14
VALÉRIA LANNA Coleção TRIBUNAIS e MPU Coordenador HENRIQUE CORREIA 3.ª edição revista, ampliada e atualizada 2016 RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA PARA OS CONCURSOS DE TÉCNICO, ANALISTA E PERITO DO INSS E TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15:36:03

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

Coleção TRIBUNAIS e MPU

Coordenador HENRIQUE CORREIA

3.ª edição

revista, ampliada e atualizada

2016

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICAPARA OS CONCURSOS DE TÉCNICO, ANALISTA E PERITO DO INSS E TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15:36:03

Page 2: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

27

Editais sistematizados – Raciocínio lógico-matemático

1. FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC) - RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO- TÉCNICO E ANALISTA

Conteúdo Detalhamento dos tópicos Capítulo

1. Raciocínio lógico-mate-mático: Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictí-cios; deduzir novas infor-mações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações.

PROPOSIÇÕES. CONECTIVOS: Conceito de proposição. Valores lógicos das proposições. Conectivos.

Introdução,Cap. 02 e 03

OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES: Negação de uma proposição. Conjugação de duas proposições. Disjunção de duas proposições. Proposição condicional. Proposição bicon-dicional.

Cap. 04

TABELAS-VERDADE DE PROPOSIÇÕES COMPOSTASConstrução de Proposições Conjuntas. Tabela-Verdade de Proposições Conjuntas.

Cap. 04

EQUIVALÊNCIA LÓGICA E IMPLICAÇÃO LÓGICA: Equivalência lógica. Propriedades da relação de equivalência lógica. Recíproca, contrária e contrapositiva de uma proposição condicional. Implicação lógica. Princípio de substituição.Propriedade da implicação lógica. Leis de Morgan.

Cap. 05, 06 e 10

2. Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos

SEQUENCIAS NUMÉRICAS, GEOMÉTRICAS, ALFABÉTICAS, CRONOLÓ-GICAS, MÉTRICAS,CIRCUITOS LÓGICOS, dentre outros problemas voltados para o raciocínio de associação e indução.

Cap. 13

3. Compreensão do processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclu-sões determinadas

TAUTOLOGIAS E CONTRADIÇÕESDefinição de tautologia. Definição de contradição.ARGUMENTOS E QUANTIFICADORESConceito de argumento. Validade de um argumento.Critério de validade de um argumento.Condicional associada a um argumento. Argumentos válidos fundamentais.RACIOCÍNIO ANALÍTICO - Encontrando o culpado por associação

Cap. 07, 08, 09 e 10

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 27 08/07/2016 15:36:04

Page 3: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

49

CAPíTULO 1

Noções de conjuntos

Conjunto é um agrupamento de elementos.

Se um elemento compõe um conjunto, dizemos que ele pertence a este conjunto, indicamos com o símbolo ∈. Por exemplo: seja A o conjunto dos múltiplos de 3, escrevemos:

� 6 ∈ A (6 pertence a A) e 8 ∉ A (8 não pertence a A).Embora os elementos de um conjunto possam ser qualquer coisa (mesmo

outros conjuntos), representamos os conjuntos por letras maiúsculas e os elementos por letras minúsculas.

REPRESENTAÇÃOPor enumeração

Conjunto dos ímpares maiores que 10 e menores que 20

� A={ 11, 13, 15, 17, 19 }

Por propriedade � A={ x / x é par 3 < x < 11 } que corresponde ao conjunto A={4, 6, 8, 10}

Por diagrama

� A={ 0, 1, 3, 4 } A . 0

. 3. 1 . 4

CONJUNTO VAZIODenomina-se CONJUNTO VAZIO o conjunto que não possui elementos. Indica-

-se por ∅ ou por { }, mas não ambos → {∅}

�O conjunto de números que são pares e ímpares aos mesmo tempo. �O conjunto de números inteiros entre 1 e 2.

