A lei estabelece diretrizes, parâmetros de construção e atividades que podem ser exercidas em cada zona ou região da cidade.

Segundo a prefeitura, a área urbana do muni-cípio já é regida pela luops desde 2006, mas pre-cisa se atualizar para garantir melhor qualidade de vida aos moradores. Tudo isso está sendo revisto por meio dos parâmetros de ocupação dos lotes (taxas de permeabilidade e recuos), dos índices das cons-truções (número de pavimentos), das compatibili-dades entre diferentes usos (industrial, comercial e residencial), das diretrizes de trânsito e das regras para grandes empreendimentos (EiV).

No que diz respeito às áreas de manancial e

proteção ambiental, que compõem 55% do municí-pio, a lei é uma iniciativa inédita. Estão sendo defi-nidas regras de zoneamento para a ocupação do solo conforme sua capacidade e vulnerabilidade ambien-tal, o tamanho mínimo dos lotes e áreas verdes a serem preservadas, as atividades econômicas com-patíveis com a área, e a classificação de vias e ruas, prevendo formas de fiscalização e penalidades. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos mora-dores dessa região, protegendo os recursos hídricos e preservando a biodiversidade da mata atlântica.

Para Sergio Ferreira dos Santos, diretor da Regional Santo André, é de suma importância a participação da sociedade civil nesse processo. “Os representantes do SindusCon-SP estão ativos em to-das as discussões, buscando sempre um consenso para a melhoria das condições de vida da popula-ção. Dessa maneira, juntos, vamos conseguir atingir esses objetivos”, concluiu Santos.

Santo André em fase final de discussão

Empresários pedem debate em Rio Preto

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45www.sindusconsp.com.br44 notícias da construção // julho 2015 45www.sindusconsp.com.br44 notícias da construção // julho 2015

regioNal // ZoNeameNto

A lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (louos) de Mogi das Cruzes está em fase de

revisão – uma nova proposta de-verá ser elaborada com a partici-pação de entidades sociais. Além dos encontros promovidos pelo Conselho Municipal da Cidade (Concidade), ligado à Secretaria de Planejamento e Urbanismo, o tema também foi discutido pela Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (Aeamc). A entidade já encaminhou um ofício à prefeitura, com suges-tões e questionamentos dos

profissionais e empresários do setor.

De acordo com o diretor da Regional Mogi das Cruzes, Mauro Rossi, foram realizadas seis reu-niões com o objetivo de conso-lidar e aprovar uma legislação capaz de evitar o crescimento desordenado, se possível anu-lando esse fenômeno que tem causado prejuízos para todos os setores e agentes da sociedade. “queremos uma lei mais clara e objetiva, que evite interpretações pessoais. Só assim os empresá-rios terão segurança para investir em Mogi”, destaca Rossi.

O Polo gerador de Tráfego foi um dos itens abordados nas reu-niões. A proposta é que os futuros empreendimentos sejam sujeitos às compensações viárias, com base em avaliações técnicas, a fim de impedir impactos e refle-xos negativos no trânsito da cida-de. “Entendemos que é necessá-rio investir na mobilidade urbana. Mas a nossa sugestão é que seja criada uma comissão para anali-sar todos os pontos e não dificul-tar o processo de aprovação. Da forma como está hoje, teríamos de aprovar o projeto com diferen-tes secretarias”, afirma.

Projeto em Mogi das Cruzes entra na etapa final

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Em Ribeirão Preto, a falta de atualização do Plano Diretor é uma das gran-des preocupações dos

empresários da construção civil. Na cidade, o plano foi aprovado em 1996 e, desde então, sofreu apenas uma revisão, em 2003. Há dois anos, a prefeitura che-gou a enviar um projeto à Câmara Municipal, que foi rejeitado. Em novembro de 2014, foram reali-zadas novas discussões e audiên-cias públicas, e um novo projeto foi encaminhado pelo Executivo.

Desde então aguardando apreciação pelos vereadores, o projeto ainda não tem data para ir a plenário. “Não houve votação

e o processo está paralisado por questões políticas”, avalia joão Theodoro Feres Sobrinho, pre-sidente do Conselho Municipal de Urbanismo (Comur) e mem-bro do SindusCon-SP. Além de prejudicar diversos setores, a si-tuação contraria o Estatuto das Cidades, que prevê que os Planos Diretores devem ser revistos, no máximo, a cada dez anos, para acompanhar o desenvolvimento dos municípios.

