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QVT (Qualidade de Vida no Trabalho)

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Minicurso de qualidade de vida no trabalho.

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  • 1

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    Curso Gratuito

    Qualidade de Vida no

    Trabalho

    Carga horria: 45hs

  • 2

    Contedo

    Introduo 5

    Comportamento Humano 6

    Comportamento no ambiente de trabalho 8

    Ambiente de trabalho e as relaes interpessoais 10

    Introduo

    Motivao ou No, Causada pelo Ambiente de Trabalho

    2.2 Influncia do Ambiente

    2.3 Relaes Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho

    2.4 Fatores Intrapessoais e a Qualidade de vida no Trabalho

    2.5. Responsabilidade Pela Qualidade de Vida no Ambiente de

    Trabalho

    2.6. Arranjo Fsico e Ambiente de Trabalho

    2.7. Princpios dos 5S

    Principais Atitudes e Comportamentos dos Bons Profissionais 14

    Preparado para mudanas

    Esprito empreendedor

    Equilbrio emocional

    Marketing Pessoal

    ESTGIO PROFISSIONAL

    TRABALHADOR COOPERADO

    TRABALHADOR AUTNOMO

    TRABALHO VOLUNTRIO

    EMPREGADO DOMSTICO

    Qualidade 20

    Definio

    Mensurao da Qualidade

    Indicadores estratgicos

    Qualidade total

    Programas de Qualidade 24

    Programa 5S

    Programa de gerncia da rotina diria

    Programa de gerncia pelas diretrizes

    Programa de melhoria contnua

    Ferramentas

    Mtodos

    Mtodo de anlise e soluo de problemas (MASP)

    Qualidade de Vida no Trabalho 28

    ORIGEM E EVOLUO DO QVT

    CONCEITO

  • 3

    Qualidade De Vida No Trabalho - Competncia das Empresas do Novo

    Milnio 31

    Programas de Qualidade de Vida no Trabalho 33

    OBJETIVO NAS ORGANIZAES

    IMPLEMENTAO DE PROGRAMAS QVT NAS ORGANIZAES

    Doenas do trabalho: Sndrome de burnout 36

    Descrio

    Estgios

    Sintomas

    Diagnstico

    Tratamento

    Sobre os Sintomas

    A Sndrome de "Burnout" em Professores

    O "Burnout" em Enfermeiros

    Doenas do Trabalho: Estresse 43

    Terminologia

    Teorias do estresse

    Reao ao estresse em homens e mulheres

    Bibliografia/Links Recomendados 47

  • 4

    Introduo

    Qualidade de vida no trabalho QVT - Compreende a reestruturao do

    desenho dos cargos, das novas formas de organizar o trabalho, da

    formao das equipes de trabalho semi-autnomas ou autogerenciadas e

    das melhorias do ambiente organizacional. (FERNANDES, 1998)

    o conjunto de aes de uma empresa no sentido de implementar

    melhorias e inovaes gerenciais, tecnolgicas e estruturais no ambiente

    de trabalho. (LIMONGI-FRANA, 1996)

    A QVT tem sido apontada como um dos fatores motivadores do

    desempenho humano no trabalho. (FERNANDES, 1996)

    A origem do conceito, segundo Frana; Rodrigues (1999), est ligada s

    condies humana e tica do trabalho, que compreendem desde a

    exposio a riscos ocupacionais observveis no ambiente fsico, padres

    de relao entre o trabalho contratado e a retribuio a esse esforo,

    com suas implicaes ticas e ideolgicas, at a dinmica do uso do

    poder formal e informal, ou seja, o significado do trabalho.

    A falta de QVT abre um imenso precedente para o adoecimento fsico,

    mental e emocional dos trabalhadores. H necessidade de se introduzir

    polticas que visem QVT, sensibilizando os empregadores e instituies,

    para o impacto econmico dos problemas decorrentes da sua falta ou

    pouca valorizao expressos na performance reduzida, nos altos ndices

    de absentesmo, na rotatividade do trabalho (turnover), nos acidentes de

    trabalho, e em um contexto geral, no adoecimento do trabalhador. A

    situao saudvel de trabalho seria a que permitisse o desenvolvimento

    do indivduo, alternando exigncias e perodos de repouso, numa

    interao dinmica homem-trabalho-ambiente. As caractersticas de

    personalidade mediam os fatores estressantes do ambiente e os

    sintomas.

    A qualidade de vida no trabalho est inserida na ergonomia, na higiene,

    na segurana, no layout, na organizao do trabalho, pois todos tm seu

    campo de atuao de forma holstica. A empresa que est atenta a estes

    aspectos sabe que todos os investimentos feitos nestas reas surtem

    efeitos imediatos, no somente no retorno financeiro mas junto ao

    trabalhador que se sente valorizado e respeitado.

  • 5

    Comportamento Humano

    "Comportamento organizacional o comportamento humano no local de

    trabalho, a interao entre as pessoas e a organizao em si. As

    principais metas do comportamento organizacional so explicar, prever e

    controlar o comportamento." O mesmo autor ainda complementa que

    comportamento organizacional o estudo do comportamento das

    pessoas no ambiente de trabalho, como se interage com as outras

    pessoas do mesmo convvio profissional e como a empresa se relaciona

    com estes colaboradores, sendo que o processo do trabalho

    administrativo, jamais pode ser entendido como contedo do mesmo.

    Um dos requisitos essenciais para entrar e sobreviver no moderno local

    de trabalho ter habilidades apropriadas. Uma pessoa precisa de

    habilidades relacionadas disciplina, logo, quando se estuda o

    comportamento organizacional, as habilidades podem acrescentar algo a

    mais na anlise. Dubrin (2003) complementa que o comportamento

    organizacional tambm se resume na realizao da pessoa em

    compreender as outras pessoas, e dessa forma que se destaca o

    autoconhecimento e a autopercepo. Os estudos possibilitaram

    mudanas nas condies de vida do profissional brasileiro e a quebra de

    muitos paradigmas. Com os avanos demogrficos e os conhecimentos

    na rea de psicologia, o envelhecimento proporcionou melhorias na

    perspectiva de vida e de trabalho.

    O trabalho sempre ocupou lugar central na vida das diferentes

    comunidades e gradativamente foi sendo limitado pelas condies sociais

    que foram se estabelecendo. (KANAANE,1995, p.01). Um dos motivos

    dessas mudanas citado por Neri (2005), est referido a necessidade de

    competir e sobreviver num mercado dinmico, globalizado e exigente.

    Com isso pode-se verificar que, as organizaes esto fazendo um

    redesenho da estrutura, preocupando-se com o ambiente externo,

    proporcionando aos profissionais experientes, tratamentos diferenciados,

    beneficiando-os em vrios aspectos como: qualidade de vida profissional,

    grandes perspectivas de conquistar as metas e objetivos traados, inter-

    relacionamentos mais maduros e estabilizados.

    Kanaane (2006), compreende que a nfase no comportamento humano e

    nas organizaes, est sendo um desafio, a qual apresenta possibilidades

    de implantao de programas de qualidade e outros programas que a

    empresa julgar necessria. O autor compreende que o comportamento

    organizacional vital, pois o fator humano est intrinsecamente

    vinculado a toda tarefa realizada. Devido a isso, o mesmo autor

  • 6

    considera a existncia de diferentes concepes do termo

    comportamento, dividido em:

    - Comportamento individual: retrata as reaes inerentes ao indivduo

    e suas condutas no contexto organizacional;

    - Comportamento grupal: refere-se gama de reaes dos indivduos

    que compem um grupo: como as aes emergentes do comportamento

    grupal retratam as mltiplas influncias decorrentes da dinmica

    existente, incluindo as pessoas, a interao, o sentimento, as atividades

    (tarefas), a comunicao e os objetivos;

    - Comportamento organizacional: refere-se s manifestaes

    emergentes no contexto das organizaes, indicando os controles, o

    processo decisrio e os esquemas tcnico-administrativos assumidos

    num dado momento organizacional.

    Ampliando esse conceito Chanlat (1996) acrescenta que o

    comportamento humano no trabalho no tem sua origem apenas em

    uma lgica de economia, est ligada aos fatores psicolgicos. Surgem,

    ento, as dinmicas em grupos, criam-se novos valores sociais, as

    atitudes individuais se enfatizam, chegando ao ponto de valorizar mais o

    ambiente de trabalho do que os prprios colaboradores, ento as

    empresas passam a associar a satisfao com produtividade, para

    sempre atingir o melhor ndice de produtividade alegado pela satisfao.

    O autor conclui que esses desvios profissionais e empresariais tm

    causas emocionais, esclarecendo que, no incio da carreira estas

    incompetncias emocionais no aparecem tanto, ficando muito bvias

    quando o profissional se transforma em gestor, cargo para o qual no

    est preparado. Cabe ressaltar a importncia de considerar a diferena

    conceitual entre comportamento e atitude.

    Vrias pesquisas sobre o sistema de valores humanos tm assinalado

    como os imperativos ticos afetam a conduta individual e grupal, com

    relao ao trabalho. (KANAANE, 2006, p.77). Nesse sentido Rockeach

    (1968 apud Kanaane 2006, p. 77) postula que um conjunto de crenas

    inclui tanto as crenas inconseqentes quanto as derivadas, organizadas

    em dois subsistemas."

  • 7

    Comportamento no ambiente de trabalho

    Manter o esprito de coleguismo e agir com tica e transparncia so

    modelos de comportamento que toda corporao espera de seus

    funcionrios. Mas, partindo do princpio que cada pessoa um ser nico

    e individual e que, portanto, reage de forma nica e individual em

    situaes semelhantes, no ambiente de trabalho convivem pessoas com

    perfis diversos e diferentes dficits de comportamento a serem

    trabalhados. Destacamos, portanto, algumas regras bsicas de

    comportamento no ambiente de trabalho, as quais certamente lhes sero

    teis ou para serem aplicadas no seu dia a dia ou mesmo para confirmar

    que voc est andando no caminho certo:

    Cumprimente as pessoas: cumprimente as pessoas num tom

    agradvel e atencioso. Bom dia, boa tarde e boa noite, devem fazer

    parte do vocabulrio de educao de qualquer pessoa no relacionamento

    dirio com os colegas de trabalho, desde o auxiliar de limpeza at o

    presidente da corporao.

    Seja pontual e assduo: atrasos, por menores que sejam, sempre

    contaro pontos contra a imagem de qualquer pessoa, assim como faltas

    constantes. Procure cumprir o horrio estabelecido e faltar somente

    quando for inevitvel, por questes srias e urgentes. Pode no parecer,

    mas o funcionrio pontual e assduo, naturalmente, transmite

    credibilidade.