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 49 08/07/2016 15:36:06

Page 4: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

50

IGUALDADE DE CONJUNTOSDois ou mais conjuntos que possuem os mesmos elementos são iguais.

SUBCONJUNTOS OU PARTES DE UM CONJUNTOSejam os conjuntos A e B, onde os elementos de B

estão contidos em A, então dizemos que B ⊂ A (B está contido em A) ou que A ⊃ B (A contém B).

O conjunto vazio está contido em qualquer conjunto.

Obs.: Número de Subconjuntos é dado por 2n, onde n é número de elementos do conjunto.

� Exemplo 01: A={1,2,3} o número de subconjuntos será 23=8 subconjuntos, ou seja, P(A)={∅, {1},{2},{3},{1,2},{1,3},{2,3},{1,2,3}}

� Exemplo 02: Um conjunto possui 512 subconjuntos, ao retirarmos 3 elementos desse conjunto, quantos subconjuntos terá o novo conjunto?

» Resolução: 512=2n, logo ao fatorarmos 512=29, ou seja, teremos n=9, menos 03 elementos sobram 06 elementos e então o novo conjunto ficará com 26=64 subconjuntos.

O assunto que vou abordar agora tem haver com o porque da operação 2n, ou seja, por que o 2 elevado a n?

A ideia é que ao agruparmos as partes de um conjunto devemos “olhar’ para cada elemento e decidir se ele vai ou não fazer parte do subconjunto, assim temos “duas” opções de escolha para cada elemento,logo como temos n elementos, teremos: 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x... n vezes, ou seja, 2n.

Mas, se as partes de um conjunto são feitas de agrupamentos, então podemos concluir que os subconjuntos de um conjunto, nada mais são que , agrupamentos aleatórios.

O que nos leva ao memorável Blaise Pascal.

TRIÂNGULO DE PASCALAgora faremos uma pausa para recordarmos de um instrumento muito útil

para explicar o porque do número de partes de um conjunto ser 2n , além de ser uma ferramenta muito útil no estudo de Análise Combinatória.

O triângulo de Pascal é de Pascal?

Qualquer pessoa que tenha um pouco de leitura e bom senso deve no mínimo estar suspeitando que o triângulo aritmético não seja uma descoberta ou invenção de Pascal. Por exemplo: a denominação desse triângulo varia

A

B

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 50 08/07/2016 15:36:06

Page 5: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

NOçõES DE CONJUNTOS

51

muito ao longo do mundo. Com efeito, se bem que os franceses o chamem de triângulo de Pascal, os chineses o chamam de triângulo de Yang Hui, os italianos o chamam de triângulo de Tartaglia e encontramos outras denomina-ções como triângulo de Tartaglia-Pascal ou simplesmente triângulo aritmético ou triângulo combinatório.

Conforme descobriu Tartaglia, cerca de cem anos antes de Pascal, o triân-gulo aritmético também é bastante útil no cálculo de probabilidades. Com efeito, é fácil vermos que os coeficientes das expansões binomiais tem um significado combinatorial e, então, probabilístico.

Para construir o triângulo, Pingala, na índia (2000 anos antes de Pascal) descreve a seguinte regra:

Desenhe um quadradinho; abaixo dele desenhe dois outros, de modo que juntem-se no ponto médio da base dele; abaixo desses dois, desenhe outros três e assim por diante. A seguir, escreva 1 no primeiro quadradinho e nos da segunda linha. Na terceira linha escreva 1 nos quadradinhos dos extremos, e no do meio escreva a soma dos números acima dele. Prossiga fazendo o mesmo nas demais linhas.Nessas linhas, a segunda dá as combinações com uma sílaba; a terceira dá as combinações com duas sílabas e assim por diante.

Os livros indianos eram escritos em folhas de palmeira o que fez com que poucos deles chegassem aos nossos dias.

