67
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia da Informação (TI) Orientado por: Prof. Luíz Cláudio Lopes Alves D.SC. Rio de Janeiro 2009

QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

IAVM – GESTÃO DE PROJETOS

ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA

QUATI: Qualidade no Gerenciamento de

Serviço de Tecnologia da Informação (TI)

Orientado por: Prof. Luíz Cláudio Lopes Alves D.SC.

Rio de Janeiro

2009

Page 2: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Agradeço a Deus pelas oportunidades Acadêmicas e Profissionais, a minha

mãe, Maria Rita, que me premiou com as primeiras habilidades essenciais

como profissional e como homem: a postura, a educação. A toda minha família,

por ser a minha base, que me traz segurança, companhia e motivação às

minhas conquistas.

Agradeço a minha esposa, Lyra Maria, por ter sido compreensiva em abrir mão

de momentos em que podíamos nos divertir juntos, em função da minha vida

acadêmica e profissional, neste ano de importância e crescimento para mim. A

meus amigos, por me proporcionarem instantes de diversão que re-carregam

minha energia em momentos que estou realmente necessitando dela.

A meus animais de estimação “Mad” e “Bebel” que da forma deles, torceram

por mim. Aos amigos de turma, Iziquel, Angela e Margareth, companheiros de

“luta”.

Rogério Rodrigues de Oliveira.

Page 3: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

RESUMO

Este trabalho apresenta uma abordagem ao Gerenciamento de Serviços de

Tecnologia da Informação, baseado na Biblioteca das boas práticas da ITIL. O

trabalho busca Introduzir o Gerenciamento de Serviços em TI, conceitos de

Governança de TI, panaroma atual e desafios da Gestão de TI. Além disso,

visa introduzir às praticas da nova versão da ITIL, a versão 3, que tem foco

voltado aos processos.

Palavras Chave: Gerenciamento de Serviços de TI, ITIL, Governança de TI,

Central de Serviços.

Page 4: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

“Está sendo crescentemente reconhecido que a informação é o recurso

estratégico mais importante que uma organização tem para gerenciar. São os

serviços de TI que fornecem a base de qualidade para que seja possível

coletar, analisar, produzir e distribuir informação dentro de uma organização. É

essencial que todos reconheçam que Serviços da Tecnologia de Informação

são ativos cruciais, estratégicos e organizacionais dentro da organização e é

por isso que as organizações devem prover níveis apropriados de investimento

em recursos de suporte, entrega e gerenciamento de seus serviços críticos de

TI, assim como os sistemas de TI que o suportam. Entretanto, estes aspectos

de TI são normalmente ignorados ou somente observados superficialmente

dentro das Organizações.”

Tradução de um trecho do livro ITILV3 Intro Overview, Copyright ITSMF Ltd,

2007, página 4.

Page 5: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

LISTA DE FIGURAS

Capítulo I

Figura 1a - Alinhamento entre TI e Negócio........................................... 12

Capítulo II

Figura 2a - O que é Gerenciamento de Serviços de TI.......................... 20

Figura 2b - Estrutura de um processo.................................................... 24

Capítulo III

Não há.

Capítulo IV

Figura 4a - Livro Service Strategy F..................................................... 31

Figura 4b - Livro Service Design F....................................................... 32

Figura 4c - Livro Service Transiction F................................................. 33

Figura 4d - Livro Service Operation F................................................... 34

Figura 4e - Livro Service Continual Improvement F............................. 35

Figura 4f - Livro Official Introduction - To The Itil Service LifecycleF... 36

Figura 4g - Processos da ITIL V3........................................................... 39

Capítulo V

Figura 5a - Estrutura de uma Central de Serviços................................. 41

Figura 5b - Central de Serviços Local.................................................... 42

Figura 5c - Central de serviços Centralizada......................................... 43

Figura 5d - Central de Serviços Virtual................................................. 44

Figura 5e - Escalonamento de Incidentes.............................................. 51

Page 6: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

SUMÁRIO

Lista de Figuras ................................................................................................. 5

Introdução........................................................................................................... 8

I. Os Principais Desafios da TI.......................................................................... 11

1.1. Alinhar Serviços com as Necessidades Atuais e Futuras

do Negócio................................................................................... 11

1.2. Conviver com Ambientes de TI Cada Vez Mais complexos............ 14

1.3. O Negócio Depender de TI............................................................. 15

1.4. Redução de Custos e Riscos.......................................................... 16

1.5. Justificar o Retorno sobre os Investimentos

de TI (ROI)................................................................................... 17

1.6. Manter a Segurança da Informação................................................ 18

II. Introdução ao Gerenciamento de Serviços em TI........................................ 19

2.1. Processos........................................................................................ 20

2.2. Serviço............................................................................................ 23

2.3. Planejando e Implementando o Gerenciamento de Serviços

de TI (GSTI)................................................................................. 24

III. Importância de usar boas práticas............................................................... 26

3.1. Importância da ITIL......................................................................... 27

IV. Introdução a ITIL.......................................................................................... 28

4.1. Os livros da ITIL v3..........................................................................

29

4.2. Perspectiva Histórica....................................................................... 34

4.3. Os Processos e Funções da ITL v3................................................ 36

V. A Central de Serviços.................................................................................... 38

5.1. Estruturas de Centrais de Serviço................................................... 40

5.2 Indicadores Propostos..................................................................... 43

5.3. Os indicadores e acordos de nível de serviço da

Central de atendimento............................................................... 43

5.4. Os benefícios da implantação de uma Central de Serviços............ 44

Page 7: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

5.5. Desafios Encontrados..................................................................... 45

5.6. Gerenciamento de Incidentes......................................................... 46

5.7. Ciclo de Vida de um incidente......................................................... 48

5.8. Escalonamento de Incidentes......................................................... 48

5.9. Priorização de um incidente............................................................ 50

5.10. Informações Importantes no registro de um incidente.................. 51

5.11. Indicadores Propostos................................................................... 51

5.12. Status dos Incidentes e Requisições............................................ 52

5.13. Priorização dos Incidentes e Requisições..................................... 53

5.14. Os indicadores e acordos de nível de serviço do Processo de

Gerenciamento de Incidentes...................................................... 54

5.15. Desafios Encontrados .................................................................. 55

5.16. A Base de Dados de Erros Conhecidos........................................ 55

5.17. Os benefícios da implantação de uma Base de Dados de

Erros Conhecidos........................................................................ 57

5.18. Desafios Encontrados................................................................... 57

5.19. Gerenciamento de Catálogo de Serviços...................................... 58

5.20. Indicadores Propostos................................................................... 59

5.21. Os benefícios do Gerenciamento de Catálogo de Serviço........... 59

5.22. Desafios Encontrados................................................................... 59

5.23. Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços................. 60

5.24. Benefícios do Gerenciamento de Configuração e Ativos de

Serviços....................................................................................... 61

5.25. Desafios Encontrados................................................................... 62

Conclusão......................................................................................................... 63

Referências....................................................................................................... 64

Page 8: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

INTRODUÇÃO

A área de Tecnologia da Informação (TI) deixou de ser um simples provedor de

Tecnologia para se tornar um provedor de Serviços e, em alguns casos, um

Parceiro Estratégico. TI tem ganho grande importância dentro do ambiente de

negócio, o que tem contribuído para que este setor supere a idéia de entrar em

isolamento dentro da empresa. TI hoje é desafio de Negócio e não de

tecnologia. Se a TI dentro de uma empresa, está sendo encarada

simplesmente como um desafio tecnológico, é bem provável que ela esteja

beneficiando-se pouco do que a tecnologia da informação pode trazer de

vantajoso. É por isso que sua utilização em cada organização ainda depende

muito do nível de Maturidade, tanto do Setor de TI, como da própria

organização.

As empresas com baixos níveis de maturidade organizacional, veêm TI como

uma despesa, admitindo seu uso apenas para controle e aumento de

produtividade. Em um segundo nível de maturidade, tecnologia é vista na como

uma fonte para redução de custos econtroles dos processos. Já no terceiro

nível, a dependência da organização com o setor tecnológico é maior, porém o

seu crescimento ainda é menor do que o crescimento da empresa como todo.

Os investimentos de TI são analisados ponto a ponto de acordo com a

necessidade do negócio. No quarto estágio de maturidade, a organização vê a

TI como um parceiro que pode ajudar no desenvolvimento de novos negócios e

principalmente melhorar os processos atuais. No quinto e último estágio de

maturidade, a empresa encara TI como um diferencial competitivo, tanto de

processo, como a de tomada de decisão. Neste último nível, a TI está alinhada

aos objetivos organizacionais e apta a explorar novas oportunidades de

negócios.

Page 9: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

É importante sedimentar que o valor da TI é proporcional ao nível de

maturidade Organizacional das Empresas. Para seu crescimento, é necessário

que as empresas percebam que TI faz parte do negócio. Não é possível obter

ganho em marketing, em operações, otimização de seus processos ou

mitigação de riscos sem fazer uso apropriado da tecnologia. A TI é um grande

trunfo.

O Objetivo do trabalho é abordar o Gerenciamento de Serviços em TI com

base na Biblioteca de Infra-estrutura de Tecnologia da Informação (Information

Tecnologie Infrastucture Libary) -ITIL, em sua terceira versão, buscando

melhorar os processos internos nos estudos de caso. Os objetivos do negócio

são os nossos guias para decidir que processos e mudanças tem prioridade. As

boas práticas da ITIL são definidas e utilizadas em casos reais, com o fim de

demonstrar o poder que as mudanças podem proporcionar a curto e/ou longo

prazo. Nos capítulos intermediários, o framework da ITIL será apresentado,

assim como, os conceitos básicos de Gerenciamento de Serviços de TI.

Resumindo em três tópicos o objetivo deste trabalho:

• Mostrar como alinhar os objetivos do negócio aos objetivos de TI.

• Mostrar como alcançar este resultado, construindo um modelo de

Gerenciamento de Serviços de TI.

• Buscar na Biblioteca da ITIL as melhores práticas para alcançar este modelo

Gerenciamento de Serviços de TI.

O esperado com o projeto deste trabalho é analisar e sempre que possível

otimizar os processos dentro dos estudos de casos apresentados, sempre

priorizando os processos e melhorias que trouxerem um maior resultado para o

negócio. Este trabalho se propõem a responder questões como:

• O que é Gerenciamento de Serviços de TI?

• O que é Alinhamento estratégico?

• Como alinhar os Serviços de TI aos objetivos do negócio?

Page 10: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

• Quais são as vantagens de trabalhar orientado a Processos?

• Que pontos são importantes atingir com o Gerenciamento de Serviços de TI?

• Como atingir estes pontos?

• O que é ITIL?

• Como aplicar ITIL na pratica?

• Quais são os benefícios de utilizar um padrão?

• Quais são os desafios vividos por quem implementa a ITIL?

