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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E DE VIDA ESCOLAR COMO ALTERNATIVA À ORIENTAÇÃO VOCACIONAL Por: Azuil Vasconcellos da Silva Junior Orientador Profa. Geni Lima Rio de Janeiro 2012

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    ORIENTAO PROFISSIONAL E DE VIDA ESCOLAR

    COMO ALTERNATIVA ORIENTAO VOCACIONAL

    Por: Azuil Vasconcellos da Silva Junior

    Orientador

    Profa. Geni Lima

    Rio de Janeiro

    2012

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PS-GRADUAO LATO SENSU

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    ORIENTAO PROFISSIONAL E DE VIDA ESCOLAR

    COMO ALTERNATIVA ORIENTAO VOCACIONAL

    Apresentao de monografia AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obteno do

    grau de especialista em

    Orientao Educacional e Pedaggica

    Por: Azuil Vasconcellos da Silva Junior

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    a Lucas Gomes de Albuquerque, Joo

    Gomes de Albuquerque, Rodrigo

    Vianna do Valle Pires e Marcellus

    Tavares Machado que tornaram

    realidade meu computador, diante de

    tantas dificuldades, em uma poca, na

    qual todas as fases, no s a digitao

    e composio, mas tambm

    orientao, entrega e avaliao, de um

    trabalho acadmico, so realizadas por

    meio virtual.

  • 4

    DEDICATRIA

    Este trabalho dedicado a todos os meus

    professores e professoras desde o C. A.

    at as Graduaes, incluindo os de

    cursos livres, dos quais guardo muitas

    recordaes saudosas e ensinamentos,

    no s cientficos, mas morais, os quais

    eu utilizo at hoje.

  • 5

    RESUMO

    Orientao Vocacional refere-se a orientar vocao. No Captulo I,

    Vocao: Um Conceito Construdo, estudamos os vrios sentidos para a

    palavra vocao e verificamos que no h uma entidade especfica para ser

    chamada de vocao e evidenciamos os equvocos ao definir opo, nveis

    de inteligncia e a descrio das atividades profissionais. No Captulo II,

    Orientao Vocacional Estatstica, discorremos pela origem histrica da

    Orientao Vocacional ligada seleo de pessoal, passando pelo movimento

    das grandes guerras, da industrializao e da formao instrumental da

    Psicologia, evidenciando a mensurao de habilidades com rigor cientfico. No

    Captulo III, Orientao Vocacional Clnica, demonstramos o rompimento com o

    modelo anterior e a incluso de elementos clnicos no atendimento,

    preocupando-se com a informao do jovem, porm mais focado na sua

    constituio ntima, buscando um encontro com a prpria identidade. exposto

    tambm o surgimento de vrios projetos que comeam lentamente a romper

    com esse segundo momento. Por fim, no Captulo IV, Orientao Profissional e

    de Vida Escolar, apresentamos o projeto de mesmo nome que se prope a

    orientar realmente os alunos a fazer escolhas para a vida profissional e para a

    vida escolar, tirando do foco a interveno teraputica e rompendo

    definitivamente com a mensurao impessoal.

  • 6

    METODOLOGIA

    O presente trabalho foi desenvolvido utilizando-se de pesquisa

    bibliogrfica de interesse comum Pedagogia, Psicologia e Orientao

    Educacional. Apresenta-se como linha principal de discurso BOHOSLAVSKI,

    Orientao Vocacional: a estratgia clnica e LEVENFUS & SOARES,

    Orientao Vocacional Ocupacional para descrio de Orientao Vocacional;

    e LANE & CODO, Psicologia Social: o homem em movimento para discurso de

    viso de mundo destacando a construo dos valores e conceitos.

    No foram desenvolvidas pesquisas de campo de forma significativa

    com dados estatsticos vlidos, tendo-se como base do trabalho a pesquisa

    bibliogrfica.

    O discurso ao mesmo tempo descritivo e crtico, demonstrando as

    tendncias em Orientao Vocacional e Profissional e suas origens, e

    apresentando projeto com proposta de atividade de orientao que busca

    suprir as carncias apontadas no decorrer do texto.

  • 7

    SUMRIO

    INTRODUO 08

    CAPTULO I Vocao: Um Conceito Construdo 12

    CAPTULO II Orientao Vocacional Estatstica 16

    CAPTULO III Orientao Vocacional Clnica 21

    CAPTULO IV Orientao Profissional e de Vida Escolar 26

    CONCLUSO 43

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

    WEBGRAFIA 47

    NDICE 48

  • 8

    INTRODUO

    ltimo ano do Ensino Mdio, acabei os estudos, agora vou pensar em

    faculdade, trabalho, ter minha vida. Esse o pensamento de alguns jovens

    sem perceber que a profisso a qual ir seguir e o vestibular que ir enfrentar

    so coisas a serem planejadas com antecedncia. Outros esperam de um

    profissional a responsabilidade de escolher por eles a carreira a seguir, pois o

    profissional est apto para indicar a profisso correta.

    Para muitos jovens, o momento da escolha bastante angustiante, no

    h elementos suficientes para fazer uma escolha. Alm do mais, este um

    momento de ruptura, pois, at ento, no se precisava escolher, a vida ia

    levando: o estudo era generalista da Matemtica s Artes, adaptado sua faixa

    etria, conduzido pelos profissionais de Educao, supervisionado pelos pais,

    descomprometido com trabalho e aquisio financeira.

    Agora preciso se preocupar com o que estudar, por quanto tempo,

    com mercado de trabalho, matrias que agradam, competio com outros

    candidatos, tudo o que leva a pensar em um tnel sem volta. Essa angstia foi

    ampliada para outros nveis, pois h muitas dcadas que j se deve ter uma

    escolha feita antes de se concluir o Ensino Fundamental, porque necessrio

    escolher entre uma simples Formao Geral e um Curso Tcnico, e, na

    segunda hiptese, tcnico em qu, e depois, em qual escola tcnica. E no

    s isso. As crianas que terminam a primeira metade do Ensino Fundamental,

    muitas vezes, j esto s voltas com os concursos de admisso s escolas

    federais e colgios de aplicao, seja em busca de melhor qualidade de

    ensino, seja em busca de gratuidade, para fazer o segundo segmento do

    Ensino Fundamental.

    Envolvidos com esse quadro esto o psiclogo e o pedagogo,

    sobretudo o orientador educacional, que so os profissionais incumbidos de

    orientar esses alunos, jovens ou no, com um trabalho de informao,

  • 9

    diagnstico, autodescoberta, acolhimento, conforme a viso terica de cada

    um. E esses profissionais so requisitados. Por que se tornou to difcil fazer

    uma escolha profissional? O mundo profissional prestigia, ou pelo menos

    corresponde ao esforo de tantas pessoas que durante anos se dedicaram e

    sofreram para conquistar aquela posio?

    Essas e muitas outras questes caem na mo do orientador, seja esse

    profissional um psiclogo, um pedagogo ou um especialista em Orientao

    Educacional, e este profissional precisa estar preparado para lidar com essas

    questes. No foi sempre assim, no era necessrio ter mtodos de orientao

    para um jovem escolher uma profisso. Em outras pocas nem mesmo havia a

    necessidade de escolher uma profisso: j vinha de famlia.

    Com o desenvolvimento industrial, passagem do sculo XIX para XX,

    surgiu a necessidade de selecionar profissionais, e, da perspectiva da famlia,

    a possibilidade de mudana de perfil profissional, de mudana de vida, mas

    tambm do perigo da falta de colocao no mercado de trabalho. E nessa

    poca que surgem os instrumentos para seleo de pessoal e, mais tarde, para

    orientao dos futuros profissionais os estudantes.

    Dessa poca at o momento atual, incio do sculo XXI, j passamos

    por algumas outras tendncias tericas e muitas propostas de trabalho, que

    sero analisadas ao longo dos captulos, entretanto fica a pergunta: a

    Orientao Vocacional realmente d conta das necessidades do estudante e

    do futuro profissional?

    A realidade : muitas instituies de ensino, pblicas e particulares;

    uma infinidade de cursos de todos os nveis, uns fornecem habilitao

    profissional, outros no; cursos preparatrios de vrias qualidades; situao

    financeira dos alunos como elemento fundamental nessa escolha, quase

    sempre esquecida; cientificistas que defendem ferrenhamente os testes

    psicolgicos para garantir um embasamento cientfico; propostas

  • 10

    modernizantes da Orientao, seja ela Vocacional questionvel seja

    Profissional, oferecendo todo tipo de prtica, sem a rigidez do cientificismo,

    porm com atividades no mnimo curiosas.

    Entretanto vemos diariamente jovens que fazem altos sacrifcios para

    conquistar uma vaga em determinados cursos acadmicos ou cursos tcnicos

    de elite e logo depois abandonam o curso. As orientaes vocacionais no

    esto alcanando o grande pblico e no esto sendo eficientes com os

    estudantes alcanados. Isso nos leva a pensar que precisamos repensar essas

    estratgias.