Na China, 1700 anos antes de Pascal, o uso que os antigos chineses faziam do triângulo aritmético centrava-se no cálculo aproximado de raízes quadradas, cúbicas e etc. Os chineses não tinham uma álgebra literal e todo seu envol-vimento com problemas algébricos era baseado em uma notação e proce-dimentos apropriados para o emprego de varetas de cálculo (instrumento que precedeu o conhecido suan pan, o ábaco chinês). O triângulo aritmético, que denominavam sistema de tabulação para descobrir coeficientes binomiais, encaixava-se perfeitamente bem nesse esquema.

E assim por diante.

O triângulo de Pascal (alguns países, nomeadamente em Itália, é conhecido como Triângulo de Tartaglia) é um triângulo numérico infinito formado por números combinatórios.

Para Pascal nós podemos conhecer em essência e completamente as coisas

No texto O Homem perante a natureza, de Pascal, ele relata que:

Não procuremos segurança e firmeza. Nossa razão é sempre iludida pela inconstância das aparências e nada pode fixar o finito entre os dois infinitos que o cercam e dele se afastam. Creio que a concepção deste inevitável fará que o homem se conforme com o estado em que a natureza o colocou e o mantenha tranquilo. Esse termo médio que nos

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 51 08/07/2016 15:36:06

Page 6: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

52

coube por destino, situa-se sempre os dois extremos, de modo que pouco nos importa tenha o homem maior ou menor inteligência das coisas. Se a tiver as verá apenas de um pouco mais alto. Mas não se achará sempre infinitamente afastado da meta, e a duração de nossa vida não o estará também, infinitamente, afastada da eternidade, embora dure dez anos mais?

Se tivermos em mente estes infinitos, todos os finitos serão iguais; e não vejo razão para assentar a imaginação em um deles e a preferência ao outro. A simples comparação entre nós e o infinito nos acabrunha.

Se o homem procurasse conhecer a si mesmo antes de tudo, perceberia logo a que ponto é incapaz de alcançar outra coisa.

Como poderia uma parte conhecer o todo? Mas a parte pode ter, pelo menos, a ambição de conhecer as partes, as quais cabem dentro de suas próprias proporções. E como as partes do mundo têm sempre relações íntimas e intimamente se encadeiam, considero impossível compreender ma sem alcançar as outras, e sem penetrar o todo.

O homem, por exemplo, tem relações para durar, de movimento para viver, de elementos que o constituam, de alimentos e calor que o nutram, de ar para respirar; vê a luz, percebe os corpos; em suma, tudo se alia a ele próprio.

Para conhecer o homem, portanto, mistério se faz saber de onde vem que precisa de ar para subsistir; e para conhecer o ar é necessário compre-ender donde provém essa sua relação com a vida do homem, etc. A chama não subsiste sem o ar; o conhecimento de uma coisa, se liga, pois, ao conhecimento de outra. E como todas as coisas são causadoras e causadas, auxiliadoras e auxiliadas, mediatas e imediatas, e todas se acham presas por um vínculo natural e insensível que une as mais afastadas e diferentes, parece-me impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, bem como conhecer o todo sem entender particularmente as partes. (A eternidade das coisas, em si mesmas ou em Deus, deve assombrar a nossa ínfima duração. A imobilidade fixa e constante da natureza, em comparação com a transformação contínua que se verifica em nós, deve causar o mesmo efeito). E o que completa a nossa incapacidade de conhecer as coisas é o fato de serem simples em si enquanto nós somos complexos de natureza antagônicos e de gêneros diversos, alma e corpo. Pois é impossível que a parte raciocinante de nós mesmos não seja unicamente espiritual; e se pretenderem que somos tão somente corporais, mais afastarão ainda de nós o conhecimento das coisas, porquanto nada mais será inconce-bível do que a matéria conhecer-se a si própria; não podemos conceber de que maneira se conheceria. Assim, se somos simplesmente materiais nada podemos conhecer; e se somos compostos de espírito e matérias não podemos conhecer perfeitamente as coisas simples, espirituais ou corporais.