• Como mensurar a eficiência dos processos?

• Qual é o retorno de Investimento ao aplicar boas práticas na prática de fato?

• Como implementar um Modelo de Gerenciamento de Serviços de TI?

• Entre outras.

Dentro do mundo de TI, onde a complexidade vem aumentando com o passar

dos anos, uma biblioteca de Boas práticas como a ITIL é fundamental, por ter

se tornado a principal referência e por estar em constante evolução para

atender as necessidades de fornecimento de serviços. É preciso ter

flexibilidade e agilidade para reagir às falhas e aos imprevistos, assim como

estar preparado para se antecipar a eles. Usar esta framework como apoio é a

melhor maneira de evitar erros e dificuldades dentro do mundo do IT Service

Manager (Gerenciamento de Serviços em TI). A roda já existe, e tentar

reimplementá-la, significa perda de tempo e dinheiro. Outro ponto importante

que justifica a utilização da ITIL é a busca das empresas pela certificação ISO

20.00. Busca que está se tornando uma tendência entre as que prestam

serviços de TI. A ISO 20.00 é o primeiro padrão de qualidade para o

Gerenciamento de Serviços de TI, é baseado nas práticas da ITIL. A ISO, que

significa: Organização Internacional de Padronização (Internecional

Organization of Standardization), estipula normas que devem ser atendidas

pela empresa que pretendem obter a certificação. Esta aí a importância da

biblioteca ITIL para alcançar tal mérito.

Page 11: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

I. OS PRINCIPAIS DESAFIOS DA TI

No cenário atual da tecnologia dentro das empresas abordado na introdução, a

TI precisa determinar quais serviços deve entregar para a organização

tomando como base o valor que este serviço representa para o negócio. Existe

uma pressão maior do que nunca perante o setor de TI, que está sendo

acompanhado cada vez mais de perto e os custos estão sendo cada vez mais

medidos. Toda esta forte pressão é convertida em desafios no trabalho de

nossos profissionais. Na seqüência, serão detalhados alguns destes desafios e

pressões a serem vencidos.

1.1. Alinhar Serviços com as Necessidades Atuais e Futuras do

Negócio

Segundo Beal (2004), ter um entendimento claro da missão (razão de existir) e

da visão de futuro (aonde se quer chegar) é o primeiro passo para que se

possa desenvolver e implantar planos de ação na área de TI com menores

riscos de fracasso ou de resultados pífios.

A estratégia pode ser definida como: um caminho, ou maneira, ou ação

formulada e adequada para alcançar, preferencialmente de maneira

diferenciada, as metas, os desafios e os objetivos estabelecidos, no melhor

posicionamento da empresa perante seu ambiente.

Page 12: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

O caminho estratégico deve ser o mesmo trilhado pelo setor de tecnologia

dentro da empresa. Para estar envolvido com a estratégia, a área de TI precisa

estar envolvida com a área de negócio. Da mesma forma, a área de negócios

deve obter informações claras e transparentes vindas do setor de tecnologia. TI

não é mais uma caixa preta. As decisões de investimento devem começar a

levar em conta os objetivos da empresa a curto e longo prazo. À boa prática

desta responsabilidade compartilhada pelo negócio e TI, é atribuído o conceito

de Alinhamento Estratégico.

Figura 1a - Alinhamento entre TI e Negócio

Antes TI apenas recebia os requisitos e tentava atendê-los mantendo um

afastamento em relação a área de negócio, como podemos acompanhar na

imagem. Assumindo esta posição, a chance de entregar uma solução incorreta

é grande. Já com a existência do Alinhamento Estratégico, TI está diretamente

envolvida com o Negócio, conhecendo os objetivos da organização e

compartilhando com transparência suas atividades e objetivos (ligados aos

objetivos do negócio). Nesta situação, a relação é de total confiança entre

negócio o provedor de Serviços de TI. Eles compartilham custos e riscos e

tomam decisões juntos, pois têm consciência da relação de interdependência

para alcançar o sucesso.

Na biblioteca da ITIL V3, a expressão de alinhamento com negócio vai mais

longe, revertendo para “integração com o negócio”. Acima da necessidade de

que TI converse com o negócio, é recomendado que ela se integre com o

negócio, literalmente. Em seu livro de introdução “The Oficioal Introduction do

the ITIL Live Cicly”, os autores acrescentam que é preciso entender porque

Page 13: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

algo deve ser feito, antes de pensar como. Entender do negócio é também ter

chance de identificar, selecionar e priorizar novas oportunidades de

crescimento. Existe um livro especifico da ITIL V3 para a estratégia do negócio,

intitulado “Service Strategy”.

Alguns Benefícios do Alinhamento estratégico:

● Maior valor agregado (entrega de valor) aos serviços e produtos

oferecidos pela empresa. Justamente porque os objetivos do negócio são bem

compreendidos;

● Estimula o posicionamento competitivo da empresa;

● Uso otimizado dos recursos;

● Custos mais baixos, porque a eficiência administrativa é aperfeiçoada;

Existem muitas razões para a falta de alinhamento estratégico encontrado em

diversas empresas. As causas não são apenas ineficiências do setor de TI.

Entre elas, a falta definição dos requisitos de negócio, provocada pela

dificuldade que clientes têm em saber o que realmente querem. A própria

diretoria na maior parte das vezes, não faz um planejamento estratégico,

portanto não tem segurança sob seus objetivos com TI. Dai, surgem novas

solicitações durante o decorrer das atividades. A complexidade dos projetos é

outro problema freqüentemente relacionado à falta de cumprimento das

necessidades. Os sistemas, que automatizam cada vez mais processos dentro

da empresa, e exigem cada vez mais confiabilidade, disponibilidade,

confidencialidade, entre outros requisitos de Qualidade, Compilância e

Segurança.

Existe também, a falta de definição de prioridades dos pedidos para o setor de

tecnologia, a grande lacuna de comunicação entre o setor de TI e o de

negócios, a falta de recursos humanos e financeiros. São, enfim, fatores

dificultadores para quem almeja o alinhamento estratégico e a busca da

confiança do negócio no setor tecnológico.

Page 14: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

A TI precisa entender de negócio, assim como o negócio precisa saber se

relacionar e ter uma visão madura sobre a importância de tecnologia dentro da

organização. Eles já sobreviveram separados no passado, mas não hoje.

Alinhamento estratégico é um assunto repetitivo por natureza dentro do mundo

atual de TI, mas não é simples de ser absorvido e implementado. O fato de

conhecê-lo não atribui necessariamente a capacidade de reproduzi-lo, como

um simples conhecimento técnico, que pode ser experimentado e exercitado

em atividades corriqueiras.

Alinhamento é um estágio. Estágio avançado, resultado de uma evolução da

TI. Existem barreiras de maturidade, capacidade e culturais dentro das

empresas e de seus profissionais, que precisam ser superadas para se chegar

lá.

1.2. Conviver com Ambientes de TI Cada Vez Mais complexos

O desenvolvimento tecnológico é rápido e existem inúmeros fornecedores e

soluções disponíveis no mercado. Existem diferentes projetos, cada um com

necessidade de recursos específicos. TI enfrenta a necessidade, portanto, de

investir esforço em acompanhar mudanças e novas tecnologias demandadas

para atender ao negocio dentro da empresa. A curva de aprendizado dos

profissionais tem que ser muito rápida. Uma das alternativas é utilizar

outsourcing (terceirização) de setores especialistas para prover alguns dos

serviços.

Gerenciar serviços terceirizados é um grande desafio de área de Tecnologia. É

comum, que sejam encontrados problemas como:

● maiores sistemas para cada negocio da empresa;

● necessidade de treinamento contínuo para manter a equipe atualizada;

● empresas globalizadas, com infra-estruturas diferentes para cada país;

Page 15: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

● complexidade no controle de contratos;

● gestão de pessoas: falta de equivalência nos interesses pessoais do

terceirizado com o do contratado

O número grande de fornecedores dificulta a padronização dos processos

dentro da empresa, justamente pela falta de uma linguajem em comum entre

contratados e contratantes. Esta é uma vantagem em utilizar um framework

para definição de uma linguajem padrão como a ITIL. Este benefício de uma

boa prática para padronização de processos será abordado com mais detalhes

no capítulo 5.

1.3. O Negócio Depender de TI

Como foi introduzido no capitulo I, a Tecnologia e o negócio são inseparáveis

no cenário atual. A sobrevivência das empresas depende fortemente da

disponibilidade dos sistemas, da infra-estrutura como todo e dos serviços

oferecidos pela TI. Ou então a empresa literalmente para. Profissionais da

área, já estão acostumados com tipos de ocorrências como a cancelamento do

dia de matrícula de uma escola, prejuízos de web sites, parada na produção de

indústrias e até perda de vidas humanas em hospitais, tudo conseqüente de

ocasiões em que houve falta de disponibilidade de um determinado serviço ou

produto de TI.

Fora os fatos graves e extraordinários, é conveniente sedimentar que o bom

funcionamento do setor de tecnologia de qualquer empresa está fortemente

ligado a imagem desta empresa perante seus clientes. O usuário não é mais

tão tolerante como antes a indisponibilidade, por exemplo, da operação de

vendas de websites. Basta imaginar o que seria da imagem de empresas como

Lojas Americanas, GOL Linhas Aéreas, ou Submarino, se seus serviços via

web ficassem inoperantes por algumas horas.

Page 16: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Para qualquer empresa, o mercado é estritamente cruel em caso de percepção

de indisponibilidade dos serviços. Seria devastante o prejuízo em caso de um

Banco, indústria ou empresa de supermercados. Por isso que, normalmente, o

custo necessário para investir em uma estrutura de contingência redundante é,

com folga, inferior ao custo causado por um possível prejuízo em caso de

indisponibilidade.

1.4. Redução de Custos e Riscos

Gerenciar custos não costuma ser uma tarefa nada agradável para quem

trabalha com tecnologia. É comum que os profissionais desejem dedicar seu

tempo com outras atividades, mais ligadas à área técnica e operacional, ou

como imaginar novas soluções tecnológicas, oportunidades e automatização

de processos. Com certeza, essa postura não é suficiente para que o negócio

esteja satisfeito com o profissional de TI.

A meta de TI, assim como qualquer setor dentro da empresa, é sempre fazer

mais por menos. Ou seja, prover a redução de custos e mitigação de riscos. Os

orçamentos estão cada vez mais apertados, e isso obriga aos processos de TI

a escolherem o portfólio de serviços, utilizando o mínimo possível de recursos.

Como TI não é visto como uma competência principal dentro da empresa, e

sim como um suporte ao negócio, normalmente as organizações não priorizam

os investimentos para os processos de TI. Assim, é criado este desafio para o

setor de desenvolvimento tecnológico, que se vê obrigado a trabalhar com um

conjunto de sistemas e infra-estrutura não adequados, correndo riscos pelos

quais terá obrigação de responder.

