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Radioamadorismo O que é radioamadorismo ? É um hobbie, voltado as pessoas interessadas na investigação técnica na área de ciência e tecnologia, competições, contatos a longa distância via rádio, contatos via satélites, CW, expedições e utilidade pública. Quem pode praticar o radioamadorismo ? Qualquer pessoa a partir de 10 anos, que deseja desenvolver pelo menos uma das modalidades acima Como se tornar um radioamador ? Inicialmente você terá que se preparar para realizar provas que comprove os seus conhecimentos, onde será determinado uma entre as três classes: C, B e A. Você poderá adquirir estes conhecimentos, sozinho, através de apostilas especializadas, com a ajuda de colega radioamador ou ainda participando conosco de cursos preparatórios. Após a preparação você deverá escrever-se no sistema da ANATEL, que fará o seu cadastro, informando o local, data e hora de onde será realizado as provas. Os candidatos que participam dos cursos preparatórios da ECRA, será automaticamente inserido na programação de Provas da LABRE/ANATEL. O que fazem os radioamadores ? • Se comunicam entre si , através de rádios usando as ondas eletromagnéticas com meio de ligação. Hoje este sistema é conhecido nos meios comerciais de Telecomunicações como “WIRELESS”.Participam junto a comunidade e a Defesa Civil de trabalhos de utilidade pública em diversas áreas. • Realizam expedições a locais remotos, como montanhas, ilhas, rochedos, com o intuito de divulgar áreas ainda não conhecidas e testar a eficiência dos sistemas desenvolvidos. • Desenvolvem estudos técnicos científicos em especial nas áreas de Eletrônica, Telecomunicações, Mecânica, Informática, a exemplo do sistema D-STAR, criado recentemente por Radioamadores – Pesquisadores. • Usam seus equipamentos como forma de entretenimento, divulgação de suas pesquisas, realização de atividades lúdicas, acampamentos, passeios de mountbike, etc !! Como e onde conseguir os equipamentos e acessórios para a prática do Radioamadorismo ? Existem 2 caminhos ! Comprar ou construir. Isso mesmo !! Você pode construir seu próprio rádio e acessórios. É lógico que você precisará de conhecimentos técnicos. Além de ganhar conhecimentos, você terá o seu equipamento feito por você com custos baixíssimos comparado aos equipamentos importados fabricados em série, onde os custos iniciam na faixa de R$ 800,00 !!!!! Quer se tornar um Radioamador ? O primeiro passo a tomar é obter uma licença de Radioamador. Comece "com o pé direito", procurando a ECRA - Escola e Casa de Radioamadores de Campina

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Radioamadorismo

O que é radioamadorismo ?

É um hobbie, voltado as pessoas interessadas na investigação técnica na área de ciência e tecnologia, competições, contatos a longa distância via rádio, contatos via satélites, CW, expedições e utilidade pública. 

Quem pode praticar o radioamadorismo ?Qualquer pessoa a partir de 10 anos, que deseja desenvolver pelo menos uma das modalidades acimaComo se tornar um radioamador ?Inicialmente você terá que se preparar para realizar provas que comprove os seus conhecimentos, onde será determinado uma entre as três classes: C, B e A. Você poderá adquirir estes conhecimentos, sozinho, através de apostilas especializadas, com a ajuda de colega radioamador ou ainda participando conosco de cursos preparatórios.Após a preparação você deverá escrever-se no sistema da ANATEL, que fará o seu cadastro, informando o local, data e hora de onde será realizado as provas. Os candidatos que participam dos cursos preparatórios da ECRA, será automaticamente inserido na programação de Provas da LABRE/ANATEL.

O que fazem os radioamadores ?• Se comunicam entre si , através de rádios usando as ondas eletromagnéticas com meio de ligação. Hoje este sistema é conhecido nos meios comerciais de Telecomunicações como “WIRELESS”.Participam junto a comunidade e a Defesa Civil de trabalhos de utilidade pública em diversas áreas.• Realizam expedições a locais remotos, como montanhas, ilhas, rochedos, com o intuito de divulgar áreas ainda não conhecidas e testar a eficiência dos sistemas desenvolvidos.• Desenvolvem estudos técnicos científicos em especial nas áreas de Eletrônica, Telecomunicações, Mecânica, Informática, a exemplo do sistema D-STAR, criado recentemente por Radioamadores – Pesquisadores.• Usam seus equipamentos como forma de entretenimento, divulgação de suas pesquisas, realização de atividades lúdicas, acampamentos, passeios de mountbike, etc !!Como e onde conseguir os equipamentos e acessórios para a prática do Radioamadorismo ?Existem 2 caminhos ! Comprar ou construir. Isso mesmo !! Você pode construir seu próprio rádio e acessórios. É lógico que você precisará de conhecimentos técnicos. Além de ganhar conhecimentos, você terá o seu equipamento feito por você com custos baixíssimos comparado aos equipamentos importados fabricados em série, onde os custos iniciam na faixa de R$ 800,00 !!!!! 