    A hiptese que podemos formular que a Orientao Vocacional

    proposta academicamente no supre as necessidades dos estudantes, j que a

    Orientao Vocacional Estatstica apenas diagnostica vocao como algo

    inerente ao sujeito de algo que se espera que se concretize, e a Orientao

    Vocacional Clnica traz recursos de autodescoberta, mas ainda no

    disponibiliza a informao suficiente. O jovem precisa conhecer para escolher,

    alm de se conhecer.

    Por isso decidimos pesquisar o histrico da Orientao Vocacional e

    Profissional, apresentando alguns pontos mais relevantes, uma vez que a

    quantidade de propostas de atividades imensa, verificvel na bibliografia

    pesquisada e ainda em outras; e diante desse material propor um novo projeto

    que intenciona suprir as lacunas apresentadas. Evidentemente muitos detalhes

    sero parecidos com algumas das atividades j propostas pulverizados nas

    mais variadas atividades, outros sero peculiares desta nova proposta, mas a

    organizao, a estrutura, da atividade se prope como algo diferente.

    A pesquisa ser feita bibliograficamente no que diz respeito s duas

    grandes vertentes de Orientao Vocacional e a proposta de Orientao

    Profissional e de Vida Escolar embasada em um projeto pessoal meu. O

    mesmo no possui amostragem estatstica para confirmar dados, ele apenas

  • 11

    colocado como proposta. A pesquisa de campo (aplicao do projeto em um

    nmero aceitvel estatisticamente de sujeitos) demandaria tempo e recursos

    financeiros. Porm deixamos aqui a proposta com seu respectivo

    detalhamento.

    Dessa forma o presente trabalho tem por objetivo geral evidenciar a

    necessidade de um novo olhar para orientar estudantes quanto a sua escolha

    de escolas e profisses. Especificamente ele objetiva demonstrar sucintamente

    o contexto histrico que gerou os modelos existentes de Orientao

    Vocacional, pontuando suas limitaes; assim como desmitificar vocao e

    orientao vocacional para ento propor um novo modelo de orientao para

    os estudantes em forma de curso: a Orientao Profissional e de Vida Escolar.

  • 12

    CAPTULO I

    VOCAO: UM CONCEITO CONSTRUDO

    No dicionrio encontramos para vocao o significado escolha, pr-

    destinao, tendncia, pendor, talento, aptido (FERREIRA, 1993). Essa

    significao deve ser analisada com cuidado, devido mltipla valorao

    encontrada no dicionrio e ao fato de o tema ser uma preocupao constante

    da famlia e da escola.

    Se a vocao uma escolha, no coerente aplicar testes

    psicolgicos para avaliar uma escolha a ser feita, estar-se-ia indicando a

    escolha; e o teste no teria o que avaliar por falta de uma entidade concreta, a

    vocao seria um ato a ser realizado no futuro.

    Se ela uma pr-destinao, seria intil fazer qualquer trabalho de

    orientao para o que fatalmente acontecer. Se a vocao tendncia,

    pendor ou talento, podemos comear nossa discusso.

    Em toda a bibliografia consultada para este trabalho, bibliografia

    especfica sobre Orientao Vocacional e sobre testes psicolgicos, no foi

    encontrado um conceito para vocao. Ao longo de toda uma Graduao em

    Psicologia, os estudos sobre Orientao Vocacional passaram longe da grade

    do curso, a no ser por uma disciplina eletiva que se limitava a diferenciar

    Orientao Vocacional Estatstica de Orientao Vocacional Clnica.

    O que se pode citar sobre vocao nos estudos de Psicologia a

    anlise da Psicologia Social embasada em uma viso do sujeito como ser

    histrico com valores e tendncias construdos. Assim como outros valores,

    posse de altrusmo, comportamento de homem, conceito de adolescente,

    qualidades de criana, a vocao tambm entraria no rol de conceitos que se

  • 13

    desenvolveram por necessidades sociais ou por interesses de grupos

    formadores de opinio (LANE & CODO, 2001).

    Entendido dessa forma, podemos de fato questionar, no a tendncia

    ou aptido, que so verificveis, mas a classificao dessa aptido como uma

    caracterstica intocvel, inerente ao sujeito, apenas pronta para ser verificada

    por uma bateria de testes ou descoberta em sesses teraputicas.

    Aptides como para neurocirurgio, geneticista, analista de sistemas

    de Informtica, gladiador, guarda medieval ou cavaleiro real tornam-se irreais

    se analisadas fora de seu contexto social e temporal. Dessa forma, parece

    muito mais coerente vermos essas tendncias ou aptides como capacidades

    construdas dentro de um contexto social, uma realidade financeira, uma

    estrutura familiar que levaram o sujeito quele ponto temporal e mutvel de

    capacidades profissionais, estudantis, artsticas, esportivas e religiosas.

    Assim sendo, no dispomos de uma entidade orgnica ou concreta a

    vocao para destrincharmos em exames diagnsticos ou classificatrios

    usando-se como referncia uma lista de descries das profisses. Outra coisa

    curiosa que os testes ou inventrios de interesse costumam perguntar ao

    orientando o que ele gostaria de fazer dentre trs ou quatro opes.

    Se o orientando pudesse escolher entre opes, no precisaria buscar

    uma orientao ou classificao, diagnstico ou o que fosse para seu futuro

    escolar e profissional. Essa confuso associada ao diagnstico ou classificao

    tecnicista leva a algumas confuses por parte dos profissionais e autores:

    Orientao Vocacional o instrumento psicolgico

    que, mediante a pesquisa e anlise das potencialidades

    de um indivduo indica os elementos bsicos

    indispensveis verdadeira realizao profissional e

    pessoal do mesmo. (OLIVEIRA, 1995, p. 9).

  • 14

    A Orientao Vocacional no um instrumento psicolgico, mas um

    procedimento que pode ser realizado por psiclogos ou pedagogos; os testes

    psicolgicos sim so instrumentos de exclusividade do psiclogo. E a

    verdadeira realizao profissional e pessoal so uma meta extremamente

    otimista do autor.

    O mesmo autor, mais adiante, refere-se Orientao Vocacional como

    direcionada a quem termina o 2 Grau (atual Ensino Mdio), desconsiderando

    que a escolha deve, preferencialmente, ser feita antes de o aluno terminar o

    ltimo ano do curso, pois aps o ano letivo terminado, as provas de admisso

    aos graus superiores j foram realizadas ou esto em fase de trmino. O autor

    tambm desconsidera os concluintes de Ensino Fundamental candidatos ao

    Ensino Tcnico e de outros nveis, alm das pessoas que desejam se

    reintegrar ao mercado de trabalho ou vida escolar/acadmica.

    Na mesma obra encontramos uma associao do grau de escolaridade

    ao nvel de inteligncia que medido como nvel mental e cada nvel mental

    a base para uma profisso diferente. E ainda citado o teste psicolgico de

    Rorschach para Orientao Vocacional este teste para diagnstico

    diferencial, para pesquisar personalidade e sade mental, utilizado para indicar

    esquizofrenia, dentre outros quadros clnicos.

    E, para exemplificar, mais uma vez, a descrio esttica das

    profisses, descrio essa utilizada como base para direcionar os orientandos,

    o mesmo autor cita uma lista de descries de profisses entre as quais,

    destacamos a seguinte:

    Enfermagem conjunto de atividades especializadas

    que, marcadas pela dedicao ao prximo, pelos

    conhecimentos profissionais e elevada noo de

  • 15

    responsabilidade, concorre para a manuteno da sade

    dos indivduos. (ibid., p. 44).

    Embora usemos o citado autor como exemplo, h diversos outros

    profissionais que usam essa viso engessada de identidade profissional e de

    vocao para conduzir seus trabalhos prticos ou tericos (VASCONCELOS,

    SILVA & PFALTZGRAFF, 1977).

    Outros autores j denunciaram essa limitao do trabalho, talvez por

    uma limitao da viso de mundo ou mesmo de viso de um homem holstico,

    histrico, inserido em um contexto social, financeiro; so autores que apontam

    que nem sempre se pode enquadrar-se nessas classificaes ou assumir o

    nus da vocao diagnosticada (DANIEL, 2009).

    No por falta de estudos que a OV se encontra em tal

    situao no que diz respeito sua fundamentao terica.

    Pelo contrrio, ela tem sido sistemtica e exaustivamente

    estudada h pelo menos um sculo, isolada ou

    conjuntamente, por especialistas de diferentes reas e de

    diferentes tendncias ou escolas psicolgicas. Teoria

    como a de Super e as de Holand, por exemplo, vm

    sendo objeto de inmeros estudos e reformulaes em

    muitos pases, quer por parte dos respectivos autores,

    quer por mirades de outros pesquisadores. (GIACAGLIA,

    2003, p. 100)

    Esta autora, acima citada, conclui que os equvocos e limitaes

    ocorrem por causa da concepo de homem que cada profissional e cada

    escola terica possui. Acrescentaramos que tambm influem a concepo de

    emprego, de trabalho, de qualidade de ensino, de competitividade de vagas, de

    renda e poder aquisitivo.