Donde a confusão generalizada entre os filósofos que misturam as ideias das coisas, falando espiritualmente das coisas corporais e corporalmente das coisas espirituais.

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 52 08/07/2016 15:36:06

Page 7: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

NOçõES DE CONJUNTOS

53

f TRIÂNGULO DE PASCAL

N=0 1

N=1 1 1

N=2 1 2 1

N=3 1 3 3 1

N=4 1 4 6 4 1

N=5 1 5 10 10 5 1

N=6 1 6 15 20 15 6 1

N=7 1 7 21 35 35 21 7 1

N=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

P=0 P=1 P=2 P=3 P=4 P=5 P=6 P=7 P=8

No exemplo 01 em que consideramos o conjunto A={1,2,3} e que o número de subconjuntos será 23=8 subconjuntos (soma das linhas) ,ou seja,

P(A)={∅,{1},{2},{3},{1,2},{1,3},{2,3},{1,2,3}}.

Veja também que se o conjunto A possui 03 elementos ele está diretamente ligado à linha 03 do triângulo e seus subconjuntos também, por exemplo:

n=3 1 3 3 1

P(A)={∅,{1},{2},{3},{1,2},{1,3},{2,3},{1,2,3}}

n=4 ... ... ... ...

n=5 ... ... ... ...

n=6 ... ... ... ...

p=0 p=1 p=2 p=3

Em P(A), acima enumerado, temos através da terceira linha (n=3) e na coluna onde p=0 , o número 1, ou seja, um subconjunto com zero elementos; na coluna onde p=1 , o número 3, ou seja, 3 subconjuntos com um elemento cada; na coluna onde p=2, o número 3, ou seja, 3 subconjuntos possuem dois elementos e na coluna onde p=3, temos o número 1, ou seja, um subconjunto com 03 elementos.

� Exemplo 03: Cor da pele humana » No caso da cor da pele humana, considerando apenas 5 fenótipos, envol-

vendo dois pares de genes N e B, que teriam a mesma função, ou seja, acrescentar uma certa quantidade de melanina à pele, se efetivos (N ou B) ou não acrescentar nada, se não efetivos (n ou b).

Se acontecer um cruzamento entre dihíbridos, quais serão as proporções fenotípicas da descendência? Usando a Genética: (quais são os gametas e os tipos possíveis de filhos gerados?)

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 53 08/07/2016 15:36:06

Page 8: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

54

NnBb x NnBb Gametas produzidos por ambos: NB, Nb, nB e nb

f GAMETAS NB Nb nB nb

NB NNBB NNBb NnBB NnBb

Nb NNBb NNbb NnBb Nnbb

nB NnBB NnBb nnBB nnBb

nb NnBb Nnbb nnBb nnbb

f FENÓTIPOS f NÚMERO DE GENES

Negro(NNBB) 4 genes efetivos e 0 não efetivos

mulatos escuros(NNBb ou nNBB) 3 genes efetivos e 1 não efetivo

mulatos médios(NNbb, nnBB ou NnBb) 2 genes efetivos e 2 não efetivos

mulatos claros(Nnbb ou nnBb) 1 gene efetivo e 3 não efetivos

Branco (nnbb) 0 genes efetivos e 4 não efetivos

Usando o Triângulo de Pascal:

Chama-se de p=genes efetivos=2 (N ou B) e de q=genes não efetivos=2 (n ou b)

Procura-se no triângulo a linha em que o número de genes é igual a 4.

