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APLICAÇÕES DAS RADIAÇÕES NO TRATAMENTO DO CÂNCER
Prof. Dr. Patrícia Falcão
MD/MsC/PhD – Biologia Celular e Molecular – Fiocruz/RJ
Pós-doutora sênior- Departamento de Técnicas Nucleares
Escola de Engenharia - UFMG
I SENCIR
S E M A N A D E E NG E N H A R I A N U C L E A R E C I Ê N C I A S
D A S R A D I A Ç Õ E S
Princípios da Radioterapia
• Conceitos Básicos em Radiobiologia
• Em que situações poderia ser induzido o Câncer
do ponto de vista da alteração celular?
• Planejamento das Doses/Tratamento
• Equipamentos
• Radioproteção
Radiobiologia
Abordagem:
• curvas de sobrevivência
• aberrações e mutações cromossômicas
• alterações no ciclo celular
• dose fracionada
Como?
irradiação de camadas monocelulares por feixes externos de partículas ionizantes ou não
posterior análise com técnicas usuais e/ou detecção de produtos em linha(?)
Estudos ligados a câncer e terapia
Como seria a interação de radiações
ionizantes com sistemas biológicos?
H2O H2O+ + e- H2O+ + e-aq O que interessa na radiobiologia ?
H2O+ OH + H+ efeitos indiretos
H2O H2O* H + OH
Interação das radiações ionizantes com
sistemas biológicos
• As mutações podem ser espontâneas (determinadas por fatores
endógenos) ou induzidas (quando decorrem de agentes exógenos).
• Radiações ionizantes: raios X ,α, , e nêutrons induzem a
formação de íons reativos e radicais livres, bem como provocam
alterações nas bases e quebras na cadeia do DNA (de uma ou
ambas as fitas.
Efeitos da radiação ionizante nos seres
humanos - Classificação dos efeitos Biológicos
- Classificação segundo a Dose Absorvida: Estocásticos
ou Determinísticos;
- Classificação segundo o Tempo de Manifestação:
Imediatos ou Tardios;
- Classificação segundo o Nível de dano: Somáticos ou
Genéticos.
Classificação segundo a Dose Absorvida: Estocásticos
ou Determinísticos
- Efeito determinístico - haverá danos observáveis.
- A probabilidade de causar tal dano será zero em pequenas doses de
radiação, mas acima de certo nível de dose, chamada dose limiar, a
probabilidade aumenta rapidamente com a dose. Acima do limiar, a
gravidade do dano aumenta com a dose. Efeitos como este são chamados
determinísticos.
- Um efeito determinístico tem um limiar de dose, e a gravidade do
efeito é proporcional à dose.
Ex: Catarata induzida pela radiação.
Classificação segundo a Dose Absorvida: Estocásticos
ou Determinísticos
- Efeito estocástico - Se as células somáticas são expostas à
radiação, a probabilidade de câncer aumenta com a dose,
provavelmente não há um limite de dose.
- Um câncer induzido por 1 Gy não é pior do que um induzido por 0,1
Gy, mas é claro que a probabilidade de indução aumenta com a
dose.
- O efeito "estocástico” tem um significado especial na proteção de
radiação, significando uma análise "por amostragem ou aleatória".
Oncogênese: Patogênese da neoplasia
Carcinogênese: Patogênese do câncer
Carcinógeno: agente causador de câncer
Mutágeno: agente causador de mutação
Oncogenes: genes que causam câncer
Palavras-chaves no tema
Câncer
• As células normais dos diversos órgãos do nosso corpo estãoconstantemente se reproduzindo, isto é, uma célula adulta divide-seem duas, e por este processo, chamado mitose, ocorre ocrescimento e a renovação das células durante os anos.
• A mitose é realizada de forma controlada dentro da fisiologia doorganismo. Porém, em determinadas ocasiões e por razões ainda“desconhecidas”, certas células reproduzem-se com umavelocidade maior, desencadeando o aparecimento de massascelulares denominadas neoplasias ou, mais comumente, tumores.
