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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Centrista apoia François Fillon para as Presidenciais Edition nº 299 | Série II, du 01 mars 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais 05 Laureano Azinheirinha Maire-Adjoint de Nice LusoJornal / Carlos Pereira A fadista Cuca Roseta foi ovacionada em Nice, num concerto oferecido pelo Banque BCP 13 Cuca Roseta Lesados do BES voltaram a manifestar em Paris Contra “crime” e “vergonha” juntaram-se em frente do banco 07 Bloco. O núcleo Europa do Bloco de Esquerda reuniu no sábado passado em Paris com Pedro Filipe Soares e Luís Fazenda 04 Banco. O Banque BCP inaugurou uma agência em Nice, na mesma avenida onde está o novo Consulado Honorário de Portugal 09 Teatro. A peça de Odette Branco sobre Florbela Espanca foi apresen- tada no Consulado de Portugal em Paris 11 21 Futebol. Os Lusitanos de Saint Maur continuam a liderar o Campeonato CFA (Grupo B) com 4 pontos de avanço PUB PUB

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FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Centrista apoia François Fillon para as Presidenciais

Edition nº 299 | Série II, du 01 mars 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais

05

Laureano AzinheirinhaMaire-Adjoint de NiceLu

soJornal / Carlos Pereira

A fadista Cuca Roseta foi ovacionada em Nice, num concertooferecido pelo Banque BCP

13

Cuca Roseta

Lesados do BES voltarama manifestar em ParisContra “crime” e “vergonha” juntaram-se em frente do banco 07

Bloco. O núcleo Europa do Blocode Esquerda reuniu no sábado passado em Pariscom Pedro Filipe Soares eLuís Fazenda

04

Banco.O Banque BCP inaugurou uma agênciaem Nice, na mesma avenida onde está o novoConsulado Honorário dePortugal

09

Teatro. A peça de OdetteBranco sobre FlorbelaEspanca foi apresen-tada no Consulado dePortugal em Paris

11

21 Futebol.Os Lusitanos de SaintMaur continuam a lideraro Campeonato CFA(Grupo B) com 4 pontos de avanço

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02 OPINIÃO

Pergunta dos leitores

Pergunta:Caro Diretor,Parabéns ao LusoJornal porque fazum excelente trabalho. Já vivi noReino Unido e na Alemanha, masfoi aqui em França que encontreium verdadeiro jornal. Dá gosto ler ea vossa seleção de temas é muito in-teressante porque estamos semprea aprender.[...] Não percebi a razão de teremescrito um artigo sobre BenoîtHamon e não terem, por questõesque equilíbrio, falado dos outrosCandidatos. Espero que possam dara palavra a todos os Candidatos enão só ao candidato socialista. [...]

Manuel Figueira(mail)

Resposta:Caro leitor,

Obrigado pelas palavras simpáticasque diz a nosso respeito. Recebermensagens destas dá-nos mais for-ças para continuar.O LusoJornal não tem qualquer côrpartidária. Nem quer ter. Falamos,sem problemas de todos os Candida-tos.Acontece que Benoït Hamon foi emcampanha eleitoral a Portugal. Os ou-tros ainda não forem. Quando forem,terão também um artigo.Está em curso um pedido de entre-vista a todos os Candidatos. Os Can-didatos que aceitarem responder aoLusoJornal, terão artigo no jornal, osque não aceitarem, aqueles queacharem que não têm nada paradizer aos Portugueses, não diremosnada sobre eles!Esta é a nossa forma de fazer jorna-lismo. Sempre disponível paratodos,... mas sem forçar!Boa leitura.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornalEnvie as suas perguntas para: [email protected]

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Le 01 mars 2017

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret:52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, CindyPeixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira,Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie deOliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits |Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenuede la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: mars 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

O Governo, através da Secretaria de Es-tado das Comunidades, lançou umaprática inovadora na sua relação comos Portugueses residentes no estran-geiro, que representa uma verdadeiramudança de paradigma e que tem sidoum sucesso, como o comprova aenorme afluência de concidadãos dastrês vezes que já se realizou, em Bru-xelas, Londres e Manchester.Os “Diálogos com as Comunidades”começaram por se realizar na Bélgica,por sinal um país que nunca foi objetode grande atenção no que respeita aspolíticas para as Comunidades, prova-velmente porque a dinâmica das insti-tuições da União Europeia tende adeixar na sombra todas as outras ques-tões relacionadas com os problemas daemigração.Os “Diálogos com as Comunidades”consistem na mobilização de váriosmembros do Governo para irem juntodos Portugueses ouvirem o que elestêm a dizer em relação à sua área decompetência. Em Bruxelas, além doMinistro dos Negócios Estrangeiros edo Secretário de Estado das Comuni-dades, Augusto Santos Silva e JoséLuís Carneiro, estiveram também osSecretários de Estado da Igualdade eda Cidadania, Catarina Marcelino, dosAssuntos Fiscais, Rocha Andrade, daAdministração Interna, Isabel Oneto, eainda representantes da segurança so-cial e do Instituto Camões.

A grande vantagem para as Comunida-des não é apenas a oportunidade depoderem exprimir-se sobre problemasque as preocupam, mas também de ofazerem em relação a domínios quenunca mereceram grande atenção doanterior Governo, como é o caso dasquestões fiscais ou sociais, particular-mente as que estão associadas às pen-sões de reforma, ou ainda sobreviolência doméstica e as questões daigualdade. Temas que sempre existi-ram, mas que nunca tiveram a visibili-dade nem o aprofundamento quemereceriam.Tem ainda a vantagem de pôr váriosoutros membros do Governo a lidarcom os assuntos das Comunidades,gerando neles uma sensibilidade epreocupação que também nuncaexistiu no passado. As questões dasComunidades ficavam no redutoquase exclusivo do Secretário de Es-tado das Comunidades, enquanto osrestantes membros do Governo pas-savam ao lado desse tipo de proble-mas, revelando assim o tradicionaldistanciamento da sociedade portu-guesa relativamente aos nossos com-patriotas residentes no estrangeiro,começando logo pelo próprio Go-verno, o que obviamente constituíaum sinal negativo de incapacidade decompreender os contextos da emigra-ção, tão merecedores de atençãocomo as questões nacionais.

Nem sequer os anteriores Ministros dosNegócios Estrangeiros, na sua maioria,se aventuravam muito num territórioque para eles permanecia relativa-mente desconhecido, não obstanteterem a sua tutela. O que não é o caso,de todo, do atual MNE e Vice-Primeiro-Ministro, Augusto Santos Silva. Bempelo contrário, é o Ministro que maiorsensibilidade e conhecimento tem de-monstrado relativamente aos temas es-pecíficos das Comunidades.As Comunidades, claro, agradecem aoportunidade de ouvir diretamente ou-tros governantes e de poderem colocar-lhes questões. Ao mesmo tempo,também o Governo fica a conhecermelhor os seus problemas e podeassim desenhar melhor as respostas eas políticas que lhes são dirigidas.Depois de Bruxelas realizaram-se maisdois “Diálogos”, um em Londres eoutro em Manchester, com o mesmosucesso, com a colaboração da nossaEmbaixada e dos Consulados e sempreadaptados aos problemas específicosde cada Comunidade. Neste caso,deve ser sublinhada também a partici-pação das Secretárias de Estado dosAssuntos Europeus, Margarida Mar-ques, para abordar as consequênciasdo “Brexit” para a Comunidade portu-guesa, e da Inclusão e das Pessoascom Deficiência, Ana Sofia Antunes,essencialmente para a questão dasadoções.

Estão já previstos outros “Diálogos”noutros países. Em todos existem ma-térias a discutir. De Paris a São Paulo.Como sugeri numa recente audição re-gimental ao Ministro dos Negócios Es-trangeiros, seria da maior importânciaque um dos próximos se realizasse noLuxemburgo, onde a nossa Comuni-dade representa cerca de 18 por centodo total da população e tem algunsproblemas a exigir atenção imediata,como é o caso do que se passa em re-lação aos cursos integrados de Portu-guês no ensino oficial do Grão-Ducado.Com efeito, contrariamente às orienta-ções do Governo luxemburguês e daUnião Europeia no que respeita à de-fesa e promoção do plurilinguismo edas línguas maternas, as autoridadeslocais em Esch-sur-Alzette (e isto de-pois de já terem sido encerrado cursosnoutras cidades) estão a desferir umataque inaceitável ao ensino integrado,que atinge mais de 500 alunos, quemerece ampla discussão junto danossa Comunidade. Aliás, é preciso su-blinhar que isto só acontece porque oanterior Governo pôs em causa a con-tinuidade deste ensino, dizendo queera necessário fazer uma avaliação. Eagora é o que se vê.Outros “Diálogos” se seguirão, o que éda maior importância para o reforço darelação de Portugal com as suas Co-munidades e da atenção e reconheci-mento que elas merecem.

Dialogar com as ComunidadesOpinião Paulo Pisco, Deputado (PS) pelo círculo eleitoral da Europa

As notícias vinculadas recentementepela generalidade da imprensa escritasão reveladoras da dimensão (des)es-truturante do fenómeno migratório nasociedade portuguesa.Sustentados no último relatório doObservatório da Emigração, uma es-trutura técnica e de investigação in-dependente criada com base numProtocolo assinado, em 2008, entre oInstituto Universitário de Lisboa e aDireção Geral dos Assuntos Consula-res e das Comunidades Portuguesas,os cabeçalhos dos órgãos de informa-

ção são expressivos e reveladores:“Portugal é o segundo país da Europacom mais emigrantes”.Os dados atualizados do Observatórioda Emigração indicam que durante oano de 2015, o número de saídas dePortugal para o estrangeiro manteve-se inalterado, ou seja, mais de 100mil compatriotas procuraram sobre-tudo em países como o Reino Unido,a França, a Suíça, a Alemanha e An-gola, melhores condições de vida e detrabalho que a pátria de Camõesteima ciclicamente em não conseguir

proporcionar a parte significativa dosseus filhos.Entre os países mais procurados pelosemigrantes portugueses encontram-seainda Espanha, Bélgica, Moçambi-que, Luxemburgo, Holanda, Brasil,Dinamarca, Estados Unidos, Canadá,Áustria, Noruega, Itália, Suécia, Ir-landa e Macau.A nível europeu, acima de Portugal natriste sina de “país de emigração” sóse encontra a república de Malta, cujapopulação estimada não ultrapassameio milhão de habitantes e que tem

24,7% dos seus naturais emigrados.No caso português, segundo dados daOrganização das Nações Unida em2015 viviam no estrangeiro 2,3 mi-lhões de lusitanos, isto é, 22% da po-pulação.Enquanto da parte de todos os agen-tes e responsáveis políticos portugue-ses não se concertar uma estratégia,uma visão de futuro para o país, osdados da emigração permanecerãoinquietadores e denunciadores dadesertificação, empobrecimento, eenvelhecimento de Portugal.

Portugal, o segundo país da Europa com mais emigrantes

Opinião de Daniel Bastos, historiador

lusojornal.com

POLÍTICA 03

Partidos defendem voto mais fácil para emigrantesDeputados do PS, PSD, Bloco deEsquerda e PCP concordaram nasemana pasada sobre a necessidadede facilitar o recenseamento e vota-ção dos emigrantes portugueses,mas os Partidos mais à esquerdamostraram reservas quanto à cria-ção do voto digital.As posições dos grupos parlamenta-res foram transmitidas aos respon-sáveis da petição “Também SomosPortugueses”, entregue na Assem-bleia da República há um mês, du-rante uma audição no âmbito daComissão parlamentar de AssuntosConstitucionais, Direitos, Liberda-des e Garantias.O Deputado do PSD Carlos Gonçal-ves considerou que “o que está emcausa é a necessidade de diminuirobstáculos, uniformizar a metodolo-gia de voto e dar a todos os eleitorescondições para poderem votar, pormais isolados que estejam no

mundo. É uma regra básica da de-mocracia, ou então teremos umademocracia amputada nas Comuni-dades portuguesas”, disse.Pelo PS, Lara Martinho recordouque o programa do Governo prevê“o alargamento da possibilidade devoto antecipado” e adiantou que,dentro de três meses, serão identi-ficados os locais no mundo parainstalar novas mesas eleitorais, oque poderá “contribuir para aumen-tar o direito de voto”.A Deputada do BE Sandra Cunhaconcordou com a necessidade de orecenseamento ser automático paraos emigrantes, que atualmente têmde voltar a recensear-se presencial-mente nos Consulados quando alte-ram a morada no Cartão deCidadão, mas alertou que o voto‘online’ levanta questões como o se-cretismo, “uma vez que é semprepossível aceder ao rasto desse

voto”, além de não ser possível ga-rantir que a pessoa que vota é oeleitor.O Comunista António Filipe tam-bém apoiou a ideia de que o recen-seamento deve ter “o caráteroficioso e o automatismo possível”e defendeu “um grande esforço namultiplicação de locais de voto,desde que sejam garantidas as pos-sibilidades de fiscalização do atoeleitoral, de forma a evitar que aspessoas que queiram votar tenhamde se deslocar centenas de quiló-metros”.Já quanto ao voto pela internet, oPCP demarcou-se: “Hoje podemosfazer quase tudo pela internet, mashá coisas que não devemos fazerpela internet”, considerou.Opinião diferente teve Carlos Pás-coa Gonçalves (PSD, eleito pelo cír-culo de fora da Europa), que alertouque o problema de eventual falta de

segurança no voto digital é o mesmoque já existe para o voto por corres-pondência - a única forma de votarpara a Assembleia da República.O Deputado comentou também quea dificuldade de recenseamento ede voto é muito mais grave para osemigrantes que estão fora do terri-tório europeu, dadas as grandes dis-tâncias que é necessário percorrerpara irem aos Consulados.A petição, com mais de quatro milassinaturas, recolhidas “desde An-dorra até ao Vietname”, segundo osseus promotores, defende que o re-censeamento eleitoral seja automá-tico quando é emitido o Cartão deCidadão ou quando é uma feita umaalteração de morada, e advoga o re-censeamento via postal ou pela in-ternet.Os emigrantes sugerem também aintrodução do voto digital como al-ternativa ao voto presencial e por

correspondência. O voto nas elei-ções presidenciais e europeias épresencial nos Consulados, en-quanto nas legislativas é por corres-pondência.Na audição, Paulo Costa, do grupo Mi-grantes Unidos, defendeu que os elei-tores no estrangeiro deveriam poder“escolher a forma de voto que mais seadequa”. Os peticionários aplaudem apossibilidade de alargamento dasmesas de voto, mas admitem quemesmo assim será impossível chegara todos os emigrantes, pelo que insis-tem na possibilidade de o cidadão es-colher como votar. “Nós Portuguesessomos bastante pioneiros em muitascoisas - o multibanco, a Via Verde. Nãome chocaria que fôssemos à frente”,referiu.O Parlamento vai ainda recolher pa-receres do Governo sobre estas pro-postas, antes de a petição serdebatida no Plenário.

BE e PCP com dúvidas sobre voto ‘online’

Le 01 mars 2017

França: Uma democracia imperfeitaOpinião de Daniel Ribeiro, Jornalista

A democracia social funciona mel-hor em França do que em Portugal,mas o mesmo não acontece com ademocracia política. Isto é: emFrança, há mais igualdade social,pelo menos na aparência e, esta, aaparência também conta - e muito.Na vida quotidiana francesa, os em-pregados dos cafés, dos supermer-cados e de outros serviços nãotratam os professores liceais de his-tória, de desenho, de línguas, dematemática ou outros, com servissenhores doutores ou senhores en-genheiros, mas apenas por “ma-dame” ou “monsieur”, consoante ogénero.Neste aspeto da cidadania e daigualdade, Portugal tem muito aaprender com a França que se des-ligou destas servidões de linguagemdesde que uma famosa Revoluçãoacabou com os tratamentos por“monsenhor” e até cortou cabeçasa alguns dos que assim eram trata-dos. Mas vai ser difícil para os Por-tugueses acabarem com issoporque, por exemplo, chega-se aocúmulo do ridículo de até na Em-baixada e nos Consulados portu-gueses, em França e noutros países,haver pessoas que só respondemaos subalternos quando estes se di-rigem a eles com o venerável epíteto“DR” no início de cada frase.O tratamento por doutor é umadoença portuguesa crónica de talforma grave que são famosos casosde alguns Ministros que chegarama falsificar, inventar e comprar di-plomas universitários apenasporque no nosso país as pessoascom cargos importantes têm de sertodas doutoras.Conheço a este respeito episódioscaricatos. Conto-vos apenas umdeles: um dia, um amigo meu, re-sidente em França, foi passar unsdias à residência de Portuguesesministeriáveis e, portanto, impor-tantes. Como os diversos emprega-dos domésticos da casa o tratavam

sempre por doutor, ele decidiudizer a um deles: “Senhor, não metrate por doutor, porque eu nem se-quer o sou”. A resposta do empre-gado foi genial: “Não me compliquea vida, senhor doutor, aqui em casa

são todos doutores e já viu a trabal-heira que me daria ter de distinguire tratar uns por doutores e outrosnão? É melhor assim, é mais fácil,não me complique a vida, senhordoutor”.

Em Portugal, o 25 de Abril de 1974não resultou numa revolução ci-dadã, é um facto. Mas, se neste as-peto estamos a anos-luz da França,no campo da democracia política,melhor dizendo, no que respeita àsleis eleitorais, estamos muito maisavançados do que os Franceses. Éuma evidência que o sistema elei-toral proporcional português é maisjusto e representativo do peso decada Partido na sociedade do que omaioritário a duas voltas. Para aseleições presidenciais, a lei é idên-tica nos dois países, mas para as le-gislativas, que vão decorrer emFrança em junho logo a seguir àeleição do novo Presidente, é muitodiferente.Em Portugal, os pequenos Partidosconseguem eleger Deputados e atéformar Grupos parlamentares. EmFrança, mesmo um grande Partidopode ser afastado do Parlamento senão conseguir concretizar aliançase negociatas com outros. O caso daFrente Nacional, de Marine le Pen,é um bom exemplo. É talvez, já, oprimeiro Partido de França e apenastem dois Deputados no Parlamento,ao contrário do PC ou de Os Verdes,que têm incomparavelmente menosvotos mas conseguem eleger muitomais Deputados somente porquenegoceiam desistências, apoios ecompromissos com o PS para a se-gunda volta. O mesmo se tem pas-sado com a UDI, o Modem (ambosPartidos centristas), no campo daDireita, dominado por Os Republi-canos.Não se trata aqui de defender a FN,mas apenas de constatar que a leieleitoral francesa coloca problemasà democracia representativa e favo-rece compromissos que a desvir-tuam. A FN é um partido legal emFrança e se não a querem no Parla-mento mais valia ilegalizá-la.Imaginem esta situação estranha,possível segundo alguns credencia-dos analistas: e se Marine le Pen,

que já venceu as mais recentes elei-ções europeias (que decorreramcom o sistema proporcional), foreleita Presidente da França naspróximas eleições? A seguir, emjunho, nas legislativas, com a leieleitoral maioritária a duas voltas,apenas conseguirá eleger um pun-hado de Deputados, no máximoumas, poucas, dezenas… Resul-tado: nem de perto nem de longeconseguirá uma maioria para formarGoverno.O problema é evidente e colocar-se-á mesmo no caso de Marine le Pennão ganhar as presidenciais. Todasas sondagens indicam que ela,numa segunda volta, poderá atingirà volta (ou mais) de 40 por centodos votos, dependendo do adversá-rio que tiver pela frente. Ora, com aatual lei eleitoral, é provável quenem um Grupo parlamentar consigaformar.Por isso, porque a democracia re-presentativa francesa está à beirade ficar em ‘panne’, a ideia de in-troduzir pelo menos uma boa dosede proporcional no sistema faz oseu caminho em França e OsVerdes, bem como o candidato so-cialista, Benoît Hamon, defendemuma reforma nesse sentido, já paraas próximas legislativas.É patente que têm razão e Hamondeve ter constatado, durante a suarecente visita a Lisboa, que a leieleitoral portuguesa nem sequer im-pede os seus camaradas socialistasportugueses de governarem com oapoio dos Bloquistas e dos Comu-nistas na Assembleia, precisamentegraças à lei proporcional. Os Depu-tados do BE e do PC foram eleitossem terem de fazer obscuras nego-ciações de bastidores com o PS.Neste aspeto, os senhores doutoresportugueses têm lições a dar ao“monsieur” Hamon que, por acaso,se fosse português, também seriatratado por doutor - porque ele temum curso de História!