Balancear Custos e Riscos de TI é sem dúvida uma atividade complexa, e um

dos motivos é a falta de uma Gestão Financeira eficaz, que contabilize custos e

acompanhe o ROI (return of Investiment, Retorno de Investimento) de TI, para

ajudar a justificar os investimentos realizados. Como provar o ROI se nada está

Page 17: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

sendo medido e documentado? Outra razão é a falta de Gestão de Mudanças,

que nada mais é do que a avaliação dos custos e impactos relacionados a

cada mudança solicitada. Faltam também metodologias padrões para o

gerenciamento de projetos dentro das empresas de TI, resultando em atraso de

entrega e orçamento infinitamente maior do que o previsto. Os gerentes

simplesmente utilizam metodologias a própria escolha, na escassez de uma

ferramenta de trabalho padrão para toda a empresa. Há também falta de

gestão dos fornecedores e falta de recursos humanos.

Diante a todas estas dificuldades, a TI é ainda responsável por baixar custos e

riscos, aumentando a qualidade e agilidade do desenvolvimento de tecnologia,

mesmo que pareça uma equação inviável e complexa de se conviver. Por isso,

os profissionais de TI devem estar cada vez mais amadurecidos na área de

gestão, porque é a gestão que ajuda a trabalhar com esta equação complexa.

1.5. Justificar o Retorno sobre os investimentos de TI (ROI)

Como foi brevemente abordado na Introdução, é preciso conhecer as

necessidades do negócio para selecionar os projetos que trarão ganhos. Além

disso, é necessário demonstrar claramente este valor de Retorno para

empresa, através de medições e análises.

Este desafio está amplamente relacionado ao de balanceamento de custos e

riscos, tratado anteriormente, onde inclusive, o ROI foi referenciado. Em

empresas com um bom nível de maturidade, existe um alto investimento no

setor tecnológico, investimento este de grande importância estratégica para a

organização como um todo. Esta responsabilidade exige uma resposta precisa

e eficiente dos profissionais de TI. Mas, o que normalmente ocorre é que os

projetos de TI, em sua maioria, são mal gerenciados e o orçamento ultrapassa

o valor previsto.

A falha na definição do escopo devido ao não alinhamento com os envolvidos

do projeto é um dos problemas que leva ao alto custo não esperado. A diretoria

Page 18: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

quer uma ferramenta, mas não tem tempo para reunir, definir e desenhar como

será essa ferramenta. Outro problema é a falta do dimensionamento do tempo

e dos recursos necessários. Freqüentemente, encontramos projetos com um

planejamento inadequado. Ou seja, podemos chegar a uma conclusão em

comum ao que foi vista em balanceamento de custos e riscos: a falta de

habilidade profissional no Gerenciamento de Projetos.

Segundo Wyk (2006), o ROI não é um número; trata-se da compreensão dos

custos e benefícios de um determinado projeto. O ROI em tecnologia em uma

organização depende do ambiente tecnológico existente e de como os seus

usuários utilizam a tecnologia -maximizar o ROI é um processo contínuo

baseado na evolução das tecnologias e nas mudanças no ambiente dos

negócios.

1.6. Manter a Segurança da Informação

As organizações de hoje estão necessitando de um grande nível de segurança

na mesma proporção que mais informações são manipuladas por sistemas de

informação. Crescentemente, as empresas têm que garantir e demonstrar

níveis aceitáveis de confidencialidade, disponibilidade e integridade da

informação além dos aspectos de legalidade e autenticidade. Existem diversas

informações manipuladas diariamente pelo setor tecnológico das empresas,

como: identidade, CPF, endereço residencial, senhas de acesso, informações

bancárias, médicas e até a

rotina e horário de trabalho. A segurança da informação deve ser mantida por

causa do seu valor, ou pelo impacto da ausência dela; pelo impacto resultante

de uso por terceiros; pela ralação de dependência com sua atividade. TI tem

que garantir com a segurança das informações durante seu manuseio,

armazenamento, transporte, descarte, nos ativos físicos, tecnológicos e

humanos que as custodiam.

Page 19: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Manter a segurança das informações no cenário atual é mais um dos grandes

desafios de TI, levando-se em conta o aumento das vulnerabilidades e

ameaças. Um dos motivos é a crescente necessidade de publicar e acessar

informações via web. Daí, surge o espaço para ataques de hakers e entrada de

novos vírus nas redes, além da exposição das informações da empresa.

As normas NBR ISO/IEC 27001 e 17799 que são produzidas pela ABNT,

definem padrões e metodologias para ajudar as organizações a garantir a

Segurança de dados. É recomendável às empresas algum investimento em

observar estas normas, para se certificar do que precisa ser atingido para

garantir uma segurança de informação eficaz. Essas normas definem 133

modelos de controle que podem ser utilizados pela organização.

II. INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DE SERVIÇO

DE TI

Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), e como ilustrado na figura 02, o

Gerenciamento de Serviços em TI é, de forma resumida, o gerenciamento da

Integração entre pessoas, processos e tecnologias, componentes de um

Serviço de TI. O objetivo deste serviço é Viabilizar e Integrar o Suporte de

Serviços de TI focados nas necessidades dos clientes e de modo alinhado a

estratégia do negócio da organização, alcançando objetivos de custo e

desempenho pelo estabelecimento de acordos de nível de serviços entre a

área de TI e a as demais áreas de negócio da Organização. Tal realidade, é

independente do tipo ou tamanho da organização, seja ela governamental,

multinacional, um fornecedor de serviços de TI por outsourcing, ou um

ambiente de escritório com apenas uma pessoa responsável pelos serviços de

TI. Na definição da ITIL V3, Gerenciamento de Serviços de TI é um conjunto de

Page 20: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

habilidades da organização para fornecer valor para o cliente em forma de

Serviços.

Figura 2a - O que é Gerenciamento de Serviços de TI

A biblioteca da ITIL V3 visualiza quatro elementos necessários para o

Gerenciamento de Serviços, conhecidos como os 4 P´s: Pessoas, Processos,

Produtos (tecnologia) e Parceiros, guiados pela estratégia do Negócio. O

produto é reconhecido como a ferramenta necessária para automatizar

determinadas tarefas. Os parceiros também foram introduzidos, devido a

necessidade da presença de fornecedores para entregar alguns dos serviços, o

que não era tão necessário há dez anos. Na versão 3 da ITIL, existe, inclusive,

um processo direcionado no relacionamento com os fornecedores. A ITIL não

tem processos determinados para as pessoas, mais reconhece a importância

delas para aplicar o funcionamento dos serviços de TI.

2.1. Processos

Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), Um processo é um conjunto de ações,

atividades e mudanças conectadas entre si, que permite conceber a interação

entre diversos departamentos que compõem uma organização. Um processo

Page 21: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

deve ter o máximo de detalhamento possível e descrever o que cada atividade

deve executar. Os procedimentos de um processo não devem necessariamente

iniciar e ser finalizados dentro do mesmo departamento, podendo passar por

dois ou mais durante seu ciclo de vida.

É recomendável que as atividades de TI estejam desenhadas com uma

orientação a processos, em vez agrupá-las em departamentos hierárquicos.

Dessa forma, a área de TI pode obter melhorias em seus serviços prestados: a

estrutura de processos contém um excelente nível de análise, pois oferece uma

visão ampla do comportamento gerencial,

mais integrado e abrangente. A estrutura da ITIL é orientada a processos.

Na definição da OGC (2007), correspondente a V3 da ITIL, um processo é um

sistema de ciclo fechado que fornece mudanças e transformações, buscando

objetivos. O processo usa o feedback para se auto-reforçar e auto-corrigir (ver

imagem 04 processo segundo a definição da ITIL V3).

Ainda dentro da concepção da ITIL, processos têm as seguintes

características:

● Devem ser mensuráveis, deve ser possível medir sua performance: os

gerentes gostam de medir custos, qualidade e outras variáveis enquanto

praticantes estão preocupados com a produtividade e tempo de execução.

● Devem ter resultados específicos: a razão de existência de um

processo é a entrega de um determinado resultado. Este resultado deve ser

identificado e consultado individualmente, ou seja, cada processo deve ter sua

razão(objetivo) particular.

● Um processo entrega resultado ao cliente: o objetivo de cada processo

está relacionado a um objetivo do cliente. O objetivo pode ser interno ou

externo, mas sempre deve atingir a expectativa do cliente.

● Responde a um determinado evento: o processo deve ser iterativo, e

responde a um determinado evento que funciona como um gatilho para acionar

o seu inicio.

Page 22: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), para que uma área de TI trabalhe

orientada a processos, deve existir o pressuposto de que os integrantes desta

área trabalhem de forma diferente. Alguns valores concebidos são o de

trabalho em cooperação, a responsabilidade individual e a vontade de fazer

melhor. Basta imaginar que para que

um processo funcione, cada pequeno detalhe de seu ciclo seja

responsabilizado a um profissional de determinado departamento de TI, que

deve atender a esta atividade com eficácia e eficiência. Ou o processo irá

falhar.

Podemos ver um exemplo da interação entre atividades na figura 2: o processo

de Gerenciamento de Incidentes começa no Service Desk, é classificado pelo

atendente, gerenciado pelo Gerente de Incidentes. Caso não seja resolvido,

encaminhado para o setor de segundo nível de atendimento para ser analisado

e diagnosticado. Caso não exista um erro conhecido, é enviado para a equipe

de gerenciamento de problemas para ser investigado, por sua vez solicita uma

mudança assim que encontra uma causa raiz. O gerente de mudanças aprova

a mudança que será feita sob a responsabilidade do gerente de configuração.

O gerente de problemas então adiciona a solução a Base de Dados de Erros

conhecidos, o atendente fecha o incidente e informa sua solução ao usuário.

Todas essas atividades fazem parte de um processo maior que é o tratamento

da falha inesperada em um Item de Configuração do usuário, seja esta falha

categorizada como software, hardware ou dúvida. Mais detalhes sobre estes

processos e nomenclaturas como a Base de dados de Erros conhecidos, serão

descritos no Capítulo 4.

Como ilustra a figura 04, Um processo definido dentro da organização deve ter

entrada(s) e saída(s), para que possa ser atingido e medido o(s) objetivo(s). Da

mesma maneira, outros processos dependem da(s) saída(s) deste processo

para poder atingir seus objetivos. Para cada processo deve existir um

Page 23: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

responsável, como foi exemplificado no ciclo do parágrafo anterior: o gerente

de problemas é responsável pelo gerenciamento de problemas. Desta maneira,

o sucesso da atividade é atribuído a um profissional, tornando o processo mais

fácil de ser Gerenciado.