Fernando Paoliello junqueira, diretor da Regional Ribeirão Preto, concorda com essa avalia-ção. “É muito preocupante, pois representa prejuízos para toda a cadeia produtiva da construção”,

afirma, acrescentando que a falta de uma legislação adequada difi-culta o processo de licenciamen-to de novos empreendimentos. “Os empresários não conseguem ter um rumo para os seus inves-timentos devido à grande insegu-rança jurídica. Não deveríamos arcar com esse tipo de proble-ma”, lamenta junqueira.

A desatualização do Plano Diretor traz uma série de prejuízos para a indústria da construção ci-vil – entre eles, a morosidade e a dificuldade nos licenciamentos e a falta de novos instrumentos ur-banísticos e institucionais para a modernização das relações entre as empresas e o poder público.

Ribeirão não revê Plano desde 2003

A prefeitura de Presidente Prudente realizará, no segundo semestre de 2015, as audiências

públicas para a revisão do Plano Diretor da cidade. De acordo com o secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, o engenheiro civil laércio Batista de Alcântara, a novidade será a inclusão do Plano de Mobilidade Urbana e da regulamentação da Defesa Civil.

“Presidente Prudente é uma das cidades pioneiras no Estado. Temos o Plano Diretor desde 1973. Em 1996, atualizamos o plano. Depois disso, a cada cinco anos fazemos a revisão, menos que os dez anos exigidos por lei”, menciona o engenheiro.

De acordo com Alcântara, a prefeitura prepara a revisão geral do Plano Diretor, que constitui as normas para edificações, zo-neamento e ocupação do solo, e as leis sobre loteamentos, sis-tema viário e infraestrutura. “E agora, vamos incluir o Plano de Mobilidade Urbana, que está concluído”, acrescenta.

“Para as audiências públi-cas, estamos fazendo um levan-tamento das equipes técnicas da prefeitura. Estamos fazendo preparação em campo, e para isso contratamos 20 estagiários de engenharia e arquitetura, que farão o levantamento geral da ci-dade. E estamos finalizando a re-paração das audiências, durante as quais ouvimos a comunidade

e as entidades de classe, para de-pois fazer as alterações no Plano Diretor”, adianta Alcântara.

A ideia, segundo ele, é ouvir o maior número possível de pes-soas. “queremos realizar o de-bate também de forma digital”, projeta. “Tivemos uma conversa com um grupo de empresários, para ter um conhecimento ge-ral da cidade. Pretendemos fi-nalizar as audiências até o mês de dezembro, para no início de 2016 enviarmos o projeto ao legislativo, que analisará as modificações.”

Prudente terá audiências públicas

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regioNal

Nos últimos dez anos, o cresci-mento do mercado imobiliário de Bauru modificou de maneira sig- nificativa a paisagem do município. Muitos

empreendimentos surgiram, gerando impacto sobre a infraestrutura da cidade. A ausência de planeja-mento para absorver esse crescimento ficou visível e diversos problemas afloraram, principalmente no sistema viário e no abastecimento de água. A cons-trução civil sofreu com esse processo. Em 2014, por conta da ausência de leis que regulamentassem os institutos criados pelo Plano Diretor Participativo, o setor não conseguiu aprovar novos empreendimen-tos. Com isso, o saldo de empregos caiu e ainda não foi restabelecido.

Provocada por denúncia, a Promotoria de Urbanismo do Ministério Público Estadual (MPE) in-vestigou e encontrou uma legislação defasada, o que implicou uma série de ações questionando a emissão de alvarás e resultou na paralisia do setor de aprovação de projetos da prefeitura. No entendimento da justiça, a situação deveria ser corrigida imediatamente.

Desde meados de 2014, a Regional Bauru se-gue atuante nessas questões, participando de au-diências públicas e reuniões com a prefeitura e os promotores. Em reunião, a Regional opinou sobre a lei que criou o Estudo de impacto de Vizinhança (EiV), sancionada em fevereiro, e agora ajuda a apreciar o Termo de Referência Técnica (TRT), que regulamenta os parâmetros do EiV. De acordo com Ricardo Aragão, diretor da Regional, “o SindusCon-SP se colocou à disposição, como entidade e corpo técnico para auxiliar na elaboração das leis e como referência pela experiência que tem no setor”.