“OS SENHORES DOUTORES PORTUGUESES TÊMLIÇÕES A DAR AO ‘MONSIEUR’ HAMON QUE, PORACASO, SE FOSSE PORTUGUÊS, TAMBÉM SERIATRATADO POR DOUTOR - PORQUE ELE TEM UMCURSO DE HISTÓRIA!”

lusojornal.com

04 POLÍTICA

PSD Paris reuniu e defende voto eletrónico

A Secção do Partido Social Demo-crata (PSD) de Paris reuniu no sábadopassado, dia 25 de fevereiro, à tarde,na Permanence Les Républicains, emAulnay-sous-Bois (93).Na Ordem dos trabalhos estava a aná-lise da situação política, a apresenta-ção das propostas de alteração às leiseleitorais e ao recenseamento eleitoralapresentadas pelo Grupo Parlamentardo PSD e as eleições em França, paraalém do habitual “Diversos”.“Foi uma reunião ordinária, masmuito rica em debate porque abordá-mos a questão da alteração às Leiseleitorais que é sempre muito deba-

tida” explicou ao LusoJornal o Depu-tado Carlos Gonçalves. A reunião sur-giu aliás no seguimento da audiçãoque o Parlamento fez na semana pas-sada aos proponentes da petição quedefende o voto eletrónico. “Nos Parti-dos da Esquerda não percebi nenhuminteresse pelo voto eletrónico” disseCarlos Gonçalves. “Pelo contrário,percebi até que o Governo quer voltarexclusivamente ao voto presencial.Vamos aguardar”.Vários militantes do PSD defendemhá muito, e ativamente nas redes so-ciais, o voto eletrónico. “Foi uma dis-cussão agradável porque veio noseguimento de outras que já tivemossobre este assunto. Pudemos entrar

em questões mais técnicas”.As eleições Presidenciais e Legislati-vas foram também assunto de debate.A maioria dos militantes apoiará acandidatura de François Fillon, “maso importante é que, independente-mente dos candidatos, o PSD possamotivar os seus militantes para susci-tar interesse nos Partidos por questõesde interesse para a Comunidade por-tuguesa” explica o Deputado. “E a lín-gua é um assunto consideradoprimordial”.Carlos Gonçalves diz que “este é ummomento de extrema importância” eespera que “os outros Partidos mobi-lizem também os seus militantesnesse sentido”.

Campanha eleitoral deve ser oportunidade para promover a língua

Por Carlos Pereira

Reunião do núcleo Europa do Bloco de Esquerda na região parisiense Cerca de vinte ativistas do Núcleo Eu-ropa do Bloco de Esquerda reuniram-se no passado sábado na regiãoparisiense, em Gentilly (94), na pre-sença do Líder parlamentar e Vice-Presidente da Comissão de NegóciosEstrangeiros e Comunidades Portu-guesas, Pedro Filipe Soares, e LuísFazenda, membro da Comissão Polí-tica do BE, ex-Deputado e membro doGrupo de trabalho sobre Emigração namesa Nacional - o qual integra igual-mente Pedro Filipe Soares e CristinaSemblano do Núcleo Europa.A primeira parte da reunião foi consa-grada às alterações à Lei eleitoral re-lativas ao recenseamento dos cidadãosportugueses residentes no estrangeiro,apresentadas pelo dirigente bloquistaLuís Fazenda as quais foram objeto deamplo debate pelos participantes. Asalterações propostas pelo Bloco deEsquerda visam acabar com as discri-minações relativas ao recenseamentoeleitoral de que são vítimas os emi-grantes, tornando o recenseamentoobrigatório e automático tal como su-cede com os cidadãos residentes noterritório nacional.Assim sendo e de acordo com as alte-rações propostas que mereceram oacordo unânime dos participantes, asimples mudança de morada para oestrangeiro de um cidadão português,e, uma vez no estrangeiro, a sua mu-

dança de morada de um país paraoutro, ou de uma localidade paraoutra, dará imediatamente lugar ao re-censeamento automático no país oumorada de destino. Esta alteração, aser aprovada, para além de acabarcom a discriminação intolerável dosemigrantes em relação aos demaisPortugueses, poria fim às longas des-locações por vezes de centenas e cen-tenas de quilómetros que osemigrantes necessitam de fazer parase recensear junto das suas áreas con-sulares, já que o recenseamento paraos emigrantes no âmbito da atual leié presencial.

“Estas propostas de alteração ao re-censeamento eleitoral do BE quedarão já entrada nesta semana na As-sembleia da República não se podemconfundir com as propostas que têmvindo a ser plebiscitadas pelo Governoatravés do Secretário de Estado dasComunidades, José Luís Carneiro, queprevêm o recenseamento dos cida-dãos emigrados através de uma plata-forma eletrónica, mantendo destemodo o recenseamento para estes ci-dadãos como um ato facultativo e nãoautomático” diz uma nota do BE.O Bloco de Esquerda quer propôrigualmente a gratuitidade do voto por

correspondência, embora mantenhaaberto à questão do voto eletrónico,ouvindo a opinião de especialistas de-poentes na Assembleia da Repúblicasobre o assunto, e abordando omesmo - como o sublinhou, no do-mingo em entrevista a Artur Silva naradio Alfa - o seu Líder parlamentar,com humildade mas ao mesmotempo com a consciência de que sepoderão colocar problemas comotodos os que estão relacionados coma possibilidade de fraude e que leva-ram países como a Holanda a quererreatar com os procedimentos de vototradicionais.

A segunda parte da reunião do BE-Europa foi consagrada à eleição doSecretariado do Partido para a Eu-ropa, prosseguindo assim os esforçosdo Bloco de Esquerda para reforçara sua ação na emigração europeiaatravés nomeadamente da articula-ção da atividade política bloquistanos diferentes países. Na reunião dodia 25 realizar-se-íam igualmenteeleições para o Secretariado doBloco de Esquerda em França.A margem da reunião dos ativistasbloquistas na Europa, os dirigentesdo Bloco de Esquerda reuniram-secom a Secretária Geral do Sindicatodos Professores das ComunidadesLusíadas, Teresa Duarte Soares,bem como com representantes dosemigrantes lesados do BES, entreos quais, Helena Baptista e SérgioMorgado.Já da parte da manhã dirigentes eativistas bloquistas participaram namanifestação dos emigrantes lesa-dos do BES junto à sede do NovoBanco, marcando assim a solidarie-dade que o Bloco de Esquerda ma-nifestou desde o início à luta destesemigrantes em relação aos quais oseu grupo parlamentar tem pressio-nado de forma regular o Governo, econtinuará a fazê-lo, como o afirmouà Lusa, em direto da manifestação,o dirigente bloquista Luís Fazenda.

Com Pedro Filipe Soares e Luís Fazenda

Bloco de Esquerda denuncia “indignidade” de que são vítimas os emigrantes lesados do BES

O dirigente bloquista Luís Fazenda de-nunciou em Paris, “a indignidade” deque têm sido vítimas os emigrantes le-sados do Banco Espírito Santo (BES),durante mais um protesto dos emi-grantes para reclamar a devolução dassuas poupanças.“É uma indignidade aquilo que se temvindo a passar com os emigrantes queforam lesados por produtos financeirosdo Grupo Espírito Santo (GES) e, emparticular, as ações do BES. Estes

emigrantes estão a ser duplamente pe-nalizados. Foram penalizados pelafraude bancária e agora estão a ser pe-nalizados porque não há uma atençãoem relação à situação particulardeles”, disse à Lusa Luís Fazenda.O dirigente do BE lembrou que “houveum acordo com detentores de papelcomercial mas essa situação não éabrangente para os emigrantes”, con-siderando “inaceitável que havendouma solução - mesmo que criticável -para os detentores do papel comercial,não haja solução alguma para os emi-

grantes que aqui depositaram as pou-panças de uma vida de trabalho”.Luís Fazenda precisou que o seu Par-tido tem acompanhado “a luta” dosemigrantes lesados do BES “hámuito” e “mantém a vontade de vir aresolver este problema”.“Nós já fizemos várias perguntas aoGoverno, já levantámos a questão aoMinistro das Finanças e ao Primeiro-Ministro, vamos intensificar essas ini-ciativas. Nós vamos tentar junto doGoverno que haja uma solução, vamospressionar o Governo nessa direção,

estamos a pressionar há muitotempo”, afirmou.A dirigente do núcleo Europa doBloco, Cristina Semblano, reiterou àLusa que “o Bloco de Esquerda é so-lidário da luta dos emigrantes lesadosdo BES”, uma luta “que já vem desdeo verão de 2014 quando eles sederam conta que todas as economiasde uma vida de trabalho tinham sidoespoliadas”.“A situação continua na mesma, comcasos gritantes de emigrantes que nãotêm nada com que viver, que estão a

viver abaixo do limiar da pobreza, queestão com reformas miseráveis, sempoderem ter acesso às economias detoda uma vida de trabalho e sacrifí-cio”, indicou Cristina Semblano.A dirigente bloquista alertou que “sea situação dos emigrantes lesados nãoé resolvida agora, em que os capitaisdo fundo de resolução são maioritaria-mente públicos”, quando o NovoBanco for vendido, “o comprador doNovo Banco não vai estar absoluta-mente nada interessado em indemni-zar os emigrantes lesados do BES”.

Por Carina Branco

Le 01 mars 2017

DESTAQUE 05

lusojornal.com

“A Marine Le Pen não vai ganhar esta eleição”

Laureano Azinheirinha é Maire-Adjointde Nice, com o Pelouro da Educação.Vai no segundo mandato e aspira a serDeputado. Os pais eram Alentejanos,de São Pedro de Gafanhoeira. Quandochegou a França, o pai foi trabalharpara os campos de beterraba, no norte.Mais tarde veio a mãe, e o casal ficou-se em Provins, na Seine e Marne. Foiaí que nasceu.

A sua formação é na área médica.Como chegou à política?Estudei terapia da fala, em Paris, noHospital Pitié Salpétrière. Depois de-cidi tirar um curso de Ciências Políti-cas, e trabalhei na Mairie de BoulogneBillancourt, com Jean-Pierre Fourcade,ex-Ministro das Finanças de Giscardd’Estaing. Fui Diretor do Gabinete dele.Depois casei, tive dois filhos e penseiem mudar de vida. Quis sair de Paris.

Porquê Nice?Podia ter sido outra cidade de facto,onde houvesse sol e luminosidade.Nice foi a primeira ocasião que tive.Conheci o Deputado Rudy Sales, queainda é Deputado e Autarca de Nice ecomecei a trabalhar com ele. Fui As-sistente parlamentar dele aqui.

Já era militante na altura?Não. Mas foi uma sensibilidade que eutinha. Interessei-me pelas ideias Cen-tristas. Para mim cada um tem que tra-balhar, mas se alguém precisar deajuda, temos de lhe dar a mão. Paramim o Centrismo é a associação entreo Liberalismo e o Social.

A sua esposa é da Normandie, comofoi a adaptação em Nice?Chegámos aqui em 2001 e não conhe-cíamos ninguém, e até 2008, fui As-sistente parlamentar do DeputadoRudy Salles. Não sou de origem fran-cesa, não sou UMP - o partido que pre-valece nesta região - nem sou ‘Niçois’.Aqui é preciso ter um avô ou um bisavôjá na política para se fazer política e eu,com o meu nome português, consegui.A minha história de facto é incrível.

Mas como conseguiu?

Em 2008, o Deputado aliou-se com oChristian Estrosi para ganhar as elei-ções contra o Jacques Peyrad, o Mairena altura, bem da Extrema Direita. Eutrabalhei nessa campanha. Mais pre-cisamente, eu era o Adjunto do Diretorda campanha. No dia de proclamaçãoda lista anunciaram-me que eu ia in-tegrar a lista, mas na 47ª posição. Euestava convicto que não ia ser eleito,mas aceitei e trabalhei nessa campa-nha. Umas semanas antes da eleição,o Christian Estrosi chamou-me e disse-me que eu ia ser eleito. Perguntou-meque responsabilidade eu queria. Aminha especialidade era a educação,pela minha formação e pela minhaforma de ser. Calhou bem porque haviapoucos interessados nesta área. Em2008 fui escolhido para Maire-Adjointcom o Pelouro da Educação e da Ju-ventude, e foi uma surpresa, tanto paramim, como para os meus camaradasde lista.

E aqueles que estavam acima de si nãoficaram desiludidos?Efetivamente só há 10 Maire-Adjointshomens e 10 mulheres. Isto criou al-guns atritos, mas o meu posto não in-teressava muita gente, apesar de ser aminha paixão. Ainda é hoje a minhavocação. O ambiente escolar traz mui-tos problemas, muitas queixas, nin-guém está contente e eu gosto de fazerisso, e o próprio Maire diz que sou oúnico a poder fazer isso.

Foi esta função que lhe trouxe visibili-dade?Não. As pessoas só conhecem o ca-beça de lista. Ninguém repara nos ou-tros que também figuram na lista. Omais importante na política é ser eleitono seu nome, quando o boletim tem oseu nome, quando o cartaz tem a suafotografia, só nessa altura começa umacarreira política. Há Maire-Adjoints queentram e saem, mas as pessoas sóolham para o Maire.

Isso significa que vai ser candidato àspóximas eleições legislativas?Não (risos). Mas em 2011 fui candi-dato e eleito em meu nome, para oConseil Général. Foi a partir de 2011que começou realmente a minha car-

reira política e para mim foi a mais bo-nita das campanhas. Em 2014 volteia ser eleito na lista municipal de Chris-tian Estrosi, nessa altura já estava no13° lugar, e em 2015 fui reeleito Con-selheiro Departemental e agora Vice-Presidente do Departamento dos AlpesMaritimes, com o melhor resultado detoda a região: 68% na segunda volta.

Também foi eleito suplente do Depu-tado Rudy Salles...Quando ele não for candidato, soucapaz de me lançar. Mas, não se podeir muito depressa em política.

Estamos num momento importantedas eleições Presidenciais. Qual é oseu candidato?François Fillon. Tenho muitas divergên-cias com os Centristas por causa disso.Eu defendo que os Centristas deviamobrigatoriamente ter apresentado can-didatos às eleições primárias da Direitae do Centro. Por isso se chamamassim. Os Centristas deviam ter apre-sentado pelo menos um candidato. Fi-zeram um erro.

E quem deveria ser o candidato?Pouco importa. Podia ser 1, 2 ou 3,

como o Hervé Morin, o François Bayrouou ainda Jean-Christophe Lagarde. Erauma oportunidade para levarem para odebate a mensagem do Centro. Umapessoa como o Frédéric Poisson, doPartido Cristão-Democrata, teve umaocasião única de dar a conhecer oPartido e as suas ideias. Os Centristasescolheram não enviar nenhum can-didato e fizeram do Alain Juppé o can-didato Centrista. Eu não votei por ele,porque não é Centrista. Quando eraPresidente do RPR, em 2002, ele de-cidiu criar a UMP para fazer desapare-cer os Centristas. O Rudy Sallesdecidiu apoiar o Nicolas Sarkozy, oHervé Morin escolheu o Bruno Le-maire, o Jean-Christophe Lagarde es-colheu o Alain Juppé e o LaureanoAzinheirinha escolheu o François Fil-lon. Poucos Centristas escolheram, éverdade, o François Fillon. Há mais deum ano, quando li o livro dele, decidique se fosse da Direita ia votar peloFrançois Fillon. Como não tenho can-didato Centrista... a minha escolha éFillon.

Alguns Centristas optaram por Ma-cron... Nunca foi alternativa para si?Não. Pela mesma razão pela qual não

escolhi o Juppé, também não escolhio Macron. Ontem disseram-me que oCentrista era o Juppé e hoje o Centristaé o Macron? Os Centristas hoje nãopodem ganhar porque não têm candi-dato...

Mas porque não o Macron? Eu sou Maire-Adjoint numa Mairie deDireita, sou Vice-Presidente de uma re-gião de Direita, Christian Estrosi e EricCiotti não são Centristas, são de Di-reita, uma aliança com essas pessoasé mais interessante para as ideias Cen-tristas. Quando eu tenho um ideia maisCentrista e que vou negociar com Es-trosi ou Ciotti, tenho mais sorte de ga-nhar. Acho que os Centristas deviamponderar melhor um programa comFillon e não com Macron. O Macron éde Esquerda.

Mas François Bayrou optou por apoiarMacron...Eu fui muito próximo de François Bay-rou. Em 2002 trabalhei na campanhadele. Em 2007 fui o Diretor da cam-panha para esta região. Conheço-omuito bem, é na minha ideia, alguémmuito culto, que conhece muito bema História de França, alguém comideias muito interessantes. Convenceu-me que tanto a Direita como a Es-querda não significavam nada, eprecisava de ter uma aliança com Es-querda, Direita ou Centro para governaro país. Foi a mensagem em 2002, em2007 e hoje também com a suaaliança a Macron. O François Bayrou,em 2002, foi tocar viola debaixo da ja-nela da Ségolène Royal e em 2007disse que tínhamos de votar por Fran-çois Hollande. A convicção dele - quetambém era a minha – de que os Cen-tristas não deviam fazer aliança comum Partido, mas com todos, acabouali. A convicção de Bayrou hoje é queos Centristas só podem fazer aliançacom a Esquerda, já não é a mesmaideia e é por isso que ele segue o Ma-cron.

E quem vai ganhar? O Fillon ou a LePen?Penso que será o Fillon. Toda a minhavida política foi fazer com que essePartido de ódio e de xenofobia nuncachegasse ao poder no nosso país. Sedeveria ainda ter uma vontade políticaera essa. E espero que volte a perder.Se ganha é porque os eleitores do Cen-tro, da Direita e da Esquerda votam porela. É uma eleição com duas voltas: éa pessoa que estará à frente da MarineLe Pen na segunda volta que irá ga-nhar! É isso que reflete a história e ahumanidade da França.

Acredita então numa nova ‘frente’ con-tra o Front National?Sim, acredito. Estou consciente queo FN é um perigo para o nosso país,que está a progredir, mas as estatísti-cas demonstram que aquele que en-frentar a Marine Le Pen tem ganhosempre. Que seja o Fillon, o Macronou o Hamon, o meu voto será semprepara um dos 3, nunca será para Ma-rine Le Pen. E não acredito nos Fran-ceses que dizem que se for o Hamonpreferem votar na Le Pen. Penso quedos 3 - Fillon, Hamon e Macron - umdeles ganhará as eleições.

Por Carlos Pereira

Laureano Azinheirinha, Maire-Adjoint de Nice

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Le 01 mars 2017

LusoJornal / Carlos Pereira

lusojornal.com

06 COMUNIDADE

Une délégation de femmes élues d’origine portugaisea visité EuraTechnologiesSamedi dernier, le 24 février, une dé-légation de femmes élues et chefsd’entreprise d’origine portugaise, de larégion parisienne, représentée par l’Ad-jointe au Maire et Chef d’entrepriseNathalie Pereira-Fordeloné, s’est ren-due pour la première fois sur Lille pourvisiter EuraTechnologies à coté du Pré-sident du Comité France-PortugalHauts de France et Consul Honorairedu Portugal à Lille, Bruno Cavaco.EuraTechnologies accompagne le dé-veloppement des entrepreneurs du“numérique” grâce à une méthodolo-gie et un savoir-faire unique dans lesoutien aux entreprises. EuraTechnolo-gies a réussi à s’imposer comme le ferde lance de l’économie numériquefrançaise à travers la French Tech: avec161 entreprises, 3.600 emplois, 100projets en incubation chaque année,500 événements annuels et un réseaudense à l’échelle internationale. Ellesont rencontré des structures tenuespar des lusodescendants qui leur ontexpliqué leur vision de l’économie etstratégique, leur état d’esprit entre-preneurial. La délégation a terminépar une visite des ateliers de créati-vité.De nombreux échanges sur l’aspect dela citoyenneté et la place des élues lu-sodescendantes dans une région où laCommunauté portugaise est impor-tante, ont été abordés pendant un dé-jeuner-débat.Puis pour conclure cette journée, la dé-légation a visité le Musée de la piscine,à Roubaix, sanctuaire du style art-décoavec de nombreux symboles maçon-niques.Nathalie Pereira-Fordeloné, Adjointeau Maire de Pomponne (77) a réponduaux questions de LusoJornal.