Câncer
Neoplasias
• Nas neoplasias malignas o crescimento é mais rápido, desordenado
e infiltrativo; as células não guardam semelhança com as que lhes
deram origem e têm capacidade de se desenvolver em outras partes
do corpo, fenômeno este denominado metástase, que é a
característica principal dos tumores malignos.
Câncer
• O câncer é fundamentalmente uma doença genética. Quando
o processo neoplásico se instala, a célula-mãe transmite aos
seus clones a característica neoplásica. Isso quer dizer que,
no início de todo o processo está uma alteração no DNA de
uma única célula.
• Esta alteração no DNA pode
ser causada por vários
fatores, fenômenos químicos,
físicos ou biológicos.
A esta alteração inicial damos o
nome de estágio de iniciação.
Compreendendo os eventos do ciclo celular!
Controladores Positivos do ciclo celular
• Estimulam a progressão da célula no ciclo celular, a fim de que
ocorra a divisão normal em duas células-filhas.
• CDKs (kinases Dependentes de Ciclina)
• Ciclinas
Controladores Negativos do Ciclo
Celular
• Atuam inativando as funções dos controladores positivos, o que leva a célula à
parada no ciclo celular e à apoptose (morte programada).
• CKIs (Inibidores de kinase dependente de Ciclina). São proteínas que interagem
com CDKs ou complexos ciclina-CDK, bloqueando sua atividade de kinase. As
kinases não mais fosforilam proteínas, o que determina parada do ciclo.
• As CKIs podem ser de dois tipos:
- específicas (ex: p15, p16, p18, p19): são seletivas sobre os complexos ciclina
D-CDK4 e ciclina D-CDK6, que atuam em G1.
- inespecíficas (ex: p21, p27, p53, p57): atuam sobre diversos tipos de
complexos ciclina-CDK.
• Complexo ubiquitina. Degrada ciclinas e outras proteínas, impedindo a progressão
do ciclo celular.
• Fosfatases .Atuam na desfosforilação de CDKs e complexos ciclina-CDKs,
tornando-os Inativos.
Checkpoint – Pontos de verificação
• Mecanismo que monitora o ciclo celular, tentando identificar mutações no DNA.
Zela pela correta execução dos eventos, impedindo o início de eventos subseqüentes até que o
anterior esteja concluído com sucesso.
• Em suma, se detectada qualquer alteração no genoma celular, este mecanismo interrompe a
progressão do ciclo até que seja feito o reparo; ou se o dano for excessivo, até que a célula entre
em apoptose. Interfere no tempo de duração de cada fase do ciclo celular.
• Todas essas estruturas protéicas envolvidas no controle do ciclo celular são codificadas por
genes em proteínas alteradas, causando problemas neste processo de estímulo à célula.
• Uma das conseqüências possíveis é o desenvolvimento de neoplasias.
• EX: Cientistas sabem agora que as células geralmente morrem por apoptose, freqüentementepela ativação da p53. Células em que faltam a p53, ou que produzem altos níveis da proteínainibidora Bcl2, podem, assim, tornarem-se "acostumadas" aos efeitos dos tratamentos contrao câncer e prosperar em metástase.
Câncer
Tratamento
• Atualmente, dispõe-se dos seguintes recursos para o tratamentodo câncer: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia eimuno-terapia, que podem ser usados de forma isolada ou combinada.
• A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais,empregando feixe de radiações ionizantes.
Câncer
Tratamento
• Esquema CMF modificado
intervalo de 3/3 semanas: C = CTX = ciclofosfamida 600 mg/m2 IV dia 1M = MTX = metotrexato 40 mg/m2 IV dia 1F = 5FU = fluoro-uracila 600 mg/m2 IV dia 1
• Esquema BEP
intervalo de 3/3 semanasB = BLM = bleomicina 30 U IV dias 2, 9 e 16E = VP16 = etoposido 120 mg/m2 IV dias 1, 2, 3P = CDDP = cisplatina 20 mg/m2 IV dias 1, 2, 3, 4 e 5.