  • 16

    CAPTULO II

    ORIENTAO VOCACIONAL ESTATSTICA

    Depois de sculos em que a profisso era vista de forma divina a

    pessoa j nasce na famlia que exerce aquela atividade porque Deus quis

    assim e, por isso, no cabia se pensar em Orientao Vocacional (DANIEL,

    2009), surge com a industrializao a necessidade de adaptar os indivduos s

    necessidades das fbricas, ou melhor, selecionar os trabalhadores de forma

    mais eficiente.

    Essa necessidade industrial de seleo profissional surgiu quase que

    paralelamente s Grandes Guerras que exigiram seleo de soldados mais

    eficientes e ao desenvolvimento da Psicologia Experimental, sobretudo dos

    estudos sobre inteligncia e o desenvolvimento de testes psicolgicos de

    aptido (PIMENTA, 2009).

    Como a Psicologia, para tornar-se Cincia, necessitou de mtodos e

    resultados positivistas, as caractersticas cognitivas foram catalogadas atravs

    de resultados estatsticos extrados da populao. Dessa forma, inteligncia e

    aptides eram consideradas verificveis por meio de instrumentos elaborados

    cientificamente, tendo por base a mdia do verificvel na populao. Assim

    surge a Orientao Vocacional com estratgia estatstica.

    Essa viso de que o trabalhador deve ser apenas recrutado

    mecanicamente de forma eficiente para se submeter s necessidades da

    indstria e da guerra levou cientistas do incio do sculo XX a considerar como

    necessrio apenas conhecer o homem e conhecer a indstria e o que esta

    exigia do homem, como j dizia Frank PERSONS (ibid.).

    De forma sistematizada, j existia um servio de Orientao

    Profissional em 1902, em Munich e, a partir de 1908, em Boston. A Orientao

    j era feita embasada na Psicometria e objetivando a anlise ocupacional. Mas

  • 17

    o primeiro Inventrio de Interesses Vocacionais (IIVS) surgiu em 1915, com

    STRONG. Os pesquisadores BINET, conhecido pelo seu teste de inteligncia,

    e MYRA y LOPES tambm mantiveram seus servios de Orientao, alm das

    pesquisas (ibid.).

    Dentro desse contexto histrico, a Orientao Vocacional objetivava

    enquadrar as pessoas nos interesses sociais. Com o passar dos anos,

    comeou-se a se preocupar com orientao especfica do jovem que estava

    para escolher uma profisso, mas manteve-se a viso diagnstica, j que a

    aptido era vista como inata e imutvel e para tanto necessrio um bom

    instrumento para identific-la.

    As caractersticas da Orientao Vocacional Estatstica, mesmo depois

    de objetivar a orientao do jovem so as seguintes (BOHOSLAVSKY, 1987):

    tambm chamada de Orientao Vocacional na Modalidade Atuarial

    e deve ser exercida por um psiclogo, haja vista a bateria de testes

    psicolgicos que so utilizados, instrumentos esses que so de uso exclusivo

    dessa categoria. Alm do mais, essa modalidade considera nveis de

    inteligncia e outras acuidades cognitivas como memria, aprendizagem,

    percepo que so estudados por psiclogos.

    Este tipo de Orientao Vocacional busca dentro das oportunidades

    escolares e possibilidades profissionais onde o estudante se ajusta com suas

    aptides que so medidas com aqueles testes. O teste o instrumento

    fundamental para o atendimento. Porm alguns testes foram se popularizando

    entre os educadores saindo do domnio dos psiclogos at que estes tivessem

    sua profisso regulamentada. H uma ressalva a ser feita: embora os testes

    psicolgicos sejam exclusivos para psiclogos desde a regulamentao dessa

    profisso em 1962, os inventrios de interesses ainda so comprados at

    hoje por pedagogos envolvidos com a Orientao Profissional (LEVENFUS,

    SOARES, 2010).

  • 18

    A Orientao Vocacional Estatstica busca descrever com rigor as

    qualidades pessoais do cliente, assim como se descrevem as caractersticas

    das profisses para que as pessoas possam verificar se essas caractersticas

    so compatveis com as inclinaes do orientando.

    Feito esse diagnstico, o psiclogo aconselha, diante dos dados

    colhidos, quais so as melhores opes que esse estudante possui e que lhe

    do maiores perspectivas de aproveitamento durante seus estudos e

    futuramente de competncia e de sucesso profissional.

    Devido ao histrico das pesquisas no campo vocacional, como no

    campo da Psicologia Experimental, esse trabalho influenciado pela

    psicotcnica estadunidense no que diz respeito a mtodos, objetivos, viso de

    mundo e do mercado de trabalho, inclusive ligando-se Psicologia Diferencial

    do incio do Sculo XX; talvez por isso alguns autores citem at o teste de

    Rorschach como instrumento de Orientao Vocacional, como apontado no

    captulo anterior.

    Os instrumentos vm sendo aperfeioados conforme os avanos das

    pesquisas, sobretudo da Psicometria, principal disciplina psicolgica

    responsvel por desenvolver e validar testes psicolgicos.

    Por essa perspectiva, as profisses no mudam, no so influenciadas

    pelos avanos tecnolgicos nem pela realidade sociocultural, que, alis, parece

    no mudar tambm. Pode-se predizer o desempenho futuro de um jovem que

    se ajusta hoje, com suas aptides, s atividades corretas; basta que ele seja

    bem orientado e, por isso, o psiclogo possui o papel ativo no aconselhamento

    desse jovem.

    At surgir a Psicologia da Personalidade, a abordagem

    que destacava o que era idiossincrtico nas pessoas, seu

  • 19

    modo especfico de ser, foi assumida pela Psicologia

    Diferencial, condicionada pelas primeiras investigaes

    psicoestatsticas e pelo apogeu dos testes, no princpio do

    sculo. (BOHOSLAVSKY, 1987, p. 36).

    interessante notar, que mesmo quando um autor aponta para as

    limitaes da estratgia estatstica em Orientao Vocacional, muitas vezes,

    ele mesmo acaba se apoiando quase que predominantemente nesse recurso

    para validar sua proposta de Orientao, como vemos em DANIEL (2009) que

    denuncia que os testes podem diagnosticar um caminho profissional, ou

    escolar/acadmico que o jovem no ter condies de assumir, por diversas

    questes, mas prope novos projetos para Orientao Vocacional utilizando-se

    de instrumentos dessa natureza.

    Como dito mais acima, os inventrios de interesse costumam

    perguntar ao orientando, qual o interesse dele demonstrando que o

    instrumento no tem as respostas, mas o prprio sujeito as tem, entretanto este

    sujeito busca o servio justamente porque no as tem. Alguns autores tambm

    j vm sinalizando isso, inclusive em relao a novos instrumentos que

    pretendem inovar ou modernizar o atendimento. Em um instrumento chamado

    Desenhos de Profissionais com Estrias h a seguinte instruo: Quarto

    pedido: Desenhe voc, em sua profisso futura, fazendo alguma coisa.

    (LEVENTUS, SOARES, 2010).

    Para responder a esta instruo, o sujeito precisa saber qual profisso

    quer exercer, saber qual ser sua profisso de fato e o que se faz naquela

    profisso. Se ele j sabe isso tudo, ele no precisa da Orientao. como dar

    aula sobre um assunto totalmente indito para os alunos e iniciar a aula

    solicitando-lhes suas opinies sobre os autores daquele tema, se concordam

    com eles ou no, e se os procedimentos realizados, estudados dentro do tema,

    so adequados ou no. Imaginemos um jovem urbano que teve poucas

    oportunidades de informao na escola e na vida secular desenhando-se como

  • 20

    zootcnico analisando grficos comparativos de fecundao bovina realizada

    com smen importado da Holanda.

    J podemos tecer relaes da especialidade Orientao Educacional

    com a atividade da Orientao Vocacional desde a fase em que esta era

    exclusivamente de estratgia estatstica.

    Como a Orientao Vocacional comeou a partir da seleo

    profissional, alguns cursos profissionalizantes j utilizavam alguns mtodos

    para selecionar seus alunos desde 1924. A profisso de Orientao

    Educacional foi regulamentada em 1942 pela Lei Orgnica de Ensino que reza

    a ateno individualizada dos alunos, inclusive assessorando a escolha

    ocupacional. A LDB de 1961 prope como necessrias tanto a Orientao

    Educacional nas escolas de Ensino Secundrio como a Orientao

    Profissional. Nessa poca os testes no eram exclusividade do psiclogo,

    devido sua popularizao e a falta de regulamentao da profisso, e o

    orientador educacional poderia ser pedagogo, psiclogo, filsofo ou socilogo.