Pourquoi cette délégation et cette visitesur la région de Lille?J’ai toujours eu un grand intérêt pourles nouvelles technologies et l’écosys-tème numérique que j’ai pu aborderdans mon activité politique et profes-sionnelle. Le Portugal, après le tou-risme et l’immobilier, veut gagner lepari du numérique. Nous avons eu le

Web Summit au Portugal, l’événementnumérique qui a placé Lisboa au cœurdu monde internet. C’est pour cela quenous sommes venues visiter le cœur dela French Tech, EuraTechnologie etprincipalement trois start-ups inno-vantes et ‘Luso’: «Stereograph», repré-sentée par les frères Gomes,«Citymagine», par José Costa et «CeoPaprwork» par Antónia Bova Navrez.

Que retenez-vous de cette visite?Ce campus repose sur une méthodolo-gie incroyable, un savoir faire à lapointe de l’innovation. Ce cluster asso-cie des entreprises, centres de re-cherche et organismes de formationavec une émergence de projets inno-vants. Vous y trouvez un incubateur deprojets, des soutiens à la création et audéveloppement jusqu’à l’accompagne-ment de croissance à l’international. Ala recherche de talents, ils dynamisentaussi l’emploi et la formation, avec desactions au sein des centres de forma-tion. 85 % de survie pour une start-up!Une réussite. L’émergence au Portugalde nouvelles technologies à la pointe,deviendra une référence dans de nom-breux domaines. Donnons à ce beaupays de nouvelles lettres de noblesses.

Pourquoi une délégation de femmes?Et pourquoi pas? La femme a uneplace importante dans la Commu-

nauté. Lors de la création de la“branche armée” (sourires) de l’asso-ciation Cívica Femina, nous sommesplusieurs a nous être reconnuescomme des femmes actives, à la re-cherche constante d’informations,d’échanges, d’ouverture sur les autresrégions. Nous avons fait le mêmeconstat sur la vie politique et la placede la femme dans la Communauté por-tugaise. J’ai eu la chance d’avoir unsoutien de notre Consul Honoraire àLille, Bruno Cavaco, qui porte un grandintérêt à sa région et aux nouvellestechnologies. Avant-gardiste et peutêtre féministe, nous avons lors de cedéplacement sur les hauts de France,pu échanger sur différents aspects.Nous lui avons demandé de nous ac-compagner, et pour lui rappeler cebeau souvenir, un écrin avec une Mé-daille des Champion UEFA 2016 lui aété offert pour rappeler que le Portugalest Champion d’Europe (rire). C’estplutôt “sport” de la part d’un groupeféminin...

Avez-vous eue une bonne adhésiond’autres élues?Naturellement ce projet a vu le jour enlien avec mes “comadres” femmesélues. Elles sont toutes formidables etincroyables! Elles ont une histoire, ellessont passionnées et auraient tellementde choses a vous relater de leur par-

cours politiques. Issues de l’immigra-tion, nous sommes l’exemple mêmed’une génération qui a montré qu’elleétait bien plus intégrée et qui avait dé-passé les clichés parfois dégradants.Adjointe au Maire, Conseillère dépar-tementale, Chef d’entreprise, Archi-tecte, Notaire et tant de métiers quenous représentons. Je souhaitais aussiprofiter de ce voyage pour soutenirMaria Heitor, une jeune fille portugaisedouble Championne du Monde derugby dans un sport dit “masculin” etnous tenions à la saluer et à travers elleégalement toutes les femmes qui mè-nent un combat dans un monde ou ledroits des femmes est en régression.C’est un bel exemple égalementd’échange et d’unification de l’Europeentre le Portugal et la France.

La femme est de plus en plus impli-quée dans la société…Il y a de nombreux exemples d’évolu-tion pour la femme, comme la loi surla parité, qui a été un grand pas enavant mais avec parfois des prises deposition des hommes assez contras-tées. Nous voulons prendre une partactive dans la Communauté, réclamerdes réformes, obtenir l’application du“travail égal, salaire égal”, nous vou-lons aussi une certaine visibilité poli-tique, une forme de reconnaissance.Vous le savez certainement, de nom-

breuses institutions ‘luso’ ne respec-tent pas la parité. Quid d’adminis-trations ‘luso’ tenues que par deshommes? Quid d’une mise en avantde femmes dans les journaux? Letravail est long pour faire changer lesmentalités.

Vous représentez une quelconquestructure?Notre délégation est celle du renou-veau dans la diaspora ‘luso’. Ce voyagen’a pas d’appartenance a un parti, àune association, nous ne souhaitonspas nous afficher sous une étiquette,mais juste celui d’une action féminineindépendante et forte d’un renouveau.Un groupe de femmes indépendantesà la rencontre d’un cluster qui est uneréférence dans la transition numérique!Une belle aventure!

Vous avez d’autres projets de ce type?Une autre délégation est en prépara-tion pour une visite que je qualifieraid’intéressante... (rires). Toutes cesfemmes actives a mes cotés, ont a monsens un devenir politique certain. Ellessont le lien et les ambassadrices dumonde ‘luso’ avec les générations fu-tures. Croyez-moi, vous en entendrezparler dans les prochains mois...

Une visite coordonnée par le Consul Honoraire Bruno Cavaco

Os Lesados do BESOpinião de Jean Pina, Empresário

Há duas componentes que são deter-minantes nesta realidade dos designa-dos “Lesados do BES”. Umaprende-se com a suposta solidez doBanco Espírito Santo que, com maisde cem anos de existência e implan-tação no sistema financeiro português,garantia idoneidade e reputação, aoutra tem a ver com a capacidade depoupança de centenas de milhares deemigrantes espalhados pelo mundo,mas particularmente em França ecom a implantação do BES neste país.A captação de poupanças implicousempre a confiança no banco e a ca-pacidade de trabalho dos funcionáriosdo mesmo junto dos emigrantes.Neste ponto há que salientar que, namaioria dos casos, esses funcionárioseram oriundos dos concelhos de maior

emigração. Exemplo desta realidade éo concelho do Sabugal.Quanto à subscrição de aplicaçõesque não depósitos a prazo há que re-ferir que, estamos certos, na maioriaesmagadora dos casos, os subscritoresnão tiveram qualquer consciência da-quilo que estavam a fazer. De facto, oanalfabetismo funcional e financeiroda maioria dos emigrantes é conhe-cido. Hoje, mais que o literal, existe ofuncional. Foi esse que ditou a fácilangariação de capitais para esses in-vestimentos de risco. Por sua vez, oscaptadores desses dinheiros eramgente próxima dos investidores. Próxi-mos familiarmente e afetivamente,mas também pelo facto de serem Por-tugueses cá fora.A resolução do Banco Espírito Santo

foi, sem dúvida, uma questão mera-mente política já que, em termos deprejuízos para os contribuintes portu-gueses, não sabemos se a recapitali-zação teria sido mais cara do que aentrada do Fundo de Resolução. Claroque na relação entre lesados e Estado,os primeiros não foram tidos nemachados. A intervenção das autori-dades portuguesas ao tempo foi, nomínimo, de pouca preocupação paracom estes 8.000 Emigrantes. Todosnos lembramos da declaração públicado Presidente Cavaco Silva, poucosdias antes da resolução do Banco, aafirmar total solidez do mesmo e a ga-rantir segurança nos investimentos.A falta de humanismo com que amaioria dos lesados foi tratada condu-ziu, amiúde, a depressões, suicídios e

doenças. Quem durante 30 ou 40anos viveu situações de dificuldades ede trabalho duro em França paraamealhar o seu pé-de-meia e viu essepé-de-meia evaporar-se bem pode dartestemunho da angústia que tem vi-vido. Muitas destes Emigrantes e ape-sar da idade avançada, viram-seobrigados a voltar ao mundo do tra-balho, quase a “começar de novo”com um sentimento de revolta, que sóquem vive pode sentir.Este caso do BES e ainda o do BPNou do BANIF fazem-nos pensar que,na realidade, os Governos têm por im-perativa obrigação zelar e controlar agestão dessas instituições ainda queprivadas. Do mesmo modo pensamosque, mais do que nunca, ter umbanco forte na posse do Estado pode

ajudar a controlar melhor a atividadefinanceira.Hoje, à luz do atual Governo por-tuguês, parece que o mesmo terá che-gado a algum acordo com a maioriados lesados. Não é uma situaçãoideal, tanto quanto se sabe, é a possí-vel e aquela que poderá garantir a re-posição de parte do capital. Assimesperemos porque mais de 2.600 fa-mílias não tem qualquer solução napresente data. Estamos crentes que opapel dos Deputados eleitos por todosnós levarão ao Parlamento as vezesque forem necessárias este assunto,de forma a ser estudado e acima detudo clarificado. Um singelo contri-buto para com estas pessoas apesarde eu não fazer parte deste grupo “le-sados do BES”.

La délégationAngéla Avon (Conseillère municipaleà Chelles, 77)Dina Martins (Conseillère municipaleà Dammaries-les-Lys, 77)Félicie de Oliveira (Conseillère muni-cipale à Elancourt, 78)Isilda Silva de Amorim (Conseillèremunicipale à Champigny, 94)Jaquelina Fonseca (Conseillère mu-nicipale à Roncq, 59)Nathalie Pereira-Fordeloné (MaireAdjointe à Pomponne, 77)Sandra de Pina Moniz (Conseillèremunicipale à Verrières, 78)Sandrine Carneiro (Adjointe au Maireà Plaisir, 78, également Conseillèredes Communautés Portugaises)

Bruno Cavaco avec les élues de la région parisienneDR

Le 01 mars 2017

COMUNIDADE 07

lusojornal.com

Emigrantes lesados do BES protestam em Paris contra “crime” e “vergonha”

Os emigrantes lesados do Banco Espí-rito Santo (BES) voltaram a protestarem Paris, no sábado passado, para de-nunciar “um crime” e “uma vergonha”e reclamar as poupanças que deposi-taram naquela instituição financeira.“Faço um apelo ao nosso Primeiro-Mi-nistro para resolver esta vergonha por-que isto é uma autêntica vergonha, oque está a acontecer aos emigrantes.É um crime, é um crime. Como é queesta instância bancária (BES) continuaa viver? Esta panela sem fundo já cus-tou milhares de euros ao Estado portu-guês. Isto é uma autêntica panela rota,é uma vergonha o que está a aconte-cer”, disse à Lusa Carlos Costa.O português, de 49 anos, é um dospromotores do grupo Emigrantes Le-sados Unidos que organizou a mani-festação em frente à sede do NovoBanco, em Paris, na avenida GeorgesMandel, e lembrou que o caso dosemigrantes lesados do BES “está pa-rado” e que o Primeiro-Ministro, An-tónio Costa, “fez uma promessa emChampigny, no bairro da lata, para re-solver o problema rapidamente” mas“continua-se à espera”.Carlos Costa e quatro pessoas da suafamília não assinaram a solução co-mercial do Novo Banco, apresentadaem 2015, porque “tem obrigações até2049 e 2051”, o que considera ser“uma autêntica vergonha” porque “amaior parte das pessoas não estarãopresentes nesta terra”.Também Madalena Araújo, de 57anos, denunciou que “estão a fazer umnegócio do crime”, de que consideraterem sido alvo os emigrantes. Estaportuguesa explicou que não assinou a

solução comercial de 2015 porque odocumento começava com a frase“Afirmo que comprei ações do BES”mas ela garante que “nunca” comprouações porque colocou o dinheiro numaconta poupança a prazo “com capitale juros garantidos”.“Para podermos ter a esperança de irbuscar as nossas economias, tivemosque por uma ação em tribunal e tudoisso está-nos a custar muito dinheiro”,lançou a portuguesa, sob um coro devozes que entoavam “gatunos!”.Glória de Jesus Santos, o marido e o

filho foram ao protesto com cartazesescritos à mão em que se lia: “Meufilho é deficiente motor. Estou na mi-séria. Quero o meu dinheiro” e “Euquero o meu dinheiro. Estou a passarfome”.“Nós queremos o nosso dinheiro por-que estamos a passar fome e nãotemos mais dinheiro nenhum porqueas nossas economias iam todas lá paraPortugal. Agora estamos a viver com anossa reforma, mas a nossa reforma émuito poucochinha e quero ajudar omeu neto e o meu filho e o meu di-

nheiro está todo lá dentro e não hámeios de termos um tostão”, contou àLusa a emigrante de 65 anos. A viverdesde 1969 em França, Glória nãoaceitou a solução comercial do NovoBanco em 2015 e aguarda a nova pro-posta que, “se for boa”, está dispostaa aceitar porque está “a precisar de di-nheiro” para ajudar o filho e o neto quetêm deficiências motoras.Presente em várias das manifestaçõesdos emigrantes lesados do BES emParis, José Ferreira, de 62 anos, voltoua aparecer com um tridente vermelho

porque é um símbolo “diabólico” epara ele “este banco foi o diabo” quelhe apareceu. “Já morreram bastantespessoas com depressões, isto é umadoença para nós. Isto é um símbolodiabólico. Foi o diabo!”, exclamou,acrescentando: “Se tivermos essa pro-posta como tivemos em 2015, claroque não vamos assinar porque é emobrigações. O nosso dinheiro foi depo-sitado não em obrigações, foi comjuros e capital garantido”.José da Cunha Alves esteve perto deuma “depressão nervosa”, fazendoparte dos cerca de 2.000 emigrantesque não tiveram proposta do NovoBanco porque tinha uma conta EuroAforro 10 que lhe tinha sido apresen-tada como “um depósito a prazo nor-mal com juros” e agora diz que só vaiaceitar uma solução comercial se lhederem “a totalidade do dinheiro ejuros”.“Trabalhei, ganhei-o honestamente eacho que mereço o que é meu. Nãopeço mais nada, não peço esmolas,não peço nada ao país. Estou na re-forma atualmente. Contava regressar aPortugal, todos os meus projetos forampor água abaixo. Tenho sofrido muito,tenho passado muita noite sem dor-mir”, contou o português de 61 anos.Palmira da Silva Duarte veio de Zuri-que, na Suíça, até Paris para se ma-nifestar e “fazer chegar à opiniãopública, aos políticos o facto de queainda não houve uma solução” paraos emigrantes lesados do BES. “Têmque devolver as nossas poupanças.Eu nunca assinei nada, o Banco Es-pírito Santo nunca me vendeu nada,nem eu nunca comprei nada”, afir-mou a portuguesa de 58 anos quevive na Suíça há 38.

Por Carina Branco, Lusa

Manifestação junto à sede do BESV em Paris

Governo diz que Novo Banco vai apresentar em brevenova proposta aos emigrantes lesados do BESO Novo Banco deverá apresentar embreve uma proposta comercial aosEmigrantes lesados pelo BES para ostentar compensar pelas perdas sofri-das, a que podem aderir mesmo osque rejeitaram a primeira soluçãoapresentada em 2015, segundo o Ga-binete do Primeiro-Ministro.Esta garantia do Executivo consta deuma carta enviada pela Chefe de ga-binete de António Costa, Rita Faden,aos Deputados do PSD José Cesário,Carlos Gonçalves e Carlos Páscoa, quetinham questionado o Primeiro-Minis-tro sobre a situação dos emigrantes le-sados pelo Banco Espírito Santo(BES).“Os perto de 2.000 emigrantes quenão foram destinatários de propostaformulada pelo Novo Banco corres-pondem ao conjunto de titulares detrês das apontadas sociedades veículoa que o Novo Banco não conseguiuainda aplicar e concretizar procedi-mento similar às demais que foram li-quidadas. A Administração do NovoBanco fez saber ao Governo que esti-mava poder em breve ter condiçõespara apresentar a estes cerca de2.000 emigrantes uma proposta simi-

lar à que em 2015 foi apresentada”,lê na resposta a que a Lusa teveacesso.Ainda segundo o Executivo - que ga-rante na carta que tem acompanhado“com atenção e empenho” a situaçãodestes lesados e feito “sucessivas reu-niões” com a direção da associaçãoque os representa e com o Novo Bancopara encontrar modos de “minorar asperdas sofridas” - o Novo Banco daráainda uma “segunda oportunidade aoscerca de 2.600 emigrantes que em2015 rejeitaram a proposta de soluçãoque foi maioritariamente aceite e queestá a ser executada”.Então, o Novo Banco não os incluiu nasolução comercial por os produtos fi-nanceiros em que tinham aplicaçõesterem uma natureza diferente e maiscomplexa. O Governo diz agora queestes emigrantes (dos produtos EGPremium e Euro Aforro10) receberãouma “proposta similar” à feita em2015 aos restantes emigrantes lesa-dos.Após a resolução do BES, em 4 deagosto de 2014, mais de 10.000clientes emigrantes (sobretudo deFrança e Suíça) vieram reclamar um

total de 728 milhões de euros, acu-sando o banco de lhes ter vendido pro-dutos arriscados (ações de sociedadesveículo) quando lhes tinha dito que setratavam de depósitos a prazo para nãoresidentes.A responsabilidade sobre estes produ-tos ficou, na resolução do BES, noNovo Banco - o banco de transiçãoentão criado - que propôs em 2015aos emigrantes (com os produtos Pou-pança Plus, Euro Aforro e Top Renda)uma solução comercial, que teve aaceitação de cerca de 6.000 (80% dototal) que detinham em conjunto 500milhões de euros.No entanto, houve mais de 2.000clientes que não aceitaram por consi-derarem que não era justa e não seadequava ao seu perfil e o Novo Banconão fez qualquer proposta a outros2.000 clientes, argumentando quenão era possível devido ao tipo de ins-trumentos financeiros abrangidos.Em dezembro passado, a vice-presi-dente da Associação Movimento dosEmigrantes Lesados (AMELP), HelenaBaptista, disse à Lusa que a propostafeita foi “muito negativa”, nomeada-mente por incorporar obrigações do

Novo Banco que têm o seu venci-mento apenas daqui a 30 anos e semcupão anual.A dirigente da AMELP defendeu queos emigrantes não foram gananciososnem foram para produtos complexospor darem maior remuneração, umavez que conseguiam melhor nos ban-cos dos países em que vivem, mas queescolheram pôr o dinheiro em Portugalpor motivos emocionais.Quanto à nova proposta que o Governoagora diz que será feita pelo NovoBanco, fontes contactadas pela Lusaenvolvidas neste processo indicaramque já houve alguns contactos prelimi-nares entre os emigrantes e responsá-veis da instituição, mas que ainda nãoé conhecida a proposta.O Novo Banco está em processo devenda, decorrendo agora negociaçõesexclusivas com o fundo norte-ameri-cano Lone Star. A hipótese referida naimprensa passa por a Lone Star ficarcom 65% da instituição, o Fundo deResolução (que atualmente tem amaioria do capital) ou outra entidadepública deter cerca de 25% e os res-tantes 10% pertencerem a investido-res nacionais.

O problema nas negociações tem sidoos riscos que o balanço do Novo Bancoincorpora e que podem vir a significarelevados prejuízos futuros, pelo que asolução que está a ser desenhada visaessa partilha de riscos entre privadose público.Segundo fontes contactadas pelaLusa, a nova proposta de solução co-mercial que será feita pelo NovoBanco aos emigrantes visa precisa-mente minorar esses riscos futuros,uma vez que se relacionam com os ati-vos problemáticos que o Novo Bancodetém (nomeadamente créditos) mastambém com as muitas ações judiciaisque há nos tribunais contra si, casodos emigrantes.Por fim, a carta enviada aos Deputa-dos do PSD pelo Gabinete de AntónioCosta fala também dos casos dos emi-grantes residentes na Venezuela e naÁfrica do Sul que fizeram aplicaçõesfinanceiras no BES “através de juris-dições usualmente denominadascomo ‘offshore’”. O Governo diz quetambém neste caso tem estado em“diálogo quer com a Administração doNovo Banco quer com os representan-tes dos emigrantes lesados”.