f Nº GENES f COEFICIENTES

0 1

1 1 1

2 1 2 1

3 1 3 3 1

4 1 4 6 4 1

1 Negro 4 efetivos e 0 não efetivo

4 Mulatos escuros 3 efetivos e 1 não efetivo

6 Mulatos médios 2 efetivos e 2 não efetivos

4 Mulatos claros 1 efetivo e 3 não efetivos

1 Branco 0 efetivo e 4 não efetivos

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 54 08/07/2016 15:36:06

Page 9: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

NOçõES DE CONJUNTOS

55

Portanto, na descendência chega-se à seguinte proporção fenotípica: 1 negro : 4 mulatos escuros : 6 mulatos médios : 4 mulatos claros : 1 branco

Curiosidades do Triângulo de Pascal

Vejamos o triângulo na sua forma original com 12 linhas:

1

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

1 6 15 20 15 6 1

1 7 21 35 35 21 7 1

1 8 28 56 70 56 28 8 1

1 9 36 84 126 126 84 36 9 1

1 10 45 120 210 252 210 120 45 10 1

1 11 55 165 330 462 462 330 165 55 11 1

Curiosidade Matemática

Uma outra aplicação do triângulo de Pascal é o desenvolvimento de binômios, ou seja, polinômios elevados à potências, os chamados produtos notáveis:

(a + b)2 =(a + b).(a +b)=a.a + a.b + b.a + b.b=a2 + 2.a.b + b2 (Quadrado perfeito)

Observando os números da terceira linha (n = 2) do triângulo (1, 2, 1) pode-se perceber que eles representam os coeficientes de a2, a.b e b2, ou seja: 1.a2 + 2.a.b + 1.b2.

O mais interessante, ainda, é que através do Triângulo de Pascal pode-se desenvolver, além do produto notável (a + b)2, outros produtos do tipo (a + b)3, (a + b)4 e, assim por diante…

• N=3 (a + b)3=1.a3 + 3.a2.b + 3.a.b2 + 1.b3 (quarta linha n=3)

• N=4 (a + b)4=1.a4 + 4.a3.b + 6.a2.b2 + 4.a.b3 + 1.b4 (quinta linha n=4)

• N=5(a+b)5=1.a5+5.a4.b+10.a3.b2+10.a2.b3+5.a.b4+1.b5 (sexta linhan=5)

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 55 08/07/2016 15:36:06

Page 10: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

56

Método• em cada monômio da expressão algébrica há um produto do termo a

pelo termo b, isto é a.b ;

• a partir do primeiro monômio os expoentes de a vão “decrescendo” e os de b vão “crescendo”;

• a soma dos expoentes de cada monômio da expressão algébrica é igual ao expoente do binômio;

• o primeiro expoente de a é igual ao expoente do binômio e o último é zero;

• o primeiro expoente de b é zero e o último é igual ao expoente do binômio;

• a expressão algébrica possuirá 1 termo a mais que o expoente do binômio.

• em todos os termos aparece o produto a.b (lembre-se que a0=b0= 1, a1= a , b1= b)

• expoentes de a: 5, 4, 3, 2, 1, 0 (ordem decrescente)

• expoentes de b: 0, 1, 2, 3, 4, 5 (ordem crescente)

• soma do expoentes de a e de b em cada monômio: 5 (expoente do binômio)

• a expressão algébrica obtida possui 6 termos (5 + 1)

FOCA NA DICA!

Outra dica: podemos usá-lo na resolução de Análise Combinatória!!!!!A análise combinatória, tema que será abordado no capítulo 13, é um dos

temas que mais aterrorizam os alunos, por se tratar de assunto que exige raciocínio e prática. Com o triângulo de Pascal, podemos simplificar os cálculos numa abordagem rápida e direta, é claro que usar o triângulo é apenas uma opção, existem outras maneiras de resolver tais problemas, como fórmulas e o P.F.C., que serão abordados posteriormente.

As linhas representam quantos elementos temos disponíveis para a escolha e as colunas quantos elementos precisamos , ou são pedidos no problema. Se temos “”x” elementos disponíveis e precisamos de “y” elementos , então o valor procurado vai estar na linha “x” e na coluna”y”, nesta ordem.