    Mas a partir de 1962 regulamentada a profisso de psiclogo, trazendo a

    exclusividade dos testes psicolgicos para este profissional. Entretanto a partir

    dessa poca j se desenhavam os caminhos para a Orientao Vocacional

    Clnica e os vrios mtodos propostos sem a utilizao de testes ou

    inventrios.

  • 21

    CAPTULO III

    ORIENTAO VOCACIONAL CLNICA

    Com o desenvolvimento da Psicologia e o avano nos estudos e

    discursos crticos em Educao, a limitao da Orientao Vocacional

    estatstica foi ficando mais evidente e o processo de Orientao Vocacional foi

    ficando mais incrementado com elementos de autopercepo, relaxamento,

    investigao familiar, dinmicas de grupo e outras vivncias.

    Um dos primeiros a propor uma estratgia diferente em Orientao

    Vocacional foi BOHOSLAVSKY (1987). Ele descreve as duas estratgias e as

    diferencia, propondo a metodologia para uma Orientao Vocacional clnica

    adequada.

    Entretanto outras experincias vm sendo realizadas desde ento, e

    vrios autores j relatam essas novas metodologias, o que discutiremos mais

    abaixo. Mas vejamos aqui as principais caractersticas da Orientao

    Vocacional Clnica (ibid.):

    No so mais os testes psicolgicos o principal instrumento, mas sim a

    entrevista. A entrevista o principal recurso para adquirir dados que sero

    importantes na Orientao. Recolhe-se onde esto as dvidas, as ansiedades,

    at onde j se tem alguma informao, as caractersticas de formao e os

    traos personalgicos to importantes na Orientao Vocacional de estratgia

    clnica que ir atuar tambm na estrutura psicolgica do sujeito. Agora um

    sujeito e no mais um indivduo, porque o sujeito tem conscincia de si e o

    protagonista enquanto o indivduo um elemento dentro de um grupo, passivo

    diante de procedimentos e anlises (FIGUEIREDO, 1995).

    O psiclogo agora mais diretivo, ele orienta conforme as

    circunstncias. O jovem precisa assumir a situao em que est envolvido: de

  • 22

    escolhas, de mudanas, de buscas, de crescimento. Ele precisa se

    responsabilizar por isso. E justamente por causa dessa concluso pessoal e

    responsvel, mostra-se necessria a interveno com aspectos mais clnicos,

    controlando angstia, ansiedade, proporcionado amadurecimento pessoal,

    dando suporte psicolgico. Este modelo tem alguma similaridade com as

    tcnicas teraputicas no diretivas de Rogers, nos EUA, da Psicanlise

    Inglesa, da forma como utilizada na Argentina e da Psicologia do Ego

    (BOHOSLAVSKY, 1987).

    A estratgia : mudar de quantas preferncias tem, verificadas pelos

    instrumentos, para quem esse orientando, valorizando sua subjetividade; o

    que escolhe, pois suas escolhas podem estar motivadas por desejo de fama,

    por dinheiro apenas, por satisfao da vaidade, buscas religiosas e mutas

    outras coisas, no necessariamente comprometidas com a profisso e com

    seu bem-estar como profissional; e como escolhe, a escolha interna pode

    estar desvinculada da forma de realizar isso, buscando caminhos que no se

    relacionam com os objetivos pessoais.

    Segundo a estratgia clnica de Orientao Vocacional, as carreiras

    profissionais requerem potencialidades que no so especficas, variam

    conforme o contexto, o local e a poca; no so entidades fixas. Por isso

    mesmo, a vocao no pode ser definida a priori, nem medida por algum

    instrumento. E esta concepo de Orientao j admite que a realidade

    sociocultural se modifica constantemente: surgem novas carreiras, criam-se

    novas especializaes, aparecem e extinguem-se novos campos de trabalho.

    Concluso: O cliente deve ter o papel ativo em sua orientao, ele

    precisa perceber que o papel do psiclogo o de informar, e aqui ns

    acrescentaramos: o papel do orientador educacional envolvido com Orientao

    Profissional. A ansiedade no deve ser amenizada, mas resolvida, isso

    caracteriza bem o aspecto clnico do processo, assim sendo, o orientando,

  • 23

    geralmente adolescente, deve elaborar os conflitos que deram origem a sua

    ansiedade e a sua angstia.

    O futuro implica em desempenhos adultos e se trata,

    novamente, de um futuro personificado. No h nenhum

    adolescente que queira ser engenheiro em geral ou

    lanterninha de cinema em geral (...) nunca somente

    queria ser engenheiro, mas quero ser como suponho

    que seja Fulano de tal, que engenheiro e tem tais

    poderes, que quisera fossem meus. (ibid., p. 53).

    O diagnstico aqui diferenciado do diagnstico clnico nosogrfico,

    mas no deixa de ser um diagnstico como o prprio BOHOSLAVSKY (id.)

    reconhece. Continuando o pensamento do autor:

    A identidade ocupacional se desenvolve como um

    aspecto da identidade pessoal (...). Por isso, a identidade

    ocupacional, assim com a identidade pessoal, devem ser

    entendidos como a contnua interao entre fatores

    internos e externos pessoa. (ibid, p. 56).

    O autor ainda diz que os testes tm seu valor, mas se eles forem

    subordinados aos fins do psiclogo, e explica que no existem testes de

    Orientao Vocacional, mas testes de personalidade, colhem-se dados

    especficos teis orientao que interessam ao psiclogo e no ao sujeito.

    Mas apesar desse aspecto clnico o autor tambm valorizou a

    informao profissional considerando que ela deve ser dada em alguma fase

    do processo.

    A estratgia clnica desvinculando a Orientao Vocacional e/ou a

    Orientao Profissional dos testes traz uma situao que merece bastante

  • 24

    ateno: a Orientao Vocacional no era exercida exclusivamente por

    psiclogos, uma vez que, vrias leis em Educao exigiriam ou propuseram,

    em vrios momentos, nas dcadas do meado do sculo XX, a Orientao

    Profissional dada na escola, e muitas vezes, sendo a principal atribuio da

    Orientao Educacional (GRINSPUN, 2011).

    Tendo isso em vista, destacamos que a regulamentao da profisso

    de psiclogo em 1962 tornou exclusivo o uso de testes para esse profissional,

    embora a LDB de 1961 institusse o orientador educacional nas escolas de

    Ensino Mdio no tcnicas, usando este instrumento; acrescido a isso,

    precisamos destacar tambm que profissionais de vrias formaes diferentes

    exerciam essa funo.

    A Orientao Vocacional de estratgia clnica desvinculando sua

    atividade do uso de testes como seu instrumento principal, mantm a atividade

    ao alcance dos pedagogos e dos professores com especializao em

    Orientao Educacional, apesar de tornar-se uma atividade com um olhar mais

    clnico, portanto mais psicolgico.

    Essa confuso amenizada pela quantidade imensa de propostas de

    atividades em Orientao Profissional (ou Vocacional) oferecidas por muitos

    profissionais de Educao, conforme suas prticas, experincias viso de

    mundo, ainda chamadas tecnicamente de Orientao Vocacional Clnica.

    Alguns autores j classificam essas novas prticas como sendo outras

    linhas diferentes de trabalho. J consideram Orientao Vocacional de

    estratgias psicodinmica, scio-histrica, (VASCONCELOS & OLIVEIRA,

    2004); estratgias das necessidades, do Eu, do desenvolvimento, do trao

    fator, de teorias no psicolgicas, e outras (GIACAGLIA, 2003).

    Essa imensido de prticas que garantiu o espao da Orientao para

    educadores no psiclogos tambm abriu espao para algumas curiosidades,

  • 25

    informalidades, ao lado de tanto rigor cientfico com resultados questionveis:

    podemos encontrar na bibliografia desde o Projeto das Profisses sem Nome

    (VASCONCELOS & OLIVEIRA, 2004) at a Tcnica dos Bonbons, com o

    comentrio a tcnica dos bombons uma delcia. (LEVENFUS & SOARES,

    2010).

    Enquanto isso VASCONCELOS & OLIVEIRA (2004) denunciam que

    ainda sobram vagas nas Universidades por causa da grande evaso de alunos

    que fizeram uma m escolha, excluindo assim os prprios jovens da classe

    mdia que ficaram de fora por conta dos alunos que seguraram as vagas para

    depois evadir.

  • 26

    CAPTULO IV

    ORIENTAO PROFISSIONAL E DE VIDA ESCOLAR

    Este plano de atividades derivado de um projeto chamado PROJETO

    PROFISSO ESCOLA XXI: Orientao Profissional e de Vida Escolar,

    construdo ao trmino de minha Graduao em Psicologia e Licenciatura para

    ser apresentado a empresas em busca de financiamento para desenvolv-lo

    com o grande pblico, preferencialmente carente, com quatro encontros por

    semana em duas semanas, totalizando oito encontros.