Carina Branco

Le 01 mars 2017

lusojornal.com

Remessas deemigrantes subiram 0,8%para 3,3 mil milhões deeuros no anopassadoAs remessas dos emigrantes aumen-taram 0,83%, para 3.343 milhões deeuros, ao passo que o dinheiro en-viado pelos estrangeiros a trabalhar emPortugal subiu 2,16%, para 533,9 mi-lhões de euros.De acordo com os dados do Banco dePortugal, divulgados na semana pas-sada no boletim estatístico, as remes-sas dos emigrantes portuguesespassaram de 3.315,6 milhões deeuros, em 2015, para 3.343,2 milhõesde euros, durante o ano passado.Os emigrantes em França lideraram asremessas em volume, tendo enviadopara Portugal 1.122,6 milhões deeuros no ano passado, o que revelauma subida de 8,7% face aos 1.033,1milhões de euros enviados em 2015.A Suíça, de onde os emigrantes por-tugueses enviaram 697,2 milhões deeuros no ano passado, registou umaquebra de 18,1% nas remessas, jáque em 2015 tinha sido a origem de851,2 milhões de euros.

Jovem de 16anos detido por tentativade roubo a um polícia francêsUm jovem de 16 anos foi detido portentativa de roubo, na semana pas-sada, cerca das 17h00, na freguesiada Graça, em Lisboa, disse o Co-mando Metropolitano de Lisboa daPSP. “O suspeito tentou roubar um ci-dadão estrangeiro, com 28 anos,quando este se fazia acompanhar pordois amigos”, informou em comuni-cado a PSP, referindo que foram osamigos da vítima, “um deles políciaem França, na zona de Paris”, que im-pediram o jovem de consumar oroubo, uma vez que intercetaram-noe retiveram-no até à chegada da PSP.De acordo com a polícia, o jovem de-tido foi presente a primeiro interroga-tório judicial, em que lhe foi aplicada amedida de coação de apresentaçõesbissemanais.

Município deMoura cria Gabinete doEmigranteA Câmara de Moura, no distrito deBeja, vai criar um Gabinete de Apoioao Emigrante, que terá como objetivoreforçar o apoio aos emigrantes doconcelho na área da informação, in-formou na semana passada o municí-pio.

08 COMUNIDADE

Soirée conviviale de l’Association Memória Viva

Le 25 février dernier, l’Association Me-mória Viva/Mémoire Vive organisait unesoirée conviviale à La Nouvelle Rôtis-serie (restaurant associatif), à Paris,afin de présenter ses activités en cours.Créée en 2003, cette association apour but de recueillir et de transmettrela mémoire de l’immigration portu-gaise, dans un esprit d’échange etd’ouverture.Plus de soixante ans après, peu de do-cuments et de témoignages existentsur la mémoire et l’histoire de l’immi-gration portugaise en France. Depuissa création, l’Association Memória Vivaa mis en place et réalisé, à travers sesgroupes de travail, et en partenariatavec d’autres associations ou orga-nismes, de nombreuses actions: miseen ligne de son site internet, projec-tions de films, expositions de photos,conférences/débats, concerts de mu-sique. En 2016, elle a participé à lamarche aux flambeaux du 25 Avrilorganisée à Fontenay-sous-Bois, aucolloque «Centenaire de la 1èreConvention franco-portugaise demain-d’œuvre civile et militaire du28 octobre 1916» qui a eu lieu à Hen-

daye et à Paris, à la «Conferência In-ternacional Exílios, Migrações e Asso-ciativismo na Europa do século XX»(Lisboa), au colloque “O (As)salto daMemória”, à l’Université Nouvelle deLisboa, aux rencontres «Archipels,tourmentes et migrations» et «Histoirede l’Accueil des Étrangers en Europe»,à Paris.Par ailleurs, l’Association Memória Vivaa pris une part active dans la présenta-tion en France du livre «Exílios»,

constitué de témoignages d’exilés po-litiques et de déserteurs de la guerrecoloniale. Le lancement de ce recueila été suivi de la signature d’uneconvention entérinant la collaborationentre Memória Viva et l’Associação dosExilados Políticos. Signalons égale-ment la réalisation de tournages et demontages d’entretiens audiovisuelsavec des déserteurs et des exilés poli-tiques, ainsi qu’autour du film «LeSalto». Un autre projet concernera la

création d’une mallette pédagogiquesur les différentes thématiques de l’im-migration portugaise, contenant des li-vres, des textes, des fiches, dessupports vidéo, des films, des photo-graphies.Enfin, en 2017, l’une des principalesactions de l’Association Memória Vivaest la poursuite de l’organisation et dela constitution d’un fonds d’archivessur l’immigration portugaise à la BDIC(Bibliothèque de Documentation Inter-nationale Contemporaine) située sur lecampus de l’Université Paris-OuestNanterre. Ce projet répond à une né-cessité physique de préserver des do-cuments relatifs à l’histoire del’immigration portugaise et de comblerun vide des archives françaises et por-tugaises. La création de ce fonds parMemória Viva a donné lieu, à la fin del’année dernière, à la signature d’uneconvention-cadre avec la BDIC. Afin defaire connaître les documents déposésà la BDIC (archives-papiers, vidéos,études, livres, journaux, affiches, en-tretiens audiovisuels) et de rendrehommage aux premiers donateurs, unejournée d’inauguration est prévue auprintemps prochain.www.memoria-viva.fr

«Recueillir et transmettre la mémoire de l’immigration portugaise»

Par Dominique Stoenesco

Viagem de estudo à MadeiraOs alunos do curso de português daParóquia Portuguesa de Gentillyforam, durante a pausa escolar de in-verno, à Madeira em visita de estudo.Integrado no projeto escolar “Co-nhecer a Madeira”, organizadopelo responsável da paróquia, oPadre Anastácio e a professora deportuguês Maria Piedade Favero,27 alunos do 3° ciclo e do ensinosecundário desta escola foram re-cebidos pelas Câmaras de SantaCruz, do Funchal e de Santana, apre-ciaram o Museu Henrique e Fran-cisco Franco, o Museu de Arte Sacra,o Museu Cristiano Ronaldo, engenhodo açúcar e o jardim botânico da

Fundação Berardo. Visitaram ainda oparque temático de Santana com assuas casas típicas, as grutas de S. Vi-cente e o Centro de Vulcanismo, aspiscinas naturais e o centro de CiênciaViva bem como o aquário de PortoMoniz. Não deixaram de andar de te-leférico e nos famosos carrinhos decestos.Cinco dias gravados na memória pelaboa disposição, pela camaradagem,pelos locais exóticos e pelas aventurasque têm para contar em trabalhos arealizar na aula.

(*) Notícia elaborada pelos alunos dogrupo 1

Curso de português da Paróquia Portuguesa de Gentilly

Paris contagiado por exposição ViralNo dia 4 de março, às 16h00, no Pa-lais de la Découverte, em Paris, o Pa-vilhão do Conhecimento - CentroCiência Viva apresenta a exposiçãoViral - “uma experiência contagianteà Comunidade portuguesa”. O eventoViral convida o público a conhecer amostra e a contagiar-se pela ciênciaem português. A entrada é gratuitamediante inscrição prévia.Neste dia, três investigadores portu-gueses, que desenvolvem projetoscientíficos em institutos de investiga-ção e tecnologia franceses, sobem aopalco para contagiar o público com assuas experiências profissionais e pes-soais. Rita Furtado, do Institut Léo-nard de Vinci e Presidente daAssociation des Diplômés Portugaisen France (AGRAFr); Ana Filipa Ro-seira, também da AGRAFr e JorgeMoura de Sousa, do Institut Pasteur,

vão falar de doenças, ideias, boatos,comportamentos e emoções quepodem tornar-se virais.Outros cientistas portugueses dasáreas da microbiologia, imunologia e

sociologia acompanharão a visita à ex-posição para responder às perguntasdos mais curiosos.Viral é uma exposição interativa queexplora o que é o contágio e como

funciona, revelando fenómenos bioló-gicos, sociais e questionando o seuimpacto nas nossas vidas. Foi conce-bida e produzida pelo Pavilhão do Co-nhecimento - Ciência Viva emcolaboração com a Universcience, emParis, e o Heureka, em Helsínquia. Efoi considerada pelo Center for Advan-cement of Informal Science Educa-tion (CAISE) e pelo Exploratorium deSão Francisco como uma das maisnotáveis exposições de 2016.Nesta iniciativa estará presente BrunoMaquart, Presidente da Univers-cience; Rosália Vargas, Presidente daCiência Viva, José Filipe Moraes Ca-bral, Embaixador de Portugal emFrança e Maria Fernanda Rollo, Se-cretária de Estado da Ciência, Tecno-logia e Ensino Superior.

www.pavconhecimento.pt

Visita aberta à Comunidade portuguesa

LusoJornal / Dominique Stoenesco

Le 01 mars 2017

EMPRESAS 09

PSD propõe que Comunidadesintegrem oConselho Económico eSocial

O PSD propõe que o ConselhoEconómico e Social (CES) passe aintegrar dois representantes dasComunidades portuguesas, desta-cando o papel dos emigrantes narecuperação económica e na pro-moção da imagem externa dopaís.A iniciativa será discutida em plenárioda Assembleia da República no pró-ximo dia 2 de março, juntamentecom outras propostas do PSD paraincluir no CES representantes doConselho Nacional da Juventude e dereformados, pensionistas e aposenta-dos.Em declarações à Lusa, o Deputadodo PSD Carlos Gonçalves explicouque esta é uma proposta que já tinhasido apresentada na anterior legisla-tura. “O PSD entende Portugal comoum país repartido pelo mundo”, disseo Deputado, eleito pelo círculo da Eu-ropa. Para o PSD, os emigrantes por-tugueses “têm de ter assento emórgãos onde se planificam políticasimportantes para o país e em que asComunidades têm uma palavra adizer”.Os deputados social-democratas des-tacam o contributo das Comunidadesa nível económico, com o envio de re-messas, investimento, exportações einternacionalização das pequenas emédias empresas.

Banque BCP inaugurou a agência de Nice

Foi inaugurada na sexta-feira da se-mana passada, dia 24 de fevereiro,uma nova agência do Banque BCPem Nice. A agência situa-se no 50avenue Victor Hugo, a poucos metrosdo recentemente inaugurado Consu-lado Honorário de Portugal em Nice.Jean-Philippe Diehl, Presidente doDiretório do Banque BCP e Thiery Al-vado, membro do mesmo Diretório,acolheram, no dia da inauguração, oEmbaixador de Portugal em França,Luís Filipe Moraes Cabral, o CônsulGeral de Portugal em Marseille, PedroMarinho, o Cônsul Honorário de Por-tugal em Nice, Joaquim Pires, assimcomo os dois Deputados eleitos pelocírculo eleitoral da Europa, CarlosGonçalves (PSD) e Paulo Pisco (PS) eo Maire-Adjoint de Nice, LaureanoAzinheirinha.A agência já está aberta ao públicodesde o dia 6 de dezembro do anopassado, dirigida por António Ribeiro,mas só agora teve inauguração oficial.“Esta região tem um potencial muitoimportante” explica ao LusoJornalJean-Philippe Diehl. “Por um ladoporque há um potencial de desenvol-vimento nomeadamente no domínioimobiliário - é uma região onde o imo-biliário se desenvolve bem - e depois

porque há mais de 20 mil pessoas deorigem portuguesa que moram nestaregião de Nice. É mais do que emMarseille e por isso decidimos im-plantar aqui uma agência, porque nãoestávamos aqui, apesar de já termosdesenvolvido aqui vários negócioscom empreendedores de cá. Mas ví-nhamos de Paris, estávamos longe enão era muito prático”.O Banque BCP desenvolve assim asua implantação territorial em França.“Estamos noutras regiões, mas nãoestávamos ainda nesta região”.O Embaixador de Portugal aproveitoua ida a Nice para ser recebido na Mai-rie e para visitar as instalações doConsulado Honorário de Portugal,cujo Cônsul Honorário, Joaquim Pires,é também o Presidente da DelegaçãoPACA da Câmara de Comércio e In-dústria Franco-Portuguesa.“Nunca Portugal e a França tiveramuma relação económica tão fortecomo a que têm neste momento, atodos os níveis, não só na venda debens e de serviços, mas também emtermos de investimento e de turismoque cresce de maneira esponencial”explicou ao LusoJornal o EmbaixadorMoraes Cabral. “A inauguração destaagência é mais um instrumento paraajudar o reforço permanente em ter-mos económicos destas relações,

quer apoiando a Comunidade de ori-gem portuguesa em França, mas tam-bém os Franceses nos seusinvestimentos em Portugal, os Portu-gueses também na criação de riquezaem França,... É portanto um instru-mento importante e regozijo-me porisso e por isso aqui estou”.O Banque BCP afirma estar a ganhartodos os anos novos clientes. “Amaior parte dos bancos em Françatêm um número de clientes constantee por isso a estratégia deles consisteem reduzir custos, em fechar agên-cias e em não investirem. Nós esta-mos numa lógica completamentediferente porque nós continuamos aseduzir novos clientes. Estamos numalógica de desenvolvimento, de expan-são, com um volume de negócioscrescente, com cerca de 10.000novos clientes em 2016, fazemoscréditos aos nossos clientes, para elesdesenvolverem os seus projetos, tantoem França como em Portugal” disseconfiante o Presidente do Diretório doBanque BCP. “Investimos muito nodigital, nas agências, em novas apli-cações para facilitar a vida dos nossosclientes. Todos os nossos clientes têmum Conselheiro, mas também têmferramentas digitais à sua disposi-ção”.A agência de Nice faz parte da nova

geração de agências, cheia de ele-trónica, mas cujo chão de entrada éa reconstituição de uma calçadaportuguesa.“No fundo, somos um banco de afi-nidades” diz Jean-Philippe Diehl.“Temos as nossas raízes portuguesas,a nossa cultura portuguesa e as duaslínguas, a portuguesa e a francesa. Sefossemos um banco comunitário, es-távamos fechados sobre nós próprios.Aqui não é isso, todos aqueles quetêm uma ligação com Portugal sãobenvindos ao Banque BCP, mas tam-bém os outros, aqueles que não têmforçosamente uma ligação com Por-tugal, mas que são recomendadospelos nossos próprios clientes”.O Presidente do Diretório diz mesmoque “surpreendemos até muitos Fran-ceses que chegam com hábitos dosbancos franceses clássicos, de umfuncionamento de certa forma pesadoe distante e que chegam cá recomen-dados pelos nossos clientes. Muitossurpreendem-se com a nossa formade os acolher”.Laureano Azinheirinha cortou a fitafrancesa, enquanto Luís Filipe MoraesCabral cortou a fita portuguesa. De-pois da inauguração o Banque BCPpatrocinou um concerto com a fadistaCuca Roseta no Conservatoire Regio-nal de Nice (ver artigo na pag. 13).

Na presença do Embaixador de Portugal em França

Por Carlos Pereira

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Le 01 mars 2017

lusojornal.com

5ª ConferênciaeconómicaFranco-portu-guesa na CulturgestA Embaixada de França em Portugal,a Secção Portuguesa dos Conselhei-ros do Comércio Externo de França ea Câmara de Comércio e IndústriaLuso-Francesa organizam pelo quintoano, uma Conferência que pretendedestacar a presença económica fran-cesa em Portugal.Dirigida à Comunidade empresarialfranco-portuguesa, esta nova ediçãoterá como tema central: “Marca Por-tugal”: o contributo das empresasfrancesas, e será marcada pela parti-cipação especial do Primeiro-Minis-tro, António Costa, e do Ministro daEconomia, Manuel Caldeira Cabralassim como a presença do Ministrofrancês da Economia e das Finanças,Michel Sapin.O tema em debate na edição de2017, será sustentado através de in-tervenções de várias empresas repre-sentativas de diferentes setores deatividade, nomeadamente: industrial,agroalimentar, serviços e novas tec-nologias, bem como através de apre-sentação de um estudo exaustivorealizado pela Nielsen.Este evento, terá lugar na manhã dodia 7 de março, na Culturgest, emLisboa, e será seguido de um almoçode encerramento.

«Investir au Portugal: quelles opportunitéspour les entreprisesfrançaises?»A l’occasion des 130 ans de la Cham-bre de Commerce et d’Industrie Luso-Française (CCILF) basée au Portugal,l’association organise à Paris, une ac-tion de promotion du Portugal, intitu-lée: «Investir au Portugal: quellesopportunités pour les entreprises fran-çaises?», suivie d’un déjeuner entrechefs d’entreprises.L’évènement se déroulera le jeudi 2mars, dans les locaux de la CCI Paris.Y seront présents des experts du mar-ché, des chefs d’entreprises françaisayant déjà investi au Portugal, ainsique des représentants de la CCILF.La France est le 1er investisseur auPortugal. La présence française auPortugal ne cesse de se renforceravec plus de 750 entreprises implan-tées qui réalisent un chiffre d’affairesde 9,5 Mds d’euros et emploient prèsde 60.000 salariés.Un déjeuner clôturera la matinée etpermettra un échange entre chefsd’entreprises français et portugais. Ilsera présidé par Pierre Debourdeau,membre de la CCILF, et Président desConseillers du Commerce Extérieur, etJosé Filipe Moraes Cabral, Ambassa-deur du Portugal en France.

10 EMPRESAS

Sabores e saberes lusos em salões da agricultura em Paris

Oito empresas portuguesas de enchi-dos e de equipamentos agrícolas mar-cam presença em dois salõesinternacionais da agricultura que estãoa decorrer em Paris.De acordo com a delegação em Françada Agência para o Investimento e Co-mércio Externo de Portugal (AICEP),são quatro as marcas portuguesas queparticipam no Salão Internacional daAgricultura, na Porte de Versailles, de25 de fevereiro a 5 de março, e outrasquatro empresas vão expor no SalãoMundial da Agricultura e da Maquina-ria Agrícola (SIMA), no Parque de Ex-posições de Villepinte (93), de 26 defevereiro a 02 de março.No Salão Internacional da Agriculturada Porte de Versailles - conhecido emFrança pelo desfile de políticos a pro-varem produtos regionais e pela expo-sição de mais de 3.850 animaisvindos de todo o país - Portugal estárepresentado pelos enchidos, queijose produtos artesanais em pele.Para a 54ª edição vão regressar à feiranomes lusos habituais, como a salsi-charia tradicional Bísaro, o FumeiroArtesanal de Seia, o Varofumeiro e aempresa de calçado, acessórios, ves-tuário e decoração Carola & Borralho.“Já é o terceiro ano. Há uma boa pro-cura, os clientes sempre que provamgostam e ficam clientes. Tenho super-mercados portugueses, mas tambémtenho franceses que nos procuram”,disse à Lusa João Caetano, Presidenteda Varofumeiro.João Caetano trouxe a Paris “uns en-chidos de Lamego, como o salpicão eo chouriço”, e também “uns queiji-

nhos”, sem recear a concorrência dosqueijos franceses porque o queijo por-tuguês “é tipo pastel de nata: os fran-ceses comem e a seguir vão compraroutro!”.O Presidente da Varofumeiro subli-nhou que “é um investimento todo su-portado” pela empresa, mas quecompensa “no aspeto global” e noâmbito do circuito de feiras que faz,inclusivamente em França, onde osseus enchidos “estão na moda porquenão há loja portuguesa que não ostenha ou que não tenha ouvido falarna marca”.A outra feira, mais técnica, o SalãoMundial da Agricultura e da Pecuária

de Paris (SIMA), no Parque de Expo-sições de Villepinte, divide-se em 13setores, desde equipamentos profis-sionais, maquinaria de irrigação, decultivo e de conserva de legumes, ma-nutenção e transporte, entre outros.Cordex Agri, Galucho, Herculano Al-faias Agrícolas e Plastdiversity são osnomes das quatro empresas portugue-sas entre os 1.770 expositores de 42países, segundo dados da página in-ternet do SIMA, uma concorrência quenão assusta a marca de produtos paracontrolo de pragas Plastdiversity.“Somos o maior produtor europeu naárea do controlo de pragas e desenvol-vemos o produto desde a raiz, segundo

a vontade do cliente, até à produçãofinal. Temos sempre acompanhado omercado. Estamos em 70 países,temos preços competitivos, temosqualidade e diversidade, por isso,neste setor continuamos a destacar-nos dos nossos concorrentes”, disse àLusa Ricardo Fonseca, responsável co-mercial da empresa.A marca participa pela primeira vezna feira graças a um projeto deapoio à internacionalização no âm-bito do Portugal 2020 e o “objetivoé encontrar mais contactos ligadosà área da agricultura e de produtospara a casa”, concluiu Ricardo Fon-seca.