O processo é dividido por um determinado número de tarefas, e cada

executante destas tarefas recebe a denonimnação de função. Uma função

pode ser preenchida por uma pessoa (ator) ou pode também ser automatizada

para uma determinada etapa do processo. A execução das funções são

controladas por regras que definem como deve ser desempenhada. É indicado

que seja utilizado o gerenciamento de performance, a fim de acompanhar e

melhorar o monitoramento das atividades processuais e constatar se as regras

estão sendo segundas assim como os objetivos estão sendo alcançados.

Figura 2b - Estrutura de um processo

Os processos abrangem os objetivos de TI que precisam ser alcançados, que

por sua vez devem estar alinhados aos objetivos do negócio. Ou seja, ao

atingir os objetivos de TI, os objetivos de negócio devem também ser

Page 24: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

alcançados. As atividades e procedimentos, detalham o que e como deve ser

feito para chegar ao objetivo.

2.2. Serviço

Segundo Uttal e Davidow (1991), Serviço ao cliente significa todos os aspectos,

atitudes e informações que ampliem a capacidade do cliente de compreender o

valor potencial de um bem ou serviço essencial. Existem outras diversas

definições para serviço. Em uma perspectiva prática, serviços de TI são uma

combinação de hardware, software, processos e pessoas que buscam como

objetivo principal atender as necessidades do cliente. Na ITIL, um serviço de TI

é um ou mais sistemas de TI que habilitam um processo de negócio. Em outros

termos, o serviço de TI, é formado por um conjunto de recursos de TI e não TI,

que são mantidos por um provedor de TI, buscando alcançar os objetivos de

negócio da empresa.

Para a OGC (2007), um serviço significa a entrega de valor para os clientes,

facilitando os objetivos que os clientes querem alcançar, sem ter que assumir

custos e riscos. Independente do significado que a empresa adota, a entrega

de valor deve estar diretamente envolvida ao objetivo de um serviço.

Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), uma das características que diferencia

um serviço de um produto é o fato do cliente participar diretamente. Algumas

outras características são:

• A integibilidade dos serviços: Um serviço não pode ser avaliado, apalpado,

observado ou testado de qualquer outra maneira, antes de ser adquirido.

• A indivisibilidade do serviço: Significa que um serviço e seu prestador não

podem ser separados. Isto implica que a maneira que um serviço é percebido,

sempre será associado a impressão que o cliente tem da empresa provedora.

• A variabilidade do Serviço: Advém da qualidade dos serviços prestados, os

quais são inseparáveis das pessoas, enquanto a qualidade, por sua vez, pode

variar.

Page 25: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

2.3. Planejando e Implementando o Gerenciamento de Serviços

de TI

De acordo com Dugmore e Lacy (2006), os provedores de serviço usam o

Gerenciamento de Serviços para entregar maior qualidade de serviços e, ao

mesmo tempo, controlar os custos destes serviços.

Ainda de acordo com os autores, quando é planejado e implementado o

Gerenciamento de Serviços, é importante:

• Focar nos processos e preocupações do negócio e não em tecnologia;

• Desenvolver os objetivos do negócio e metas de serviço bem definidas e

compreensíveis;

• Definir claramente regras e responsabilidades, incluindo fornecedores

externos;

• Garantir que todos os gerentes e funcionários entendem e estão

comprometidos com suas regras;

• Definir os benefícios, de forma que eles possam ser medidos e realizados;

• Justificar o custo investido;

Estes pontos elencados por Dugmore e Lacy, são essenciais como guia de

implementação deste trabalho, pois são referências de onde se deve chegar. É

importante que, no decorrer dos estudos de caso, este sub-capítulo seja

relembrado e referenciado, comprovando que o planejamento da gestão de

serviços está sendo implementada.

Page 26: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

III. IMPORTÂNCIA DE USAR BOAS PRÁTICAS

Segundo Taylor (2007), o mundo de TI mudou drasticamente no passar das

duas ultimas décadas (período de existência da ITIL). O que não mudou, em

todo este tempo, foi a necessidade para nós, praticantes de gerenciamento de

serviços, de aprender como as melhores práticas evoluem e como elas

suportam e influenciam o sucesso ou fracasso dos nossos clientes.

Page 27: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Em um mundo de competitividade e de constantes mudanças é preciso que

haja eficiência nos serviços de TI, para evitar falhas e imprevistos, agilidade e

flexibilidade para reagir em alta velocidade às ocorrências de falhas ou

interrupções nos serviços de TI. Esta capacidade de reação é importante para

minimizar os impactos causados por interrupções de serviços de TI, conforme

eventos descritos a seguir.

Impactos causados por interrupções de serviços de TI

Empresa: AT&T - Abril de 1998

Ocorrência: A atualização da versão do sistema prevista para ser realizada em

06 horas, levou 26 horas. Custo de US$ 40 milhões em descontos nas faturas

de serviço devido ao não cumprimento de acordos de nível de serviço

celebrados com os seus clientes finais.

Empresa: eBay - Junho de 1999

Ocorrência: Indisponibilidade durante 22 horas devido à falha no sistema.

Custo estimado entre US$ 3 e 5 milhões em receitas e declínio de 26% no

valor das ações.

Empresa: Hershey´s - Setembro de 1999

Ocorrência: Falhas no sistema devido à estratégia de implementação de nova

versão. Custo não estimado com atraso no envio de encomendas, 12% de

redução nas vendas do trimestre e diminuição de 19% do lucro líquido do

trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Fonte: Magalhães e Pinheiro

(2007)

Page 28: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

As vantagens de se adotar um padrão:

☺ A roda já existe: tempo é dinheiro!

☺ Modelo Estruturado

☺ Melhores Práticas: milhares de pessoas no mundo, experiência

☺ Compartilhamento de Conhecimento: sites, benchmarking, livros

☺ Linguagem em comum

☺ Auditável: sem padrões se torna difícil para os auditores

3.1. Importância da ITIL

De acordo com Magalhães e Pinheiro (2007), é necessário que a organização

como um todo, ou seja, equipe de TI e demais equipes setoriais, reconheçam a

importância da ITIL e estejam comprometidos com o processo de implantação

para obter benefícios como:

• Melhor qualidade dos serviços proporcionando suporte mais confiável para a

execução da estratégia do negócio;

• Alinhamento de TI aos interesses da organização proporcionando maiores

probabilidades de sucesso;

• Visão clara da capacidade da infra-estrutura atual de TI em entregar e

suportar os serviços demandados;

• Informações precisas e consistentes sobre os serviços de TI;

• Maior flexibilidade para o negócio corporativo através do conhecimento da

área de TI sobre as necessidades da organização;

• Equipe motivada na execução de suas atividades;

• Clientes satisfeitos após a entrega dos serviços requeridos e acordados;

IV. INTRODUÇÃO A ITIL

O acrônimo ITIL, significa “The Information Technology Infrastructure Library”, o

que nada mais é do que uma biblioteca da Infra-estrutura de TI, que reúne as

melhores práticas para um bom Gerenciamento de Serviços de TI, divididos em

processos e funções, focando na Entrega e suporte de Serviços em TI. Estas

Page 29: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

práticas foram construídas, baseadas em experiências das empresas a nível

mundial, ao longo dos anos e foram se tornando um padrão de facto.

A ITIL é mundialmente a mais bem aceita abordagem em Gerenciamento de

Serviços em TI. É desenvolvida pela United Kingdooms OGC (Ofice of

Governament Comerce)-“Reino Unido da OGC”. Além da OGC, está também

envolvida a organização ITSMF (IT Service Manage Fórum), que é um Parceiro

Estratégico que gerencia a definição e execução em nome da OGC e coordena

os institutos de certificação e treinamento. Além disso, o Fórum do ITSM tem

como objetivo promover a interação de profissionais da área de Gerenciamento

de serviços de TI (GSTI), consolidar o conhecimento nas melhores práticas e

auxiliar na criação de processos voltados para o GSTI.

A ITIL desenvolve as melhores práticas para Organizações públicas e privadas,

através de um regime compreensivo de qualificação de processos. ITIL

Consiste numa série de livros, que visam uma orientação de como obter

serviços de TI de qualidade, além de facilidades de acomodação e

ambientação dos serviços, necessárias para dar suporte a TI.

É importante pontuar que a ITIL não é uma metodologia. Sua filosofia é prover

melhores praticas para servirem de inspiração, sugerindo onde é possível

chegar, sugerindo para que e por que chegar. Não é uma Norma como a ISO.

Não é possível aprovar o seu uso dentro de uma empresa através de um

checklist ou comprimento de requisitos. A ITIL não é um objetivo, o objetivo é o

Gerenciamento de Serviços de TI (GSTI). Deve sofrer adaptações para ser

implantada em uma organização. O que é bom para um negócio, pode não ser

tão adequado a outro. Na ITIL, nada deve ser feito, tudo pode ser feito. Pode

ser utilizada em qualquer empresa de qualquer tamanho. Entre os objetivos da

ITIL estão:

• Reduzir Custos

• Aumentar a Disponibilidade

Page 30: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

• Ajustar a Capacidade

• Aumentar a Eficiência e Eficácia

• Melhorar a Escalabilidade

• Reduzir Riscos

4.1. Os livros da ITIL, V3

Atualmente (versão 3), as práticas da ITIL estão reunidas em 5 livros. Saõ eles:

● SERVICE STRATEGY (Estratégia de Serviços)

Figura 4a - Livro Service Strategy (373 páginas)

Fornece uma orientação de como enxergar o gerenciamento de serviços em TI,

não só como uma habilidade profissional da organização, mas também

como uma avaliação estratégica. Inclui tópicos como: mercados de serviço,

características de provedores internos e externos, ativação de serviços.

Descreve o Gerenciamento de: Portfólio de Serviços, Demanda Serviços e

Gerenciamento Financeiro. Fonte: OGC (2007)

● SERVICE DESIGN (Desenho de Serviços)

Page 31: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Figura 4b - Livro Service Design (449 páginas)

“Se você construiu, eles virão” é uma passagem famosa de um filme de

Hollywood de 1989 Field of Dreams. Mas, se o que você construiu não

gera valor, logo eles irão embora. Para que os Serviços de TI gerem valor, é

preciso que eles sejam projetados com os objetivos do negócio em mente.

Service Design é a etapa do ciclo de vida, que liga a estratégia de serviços a

entrega dos objetivos dos objetivos do negócio. Orienta a projetar e

desenvolver serviços. Inclui Gerenciamento de: Catálogo de Serviços,

Disponibilidade, Fornecedor, Segurança, Continuidade, Capacidade e Nível de

Serviços. Fonte: OGC (2007)

● SERVICE TRANSITION

(Transição de Serviços)

Page 32: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Figura 4c - Livro Service Transiction (339 páginas)

Transição significa movimento, passagem, mudança de posição, estado,

estágio, conceito ou assunto. Orienta o desenvolvimento e implementação de

capacidades de transição de novos serviços e mudanças em serviços para

operações de serviços. Introduz o Sistema de Gerenciamento de

Conhecimento dos Serviços (SKMS). Inclui Processos de Gerenciamento de:

Planejamento e Suporte de Transição, Mudanças, Ativos e Configuração,

Liberação e Implantação, Validação, Avaliação e Conhecimento de Serviços.