Vejamos alguns exemplos:

� 01. (Elaborada pela autora) Quantas comissões de 03 pessoas podemos formar num grupo com 07 componentes?

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 56 08/07/2016 15:36:07

Page 11: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

NOçõES DE CONJUNTOS

57

» Solução: Temos 07 possíveis escolhas, portanto linha sete (n= 7) e queremos formar comissões de 03 elementos, portanto coluna três (p = 3): valor encontrado 35.

n=0 1

n=1 1 1

n=2 1 2 1

n=3 1 3 3 1

n=4 1 4 6 4 1

n=5 1 5 10 10 5 1

n=6 1 6 15 20 15 6 1

n=7 1 7 21 35 35 21 7 1

n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

Assim podemos formar 35 comissões de 03 pessoas escolhidas dentre sete.

� 02. (Elaborada pela autora) Uma empresa é formada por 6 sócios brasileiros e 4 japoneses. De quantos modos podemos formar uma dire-toria de 5 sócios, sendo 3 brasileiros e 2 japoneses?

» Solução: Temos 06 possíveis escolhas para brasileiros, portanto linha seis (n= 6) e 04 possíveis escolhas para japoneses , portanto linha quatro (n=4); Queremos formar uma diretoria de 5 sócios, sendo 3 brasileiros, coluna três (p=3) e 2 japoneses, coluna dois (p=2) .

Devemos escolher brasileiros e japoneses, então iremos multiplicar o número de opções de brasileiros pelo o número de opções de japoneses. Veja os valores no triângulo:

Brasileiros: linha seis e coluna três=20

Japoneses: linha quatro coluna dois=6

n=0 1

n=1 1 1

n=2 1 2 1

n=3 1 3 3 1

n=4 1 4 6 4 1

n=5 1 5 10 10 5 1

n=6 1 6 15 20 15 6 1

n=7 1 7 21 35 35 21 7 1

n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

Portanto o valor desejado será o resultado do produto: 20 x 6=120 possí-veis diretorias.

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 57 08/07/2016 15:36:07

Page 12: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

58

� QUESTÕES COMENTADAS Julgue os itens seguintes quanto aos princípios de contagem.03. (TRT/9ª) Em um tribunal, os julgamentos dos processos são feitos em comissões compostas

por 3 desembargadores de uma turma de 5 desembargadores. Nessa situação, a quantidade de maneiras diferentes de se constituírem essas comissões é superior a 12.

► Comentários:Temos 05 possíveis escolhas, portanto linha cinco (n= 5) e queremos formar comissões de 03 desembargadores, portanto coluna três (p=3): valor encontrado 10.

n=0 1n=1 1 1n=2 1 2 1n=3 1 3 3 1n=4 1 4 6 4 1n=5 1 5 10 10 5 1n=6 1 6 15 20 15 6 1n=7 1 7 21 35 35 21 7 1n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

Assim podemos formar 10 comissões de 03 desembargadores escolhidos dentre cinco, por-tanto o item está errado.

04. (FUNDEP) Se M={1, 2, 3, …, 7}, o número de subconjuntos de M, com 3 elementos, é igual a:a) 6b) 21c) 35d) 49e) 210

► Comentários:Temos 07 possíveis escolhas, portanto linha sete (n= 7) e queremos formar comissões de 03 elementos, portanto coluna três (p=3): valor encontrado 35.

n=0 1n=1 1 1n=2 1 2 1n=3 1 3 3 1n=4 1 4 6 4 1n=5 1 5 10 10 5 1n=6 1 6 15 20 15 6 1n=7 1 7 21 35 35 21 7 1n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

Assim podemos formar 35 subconjuntos de 03 elementos escolhidas dentre sete, alternativa correta letra C.