Dois salões: um em Paris e o outro em Villepinte

Por Carina Branco, Lusa

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Lusa / Eduardo Costa

Le 01 mars 2017

CULTURA 11

lusojornal.com

Pièce de théâtre sur Florbela Espanca présentée au Consulat du Portugal à Paris

Jeudi 23 février, une pièce de théâtresur un moment de la vie de la poé-tesse portugaise Florbela Espanca, aété présentée au Consulat Général duPortugal à Paris, devant un nombreuxpublic luso-français. Une excellenteinitiative de Odette Branco, qui aécrit un livre sur la jeunesse de Flor-bela Espanca, adapté au théâtre, carelle pense que c’est sur scène qu’onpeut mieux faire connaître un per-sonnage.Le livre «Florbela, la Sœur du Rêve»,a été édité par les Éditions Orfeu en2016. Odette Branco, coordonne surscène, le personnage avec sonépoque, en scénographie, habits,manières, etc.Au Consulat du Portugal, la présen-tation du livre et de la pièce a étéfaite par Dominique Stoenesco. Avecla présence des artistes DanielaCosta, Corinne Menant, Laura St.James (Florbela) et Marcel Vardin(son idéal masculin et son frère adorédéfunt). La mise en scène sera faitepar Jean-Batiste Sieuw et la compo-sition musicale par Bruno Belthoise(interprète, auteur et improvisateur,Lauréat de la Fondation Laurent-Vi-bert, Prix de la Fondation de Franceen 1988, Diplôme Supérieur d’Exé-cution à l’École Normale de Musiquede Paris en 1989, ‘Révélation Clas-sique’ de l’ADAMI en 1997). La tra-

duction des poésies insérées dans lapièce est de Horácio Ernesto André.Le but d’Odette Branco est de faireconnaître en France et ailleurs uneœuvre et une auteure très peuconnue. La divulgation va donc conti-nuer par intermède de lectures théâ-tralisées et musicales.Née le 8 décembre 1894 en Alen-tejo, Florbela est élevée par son pèreet sa femme, Mariana Espanca, toutcomme son frère de sang, Apeles, nétrois ans après elle. Elle fait sesétudes à Évora et se marie en 1913avec Alberto Moutinho et finit sesétudes à l’Université de Lisboa, où

elle rentre en contact avec d’autrespoètes de l’époque, collaborant enjournaux et revues. Florbela divorceen 1921 et se remarie à Porto avecun officier de l’armée, de qui elle di-vorce aussitôt, et se remarie pour latroisième fois avec le médecin MárioLage. Les mariages ratés et les désil-lusions amoureuses ainsi que la mortde son frère (avec qui elle était trèsliée) en 1927, dans un accidentd’aviation, marquent très fortementses œuvres et sa personnalité.La nuit du 8 décembre 1930, à Ma-tosinhos, Florbela se suicide aprèsavoir ingéré une trop forte dose d’un

somnifère.Curieusement ce n’est que 19 ansaprès sa mort que son père la recon-naîtra comme légitime, il le fera àl’occasion de l’inauguration de sonbuste et sous l’insistance des florbé-liens. Florbela Espanca fut la poé-tesse portugaise la plus courageusede l’époque, elle a des poèmesd’amour d’un lyrisme extraordinaire,descriptive et réaliste, après Anterode Quental, plus personne a fait unepoésie avec tant de force. Sa forcedans l’expressivité amoureuse, oùsont exprimées ses souffrances lesplus profondes, son incurable mélan-colie ainsi que sa révolte contre lemonde. Habitée par un riche imagi-naire, Florbela, assoiffée d’infini, res-tera dans notre mémoire.Elle ferait bien partie de «Les poètesmaudits», de Verlaine, mais l’uniquerecueil de vers de Florbela Espancatraduits en français connus jusqu’ànos jours, est une anthologie qui réu-nit des sonnets extraits des “Livro deMágoas” (1919), “Livro de Sóror Sau-dade” (1923) et “Charneca em flor”(1931): “Châtelaine de la Tristesse”,avec préface de Al Berto, traduit duportugais par Claire Benedetti et éditépar l’Escampette en 1994.La pièce d’Odette Branco sera surscène au Théâtre de l’Orme, 16 ruede l’Orme, à Paris 19, les 6 et 20 mai,à 19h00 et le dimanche 21 mai, à14h00.

Par Maria Fernanda Pinto

Mickão C. de Oliveira participa no festivalliterário “Printemps Littéraire Brésilien”O escritor luso-francês Mickão C. deOliveira, com família no Outeiro doLouriçal e nos Vascos, no concelhode Pombal, e residente em SaintBrice-sous-Forêt (95), nos arredoresde Paris, participará este mês demarço no festival literário “Prin-temps Littéraire Brésilien”, que terálugar entre os dias 20 de março e 5

de abril, em quatro cidades euro-peias: Paris, Barcelona, Lisboa eBruxelas.Nascido em 1989, o lusodescen-dente, autor do livro “Nenhum Lugaré Vário” (editora Pasárgada), cujaprimeira edição esgotou, estará pre-sente em Paris, no dia 24 de marçoe em Lisboa no dia 30 de março.

Será impressa para essas ocasiõesuma segunda edição do livro.Mais de 30 romancistas, contistas,dramaturgos, poetas e ilustradoresparticiparão nesta quarta edição doPrintemps Littéraire Brésilien. Deba-tes, leituras, saraus literários, lança-mentos de livros e ateliês de escritacriativa serão organizados em livra-

rias, centros culturais, espaços insti-tucionais ou voltados ao ensino, emParis (Université Paris-Sorbonne,Fondation Calouste Gulbenkian, Mai-son de l’Amérique Latine), Bruxelas,Lisboa, Óbidos, Évora, Sintra e Bar-celona. O stand do Brasil no “SalonLivre Paris” também receberá autorespara sessões de autógrafo.

Un texte de Odette Branco

«Dona Zézinha»,d’Altina Ribeiro

Avec «Dona Zézinha - La vie peu or-dinaire d’une institutrice» (éd.Chiado), dont le lancement aura lieule jeudi 30 mars au Consulat du Por-tugal à Paris, Altina Ribeiro suit tou-jours le fil qui l’a poussée versl’écriture biographique depuis sonpremier livre, «Le fado pour seul ba-gage», publié en 2005.L’histoire racontée ici est issue dutémoignage de Carlos AlexandreAraújo, arrivé en France en 1969, àl’âge de dix-huit ans. À travers unbel exercice de reconstruction de lamémoire, celui-ci évoque, sous laplume d’Altina Ribeiro, l’itinéraireatypique de sa mère, Maria José deOliveira, institutrice, appelée DonaZézinha et devenue MadameAraújo au crépuscule de son exis-tence. Au cœur de ce récit, teintéd’espoir, de fierté et d’amertume àla fois, nous découvrons les rela-tions souvent difficiles entre unemère et un fils, dans un contexte faitde ruptures successives.Cinquante ans après l’odyssée del’émigration portugaise vers laFrance, de plus en plus d’hommeset de femmes éprouvent le besoinde libérer une mémoire restée long-temps cachée, car ici ou là-bas,l’émigration ne fut pas toujours bienvécue. Le récit présenté par AltinaRibeiro en est l’illustration parfaite.Le lecteur appréciera son style dé-pouillé, sa rigueur dans la construc-tion de la narration et le réalismeavec lequel elle campe ses person-nages. Sous sa plume, les scènesdu quotidien prennent vie et nousvoyons apparaître, au gré des évé-nements racontés, le cocher, lecuré, le médecin, les notables, lespasseurs, etc.À travers ce récit, ce sont en réalitédeux histoires qu’Altina Ribeironous propose: celle d’une mère quise bat contre vents et marées pourque son fils ait un avenir à la hau-teur de ses espérances; et celle demilliers d’hommes et de femmesqui, dans les années 1960-70,prennent les chemins de l’émigra-tion pour échapper à la guerre co-loniale, à la dictature et à lapauvreté.Plus que le récit d’une vie, «DonaZézinha» c’est aussi l’histoire detoute une génération vivant entredeux rives, entre deux mémoires.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

LusoJornal / Mário Cantarinha

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Le 01 mars 2017

lusojornal.com

12 CULTURA

“Alguns casos escanifobéticos do beco das sardinheiras”No dia 3 de fevereiro, pelas 20h00,os alunos da turma de 10° ano daSecção Portuguesa do Liceu Interna-cional de Saint Germain-en-Laye (78)levaram à cena do anfiteatro da escolaa peça “Alguns Casos Escanifobéticosdo Beco das Sardinheiras” retiradosda obra de Mário de Carvalho, “Casosdo Beco das Sardinheiras”.O espetáculo baseou-se em cincocontos selecionados pelos alunos e re-tirados da obra de Mário de Carvalho- “O gato Gatão”, “O tombo da lua”,“A Algaravia”, “O percurso para cá”e “A pedra preta”. Os alunos foramdivididos em três grupos de trabalhoe começaram por redigir o texto dra-mático que deu origem ao espetáculoteatral. Em seguida, distribuíram os

papéis, trataram do guarda-roupa, dasonoplastia e da luminotecnia, proje-taram o cenário. Sucederam-se osensaios que ganharam particular in-tensidade na semana do espetáculo.Com a ajuda do «grenier des costu-mes» e do operador de som da es-cola, com a colaboração dosprofessores do 10° ano e da secretá-ria da Secção Portuguesa, da Asso-ciação de Pais e das famílias dosalunos, a Professora Isabel Pereira daCosta conseguiu levar a cabo a Ofi-cina de Teatro do Secundário desteano.“Um trabalho que permitiu aosalunos desenvolverem tanto a com-preensão e a expressão, escrita eoral, em torno de um escritor mar-

cante do panorama literário portu-guês da atualidade” explica ao Lu-soJornal Isabel Pereira da Costa, aresponsável pela Oficina de Teatrodo Secundário. “Pela mão de Máriode Carvalho, os alunos descobriramno ano passado, através da leiturada obra, e deram a conhecer esteano através da criação de um espe-táculo teatral, um beco popular lis-boeta, situado algures entre Alfamae Mouraria”.No blogue usado ao longo dos cincomeses da oficina http://oficina-de-tea-tro-2016-2017.blogspot.fr/ bemcomo num dvd-reportagem criadopelos alunos, os mais curiosos podemaceder a alguns momentos marcantesdeste trabalho.

Teatro no Liceu Internacional de Saint Germain-en-Laye

Lusodescendente Lionel Cecílio nos teatros de Parise no Festival de Avignon

O lusodescendente Lionel Cecílio vairegressar ao festival de teatro de Avig-non com a peça “Voyage dans les Mé-moires d’un Fou”, um espetáculo queestá em cena em Paris até 29 de abril.“Vamos outra vez a Avignon, no mês dejulho, ao Théâtre des Corps Saints, queé um teatro que tem uma presençamuito importante no festival, é muitoconhecido, e vai ser outra maneira deabordar este festival”, disse à Lusa oator que, no ano passado, já tinha inte-grado a programação “Off” do Festivalde Avignon.O artista, de 33 anos, contou que Avig-non foi “um trampolim muito impor-tante” que permitiu que a companhiafosse descoberta pelo Théâtre l’Archi-pel, em Paris, onde a peça está em car-taz desde 02 de fevereiro. “Avignonpode ser uma coisa muito forte para es-petáculos, mas também pode ser com-pletamente assassino porque há 1.500espetáculos ao mesmo tempo, numamesma cidade e a concorrência émuito grande (…). E outra coisa muitoimportante é que os profissionais todosestão lá”, explicou.Em “Voyage dans les Mémoires d’unFou”, Lionel Cecílio, sozinho em palco,interpreta um jovem de 20 anos, diag-nosticado com uma doença incurável,

que decide escrever as suas memórias,viajando até ao passado e reencon-trando personagens que conheceu eque o marcaram, todas elas tambéminterpretadas por ele.A peça foi escrita pelo ator e inspira-seno livro “Mémoires d’un fou” de Gus-tave Flaubert, resultando também deuma reflexão depois dos atentados queatingiram Paris em 2015 porque “é ummundo em que fica tudo sem sentido”.“Quando houve os atentados eu penseiassim: Estou a viver o que se vive emvários sítios do planeta mas, aqui, es-tava em Paris, era ao pé de mim, e nodia em que houve os atentados noCharlie Hebdo eu estava aqui pertinhodo que se estava a passar e tive vontaderealmente de dizer coisas”, contou oator, que nasceu em Montreuil (93), naregião de Paris.Lionel Cecílio, que tem raízes familiaresem Loulé e em Porto de Mós, fala dePortugal no espetáculo porque se tratade “uma personagem de origem portu-guesa, que foi a Portugal quando erapequeno e que guardou uma saudade,uma paixão pelas coisas de Portugal”,tendo como objetivo levar a peça a Por-tugal.A 18 de maio, o ator vai contracenarcom dois atores portugueses, Jacque-line Corado e Eric da Costa, na peça“Lucrèce Borgia”, de Victor Hugo, no

auditório da Biblioteca Paul Marmot-tan, em Boulogne-Billancourt, na qualnove músicos vão tocar partições enco-mendadas pelo escritor e dramaturgooitocentista ao compositor Louis Ale-xandre Piccinni e que tinham estado“perdidas durante dois séculos”.Lionel Cecílio continua, também, a sero protagonista da peça “Aladin”, no-meada para os prémios de teatro LesMolières, no ano passado, na categoria“Público Jovem”, que está em cenadesde setembro de 2011 e que “vai teruma sétima temporada até março de

2018” no Théâtre du Palais Royal, emParis.O ator é, ainda, “leitor de noite” no pro-grama “Voyages au Bout de La Nuit”no canal televisivo francês D8, no qual“propõe ao espetador leituras de clás-sicos da literatura” e onde está “sen-tado num estúdio de televisão emfrente a uma câmara e durante trêshoras” lê um livro.O artista, que frequentou a escola deteatro “Enfants Terribles”, em Paris -onde também estudou a atriz francesaLéa Seydoux - foi considerado “Jeune

Talent Cannes Adami”, no Festival deCannes 2011, com o filme “Scène deVestiaire”, de Frédéric Malègue.Na sua filmografia constam, por exem-plo, “Les Heritiers” (2014) de Marie-Castille Mention-Schaar, que contoucom uma nomeação para os prémiosde cinema César, “Le Bonheur desDuprè” (2011), de Bruno Chiche, asséries “Le Transporteur”, produzida porLuc Besson, “Chers Voisins” e “Scènesde Ménages”, aparecendo também emuma cena do filme “A Gaiola Dourada”(2012) de Ruben Alves.

Por Carina Branco, Lusa

Ana Borralho e João Galante estreiam novo espetáculoem França na quarta-feiraUm jogo de realidades entre a tris-teza e a alegria é como a artista AnaBorralho define o espectáculo “Gati-lho da felicidade”, que estreia hore,quarta-feira, em França, culminandoa residência artística neste país, feitaao longo deste mês.Concebido em parceria com JoãoGalante, “Gatilho da felicidade” é,igualmente, um jogo mortal embusca da felicidade e um espetáculoque usa o jogo como fonte de dis-curso, de acordo com os seus cria-dores.O espetáculo estrear-se-á hoje, nasala Le Phénix Scène Nationale, emValenciennes, no âmbito do Cabaret

de Curiosités, e terá uma nova repre-sentação amanhã, antes da estreiaportuguesa em Lisboa.De 16 a 19 de março, “Gatilho da fe-licidade” estará em cena no teatroMunicipal Maria Matos, na capitalportuguesa, e, nos dias 2 e 3 de abril,será representado na Suécia.“Já te sentiste à beira da loucura? Oque é mais fácil, esquecer ou per-doar? Alguma vez te sentiste atraídopor alguém da tua família?”, são al-gumas das interrogações levantadasdurante o espetáculo, que propõe“um jogo mortal em busca da felici-dade”, estabelecendo esse “jogocomo fonte de discurso”.

“A festa e o jogo” são “elementospotenciadores de alegria, desgraça,intimidade e fuga à solidão”, umjogo “de realidades entre a tristeza ea alegria”, “disparado” pela açãodos seus intérpretes.Em “Gatilho da felicidade” levan-tam-se ainda questões sobre como“é inevitável repetir os comporta-mentos dos nossos pais” ao mesmotempo que propõe que se contem osmomentos de maior ligação aos paisou a um deles.Com conceito e direção artística deAna Borralho e João Galante, “Gati-lho da felicidade” tem desenho deluz de Thomas Walgrave, som de

Pedro Augusto e colaboração drama-túrgica de Fernando J. Ribeiro.As apresentações realizam-se emgrupos de 15 a 25 jovens adultos, decada local.“Gatilho da felicidade” é coprodu-zido pelo Teatro Municipal MariaMatos Teatro Municipal, com ocentro sueco para a juventude Jonk- ny internationell scenkonst förunga, em Jönköping, e ainda como Nouveau Théâtre de Montreuil,Le phénix - scène nationale Valen-ciennes, polo europeu de criação,e o Le Boulon Centre National desArts de la Rue de Vieux-Condé, emFrança.

No ano passado, Ana Borralho e JoãoGalante, que têm atuado em parti-cular em palcos internacionais, en-volvendo muitas vezes habitanteslocais, apresentaram “Atlas” - “umatlas da organização social humana”-, trabalho desenvolvido no âmbitoda série dedicada à mitologia grega,em Poitiers, no Festival À Corps.Ana Borralho e João Galante estuda-ram no AR.CO, em Lisboa, trabalhamjuntos desde 2002, “transpondo asfronteiras das artes visuais e perfor-mativas, questionando comportamen-tos ativos e passivos do ‘espetador’, ecentrando-se na barreira/relação entreo observador e o trabalho”.