Fonte: OGC (2007)

● SERVICE OPERATION (Operação de Serviços)

Page 33: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Figura 4d - Livro Service Operation (369 páginas)

Engloba as praticas do dia-a-dia relacionados a Serviços de TI.

Orienta uma maneira de alcançar uma eficácia e eficiência no suporte e

entrega de Serviços, garantindo valor de entrega tanto para o cliente

como para o fornecedor de Serviços. Descreve como manter os serviços

estáveis, mesmo com a presença de mudanças em design, escala, escopo e

níveis de serviços. Inclui processos de Gerenciamento de: Eventos, Incidentes,

Problemas, Requisições, e Acessos. Fonte: OGC (2007)

Page 34: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

● CONTINUAL SERVICE IMPROVEMENT (Melhoria Contínua dos Serviços)

Figura 4e - Livro Service Continual Improvement (308 páginas)

Fornece uma orientação de como criar e manter valor para clientes através da

melhoria continua dos processos de projeto, transição e operação de serviços.

Inclui uma combinação de princípios, práticas e métodos do Gerenciamento de

Qualidade, Gerenciamento de Mudança e Melhoria da Capacidade. Um guia de

como fazer um link entre os esforços para a melhoria e as saídas dos

processos à estratégia de serviço, projeto de serviços e transição de serviços.

Baseado no Modelo PDCA (Plan-Do-Check-Act). Fonte: OGC (2007)

Existe também, um livro introdutório, que resume todos os outros livros:

Page 35: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

● THE SERVICE LIVECICLY INTRODUCTION (Introdução ao ciclo de vida do

Serviço)

Figura 4f - Livro Official Introduction

To The Itil Service Lifecycle (186 páginas)

A introdução Oficial a ITIL em sua mais nova versão -V3. Explora os conceitos

Básicos de Gerenciamento de Serviços em TI e a relação com ITIL. Introduz o

novo modelo de ciclo de vida do Serviço, um conceito novo para GSTI,

mostrando a relação dos processos atuais com os processos da versão

anterior -V2. Deve ser utilizado para clarear o contexto da nova estrutura,

entender porque o modelo baseado no ciclo de vida do serviço é hoje uma

melhor pratica no mundo de GSTI. Fonte: OGC (2007).

4.2. Perspectiva Histórica

Ao longo da década de 80, as práticas de Gerenciamento de serviço tiverem

um grande crescimento no mundo da Tecnologia da Informação, e neste

mesmo ritmo, crescia a dependência do negócio em ralação aos serviços de TI.

Iam surgindo, nestes anos, a necessidade de uma metodologia radical e

Page 36: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

eficiente para ser usada como praticas de serviço, uma resposta rápida a

incidentes, foi quando que nasceu o Service Desk de TI (OGC, 2007).

Ao mesmo tempo em que esta evolução era observada e vivida por

profissionais de tecnologia, o governo do Reino Unido, impulsionado pela

necessidade de alcançar eficiência, criou uma documentação de como as

melhores e mais bem sucedidas organizações abordam e praticam o

Gerenciamento de Serviços da Tecnologia da Informação. Mais tarde, estas

práticas foram intituladas de Information Tecnologie Infrastructure Library – ITIL

(OGC, 2007).

Esta primeira versão cresceu até chegar a mais de 40 livros, e despertou o

interesse da comunidade de Gerentes de Serviços de TI. No inicio dos anos 90,

a ITIL começou a se tornar popular em todo o mundo, e o Termo ‘IT service

management’ ou ‘Gerenciamento de Serviços em TI’ começou a ser usado

entre os profissionais que exercem atividades relacionadas com serviços. Em

1991, o fórum dos praticantes foi criado: ITSMF (IT Service Manage Fórum),

para unir os profissionais e dar oportunidades de troca de idéias de

experiências vividas com a implantação das práticas, além de outras atividades

ligadas ao GSTI (OGC, 2007).

Entre 1990 e 2004, foi produzida a versão dois da ITIL, contendo um total de 9

livros. Essa nova versão veio para acompanhar o avanço da tecnologia, e

trazer uma abordagem mais compatível com os novos desafios vividos pelos

provedores de serviços de TI (OGC, 2007).

No final de 2003, foi estabelecido um time para geração da nova versão da

ITIL, e foi escolhido um Gerente de Projetos: Sharon Taylor (chief arquitet).

Com base nessa escolha, a partir de 2004, começou a se formar o ITIL

Advisory Group, que é um grupo ligado ao OGC, composto por 40 consultores

espalhados pelo mundo, que tem como objetivo dar sua opinião sobre a

produção da nova biblioteca. Sergio Rubinato Filho, Vice Presidente da ITSF

Page 37: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Brasil, foi o único membro brasileiro a participar desta equipe. Este grupo foi

responsável por fazer no fim de 2005, a seleção de 10 autores responsáveis

por escrever a nova versão da ITL V3 (2 autores para cada livro). Existiram

também mentores, responsáveis por apoiar e revisar a produção destes

autores. Sergio Rubinato Filho também participou como mentor, do livro

Service Disegn. Feito isso, o livro ainda foi revisado e aprovado por cerca 1.500

profissionais da área de GSTI, praticantes da ITIL, para enfim ser

disponibilizado.

4.3. Os Processos e Funções da ITL V3

A seguir, são listados os principais Processos e funções da Biblioteca da ITIL

V3. Em destaque, estão os processos que serão abordados neste trabalho:

Legenda:

SS = Service Strategy (Estratégia de Serviços;

ST = Service Transiction (Transição de Serviços);

SD = Service Design (Desenho de Serviços);

SO = Service Operation (Operação de Serviços);

CSI = Continual Service Improvement (Melhoria continuada de

Serviços).

Page 38: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

Figura

4g –

Process

os da

ITIL V3

Fonte:

Blog do

Luiz

Siqueira

(http://lh

siqueira.

wordpres

s.com)

Page 39: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

39

V. A CENTRAL DE SERVIÇOS

Clientes e usuários querem uma solução rápida. Não há nada mais frustrante

do que vasculhar toda a empresa em busca de alguém que possa o ajudar.

Não há nada mais aborrecedor do que ligar para o número de suporte e passar

por várias pessoas ou áreas para resolver o seu problema.

Segundo a OGC (2007), os processos, sozinhos não irão resultar em uma

operação de serviços eficiente. É necessária uma estrutura estável e

profissionais com devidas capacidades. Para alcançá-la, a operação de

Serviços depende de um grupo de pessoas capacitadas, focadas em utilizar os

processos para encontrar as necessidades do negócio, usufruindo da infra-

estrutura disponível.

A missão de uma central de serviços é agir como ponto central de contato entre

o provedor de serviços de TI e o usuário/cliente. A central deve receber e tratar

incidentes e requisições de serviços, promovendo a interface com outros

processos como: gerenciamento de problemas. É importante conceituar que

uma central de serviços é uma função dentro da biblioteca da ITIL e não um

processo. Ela pertence ao conjunto de funções e processos da operação de

Serviços (Service Operation).

Definição ITIL V3

Service Desk: É uma unidade funcional constituída por um numero de

profissionais dedicados a lhe dar com uma variedade de eventos, algumas

vezes relatados por telefone, interface web ou automaticamente reportados.

Estruturando uma central de serviços, o primeiro objetivo buscado é separar o

atendimento ao usuário em mais de um nível, estabelecido em um ponto único

de contato (SPOC – Single Point Of Contact). É possível com esta proposta,

garantir melhor cumprimento das atividades, maximizando a disponibilidade do

Page 40: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

40

serviço por apresentar utilização otimizada dos recursos internos, aumentando

portanto a satisfação do usuário. Ao figura 11 ilustra a estrutura de uma central

de Serviços.

Obs: os diferentes níveis de atendimento serão tratados no processo de

gerenciamento de incidentes.

Figura 5a -

Estrutura de

uma Central

de Serviços

Fonte:

adaptado de

um curso da

tiexames

(www.tiexame

s.com.br)

O

relacionamento com o cliente não é restrito ao telefone. Existem outros canais

de comunicação, como o fax, e-mail, sites de intranet ou chats. A flexibilidade

do contato pode facilitar tanto para o cliente, quanto para o trabalho interno do

Service Desk, pois por existirem mais de uma via, a possibilidade diminui de

uma destas vias ser sobrecarregada. Por qualquer que seja o canal, uma vez

realizado o contato com a central, ela será responsável por encaminhar para o

setor responsável, como ilustrado na figura acima. Os profissionais de

atendimento devem estar preparados tanto para solucionar incidentes e

requisições possíveis de tratar no primeiro atendimento, quanto conhecer o

setor responsável por tratar os que não forem de responsabilidade do Service

Desk.

5.1. Estruturas de Centrais de Serviço

Page 41: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

41

Central de Serviços Local

Figura 5b – Central de Serviços Local

Fonte:adaptado de um curso da tiexames (www.tiexames.com.br)

Este tipo de central é criado para atender necessidades locais do negócio.

Como por exemplo, pode existir uma empresa com N filiais, e uma central de

serviços locais para cada filial desta empresa. Esta estrutura é escolhida

quando existe uma necessidade de negócio diferente para cada local, ou seja,

a organização como todo não compartilha os mesmos serviços. O atendimento

é facilitado pelo fato da equipe de suporte presencial estar implantada no local.

A figura abaixo, ilustra a estrutura de uma central de Serviços Centralizada

Page 42: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

42

Central de Serviços Centralizada

Figura 5c – Central de serviços Centralizada

Fonte: adaptado de um curso da tiexames (www.tiexames.com.br)

Este modelo tem como objetivo centralizar todas as solicitações de suporte em

um único local físico. Resulta em uma redução de custos operacionais, melhora

ao gerenciamento de serviços de TI e melhora o uso de recursos, pelo

compartilhamento do uso de hardware e software em uma única central de

serviços.

Page 43: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

43

A figura a seguir, ilustra uma Central de Serviços Virtual

Central de Serviços Virtual

Figura 5d - Central de Serviços Virtual

Fonte: adaptado de um curso da tiexames (www.tiexames.com.br)

É possível também estruturar um modelo de central de serviços que não tenha

nenhuma posição física de atendimento próxima ao usuário. Com isso, é

possível existir uma central que funcione 24h por dia. No exemplo de cenário

desta imagem, temos uma diferente unidade de negócio, entretanto o serviço

deve funcionar 24h por dia. Em vez de manter-se cada uma delas funcionando

24h por dia, mantemos as unidades em turnos alternados, sem que o usuário

perceba (estará ligando para o mesmo numero). O usuário não sabe na

verdade, de onde o atendente está dando suporte para ele.