    Diga sempre a verdade: mesmo as chamadas mentiras brancas

    podem trazer problemas a sua vida profissional. Por exemplo, caso

    precise faltar por motivos pessoais, diga sempre a verdade a seu chefe e

    no invente doenas ou lutos, pois uma mentira quando descoberta pode

    complicar muito a sua vida.

    Seja cooperativo: se algum lhe pedir um pequeno favor, e voc puder

    atender, faa. A boa convivncia no dia a dia do trabalho depende muito

    da reciprocidade entre as pessoas. Se voc ajudar com boa vontade,

    seus colegas tendero a retribuir quando voc precisar.

    Seja discreto: a priori, todos os assuntos do ambiente corporativo so

    confidenciais. Mas existes alguns assuntos que devem ser guardados a

    sete chaves. Portanto, tenha discrio, tica. No faa comentrios sobre

    assuntos restritos ao ambiente corporativo, pois isso pode prejudicar a

    empresa, alm de influenciar negativamente em sua imagem.

  • 8

    E-mails: no use o e-mail da empresa para assuntos pessoais,

    principalmente quando se tratarem de emails de sacanagem, piadas e

    pornografia. Em maio desse ano, a General Motors do Brasil demitiu 11

    funcionrios por justa causa, devido a troca de emails envolvendo

    contedo pornogrfico.

    Elogios pblicos, crticas privadas: caso precise criticar ou repreender

    algum, faa-o isoladamente. Nada de expor o colega ou subordinado.

    Chame a pessoa num lugar privado, e converse objetivamente sobre a

    falha cometida. Quando elogiar, faa exatamente o contrrio: aproveite

    os momentos onde h reunio de um grande grupo de pessoas e jogue o

    confete.

    Problemas Pessoais: evite falar de problemas pessoais. No os leve

    para o seu local de trabalho, pois voc s poder efetivamente resolv-

    los quando estiver fora do trabalho. Alm disso, no justo sacrificar os

    colegas com lamentaes e queixas.

    Vista-se de forma adequada: a regra bsica sempre lembrar que

    voc est se vestindo para ir trabalhar, e no para encontrar amigos ou

    visitar parentes. Deixe as ousadias e exageros para os finais de semana

    na casa de praia e para as festas.

    Cuidado com intimidades e brincadeiras exageradas: muitas vezes

    as pessoas tentam ser simplesmente educadas e agradveis. Mas isso

    no quer dizer que elas no estejam incomodadas com intimidades ou

    brincadeiras em excesso que estejam acontecendo de forma contnua. O

    importante saber dosar, pois a descontrao no trabalho, em muitos

    momentos, tambm se faz necessria.

    No reclame e no fale mal das pessoas: reclamar da empresa, do

    chefe, do colega, do caf, dos banheiros, etc, so assuntos que devem

    ser discutidos de forma educada e cordial em reunies, e no para virar

    assunto de corredor. Os problemas devem ser abordados de forma

    adequada e no momento adequado, para que no se transformem em

    fofocas que no levam a nada.

  • 9

    Ambiente de trabalho e as relaes interpessoais

    1.1. Introduo

    O ambiente reflete no ser humano? Bem, podemos, por exemplo,

    observar um shopping center e a maneira como as pessoas normalmente

    se comportam quando esto l dentro, a limpeza, o clima, a decorao,

    as pessoas bem vestidas ou no, fazem com que ajamos de certa

    maneira, podemos tambm ir praia e veremos como as pessoas esto

    se comportando, ou em uma igreja, um clube, uma noitada ou o

    contrrio um casamento formal e poderamos dar tantos outros

    exemplos. Mas claro que no seria s o tipo do ambiente que pode

    influir em nosso comportamento, tambm deve influenciar a forma em

    que o ambiente moldado, decorado, o tipo de roupa permitido, a

    climatizao, o visual, as cores das paredes, flores no ambiente, obras

    de arte, quadros, conforto em geral, entre tantos outros fatores.

    Portanto podemos supor que o ambiente de trabalho tambm deve influir

    no comportamento das pessoas e, por conseguinte influenciar nas

    relaes interpessoais e supostamente nos resultados das empresas em

    todos os sentidos.

    Pode-se observar historicamente uma grande evoluo no ambiente de

    trabalho desde a revoluo industrial at o final do sculo XX... e quais

    sero as perspectivas para o sculo XXI? Deve-se lembrar que estamos

    no sculo XXI, assim sendo, j no seria hora de questionar alguns

    paradigmas quanto aos ambientes de trabalho? Muito bem! Sabe-se que

    muitos j pensaram nisto, porm no h trabalhos significativos neste

    campo. Ao se pensar nisto decidiu-se elaborar um projeto de pesquisa

    onde se buscar demonstrar que muitos aspectos e formas no ambiente

    de trabalho j podem e devem ir modificando-se, o ideal poderia ser o

    nosso ambiente de trabalho tornar-se a extenso de nossa casa e muitas

    vezes ser a nossa prpria casa ou como se assim fosse. E como que o

    ambiente de trabalho pode influir ou no nos relacionamentos

    interpessoais?

    2.1 Motivao ou No, Causada pelo Ambiente de Trabalho

    sabido que o ser humano fruto do meio em que vive e que gerido

    por necessidades bsicas que os podem motivar ou no, so elas:

    necessidades fisiolgicas como: alimentao, sono, atividades fsica,

    satisfao sexual etc; necessidades psicolgicas: como segurana ntima,

  • 10

    participao, autoconfiana e afeio; necessidades de auto-realizao:

    como impulso para realizar o prprio potencial, estar em contnuo

    autodesenvolvimento. Estas necessidades no satisfeitas tambm so

    motivadoras de comportamento, podendo levar a: desorganizao de

    comportamento; agressividade; reaes emocionais; alienao e apatia.

    Segundo Chiavenato (2000) A motivao se refere ao comportamento

    que causado por necessidades dentro do indivduo e que dirigido em

    direo aos objetivos que possam satisfazer essas necessidades.(p.161)

    Tambm segundo Chiavenato (2000)O homem considerado um animal

    dotado de necessidades que se alternam ou se sucedem conjunta ou

    isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge outra em seu lugar e,

    assim por diante, contnua e infinitamente. As necessidades motivam o

    comportamento humano dando-lhe direo e contedo.(p.128).

    Como se pode verificar supe-se que os relacionamentos interpessoais

    dependero das realizaes e satisfaes das necessidades individuais,

    mas tambm se pode verificar que muitas vezes os homens se

    comportam de forma dualista.

    Segundo Chiavenato (2000) O homem se caracteriza por um padro dual

    de comportamento: tanto pode cooperar como pode competir com os

    outros. Coopera quando os seus objetivos individuais somente podem ser

    alcanados atravs do esforo comum coletivo. Compete quando seus

    objetivos so disputados e pretendidos por outros.(p.128)

    2.2 Influncia do Ambiente

    No se pode exigir resultados de uma equipe se esta no tiver um

    mnimo de comodidade e de condies para realizar suas necessidades

    bsicas. Mas se acredita que quanto melhor e mais bem atendidas estas

    necessidades tanto melhor ser o desempenho de uma equipe.

    O ambiente de trabalho constitudo de duas partes distintas: a fsica

    (instalaes, mveis, decorao etc) e a social (as pessoas que o

    habitam). Segundo Magalhes (1990) ...influem no conforto social.

    Evidentemente, se tais elementos forem precrios, ningum trabalhar

    com moral elevado.

    Conforme a natureza do trabalho, exigir-se- uma luminosidade, uma

    temperatura, um grau de umidade diferente, o que tambm dever estar

    de acordo com a regio onde se trabalha e a poca do ano. (p. 51)

  • 11

    2.3 Relaes Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho

    Como se viu as pessoas so produtos do meio em que vivem, tem

    emoes, sentimentos e agem de acordo com o conjunto que as cercam

    sejam o espao fsico ou social.

    Como diz Bom Sucesso (1997) A valorizao do ser humano, a

    preocupao com sentimentos e emoes, e com a qualidade de vida so

    fatores que fazem a diferena. O trabalho a forma como o homem, por

    um lado, interage e transforma o meio ambiente, assegurando a

    sobrevivncia, e, por outro, estabelece relaes interpessoais, que

    teoricamente serviriam para reforar a sua identidade e o senso de

    contribuio. (p.36).

    2.4 Fatores Intrapessoais e a Qualidade de vida no Trabalho

    Cada pessoa tem uma histria de vida, uma maneira de pensar a vida e

    assim tambm o trabalho visto de sua forma especial. H pessoas mais

    dispostas a ouvir, outras nem tanto, h pessoas que se interessam em

    aprender constantemente, outras no, enfim as pessoas tem objetivos

    diferenciados e nesta situao muitas vezes priorizam o que melhor lhes

    convm e s vezes estar em conflito com a prpria empresa. Como

    observado por Bom Sucesso (1997) O autoconhecimento e o

    conhecimento do outro so componentes essenciais na compreenso de

    como a pessoa atua no trabalho, dificultando ou facilitando as relaes.

    Dentre as dificuldades mais observadas, destacam-se: falta de objetivos

    pessoais, dificuldade em priorizar, dificuldade em ouvir. (p.38)

    bom lembrar tambm que o ser humano individual, nico e que,

    portanto tambm reage de forma nica e individual a situaes

    semelhantes. Como observado por Bom Sucesso (1997)No cenrio

    idealizado de pleno emprego, mesmo de timas condies financeiras,

    conforto e segurana, alguns trabalhadores ainda estaro tomados pelo

    sofrimento emocional. Outros, necessitados, cavando o alimento dirio

    com esforo excessivo, ainda assim se declaram felizes, esperanosos.

    (p.176).

    2.5. Responsabilidade Pela Qualidade de Vida no Ambiente de

    Trabalho

  • 12

    Normalmente procura-se passar a responsabilidade para a outra parte,

    porm importante lembrar que somos produto do meio, mas tambm

    influmos no meio. Como diz Bom Sucesso (1997) Alm de constituir

    responsabilidade da empresa, qualidade de vida uma conquista

    pessoal. O autoconhecimento e a descoberta do papel de cada um nas

    organizaes, da postura facilitadora, empreendedora, passiva ou ativa,

    transformadora ou conformista responsabilidade de todos.(p.47)

    2.6. Arranjo Fsico e Ambiente de Trabalho

    O objetivo de um arranjo funcional garantir conforto, bem-estar,

    satisfao e segurana para os funcionrios e garantir aos clientes

    melhores condies de visualizar os produtos, alm de um ambiente

    saudvel e agradvel de ser visitado, ao espao fsico oferecer

    flexibilidade na disposio dos materiais e bom aproveitamento do

    espao, empresa propiciar aumento dos nveis de qualidade,

    produtividade e eliminao dos desperdcios.