Quer se tornar um Radioamador ?

O primeiro passo a tomar é obter uma licença de Radioamador. Comece "com o pé direito", procurando a ECRA - Escola e Casa de Radioamadores de Campina Grande ou a ANATEL de seu Estado ou região. Não se deixe levar pelo caminho "mais curto" da clandestinidade, pois além de sua atividade não ser reconhecida legalmente e entre os próprios Radioamadores, o uso de equipamento de radiocomunicação sem a devida licença expedida pela ANATEL, infringe leis e pode ser punido com pesadas multas e processo federal.De posse de sua licença, você terá diversas opções de equipamentos e antenas, desde os mais simples que operam em apenas uma faixa, como os rádios de VHF até os mais sofisticados, como equipamentos de banda corrida. Caso tenha obtido licença de classe D, você ficará limitado a operar apenas nas faixas de VHF e UHF. Caso sua licença seja C ou maior, poderá operar em outras faixas de HF e com maior potência. Dica: Uma outra opção muito interessante, é a de partir para a própria montagem de seu equipamento. Existe muita literatura sobre projetos de equipamentos em livros e na Internet. Algumas

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empresas, como as americanas Elecraft e a Vectronics disponibilizam equipamentos sob a forma de kits para montagem. A montagem de seu próprio equipamento é muitas vezes mais gratificante que a compra de um equipamento pronto, apesar de não ter toda a tecnologia avançada dos rádios modernos. 

Componentes da Estação Uma das maiores dificuldades que os radioamadores iniciantes encontram é decidir quais e quanto de equipamentos precisam ter para uma comunicação efetiva. Isto inclusive, acontece com qualquer novo hobby adotado, tais como fotografia, pesca, etc. 

A natureza humana tende levar-nos a adquirir mais equipamentos do que precisamos ou orienta-nos para tipos mais sofisticados do que se precisa no momento. O melhor é aprender os fundamentos do radioamadorismo com um equipamento simples e eficiente. 

Com este processo, evitam-se despesas desnecessárias. Vamos à lista e considerações sobre cada um dos itens. 

1- Transceptores usados: com freqüência comprar um equipamento usado é um meio econômico de se iniciar. Existem bons transceptores de HF usados no mercado. Podemos sugerir como exemplo: Kenwood TS120; TS-130; TS-430, Yaesu FT-7B-; FT-lOlE; FT-101ZD; Icom IC-730; IC720, estes numa faixa de preço entre R$800,00 a R$ 1.500,00. Numa faixa de preço de R$1.500,00 a R$3.000,00 sugerimos Yaesu FT-840, FT-900 e FT747, FT-757GX, Kenwood TS-440; TS-450; TS-930; TS-940, Icom IC-

706, IC-735, IC-751. Todos os equipamentos citados possuem bons recursos que facilitam muito o trabalho do radioamador, o importante é dar bastante atenção ao estado físico e eletro-eletrônico do escolhido, pois estas condições são as que farão diferença no preço e na satisfação do comprador. É bom frisar que os equipamentos citados acima, não retratam totalmente a grande variedade de equipamentos usados existentes no mercado, mas sim um pequeno guia para ajudar os iniciantes. 

2- Transceptores novos : a maioria dos novos aparatos para o radioamadorismo existentes no mercado é compacta, tem circuitos sólidos e um melhor desempenho do que os antigos . Isto não significa que os antigos são insatisfatórios. Na verdade isto implica apenas na ausência de alguns dos auxílios e mordomias disponíveis nos novos equipamentos. Como exemplo dos recentemente lançamentos podemos citar: Yaesu FT1000 D; FT-1000 MP; FT-100; FT847, Icom IC-746; IC-756 PRO, IC706 MKIIG, Kenwood TS-57OS, TS870, TS-2000, mas preparem-se para dispensar algo entre R$3.000,00 a R$10.000,00, para possuir algum desses transceptores modernos. 

3- Antenas e acessórios: muitas dores de cabeça freqüentemente acompanham a decisão de comprar ou não comprar certos acessórios para a estação e a escolha da primeira antena. Felizmente, não são exigidos muitos itens para a operação efetiva, embora muitos elementos sejam bastante convenientes durante a operação. Algumas sugestões sobre antenas para iniciantes são sempre apontadas em recentes publicações, portanto vamos saltar este item e prender-nos a outros que podemos precisar em nossa primeira estação. 

a) Medidor de estacionária - este equipamento é muito útil para ajustar a antena na mais baixa estacionária possível, quando a mesma é levantada pela primeira vez, depois

disto serve como monitor para vigiar permanentemente o sistema de antenas. 