Le 01 mars 2017

CULTURA 13

Cuca Roseta foi ovacionada em Nice

O Conservatório Regional de Niceencheu por completo e a fadistaCuca Roseta foi ovacionada nasexta-feira da semana passada, numconcerto oferecido pelo BanqueBCP.Há muitos anos que não havia con-certos de fado na região. Nos anos90, Amália Rodrigues ainda cantouna sala La Palestra, em Le Cannet,junto a Cannes, a poucos quilóme-tros de Nice, mas desde então osPortugueses da região têm lamen-tado da ausência de “grandes”nomes do fado na região.“Pareceu-nos que esta seria a me-lhor forma de nos dar a conhecer”disse na sua intervenção Jean-Phi-lippe Diehl, Presidente do Diretóriodo Banque BCP, que duas horasantes tinha inaugurado uma agênciaem Nice (ver artigo na página 09).“O Banque BCP tem apoiado muitascausas no setor cultural, associativo,desportivo ou social. Quantos maisclientes tivermos, mais meios pode-remos consagrar ao apoio às associa-ções”.Durante as últimas semanas o bancoofereceu bilhetes para o concerto.Mas tinham de ser levantados nanova agência que o Banque BCPabriu na avenue Victor Hugo, no co-ração da cidade, não muito longe dotambém novo Consulado Honoráriode Portugal.“Nós somos um banco pouco conhe-cido da população em geral. Somosuma ‘PME bancária’, uma empresaque tenta identificar-se com os seusclientes e proteger as suas econo-mias, fruto, por vezes, do trabalho

de uma vida” continuou o Presi-dente do Banque BCP. “Espero tam-bém que muitos dos habitantes deNice passem a ser nossos clientes”.O discurso veio a calhar porquehavia muitos Franceses na sala.Uma grande parte do Conselho Mu-nicipal, por exemplo, mas não só.“Há quanto tempo eu sonhava comum concerto desta dimensão nanossa cidade” disse na sua interven-ção, o Maire Adjoint Laureano Azi-nheirinha. “Hoje sou um autarcafeliz”.O Maire Adjoint com o pelouro daEducação (ver artigo na pag 05) está

bem integrado na sociedade local,e disse: “Aqueles que não conhe-ciam ainda as minhas origens,ficam agora a saber que sou Fran-cês de origem portuguesa”.Na primeira fila estava o Embaixadorde Portugal em França, Luís FilipeMoraes Cabral, com a esposa, o Côn-sul Geral de Portugal em Marseille,Pedro Marinho, o Cônsul Honoráriode Portugal em Nice, Joaquim Pires,assim como os dois Deputados elei-tos pelo círculo eleitoral da Europa,Carlos Gonçalves (PSD) e PauloPisco (PS).Joaquim Pires, o Cônsul Honorário,

que assumiu funções no ano passado,disse ao LusoJornal que “é formidávelver na mesma sala, Portugueses eFranceses a assistirem a um concerto.Não tenho lembrança que tenha ha-vido aqui um concerto de fado”. Eacrescentou que “neste período emque a Europa está posta em causa,em que cada vez há mais divisões, ébonito ver que aqui estamos todosjuntos”.O Cônsul Geral Pedro Marinho apre-sentou a cantora e lembrou que já atinha convidado quando estava emfunções em Marrocos. “Cuca Rosetadisse-me que um dos concertos que

mais a marcou foi o da Cité portu-guesa de El Jadida, em Marrocos, eespero que daqui para a frente, esteconcerto de Nice também lhe fiquebem presente na memória”.Quando Cuca Roseta entrou empalco, cantando a capela a “Rua doCapelão” fez-se silêncio na sala,suspendeu-se a respiração ao somda voz da fadista e depois de quaseduas horas de concerto, o públicoovacionou várias vezes, de pé, a can-tora portuguesa, que se apresentouvestida de branco, sem o tradicionalxaile, mas com um reportório tradi-cional, que encantou a sala.Quando chegou ao “Barco Negro”,com um ritmo mais brasileiro, já asala marcava o compasso, mas na“Marcha da Mouraria” estavam todosconquistados. O público aplaudiu,pediu bis, e a fadista voltou, visivel-mente encantada com o acolhimentodo público de Nice.Antes do espetáculo, o CônsulPedro Marinho prestou homena-gem aos Bombeiros de Nice que noverão passado foram, voluntaria-mente, combater incêndios emPortugal e depois do espetáculo, oPresidente da Banque BCP ofere-ceu um enorme ramo de rosas ver-melhas à fadista. Jean-PhilippeDiehl estava acompanhado pela ar-tista Sara Teixeira, e ofereceram aCuca Roseta um quadro que ilus-trava o momento em que o namo-rado a pediu em casamento,durante um concerto.Foram momentos emocionantes queos Portugueses de Nice não devemesquecer tão depressa. E já haviaquem ousava perguntar, no fim doconcerto: quando é o próximo?

Concerto foi oferecido pelo Banque BCP

Por Carlos Pereira

Cantar com Cuca Roseta foi um sonho realizado

Stéphanie Veloso nasceu no Canadá,mas mora em Cannes, a poucos quiló-metros de Nice. Na sexta-feira da se-mana passada concretizou um sonho:subiu ao palco do Conservatório Regio-nal de Nice, com sala cheia, e cantouem dueto com Cuca Roseta.No início do concerto o Cônsul Geralde Portugal em Marseille, Pedro Mari-nho, já tinha anunciado um surpresa.Mas ninguém sabia do que se tratava.Cuca Roseta, no meio do concerto,chamou ao palco Stéphanie Veloso, ecantaram. Cantaram... e encantaram!“Descobri o fado há 4 anos e adoro.Antigamente cantava música populare inglesa, porque sou de origem cana-diana. Mas fui de férias a Lisboa, fuiouvir uma noite de fado e apaixonei-me pelo fado” conta ao LusoJornal.Foi há um ano e meio atrás que ousoulançar-se no fado. “Quando soube quea Cuca Roseta vinha cantar a Nice,quis logo vir ao espetáculo, claro” emais tarde, surgiu a surpresa: o CônsulGeral ligou-lhe e perguntou-lhe se gos-tava de fazer um dueto com Cuca Ro-seta. “Claro que aceitei de imediato”disse emocionada.O encontro entre as duas artistas, a decá e a de lá, “passou-se maravilhosa-

mente bem. Ela é muito simpática,muito simples, chegou atrasada masdeu tempo para ensaiarmos as duas”conta ao LusoJornal. “Ela ajudou-me.Eu estava muito nervosa, porque é aprimeira vez que subi a um palconuma sala tão grande. Mas ela deu-meconselhos, e penso que resultou. Éuma pessoa de quem gosto muito”.E resultou. Pelo menos se tivermos emconta a reação do público e da própriaCuca Roseta. Depois... simplesmente,desceu do palco e voltou para a plateiaassistir ao resto do concerto.“Se pudesse gostava muito de cantar,até em Portugal” confessa. “Mas aindanão tive oportunidade. E talvez faltasseum pouco de confiança em mim. Esteconcerto deu-me alguma confiança.Fiquei com muita vontade de subir aum palco e ver toda esta gente a aplau-dir... Dá vontade”.Mas com os pés bem na terra, acres-centou que “não é fadista quem quer,mas sobretudo quem sabe” e por issoconfessou que “tenho de trabalharmais”.Quem sabe se voltaremos a ver Stép-hanie Veloso noutros concertos? Pelomenos ela vai lembrar-se dessa sexta-feira em que concretizou um sonho, aocantar com uma “grande fadista”numa “sala enorme”.

Stéphanie Veloso, de Cannes

Por Carlos Pereira

LusoJornal / Carlos Pereira

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Le 01 mars 2017

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“Mudar devida” sobreJosé MárioBranco apresentadono PortoO filme “Mudar de Vida, JoséMário Branco, vida e obra” de Nel-son Guerreiro e Pedro Fidalgo, ra-dicados em Paris, foi apresentadono domingo passado, durante atarde, na Fnac do Porto, na rua deSanta Catarina.Trata-se de um retrato sobre a vidae obra do músico José MarioBranco, nascido em 1942, noPorto. “Desde o Estado Novo aosdias de hoje a sua voz e obra re-sistem. Amado por uns e temidopor outros, as suas canções escri-tas há mais de 40 anos não perde-ram a atualidade. Ouça-se oprotesto levado ao extremo notema FMI, escrito em 79, cançãomaldita para os Portugueses”.De Camões a Natália Correia, doerudito Fernando Lopes Graça àsmarchas populares, José MárioBranco reinventa a música portu-guesa, abre espaço para novasvias como o Fado ou o Rap.Homem de ideais que acreditaque esses mesmos ideiais, poucose assemelham ao estado real dascoisas. Aos 20 anos preso pelaPIDE exila-se em Paris, onde foiprofundamente marcado peloMaio de 68. Regressa a Portugalimediatamente a 25 de Abril de 74onde viveu intensamente o PREC,a lutar pela mudança.Pedro Fidalgo vive em Paris há vá-rios anos, cidade onde se tenhodedicado ao trabalho, à política, ede forma autodidata, à leitura, àpoesia e à música. Licenciou-seem Estudos Cinematográficos eAudiovisuais na Universidade deParis 8. Após uma breve passa-gem por Estudos Teatrais nessamesma universidade, terminou omestrado de Realização de Docu-mentário de Criação em 2010.Como experiência de autoprodu-ção, realizou uma curta-metragemde ficção intitulada “Les Solides”com a ajuda da associação Apos-trophe Egg.

Altina Ribeiroprésente sondernier livre auConsulat deParisLe livre «Dona Zézinha - La vie peuordinaire d’une institutrice» (ChiadoEditora) de Altina Ribeiro, va êtreprésenté le jeudi 30 mars, à 18h30au Consulat Général du Portugal, 6rue Georges Berger, à Paris 17(métro Monceau).L’ouvrage sera présenté par Domi-nique Stoenesco qui a écrit la pré-face.La présentation sera suivie d’unshow-case de Dan Inger et d’uneséance de dédicaces.

14 CULTURA

Gala de fado em Paris para apoiar investigação médica

A associação dos doentes com mio-fascite macrofágica (E.3M) organi-zou, no domingo passado, em Paris,uma gala de fado para angariar fun-dos para um trabalho de investiga-ção que defende o abandono deadjuvantes de alumínio nas vacinas.“Temos um projeto de investigaçãoclínica muito importante e precisa-mos de dinheiro para revertermos àunidade de investigação do hospital.Este trabalho é para provar a toxici-dade do alumínio. Queremos umavacinação segura”, disse à Lusa aVice-Presidente da associação Su-

zette Fernandes.O trabalho de investigação sobre amiofascite macrofágica e os efeitosdo alumínio nas vacinas está a serfeito por uma equipa do Institut Na-tional de la Santé et de la RechercheMédicale (INSERM) no HospitalHenri Mondor de Créteil, nos arredo-res de Paris, em parceria com a regiãoÎle-de-France.O espetáculo realizou-se na sala deespetáculos Jean Dame e vai contoucom os artistas residentes em FrançaJoaquim Campos, Mónica Cunha, Je-nyfer Raínho, Victor do Carmo, DanInger dos Santos, Manuel Miranda,Casimiro Silva e Tony Correia.

A associação E.3M, criada em 2001,no hospital Henri Mondor de Créteil,defende o abandono de vacinas comalumínio em França, tendo começadocom cerca de 40 membros e tendoatualmente “cerca de 350”, nomea-damente Suzette Fernandes que, em1999, foi diagnosticada com miofas-cite macrofágica, uma doença mus-cular rara, associada ao hidróxido dealumínio utilizado como adjuvanteem certas vacinas.Em 2012, Suzette Fernandes e váriosmembros da E.3M fizeram uma grevede fome na praça da Bolsa, no centrode Paris, tendo conseguido um finan-ciamento de 150 mil euros para a in-

vestigação sobre a toxicidade do alu-mínio na composição das vacinas.Suzette Fernandes quer criar uma as-sociação para ajudar os doentes demiofascite macrofágica em Portugal,mas alega que “as dificuldades jurí-dicas” têm travado o processo, aindaque não tenha desistido do projeto.“Não tenho ajudas de ninguém. EmPortugal, não é como aqui para criaruma associação. É muito complicado,mas ainda não desisti”, afirmou.A miofascite macrofágica, que é rara,caracteriza-se por cansaço crónico,dores musculares e articulares e difi-culdades neurocognitivas, afetandosobretudo a memória e a audição.

Organizado por Suzette Fernandes para a associação E.3M

Por Carina Branco, Lusa

J’ai découvert Gisela João dans l’al-bum-hommage Amália “As Vozes dofado”, paru en 2015, dans lequel Gi-sela chante “Meu limão de Amargura”en duo avec Camané. Elle y donnetoute la mesure de ses aptitudes àl’interprétation des chansons de hautniveau. Le texte est écrit par José Car-los Ary dos Santos sur une musiquedu fidèle compositeur d’Amália, AlainOulman.Sur ce premier CD sans titre autre queson nom, Gisela João plonge dans lerépertoire d’Amália Rodrigues en pre-nant une autre chanson écrite par lesdeux mêmes personnes, en l’occur-rence la célèbre “Meu amigo estálonge” dont elle offre une interpréta-tion remarquable, justifiant presqu’àelle seule, l’achat du disque. GiselaJoão a d’ailleurs remporté le “Globode Ouro” de la Meilleure interprète2013. C’est dire son talent primé dèsle 1er CD.Pourtant, celui-ci commence étrange-ment par une longue introduction à laguitare, puis la voix arrive, lente et re-tenue. Et la pression monte sur les sixminutes du morceau, les instrumentssont de plus en plus présents poursoutenir la voix qui donne de sa puis-sance, en relation avec le texte (“Ma-drugada sem sono”, que l’on pourraitadapter par “Après une nuit sanssommeil”, même si madrugada signi-fie aube). Ce texte parle de la tristesse

intense que ressent une femme audépart de son amour. Elle va mêmealler se brûler l’âme et le corps dansdes relations sans lendemain, justepour ne plus être dépendante (au sensde l’addiction) de cet amoureux dés-ormais envolé.Arrive l’un des plus beaux morceaux“Meu amigo está longe”, déjà citéplus haut, œuvre là encore, de JoséCarlos Ary dos Santos et Alain Oul-man. Le chant est très prenant, lais-sant passer toute l’émotion que porteGisela João.Il faut attendre le 4ème morceau pourentendre un morceau rapide, “Baila-

rico Saldio”, une chanson tradition-nelle. Puis le 8ème morceau pour enavoir un autre, “A Casa da Mariquin-has”, la célèbre maison sur le port, re-prise par de très nombreux artistes.Cette version très vive, parfois dite etd’interprétation libre est étonnante,mais je préfère celle donnée parConceição Guadalupe, en français surson 4ème CD (“Un fado para minhamãe”).J’aime beaucoup “Sou Tua”, texte deDomingos Gonçalves da Costa, surune musique de Casimiro Ramos,chanté avec encore une fois beaucoupd’émotion dans la voix.

Dans ce disque, Gisela João emprunteencore un titre au répertoire d’Amália,“Maldição” (de 1967), qu’elle inter-prète avec plus de légèreté dans lavoix que son aînée et modèle. Ledisque se referme sur un très joli mor-ceau traditionnel enjoué sur lequelManuel de Almeida a écrit le texte“Antigamente”. Occasion peut-êtrepour la jeune fadista de rappeler sonattachement au fado de l’ancientemps?En effet, il est important de soulignerl’aspect «classique» exprimé et pré-senté dans ce premier opus, commes’il s’agissait de faire ses classes, demontrer qu’elle a intégré la matière.D’ailleurs, les trois musiciens qui l’ac-compagnent - Ricardo Parreira, TiagoOliveira et Francisco Gaspar - respec-tent parfaitement la chose sacrée,même si de temps en temps, ils sepermettent de jolies interventions ins-trumentales.Le livret en couleurs propose les textesuniquement en Portugais et quelquesphotos de l’artiste.Après ce premier disque réussi, j’aihâte d’écouter le deuxième, “Nua”,qui vient de paraître en France. Il estsorti au Portugal en fin d’année 2016.

CD sans titre.Gisela JoãoDisques MontepioEditions Valentim de Carvalho, 2013

Premier CD de Gisela JoãoNote d’écoute par Patrice Perron

Le 01 mars 2017

CULTURA 15

Portrait de Julien Bardy joueur de l’ASM à l’expositionsmonographiques de Pierre Gonnord

Julien de Sousa Bardy, né le 3 avril1986 à Clermont-Ferrand (63), d’unpère français et d’une mère portu-gaise, est un joueur de rugby à XV évo-luant au poste de troisième ligne aile,au sein du club mythique «ASM». Ildécouvre le rugby à 15 ans au sein duclub de Gerzat.Pur produit du Centre de formation duclub auvergnat, Julien de Sousa Bardygravi les échelons, jusqu’au plus hautniveau du rugby français: Championde France en 2010.Il est également international sous lescouleurs du Portugal. Franco-portu-gais, il a choisi de jouer dans l’équipedu Portugal, avec un palmarès de 28Sélections.Sa première Sélection en 2008, estface au Canada, avec l’équipe natio-nale du Portugal surnommée “OsLobos”.Malheureusement, en 2015 le Portu-gal n’avait pas passé les phases dequalification en Coupe du Monde.Julien de Sousa Bardy est un joueurengagé dans la vie comme sur le ter-rain. Lors de la fermeture du Consulatdu Portugal à Clermont-Ferrand, il a

exprimé son inquiétude face aux ca-méras de France 3, avant sa fermetureen décembre 2012.Ce joueur solide défensivement, infa-tigable, avec ses doubles placages,puise dans ses origines latines ses ver-tus de combattant qui en font l’un destroisièmes lignes les plus puissants.Sur une proposition du FRAC (FondRégional d’Art Contemporain Au-vergne) et de l’ASM (Association Spor-tive Montferrandaise), le club jaune etbleu a laissé à Pierre Gonnord la pos-sibilité de poursuivre d’une façon iné-dite le vaste travail de portraits photo-graphiques qui constitue le cœur deson œuvre. L’exposition présentée auFRAC rassemble des photographies del’artiste qui s’est principalement spé-cialisé dans le portrait.Pierre Gonnord a entrepris de menerun projet consacré à la force physique,non pas dans une mise en scène descorps en action, ni dans une sublima-tion de leurs capacités, mais danscelle de visages capturés quelquesinstants après l’effort, lors d’uneséance d’entraînement intense oumatch.Douze portraits de joueurs de rugbysont exposés. On peut remarquer l’in-

tensité des regards, la concentration àtravers ces photographies et la fortetension qui nous capture. Mais vouspouvez aussi découvrirent des portraitsde mineurs ou tzigane.Les différents portraits sont exposésdepuis le 14 janvier et jusqu’au 7 mai,au FRAC, 6 rue du Terrail, à Clermont-Ferrand, et l’entrée est libre.Cette exposition photographique po-pulaire, promue dans toute la ville, aété prolongée forte de son succès. Eneffet, grand nombre de fans de l’ASMsont allé découvrir les portraits deleurs joueurs préférés, entre autresAurélien Rougerie, Davit Zirakashvili,Vincent Debaty, John Ulugia l’interna-tional australien, et bien sûr Julien deSousa Bardy.Actuellement blessé, Julien Bardys’est engagé avec Montpellier pour laprochaine saison de Top 14. Le troi-sième ligne a signé jusqu’en 2020avec MHR pour 3 saisons. L’interna-tional portugais évolue jusqu'à juinprochain à l’ASM Clermont-Auvergne.

Du mardi au samedi,de 14h00 à 18h00 et le dimanche,de 15h00 à 18h00.Entrée gratuite

Julien de Sousa Bardy a des origines portugaises

Par Céline Pires

Camille Pissarro no Museu do LuxembourgO Museu do Luxembourg, em Paris,vai exibir uma mostra do pintor im-pressionista Camille Pissarro, cen-trada nos seus últimos 20 anos devida, período menos conhecido davida e obra do artista, três décadasdepois da última retrospetiva.De acordo com um comunicado doMuseu do Luxemburgo, desde a re-trospetiva de 1980-1981, apresen-tada há trinta e cinco anos nasGalerias Nacionais do Grand Palais,que nenhuma outra grande exposiçãode obras de Camille Pissarro foi rea-lizada em Paris.Enquanto isso, o pintor impressionistafoi ganhando destaque no Japão, naAlemanha, na Grã-Bretanha e nos Es-tados Unidos.Este foi um período em que a investi-gação conheceu consideráveis avan-

ços, nomeadamente com a publica-ção de cinco volumes de correspon-dência de Pissarro, o inventário damaior coleção de desenhos do MuseuAshmolean, em Oxford, e com o mo-numental catálogo das suas pinturas,organizado pelo Instituto Wildens-tein, em Paris.O ano de 2017 marca assim o re-torno do mais antigo pintor do grupoimpressionista na cena parisiense.Em paralelo com a retrospetiva noMuseu Marmottan Monet, que come-çou em fevereiro, a Reunião dos Mu-seus Nacionais (RMN) - Grand Palaisorganiza no Museu do Luxembourg,a partir de 16 de março, uma expo-sição com uma abordagem centradanas últimas duas décadas de carreirapintor.Tendo-se fixado na aldeia de Eragny-

sur-Epte, Pissarro desenvolveu umaespécie de utopia que se percebetanto pelos seus quadros como peloseu compromisso político.No âmbito desta exposição, o realiza-dor lusodescendente Christophe Fon-seca, autor do documentário “Amadeode Souza Cardoso: O último segredoda arte moderna” prepara um novofilme, que se estreia em março, emFrança, sobre Pissarro e as suas ori-gens portuguesas, visto que o pai dopintor era um judeu português, deBragança, que emigrou para Bordéuspara fugir à Inquisição, no início do sé-culo XVIII.O conjunto desta exposição incluipinturas, desenhos e gravuras tão es-petaculares quanto desconhecidos,criados em Éragny, durante um pe-ríodo de vinte anos.