Page 44: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

44

5.2. Indicadores Propostos

Indicadores de controle são importantes para avaliar o desempenho do Service

de Desk. Dentro da ITIL chamamos estes pontos de Indicadores-Chave de

Desempenho (Key Performance Indicator – KPI).

Segundo a OGC (2007), alguns indicadores propostos para a Central de

Serviços são:

• Quantidade de chamadas atendidas (requisição de serviço e incidente)

• Quantidade de incidentes resolvidos no primeiro nível de suporte

• Quantidade de incidentes atendidos dentro do prazo

• Quantidade de incidentes resolvidos no primeiro contato por telefone

• Índice de satisfação (através de formulários de pesquisa)

5.3. Os indicadores e acordos de nível de serviço da Central de

atendimento

Segundo Magalhães e Pineiro (2007), um acordo de Nível de Serviço, ou do

inglês, Service Level Agreement (SLA), é um contrato ou acordo que formaliza

uma relação comercial, ou parte de uma relação comercial. Mais

freqüentemente, ele toma a forma de um contrato negociado feito entre um

provedor de serviço e um cliente, e define o preço a ser pago de um produto o

serviço sob certos termos, determinadas condições e

garantias financeiras.

O Acordo de Nível de Serviço é o que sustenta o serviço prestado a um cliente,

justamente porque estabelece as metas pelas quais a empresa contratante

deve trabalhar diariamente. É o acordo de nível de serviço que irá garantir que

o setor de TI está alinhado com os objetivos do negócio do cliente. O SLA é

administrado através do Gerenciamento de Nível de Serviços, que é um

processo da ITIL descrito em detalhes no livro de Service Design da biblioteca

Page 45: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

45

em sua terceira versão. Nele, encontramos boas práticas de como estabelecer,

monitorar, gerenciar, medir e revisar os Acordos de Nível de Serviço

constantemente. Razões para se medir o SLA de uma Central de Serviços:

• Percentual de desistência das ligações

• A meta para o índice de desistência deve ser em média de 5%, ou seja, de

todas as ligações efetuadas mensalmente, apenas 5% delas devem ser

abandonadas;

• Deve haver um tempo máximo de espera das ligações;

• Em média, a meta em que o cliente deve esperar para ser atendido é de 20

segundos. Ou seja, para cada ligação efetuada, o usuário/cliente não deve ser

atendido depois de um tempo de 20 segundos;

• Deve haver a medição do percentual de conclusão no primeiro atendimento;

• De acordo com o contrato, do total de chamados relativos a suporte

operacional que o Service Desk pode solucionar, 60% deles devem ser

cumpridos no primeiro atendimento, em média.

5.4. Os benefícios da implantação de uma Central de Serviços

Segundo a OGC (2007), a central de serviços proporciona uma série de

benefícios para a organização, tais como:

• Possibilita maior controle sobre todas as demandas da área de TI, por ser um

ponto único de contato;

• Promove um suporte técnico de qualidade que visa restabelecer a

normalidade operacional do usuário o quanto antes possível;

• Contribui significativamente para a satisfação dos usuários quanto aos

serviços prestados pela área de TI;

• Reduz o custo de suporte;

• Assegura o registro das chamadas e o acompanhamento do nível de serviço

executado, dentre outros.

Page 46: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

46

Outra análise que podemos fazer, mais superficial e sem auxilio da matemática

é a análise do tempo de resposta para o usuário depois de que seu serviço de

TI foi interrompido. Em média, com o auxilio do contrato, sabemos que quando

ocorrer tal interrupção, o usuário terá um atendimento em um prazo máximo de

20seg. Antes de existir um Service Desk organizado, ele teria que encontrar o

funcionário especializado, muitas vezes investindo inúmeras ligações e

tentativas antes de obter sucesso.

A diversidade de meios de contato, por sua vez, contribui para a redução de

número de ligações.

5.5. Desafios Encontrados

Segundo a OGC (2007), alguns problemas comuns ao implementar um Service

Desk em um ambiente já existente:

• Os usuários não ligarem para o Service Desk, mas tentarem buscar uma

solução diretamente com uma pessoa que conhece ou que a ajudou da última

vez;

• A equipe técnica não estar preparada para atender às necessidades do

negócio ou usuários. Ou ainda a quantidade de atendentes não ser suficiente

para atender à demanda de solicitações;

• Nem todas as partes estão informadas sobre os serviços fornecidos e os

níveis de serviços acordados, resultando em frustração por parte do usuário;

Um grande desafio de todo Service Desk é sem dúvida o relacionamento com o

usuário. É necessário investimento em treinamento e padronização de postura

dos atendentes diante o exercício de atendimento no dia-a-dia.

Page 47: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

47

5.6 - Gerenciamento de Incidentes

“Fazer com que sistemas e pessoas funcionem novamente quando algo errado

acontece” Ad ( 2007)

Segundo Dugmore e Lacy (2006), O Gerenciamento de Incidentes é um

processo tanto reativo como proativo e deve responder aos incidentes que

afetam, ou tem possibilidade de afetar os serviços.

De acordo com Magalhães e Pinheiro (2007), O processo de gerenciamento de

incidentes tem por objetivo assegurar que, depois da ocorrência de um

incidente, o serviço de TI afetado tenha restaurada a sua condição original de

funcionamento o mais breve possível, minimizando os impactos decorrentes do

efeito sobre o nível de serviço ou, até mesmo, da indisponibilidade total.

Além dos principais objetivos do Gerenciamento de Incidentes descritos por

Magalhães e Pinheiro, o processo tem como objetivos manter os usuários

informados sobre o status dos incidentes, identificar os incidentes que podem

voltar a ocorrer e assegurar os melhores níveis de desempenho dos sérvios de

TI, cumprindo os acordos de níveis de serviço.

Page 48: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

48

Definições da biblioteca ITIL V3

Incidente:

Uma interrupção não planejada de um serviço de TI ou redução na qualidade

de um serviço de TI. Falha na configuração de um item que não gerou ainda

impacto no serviço é também um incidente

Gerenciamento de Incidente:

É o processo de lhe dar com todos os incidentes; isto pode incluir falhas,

perguntas feitas pelos usuários (usualmente por telefone), através dos

profissionais técnicos, ou automaticamente detectados através de ferramentas

de monitoramento.

Um incidente é, em rápida definição, qualquer falha no serviço que é provido,

ou no uso deste serviço. Esta falha pode ser representada por:

• Falhas de Hardware

• Erro de software

• Problemas de Desempenho

Solicitações de Serviços como: trocas de senha, inclusão de novos usuários,

solicitação para compra de novos equipamentos, eram tratados na versão 2 da

biblioteca da ITIL dentro do processo de Gerenciamento de incidentes.

Entretanto, na versão 3 da biblioteca, estas requisições fazem parte do escopo

do processo de Cumprimento de Requisições de serviços, que também faz

parte do livro de Operações de Serviços. Este processo tem como principal

finalidade tratar requisições que não significam parada no serviço do usuário,

ou seja, não podem ser caracterizadas como incidente. O processo de

Cumprimento de Requisições não está no escopo deste trabalho.

Page 49: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

49

5.7. Ciclo de Vida de um incidente

A seguir, as etapas do ciclo de vida de um incidente:

• Identificação e registro

• Classificação e Suporte Inicial

• Investigação e Diagnóstico

• Resolução e Recuperação

• Fechamento

Fonte: Dos Autores.

No andamento das fases descritas acima, o incidente pode assumir até 8

status, segundo a recomendação das boas práticas da ITIL:

• Novo

• Aceito

• Assumido

• Agendado / aguardando / em andamento

• Resolvido e fechado

Fonte: Dos Autores.

5.8. Escalonamento de Incidentes

Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), o escalonamento de incidentes durante

o seu atendimento é um mecanismo utilizado para se obter a resolução do

incidente dentro do menor período de tempo possível, garantindo a

disponibilização do conhecimento (escalonamento horizontal) e os recursos

necessários (escalonamento vertical).

Page 50: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

50

Figur

a 5e

-

Escal

ona

ment

o de

Incid

entes

Font

e: Do

autor

A imagem acima ilustra escalonamento de incidentes, resumindo o que

significa as duas dimensões de escalonamento citadas pelos autores.

Definindo melhor as dimensões de escalonamento:

Escalonamento vertical: é a passagem no sentido superior-inferior do fluxo,

onde o conhecimento é a principal premissa da passagem de um instante para

o próximo.

Resumindo, a medida que vai se conhecendo o problema, é solucionado pela

equipe do nível em que este incidente está alocado.

Escalonamento horizontal: neste escalonamento a premissa é a utilização de

recursos. Quando um recurso não é suficiente para solucionar um incidente, é

transmitido para um novo nível de atendimento para que seja utilizado o

recurso necessário. O exemplo clássico deste escalonamento é quando uma

solução necessita de atendimento presencial, como a manutenção de um

equipamento. O 1º nível de atendimento (Service Desk) encaminha o chamado

para o 2º nível que é a equipe de técnicos de atendimento presencial. O

numero de níveis de atendimento é variável e está relacionado com a

Page 51: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

51

necessidade de negócio local. Em terceiro nível podemos ter técnicos

especializados.

5.9. Priorização de um incidente

No momento do registro, para todo incidente deve ser dado uma prioridade. A

priorização é necessária para determinar o tempo em que é necessário

resolver este incidente. A equipe do Service Desk e toda a equipe envolvida no

processo do gerenciamento de incidentes irão trabalhar orientada a prioridade.

As boas praticas da ITIL recomendam que os fatores que devemos levar em

consideração para dar prioridade são: urgência e impacto

• Impacto: está relacionado ao nível de criticidade para ao negócio. O efeito

que o incidente causa para o negócio

• Urgência: a velocidade, a tolerância para resolver o incidente.

Ex: pode existir um incidente que comprometa um servidor de aplicação. A

indisponibilidade desta aplicação impacta o trabalho de 200 usuários,

entretanto ocorreu em um dia de Sábado, quando não existe expediente.

Portanto, apesar de alto impacto,a urgência deste incidente é baixa.

Desta maneira, a sugestão das boas práticas é que se obtenha uma prioridade

baseada na equação prioridade = impacto x urgência, onde impacto e urgência

tem uma variação entre 1 e 5.

Na versão 3 da biblioteca da ITIL, uma novidade agregada são os usuários

VIPs. Estes usuários recebem esta característica por terem prioridades em

suas solicitações, por conta de suas atividades representarem grande impacto

no negócio. Sendo assim, qualquer solicitação feita por um usuário VIP, que

pode ser um diretor, chefe de setor, etc., irá receber uma prioridade maior,

previamente estabelecida. Outro conceito novo da v3 é o de incidentes graves,

Page 52: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

52

que é resolvido e tratado em um processo separado pela equipe de incidentes

graves.