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b) Sintonizador ou acoplador de antena - enorme quantidade destes aparelhos pode ser encontrada no mercado e um novato, pode com facilidade, ter a falsa impressão que impossível operar sem um acoplador. No entanto a realidade é que se a antena escolhida estiver com uma estacionária em toda a banda menor que 2:1 pode-se não utilizar o sintonizador. Porém, se a escolha recaiu sobre uma dipolo com alimentação central para operar multibandas, um acoplador torna-se uma ferramenta útil e necessária. Neste caso o sintonizador será usado para alinhar as condições entre a antena ou sua linha de alimentação e o transceptor. Alguns acopladores (dependendo do circuito usado) atenuarão as emissões sonoras do transmissor, além de auxiliarem na redução de interferências, tais como TVI e outras mais. Dependendo da potência e das características de operação o custo varia de R$350,00 a R$ 1.500,00. É fácil construir um acoplador em casa e o custo chegará máximo a R$100,00, se forem usados partes reaproveitadas. Cheque as feirinhas de rádio e os ferros-velhos para obter os componentes mais simples. 

c) Batedores, chaves e osciladores para CW - há uma certa mística ligada ao uso dos batedores tradicionais (verticais) ou as chaves eletrônicas (horizontais), um batedor convencional pode ser encontrado por R$ 100,00, já uma chave horizontal para o uso em um oscilador eletrônico custa até R$ 300,00. Osciladores e chaves eletrónicas são ótimos para transmitir CW rápido e de boa qualidade, na mesma proporção do nível de performance dos bons operadores utilizando batedores verticais. Os eletrônicos chegam a custar até R$ 350,00. O mais econômico é começar com um batedor convencional. 

A discussão acima pretendeu apenas traçar uma linha entre o que realmente necessário numa primeira estação e a coleção de aparatos desnecessários e dispendiosos que alguns iniciantes terminam adquirindo. O equipamento novo e mais caro pode vir (e certamente virá) mais tarde, depois que se aprendeu os fundamentos da operação e se ganhou conhecimento e experiência. Equipamentos de radioamadorismo podem ser vendidos sem perda nenhuma e, às vezes até algum ganho sobre o que se pagou. 

Arrumando a Estação 

Esta parte da aventura não tem nada de descontraída se pretendemos ter uma estação segura e adequada ao uso. Uma disposição desajeitada ou empilhada dos equipamentos pode causar cansaço ao operador em pouco tempo. O equipamento precisa estar estrategicamente colocado e ainda se considerar o espaço sobre a mesa ou escrivaninha para acomodar os braços, lápis, papel e até quem sabe uma xícara de café! O local de instalação da estação varia com a

disponibilidade de cada um, pode ser um quartinho de empregada, a própria sala do QTH familiar ou um bom escritório, totalmente dedicado à estação. Seja qual for o local escolhido é importante que seja limpo, seco e bem arejado. Um aterramento eficaz é imperativo no interesse da segurança, da redução de interferência e para manter as voltagens indesejáveis de RF fora do rádio. 

Considerando-se que tenha sido escolhido um local espaçoso e bem iluminado para a estação, o que se pode usar como mesa de operação? Muitos radioamadores compram mesas de escritório (quanto maiores melhores). Uma mesa deste tipo tem bastante espaço em cima e várias gavetas para se guardar o material da estação (cartões QSL, cabos, papel para anotações e etc.) Uma boa alternativa é usar dois gabinetes arquivos com gavetas e um tampo de madeira colocado em cima para fazer de mesa. 

Uma outra excelente plataforma de operação é uma mesa de biblioteca. Este tipo de mobília

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não é apenas austero, e grande! Muitas destas mesas tem uma ou mais na frente, permitindo estocar papel, lápis, um log book e tudo o que você quiser. 

Colocando o equipamento na mesa 

A maioria dos transceptores geram calor interno. Sendo assim, deve-se ter o cuidado de não bloquear a ventilação do equipamento colocando uma peça sobre a outra. Deixe sempre espaço para a circulação do ar em torno do equipamento. A chave de CW deve estar distante da frente da mesa para permitir que o braço se apoie no tampo da mesa desde o cotovelo até a ponta dos dedos. A maioria dos operadores prefere posicionar a chave num ângulo de 20 a 30 graus de uma linha perpendicular à borda da mesa. Estas sugestões devem reduzir a tensão do braço e assegurar uma boa transmissão telegráfica. 