O artista instalou-se naquela aldeiana primavera de 1884, alugandouma casa de campo, da qual se tor-nou proprietário em 1892, com umempréstimo concedido por ClaudeMonet, e onde permaneceu duranteo resto da sua vida.A exposição inclui também paisa-gens em movimento desta proprie-dade rural, em Éragny, rústica eprodutiva (em oposição à exuberân-cia colorida de Giverny), que Pissarroimortalizou através da pintura.Uma parte importante da exposiçãoserá reservada aos trabalhos gráficosde Pissarro, realizados no mesmo pe-ríodo, aguarelas deslumbrantes e gra-vuras “tão radicais” como as deGauguin, como adianta o Museu.Enquanto Monet transformou o pe-queno jardim de sua casa em Giverny

num verdadeiro Éden floral, Pissarro,com a ajuda da sua mulher pragmá-tica Julie, geriu a sua propriedadecomo uma quinta de produção de ani-mais, frutas, legumes e até mesmocereais.A família Pissarro pôde alimentar-secom os frutos do seu trabalho agrí-cola, colocando em prática um mo-delo coletivo.Pissarro inventou também umanova forma de colaboração artísticae familiar, especialmente atravésde trabalhos com o seu filho Lu-cien, culminando com a criação do“Éragny Press”. Esta pequena edi-tora familiar continua a operar emLondres, destacando os trabalhosde literatura favoritos da família,com ilustrações e encadernaçõesartísticas.

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Pierre Gonnord

Le 01 mars 2017

16 CULTURA

Jorge Fernando, Pedro Moutinho, Fábia Rebordão eFilipa Cardoso vão cantar em Nogent-sur-Marne

No próximo dia 4 de março, a Asso-ciação portuguesa Estrelas do Mar deNogent-sur-Marne (94) vai propor oespetáculo “Cantar Amália” com qua-tro vozes de renome: Jorge Fernando,Pedro Moutinho, Fábia Rebordão e Fi-lipa Cardoso. É no âmbito da assina-tura de um Acordo de Amizade entreaquela cidade francesa e Figueira dafoz, que irá decorrer no mesmo dia nofinal da tarde, que a Mairie local sejuntou à associação para proporcionarum fim de semana de convívio entreas duas cidades e partilhar assim asduas culturas.Filipe Pereira, Maire-Adjoint, com opelouro do Desenvolvimento sustentá-vel em Nogent-sur-Marne, diz ser im-portante haver este acordo, como sefosse uma geminação. “A geminaçãocom Nazaré não está ativa, nunca vinenhuma ação concreta entre as duascidades, segundo o que percebi, trata-se de um problema de ordem finan-ceira que afeta a Nazaré e que impedeum funcionamento normal de umageminação”.Ora Nogent-sur-Marne conta commuitos habitantes portugueses e a au-tarquia e os seus habitantes lamen-

tam que não haja nenhuma trocaentre Portugal e França.Originário da Guarda, Filipe Pereira,quer acreditar neste acordo de ami-zade que só poderá ter melhores re-sultados e poder “promover Portugalaqui e dar a conhecer Portugal aos ha-bitantes é o mais importante e muitosPortugueses que aqui residem são da-quela região, como é o caso de AnnieFerreira, também luso-eleita em No-gent-sur-Marne e que de uma certaforma favoreceu este acordo”, expli-cou ao LusoJornal.

Quanto a Manuel Guardado, Presi-dente da associação Estrelas do Mar,espera atrair muita gente para ogrande espetáculo de fado na presti-giosa sala Watteau. “Há muito tempoque andamos a trabalhar para estamanifestação, e a nossa dificuldade éter um espaço disponível e sem sedeprópria não é fácil podermos desen-volver as nossas atividades”, declarou.No domingo, o grupo folclórico da as-sociação vai desfilar na mesma sala,juntamente com outros grupos convi-dados: Rosa dos Ventos de Aulnay-

sous-Bois, Aldeias do Ribatejo de Le-vallois-Perret, As Cantarinhas de LaQueue-en-Brie e o Grupo EtnográficoInfantil da Praia da Leirosa da Fi-gueira da Foz. Para Manuel Guardado,vai ser uma “festa em grande, já quevou reunir pela primeira vez a minhafamília de cá e de Portugal, aqui aomesmo tempo e vamos dançar todosjuntos”.Originário da Figueira da Foz, o res-ponsável associativo espera aproximara cidade onde reside com a regiãoonde nasceu. “Este acordo de ami-

zade vai funcionar um pouco comouma geminação, e para mim é simbó-lico”. A cidade do Val-de-Marne estágeminada com Nazaré e não pode teroutra geminação com uma segundacidade portuguesa, “daí este acordode amizade”.A Associação Estrelas do Mar já existehá mais de 30 anos e este ano, pelaprimeira vez, propõe aulas de portu-guês. Com 12 alunos inscritos, a as-sociação espera rapidamente ver estenúmero aumentar.Com este novo acordo de amizade, osPortugueses e lusodescendentes da-quela cidade do Val-de-Marne espe-ram ver crescer uma relação entrePortugal e França. Philipe Pereira ad-mitiu que ainda era cedo para conhe-cer quais os futuros projetos que “irãoresultar do acordo, contudo sabemosque estão previstos intercâmbios entrejovens, seniores, ou ainda no domínioturístico e económico”. Mas um dospontos importantes sublinhados pelojovem autarca, que aproxima as duascidades é o desporto náutico, já queNogent-sur-Marne é muito ativa nessedomínio e tem o label de turismo doVal-de-Marne e a Figueira da Foz éuma cidade junto ao mar e muito ativanesse setor.

Nogent vai assinar Acordo de amizade com Figueira da Foz

Por Clara Teixeira

Semana de Cinema Lusófono apresenta “uma visão do mundo” no sudeste de FrançaQuatro cidades francesas vão acolhera 19ª Semana de Cinema Lusófono,de 22 a 28 de março, para “mostrarque a lusofonia é uma visão do mundoque é particular”, disse à Lusa Pedroda Nóbrega, Diretor do evento.“O ponto comum dos filmes é o es-paço lusófono. Queremos mostrar quea lusofonia é cultura, é uma visão domundo que é particular e que merecerelevo e interesse”, indicou o tambémPresidente da associação “Espace deCommunication Lusophone”.A Semana de Cinema Lusófono vaiapresentar, a 24 de março, em Nice -

e em estreia em França - o filme “Cin-zento e Negro” de Luís Filipe Rocha,estando confirmada a presença dorealizador no festival. “Cinzento eNegro” conquistou, a 11 de dezem-bro, os galardões de melhor realizadore de melhor ator principal nos Pré-mios Áquila 2016, que distinguem asmelhores produções portuguesas decinema e televisão, tendo também re-cebido os prémios de Melhor Filme,Melhor Realização, Melhor Argumento(Luís Filipe Rocha), Melhor Atriz(Joana Bárcia) e Melhor Fotografia(André Szankowski) no Figueira da

Foz International Film Festival.A Semana do Cinema Lusófono, quevai dividir-se entre Nice, Cannes,Grasse e Mouans-Sartoux, no sudestede França, vai também exibir os fil-mes “Montanha”, de João Salaviza, e“Volta à Terra”, de João Pedro Plá-cido, assim como as obras brasileiras“Estive em Lisboa e Lembrei deVocê”, de José Barahona, também emestreia em França, “Aquarius”, deKleber Mendonça Filho, “Boi Neon”,de Gabriel Mascaro, e “Tudo queAprendemos Juntos”, de Sérgio Ma-chado.

“A nossa postura foi sempre de dar aoportunidade ao público em geral -não só lusófono, mas também lusófilo- de conhecer o cinema de autor lusó-fono, seja português, brasileiro, ango-lano ou guineense. Temos conseguidodar algum relevo a esta produção ci-nematográfica e também à culturamusical”, explicou Pedro da Nóbrega.O lusodescendente de 58 anos acres-centou que “é um festival que é es-perado, visto e olhado por outrascidades em França” e que conquistou“o papel de divulgador” do cinema lu-sófono.

O festival vai também ter um espetá-culo de um rancho folclórico portu-guês, de um grupo de batuque daAssociação Casa di Cabo-Verde deNice e um concerto de música brasi-leira com o quarteto Nina Papa BossaJoia.O evento é organizado pela Associa-ção “Espace de Communication Lu-sophone”, de Nice, em parceria coma Associação Casa di Cabo-Verde,também de Nice, a Associação Festi-val Trans Méditerranée, de Grasse, ea Associação “Lumières des Toiles”,de Mouans-Sartoux.

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Delegação de Figueira da Foz em Nogent-sur-MarneMairie de Nogent-sur-Marne

Le 01 mars 2017

Conferênciasobre Fernando Pessoa emTours

Uma conferência sobre a vida e aobra de Fernando Pessoa teve lugarno passado dia 09 de fevereiro, noChâteau de Cangé, em Saint-Avertin(37), nos arredores de Tours.A Conferência foi proferida pelo Côn-sul Honorário de Portugal em Tours,o Advogado Luís Palheta, numa orga-nização da Mairie de Saint Avertin econtou com a presença também daAssociação de leitores, da AssociaçãoFrance Portugal e da Rádio AntennePortugaise de Tours. Foram lidos al-guns textos em Português e em Fran-çês.

L’AssociationPortugal Passion Traditions agagné le Concours deCrêpes deSaint Martin-de-SeignanxLe samedi 18 février, a eu lieu la troi-sième édition du Concours de crêpesorganisé par la ville de Saint Martin-de-Seignanx (40), dans les Landes.Sept associations saint martinoisesont participé à ce concours en prépa-rant leur meilleure recette et un jurycomposé d’adultes, d’adolescents etde plus jeunes ont dû délibérer dansla plus grande application et impartia-lité. Il y avait des notes affectées selon3 critères: le goût, l’originalité et la dé-coration.Le jury a décerné le premier prix àl’association Portugal Passion Tradi-tions pour la deuxième année consé-cutive.Le Président de l’association, CarlosÁgueda-Rosa, a commenté en disantque “je suis très content que notre as-sociation ait remporté ce premier prix.Il faut dire que la concurrence a faitégalement de très bonnes crêpes...”explique-t-il au LusoJornal.Dans la presse locale nous avons pulire: “Le Portugal, Roi des Crêpes”.“Nous avons passé une matinée trèsjoyeuse et animée” dit CarlosÁgueda-Rosa, avant de conclure que“nous remettrons notre titre en jeul’année prochaine, très certaine-ment”.

CULTURA 17

lusojornal.com

Marco Rodrigues brilhou em Sucy-en-Brie

A cidade de Sucy-en-Brie (94) brilhouao som dos dois concertos de MarcoRodrigues Trio no passado fim de se-mana, no Espaço Jean-Marie Poirier.Foi no âmbito de uma ação culturalorganizada pela Mairie local que osespetáculos vieram culminar a promo-ção da cultura e língua portuguesa.Na sexta-feira, o concerto acompa-nhava um jantar onde mais de 300pessoas marcaram presença. No diaseguinte o concerto também encheua sala num ambiente mais descon-traído. Várias personalidades da Co-munidade portuguesa marcaramencontro naquela sala para se delei-tarem com uma das vozes masculinasdo fado mais conceituadas hoje emPortugal.David Cardoso, luso-eleito naquela ci-dade e também impulsionador doevento regozijou-se do sucesso dasduas noites. “Estou muito satisfeito,o público adorou e pediu por mais.Claramente o Marco Rodrigues contri-buiu imenso para este grande êxito,ele tem uma voz extraordinária e mui-tos descobrem o seu talento aqui pelaprimeira vez”.Também a Maire Marie-Carole Ciuntu,começou por explicar que havia ficadoseduzida pelo talento e pelo lado hu-mano de Marco Rodrigues uns mesesantes aquando duma manifestaçãosolidária, “e quisemos associá-lo aeste evento, tornando-o um momentode convívio”. A autarca confessougostar de fado e ter ido a Avignon de-liberadamente para ouvir a voz daMísia há uns anos atrás. “Aprecio

muito o fado, e neste caso o cruza-mento de culturas, entre o tradicionale o moderno, acho que Marco Rodri-gues é um artista formidável, que sur-preende pelo seu próprio estilo quemerece toda a nossa atenção”.Após o sucesso desta manifestaçãoMarie-Carole Ciuntu confessou quegostaria de respetir este tipo de mani-festações promovendo um país emparticular, “é verdade que temos umaComunidade portuguesa muito fortena nossa cidade e seria natural darcontinuidade a esta manifestação”.Acompanhado pelo tradicional trio deguitarras de fado (guitarra portuguesa,viola e baixo acústico) ao qual junta asua própria guitarra, proporcionando oambiente de uma casa de fados àqual acresce uma visão própria e umaoriginal interpretação única e atual, ojovem fadista surpreendeu uma vezmais pela sua voz fora de comum e oseu talento em misturar várias sonori-

dades.Foi após a sua intervenção na gala daassociação “Les Copains d’Hugo”, di-rigida por David Cardoso, que MarcoRodrigues aceitou este novo convite.Atualmente o artista encontra-se empreparação do seu 5° trabalho comedição prevista para o mês de maio,com a Universal Music. “Eu fiz trêsdiscos de originais, assumidamentede fado, no último ‘Fados do Fado’nomeado para o Grammy Latino emnovembro passado, quis homenagearhomens do fado como Carlos doCarmo ou Tristão da Silva. Quanto aopróximo, também será de fado mascom uma abordagem mais moderna”,declarou ao LusoJornal. Enquantomúsico, Marco Rodrigues deixou queeste disco tivesse mais influências dasmúsicas que ouve, deixando o desafioa vários compositores da nova gera-ção, em áreas diferentes do fado,“como Amor Electro, Carlão, Agir, ou

ainda Diogo Piçarra e pegar nas mú-sicas deles feitas para mim e torná-loso mais fadista possível, penso que vaiser um projeto interessante”, confiouotmista.Marco Rodrigues nasceu em Ama-rante em 1982, descobriu o fadoquando se mudou para Lisboa, aos 15anos. “O meu pai era músico e aminha mãe era uma apaixonada pelofado, e inscreveu-me numa noite deFado e tinha apenas duas semanaspara me preparar, cantei dois fados eganhei no Coliseu de Lisboa”! Surgiuassim o convite do Café Luso onde es-teve 13 anos, passou depois para acasa de fados Adega Machado ondeestá há 5 anos. “Estou lá quase todasas noites, ocupa-me de facto muitotempo mas é uma experiência incrí-vel”. Uma carreira sólida e intensa nofado, dois prémios da Grande Noite doFado, um prémio revelação AmáliaRodrigues, partilhas em disco e empalco com nomes conceituados comoMariza, Carlos do Carmo ou MariaGadu. O reconhecimento do público eda imprensa em Portugal e no estran-geiro, Marco Rodrigues convida a des-frutar do lado bom e mau da vida quepassa nas histórias que canta.Marco Rodrigues deverá participar noFestival da Academia de Fado de Vin-cennes no final do ano. “Tenho vindocom alguma regularidade a Françaonde o público me acolhe com muitocarinho. Ter fãs que fazem 500 quiló-metros para me vir ver e Francesesque aprenderam o português graças àminha música e que me têm seguidona minha carreira, é de facto muitogratificante”, concluiu.

Fadista foi o convidado de honra da cidade

Por Clara Teixeira

Sandra Helena regressou aos palcos

A sala Jean Vilar em Argenteuil (95),esteve cheia no domingo passado du-rante a tarde com o espetáculo deSandra Helena. A artista marcouassim o seu regresso junto ao públicocom muita energia e emoção.Com muita gente, a cantora portu-guesa cantou alguns dos seus temasde sucesso e outros inéditos que en-cantaram o público. “Sinto-me muitofeliz e agora estou mais tranquila nofinal do espetáculo, pelo concertoque correu lindamente. O públicoainda se lembrava das minhas músi-

cas e aderiu muito bem às novascanções”.No mês de maio, haverá outras datasprevistas para a cantora que se sentebastante confiante quanto ao seu fu-turo profissional.Outros artistas subiram ao palco paraapoiar e animar a tarde portuguesa.Fernando Correia Marques foi um dosartistas convidados para estar pre-sente. “Foi com muita emoção queapadrinhei o regresso da Sandra He-lena. Ela tem talento e correu tudomuito bem. Também não posso dei-xar de agradecer o público por me terseguido sempre e apoiar o meu tra-

balho. Esta partilha com eles é fan-tástico. Gosto muito do público pari-siense”, declarou ao LusoJornal.O cantor continua a sua “world tour”,percorrendo vários países. Breve-mente vai estar nos Estados Unidose terminará a sua “tourné” em Paris“também para comemorar os meus40 anos de carreira, haverá muitassurpresas”, acrescentou.O DJ Big Tom declarou no final do es-petáculo estar satisfeito com a suaatuação e com o carinho ali sentido.“Foi uma maneira de misturar a mú-sica portuguesa com a música dasminhas origens, sou originário da

Martinique, e assim havia como ummelting pot”. DJ Big Tom encorajoua artista portuguesa a continuar como seu trabalho e com o mesmo dina-mismo de sempre. Por seu lado DjRico referiu a sua alegria por ter ani-mado a tarde. Consciente que não éfácil encher uma sala daquela enver-gadura, reconheceu que havia muitagente e que o “ambiente estavamuito bom, senti as pessoas efusivasquando fui ter com elas depois dopalco”. O DJ vai entrar em estúdiobrevemente e já tem alguns convitespara participar em emissões de tele-visão para falar do seu trabalho.

Num concerto em Argenteuil

Por Mário Cantarinha

Por Eduardo Sousa

LusoJornal / Mário Cantarinha LusoJornal / Mário Cantarinha

Le 01 mars 2017

lusojornal.com

18 ASSOCIAÇÕES

Exposition de Gérald Bloncourt à Noisy-le-GrandL’association Cantares a organisé uneexposition sur l’immigration, avec desphotos de Gérald Bloncourt, à Noisy-le-Grand (93) et alentours. L’exposi-tion est présentée au public depuis le18 février et se prolongera jusqu’au 4mars, à la Maison pour Tous MarcelBou. Lors du vernissage du 25 février,Gérald Bloncourt était présent, trèsconnu par la Communauté portugaisepour ses photos. Près d’une centainede personnes étaient présentes égale-ment, pour voir ses photos pleinesd’émotions. Parmi elles des élus à laVille de Noisy-le-Grand, JacquelineZatloukal, Conseillère à la vie desquartiers, Sylvie Huret, Maire-Adjointeà l’éducation et Véronique Lachkar,Maire Adjointe à la vie associative,mais aussi Emmanuel Constant, Vice-Président à l’éducation au Conseil gé-néral du Département de Seine SaintDenis.Cette exposition a été voulue par l’as-sociation et par sa Présidente JoanaCoutinho, pour faire un travail de mé-moire. «L’objectif est de rappeler lesconditions dans lesquelles le peupleportugais est arrivé dès les années 50pour fuir un régime de dictature maisqui a su avec l’aide de quelques-unset à partir de leur volonté, à construireici en France leur vie. C’est ainsi queles jeunes et moins jeunes se doivent

de ne pas oublier». C’est donc l’unedes priorités de la Présidente, JoanaCoutinho, jeune de 27 ans, pour qui ilest primordial de faire ce travail de mé-moire auprès des jeunes de son âge.«Il s’agit aussi de montrer à l’immigra-tion actuelle portugaise que les condi-tions n’ont pas été si simples…»

L’association Cantares, depuis ses dé-buts, n’a de cesse de proposer denouvelles animations ou activités liéesau Portugal mais aussi à la lusopho-nie. Créée en 2004, elle compte au-jourd’hui 176 adhérents de toutesorigines et dont la très grande majoritéest de Noisy-le-Grand. Elle propose

actuellement des cours de portugaispour enfants et adultes, avec plu-sieurs niveaux, des cours de françaispour lusophones principalement, dufolklore en représentant la régiond’Ansião, dans le centre du Portugal.L’association a intégré le Conseil d’ad-ministration de la Coordination des

collectivités portugaises de France(CCPF) avec la nomination de NunoMartins comme Secrétaire général.