Câncer
Tratamento
• Hormonioterapia
Quimioterapia que consiste do uso de substâncias semelhantes ou
inibidoras de hormônios, para tratar as neoplasias que são dependentes
destes.
A sua administração pode ser diária ou cíclica e se caracteriza por ser de
longa duração.
Os tumores malignos sensíveis ao tratamento hormonal são: carcinomas
de mama, adenocarcinoma de próstata e adenocarcinoma de endométrio.
Câncer
Tratamento
• Bioterapia
É a quimioterapia na qual se usam medicamentos que inicialmente foram
identificados como substâncias naturais do próprio corpo humano.
São exemplos: os interferons, a interleucina e os anticorpos monoclonais.
No caso dos anticorpos monoclonais que, à semelhança dos alvoterápicos
agem mais seletivamente, exige-se a positividade de exames específicos
que demonstrem a presença dos respectivos antígenos, como, por
exemplo, o CD20,para a prescrição de Rituximabe na quimioterapia do
Linfoma não Hodgkin difuso de grandes células.
A base da Radioterapia
• A radioterapia se baseia no emprego da radiação ionizante para tratamento,
utilizando feixes de raios , elétrons, prótons ou nêutrons, podendo alcançar os
tumores ou áreas do corpo onde se alojam as enfermidades, com a finalidade
de destruir as células neoplásicas.
Critérios que devem impactar naeficiência da Radioterapia
• Uma dose pré-calculada de radiação leva em consideração alguns critérios:
• Determinação da dose de radiação – se com alta densidade ou baixa
desensidade de ionização;
• Tempo determinado em que a dose será aplicada;
• volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células
tumorais;
• Monitoramento do dano possível às células normais circunvizinhas, com o
objetivo de diminuir a imunossupressão da resposta ao tratamento.
Dose de radiação
• A dose absorvida D, de qualquer radiação ionizante, é aquantidade de energia ionizante cedida à matéria pelosfótons, nêutrons, elétrons ou íons por unidade de massa dm:
D = de/dm
• A dose absorvida é usualmente medida em joules porquilograma (J/kg), também denominada gray (Gy):
1Gy = 1 J/kg
Taxa de dose
A taxa de dose corresponde à variação de dose no tempo.
D' = dD/dt
É usualmente expresso em grays por hora (Gy/h):
Linear Energy Transfer (LET)
• Transferência linear de energia (LET) é uma medida da energia transferida ao
material como uma partícula ionizante viaja através dele. Normalmente, esta é uma
medida usada para quantificar os efeitos da radiação em amostras biológicas.
• LET está intimamente relacionado com a perda de energia na trajetória das
particulas *.
* perda média de energia da partícula por unidade de comprimento do percurso,
medido por exemplo, em MeV/cm.
• Quando utilizado para descrever a dosimetria de radiações ionizantes na definição
biológica ou biomédica, o LET (como o poder de parada linear) é habitualmente
expresso em unidades de KeV/ mm .
Linear Energy Transfer (LET)
• Ao passar através da matéria, as partículas carregadas rapidamente ionizam os
átomos ou moléculas do meio.
• Assim, a velocidade pela qual as partículas perdem gradualmente a energia em
pequenos passos é denominada potência de frenagem e é definida como a perda
média de energia da partícula por unidade de comprimento do percurso, medido por
exemplo, em MeV/cm.
Transferência linear de energia (LET), expressa em keV/m
LET de uma partícula ionizante depende da velocidade e da carga da partícula,
sendo que quanto maior a carga e menor a velocidade, maior a LET.
RADIAÇÕES DE ALTA LET (partícula a, nêutrons)
LET = quantidade de (E) média depositada na matéria (KeV/m)
unidade de distância
RADIAÇÕES DE BAIXA LET (raios X, raios gama)
Fatores extrínsecos
físicos
x x x x x x x x
x x x x x x x x
alto LET
baixo LET
Ilustração diagramática da densidade de ionização relativa por
alvo de uma trajetória simples para radiação de alta e baixa LET
Dano
Dano
Fontes de radiação para Radioterapia
• A radiação é uma radiação eletromagnética gerada e emitida do decaimento de
radionuclideos como o cobalto-60, césio-137 e irídio-193.