5.10. Informações Importantes no registro de um incidente

· Número único de referência

· Categoria / sub-categoria

· Urgência

· Impacto

· Priorização

· Data/hora de registro

· Nome/identificação da pessoa ou grupo que solicitou

· Método de notificação: telefone, fax, e-mail, web, automático, etc.

· Nome/identificação/local do usuário

· Método de retorno para o usuário: telefone, fax, e-mail, web, automático, etc.

· Descrição da falha

· Status do incidente

· Grupo de suporte/pessoa para qual o incidente está alocado

· Problema/erro conhecido relacionado

· Atividades realizadas para solucionar o incidente

· Data e horário de solução

· Data e horário de fechamento

5.11. Indicadores Propostos

Segundo a OGC (2007), são alguns indicadores propostos para mensurar a

eficiência deste processo:

• Número total de incidentes por área de negócio, departamento, natureza

• Número de Incidentes resolvidos por operador

• Redução do tempo médio de Solução

• Distribuição de Solução entre os níveis de suporte

Page 53: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

53

• Percentual de incidentes resolvidos com a Base de Conhecimento

5.12. Status dos Incidentes e Requisições

Até o fim do primeiro semestre de 2008 eram utilizados apenas dois status para

os chamados (incidentes e requisições de serviço): Resolvido e Pendente. Foi

então notada a necessidade de dois novos status:

Finalizado: deve ser utilizado para diferenciar o momento que o

incidente/requisição foi solucionado(a), ou seja, o serviço foi restaurado com

sucesso, do momento em que o incidente foi finalizado (neste caso, seria o

momento em que o usuário foi sinalizado).

Um exemplo simples para diferenciar estes dois status seria uma falha

sistêmica relatada por um usuário: o momento que a falha é corrigida o status

do incidente passa para “resolvido”. Depois que o Service Desk liga e informa o

usuário que a falha foi sanada, o incidente passa para o status “finalizado”.

Como funcionava antes: o incidente era registrado com o status pendente, e

mudava para status resolvido depois que o usuário era informado.

Agendado: sempre que o Service Desk faz uma tentativa de entrar em contato

com o usuário, caso o mesmo esteja indisponível/ausente, o atendente verifica

qual o melhor horário em que possa retornar a ligação. O incidente/requisição

recebe o status “agendado”, junto com informação de horário e data

agendamento. No momento agendado, a ferramenta edita o status para

pendente novamente, sinalizando o supervisor para que entre em contato com

o usuário novamente.

Como era antes: O status permanecia como pendente, era feita uma

observação no corpo do formulário do incidente contendo data e horário da

nova tentativa e era arquivado em uma pasta que continha os incidentes

Page 54: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

54

agendados. Para dar um novo retorno ao usuário, era necessário consultar

chamado por chamado, fazendo a leitura dos horários agendados.

5.13. Priorização dos Incidentes e Requisições

Geralmente são utilizados 3 níveis de criticidade de incidentes e requisições:

• Normal – Incidentes e requisições de Baixo impacto no funcionamento. São

chamados de normais e típicos: problemas nas estações de trabalho, dúvidas e

problemas de impressão. Tem impacto apenas localizado.

• Urgente – Incidentes e Requisições derivados de clientes cujo atendimento

está relacionado a impacto institucional e de abrangência interna ao negócio.

Devem seguir critérios de atendimento diferenciados.

• Prioritário – Incidentes e Requisições com alto impacto no funcionamento das

diversas unidades informatizadas. Estes são identificados pela equipe de

suporte técnico da Gerência de Informática. Quando ocorrerem devem ter

prioridade sob todos os demais, independente da fila de espera.

Para facilitar a classificação de chamados como urgentes, foi inserida no

sistema de atendimento de chamados uma lista de usuários VIPS. Para cada

usuário, caracterizado com as atribuições descritas acima, foi adicionado o

atributo VIP. Assim, qualquer incidente aberto por um usuário com esta

característica, é automaticamente classificado com a criticidade “urgente”.

Comparando as classificações dos níveis de criticidade de um chamado com o

que é sugerido pelas boas práticas da ITI para incidentes, é possível notar

alguns pontos inconsistentes. São eles:

• A priorização de incidentes/requisições apresenta apenas 3 níveis. Portanto, a

possibilidade de dois incidentes terem a mesma priorização (criticidade) é alta.

Isto pode resultar em uma duvida no momento de atendimento.

• Prioritário é colocado como um nível acima do urgente. Na verdade, o nível de

criticidade “prioritário” deveria ser um cruzamento de urgência com impacto,

Page 55: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

55

para assim atender melhor ao numero de níveis de priorização que pode ter um

incidente.

• O nível de criticidade “urgente”, dentro do contrato de SLA está relacionado

ao “impacto” como descrito acima, “Incidentes com alto impacto”. Na realidade,

urgência e impacto são duas variáveis distintas, pois como foi descrito no

capitulo 6.3.4, pois urgência está relacionada a dimensão de tempo enquanto

impacto é relacionado a dimensão de espaço. Nem sempre, um incidente

impactante é urgente ou vice-vera.

5.14. Os indicadores e acordos de nível de serviço do Processo

de Gerenciamento de Incidentes

Segundo a OGC (2007), O processo de Gerenciamento de Incidentes

proporciona uma série de benefícios para a organização, tais como:

• Impacto dos Incidentes reduzidos (devido ao tempo de resolução)

• Suporte aos SLA´s

• Eliminação de Incidentes perdidos

• Melhor utilização da equipe de suporte, atingindo uma eficiência melhor

• Melhoria na satisfação do Usuário

• Menos interrupção da Equipe de suporte de segundo/terceiro nível

É impraticável cogitar o tratamento de incidentes e requisições sem a

existência da estruturação orientada a processos.

Justificando:

Custos: como já foi demonstrado no capítulo da Central de Serviços, o

tratamento hierárquico – onde o usuário procura diretamente o setor

especializado – causa desperdício de esforço, interrupção de técnicos

especializados e demora de resposta ao usuário, que na maioria das vezes não

conhece o setor especializado no incidente decorrente. Ex: a internet

interrompe na maquina de um determinado usuário. Este, sem saber para onde

ligar, procura o setor de infra-estrutura que cuida dos servidores locais, que é

Page 56: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

56

interrompido de uma outra atividade e acaba enviando um técnico. Este, ao

chegar no local, constata que o cabo de rede da maquina estava

desconectado, por isto o usuário não acessava a internet.

5.15. Desafios Encontrados

Segundo a OGC (2007), alguns problemas comuns ao implantar o processo de

Gerenciamento de Incidentes, como:

• Falta de gestão ou comprometimento da equipe

• Falta de entendimento das necessidades do negócio

• Falta de revisão das práticas

• Falta de objetivos, metas e responsabilidades

• Sem provisão de ANS com clientes

• Falta de conhecimento da equipe

• Falta de integração com outros processos

• Falta de ferramentas

• Resistência a mudanças

5.16. A Base de Dados de Erros Conhecidos

Para LAUDON (1999), conhecimento é o conjunto de ferramentas

conceituais e categorias usadas pelos seres humanos para criar, colecionar,

armazenar e compartilhar a informação. O autor, que trata sobre sistemas de

informação Gerenciais, sintetiza nesta passagem o objetivo de utilizarmos a

ferramenta que será apresentada neste capitulo: a Base de Dados de Erros

conhecidos. Nada mais é, do que a reutilização da informação como bem mais

precioso dentro de uma estrutura de prestação de Serviços, como o Service

Desk. Este capítulo tem como um dos objetivos, demonstrar o benefício do

acumulo de conhecimento.

A BDEC (Base de Dados de Erros Conhecidos) ou KEDB (Know Erro Data

Base) faz parte do Gerenciamento de problemas da Biblioteca da ITIL, com

Page 57: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

57

uma interface muito próxima ao Gerenciamento de Conhecimento. O foco dele

não é explorar o conteúdo do Processo de gerenciamento de Problemas, tão

pouco de Conhecimento, que não fazem parte do escopo deste trabalho.

Baseado nesta tabela de definições, um Erro Conhecido nada mais é do que a

causa conhecida de um incidente, ou seja, que não necessita uma investigação

maior. A Base de Dados de Erros Conhecidos faz parte da Base de

Conhecimento segundo a OGC nos livros da ITIL V3. É, em síntese, acumulo

de erros conhecidos com o passar do tempo.

Page 58: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

58

5.17. Os benefícios da implantação de uma Base de Dados de

Erros Conhecidos

Uma base de Dados de Erros Conhecidos é fundamental para que o processo

de Gerenciamento de incidentes se torne ágil e eficiente. Segundo a OGC

(2007), entre os demais benefícios genéricos de sua implantação, estão:

• Soluções Permanentes

• Melhora o aprendizado da organização

• Aumento do índice de resolução do Service Desk no primeiro contato

É importante ressaltar que esta Base de Erros conhecidos está hoje restrita ao

primeiro nível de atendimento como experimento no estudo de caso

apresentado. O ideal é que ela uma o conhecimento do segundo e demais

níveis existentes, fazendo parte de um escopo maior de Gerenciamento de

Problemas.

5.18. Desafios Encontrados

Segundo a OGC (2007), são alguns problemas comuns ao se implementar uma

Base de Dados de Erros Conhecidos:

• Qualidade das informações dos incidentes

• Tempo e recursos para fazer o tratamento dos problemas

• Criar e manter uma Base de Conhecimento e Erros conhecidos

• Reconhecer que Service Desk tem um papel importante neste processo

• Lidar com Erros Conhecidos não resolvidos

• Comprometimento da equipe (cultura)

Page 59: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

59

5.19. Gerenciamento de Catálogo de Serviços

Segundo a OGC (2007), a função do Gerenciamento do Catalogo de Serviços

é fornecer uma única fonte de informações consistentes sobre todos os

serviços de TI acordados e assegurar que ele está amplamente disponível para

aqueles que têm permissão para acessá-los. Tem como objetivo gerir as

informações contidas dentro do catálogo de serviços, assegurar que ela é

precisa e que reflete a situação atual com status, detalhes, interfaces e

dependência de todos os serviços que estão sendo executado, ou sendo

preparados para serem executados em um ambiente de produção. No catalogo

de serviços, estão documentadas todas as atribuições da TI. Fazendo uma

analogia com um restaurante, o catalogo de serviços funciona como o

cardápio. Nele estão todos os pratos servidos.

O Catalogo de serviços demonstra o valor da TI para os negócios da empresa

pois é nele onde estão as informações de todos os serviços da TI que são

entregues ao clientes. Isso garante que todas as áreas de negócios da

empresa podem ter uma visão exata e consistente da imagem dos serviços de

TI, seus detalhes e seus status e como eles podem ser usados. O catalogo de

Serviços serve também para definir níveis de qualidade de serviços (SLA).