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 58 08/07/2016 15:36:07

Page 13: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

NOçõES DE CONJUNTOS

59

05. Julgue os itens seguintes quanto aos princípios de contagem.

( ) (CESPE/BB- escriturário/2007) Considere que 7 tarefas devam ser distribuídas entre 3 funcionários de uma repartição de modo que o funcionário mais recentemente con-tratado receba 3 tarefas, e os demais, 2 tarefas cada um. Nessa situação, sabendo-se que a mesma tarefa não será atribuída a mais de um funcionário, é correto concluir que o chefe da repartição dispõe de menos de 120 maneiras diferentes para distribuir essas tarefas.

► Comentários:

Temos 07 possíveis escolhas e devemos escolher 03 tarefas para o primeiro e duas para os outros dois funcionários da seguinte maneira:

1º) Das sete vamos escolher três, linha sete (n=7) e coluna três (p=3) → 35

n=0 1

n=1 1 1

n=2 1 2 1

n=3 1 3 3 1

n=4 1 4 6 4 1

n=5 1 5 10 10 5 1

n=6 1 6 15 20 15 6 1

n=7 1 7 21 35 35 21 7 1

n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

2º) Das quatro que sobraram vamos escolher duas para o segundo funcionário, portanto linha quatro (n=4) e coluna dois (p=2) → 6

n=0 1

n=1 1 1

n=2 1 2 1

n=3 1 3 3 1

n=4 1 4 6 4 1

n=5 1 5 10 10 5 1

n=6 1 6 15 20 15 6 1

n=7 1 7 21 35 35 21 7 1

n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

3º) Das duas restantes devemos escolher as duas últimas tarefas para o terceiro funcionário, portanto linha dois (n=2) e coluna dois (p=2) → 1

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 59 08/07/2016 15:36:07

Page 14: RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICA · PDF fileE TÉCNICO E ANALISTA DOS TRIBUNAIS Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 3 08/07/2016 15 ... juntem-se no ponto

VALÉRIA LANNA

60

n=0 1

n=1 1 1

n=2 1 2 1

n=3 1 3 3 1

n=4 1 4 6 4 1

n=5 1 5 10 10 5 1

n=6 1 6 15 20 15 6 1

n=7 1 7 21 35 35 21 7 1

n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

O produto das três escolhas, ou seja, 35 x 6 x 1=210 possíveis escolhas de dividir as tarefas, portanto o item está errado.

06. (UNB/Téc. Ad./ANCINE/2006) Suponha que uma distribuidora de filmes tenha 6 filmes de ani-mação e 5 comédias para distribuição. Nesse caso, é superior a 140 e inferior a 160 o número de formas distintas pelas quais 4 desses filmes podem ser distribuídos de modo que 2 sejam comédias e 2 sejam de animação.

► Comentários:Temos 06 possíveis escolhas para filmes de animação, portanto linha seis (n= 6) e 05 possíveis escolhas para comédias , portanto linha cinco (n=5); Queremos formar grupos de 04 filmes, 02 de animação e 02 de comédia, coluna dois (p=2) .Devemos multiplicar o número de opções de filmes de animação pelo o número de opções de fimes de comédia. Veja os valores no triângulo:

Animação: linha seis e coluna dois=15Comédia: linha cinco coluna dois=10

n=0 1

n=1 1 1

n=2 1 2 1

n=3 1 3 3 1

n=4 1 4 6 4 1

n=5 1 5 10 10 5 1

n=6 1 6 15 20 15 6 1

n=7 1 7 21 35 35 21 7 1

n=8 1 8 28 56 70 56 28 8 1

p=0 p=1 p=2 p=3 p=4 p=5 p=6 p=7 p=8

Portanto o valor desejado será o resultado do produto: 15 x 10=150 possíveis grupos, que é um valor compreendido entre 140 e 160, logo o item está correto.

Tribunais e MPU -Valeria Lanna -Raciocinio Logico e Mat 3ed.indb 60 08/07/2016 15:36:07