• A radiação x também pode ser produzida em aceleradores de elétrons, pela interação
destes com alvos pesados.
• Os elétrons (estes disponíveis apenas em aceleradores lineares de alta energia).
• Os prótons são gerados também em aceleradores de altas energias, acima de 200
MeV. Os feixes de prótons podem atravessar o tecido sadio sem danificá-lo, ao
mesmo tempo depositando quase a totalidade de sua energia na região alvo.
• Nêutrons rápidos, epitérmicos e térmicos também são utilizados na radioterapia.
Finalidades da Radioterapia
Radioterapia Curativa
Consiste na principal modalidade de tratamento e visa a cura do paciente.
A dose utilizada é geralmente a dose máxima que pode ser aplicada na área.
Pode-se utilizar o termo "curativo" e "exclusivo" no sentido de dose máxima, seja qual for a finalidade da radioterapia.
Deve-se entender como exclusiva a radioterapia de finalidade paliativa, ou curativa, que não se associa a outra(s) modalidade(s) terapêutica(s), independentemente de se aplicar a dose máxima.
Finalidades da Radioterapia
Radioterapia Paliativa
• Objetiva o controle local do tumor primário ou de metástase(s), sem
influenciar a taxa da sobrevida global do paciente.
• Geralmente, a dose aplicada é menor do que a dose máxima permitida
para a área.
Finalidades da Radioterapia
Radioterapia Pré-Operatória
É a radioterapia que antecede a principal modalidade de tratamento, a
cirurgia, para reduzir o tumor e facilitar o procedimento. A dose total
aplicada é menor do que a dose máxima permitida para a área.
Finalidades da Radioterapia
Radioterapia Pós-Operatória
Segue-se à principal modalidade de tratamento do paciente, com a
finalidade de esterilizar possíveis focos microscópicos do tumor. Como as
anteriores, a dose total não alcança a dose máxima permitida para a área.
Finalidades da Radioterapia
Radioterapia Anti-Álgica
Radioterapia paliativa com esta finalidade específica. Tanto pode ser aplicada em dose únicacomo pode ser aplicada diariamente ou, em doses diária maiores,semanalmente.
Como é de finalidade paliativa, a dose total é menor do que a máxima permitida para a área,exceto os casos especificados como “metástase”.
Repete-se que o procedimento – Tratamento da Dor Óssea com Samário é de altacomplexidade, do âmbito da Medicina Nuclear, compatível com metástase óssea e informadoem BPA individualizado.
Finalidades da Radioterapia
Radioterapia Anti-Hemorrágica
Radioterapia paliativa com a finalidade específica anti-hemorrágica. Como
tem finalidade paliativa, a dose total é menor do que a máxima permitida
para a área.
O Tratamento vai refletir na
Radiosensibilidade
• Radiossensibilidade celular reflete o grau e a velocidade de resposta dos tecidos à irradiação.
• A radiossensibilidade também depende da origem do tecido: quanto mais sensível o tecido original, mais sensível o tecido derivado.
• A resposta tumoral à irradiação depende também do aporte de oxigênio às células malignas. Devido á sua eletroafinidade, o oxigênio favorece a formação de radicais livres de longa duração, oxidativos, que difundem na célula e ionizam o DNA, fixando o dano na molécula.
Radiosensibilidade
• O controle local de um dado tumor, se dá em função da quantidade decélulas clonogênicas existentes quando no início do tratamento.
• Quanto maior o número de células maior será a dose de irradiaçãonecessária para o controle.
• Assim a radiossensibilidade tecidual e a radiocurabilidade tumoralfundamentam a escolha do tratamento radioterápico.
• O índice terapêutico de um plano radioterápico é obtido a partir daprobabilidade de lesar os tecidos normais adjacentes e a de curar o tumor.