    Apesar do interesse de algumas empresas, o patrocnio no se

    concretizou. O projeto chegou a ser desenvolvido individualmente, revelando-

    se um pouco cansativo para ser feito com apenas um cliente, pois fornece uma

    grande quantidade de informao; a interao do grupo fundamental.

    O mesmo plano pode ser desenvolvido dentro da escola, com as

    turmas, seguindo os mesmos tpicos. E aqui a atividade j definida como

    Orientao Profissional mesmo, uma vez que vocao um termo

    inadequado como discorrido no Captulo I, e que Orientao Vocacional se

    prope a orientar o que o aluno/cliente tem de vocao, alm do mais os

    caminhos do que j foi estipulado como Orientao Vocacional j esto

    traados nas estratgias estatstica e clnica. Este projeto no visa

    diagnosticar, nem ser teraputico, mas sim ser bastante prtico, dando as

    informaes necessrias, se propor como um roteiro de informaes que esto

    constantemente em mudana.

    O pblico alvo so os alunos de penltimo e ltimo ano do Ensino

    Fundamental e do Ensino Mdio. Os alunos do penltimo ano so o principal

    alvo porque existe a possibilidade de se cursar o ltimo ano paralelamente ao

  • 27

    curso preparatrio, e se o orientando j est no ltimo ano, j no possui mais

    essa opo.

    No entanto para a escola o trabalho pode ser feito desde as sries

    anteriores com tpicos especficos para cada srie, com atividades mais

    dinmicas adequadas a cada grupo, sem prejuzo deste projeto no penltimo e

    no ltimo ano, o que ser discutido ao final do captulo.

    O objetivo levar informaes para otimizar as condies de escolha

    dos jovens; esclarecer que essas informaes mudam cada vez mais rpido e

    que no existem certo e errado; e abrir um espao de troca, uma vez que

    atualmente no mais possvel ter o controle de todas as novas informaes

    que chegam e dos conhecimentos que deixam de ser realidade, tornando-se

    obsoletos. Ou seja, esse contedo no pode ser cristalizado num livro.

    A estrutura de oito encontros de uma hora e meia, com grupos de at

    20 alunos, tendo como procedimento metodolgico a exposio dialogada, o

    debate e a dinmica de grupo. Os recursos utilizados sero quadro branco (ou

    qualquer lousa), recortes de jornal, fluxogramas de cursos universitrios, pasta

    de livre acesso com textos e recortes opcionais. O campo de ao ser uma

    sala, diferente da sala de aula normal, onde os jovens possam ficar mais

    vontade, at mesmo sentados no cho, em colchonetes ou almofadas.

    4.1 1 Encontro

    4.1. 1 Objetivos

    Esta unidade pretende apresentar ao aluno os objetivos desse trabalho

    de Orientao de oito encontros: princpios bsicos para escolher uma

    profisso; vantagens e desvantagens de um curso profissionalizante ou de um

    curso tcnico no Ensino Mdio, assim como demonstrar outras carreiras.

  • 28

    Nesta unidade deve ser exposto que a Orientao feita no penltimo

    ano d a possibilidade a quem desejar e puder fazer um curso preparatrio

    concomitante com o ltimo ano de sua escolaridade. Deve-se esclarecer que a

    escolha no pode estar voltada para o dinheiro que se pode ganhar com

    aquela carreira, ou o status, ou porque a moda do momento. Tambm

    necessrio expor que importantssimo analisar as possibilidades pessoais

    como as fsicas, financeiras, preparo escolar e horrio disponvel, para se fazer

    a escolha.

    4.1. 2 Dinmica O Que Eu Quero Ser

    Esta unidade tem o objetivo de servir de mediador para sabermos em

    que nvel est a informao dos orientandos sobre as carreiras, mercado de

    trabalho e de si mesmos. Alm disso a dinmica pretende integrar o grupo e

    criar um clima de participao.

    Cada orientando ser solicitado, num ritmo animado, e no de

    entrevista, a responder algumas perguntas como se fosse um jogo. As

    perguntas tm a seguinte sequncia: 1) Voc j tem em mente qual profisso

    talvez voc escolha? 2) Se voc j pensa nessa possibilidade, o que voc

    espera dessa profisso? (Se no tem nenhuma ideia, timo.) 3) Voc sabe o

    que realmente esse profissional executa e o que ele estuda? 4) Sua famlia

    apoia, ou ir pr barreiras a essa escolha? Voc acredita que essa profisso

    que lhe garantir emprego?

    Depois perguntar abertamente a todos: 1) verdade que quem sabe

    passa em qualquer concurso que escolheu? Por exemplo: Colgio Naval,

    basta querer essa carreira e estudar que consegue a vaga? 2) Vocs sabem

    que carreiras escolhidas sem se preocupar com a aprovao da famlia,

    preparo intelectual, condies financeiras e fsicas, j levaram estudantes ao

    suicdio?

  • 29

    Ao sair dessa dinmica, j estamos com todos os valores mostra,

    assim como seus interesses; e o espao de discusso estar declarado.

    4.1. 3 Contedos

    Nesta unidade devem-se apresentar todas as unidades que sero

    vistas, com o intuito de prender o interesse dos orientandos e de traar o

    caminho seguido.

    4.1. 4 Dinmica O Que Precisa Ter Para Ser

    Esta unidade objetiva mostrar que existem outras profisses alm das

    carreiras acadmicas e tcnicas; informar sobre quais os pr-requisitos e o que

    buscar para se profissionalizar em tais carreiras; e relativizar a questo do

    sucesso em carreiras de elite e carreiras autnomas ou no, com menor

    exigncia de escolaridade.

    Deve-se perguntar o que precisa ter pr-requisitos de estudo, em

    primeiro lugar, de estrutura financeira, tempo de dedicao, estrutura fsica, de

    habilidades, localizao geogrfica, idade, sexo para ser os profissionais que

    so citados. As perguntas so feitas para o grupo.

    Os profissionais citados so: coveiro, executivo, oficial das Foras

    Armadas, orientador educacional, ator, presidente de uma empresa, cientista,

    tcnico do Tesouro Nacional, delegado, poltico, pastor, diretor de hospital,

    profissional de recursos humanos, apresentador de telejornal, astrlogo

    (diferente de astrnomo), ator de novela, comprador de uma empresa, auxiliar

    de produo (numa fbrica, num teatro), orientador vocacional, auxiliar tcnico

    administrativo, professor, cmera (cinegrafista), promotor pblico, enfermeiro

    (auxiliar, tcnico e bacharel), lixeiro, carteiro, bombeiro, tcnico de TV, rdio ou

    refrigerao.

  • 30

    4.2 2 Encontro

    4.2. 1 Discusso Sobre Qualidade de Ensino no Pas

    Dentro do alcance de entendimento do grupo, visando tambm que no

    estamos formando educadores, nesta unidade mostraremos como a qualidade

    de ensino vem diminuindo nas ltimas dcadas, qual interesse poltico nisso e

    moastraremos as consequncias disso com exemplos simples da falha da

    escolarizao no exerccio do pensamento.

    Exemplo: com uma Matemtica elementar deve-se entender que

    algum que completa 15 anos de idade comea a viver o 16 ano de vida e no

    o 15, uma vez que os 15 anos j esto completos, portanto vividos. Tambm

    que fazer cpia da pgina 30 45 fazer 16 cpias e no 15, pois a pgina 30

    aqui tambm conta, inclusive; mas se temos 30 pginas e pretendemos

    escrever at a 45, a sim precisamos escrever mais 15; os 30 j temos, so

    exclusive.

    Outro exemplo: A noo de conjunto das sries iniciais, negligenciada,

    leva as pessoas a no entenderem que o bairro ou distrito faz parte da cidade

    ou municpio, e que este faz parte do estado. E esta confuso aumenta quando

    temos cidade e estado com o mesmo nome, como Rio de Janeiro ou So

    Paulo, e cidade e pas como Mxico.

    4.2. 2 Qualidade das Escolas Pblicas e Particulares

    O aluno que vem seguindo sua escolaridade dentro de um sistema de

    ensino, muitas vezes no atenta para a diferena de formao, muito menos

    conhece as excees: escolas pblicas de referncia, disputadssimas em seus

    concursos; escolas particulares de bairro com ensino que deixa a desejar.

  • 31

    Nesta unidade tambm deve-se dar noes sobre estrutura de ensino,

    como era antes, Cientfico, Clssico, Normal, Tcnico e Militar; passando para

    2 Grau de Formao Geral e 2 Grau Tcnico, s com matrias tcnicas sem

    as matrias gerais; chegando estrutura atual com o Ensino Tcnico exigindo

    o Ensino Mdio parte.