Atualmente, alguns novos empreendimentos já estão sendo aprovados pela prefeitura, enquanto a lei de zoneamento está em fase de conclusão. Em maio, uma comissão começou a trabalhar na revi-são da lei. De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Antônio grillo Neto, após a formula-ção das propostas, o processo será encaminhado ao Conselho do Município de Bauru (CMB), para que, depois, sejam feitas as audiências públicas e os de-bates com a comunidade e as entidades.

Os empresários da construção civil de São josé dos Campos estão na expectativa so-bre a nova lei de zoneamento. A propos-ta para o texto está sendo elaborada pela

prefeitura e deve ser aberta para consulta pública até o final do mês. Para a formatação do projeto de lei que substituirá a atual legislação, foram ouvidas entidades representantes de classe.

De acordo com o secretário de Planejamento Urbano, Miguel Sampaio, entre as mudanças está a proposta de adoção da Outorga Onerosa do Direito de Construir. Também conhecido como solo cria-do, o mecanismo é consolidado pelo Estatuto das Cidades. Na prática, refere-se à concessão para que o proprietário de um imóvel edifique acima do limite estabelecido pelo coeficiente de aproveitamento bá-sico, mediante contrapartida financeira. “Estamos resolvendo a questão da falta de investimentos no município, o que dificulta a criação de empregos e de renda. Com uma legislação e diretrizes mais atra-entes para os empreendedores, devemos potenciali-zar o crescimento sustentável”, ressaltou Sampaio.

Francisco Roxo, presidente em exercício da Associação das Construtoras do Vale do Paraíba (Aconvap), salienta que os empresários estão re-ceosos quanto à viabilidade econômica para novos empreendimentos. Roxo ressalta que a demora para a votação da nova lei coloca em risco milhares de empregos. “O momento pelo qual a economia está passando não é dos melhores. qualquer proposta que aumente os custos de produção é prejudicial e inibe novos investimentos”, explica.

Outra alteração aguardada no texto é sobre a verticalização. O diretor da Regional São josé dos Campos, Mário Cezar de Barros, acredita que uma legislação mais flexível pode colaborar para o lan-çamento de novos empreendimentos. “A limitação para a construção de prédios em determinadas áre-as, aliada ao momento de transição econômica pelo qual estamos passando, acaba restringindo os lan-çamentos. isso implica desemprego, baixa atividade no setor, falta de confiança do empresariado – que não investe – e, consequentemente, atraso no de-senvolvimento”, conclui Barros.

bauru caminha a curtos passos

Lei será apresentada em São José

// ZoNeameNto

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A Regional Campinas sediou no último dia 23 de junho o seminário Construção Civil – Aspectos Imobiliário e Tributários, organizado pelo Conselho jurídico, co-ordenado por Alexandre Tadeu Navarro, em parceria com os advogados Fabiano Marcos da Silva e Renato Vilela Faria. O objetivo foi esclarecer as principais dú-vidas relacionadas à elaboração de contratos de cons-trução. O evento contou com a participação de 25 representantes de empresas da região.

Durante o evento, Navarro detalhou os aspectos do Cadastro Específico do iNSS (CEi) de acordo com os principais regimes de contratação – que pode ser uma empreitada total, parcial ou por administração

–, a desoneração da folha de pagamento, as princi-pais regras aplicáveis para retenção do iNSS e os aspectos gerais do imposto Sobre Serviços (iSS), com ênfase nos procedimentos para a obtenção do Habite-se.

Outro ponto abordado pelos advogados foi rela-cionado à desoneração da folha de pagamento. Os especialistas falaram sobre as regras vigentes e os pontos polêmicos e que geram dúvidas, especial-mente em relação ao Projeto de lei nº 863, que eleva em até 150% a Contribuição Previdenciária sobre a Renda Bruta das construtoras, e que está aguardando parecer na Câmara dos Deputados.

O SindusCon-SP deu sua contribuição ao 6º Fórum internacional de Resíduos Sólidos com a palestra da coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente (Comasp), lilian Sarrouf, realizada em 11 de junho, no Parque Tecnológico de São josé dos Campos. O evento reuniu representantes do setor público, de empresas, ONgs e universidades.