    Muito bem, isto sabido e faz parte de muitas correntes de pensamentos

    da administrao, porm com diz Moreira (2000) Esses fatores em si no

    promovem a satisfao, mas a sua ausncia a inibe. Por outro lado,

    fatores como oportunidade de auto-realizao, reconhecimento pela

    qualidade e dedicao no trabalho, a atratividade do prprio trabalho em

    si e a possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional do

    trabalhador so motivadores em essncia. Recebem o nome de fatores

    de motivao. (p.287).

    2.7. Princpios dos 5S

    Como se sabe os 5S so sinnimos de qualidade para o ambiente de

    trabalho e cabem aqui algumas observaes como a realidade e

    percepo do ambiente que observada de maneiras distintas por cada

    pessoa. Segundo Silva (1995) Os nossos sentidos e os nossos valores

    podem nos confundir.Quando isso ocorre deixamos de ver a baguna, o

    desperdcio, e todo tipo de comportamento que gera m qualidade de

    vida. preciso prestar mais ateno para perceber a realidade.(p.2)

    Os 5 sensos ou bom senso, que mais adequado assim colocar, procura

    mostrar que com uma boa utilizao dos materiais, uma boa ordenao,

    com uma limpeza constante, com sade e higiene e acima de tudo com

  • 13

    autodisciplina se alcana maior conforto e um melhor relacionamento no

    trabalho e conseqentemente melhores resultados para a empresa.

    Como observado por Silva (1995)Pode-se criar um ambiente de

    qualidade em torno de si, usando as mos para agir, a cabea para

    pensar e o corao para sentir, por meio do sistema ou programa 5S.

    s colocar em ao cinco sensos que esto dentro de cada um (p.4).

    Os passos que se deve seguir so faxina geral, limpar o ambiente e os

    objetos, separar tudo o que se precisa com freqncia daquilo que se usa

    esporadicamente, fazer uma arrumao de forma a se facilitar a vida no

    trabalho, guardar cada coisa em seu lugar, manter os equipamentos em

    ordem e bom funcionamento, combater o desperdcio, ordenar as

    informaes, estar atento as condies de sade e higiene e por fim uma

    auto disciplina e aperfeioamento constante do local de trabalho. Como

    conclui Silva (1995) Podemos iniciar a longa caminhada da melhoria

    continua praticando os cinco (bons) sensos que cada um tem dento de

    si: utilizao,ordenao, limpeza, sade e autodisciplina. A mudana

    dever ocorrer dentro de cada um. Se no tomarmos a deciso pessoal

    de viver com dignidade,ningum poder nos ajudar. (p.18)

    Principais Atitudes e Comportamentos dos Bons Profissionais

    Hoje em dia, cada vez mais as empresas procuram verdadeiros

    profissionais para trabalharem nelas. Com isso, evidente que no h

    mais espao no mercado de trabalho para profissionais medocres,

    desqualificados e despreparados para a funo a ser exercida, mas sim

    para profissionais habilidosos, com pr-disposio para o trabalho em

    equipe, com viso ampliada, conhecimento de mercado, iniciativa,

    esprito empreendedor, persistente, otimista, responsvel, criativo,

    disciplinado e outras habilidades e qualificaes relacionadas nos

    captulos a seguir.

    importante que voc profissional, procure estar preparado para o

    mercado de trabalho, a qualquer momento da sua vida,

    independentemente do fato de estar ou no empregado. A histria do

    mercado de trabalho atual tem mostrado que independentemente do

    cargo que voc exera, voc deve estar sempre preparado para

    mudanas que podero surgir e mudaro todo o rumo da sua carreira. As

    empresas no so eternas e nem os seus empregos. No se engane, no

    existem mais quaisquer garantias de emprego por parte das empresas,

    trazendo aos profissionais empregados um nus constante para manter o

    seu emprego. Se para aqueles que esto empregados manter a sua

  • 14

    empregabilidade no uma tarefa fcil, para aqueles que esto

    ingressando no mercado de trabalho atual, as dificuldades sero ainda

    maiores. Portanto, a seguir vou discorrer sobre algumas das

    caractersticas dos bons profissionais:

    Preparado para mudanas

    As empresas buscam por profissionais adaptveis porque tudo no mundo

    moderno muda. As tecnologias, as relaes de emprego, o mercado, os

    valores e o modo encontrar solues para os problemas mudaram, enfim

    tudo mudou significativamente nos ltimos anos e continuaro mudando.

    Portanto temos de acompanhar o ritmo das coisas. Muitos profissionais

    pensam que podem fazer as mesmas coisas e do mesmo modo durante

    toda a vida e depois reclamam porque no so bem sucedidos.

    Competncia Competncia uma palavra de senso comum, utilizada

    para designar uma pessoa capaz de realizar alguma coisa. O antnimo

    disso, ou seja, incompetncia, implica no s na negao dessa

    capacidade como tambm na depreciao do indivduo diante do circuito

    do seu trabalho ou do convvio social. Para ser contratado em uma

    empresa ou para a sua manuteno de emprego no basta ter diplomas

    e mais diplomas se no existir competncia. Por exemplo, um

    profissional que se formou em direito, at mesmo na melhor

    universidade, mas que no sabe preparar uma pea processual no ter

    valor competitivo quer como profissional empregado, quer como

    prestador de servios.

    Diplomas serviro para dar referencial ao profissional ou at mesmo para

    enfeitar a parede da sua sala, mas a competncia o fator chave que

    atrelada diplomao lhe dar subsdios profissionais para ser bem

    sucedido. Por isso podemos afirmar categoricamente que a competncia

    no composta pelo diploma por si s, apesar de que ele contribui para

    a composio da competncia.

    Esprito empreendedor

    Os dias do funcionrio que se comporta como funcionrio pode estar com

    os dias contados. A viso tradicionalista de empregador e empregado,

    chefe e subordinado esto caminhando para o desuso. As empresas com

    viso moderna esto encarando seus funcionrios como colaboradores ou

    parceiros e implementando a viso empreendedora. Isso significa que os

    empresrios perceberam que dar aos funcionrios a possibilidade de

  • 15

    ganhar mais do que simplesmente o salrio mensal fixo, tem sido um

    bom negcio, pois faz com que o profissional d maiores contribuies

    organizao, garantindo assim o comprometimento da equipe na busca

    de resultados positivos.

    Equilbrio emocional

    O que quero dizer com o equilbrio emocional? Bem, dito de modo

    simples, o preparo psicolgico para superar adequadamente as

    adversidades que surgiro na empresa e fora dela. Vamos chamar o

    conjunto de problemas que todos ns possumos de saco de problemas.

    As empresas querem que deixemos o nosso saco de problemas em casa.

    Por outro lado, os nossos familiares querem que deixemos nosso saco de

    problemas no trabalho. Diante disso, a pergunta que surge : onde

    colocar nosso saco de problemas? Realmente uma boa pergunta. E

    justamente por isso que para tornar-se um profissional de sucesso

    necessrio que tenhamos equilbrio emocional, pois no importa quais

    problemas tenhamos de carter pessoal, nossos colegas de trabalho,

    subordinados, diretores e gerentes, enfim, as pessoas como um todo no

    tem culpa deles e no podemos descarregar esses problemas neles.

    Quando falamos em equilbrio, emocional, importante avaliar tambm

    as situaes adversas pelas quais todos os profissionais passam.

    justamente a que surge o momento da verdade que o profissional

    mostrar se tem o equilbrio emocional.

    Marketing Pessoal

    O marketing pessoal pode ser definido como o conjunto de fatores e

    atitudes que transmitem uma imagem da pessoa. Os fatores a que me

    refiro incluem vestimenta como um todo, os modos pessoais, o modo de

    falar e a postura do profissional diante dos demais.

    Referindo-se vestimenta, cabe salientar que o profissional deve vestir-

    se adequadamente ao ambiente em que est inserido. Se a sua empresa

    adota um padro formal, obviamente a sua vestimenta deve estar em

    conformidade com ela e o mesmo se refere a uma entrevista de

    emprego. Da mesma forma, seria um contra-senso usar terno e gravata

    para trabalhar em uma linha de produo. Portanto, a regra bsica

    vestir-se em conformidade com o ambiente de trabalho.

    Comportamentos que o profissional deve evitar:

  • 16

    Destaca-se alguns dos defeitos que alm de prejudicar a ambientalizao

    dentro da empresa, caracterizam tais pessoas como maus profissionais:

    Aquele que fala demais. J viu aqueles profissionais que so os primeiros

    a propagar as notcias ou as fofocas dentro da empresa? Costumo

    chamar tais profissionais de locutores da rdio peo. Recebem uma

    informao, sequer sabem se so confiveis, mas passam adiante e o

    que pior, incluindo informaes que sequer existiam inicialmente,

    alterando totalmente a informao recebida. Cuidado para no ser um

    destes.

    Aquele que fala mal dos outros so aqueles profissionais, se que existe

    algum profissionalismo nisso, que insistem em falar sobre seus colegas

    de trabalho, longe destes claro, aquilo que com certeza no seriam

    capazes de falar na frente deles. Por isso, a regra : Se voc no tem

    coragem de falar algo na frente do seu colega, nunca fale pelas suas

    costas.

    Aquele que vive mal-humorado Esses so, sem dvida, uns dos mais

    evitados pelos outros colaboradores. Existe algo pior do que conviver

    com quem vive reclamando da vida ou que vive de mau humor? Pessoas

    de mal com a vida, repelem as outras pessoas de perto delas. Ningum

    tem a obrigao de estar sorrindo todos os dias, mas isso no significa

    que temos o direito de estar sempre de mau humor. A propsito, como

    est seu humor hoje?

    Aquele que no tem higiene pessoal .Somente o prprio profissional

    capaz de conseguir conviver com ele mesmo. Isso porque o corpo dele

    est condicionado a suportar isso. Conheo pessoas, que tem um odor

    to acentuado (falando de forma educada), que no consigo permanecer

    mais do que cinco minutos conversando com elas. Um bom banho faria

    bem no s a ele, mas como todos a sua volta.

    Aquele que no respeita os demais. O respeito aos outros fundamental

    para o convvio em grupo. J presenciei casos extremos de falta de

    respeito, pois existem profissionais que no sabem respeitar seus

    colegas. Infelizmente, parte dessas pessoas esto em cargos de direo.