    Ser mostrado tambm que o currculo na escola pblica mais amplo,

    mas muitas vezes o processo proporciona contedos, objetivos e avaliaes

    mais superficiais; e que a escola particular tem um currculo mais simplista,

    mas carrega no contedo visando o sucesso nos concursos de admisso,

    como o vestibular e preparando para os cargos mais elevados; e ser mostrada

    tambm a famosa inverso: quem veio de escola pblica entra no mercado de

    trabalho e depois com seu salrio paga a faculdade particular, enquanto quem

    vem de escola particular (as boas) entra direto para as Universidades pblicas

    que ainda so referncia.

    Mostrar-se- tambm que as Universidades pblicas, alm de ser

    centro de pesquisa e de investimento do Governo, so espaos que

    proporcionam uma grande quantidade de oportunidades de eventos culturais,

    cientficos, polticos, sociais, oferecendo uma formao, uma vivncia, muito

    mais completa que uma Graduao particular, que se limita a uma sala de aula.

    Deve-se mostrar tambm como o contexto social uma grande

    influncia uma grande influncia no currculo oculto ou bagagem cultural,

    usando como exemplo que no incio do sculo XX, a maioria das mulheres no

    estudava, mas como o meio social de educao refinada, com o Portugus

    bem falado, com atitudes polidas, assim elas eram tambm; j no incio do

    sculo XXI, mesmo as pessoas com alto nvel de escolaridade, muitas vezes,

    tm pssima redao oral e escrita e atitude grosseiras, porque esse o senso

    comum divulgado e reafirmado pela globalizao das mdias.

    4.2. 3 Grau de Escolaridade X Emprego e Salrio

  • 32

    Esta unidade visa relativizar alguns valores que so divulgados

    principalmente pelas geraes mais velhas e que no so necessariamente

    verdade. Deve-se questionar se quanto maior a escolaridade, maior o salrio;

    mostrar que s vezes o bom emprego e bom salrio dependem do nvel social

    inicial que j facilita o processo, aumentando a necessidade de esforo de

    quem vem de classes sociais mais baixas.

    Ser mostrado tambm que os salrios, no mesmo cargo, variam de

    empresa para empresa; e que o estudo de hoje no garante o emprego de

    amanh, porm um forte aliado para esse sucesso; e que negcios informais,

    ou autnomos, geralmente, garantem maior renda. Ser discutido tambm que

    salrios de jogadores de futebol, artistas, polticos e empresrios dependem de

    muitos fatores, e que os salrios elevadssimos so escassas excees.

    Nesta unidade aproveitaremos tambm para apresentar as profisses

    as profisses que esto em extino, geralmente, por causa do avano

    tecnolgico, s vezes, por mudanas sociais: sapateiro, alfaiate, costureira

    domstica, lavadeira, chaveiro, carimbeiro, engraxate, carpinteiro, estofador,

    leiteiro, consertador de guarda-chuva, de panela de presso, trocador de

    nibus, datilgrafo, telegrafista.

    Aqui tambm o espao para falar sobre agncias de emprego,

    construo de currculo e cuidado com anncios de jornal, ou de internet,

    enganosos. Podem-se levar recortes de anncios para demonstrar e/ou fazer

    dinmicas.

    4.2. 4 CTPS - Vantagens e Desvantagens

    Esta unidade comear com brevssimo histrico da Carteira de

    Trabalho, que foi criada pelo Presidente Getlio Vargas para garantir direitos

    trabalhistas, amenizando a cultura escravista que ainda dominava a sociedade

  • 33

    da poca. A partir de ento, ser explicado como cada benefcio: salrio

    mnimo, estabilidade profissional, INSS (aposentadoria e servio de sade),

    FGTS, frias acrescidas de um tero de salrio, folga remunerada (domingo),

    salubridade, salrio famlia, PIS, aviso prvio.

    Aqui se deve discutir tambm: segurana no trabalho (estabilidade),

    respeito ao profissional e caractersticas das atividades autnomas. Deve-se

    comparar a colocao em empresa particular com servio pblico estatutrio e

    celetista.

    4.3 3 Encontro

    4.3. 1 Curso Livre, Tcnico e Universitrio

    Nesta unidade ser feita uma exposio dos nveis dos cursos e

    profisses: Ensino Fundamental, Mdio e Superior; cursos livres que no do

    habilitao profissional, cursos tcnicos de Nvel Mdio e cursos de Graduao

    no Ensino Superior que do habilitao profissional.

    Sero citadas as matrias da formao geral do Ensino Mdio e

    algumas matrias de curso tcnico como comparao; pode-se fazer uma

    tabela na lousa.

    Devero ser citadas profisses como Enfermagem, que possui

    habilitaes nos trs nveis (auxiliar, tcnico, enfermeiro); Qumica, nos dois

    nveis de habilitao (tcnico e qumico); e Medicina, que s habilita em Nvel

    Superior.

    Mostrar-se- tambm que, com a separao da formao tcnica do

    Ensino Mdio, aumentou consideravelmente a quantidade de cursos

    profissionalizantes que se dizem tcnicos, pois basta concluir o curso e fazer o

  • 34

    Ensino Mdio paralelamente, ou j ter feito antes; deve-se atentar para

    habilitao, regulamentao e outras caractersticas de uma profisso oficial.

    4.3. 2 Extenso do Ensino Mdio

    Nesta unidade sero evidenciados os cursos que se fazem aps o

    Ensino Mdio, em um ano, lembrando que eles fornecem ttulo de Ensino

    Mdio Tcnico e que comum chamarem de Ps-Mdio, o que inadequado,

    pois este no um ttulo acima do Ensino Mdio; o ttulo acima seria o de

    Ensino Superior Graduao.

    Podero ser usados como exemplo o Curso Tcnico de Teatro na

    Escola Estadual Martins Pena, no Rio de Janeiro, que j funcionava com esta

    estrutura desde o tempo em que o Tcnico garantia diploma de 2 Grau: o

    aluno deveria estar cursando o 2 ano do 2 Grau ou Tcnico em outro lugar

    para cursar Teatro naquela escola e receber o diploma de Tcnico em Teatro,

    Ator e os cursos do SENAI, que sempre profissionalizaram exigindo a

    formao mdia em outra escola.

    4.3. 3 Escolha da Profisso na Faculdade ou Ensino Mdio

    Nesta unidade sero discutidos o objeto de estudo, a forma de trabalho

    e as condies exigidas para que se exera cada profisso. O objetivo

    desconstruir o esteretipo cristalizado, a mscara, de cada profisso e fazer

    com que o orientando entre na realidade da profisso e fazer com que o

    orientando entre na realidade da profisso em vez de se guiar pela imagem

    social distante que as profisses possuem. Da mesma forma, desconstruir a

    relao de tais profisses com status, dinheiro, preferncia pessoal, realizao

    dos pais, e assim por diante.

    Dever ser questionado se o que d mais dinheiro e status que

    realmente se gosta e se tem condies de executar. Questionar tambm o

  • 35

    objeto de algumas profisses (sugeridas pelos alunos) comparando com o

    esteretipo, procurando analisar o que se estuda e como se trabalha em cada

    profisso.

    Podero ser usados como exemplo: a Medicina, que tem um estudo

    prtico intenso manipulando cadveres, e ainda exige uma capacidade imensa

    de memorizao para os nomes constantes na Anatomia, na Nosografia e na

    Farmacologia a Educao Fsica, que exige um estudo muito extenso de

    disciplinas mdicas com todas as caractersticas acima, no s o preparo para

    esportes a Informtica, que exige muito estudo da Matemtica e da Fsica

    no s a manipulao de computadores.

    Aqui tambm ser exposta a pirmide de profisses, mostrando que

    quanto mais sofisticada, ou de escolaridade mais alta, menor a quantidade de

    profissionais necessrios. Ser explanada tambm a situao de trabalhar e

    estudar noite, comparando valores dos salrios na atualidade, para cargos

    que exigem Ensino Mdio, com as mensalidades das Faculdades.

    Ser mostrada tambm a durao mdia dos Cursos Tcnicos e das

    Graduaes, mostrando que h alguns anos tambm so disponibilizadas

    Graduaes Curtas ou Tecnolgicas; e ainda que alguns cursos so matutinos,

    vespertino, diurnos, noturnos e integrais.

    4.4 4 Encontro

    4.4. 1 Bacharelado, Licenciatura, Especializao e Ps-Graduaes

    O objetivo dessa unidade esclarecer sobre as modalidades e ttulos

    na Graduao acadmica e a importncia de cada modalidade nas diferentes

    carreiras. A unidade visa tambm demonstrar os nveis acima da Graduao:

    Especializao, Mestrado, Doutorado e Ps-Doutorado.

  • 36

    Dessa forma, ser esclarecido que o bacharel trabalha diretamente na

    profisso em uma empresa, laboratrio, hospital, escola e outros; que o

    licenciado est habilitado apenas para dar aula no Ensino Fundamental e

    Mdio; que a Licenciatura acrescenta algumas matrias pedaggicas ao

    Bacharelado, mas se cursada sozinha, exigir boa parte das disciplinas do

    Bacharelado, pois o professor precisar ter formao n cincia da qual dar

    aula; e que a Especializao j um nvel acima, de Ps-Graduao.