No painel Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Indicadores de Sustentabilidade, lilian apresentou

o Sistema Estadual de gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor), plataforma eletrônica que auxilia o gerenciamento das informações referentes aos fluxos de resíduos da construção civil do Estado. “Temos feito um trabalho de sensibilização junto aos municípios e se conseguirmos a adesão de to-dos teremos mais agilidade, evitaremos o descarte irregular e vamos dissolver a burocracia”, ressaltou lilian.

Na Semana do Meio Ambiente, comemorada nos primeiros dias de junho, a cidade de Salto realizou a quinta edição do Plantio de Mudas, em parceria com proprietários de residenciais. Foi feito o plantio de 3 mil mu-das de árvores para restaurar os mananciais urbanos que abastecem o município, para que ninguém volte a sofrer racionamento de água como em 2014, ano em que foi registrada a maior crise hídrica do Estado de São Paulo.

O evento contou com a colaboração do coordenador adjunto da Regional Sorocaba, Fábio Campos. Ele reforça a ideia de que o interesse do setor da construção civil é cumprir com a responsabilidade de preserva-ção do meio ambiente e estar engajado em ações que proporcionem qualidade de vidas às pessoas. Há pelo menos seis nascentes sendo recuperadas na cidade de Salto, por meio do reflorestamento da mata ciliar. As empresas loteadoras doam as mudas, com a meta de plantar, até o fim do ano, 35 mil árvores.

Campinas recebe seminário sobre aspectos imobiliários e tributários

São José realiza 6º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos

regional Sorocaba envolvida na preservação ambiental

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Uma noite para avaliar o impacto da cri-se econômica e buscar caminhos para o mercado imobiliário. O Encontro Secovi do Mercado Imobiliário de São José do Rio Preto e Região, realizado em 25 de junho, reuniu mais de 200 corretores e re-presentantes de imobiliárias. O diretor da Regional Rio Preto, germano Hernandes Filho, participou do evento representan-do o presidente josé Romeu Ferraz Neto. Entre os anfitriões, estavam Alessandro Nadruz, diretor Regional do Secovi em São josé do Rio Preto, e Flavio Amary, di-retor da Regional do Secovi em Sorocaba, representando o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes.

De acordo com estudo apresentado pelo economista-chefe do Secovi-SP Celso Petrucci, São josé do Rio Preto registrou o lançamento de 8.212 unidades habitacio-nais entre junho de 2012 e maio de 2015. O detalhamento da pesquisa revela uma particularidade da cidade e sua região, que é a estabilidade do mercado imobiliário lo-cal. Para Hernandes Filho, os dados com-provam o que as construtoras regionais já haviam percebido. “Este equilíbrio do nosso mercado é muito positivo. Tanto que temos mantido a estabilidade na geração de em-pregos. Há quatro meses a nossa regional continua contratando, ao contrário do que acontece no cenário nacional.”

Encontro avalia impacto da crise em Rio Preto

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EvENToS CUrSoSAGOSTO

SindusCon-SP na Concrete Show Dias 26, 27 e 28, no Centro de Exposições imigrantes, em São Paulo • TVSindusCon-SPtransmitediretodafeira Visite o estúdio no espaço ABCP • Seminário: Resíduos da Construção

Civil – Avanços Obtidos nos 13 anos da Resolução Conama 307/2002

Dia 26, das 14h às 18h • Curso: Utilizando BIM 4D para Planejamento

e Controle de Obras Dia 27, das 14h às 18h

• Curso: Gerenciamento de Obras – Boas Práticas

Dia 28, das 8h às 12h Informações e inscrições: www.concreteshow.com.br

SETEMBRO

3º Congresso Jurídico da Construção

Dia 3, das 9h às 17h30, no Caesar Business Faria lima, em São Paulo

17º Seminário Tecnologias de Estruturas: Projeto e Produção com Foco na Racionalização e Qualidade

Dia 30, no Caesar Business Faria lima, em São Paulo

AGOSTO

Executando a Estrutura em Aço – da Fábrica à Obra – Palestra gratuita

Dia 5, das 8h30 às 11h, na Sede do SindusCon-SP, em São Paulo Tecnologia em Execução de Obras – Educação continuada

De 18/08 a 15/12, das 17h30 às 21h30, na Sede do SindusCon-SP, em São Paulo (aulas semanais – carga horária: 68 h)