    Tive um chefe no meu primeiro emprego que tinha uma campainha para

    chamar as pessoas. Quando ele tocava uma vez, secretria atendia,

    quando ele tocava duas vezes, era eu, o office-boy. Bem, alm de ser

    uma falta de respeito usar uma campainha para chamar seres

    humanos muitas vezes fui chamado l e ele nem sabia porque tinha me

    chamado. A maior lio que tirei disso que eu no devia nunca mais ter

    chefe. Por isso me tornei empreendedor.

  • 17

    Aquele que egosta. O egosmo algo difundido nas empresas at

    mesmo porque a competitividade interna muito grande. Pensar

    somente em si mesmo o tempo todo no a melhor alternativa para o

    profissional. Por isso cuidado, pois um dia a vtima pode ser o prprio

    egosta.

    Aquele que brinca demais . Brincar bom, desde que as brincadeiras

    sejam saudveis, num clima de respeito e equilbrio. Aqueles que

    brincam a todo o momento so pessoas extremamente inconvenientes e

    irritam quem est a sua volta. Isso tira a credibilidade do profissional e

    pode lhe trazer problemas com a ambientalizao.

    Aqueles que so inflexveis J observou aqueles profissionais que so os

    nicos que se acham certos? Pois bem, isso um grande problema para

    a convivncia em grupo. importante que todos ns tenhamos em

    mente que no estamos certos o tempo todo e nem tampouco

    precisamos fazer valer perante os outros as nossas prprias idias a todo

    o momento. As qualificaes, comportamentos e atitudes dos bons

    profissionais so muitas e esto em constante mudana. Mas com

    certeza aqueles que procuram o auto-aprimoramento estaro mais bem

    preparados para tornarem-se excelentes profissionais.

    Formas de Trabalho e Configurao do Vnculo Empregatcio

    O art. 3 da CLT define o empregado como:

    "toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a

    empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio".

    Empregado o trabalhador subordinado, que recebe ordens, pessoa

    fsica que trabalha todos os dias ou periodicamente e assalariado, ou

    seja, no um trabalhador que presta seus servios apenas de vez em

    quando ou esporadicamente. Alm do que, um trabalhador que presta

    pessoalmente os servios.

    Desta forma, EMPREGADO toda pessoa fsica que prestar servios de

    natureza no eventual a empregador, de forma pessoal, sob a

    dependncia deste e mediante salrio.

    Na avaliao desses requisitos a lei impe o exame, principalmente, dos

    fatos em caso concreto, no sendo decisivo o que tenha sido formalizado

    por escrito.

    ESTGIO PROFISSIONAL

  • 18

    A Lei 11.788/2008, que revogou a Lei 6.494/77, estabeleceu novas

    normas quanto contratao de estudantes na condio de estagirios.

    Somente os alunos matriculados regularmente em instituies de ensino

    pblico e particular, de educao superior, de educao profissional, do

    ensino mdio e de educao especial podero ser considerados

    estagirios, os quais devero desenvolver atividades nas empresas desde

    que relacionadas sua rea de formao.

    A mera rotulao de estagirio no impede o reconhecimento da

    condio de empregado. preciso preencher os requisitos legais para

    que o contrato de estgio seja legalmente vlido.

    TRABALHADOR COOPERADO

    Considera-se cooperado o trabalhador associado a cooperativa, que

    adere aos propsitos sociais e preenche as condies estabelecidas em

    estatuto de cooperativa.

    O trabalhador que aderir Cooperativa e, por estatuto da mesma,

    adquirir o status de cooperado, no caracterizado como empregado,

    conforme CLT, art. 442, adiante reproduzido:

    Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, no

    existe vnculo empregatcio entre ela e seus associados, nem entre estes

    e os tomadores de servios daquelas.

    TRABALHADOR AUTNOMO

    AUTNOMO todo aquele que exerce sua atividade profissional sem

    vnculo empregatcio, por conta prpria e com assuno de seus prprios

    riscos. A prestao de servios de forma eventual e no habitual.

    TRABALHO VOLUNTRIO

    O trabalho voluntrio definido pela Lei 9.608/1998 como a atividade

    no remunerada prestada por pessoa fsica a entidade pblica de

    qualquer natureza, ou a instituio privada de fins no lucrativos, que

    tenha objetivos cvicos, culturais, educacionais, cientficos, recreativos ou

    de assistncia social, inclusive mutualidade.

  • 19

    EMPREGADO DOMSTICO

    Entende-se por empregado domstico aquele que presta servios de

    natureza contnua e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia no

    mbito residencial destas.

    O empregado domstico regido pela Lei 5.859/1972, regulamentada

    pelo Decreto 71.885/1973, e com as modificaes da Lei 11.324/2006,

    tendo seus direitos previstos na Constituio Federal/1988 no pargrafo

    nico do artigo 7, bem como sua integrao Previdncia Social.

    Qualidade

    Qualidade um conceito subjetivo que est relacionado diretamente s

    percepes de cada indivduo. Diversos fatores como cultura, modelos

    mentais, tipo de produto ou servio prestado, necessidades e

    expectativas influenciam diretamente nesta definio.

    Definio

    O termo qualidade vem do latim qualitate, e utilizado em situaes

    bem distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das

    pessoas de um pas ou regio, quando se fala da qualidade da gua que

    se bebe ou do ar que se respira, quando se fala da qualidade do servio

    prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando se fala da

    qualidade de um produto no geral. Como o termo tem diversas

    utilizaes, o seu significado nem sempre de definio clara e objetiva.

    Pode-se tambm seguir como exemplo a qualidade da enciclopdia

    virtual, Wikipedia. Basta escolher um tema qualquer e escrever

    absurdos. O tempo para a correo ser feita est inversamente ligada

    qualidade do site. Quanto melhor a qualidade, menor ser esse tempo.

    No que diz respeito aos produtos e/ou servios vendidos no mercado, h

    vrias definies para qualidade: "conformidade com as exigncias dos

    clientes", "relao custo/benefcio", "adequao ao uso", "valor

    agregado, que produtos similares no possuem"; "fazer certo primeira

    vez"; "produtos e/ou servios com efetividade". Enfim, o termo

    geralmente empregado para significar "excelncia" de um produto ou

    servio.

    A qualidade de um produto ou servio pode ser olhada de duas pticas: a

    do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se

    associa concepo e produo de um produto que v ao encontro das

  • 20

    necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade est

    associada ao valor e utilidade reconhecidas ao produto, estando em

    alguns casos ligada ao preo.

    Do ponto de vista dos clientes, a qualidade no unidimensional. Quer

    dizer, os clientes no avaliam um produto tendo em conta apenas uma

    das suas caractersticas, mas vrias. Por exemplo, a sua dimenso, cor,

    durabilidade, design, funes que desempenha, etc. Assim, a qualidade

    um conceito multidimensional. A qualidade tem muitas dimenses e

    por isso mais difcil de definir. De tal forma, que pode ser difcil at para

    o cliente exprimir o que considera um produto de qualidade.

    O cliente no avalia se um produto e ou servio possuem qualidade

    apenas pelo preo, ou por determinada caracterstica, pelo contrrio, a

    qualidade determinada quando o produto e ou servio atingem a

    expectativa do cliente. A definio de qualidade deve sempre estar

    relacionada com a satisfao do cliente.

    Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo oferecer

    produtos e servios (realmente) de qualidade, o conceito no pode ser

    deixado ao acaso. Tem de ser definido de forma clara e objetiva. Isso

    significa que a empresa deve apurar quais so as necessidades dos

    clientes e, em funo destas, definir os requisitos de qualidade do

    produto. Os requisitos so definidos em termos de variveis como:

    comprimento, largura, altura, peso, cor, resistncia, durabilidade,

    funes desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao

    cliente, rapidez do atendimento, eficcia do servio, etc. Cada requisito

    em seguida quantificado, a fim de que a qualidade possa ser interpretada

    por todos (empresa, trabalhadores, gestores e clientes) exatamente da

    mesma maneira. Os produtos devem exibir esses requisitos, a

    publicidade se faz em torno desses requisitos (e no de outros), o

    controle de qualidade visa assegurar que esses requisitos esto

    presentes no produto, a medio da satisfao se faz para apurar em

    que medida esses requisitos esto presentes e em que medida vo

    realmente ao encontro das necessidades. Todo o funcionamento da

    "empresa de qualidade" gira em torno da oferta do conceito de qualidade

    que foi definido.

    Controle da qualidade, garantia da qualidade e gesto da qualidade so

    conceitos relacionados com o de qualidade na indstria e servios. Os

    conceitos so usados em vrias reas, inclusive qualidade de software.

    Gesto da qualidade o processo de conceber, controlar e melhorar os

    processos da empresa, quer sejam processos de gesto, de produo, de

  • 21

    marketing, de gesto de pessoal, de faturao, de cobrana ou outros. A

    gesto da qualidade envolve a concepo dos processos e dos

    produtos/servios, envolve a melhoria dos processos e o controle de

    qualidade. Garantia da qualidade so as aes tomadas para reduo de

    defeitos. Controle da qualidade so as aes relacionadas com a medio

    da qualidade, para diagnosticar se os requisitos esto a ser respeitados e

    se os objetivos da empresa esto a ser atingidos.

    Mensurao da Qualidade

    Para conhecer o andamento empresarial, necessrio estabelecer

    parmetros de medidas, no somente subjetivos, mas que esses

    facilitem o gestor na tomada de deciso. A mensurao da qualidade dos

    produtos e servios da organizao vem suprir essa necessidade atravs

    do uso de indicadores.

    Com relao qualidade de servios, dadas as caractersticas peculiares

    aos servios, no se pode medir a qualidade desses da mesma forma

    feita para produtos. Ento, para fazer isso, uma das propostas existentes

    na literatura, o mtodo SERVQUAL.

    Tradicionalmente as organizaes dispem de conjuntos ou sistemas de

    medidas de desempenho, direcionadas avaliao do desempenho

    financeiro, e s vezes de produtividade. Mas o que se prope que os

    indicadores de desempenho da qualidade apontem se a organizao est

    sendo competitiva em relao ao que os clientes desejam. Portanto, a

    nova proposta de utilizao de indicadores de que eles sejam reflexos

    da organizao como um todo, apontando onde est a direo

    estratgica que a organizao deve seguir.

    Indicadores so modos de representao - tanto quantitativa quanto

    qualitativa - de caractersticas e propriedades de uma dada realidade.