Diagnóstico
• Uma vez que o tumor esteja histologicamente diagnosticado e
mensurado, é feito um levantamento da história clínica do paciente e
um exame físico minucioso que fornecem dados sobre a exposição a
agentes cancerígenos, sintomas e sinais clínicos específicos e
inespecíficos etc.
• A seguir o médico escolhe o tipo de terapia que será usado para o
tratamento. Dependendo da profundidade do tumor também é
definida a qualidade (fótons ou partículas) da radiação administrada e
o equipamento adequado dentre os disponíveis.
Volume a ser irradiado
• O planejamento deve levar em conta a histologia, as vias de
disseminação, os efeitos colaterais, a idade e estado geral do
paciente, o estádio da doença, o prognóstico e os equipamentos
disponíveis.
Planejamento Radioterápico
• O planejamento de radioterapias apresenta muitas variáveis que dependem de cadacaso clínico.
• Quando aplicada com finalidade exclusiva, todo o volume tumoral e umadeterminada quantidade de tecido normal que poderia conter extensão microscópicado tumor é englobado.
• Freqüentemente várias reduções de campos são realizadas até que a dose finalsobre o volume tumoral residual seja atingida com uma razoável margem desegurança.
• O aspecto mais importante do planejamento radioterápico é a definição, comprecisão, do volume a ser irradiado.
Como é feito o tratamento?
• A tele terapia é uma modalidade de radioterapia em que a fonte de radiação é externa ao paciente, posicionada a no mínimo 20 cm de sua superfície.
• A escolha da radioterapia depende do tipo de câncer e da profundidade em que se encontra o tumor.
• A área de tratamento é marcada antes do início da radioterapia, o que é chamado de planejamento.
• Cada aplicação dura alguns minutos.
• Um técnico, através de um circuito de televisão sempre observa o paciente, e pode ouvi-lo através de um alto-falante.
• O paciente durante o tratamento não sente dor, pois a radiação não é sentida nem ouvida.
Como é feito o tratamento?
A aplicação do tratamento pode ser externa ou interna.
A aplicação de radiação por via interna também é chamada de
braquiterapia.
A forma mais usada de tratamento é a radioterapia externa ou
teleterapia.
Radioterapia Externa ou Teleterapia
Equipamentos de Teleterapia
• Aceleradores lineares podem emitir, além de raios-X, feixes de elétrons
com várias energias.
• Esta versatilidade é de extrema importância pois permite a realização de
múltiplos tratamentos utilizando apenas um equipamento.
Radioterapia Externa ou Teleterapia
Fonte de elétrons. Alvo.
Feixe de elétrons ou fótons.
Mesa de tratamento.
Esquema de um acelerador linear.
Colimadores
• Colimador é um dispositivo construído a partir de um material que absorve radiação. O colimador é usado para direcionar e suavizar feixes de radiação.
• No caso dos aparelhos de radioterapia, com o fim de proporcionar uma dosagem radioativa de acordo com a especificação terapia desejada.
• Colimadores são de materiais que absorvem a radiação (geralmente de chumbo), impedindo-a de atingir o paciente.
• As regiões a serem protegidas são desenhadas na radiografia, que
serve de referência para a confecção de um molde de isopor que é
utilizado para produzir o definitivo em chumbo.
Os aceleradores atuais são constituídos de colimadores primários e multleafs que conformam a região a ser tratada.
Colimadores
Dosimetria e Planejamento
Dosimetria: calibração da dose em fantomas de água ou acrílico; determinação
dos fatores de absorção de filtros, blindagens, etc.
Planejamento do Tratamento: identificação da localização do tumor e volumes
de irradiação, seleção do feixe e dos campos de irradiação, determinação da
dose, cálculo dos tempos de tratamento e preenchimento das fichas técnicas de
tratamento.
Execução do Tratamento: posicionamento do paciente; aplicação das doses
diárias.
Radioproteção: identificação das áreas, avaliação das blindagens,
monitorações individuais.
Tamanho do Campo
• Feito o diagnóstico e escolhida a terapia e a qualidade da
radiação, determina-se o campo de irradiação, a área da superfície do
paciente que se pretende irradiar.