Como Evitar Problemas Trabalhistas – Seminário gratuito

Dia 18, das 9h às 18h, na Regional São josé do Rio Preto

Orçamentos para Licitações Públicas

Dia 18, das 9h às 18h, na Regional Mogi das Cruzes

Analista de Departamento Pessoal x Minirreforma Previdenciária

Dia 25, das 9h às 18h, na Regional Santo André

Noções da Área Fiscal para Engenheiros e Administrativos de Obras

Dia 27, das 9h às 18h, na Regional Santos

Capacitação nos Requisitos da Norma de Desempenho

Dias 28 e 29, das 19h às 22h (sexta) e das 8h às 12h30 (sábado), na sede do SindusCon-SP

Informações: www.sindusconsp.com.br Inscrições: [email protected] Tel.: (11) 3334-5600

CORREÇÃOEstão incorretos os subtítulos das tabelas no artigo Água e argamassa, publicado à página 41 da edição

nº 144. Em cada tabela, a primeira coluna de resultados se refere à “Resistência de aderência à tração – NBR (MPa)”; e a segunda coluna, à “Resistência de aderência à tração – SUP (MPa)”.

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ClaSSifiCadoS

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Formado em Mineração pela Poli/USP e em Marketing pela FGV, o engenheiro é presidente do Conselho da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat)

CONVERSA COM MARCElO CHAMMA

Notícias da Construção // o senhor coordenou um grande tra-balho em âmbito internacional sobre os desafios da indústria de materiais de construção para os próximos 20 anos. Qual o principal resultado desse estudo?

marcelo Chamma // Ficou clara a necessidade do au-mento da produtividade de toda a cadeia da cons-trução como fator de sobrevivência. Esse diagnóstico se baseia em vários fatores, entre eles o envelheci-mento acelerado do povo brasileiro e o aumento de renda e da educação, que trarão uma redução da oferta da mão de obra para edificar. Ou seja, tere-mos menos braços para trabalhar nas obras e isso exigirá maior rendimento para produzirmos o mesmo volume. Então, se a produtividade por trabalhador não aumentar, produziremos menos, ano após ano.

NC // e o que deve ser feito para aumentar a produtividade na indústria da construção?

mC // O aumento da produtividade será obtido pela atuação setorial focada em projetos. O caminho aqui é o convencional: diagnóstico do problema e definição da estratégia e dos planos de ação. Não devemos acreditar que este setor seja diferente dos demais setores produtivos. Na sequência desse ca-minho, uma contínua divulgação dessa estratégia e a definição clara das ações e de seus responsáveis, com metas e recursos. O problema em si não é nem por quê, nem como, nem quando. Trata-se de definir e apoiar quem faz!

NC // Na visão de fornecedor da indústria da construção, de que o senhor sente falta nas construtoras brasileiras?

mC // As construtoras deveriam deixar de atuar isola-damente para buscar a integração com aqueles que são fundamentais para seu negócio. Devemos trazer para o diálogo, entre outros, o sistema educacional, que ainda entrega ao mercado profissionais semi-prontos, os projetistas e, obviamente, a indústria de materiais, que, por se manter como observadora, não sabe do que a construtora necessita. Falta di-

álogo para estabelecer, de fato, um setor produtivo para a construção.

NC // o paradoxo entre crise econômica e busca por produtivi-dade é verdadeiro ou falso?

mC // A correlação técnica ou operacional entre a produtividade na construção e a crise econômica é artificial. Veja que nossa produtividade tem se mantido aquém da que poderia ser obtida, seja em momentos de mercado em forte crescimento, seja em momentos de retração. Em tempos de crise é fundamental acelerar o aumento da produtividade para reduzir custos e repassar esse ganho ao mer-cado, permitindo recapturar os clientes potenciais que se afastam por falta de recursos ou insegurança de emprego. Acredito que, com o aprofundamento da crise econômica, teremos a produtividade como o fator que definirá a sobrevivência das empresas.