    Em outras palavras uma caracterstica especfica que reflete um

    aspecto da realidade observada.

    Quando se trata a respeito de indicadores qualitativos tm se como

    exemplos a elaborao de questionrios ou de perguntas a serem

    respondidas pelos clientes. J em dados quantitativos os exemplos mais

    comuns so os de tempos, quantidade de produtos/servios, nmero de

    informaes, etc.

    Com o uso de indicadores, um conceito nada novo, mas que ainda

    revoluciona as empresas, foram criadas algumas organizaes que

    propem estudos e cerificaes, com o uso de indicadores. Tambm h

  • 22

    vrios estudiosos que formularam teorias e solues prticas sobre este

    assunto.

    Segundo Mari (1997), que foi um destes estudiosos, todas as coisas que

    podem ser acessadas por intermdio de nosso conhecimento possuem

    um nmero; pois sem os nmeros no podemos compreender nem

    conhecer. Portanto, assim como os indicadores qualitativos, os

    quantitativos so essenciais para o progresso organizacional.

    Indicadores estratgicos

    Com utilizao de indicadores, principalmente os voltados para definio

    de estratgias, as empresas desfrutam de um conhecimento profundo do

    negcio. Possibilita conhecer o foco de sua atuao. Identificando com

    clareza qual a sua fortaleza, exploram mais os quadros de

    oportunidades empresariais, e de outra forma conhecem suas fraquezas,

    alm de preparar-se contra as ameaas encontradas.

    Sabendo o foco de atuao, a tomada de deciso quanto a aes

    estratgicas, tticas e operacionais so mais assertivas, o que dar a

    empresa uma melhor competitividade e far com que ela atenda s

    necessidades e expectativas de seus clientes. Para o acompanhamento

    dessas aes determinadas, os indicadores so excelentes ferramentas,

    pois refletem a realidade empresarial. Dessa forma, caso ocorra alguma

    dificuldade durante a realizao das aes, o gestor poder visualizar as

    consequncias, e com isso estabelecer mudanas.

    Qualidade total

    Qualidade Total uma tcnica de administrao multidisciplinar formada

    por um conjunto de Programas, Ferramentas e Mtodos, aplicados no

    controle do processo de produo das empresas, para obter bens e

    servios pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando atender as

    exigncias e a satisfao dos clientes.

    Os princpios da Qualidade Total esto fundamentados na Administrao

    Cientfica de Frederick Taylor (1856-1915), no Controle Estatstico de

    Processos de Walter A. Shewhart (1891-1967) e na Administrao por Objetivos de Peter Drucker (1909-2005). Os primeiros movimentos

    surgiram e foram consolidados no Japo aps o fim da II Guerra Mundial com os Crculos de Controle da Qualidade, sendo difundida nos pases

    ocidentais a partir da dcada de 1970.

  • 23

    Programas de Qualidade

    Programa 5S

    Etapa inicial e base para implantao da Qualidade Total, o Programa 5S

    assim chamado devido a primeira letra de 5 palavras japonesas: seiri

    (descarte), seiton (arrumao), seiso (limpeza),seiketsu (higiene) e

    shitsuke (disciplina). O programa tem como objetivo mobilizar, motivar e

    conscientizar toda a empresa para a Qualidade Total, atravs da

    organizao e da disciplina no local de trabalho.

    Significado das palavras:

    Seiri- DESCARTE: Separar o necessrio do desnecessrio.

    Seiton- ARRUMAO: Colocar cada coisa em seu devido lugar.

    Seiso- LIMPEZA: Limpar e cuidar do ambiente de trabalho.

    Seiketsu- SADE: Tornar saudvel o ambiente de trabalho.

    Shitsuke- DISCIPLINA: Rotinizar e padronizar a aplicao dos "S"

    anteriores.

    Programa de gerncia da rotina diria

    Ncleo da Qualidade Total e seu programa mais importante, a Gerncia

    da Rotina Diria controla o processo de produo, orientando e

    delimitando a ao de todos em funo da misso da empresa, principal

    atividade e razo de sua existncia.

    Programa de gerncia pelas diretrizes

    Programa de planejamento estratgico a longo prazo fundamentado na

    VISO dos proprietrios e gestores do negcio em relao aos objetivos

    e expectativas para o futuro da empresa. Esses objetivos e expectativas

    iro constituir diretrizes que, desdobradas, orientaro o planejamento

    ttico e o planejamento operacional de mdio e curto prazo

    respectivamente, transformando o que foi planejado em ao e

    resultados.

    Programa de melhoria contnua

    O programa de melhoria de qualidade, consiste em delimitar as tarefas a

    cada individuo, atraves de quadro de distribuicao de atividades.

  • 24

    Ferramentas

    Macrofluxo

    Diagrama de blocos que apresenta de forma resumida todas as etapas do

    processo de produo desde o recebimento da matria-prima at a

    obteno do bem ou prestao do servio. Permite visualizar o processo

    como um todo, sua abrangncia e limites.

    Fluxograma

    Representao grfica da rotina de um processo de produo atravs de

    smbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada

    etapa e, quando necessrio, o estudo e racionalizao de tempos e

    movimentos do processo.

    5w 2h

    Formulrio para execuo e controle de tarefas que atribui

    responsabilidades e determina as circunstncias em que o trabalho

    dever ser realizado. Recebeu esse nome devido a primeira letra das

    palavras inglesas: what (o

    que),who (quem), when (quando), where (onde), why (por que), e das

    palavras iniciadas pela letra H, how (como), how much (quanto custa). A

    idia central dessa ferramenta est contida nos versos de I keep six

    honest serving-men de Rudyard Kipling, ganhador do Prmio Nobel de

    Literatura em 1907.

    Diagrama de causa e efeito

    Investiga os efeitos produzidos por determinadas categorias de causas.

    Criado por Kaoru Ishikawa, o diagrama composto por uma linha central

    com ramificaes na parte superior e inferior. O efeito, ou seja, o

    problema, anotado na extremidade direita da linha central e as

    diversas categorias de causas de problemas

    (material,mquina,medida,mo-de-obra, mtodo e meio ambiente) so

    anotadas nas extremidades das ramificaes que so levemente

    inclinadas para o lado esquerdo, dando-lhe um aspecto de espinha de

    peixe, nome pelo qual tambm conhecido.

    Folha de verificao

  • 25

    Formulrio estruturado para viabilizar e facilitar a coleta e posterior

    anlise de dados, sobre a frequncia com que determinado fato ou

    problema ocorre.

    Diagrama de Pareto

    Grfico de barras elaborado com base nos dados coletados na Folha de

    Verificao, sobre as vrias causas de um problema ou vrios problemas

    inter-relacionados. Permite priorizar problemas separando os muitos

    problemas triviais dos poucos vitais. Nos poucos problemas vitais

    devero ser concentrados todo foco e ateno, pois respondem por 80%

    dos resultados indesejveis. Vilfredo Pareto economista e socilogo

    italiano que viveu no sculo 19 descobriu que 20% da populao detem

    80% de toda riqueza de um pas, premissa universalmente verdadeira,

    haja vista que nas empresas - aceitas pequenas variaes estatsticas -

    20% dos itens estocados respondem por 80% do valor total em estoque,

    20% dos clientes respondem por 80% do faturamento total do negcio e

    tambm 20% dos problemas respondem por 80% de todos os resultados

    indesejveis da empresa.

    Mtodos

    Shake-down (sacudir para derrubar)

    Dinmica de grupo entre os membros de uma mesma equipe para

    identificar e definir problemas relacionados ao processo e ao produto sob

    a responsabilidade deles. A anlise de processos e a soluo de

    problemas so iniciadas atravs desse mtodo.

    Brainstorming (tempestade de idias)

    Dinmica de grupo para gerao de idias e tambm para potencializar a

    criatividade na soluo de problemas. O mtodo foi idealizado por Alex

    Osborn inicialmente para uso na rea de publicidade, sendo

    posteriormente utilizado na rea de negcios.

    Mtodo de anlise e soluo de problemas (MASP)

    Mtodo para obter sucesso na soluo de problemas. O MASP, como

    conhecido no Brasil, foi desenvolvido a partir do mtodo QC-Story que,

    foi um desdobramento e detalhamento do ciclo PDCA levado ao Japo a

    partir de 1950 por Deming e, posteriormente, Juran.

  • 26

    As origens do QC-Story so, basicamente duas: o PDCA como conceito e

    a metodologia cientfica como filosofia. O PDCA teve inspiraes ns

    sequncia de trabalho Plan-Do-See de Taylor e em princpios da escola

    filosfica do pragmatismo, que tem seu principal representante o

    pedagogo e filsofo John Dewey. Dewey propos o mtodo partindo da

    afirmativa de que " o homem no pensa a menos que tenha um

    problema para resolver". As influncias claras da metodologia cientfica,

    como a observao, a coleta de dados, formulao de hipteses, a

    objetividade, foram sendo feitas medida que os autores se dedicavam

    a descrever o mtodo em suas obras. Contribuies para isso foram

    dadas por Kume, Hosotani e, priincipalmente, nos livros da Unio de

    Cientistas e Engenheiros do Japo - JUSE.

    Ningum sabe ao certo como o nome MASP "pegou" no Brasil. Campos,

    que inseriu uma descrio do mtodo feita por engenheiros da Cosipa em

    sua obra TQC - Qualidade Total no Estilo Japons, denomina o mtodo de

    MSP - mtodo de soluo de problemas.

    O MASP um caminho ordenado, composto de passos e sub-passos pr-

    definidos para a escolha de um problema, anlise de suas causas,

    determinao e planejamento de um conjunto de aes que consistem

    uma soluo, verificao do resultado da soluo e realimentao do

    processo para a melhoria do aprendizado e da prpria forma de aplicao

    em ciclos posteriores. O MASP prescreve como um problema deve ser

    resolvido e no como ele resolvido, contrapondo dois modos de tomada

    de deciso que Bazerman (2004) denomina de modelo prescritivo e

    modelo descritivo.

    Etapas do MASP

    Identificao do problema: Definir claramente o problema e reconhecer

    sua importncia. Observao: Investigar as caractersticas especficas do

    problema com uma viso ampla e sob vrios pontos de vista. Anlise:

    Descobrir as causas fundamentais. Plano de ao: Conceber um plano

    para bloquear as causas fundamentais. Ao: Bloquear as causas

    fundamentais. Verificao: Verificar se o bloqueio foi efetivo.

    Padronizao: Prevenir contra o reaparecimento do problema. Concluso:

    Recapitular todo o processo de soluo do problema para trabalho futuro.