    Ser exposto que algumas carreiras so mais promissoras no

    Bacharelado ou s possuem essa opo, como: Direito, Servio Social,

    Psicologia, Administrao, Enfermagem, Medicina. Outras carreiras oferecem

    mais oportunidades no campo de trabalho na modalidade Licenciatura, como:

    Matemtica, Histria, Geografia, Letras. Algumas so ambivalentes: Qumica,

    Engenharia.

    Dever ser demonstrado que algumas carreiras exigem a escolha de

    uma das habilitaes disponveis, como a Engenharia, que na mesma

    Graduao pode diplomar um eletrnico, ou eletricista, ou civil, ou outros; e

    como j foi a Pedagogia, que diplomava o administrador escolar, ou orientador

    educacional, ou supervisor escolar, ou outros.

    H algumas especificidades em algumas carreiras: o bacharel em

    Psicologia no o Psiclogo, este possui uma habilitao a mais; o bacharel

    em Direito no advogado, este s o depois que aprovado para a Ordem

    dos Advogados do Brasil.

    Ser dada uma viso muito simples das Ps-Graduaes: Lato sensu,

    Especializao; Stricto sensu, Mestrado; Stricto Sensu PhD, Doutorado e Ps-

    Doutorado.

    4.4. 2 Tipos de Estgio

  • 37

    Esta unidade objetiva mostrar ao orientando a exigncia, nos cursos

    tcnicos, de uma carga horria de estgio, que contar como carga horria

    obrigatria para a formatura, que poder ser realizada mesmo aps o trmino

    do curso, mas como condio para o recebimento do diploma. J nos estgios

    de nvel universitrio esse estgio curricular, devendo ser executado

    obrigatoriamente durante o curso, como matria, podendo ser interno, com ou

    sem bolsa de pesquisa, ou externo em empresas, escolas, hospitais.

    Neste momento tambm ser evidenciado que, em algumas carreiras,

    o estgio pode ser at sem remunerao, mas imprescindvel para o

    cumprimento da carga horria e aquisio da habilitao profissional.

    4.4. 3 Breve Histria das Cincias

    O objetivo desta unidade to somente dar uma viso geral superficial

    da evoluo das cincias e das profisses, demonstrando que, na Antiguidade

    todo o conhecimento era do domnio da Filosofia; j na Idade Moderna

    comearam a se desenvolver as Cincias Naturais; mais tarde, cada cincia foi

    se destacando das Cincias Naturais e, alm disso, surgiram tambm as

    Cincias Humanas; as Artes tambm foram se sistematizando como as

    Cincias, no sentido de organizao de curso e formao.

    No sculo XX houve cada vez mais especializao de disciplinas

    dentro das cincias, criando a necessidade, a partir do final do sculo XX, de

    trabalhos multidisciplinares e conhecimentos interdisciplinares por causa da

    microteorizao do objeto de estudo.

    4.5 5 Encontro

    O objetivo do quinto ao stimo encontro de fazer uma exposio das

    reas do conhecimento: Exatas, Biolgicas, Humanas, Agrcolas, Artes,

    Religio e Militar. Sero mostradas as carreiras que se subdividem dentro

  • 38

    dessas grandes reas, buscando-se falar um pouco sobre essas profisses.

    Uma boa base sobre profisses pode ser buscada na publicao Guia do

    Estudante, atualmente tambm encontrada em stio de internet (disponvel em

    ).

    Deve-se lembrar que algumas dessas cincias/carreiras no tm uma

    classificao muito fechada dentro desta ou aquela rea do conhecimento, o

    que dever ser mencionado no momento da exposio, e que neste projeto

    podem estar classificadas dentro de uma rea apenas por convenincia,

    podendo o orientador reclassific-las, ou mant-las em duas reas diferentes, a

    exemplo da Psicologia e da Geologia.

    4.5. 1 Cincias Exatas

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes cincias/carreiras: Matemtica, Fsica, Estatstica, Qumica, Qumica

    Industrial, Engenharia Qumica, Engenharia (Civil, Eletrnica, Eltrica,

    Mecnica, de Telecomunicaes, de Produo, Sanitria), Engenharia da

    Computao, Cincia da Computao, Informtica, Tecnlogo de

    Processamento de Dados, Astronomia, Meteorologia, Cincias Atuariais,

    Desenho Industrial, Arquitetura, Geologia.

    4.5. 2 Cincias Biolgicas

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes cincias/carreiras: Biologia, Biologia Marinha, Ecologia, Bioqumica e

    Farmcia, Medicina, Fisioterapia, Medicina, Fisioterapia, Enfermagem,

    Odontologia, Nutrio, Educao Fsica, Medicina Veterinria, Biomedicina.

    4.6 6 Encontro

  • 39

    4.6. 1 Cincias Humanas

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes cincias/carreiras: Filosofia, Direito, Administrao de Empresas,

    Cincias Contbeis, Economia, Cincias Sociais, Sociologia, Servio Social,

    Psicologia, Terapia Ocupacional, Comunicao Social (Jornalismo, Marketing,

    Publicidade, Relaes Pblicas), Histria, Geografia, Turismo, Arqueologia,

    Museologia, Biblioteconomia, Oceanografia, Letras (Lnguas, Literatura),

    Pedagogia, Licenciaturas.

    4.6. 2 Cincias Agrcolas

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes cincias/carreiras: Agronomia, Engenharia Agrnoma, Engenharia

    Florestal, Zootecnia.

    4.7 7 Encontro

    4.7. 1 Artes

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes artes/carreiras: Artes Plsticas (Pintura, Escultura), Artes Cnicas

    (Ator, Crtico, Equipe Tcnica), Cinema, Msica (Instrumento, Canto, Teoria),

    Dana (Bal Clssico, Bal Moderno, Dana Contempornea, Dana de

    Salo), Desenho.

    4.7. 2 Carreiras Religiosas

  • 40

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes carreiras religiosas: Teologia (Bacharel, Tcnico e Bsico), Msica

    Sacra, Licenciatura em Educao Religiosa.

    4.7. 3 Carreiras Militares

    Ser realizada breve exposio e/ou discusso do que estuda, onde

    estuda, tempo de durao do curso, horrio e o que faz o profissional das

    seguintes carreiras: Marinha (Colgio Naval, Escola Naval), Exrcito (Escola

    Preparatria de Cadetes do Exrcito, Instituto Militar de Engenharia),

    Aeronutica (Escola Preparatria de Cadetes do Ar, Instituto Tecnolgico de

    Aeronutica, Academia da Fora Area), Polcia Militar (Soldado, exigido

    Ensino Mdio; Oficial, exigido Ensino Mdio/Vestibular), Corpo de Bombeiros

    (Soldado, Oficial).

    Aqui poder ser entregue um questionrio, a gosto do orientador, para

    os alunos levarem para casa e levarem preenchido no prximo encontro, como

    avaliao. Tambm poder ser solicitada uma redao. Sugesto: Como fazer

    minha opo profissional no atual mercado de trabalho.

    4.8 8 Encontro

    4.8. 1 Vestibular e Concursos

    O objetivo desta unidade dar orientao geral e conforto sobre

    concursos: desmitificar o que cai na prova; comentar sobre provas

    aparentemente absurdas; deixar claro que o objetivo da prova de concurso no

    avaliar conhecimento, mas classificar e eliminar; orientar quando e onde

    procurar informaes sobre concursos, frisando a antecedncia nos prazos;

    informar sobre taxas de inscrio e iseno de taxas; orientar sobre roupas,

    pontualidade e postura no local de provas.

  • 41

    objetivo tambm desta unidade orientar sobre fida acadmica:

    mostrar fluxograma de algumas graduaes; ensinar como se monta grade de

    horrio; esclarecer sobre uso de livros, sistema de fotocpias, pasta de

    professor, a utilidade do fichrio e folhas soltas em detrimento do caderno;

    apresentar a existncia da monografia, dissertao e tese.

    4.8. 2 Avaliao Grupal do Trabalho

    Esta ltima unidade o momento de debater sobre o trabalho dos oito

    encontros, tirar dvidas, apresentar as dificuldades e apontar as unidades que

    funcionaram melhor ou menos eficientemente. Tambm de receber os

    questionrios ou redaes caso tenham sido solicitadas.

    Deve estar claro que ao orientar grupos de alunos de Ensino

    Fundamental, deve-se dar mais nfase nas unidades voltadas a Ensino Mdio

    e Tcnico, tendo um discurso mais superficial nas unidades voltadas vida

    universitria, mas no as ignorando, pois um dos objetivos principais deste

    projeto dar uma viso geral, porm clara, do percurso da vida profissional e da

    vida escolar/acadmica.