NC // Durante a crise, há empresas que focam obstinadamente a redução de custos. vemos, por exemplo, que está ocorrendo o desemprego de profissionais altamente qualificados. Como isso afeta o futuro das empresas?

mC // Em tempos de crise as empresas buscam a re-dução de custos como fator de sobrevivência. isso estaria 100% correto se essa redução de custos viesse de um programa que busca maior produtivi-dade medida por meio de indicadores específicos. Maior performance ou produtividade trazem meno-res custos unitários. Reduzir custos exclusivamente por meio da redução do quadro, sem uma correção de rumo nos métodos construtivos ou sem o uso de materiais mais econômicos, é uma ação que não re-posiciona a empresa e traz apenas uma energia extra de curta duração. As empresas necessitam de um contínuo programa de aumento de produtividade, que certamente será obtido com bons profissionais. Reduzir o quadro liberando bons profissionais para o mercado é consequência da falta de um programa continuado de melhoria de performance.

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“Produtividade é o fator que definirá a sobrevivência das empresas”

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oPiNião

No início deste ano, ao se avaliar o futuro da cons-trução civil no médio prazo, os empresários

do setor se mostravam desanima-dos. O governo federal represava recursos para controlar a inflação e cortar custos. Como conse- quência, trabalhadores foram de-mitidos, investimentos foram sus-pensos e pagamentos atrasaram.

O quadro se arrefeceu um pou-co em maio, quando o governo fe-deral mudou as regras do depósito compulsório e liberou R$ 22,5 bi-lhões da poupança para financia-mentos imobiliários. junto com a injeção de R$ 4,9 bilhões por meio da linha Pró-Cotista do Fundo garantidor do Fundo de garantia do Tempo de Serviço (FgTS), fo-ram pouco mais de R$ 27 bilhões disponíveis para financiamento. A construção civil teve dois pedidos atendidos em um momento de cor-tes no orçamento, o que significou um respiro para o setor.

Apesar disso, as construtoras que atuam no Programa Minha Casa, Minha Vida estavam lutan-do para sobreviver. Muitas delas, contratadas para obras da Faixa 1 da segunda fase do MCMV, ame-açaram parar as obras em todo o País devido aos atrasos nos paga-mentos. Com o recente acordo cos-turado entre entidades do setor e a União, uma nova agenda foi defini-da e uma das últimas pendências para o lançamento da terceira fase do programa foi superada.

No momento em que o Brasil está desacelerando, o MCMV3 é um recomeço não apenas para as famílias que serão beneficiadas com os imóveis, mas também para as empresas, as que vendem insumos, e para as construtoras, que poderão contratar novamen-te. A cadeia produtiva como um todo se beneficia, e é preciso re-conhecer os esforços do governo em solucionar essas questões.

Ainda há dúvidas sobre reajus-tes, números e regras para este novo ciclo, porém o SindusCon-SP, junto com a Câmara Brasileira da indústria da Construção (CBiC), tem conversado constan-temente com representantes do governo federal para chegar a um denominador comum.

Um levantamento realizado pelo SindusCon-SP entre seus associados mostrou que, nes-te ano, a principal dificuldade apontada pelas empresas em re-lação ao MCMV é a adequação da

renda dos compradores às condi-ções do programa. Esse dado re-força a importância da criação de uma faixa intermediária entre as faixas 1 e 2 para mitigar o degrau atual das condições de financia-mento das famílias – aquelas que estão no limite inferior da Faixa 2 e que têm redução muito grande do montante subsidiado em rela-ção ao obtido pelas famílias na Faixa 1.

Outro ponto ao qual é preciso ficar atento é a viabilização do em-preendimento nos valores a serem estabelecidos pelo programa. A va-lorização dos terrenos e o aumento dos custos do setor, especialmente com mão de obra, precisam ser contemplados. Do contrário, será cada vez mais difícil para as em-presas produzir dentro dos interva-los de valor do MCMV.

Ainda se busca a criação de uma linha de crédito barata que aceite a fatura de obras como ga-rantia (recebível).

A redução da desoneração da folha de pagamentos terá impac-to nos custos e precisará ser le-vada em conta. já a correção dos depósitos no FgTS, como propos-ta no original, pode inviabilizar o MCMV3, caso não seja revista.

Como se pode ver, nem todas as diferenças entre empresas e governo foram resolvidas. Mas este é um momento de recomeço e os esforços do governo federal até aqui merecem crédito. Vamos trabalhar juntos.

Recomeço mútuo

RoNalDo CuRY Vice-presidente de Habitação Popular do SindusCon-SP

o mCmv3 É Um rEComEÇo PArA AS EmPrESAS QUE vENDEm

INSUmoS E PArA AS CoNSTrUTorAS, QUE PoDErÃo CoNTrATAr

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