O transceptor deve estar colocado de forma que o dial de leitura de freqüência, analógico ou digital, esteja a altura dos olhos. Pode ficar mais baixo se o equipamento tiver como característica, uma inclinação para cima (barra ou pés dianteiros mais longos que os traseiros) o ideal é que o botão de sintoma principal esteja numa altura que permita ser manipulado enquanto o braço estiver descansando, Confortavelmente no tampo da mesa. E conveniente também se empurrar o transceptor bem para trás, na mesa, para evitar esbarrar acidentalmente no botão (e acontece mesmo) enquanto se estiver transmitindo. 

Considerações sobre eletricidade 

Antes de tudo, segurança! Vamos nos assegurar de que há um bom aterramento para a estação. E como se faz isto? Não é muito difícil aterramento com relação a AC e DC, mas a tarefa torna-se espinhosa com a energia da R-F do transceptor. 

Quando estamos em uma construção antiga onde a tubulação de água é de ferro, pode-se utilizar o encanamento como terra. Pode-se também enterrar uma barra de cobre diretamente no chão, a qual proporciona um bom aterramento. 

Os fios principais que ligam a estação ao terra devem ser os mais curtos possíveis. Condutores com diâmetros maiores ou barras largas de cobre são recomendados. Fios curtos auxiliam a reduzir induções indesejáveis, impedindo a passagem de correntes de R.F (Rádio Freqüência), enquanto melhoram a qualidade do aterramento da RF. Os fios entre as diversas peças da estação também devem ser curtos e de bom diâmetro. Todo equipamento de corrente alternada deve ser aterrado para prevenir o risco de choque. Isto também ajuda a evitar que a RF fique passeando indevidamente por outras áreas da estação. 

Conseguir aterramento nos prédios, construídos por esse Brasil afora é um desafio quase impossível. Tenha muito cuidado. 

Em nome da segurança todos os pontos que carreguem voltagem AC, DC ou RF devem estar protegidos contra contatos acidentais. Isto significa que se deve ter gabinetes em todo equipamento que possua qualquer nível de voltagem perigoso. 

Cabos de força AC, quando em mau estado, devem ser trocados imediatamente. 

Como precaução adicional de segurança, deve-se usar uma barra de saídas múltiplas para AC. É ruim e perigoso uma única saída da parede para diversos equipamentos, como por exemplo o uso de "benjamins". As barras de saída AC devem ser parafusadas na parte de trás da mesa ou escrivaninha, para evitar aquela aparência desagradável de "floresta" de fios e tomadas aparentes. Todas as conexões elétricas devem estar bem firmes e íntegras. O conjunto de fios terra torna-se mais durável e eficaz quando está "soldado". Uns fios retorcidos e um pedaço de fita isolante não são a técnica mais recomendada. 

Interferências de Rádio e TV 

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Há duas coisas que toda estação de radioamador deve ter: um filtro de força bruta para AC e um filtro banda baixa para o transceptor. O filtro de AC e usado entre a fonte de energia do transceptor e a saída de AC. O filtro deve ser aterrado e deve estar o mais próximo possível do transceptor; deste modo, evita-se que a radiação de energia da RF atinja o cabo de AC antes de passar pelo filtro. Este filtro mantém a energia da R-F fora da linha de força, e ajuda a reduzir a interferência de TV. 

O filtro banda baixa (LOW-PASS) deixa passar toda a energia R-F de 40 MHz quando usado com um transceptor de alta freqüência (HF), 3,5 a 29MHz. As freqüências harmônicas que entram na TV e nos canais de FM são bastante atenuadas pelo filtro, que as impede de irradiar da antena do radioamador e das linhas de alimentação. Este filtro deve ser aterrado e montado na salda de RF do transceptor. juntas frouxas ou mal soldadas na linha de alimentação ou no sistema de antenas também podem causar TVI e RFI. 

Assegure-se de que os conectores estejam bem soldados e aparafusados em seus receptáculos. 

Comentários finais 

Perguntas sobre aquela primeira estação continuarão surgindo em sua mente. Não é possível cobrir todas as questões em um só artigo. A prática a consulta à radioamadores mais experientes e mesmo a leitura de outras publicações sem dúvida irão minimizar e esclarecer seus diversos questionamentos sobre a montagem da primeira estação. O importante é lembrar que o nome do jogo do radioamadorismo é em parte diversão! Portanto, vamos torna-lo tão seguro quanto divertido, instalando aquela primeira estação de maneira lógica e ordenada. Esperamos que as sugestões deste artigo reduzam suas dores de cabeça ao mínimo possível. Boa sorte!!! 

Fonte: Revista Antenna Eletrônica Popular - Vol. 119 - Nº 3 / 2001