    O MASP formado por um conjunto de etapas, cada qual consistindo de

    um conjunto de passos que, normalmente, pode ser entre 3 e 6.

    Normalmente, o MASP aplicado em estruturas ad hoc. Dois tipos de

    grupos se destacam: o Crculo de Controle da Qualidade e o Grupo de

  • 27

    Melhoria. O CCQ uma atividade voltada para o desenvolvimento das

    pessoas, principalmente nas habilidades para analisar dados e melhorar

    a qualidade, enquanto que os grupos de melhoria so grupos de

    trabalhadores interfuncionais, designados pelas gerncias para

    resolverem problemas especficos, com tema, prazo de execuo e

    resultados previamente estabelecidos pela empresa.

    Qualidade de Vida no Trabalho

    A Qualidade de Vida no trabalho uma consequncia da compreenso

    comprometida e abrangente das condies de vida no trabalho, incluindo

    aspectos como bem-estar social, sade, segurana e capacitao sendo

    uma poderosa arma de competitividade do mercado, melhorando o

    desempenho e a produtividade alm do aumento da confiabilidade do

    cliente. Mezzomo (2001, p.73) define Qualidade como sendo um

    conjunto de propriedades de um servio (produto) que o torna adequado

    misso de uma organizao (empresa) concebida como resposta s

    necessidades e legtimas expectativas de seus clientes. A Qualidade

    complexa, sendo a busca permanente da auto-superao e do contnuo

    aperfeioamento englobando alm dos servios, produtos e pessoas, um

    Planejamento pr-estabelecido no se limitando apenas aos avanos

    tecnolgicos, mas a recursos humanos capacitados, treinados , liderados,

    motivados e conscientes de suas responsabilidades, exigindo

    comprometimento dos mesmos nas alteraes da cultura organizacional

    e, com isso, participao efetiva do trabalhador favorecido pelo

    Empowerment que fortalece a equipe com atribuies de autonomia e

    total responsabilidade para desempenhar seu trabalho visando a

    excelncia da organizao. A busca incessante da Qualidade pelas

    organizaes contemporneas como estratgia de sobrevivncia no

    mercado provoca muitas vezes um esquecimento do principal: seus

    colaboradores, sua vida e felicidade.

    ORIGEM E EVOLUO DO QVT

    A qualidade de vida no trabalho um tema recente, bastante discutido

    nas organizaes empresariais e acadmicas nos dias atuais, devido

    enorme aplicabilidade de seus programas, sejam eles por motivos de

    compensao financeira, modismo ou mesmo por questo de

    sobrevivncia a competitividade. O tema qualidade de vida no trabalho

    tem recebido considervel ateno nas duas ultimas dcadas, mas ainda

    existem muitas incertezas com relao ao sentido exato do termo.

  • 28

    A nominao QVT surgiu a partir dos estudos de Erick Trist na dcada de

    50 no instituto de Tavistock, quando se aplicou uma nova tcnica que

    organizava o trabalho a partir da relao: indivduo, trabalho e

    organizao, ou seja, com estudos realizados sobre sociotcnicos. Ali foi

    verificado aps os estudos, que as empresas e os sistemas sociais

    tinham relaes estreitas que foram representadas pelos indivduos;

    onde os sistemas tcnicos eram representados pela estrutura

    organizacional de forma sistmica, representada pela liderana e a

    tecnologia que eram conduzidas e introduzidas dentro das empresas de

    forma estratgica. Markes de Oliveira (1998, p.18): relatou O estudo

    cientfico da qualidade de vida no trabalho, veio se dar a partir dos

    sculos XVIII e XVIIII, atravs das escolas de administrao cientfica e

    relaes humanas. Com base na realidade de um tema discutido cada

    vez mais nas empresas HANDY (1995, p.25) declarou: O problema

    comeou quando transformamos o tempo em mercadorias, quando

    compramos o tempo das pessoas em nossas empresas em vez de

    comprar a produo. Quanto mais tempo voc vende, nessas condies,

    mais dinheiro far. Ento, h uma troca inevitvel entre o tempo e o

    dinheiro. As empresas, por sua vez, tornam-se exigentes. Querem

    menos tempos das pessoas que eles pagam por hora, porm mais das

    pessoas que pagam por ano, porque no ltimo caso, cada hora extra

    durante o ano gratuita.

    A concepo evolutiva do QVT iniciou-se no ano de 1959 a 1972 onde a

    qualidade de vida no trabalho era vista como uma varivel , ano que

    houve investigao de como melhorar as condies de vida no ambiente

    de trabalho, como poderiam os indivduos pertencentes a empresa obter

    condies de vida melhores no trabalho. Ano de 1969 a 1974 comeou

    haver mudanas, pois os empregados eram sobrecarregados nas tarefas,

    em 1972 a 1975 comearam ocorrer mudanas no ambiente de trabalho,

    estrutura fsica. No ano de 1975 a 1980 ocorreu o inicio da produo,

    havendo assim um questionamento do que era necessrio para que as

    pessoas comeassem a ser mais produtivas. Consequentemente as

    exigncias das pessoas aumentaram, e no ano de 1979 a 1982,

    surgimento de empresas de fora, entrando no mercado aumentando a

    concorrncia ento as empresas ameaadas passaro a investir em

    melhores condies de trabalho como estratgia competitiva nas

    organizaes.

    CONCEITO

  • 29

    O conceito de qualidade de vida muito amplo, podendo ser analisado

    em dois aspectos, do ponto de vista das pessoas e no ambiente

    empresarial.

    Do ponto de vista das pessoas, qualidade de vida a percepo de bem

    estar a partir das necessidades de cada individuo, do ambiente social e

    econmico e das expectativas de vida representando, a valorizao no

    significado do trabalho e do cargo ocupado.

    No ambiente empresarial, nos dias atuais representa a necessidade de

    valorizao nas condies de trabalho como: ambiente fsico, matria-

    prima, equipamentos, suporte organizacional e instrumentos adequados.

    Condies essas que tem o intuito de satisfazer as necessidades dos

    funcionrios, gerando o bem-estar. A qualidade de vida no trabalho a

    capacidade de administrar o conjunto das aes, incluindo diagnstico,

    implantao de melhoria e inovaes gerenciais, tecnolgicas e

    estruturais no ambiente de trabalho alinhada e construda na cultura

    organizacional com prioridade absoluta para o bem-estar das pessoas da

    organizao. (FRANA, 2007, p.167.).

    Qualidade de Vida no trabalho evidencia os colaboradores como

    detentores de merecida importncia pela Instituio, que envolvidos em

    diversos nveis, so abordados como parceiros e, no mais como

    recursos humanos, mas integrando indivduos organizao de forma

    harmoniosa, mantendo sua integridade fsica e mental, valorizando-o

    literalmente como pessoa, considerando fatores psicolgicos, polticos,

    econmicos e sociais do trabalhador. No mundo do trabalho ocorreram

    inmeras mudanas no s no processo produtivo devido inovaes

    tecnolgicas, mas no impacto causado na sade do trabalhador tanto na

    esfera fsica como psquica. Em documento da Comisin de las

    Comunidades Europeias, enfermidades consideradas emergentes, como o

    estresse, a depresso ou a ansiedade, assim como a violncia no

    trabalho, o assdio e a intimidao, so responsveis por 18% dos

    problemas de sade associados ao trabalho, uma quarta parte dos quais

    implica em duas semanas ou mais de ausncia no ambiente da

    organizao.

    Os estudos sobre as patologias do trabalho sempre foram focados para o

    setor produtivo/industrial, s recentemente as pesquisas incluem outras

    reas como a sade, educao e esportes visando entre vrios interesses

    , os econmicos e mercadolgicos porque inmeros objetivos

    organizacionais so alcanados quando os trabalhadores so saudveis

    ocorrendo queda nos nveis de absentesmo, das licenas mdicas,

  • 30

    acidentes de trabalho, aposentadorias por doena, entre outros. O

    pensamento clssico da Medicina Ocupacional entendia a sade do

    trabalhador basicamente relacionada ao ambiente fsico, cujo contato

    com agentes qumicos, fsicos e biolgicos propiciava acidentes e

    enfermidades tpicas pela especificidade da profisso; atualmente a viso

    mais ampla, sendo o trabalho sujeito a inmeros condicionantes,

    estando as condies de trabalho e sua patologias estreitamente

    relacionadas. O interesse de alguns pesquisadores no estresse,

    relaciona-se com situaes de esgotamento pessoal que vindo causar

    interferncia na vida do indivduo, pode ou no comprometer a relao

    homem-trabalho.

    Qualidade De Vida No Trabalho - Competncia das Empresas do

    Novo Milnio

    No Brasil, nas ltimas dcadas, o cenrio de rpidas e contnuas

    transformaes em questo inseridas nas organizaes provocou

    aumento da competitividade e, em decorrncia, a necessidade de reviso

    dos paradigmas de gesto e das estratgias de insero e manuteno

    nesse contexto turbulento e mutvel.

    Aspectos tico-legais, ergonmicos, de sade e segurana, entre outros,

    foram sendo implantados e atualizados segundo as novas demandas

    advindas do processo e das relaes de trabalho. A problemtica

    vivenciada pelo homem trabalhador foi sendo cada vez mais estudada e

    para dar conta da sua preveno ou resoluo, muitas reas das cincias

    envolveram-se com o estudo da qualidade de vida no trabalho. Cincias

    exatas, humanas, sociais e da sade contriburam para que a harmonia e

    o equilbrio na relao homem-trabalho pudessem ser almejados. Hoje,

    todas as reas das cincias dedicam-se a investigar a vida no trabalho

    para agregar a ela mais qualidade, entendendo-a como a uma varivel

    que contempla dimenses impregnadas da subjetividade humana.

    Existe a percepo de que a gesto da qualidade de vida no trabalho

    (GQVT) possa ser tanto mais eficaz quanto maior a correlao entre as

    polticas e aes para melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

    e nas necessidades e expectativas dos trabalhadores. Assim, essa

    premissa caracteriza o pressuposto que originou este estudo. Sabe-se

    que, de modo geral, as organizaes apresentam polticas e aes para

    GQVT, contudo questiona-se a coerncia, efetividade e resolutividade das

    mesmas, quando elas so planejadas, propostas e implantadas sem

    fundamentar-se em um diagnstico que retrate o que o trabalhador

    entende por QVT e que necessidades e expectativas ele quer ver

    atendidas. No desenvolvimento de programas e aes de Qualidade de

  • 31

    Vida no Trabalho necessria a identificao de indicadores a partir de

    um bom instrumento de diagnstico. Em uma pesquisa de Qualidade de

    Vida no Trabalho desenvolvida por LIMONGI-FRANA (2001), e ainda

    atual para os dias de hoje, a amostra de natureza intencional teve o

    seguinte perfil de respondentes, obedecendo aos seguintes pr-

    requisitos:

    -Administradores profissionais;

    -Alunos de Administrao a partir do 3. Ano;

    -Executivos com formao universitria atuando h mais de 5 anos em

    empresas;

    -Professores do curso de administrao.