O catálogo de serviços deve estar dividido em:

• Catalogo de Serviços de Negocio – Aqui estão os serviços entregues aos

clientes, unidades de negocio e processos do negocio, também são

implementados aqui os acordos de nível de serviço com o cliente.

• Catalogo de serviços Técnicos – Nele estão todos os serviços operacionais,

tais como: Suporte Técnico,Serviços compartilhados, componentes, itens de

configuração e inclusive serviços de terceirizados.

Page 60: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

60

5.20. Indicadores Propostos

Segundo a OGC (2007), segue alguns Indicadores propostos ao Implantar o

Catálogo de Serviços:

• O numero de serviços registrados e geridos no catalogo de serviços e a

porcentagem desses serviços que são entregues ao ambiente de produção.

• O numero de variações encontradas entre informações contidas no catalogo

de serviços e as do ambiente de produção.

5.21. Os benefícios do Gerenciamento de Catálogo de Serviços

Segundo a OGC (2007), são alguns Benefícios do Gerenciamento de Catálogo

de Serviços:

• Organização e padronização dos Serviços de TI;

• Qualquer área da empresa pode visualizar com precisão os serviços de TI;

• Serviços de TI são estruturados com descrições e status;

Outro benefício visível para a empresa, é a importância do catalogo de serviços

para um futuro acordo de níveis de Serviço, visto que o primeiro passo para se

estabelecer acordos, é enumerar e detalhar os serviços, para se obter resposta

do que se espera deles (como entrega de valor para o negócio). Ou seja, o

primeiro passo antes do Gerenciamento de Níveis de Serviço é o Catalogo de

Serviços.

5.22. Desafios Encontrados

Segundo a OGC (2007), Os principais Desafios Encontrados no

Gerenciamento de Catálogo de Serviços são:

• Obter uma exatidão no catálogo de Serviços

• Sensibilizar os usuários dos services prestados por TI·

• Sensibilizar os profissionais de TI sobre os services que são/não prestados,

obtendo o comprometimento e entendimento.

Os principais Desafios encontrados dentro do Estudo de Caso da GDK foram:

Page 61: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

61

• Resistência da equipe de TI para mapear as atribuições:

A equipe de TI normalmente está focada nos objetivos de TI, o que é errado. É

custoso o processo de convencer a equipe de que determinadas atividades tem

importância para o negócio.

• Falta de documentação adequada: Visto que o setor de TI estava mal

organizado e pouco orientado a processos, torna-se difícil encontrar em

recursos da própria empresa, documentações especificas, como um modelo de

catalogo de serviços.

• Falta de credibilidade com o cliente: Como o setor de TI sempre foi

desacreditado e desorganizado, não é uma tarefa fácil divulgar uma lista de

serviços, convencendo os usuários/clientes de que podem usar e confiar

naqueles serviços prestados ali descritos.

5.23. Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços

De acordo com o OGC (2007), nenhuma organização pode ser totalmente

eficiente ou eficaz, a menos que gere bem os seus ativos, especialmente os

bens que são vitais para o funcionamento da organização do cliente ou do

negócio. O gerenciamento de configuração e ativo de serviço gerencia todo o

serviço de bens, a fim de apoiar os

outros processos da gerência do serviço.

O gerenciamento da configuração tem como objetivos principais definir,

controlar, registrar, auditar e verificar os componentes dos serviços e da infra-

estrutura, incluindo versões, componentes, seus atributos e relacionamentos e

alem disso manter informações atualizadas da configuração, históricas, atuais

e planejadas. Deve ser incluído como objetivos também a contabilização e

proteção dos ativos e itens de configuração para garantir que somente

componentes autorizados sejam usados e mudanças autorizadas sejam

realizadas.

Page 62: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

62

As metas do Gerenciamento de Ativos e Configuração são as seguintes:

• Apoio ao negócio do cliente e controle dos objetivos e necessidades;

• Suporte eficaz e eficiente, fornecendo informações precisas configuração para

permitir que O cliente tomem decisões no momento certo, por exemplo,

autorizar a mudança e libertação, tratar incidentes e resolver problemas mais

rapidamente;

• Minimizar o número de questões de conformidade e qualidade

provocadas por uma configuração incorreta de serviços e bens;

• Otimizar o serviço do ativo de TI, as configurações,as capacidades e os

recursos.

5.24. Benefícios do Gerenciamento de Configuração e Ativos de

Serviços

Com Gerenciamento de Ativos e Configuração, é possível otimizar

desempenho global do serviço otimizando custos e riscos causados pelo mal

gerenciamento de ativos, como por exemplo multas causadas por falta de

licenças de software e não conformidades em auditorias. Segundo a OGC

(2007), O correto gerenciamento de ativos e configurações do serviço permite:

• Uma melhor previsão e planejamento de mudanças;

• Incidentes serem resolvidos ;

• Adequação a normas, obrigações legais e regulamentares (diminuição de não

conformidades em auditorias);

• A capacidade de identificar os custos de um serviço.

O processo de Gerencia de Configuração e Ativos de Serviços foi implantado

em Outubro de 2008 e está em fase de adaptação. Portanto, ainda anão é

possível obter e descrever neste trabalho os benefícios adquiridos pela

implantação neste estudo de caso específico.

Page 63: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

63

5.25. Desafios Encontrados

Segundo a OGC (2007), são alguns problemas comuns na implantação do

Processo de Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviços:

• Nível de detalhes no BDGC incorreto;

• Ausência do registro ou alterações devidas no BDGC;

• Falta de comprometimento da equipe com o processo;

• Falta de controle sobre as alterações no ambiente.

Não diferente da implantação dos outros processos, a principal dificuldade

enfrentada com a equipe de TI para o Gerenciamento e Configuração, é o do

comprometimento com as atividades de documentação dos IC´s dentro do

sistema, conforme padronizado.

Page 64: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

64

Conclusão

Ao criar um modelo de Gerenciamento de Serviços de TI, como proposto neste

trabalho, pode-se chegar a três conclusões distintas:

• Conclusão 1: Descobrir-se, ou confirmar-se que muito pouco estava sendo

feito como deveria, e que as boas práticas mudam e beneficiam drasticamente

a cultura interna do serviço de TI, enquanto trazem uma dimensão grande de

desafios.

• Conclusão 2: Descobrir-se que a maior parte da estrutura das atividades

internas do setor de TI já estavam alinhados com os processos da ITIL.

Entretanto, existem pequenos desvios e melhorias em que podem ser

investidos e que resultam em grandes ganhos, muitas vezes em curto prazo.

• Conclusão 3: Descobrir-se que o setor de TI estava completamente alinhada

às boas praticas atuais, e que nada pode ser investido como melhoria. Esta

conclusão é a mais remota, até porque as praticas evoluem em um espaço

pequeno de tempo.

Page 65: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

65

Referências

ADDY Rob. Effective IT Service Management To ITIL and Beyond! Nova York,

Springer Editora , 2007

BEAL, Adriana. Adquirindo Maturidade na Gestão de Custos em TI -2004.

Disponível: http://2beal.org/ti/artigos/index.php?m=04&y=04&entry=entry040421002735.

Acessado em 11 de Junho de 2007.

BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informação: um enfoque gerencial . 1 ed.

São Paulo: Editora Atlas S/A , 1985.

CARTLIDGE, Alison, HANNA, Asley, RUDD Colin, MACFARLANE, Ivo,

WINDBANK John e RANCE Stuart. An Introductory Overview of ITIL® V3 .

Londres, Best Management Practice Editora , 2007.

DUGMURE, Jenny e LACY, Shirley. A Manager Guide to Service Management.

Londres, BSI Business Information , 2006.

FAGUNDES, Eduardo Maya. Estratégia de TI – 2007. Disponível:

http://www.youtube.com/watch?v=BBipr02ucd4&feature=related. Acessado em 11 de

Junho de 2007.

KEEN, Jack M. The Business Case: The Hard Realities of Soft Benefits” de

Jack Keen – 2001. Disponível:

http://www.cioupdate.com/reports/article.php/701421/TheBusiness-Case-The-Hard-Realities-of-

Soft-Benefits.htm. Acessado em 13 de Junho de 2007.

LAUDON, Kenneth C.,; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais:

administrando a empresa digital. 5.ed São Paulo: Prentice-Hall , 2004.

MAGALHÃES, Ivan Luizio e PINHEIRO, Walfrido Brito. Gerenciamento de

Page 66: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

66

Serviços de TI na Prática: uma abordagem com base na ITIL. São Paulo,

Novatec Editora , 2007.

MARTINS, Márcia Missias Gomes. Gerenciamento de Serviços de TI: Uma

Proposta de Integração de Processos de Melhoria e Gestão de Serviços.

Brasília, Universidade de Brasília – Faculdade de Tecnologia, Departamento de

Engenharia Elétrica – 2006. Disponível: http://www.ene.unb.br/public/mestrado/

marciamissias.pdf. Acessado em 27 de Setembro de 2008.

NEGROPONTE, Nicholas. A Vida Digital – São Paulo, Editora Schwarcz LTDA,

1995.

OGC. Continual Service Improvement. TSO (The Stationery Office). Londres,

2007

OGC. Service Design. TSO (The Stationery Office). Londres, 2007

OGC. Service Operation. TSO (The Stationery Office). Londres, 2007

OGC. Service Strategy. TSO (The Stationery Office). Londres, 2007

OGC. The Official Introduction to the ITIL Service Lifecycle. TSO (The

Stationery Office). Londres , 2007

OGC. Service Transaction. TSO (The Stationery Office). Londres, 2007

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico:

Conceitos,

Metodologia, Práticas. 23ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

PINHEIRO, Flávio R. Fundamentos de Serviços em TI -2006. Disponível:

www.tiexames.com.br. Acessado em 28 de Junho de 2008.

Page 67: QUATI: Qualidade no Gerenciamento de Serviço de Tecnologia ... · UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES IAVM – GESTÃO DE PROJETOS ROGÉRIO RODRIGUES DE OLIVEIRA QUATI: Qualidade no Gerenciamento

67

REZENDE, Denis Alcides. Planejamento de sistemas de informação e

informática: guia prático para planejar a tecnologia da informação integrada ao

planejamento estratégico das organizações. São Paulo: Atlas, 2003.

SÊMOLA, Marcos, A Importância da Segurança da Informação – 2006,

Disponível: http://www.linorg.cirp.usp.br/SSI/SSI2003/Palest/P03-

Apresentacao.pdf. Acessado em 12 de Novembro de 2008.

STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem

gerencial . 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

ZORELLO, Gilberto. Metodologias COBIT e ITIL e as perspectivas do Modelo

de Alinhamento Estratégico de TI. Bauru, USP – 2005.