• A escolha do tamanho do campo depende da dimensão do
tumor e do volume a ser irradiado.
• O volume alvo é o volume de tecido que engloba o tumor com uma
certa margem de segurança definida pelo médico.
• A seguir, faz-se a prescrição da dose e do fracionamento. A
dose e o fracionamento dependem de vários fatores (tamanho
do tumor, região anatômica, histologia etc
A Figura representa um paciente tratado em SAD com o tamanho de campo definido na
profundidade.“Source Axis Distance”, representa a distância da fonte de radiação até o
eixo de rotação do aparelho, que é denominada DFE (Distância Fonte Eixo).
Simulação p/ tratamento
• Para planejamentos baseados em tomografia computadorizada ouressonância magnética a dose a ser administrada, a qualidade da radiaçãoe o tipo de equipamento a ser utilizado, a região e o tamanho do campo deirradiação são definidas após o diagnóstico por imagem.
• Procede-se na pele do paciente, uma marcação (tatuagem) preliminar daárea a ser irradiada.
• Para planejamentos baseados em radiografias o paciente é levado a umsimulador (máquina de raios-X de diagnóstico com as mesmascaracterísticas do aparelho de terapia) e radiografado exatamente naposição em que será tratado. A partir da radiografia é feita a marcaçãodefinitiva do local a ser irradiado.
O Tratamento em SAD
(Source Axis Distance)
• O tratamento em SAD é sempre preferido quando o objetivo é utilizar
campos opostos de tratamento, por oferecer vantagens técnicas:
• O paciente permanece imóvel durante as aplicações, o que minimiza erros,
alteração de contorno e melhora a reprodutibilidade do tratamento.
• Ao tratar o campo oposto, o técnico não precisa conferir distância nem
pontos de referências na pele, agilizando desta maneira os tratamentos.
O Tratamento em SAD X SSD
• SSD “(Source Skin Distance) representa a distância da fonte de radiação
até a pele do paciente. Este termo, embora seja representado como DFS,
difere do mesmo conceito de DFS (Distância Fonte Eixo) ( utilizado na
programação de tratamentos em SAD.
• Nas programações em SSD o tamanho do campo de tratamento é definido
na distância padrão dos equipamentos de tratamento.(Ex: SSD com
Cobalto=80cm, Acelerador Linear = 100 cm).
Técnicas de Tratamento
.
• Campo direto. A região escolhida é irradiada a partir de apenas um campo de irradiação. É utilizada geralmente para tratamentos superficiais ou para regiões mais profundas desde que a radiação não afete órgãos críticos no seu trajeto até o volume alvo.
• Campos paralelos e opostos. O tumor é irradiado a partir de doiscampos opostos (180o). É uma técnica empregada, por exemplo, para otratamento dos dois terços superiores do esôfago, poupando a medulaespinhal, e para os pulmões.
• Três campos. Os campos de radiação são dispostos em forma de "Y" ou"T". Exemplos de utilização desta técnica são para os dois terços inferioresdo esôfago, visando minimizar ao máximo o efeito sobre o tecido pulmonarnormal dentro do volume irradiado, e para poupar a medula espinhal emterapias na região da medula.
Técnicas de Tratamento
Esquema de tratamanto do esôfago com três campos em Y com feixe de raios-X obtido
com um acelerador linear de 6 MeV. Os campos anterior, póstero-direito e póstero-
esquerdo têm todos 5 cm x 15 cm, peso 1,
distância foco-superfície de 100 cm e separação de 120 graus. Estão inclusas correções
para a região pulmonar.
Técnicas de Tratamento
Figura ilustrando a região cérvico-facial direita,
a ser irradiada num tratamento com acelerador
linear .
Técnicas de Tratamento
Fracionamento
• São aplicadas pequenas doses diárias até que a dose total calculada para o tratamento seja atingida.
• A aplicação da radiação em frações diárias baseia-se nos chamados "5 R´s" da radiobiologia: reoxigenação, redistribuição, recrutamento, repopulação e regeneração, fatores que influenciam na radiossensibilidade celular e na recuperação do tecido sadio.