    Os seguintes aspectos chamaram a ateno em uma anlise da

    compilao de dados da pesquisa, que justificam a criao de uma

    metodologia de sistemas para Qualidade de Vida no Trabalho: 96,3% dos

    respondentes concordam que toda empresa deve ter um Programa de

    Qualidade de Vida no Trabalho, sendo que 59,9% conhecem claramente

    o tema. 33% reconhecem as aes de Qualidade de Vida no Trabalho

    como investimento e no simples despesas no resultado das empresas.

    50,2% acreditam que os programas devem ser alinhados s principais

    estratgias do negcio; 89,5% concordam que os programas de

    Qualidade de Vida no Trabalho contribuem positivamente em 92,8% da

    produtividade do negcio; 66,4% afirmam que os resultados das aes e

    programas de QVT so mensurveis; 49,8% conhecem modelos

    gerenciais para implantao de Programas de QVT; 98,6% acreditam que

    os programas de QVT so importantes para a Administrao das

    Empresas da amostra; 62,2% discordam, quando afirma-se que as aes

    de QVT so desnecessrias; 89,0% acredita que o tema QVT deve ser

    melhorado; 76,5% so unnimes am afirmar que existem presses

    externas para implantao de Programas de QVT, exercidos

    principalmente pelos sindicatos e outras empresas que se mostram mais

    competitivas; 36,9% acredita que o pessoal de operaes so os que

    mais precisam das aes de QVT; 71,9% sabem que empresas no Brasil

    possuem programas abrangentes de QVT e 97,2% acredita em melhorias

    de produtividade, oriundas das aes de QVT.

    Apesar dos aspectos positivos, na prtica, percebe-se que ainda existe

    muito a fazer pelo tema QVT nas empresas brasileiras: existem aes

    que so extremamente pontuais, e no esto alinhados em uma poltica

    macro de gesto, o que poderia trazer uma grande diferencial

    competitivo para as empresas. Claro que algumas j so despertadas e

  • 32

    investem massivamente no tema, principalmente as empresas modelo

    EXAME Melhores Empresas para se Trabalhar, que apresenta as que

    tm um poltica organizada de gesto do tema qualidade de vida.

    Outro fato que importante citar, que nem sempre os programas

    implantados so adequadamente planejados e mensurados. Por

    exemplo: super importante a implantao de um Programa de

    Ginstica Laboral na empresa, porm, a falta de correo dos aspectos

    de Ergonomia no ambiente de trabalho continuar causando problemas

    fsicos ao trabalhadores.

    Da a seguinte pergunta e crtica: Os programas de qualidade de vida no

    trabalho esto alinhados a uma estratgia maior, ou so simplesmente

    aes de endomarketing do planejamento empresarial, para criar um

    clima superficial de sade e bem estar?

    Programas de Qualidade de Vida no Trabalho

    Os programas de Qualidade de Vida no Trabalho tm como objetivo criar

    uma organizao mais humanizada, mediante maior grau de

    responsabilidade e de autonomia no trabalho, recebimento mais

    constante de feedback sobre desempenho, maior variedade e adequao

    de tarefas e nfase no desenvolvimento pessoal do indivduo. Estes

    programas constituem uma das mais eficazes formas de obteno do

    comprometimento das pessoas, uma vez que favorecem o envolvimento

    dos empregados nas decises que influenciam suas reas de trabalho

    dentro da empresa.

    Os programas de QVT envolvem a resoluo participativa dos problemas,

    reestruturao do trabalho, inovaes do sistema de recompensas e

    melhoria do meio ambiente do trabalho. Costumam, s vezes, apresentar

    dificuldades para serem implantados. Como envolvem custos para a

    empresa e tm poro alvo principal os empregados e no a organizao,

    algumas vezes difcil conseguir a adeso da alta administrao. Esses

    programas, no entanto, orientam-se tambm em direo melhoria na

    eficcia organizacional, j que esta tem como pr-requisito a satisfao

    do individuo que se intensifica por meio da participao nas decises e

    na melhoria das condies em que se desenvolvem seu trabalho.

    Um programa de QVT tem geralmente trs componentes:

    1 Ajudar os funcionrios a identificar riscos potenciais de sade.

    2 Educar os funcionrios a respeito de riscos de sade, como presso

    sangunea elevada, fumo, obesidade dieta pobre e estresse.

  • 33

    3- Encorajar seus funcionrios a mudar seus estilos de vida atravs de

    exerccios, boa alimentao e monitoramento da sade.

    As estratgias para a preveno de doenas e a promoo da sade

    ganham cada vez mais importncia nas empresas. Por dois motivos em

    especial: "o absentesmo relacionado a afastamentos custa caro e quanto

    mais os funcionrios utilizam o plano de sade, mais ele pesa para os

    cofres da organizao", explica Andr Alexandre Osmo, diretor mdico do

    Hospital Srio Libans, em So Paulo, que tem um servio especial de

    check-up para executivos. A preocupao com a qualidade de vida um

    fator em ascenso no mbito organizacional. Inmeros fatores externos

    (doenas e adversidades) permeiam o trabalho das pessoas.

    Os programas de qualidade de vida podem ser de vital importncia para

    o desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores, bem

    como com o desenvolvimento eficaz das organizaes. A vida do homem

    moderno, nos grandes centros urbanos, est cada vez mais amarrada ao

    enfrentamento de situaes crticas para a sua subsistncia, tais como

    alimentao, moradia, transporte, ensino, sade e a prpria manuteno

    do seu emprego. Todas elas geradoras de prejuzos fsicos e psicolgicos.

    Hoje, exige-se dos funcionrios eficincia e alta produtividade em tempo

    limitado, porm, em condies inadequadas de trabalho, com problemas

    de ambiente e equipamentos. Tais condies acabam levando a

    insatisfaes, cansaos excessivos, queda de produtividade, problemas

    de sade e acidentes de trabalho.

    As empresas procuram hoje qualidade de vida no trabalho, na esperana

    de promover um envolvimento e motivao do ambiente e proporcionar

    assim um aumento da produtividade, alm disso, a atividade fsica, no

    mbito da empresa uma questo relacionada promoo de sade,

    no apenas como ausncia de doena, mas como estado completo de

    bem- estar fsico, mental e social.

    OBJETIVO NAS ORGANIZAES

    A misso da organizao, embora defina pela cpula gerencial, deve est

    relacionada com os objetivos organizacionais, sejam eles gerais ou

    especficos e deve ser praticada por todos os membros da organizao

    (CHIAVENATO, 1999). Assim, os gerentes administrativos trabalham este

    fato, conduzindo os esforos padronizados ou no, dos seus membros em

    direo a sua ordem, visto que tambm tais esforos so controlados

    objetivando estes fins.

  • 34

    O termo qualidade ainda no foi completamente definido pelos

    estudiosos da rea (BARROSO, 1998). Em termos de objetividade, o

    esforo estratgico realizado pelas organizaes no uso da qualidade

    pode mascarar diversos caminhos, na tentativa de ocultar o verdadeiro

    objetivo das organizaes o exclusivo lucro empresarial (BARROSO,

    1998, p.15).

    Assim, no intuito de melhor compreender os verdadeiros objetivos das

    organizaes no que se refere implementao de programas de

    qualidade que os estudiosos da rea a definiram de duas formas, a

    primeira enfatizando a satisfao dos consumidores, cujas abordagens

    mercadolgicas aplicadas para este fim. A segunda, enfatizando os

    desempenhos organizacionais, cujas abordagens enfocam a produo e o

    trabalho (CARVALHO, 1999, p.121 e 122).

    IMPLEMENTAO DE PROGRAMAS QVT NAS ORGANIZAES

    A implementao de programas especficos dentro das empresas vista

    ultimamente como uma estratgia competitiva de diferencial de

    mercado, tendo como objetivo aumentar a satisfao dos colaboradores

    e consequentemente obterem uma alta lucratividade na empresa. Para

    que haja a lucratividade preciso que as pessoas executem suas tarefas

    de maneira adequada e com satisfao, possibilitando assim um futuro

    promissor dentro da organizao e reconhecimento pelos resultados

    alcanados.

    Melhores condies de trabalho influenciam diretamente ao alcance da

    produtividade, reduzindo assim fatores negativos que interferem

    diretamente na vida do empregado, gerando de tal forma benefcios para

    ambas as partes. Antes que a implementao de programas seja

    implementadas fundamental identificar atentamente as necessidades

    dos indivduos que fazem parte da empresa na qual seja determinada e

    alinhada aos objetivos da organizao e aos do indivduo, portanto

    necessrio a participao e apoio de todos os membros. Devemos

    observar como gestores de uma organizao que a escolha de programas

    de qualidade de vida no trabalho que sero colocados na empresa dever

    Ser vivel e que traga benefcios a organizao como um todo.

    Podemos mencionar alguns programas em benefcios aos funcionrios

    como: capacitao dos funcionrios, oportunidade de crescimento,

    direitos trabalhistas, condies de segurana e sade no trabalho entre

    outros. E benefcios a empresa como: Fora de trabalho mais saudvel,

    baixo ndice de acidentes, melhor imagem e melhor ambiente de

  • 35

    trabalho. Com essas atitudes a empresa estar investindo diretamente

    na elaborao de seus produtos, garantindo uma melhor qualidade e

    produtividade.

    Doenas do trabalho: Sndrome de burnout

    Descrio

    A sndrome de Burnout (do ingls to burn out, queimar por completo),

    tambm chamada de sndrome do esgotamento profissional, foi assim

    denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, aps

    constat-la em si mesmo, no incio dos anos 1970.

    A dedicao exagerada atividade profissional uma caracterstica

    marcante de Burnout, mas no a nica. O desejo de ser o melhor e

    sempre demonstrar alto grau de desempenho outra fase importante da

    sndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de

    realizao e sucesso profissional. O que tem incio com satisfao e

    prazer, termina quando esse desempenho no reconhecido. Nesse

    estgio, necessidade de se afirmar, o desejo de realizao profissional se

    transforma em obstinao e compulso.