    4.9 Trabalho com as Outras Sries

    Para fazer um trabalho continuado desde o incio do segundo

    segmento do Ensino Fundamental, sugere-se que n 6 ano, haja trs a quatro

    encontros, um por bimestre, com vdeos e dinmicas, trabalhando as

    profisses artesanais, as no acadmicas e as em extino. Algumas dessas

    profisses podem ser vistas nos tpicos 4.1.4 e 4.2.3.

    Para dar continuidade no 7 ano, podem-se trabalhar os cursos livres e

    tcnicos, direitos trabalhistas, comportamento tico no trabalho e a

    necessidade da escolaridade nos dias atuais, usando a mesma metodologia do

  • 42

    ano anterior. Repare que aqui no se conserva a metodologia do projeto de

    Orientao Profissional e de Vida Escolar, pois essa atividade no faz parte

    dele. Est sendo pensada apenas a possibilidade de se fazer um trabalho mais

    amplo na escola, caso necessitado. Mas os objetivos so os mesmos.

    No 8 ano, j se aplica o projeto na ntegra como anunciado no incio

    deste captulo, assim como no 9 ano.

  • 43

    CONCLUSO

    Diante do analisado, verificamos que no podemos tratar vocao

    como um rgo ou um taxa de fluidos orgnicos, que permitem medida por

    instrumentos e normalizao. No descartando totalmente as aptides inatas,

    que iro encontrar explicaes por outros meios, at fora da Cincia oficial, e

    considerando essas tendncias, assim como aquelas construdas ou

    desenvolvidas, conclumos que precisamos lidar com a escolha profissional por

    outro vis.

    Entendido isso, evidenciamos que a Orientao Vocacional Estatstica

    no d conta dessa demanda, uma vez que esta est embasada na verificao

    instrumental de medidas. No poderia ser diferente, porque a Orientao

    Vocacional surgiu para medir capacidades para selecionar pessoas mais

    adequadas para o trabalho na indstria ou o servio no Exrcito, e no para, de

    fato, orientar as pessoas, sobretudo jovens, em um projeto de vida.

    Mais tarde, houve a preocupao com a escolha escolar e profissional,

    mas ainda contaminada com as medidas e a normalizao, devido ao clima

    cientfico da poca: a sociedade clamava por recursos e prticas que

    conservassem a moral e os bons costumes pr-estabelecidos; e as Cincias

    Humanas, incluindo a Psicologia, batalhavam para se manter como cincia,

    necessitando de nmeros e medidas ao modo do Positivismo.

    A viso crtica de muitos profissionais levou a um rompimento com

    esse modelo em poca de mudanas na sociedade, trazendo uma

    preocupao com a orientao do jovem em sua vida. O foco nessa

    preocupao foi de tal ordem, que levou a orientao a nveis clnicos e

    teraputicos. A autodescoberta, o cuidado com a ansiedade, o clima de

    tratamento de algo que est incompleto, fez da Orientao uma terapia breve

    de sesses limitadas, a qual foi chamada de Orientao Vocacional Clnica.

  • 44

    Conclumos aqui que ficou faltando o elemento principal: a informao, apoiada

    numa orientao passo a passo.

    Surgiram, dcadas depois, vrias propostas de Orientao Vocacional

    Clnica com objetivo de verificar essa falha. Poderamos tambm ver em cada

    uma delas algumas falhas, como tambm uma grande contribuio,

    valorizando o processo de busca de informao, de escolha e de construo de

    projeto de vida slido, porm no irreversvel. Com esses novos objetivos

    poderamos dizer que esses novos projetos no seriam mais Orientao

    Vocacional, mas uma terceira gerao, caracterizando uma verdadeira

    Orientao Profissional, e no orientao da vocao. Dentro desse contexto

    propomos tambm nosso projeto, j que, como dito, percebemos algumas

    falhas naqueles, apesar da grande contribuio. Temos a clareza que para

    muitos o nosso projeto tambm apresentar falhas. E com essa postura que

    apresentamos o Projeto Orientao Profissional e de Vida Escolar.

  • 45

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientao Vocacional: a estratgia clnica. 7ed.

    So Paulo: Martins Fontes, 1987 [Coleo Psicologia e Pedagogia]

    DANIEL, Eugenio. Orientao Vocacional Escolar: ao alcance de todo

    educador. Bauru, SP: Edusc, 2009

    FERREIRA, Aurlio Buarque de H. Dicionrio Prtico da Lngua Portuguesa.

    3ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993

    FIGUEIREDO, Luis Cludio. Modos de Subjetivao no Brasil e Outros

    Escritos. So Paulo: Escuta, 1995

    GIACAGLIA, Lia R. Angellini. Orientao Vocacional por Atividades: uma nova

    teoria e uma nova prtica. So Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2003

    GRINSPUN, Mrian P. Z. S. A Orientao Educacional: conflito de paradigmas

    e alternativas para a escola. So Paulo: Cortez, 2011

    LANE, Sivia; CODO, Wanderley. Psicologia Social: o homem em movimento.

    13ed. 3reimpr. So Paulo: Brasiliense, 2001

    LEVENFUS, Rosane S.; SOARES Dulce H. P. Orientao Vocacional

    Ocupacional. 2ed. So Paulo: Artmed, 2010

    OLIVEIRA, Rynaldo de. Manual de Orientao Vocacional. So Paulo: Vetor,

    1995

    PIMENTA, Selma Garrido. Orientao Vocacional e Deciso: estudo crtico da

    situao no Brasil. 4ed. So Paulo: Loyola, 2009

  • 46

    VASCONCELOS, Ceres Duarte; SILVA, L. M. C. Bellotti; PFALTZGRAFF, L. E.

    Orientao Vocacional no 1 Grau. Niteri: Imprensa Oficial do Estado do Rio

    de Janeiro/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1977 [Coleo Integrao

    do Processo Pedaggico; 3.B. Orientao Educacional]

    VASCONCELOS, Zandre B. de; OLIVEIRA, Inalda D. (org.). Orientao

    Vocacional: alguns aspectos tericos, tcnicos e prticos. 1ed. So Paulo:

    Vetor, 2004

  • 47

    WEBGRAFIA

    Guia do Estudante. Disponvel em:

    Acessado em: 17/04/2012

    Orientao Vocacional. Disponvel em:

    Acessado em:

    22/04/2012

    Orientao Vocacional. Disponvel em:

    Acessado em: 22/04/2012

  • 48

    NDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMRIO 7

    INTRODUO 8

    CAPTULO I

    VOCAO: UM CONCEITO CONSTRUDO 12

    CAPTULO II

    ORIENTAO VOCACIONAL ESTATSTICA 16

    CAPTULO III

    ORIENTAO VOCACIONAL CLNICA 21

    CAPTULO IV

    ORIENTAO PROFISSIONAL E DE VIDA ESCOLAR 26

    4.1 - 1 Encontro 27

    4.1.1 - Objetivos 27

    4.1.2 - Dinmica O Que Eu Quero Ser 28

    4.1.3 - Contedos 29

    4.1.4 - Dinmica O Que Precisa Ter Para Ser 29

    4.2 - 2 Encontro 30

    4.2.1 - Discusso Sobre Qualidade de Ensino no Pas30

    4.2.2 - Qualidade das Escolas Pblicas e Particulares 30

    4.2.3 - Grau de Escolaridade X Emprego e Salrio 31

    4.2.4 - CTPS - Vantagens e Desvantagens 32

    4.3 - 3 Encontro 33

  • 49

    4.3.1 - Curso Livre, Tcnico e Universitrio 33

    4.3.2 - Extenso do Ensino Mdio 34

    4.3.3 - Escolha da Profisso na Faculdade ou

    no Ensino Mdio 34

    4.4 - 4 Encontro 35

    4.4.1 - Bacharelado, Licenciatura, Especializao

    e Ps-Graduaes 35

    4.4.2 - Tipos de Estgio 36

    4.4.3 - Breve Histria das Cincias 37

    4.4 - 5 Encontro 37

    4.5.1 - Cincias Exatas 38

    4.5.2 - Cincias Biolgicas 38

    4.6 - 6 Encontro 38

    4.6.1 - Cincias Humanas 39

    4.6.2 - Cincias Agrcolas 39

    4.7 - 7 Encontro 39

    4.7.1 - Artes 39

    4.7.2 - Carreiras Religiosas 39

    4.7.3 - Carreiras Militares 40

    4.8 - 8 Encontro

    4.8.1 - Vestibular e Concursos 40

    4.8.2 - Avaliao Grupal do Trabalho 41

    4.9 Trabalho com as Outras Sries 41

    CONCLUSO 43

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

    WEBGRAFIA 47

    NDICE 48

    AGRADECIMENTOSSUMRIOCAPTULO I Vocao: Um Conceito Construdo12CAPTULO II Orientao Vocacional Estatstica16CAPTULO III Orientao Vocacional Clnica21

    CAPTULO IV Orientao Profissional e de Vida Escolar26CONCLUSO43BIBLIOGRAFIA CONSULTADA45WEBGRAFIA47NDICE48FOLHA DE ROSTO2AGRADECIMENTO3