Braquiterapia
(da palavra grega brachys, que significa "curta distância“)
Também conhecida por radioterapia interna, radioterapia de fonte selada,curieterapia ou endocurieterapia.
É uma forma de radioterapia em que se coloca uma fonte de radiação dentrode, ou junto à área que necessita de tratamento.
A braquiterapia é utilizada normalmente como tratamento eficaz contratumores do colo uterino, da próstata da mama e da pele podendo também serutilizada no tratamento de tumores em diversas outras áreas do corpo.
A braquiterapia pode ser utilizada independentemente ou em combinação comoutras terapêuticas, como a cirurgia, Radioterapia de Raios Externos (EBRT,External Beam Radiotherapy) e quimioterapia.
A Técnica de Braquiterapia
• A braquiterapia prostática, por vezes também chamada radioterapia intersticial, é uma
forma muito eficaz de terapêutica do câncer da próstata, especialmente indicada quando
o PSA é baixo, o grau de "malignidade" Gleason é inferior a 6 e quando o tumor se
encontra integralmente localizado no interior do órgão. Se isso acontecer, a eficácia do
tratamento é semelhante à da cirurgia radical, com algumas vantagens.
• No caso de tumores mais agressivos, com PSA ou Gleason mais elevados, há quase
sempre necessidade de fazer uma terapêutica complementar com radioterapia externa
que abranja a região envolvente da próstata.
• .
A Técnica de Braquiterapia
• A técnica da braquiterapia processa-se através da implantação de "sementes"
radioativas no interior da próstata. Cada semente tem um campo de ação muito limitado,
mas o conjunto de cerca de 50 a 80 sementes implantadas cobre todo o interior da
próstata e que produz o efeito terapêutico pretendido.
• As sementes são implantadas sob anestesia geral e o doente tem alta no dia seguinte,
podendo regressar rapidamente à sua atividade normal. As sementes atuam durante um
periodo de cerca de três meses, perdendo progressivamente atividade.
O ato operatório na Braquiterapia
Esquema de incisão das sementes
radioativas - Braquiterapia
Monitoramento da implantação das
sementes na área tumoral
Sementes de Iodo-125
Tempo de Duração do Tratamento
• O tratamento é planejado, entre outros aspectos, de acordo com o tipo detumor e o estágio da doença.
• As aplicações geralmente são diárias, obedecendo aos intervalosprogramados pelo médico.
• Durante o período de tratamento é feito um acompanhamento das reaçõesdo organismo ao tratamento.
• A maneira de o organismo reagir é um dos fatores importantes nadeterminação da duração do tratamento.
• A duração desse tratamento pode depender, entre outras coisas, daresposta do tumor às aplicações.
Riscos da Radioterapia
• Como qualquer tratamento, o uso da radioterapia pode apresentarriscos.
• As altas doses de radiação, que destroem o tumor, podem atingirtambém os tecidos normais, causando os efeitos colaterais (dentreos mais graves, a imunossupressão).
• Assim, alguns pacientes podem apresentar efeitos colaterais maisseveros enquanto outros podem mesmo não apresentar sintomaalgum.
Grupo de Pesquisa NRI
Simulações e planejamento em radioterapia
Dosimetria experimental em fantomas
Estudos em radiobiologia.
Grupo de Pesquisa NRI
Linhas de Pesquisa de radiobiologia (em andamento)
Avaliação de viabilidade celular em função da dose e taxa de dose (fornece suporte para planejamento de doses em pacientes).
Estudos de radiossensibilidade e radioresistência (avaliação comparativa considerando dose, taxas de dose), e receptores celulares.
Avaliação e monitoramento de do sistema imunológico durante o tratamento in vivo e in vitro) – Aspectos de imunossupressão.
Estudo de doses versus respostas de efeitos clínicos.
In vitro, in vivo (cobaias), e em humanos
Grupo de Pesquisa NRI
OBRIGADA!!!