    A sndrome de burnout, ou sndrome do esgotamento profissional, um

    distrbio psquico descrito em 1974 por Freudenberger, um mdico

    americano. O transtorno est registrado no Grupo V da CID-10

    (Classificao Estatstica Internacional de Doenas e Problemas

    Relacionados Sade).

    Sua principal caracterstica o estado de tenso emocional e estresse

    crnicos provocado por condies de trabalho fsicas, emocionais e

    psicolgicas desgastantes. A sndrome se manifesta especialmente em

    pessoas cuja profisso exige envolvimento interpessoal direto e intenso.

    Profissionais das reas de educao, sade, assistncia social, recursos

    humanos, agentes penitencirios, bombeiros, policiais e mulheres que

    enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o

    transtorno.

    Sndrome de Burnout um distrbio psquico de carter depressivo,

    precedido de esgotamento fsico e mental intenso, definido por Herbert J.

    Freudenberger como "() um estado de esgotamento fsico e mental cuja

    causa est intimamente ligada vida profissional".

    Estgios

  • 36

    So doze os estgios de Burnout:

    Necessidade de se afirmar

    Dedicao intensificada - com predominncia da necessidade de fazer tudo sozinho;

    Descaso com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os

    amigos comeam a perder o sentido; Recalque de conflitos - o portador percebe que algo no vai bem, mas

    no enfrenta o problema. quando ocorrem as manifestaes fsicas; Reinterpretao dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes

    tinha valor sofre desvalorizao: lazer, casa, amigos, e a nica medida da auto-estima o trabalho;

    Negao de problemas - nessa fase os outros so completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais so repelidos,

    cinismo e agresso so os sinais mais evidentes; Recolhimento;

    Mudanas evidentes de comportamento; Despersonalizao;

    Vazio interior; Depresso - marcas de indiferena, desesperana, exausto. A vida

    perde o sentido;

    E, finalmente, a sndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso fsico e mental. Esse estgio

    considerado de emergncia e a ajuda mdica e psicolgica uma urgncia.

    Sintomas

    Os sintomas so variados: fortes dores de cabea, tonturas, tremores,

    muita falta de ar, oscilaes de humor, distrbios do sono, dificuldade de

    concentrao, problemas digestivos. Segundo Dr. Jrgen Staedt, diretor

    da clnica de psiquiatria e psicoterapia do complexo hospitalar Vivantes,

    em Berlim, parte dos pacientes que o procuram com depresso so

    diagnosticados com a sndrome do esgotamento profissional. O professor

    de psicologia do comportamento Manfred Schedlowski, do Instituto

    Superior de Tecnologia de Zurique (ETH), registra o crescimento de

    ocorrncia de "Burnout" em ambientes profissionais, apesar da

    dificuldade de diferenciar a sndrome de outros males, pois ela se

    manifesta de forma muito variada: "Uma pessoa apresenta dores

    estomacais crnicas, outra reage com sinais depressivos; a terceira

    desenvolve um transtorno de ansiedade de forma explcita", e acrescenta

    que j foram descritos mais de 130 sintomas do esgotamento

    profissional.

  • 37

    O sintoma tpico da sndrome de burnout a sensao de esgotamento

    fsico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausncias

    no trabalho, agressividade, isolamento, mudanas bruscas de humor,

    irritabilidade, dificuldade de concentrao, lapsos de memria,

    ansiedade, depresso, pessimismo, baixa autoestima.

    Dor de cabea, enxaqueca, cansao, sudorese, palpitao, presso alta,

    dores musculares, insnia, crises de asma, distrbios gastrintestinais so

    manifestaes fsicas que podem estar associadas sndrome.

    Diagnstico

    O diagnstico leva em conta o levantamento da histria do paciente e

    seu envolvimento e realizao pessoal no trabalho. Respostas

    psicomtricas a questionrio baseado na Escala Likert tambm ajudam a

    estabelecer o diagnstico.

    Tratamento

    O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade

    fsica regular e exerccios de relaxamento tambm ajudam a controlar os

    sintomas.

    Recomendaes

    * No use a falta de tempo como desculpa para no praticar exerccios

    fsicos e no desfrutar momentos de descontrao e lazer. Mudanas no

    estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir ou tratar a

    sndrome de burnout;

    * Conscientize-se de que o consumo de lcool e de outras drogas para

    afastar as crises de ansiedade e depresso no um bom remdio para

    resolver o problema;

    * Avalie quanto as condies de trabalho esto interferindo em sua

    qualidade de vida e prejudicando sua sade fsica e mental. Avalie

    tambm a possibilidade de propor nova dinmica para as atividades

    dirias e objetivos profissionais.

    Sobre os Sintomas

    Burnout geralmente desenvolvida como resultado de um perodo de

    esforo excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para

    recuperao. Pesquisadores parecem discordar sobre a natureza desta

    sndrome. Enquanto diversos estudiosos defendem que burnout refere-se

    exclusivamente a uma sndrome relacionada exausto e ausncia de

  • 38

    personalizao no trabalho, outros percebem-na como um caso especial

    da depresso clnica mais geral ou apenas uma forma de fadiga extrema

    (portanto omitindo o componente de despersonalizao).

    Trabalhadores da rea de sade so freqentemente propensos ao

    burnout. Cordes e Doherty (1993), em seu estudo sobre esses

    profissionais, encontraram que aqueles que tem freqentes interaes

    intensas ou emocionalmente carregadas com outros esto mais

    suscetveis.

    Os estudantes so tambm propensos ao burnout nos anos finais da

    escolarizao bsica (ensino mdio) e no ensino superior; curiosamente,

    este no um tipo de burnout relacionado com o trabalho, mas com o

    estudo intenso continuado com privao do lazer, de actividades ldicas,

    ou de outro equivalente de fruio hednica. Talvez isto seja melhor

    compreendido como uma forma de depresso. Os trabalhos com altos

    nveis de stress ou consumio, podem ser mais propensos a causar

    burnout do que trabalhos em nveis normais de stress ou esforo.

    Policiais, Taxistas, bancrios, controladores de trfego areo,

    engenheiros, msicos, professores e artistas parecem ter mais tendncia

    ao burnout do que outros profissionais. Os mdicos parecem ter a

    proporo mais elevada de casos de burnout (de acordo com um estudo

    recente no Psychological Reports, nada menos que 40% dos mdicos

    apresentavam altos nveis de burnout).

    A chamada Sndrome de Burnout definida por alguns autores como

    uma das conseqncias mais marcantes do estresse ou desgaste

    profissional, e se caracteriza por exausto emocional e avaliao

    negativa de si mesmo. O termo Burnout uma composio de

    burn=queima e out=exterior, sugerindo assim que a pessoa com

    depresso e insensibilidade com relao a quase tudo e todos (at como

    defesa emocional). Esse tipo de estresse consome-se fsica e

    emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e

    irritadio.

    Essa sndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional

    com predileo para profissionais que mantm uma relao constante e

    direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade

    considerada de ajuda (mdicos, enfermeiros, professores). Bancrios

    tambm podem estar sofrendo dessa sndrome, pois lidam com outras

    pessoas e sofrem com os problemas financeiros dos seus clientes por

    diversas vezes. Totalmente adversos dos banqueiros, os bancrios so

  • 39

    trabalhadores que vivem a angstia do cliente e no conseguem ter a

    viso de que eles so apenas consumidores.

    Outros autores, entretanto, julgam a Sndrome de Burnout algo diferente

    do estresse genrico. De modo geral, esse quadro considerado de

    apatia extrema e desinteresse, no como sinnimo de algum tipo de

    estresse, mas como uma de suas conseqncias bastante srias.

    De fato, esta sndrome foi observada, originalmente, em profisses

    predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais

    exigente, tais como mdicos, psiclogos, carcereiros, assistentes sociais,

    comercirios, professores, atendentes pblicos, enfermeiros, funcionrios

    de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto,

    as observaes j se estendem a todos profissionais que interagem de

    forma ativa com pessoas, que cuidam ou solucionam problemas de

    outras pessoas, que obedecem tcnicas e mtodos mais exigentes,

    fazendo parte de organizaes de trabalho submetidas avaliaes.

    Definida como uma reao tenso emocional crnica gerada a partir do

    contato direto, excessivo e desgastante ou estressante com o trabalho,

    essa doena faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em

    sua relao com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter

    importncia e qualquer esforo pessoal passa a parecer intil.

    Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da

    Sndrome de Burnout est a pouca autonomia no desempenho

    profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de

    relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e famlia,

    sentimento de desqualificao e falta de cooperao da equipe.

    Alguns autores defendem a Sndrome de Burnout como sendo diferente

    do estresse, alegam que esta doena envolve atitudes e condutas

    negativas com relao aos usurios, clientes, organizao e trabalho,

    enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com

    interferncia na vida do sujeito e no necessariamente na sua relao

    com o trabalho. Outros julgam essa Sndrome de Burnout seria a

    conseqncia mais depressiva do estresse desencadeado pelo trabalho.

    A Sndrome de "Burnout" em Professores

    A burnout de professores conhecida como uma exausto fsica e

    emocional que comea com um sentimento de desconforto e pouco a

    pouco aumenta medida que a vontade de lecionar gradualmente

    diminui. Sintomaticamente, a burnout geralmente se reconhece pela

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    ausncia de alguns fatores motivacionais: energia, alegria, entusiasmo,

    satisfao, interesse, vontade, sonhos para a vida, idias, concentrao,

    autoconfiana e humor.

    Um estudo feito entre professores que decidiram no retomar os postos

    nas salas de aula no incio do ano escolar na Virgnia, Estados Unidos,

    revelou que entre as grandes causas de estresse estava a falta de

    recursos, a falta de tempo, reunies em excesso, nmero muito grande

    de alunos por sala de aula, falta de assistncia, falta de apoio e pais

    hostis. Em uma outra pesquisa, 244 professores de alunos com

    comportamento irregular ou indisciplinado foram instanciados a

    determinar como o estresse no trabalho afetava as suas vidas. Estas so,

    em ordem decrescente, as causas de estresses nesses professores:

    Polticas inadequadas da escola para casos de indisciplina;

    Atitude e comportamento dos administradores; Avaliao dos administradores e supervisores;

    Atitude e comportamento de outros professores e profissionais; Carga de trabalho excessiva;

    Oportunidades de carreira pouco interessantes; Baixo status da profisso de professor;

    Falta de reconhecimento por uma boa aula ou por estar ensinando bem; Alunos barulhentos;