Jusqu’au 4 marsMaison pour tous Marcel Bou10 rue du docteur SureauNoisy-le-Grand (93)

Organisée par l’association Cantares

“Leituras sem medo” em Courbevoie-La Garenne

A Association Culturelle Portugaise deCourbevoie-La Garenne recebeu aequipa do Conto-Contigo, no sábado25 de fevereiro, em La Garenne-Co-lombes (92), para uma aula de por-tuguês diferente e muito ativa, com apresença do Presidente da associa-ção, José Moura, e da professoraSónia Malveiro.O objetivo da sessão era reconheceros medos e enfrentá-los de várias ma-neiras, para isso foi feito um aqueci-mento ao ritmo do macaquinho dochinês, versão macaquinho monstrês,

que deu energia e descontraiu ascerca de 20 crianças que participa-ram, afinal muito menos medrosas doque os adultos presentes.Logo de seguida, num ambiente maistranquilo, foi contada a história bra-sileira “A Cuca e suas histórias” dacoleção “Folha Folclore Brasileiropara Crianças”, partilhando um boca-dinho do folclore tão rico e especialdeste país. As crianças aprenderam ecantaram uma música calma paraafastar os monstros que teimam emaparecer sobretudo à noite.No final do mês de março vamos an-siosamente esperar pela nova sessão

do Conto-Contigo.fr sobre a música edescobrir a canção que existe dentrode cada um de nós. Não se esqueçamde levar os livros para o “Cesto doLivro” que adora receber livros novos.O Conto-Contigo é um projetoAGRAFr que propõe sessões de lei-tura mensais em português destina-das a crianças dos 3 aos 10 anos,realizadas em espaços diferentes, sãogratuitas e abertas a todas as idades.Sigam as novidades em:www.agrafr.fr.

(*) Patrícia Mota é tradutora e mem-bro da equipa Conto-Contigo.fr

Conto-Contigo

Por Patrícia Mota (*)

Associação de Brignais organizou jantar dos sócios

No sábado passado, dia 25 de feve-reiro, a Associação cultural portu-guesa de Brignais (69) organizou oseu jantar e espetáculo anual, ofere-cido aos sócios. A Sala de festas deBrignais, cedida pela Mairie desta ci-dade, foi o palco deste encontro ondecerca de duzentos convivas puderamapreciar uma ementa onde o pratoprincipal era uma Feijoada. “As nos-sas cozinheiras deste dia, membrosda associação, vêm de diferentes re-giões de Portugal onde este prato é derigor. Então, para não darmos prefe-rências a ninguém fizemos, um ‘MixFeijoada’ e decidimos de nomearmoseste nosso prato ‘Feijoada portuguesaà moda de Brignais’” explica sorrindoa Presidente da associação, NadinePinto, que insistiu em nomear aquelasque trabalharam na cozinha nessa

noite: “Lima, Guilhermina, Sandra,Leandra, Cristina e Fernanda. Querotambém agradecer a todos os jovensque ajudaram a servir à mesa, e aque-les que fizeram todo o serviço de bar”concluiu para o LusoJornal.Em 2018 haverá eleições para a Di-reção da associação que hoje já contacom muitos jovens. “Somos perto detrês-quartos de jovens e um quarto demembros das antigas Direções da as-sociação”, contabiliza Nadine Pinto.As atividades da associação estão pra-ticamente todas agendadas até finalde setembro. A 28 de maio a coletivi-dade organiza a tradicional Festa emhonra de Nossa Senhora de Fátima,com uma parte religiosa e outra pro-fana, seguida do Torneio de futebolem junho, onde equipas portuguesase francesas disputaram o troféu da as-sociação. Depois há Rusgas, encontroonde as tradições minhotas de canta-

res à desgarrada e também despiquesde concertinas, preenchem o dia defesta popular. Para o mês de setem-bro, está marcado o Festival de fol-clore onde o grupo da casa, Provínciasde Portugal, será o anfitrião de váriosoutros grupos, cerca de dez, que irãoanimar este festival da “rentrée”.O principal patricionador da associa-ção, que ajudou para este evento ti-vesse lugar, foi a Caixa Geral deDepósitos, que esteve representada noserão por três dos seus colaboradoresda agência de Lyon Saxe.Hugo Andrade o “Emigrante“, voca-lista e teclista, teve a seu encargo aanimação musical da noite, a qualmuito agradou ao público presente.A cidade de Brignais situa-se a sul deLyon e onde a Comunidade portu-guesa vive desde longos anos, e sem-pre participando na vida cultural,económica da cidade.

Por Jorge Campos

LusoJornal / Jorge Campos

Le 01 mars 2017

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lusojornal.com

Rui Almeida,nouvel entraîneur de Bastia

L’entraîneur portugais Rui Almeida, quia entraîné le Red Star, en deuxième di-vision française, remplace FrançoisCiccolini au poste d'entraîneur de Bas-tia, qui évolue en Ligue 1.Selon plusieurs sources, Rui Almeidaserait à Bastia depuis dimanche et ildoit préparer l’équipe, avant-dernièreet relégable, pour son match en retardde la 24ème journée contre Nantes,club entraîné par un autre portugais,Sérgio Conceição. Le match se déroulece mercredi 1er mars.François Ciccolini n’a pas résisté à lamauvaise saison de son club, battu 3-0 à Angers pour la 27e journée. Il estremercié treize mois après avoir étéappelé en sauveur pour assurer lemaintien la saison passée, à la placede Ghislain Printant.Rui Almeida, le Portugais âgé de 47ans, a été licencié par le Red Star endécembre, après avoir frôlé la montéeen L1 la saison passée. Auparavant, ilavait mené une carrière d’Adjoint deJesualdo Ferreira, notamment au Pa-nathinaïkos (Grèce), au Sporting Clubede Portugal et au Zamalek, un desgrands clubs du Caire (Egypte).La France compte maintenant un descontingents les plus importants d’en-traîneurs portugais: Leonardo Jardim,Sérgio Conceição et Rui Almeida.

L’équipage de4Lastic a bienterminé leRaid 4LTrophyLes deux pilotes de l’équipe 4Lasticqui participe au 4L Trophy de cetteannée sont bien arrivés à Marrakechvendredi dernier, l’étape finale de ceraid. Ils se trouvent, lors du bouclagede cette édition de LusoJornal, sur lechemin du retour.«L’ensemble du raid s’est bien passé»explique João Mário Ribeiro, le Portu-gais de l’équipe. «Le jeudi 16 février,au départ de Biarritz, un léger pro-blème de neiman les a poussé à dé-marrer la voiture avec les fils».«Arrivée au Maroc, l’équipage a étéconfronté à des problèmes de démar-reur, neiman (pour changer), et ontremplacé une courroie et un roule-ment de galet tendeur. Dès les pre-miers jours, ils figuraient dans lesdernières places car ils faisaientpreuve de bonté, en aidant d’autreséquipages sur des pannes méca-niques» explique João Mário Ribeiroau LusoJornal.

20 DESPORTO

Eder marca novamente pelo LilleEder, o avançado português, e “heróinacional” após ter apontado o únicogolo frente à França na final do Euro2016, voltou aos revelados, após trêssemanas de paragem devido a umalesão, frente ao Bordeaux, num jogo acontar para a 27ª jornada da primeiradivisão francesa.Eder, que entrou ao minuto 45, mar-cou o seu quinto golo nesta temporadaaos 67 minutos, dando uma certa van-tagem no marcador, 2-1, ao Lille. Oavançado luso apontou um tento apósmais de dois meses sem marcar, o seuúltimo golo fora, a 21 de dezembro,frente ao Rennes (1-1).Desta vez o golo do Eder foi insufi-

ciente para arrecadar os três pontosvisto que o Bordeaux conseguiu dar avolta ao resultado. O Bordeaux acabou

por vencer por 3-2.Uma desilusão para Eder e para os doisoutros jogadores portugueses - Rony

Lopes e Xeka - que também atuarampelo Lille. Uma derrota que coloca oLille no 15° lugar na tabela classifica-tiva, com 29 pontos, seis unidades àfrente do Bastia, primeiro clube abaixoda linha de água. Recorde-se que estatemporada, apenas os dois últimosdescem diretamente à segunda divi-são, enquanto o 18° vai ter um play-offfrente ao terceiro da segunda divisão.De notar que no fim do encontro, ostrês jogadores portugueses preferiramnão falar com a imprensa, visivelmentechateados com algumas decisões doárbitro, que terão influenciado o resul-tado.Na próxima jornada, o Lille desloca-seao terreno do Toulouse, no domingo 5de março.

Futebol / Ligue 1

Por Marco Martins

Malcom continua a sua adaptação no Bordeaux

No Campeonato francês, nesta 27ªjornada, o Bordeaux venceu por 3-2na sua deslocação ao terreno do Lille.O LusoJornal falou com o avançadobrasileiro do Bordeaux, Malcom FilipeSilva de Oliveira, que estava satisfeitocom o resultado obtido.

Foi uma vitória sofrida?Foi um vitória complicada e com emo-ção. Na primeira parte conseguimosfazer um golo rápido, mas depois nasegunda pate sofremos dois golos emdois minutos, o que é difícil. A partirdaí houve modificações na equipa eas soluções vieram do banco de su-plentes. Adam Ounas fez a diferençaao marcar dois golos, mas num outro

jogo, poderá ser o Jérémy Ménez ouaté eu a fazer essa diferença. O im-portante é estarmos focados nos ob-jetivos da equipa e subirmos na tabelaclassificativa.

A equipa teve muito caráter quandonão desistiu da vitória?No futebol, não se pode desistir. Nãodesistimos, e conseguimos a vitória, oque é muito importante sobretudofora de casa.

O Bordeaux está na corrida as compe-tições europeias…Estes três pontos colocam-nos naparte de cima da tabela classificativa,e vamos esperar que os próximos re-sultados possam dar um lugar euro-peu para o Bordeaux.

Como tem sido a sua evolução no Bor-deaux?Estou tranquilo, estou focado no meutrabalho, estou focado em ajudar oBordeaux, quer seja como titular oucomo suplente. Eu estarei sempre dis-ponível para o Treinador, e ele é quevai decidir se eu jogo ou não.

A adaptação continua para si?Estou a aprender cada vez mais, acada dia que passa. Eu quero apren-der também dentro do terreno com osjogadores experientes que a nossaequipa tem e espero, claro, dar o meumelhor para o Bordeaux.

O mais difícil foi a aprendizagem dofrancês?

Sim, foi o mais complicado. Maseu nunca desisto até nisso, entãoestou sempre a falar com toda agente, e mesmo se faço um erro,vou lá outra vez e tento não errar.A época está a correr bem no Bor-deaux e espero fazer uma grandetemporada.

O avançado brasileiro Malcom temrealizado uma excelente época vistoque apontou quatro golos em 26jogos disputados pelo Bordeaux.De notar que o Bordeaux ocupa agorao quinto lugar com 42 pontos, a 20pontos do líder, o Monaco, enquantoo Lille no 15° lugar com 29 pontos,apenas seis unidades de vantagemsobre o primeiro clube abaixo da linhade água, o Bastia.

Futebol

Por Marco Martins

Par Marco Martins

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Le 01 mars 2017

LusoJornal / Mário Cantarinha

lusojornal.com

que os brasileiros Marquinhos eLucas Moura, e o francês com origensangolanas, Blaise Matuidi, apontaramum golo cada um.Esta derrota deixa o Marseille no sé-timo lugar com 39 pontos, enquantoo Paris Saint Germain ocupa o se-gundo lugar com 59 pontos, como oNice, mas a três unidades da lide-rança detida pelo Monaco, clube co-mandado pelo Técnico portuguêsLeonardo Jardim.Na próxima jornada, o Marseille des-loca-se ao terreno do Lorient no do-mingo 5 de março. No mesmo dia,o Monaco recebe o Nantes, clubecomandado pelo Técnico luso SérgioConceição, que no passado fim desemana alcançou a vitória, 3-1,frente ao Dijon. De notar ainda queno próximo sábado, dia 4 de março,o Paris Saint Germain recebe oNancy, enquanto o Nice, que conti-nua sem o lateral português RicardoPereira que está lesionado, desloca-se ao terreno do Dijon.

Un point pour les Lusitanos et c’est déjà bien

Sur un terrain difficile, face à une belleéquipe d’Arras, les Lusitanos ont su nepas revenir bredouille de leur déplace-ment dans le Pas-de-Calais (0-0). Pource match en retard de la 16ème jour-née, Saint Maur rapporte un point quipourrait bien peser lourd au momentde faire les comptes.A la fin du match, les mines étaientdéconfites du côté des Lusitanos. Etpourtant, Saint Maur n’a pas perdu.Bien au contraire, sur un terrain ca-bossé et victime des caprices dutemps, les hommes de Carlos Secre-tário n’ont pas à rougir de leur rencon-tre face à des Ariégeois motivés àl’idée de faire tomber le leader sur leurterre dans ce match en retard de la16ème journée. Dans ce genre dematch serré, les premières minutessont souvent déterminantes. La pe-louse se dégradant au fil des minutes,il faut savoir profiter de la moindre oc-casion pour prendre un avantage quis’avère le plus souvent décisif. Maisface à une belle équipe d’Arras, lesSaint-Mauriens ont rapidement com-pris qu'ils n’allaient pas être simple detromper Grégory Crombez. Le portierde 39 ans n’a pas manqué d’activitélors des 45 premières minutes. KévinFarade, Kévin Diaz, Ousmane Kanté etSitou Ayi auront bien tour à tour la pos-sibilité de jeter un froid au Stade De-gouve Brabant d’Arras mais la réussiten’était pas au rendez-vous.Pire, le buteur togolais des Lusitanosallait devoir quitter ses coéquipiers aumilieu de la première période. Touché

aux adducteurs, Ayi laissait une at-taque déjà orpheline de son meilleurbuteur, Jony Ramos, qui purgeait son2ème match de suspension. Toutcomme le Capitaine Ayrton Nasci-mento. Arras aurait également puprendre les devants sur l’une de leursrares occasions juste avant le pausemais le sort en avait décidé autrement.En 2ème période, il y aura bienquelques occasions sur des frappes dePedro Nova ou Kévin Farade maisSaint Maur s’en sort au final avec unbon match nul.

C’est bien connu. Il faut savoir ne pasperdre des matchs quand on ne peutpas les gagner. A la fin, Carlos Secre-tário reconnaissait la valeur de ce pointramené des Hauts de France qui per-met de maintenir à distance unebonne équipe d’Arras (5ème avec 28pts). «C’était un match difficile, faceà une belle équipe d’Arras, sur un ter-rain plus que compliqué. On a tout faitpour aller remporter les 3 points et unenouvelle victoire mais, dans une sai-son, on ne peut pas toujours connaîtrela réussite. Les joueurs ont tout donné.

J’en suis convaincu mais il faut savoirse contenter de ce point aujourd’hui etpenser déjà au prochain match demercredi face à la réserve de Lens».En effet, Saint Maur aura l’occasion decontinuer sa séance de rattrapage avecla réception du RC Lens, ce mercredi.Mais avec 40 points, les Lusitanoscontinuent plus que jamais en têtedu Groupe B de CFA, devant l’En-tente SSG revenue à 4 points deSaint Maur et dépassant l’ACBB,3ème avec 34 points et Fleury, 4èmeavec 33 points.

Football / CFA

Par Eric Mendes

Marseille de Rolando derrotado pelo ParisSaint Germain

O duelo entre os dois Portuguesesque representam o Marseille e o ParisSaint Germain não aconteceu. Den-tro das quatro linhas deste encontroque encerrou a 27ª jornada, apenas

Rolando, o defesa-central luso do OMestava presente, enquanto GonçaloGuedes não esteve no banco de su-plentes do PSG.A noite foi caótica para Rolando e aequipa marselhesa visto que os Pari-sienses acabaram por vencer por 5-

1 no estádio Vélodrome, na cidadedo sul da França. É a derrota maispesada alcançada pelo Marseille emcasa frente ao Paris.Rolando não conseguiu impedir osataques dos Parisienses, mas o cen-tral luso estava também algo sozinho

a tentar remar contra a maré, vistoque a defesa marselhesa estevemuito mal, sobretudo o internacionalfrancês, e que chegou durante o mer-cado de inverno ao Marseille, PatriceEvra.Do lado do Paris Saint Germain, trêsgolos tiveram um sotaque luso, visto

Futebol

Por Marco Martins

DESPORTO 21

Andebol: NunoGrilo e Créteilapuram-separa os quar-tos-de-final

No passado fim de semana, de-correram os oitavos-de-final daTaça de França de andebol mas-culino. O Créteil, onde atua desdehá poucas semanas o portuguêsNuno Grilo, foi vencer no terrenodo Massy, por 31-24, num dueloda região parisiense.De notar que Nuno Grilo marcou oprimeiro tento do jogo, tendoapontado seis golos durante os 60minutos, sendo o segundo melhormarcador atrás do seu colega deequipa, Hugo Descat, que acaboucom oito golos.Recorde-se que Nuno Grilo, atletacom 29 anos, assinou um contratoaté 2019, oriundo do ABC deBraga.Quanto ao Créteil, vai defrontar oNantes nos quartos-de-final daTaça de França, um adversário co-nhecido para Nuno Grilo, visto queo andebolista português jogouuma vez frente ao Nantes na Ligados Campeões com a camisola doABC e nesse encontro apontounove golos.De notar ainda que o próximo en-contro do Créteil vai ser frente aoParis Saint Germain Handballnesta quarta-feira, dia 1 de março,pelas 20h30, no Palais des sportsRobert-Oubron. O Créteil precisade uma vitória, visto que ocupa o13° e penúltimo lugar na tabelaclassificativa, com apenas setepontos, sabendo que os dois últi-mos classificados descem à se-gunda divisão francesa.

Ténis demesa: MarcosFreitas emforma noQatarO madeirense Marcos Freitas, jo-gador da AS Pontoise-Cergy, foiderrotado nos quartos-de-final doOpen Internacional de Qatar, umaprova Platinium do Circuito Profis-sional da ITTF, pelo chinês MaLong, Campeão olímpico e Cam-peão mundial da modalidade.Participaram no torneio de Doha,no Qatar outros portugueses: FuYu, João Geraldo, João Monteiro eTiago Apolónia. Mas Marcos Frei-tas (14º RM) foi o único partici-pante luso a ter atingido os quartosde final. Depois da vitória frente aoalemão Steffen Mengel (63º RM),por 4-1 (11-4, 4-11, 11-5, 11-8 e11-8), Marcos Freitas bateu ocroata Tomislav Pucar (111º RM),por 4-3 (7-11, 11-6, 8-11, 11-13,11-3, 11-6 e 11-6), num encontromuito difícil e onde o madeirenserecuperou de uma desvantagemparcial de 1-3.

Por Marco Martins

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Lusitanos de Saint Maur / EM

Le 01 mars 2017

22 TEMPO LIVRE

Boa notícia

Um passo decada vezEsta semana, mais precisamente naquarta-feira (de Cinzas…) entramosno tempo litúrgico da Quaresma. Emvez do “tradicional” comentário aoEvangelho, proponho-vos dois conse-lhos na esperança de que vos pos-sam ajudar a viver bem este tempode renovação espiritual e de prepara-ção para a Páscoa.O tempo da Quaresma é um conviteà conversão, mas transformar a pró-pria vida é um processo difícil que re-quer tempo, perseverança e força devontade. Tentar «mudar tudo!» deuma só vez não é uma táctica muitorealista e normalmente, o resultado éacabar por não mudar nada. NestaQuaresma aconselho-vos a não dis-persar a vossa energia em mil e umpequenos projetos, mas a concentraros vossos esforços numa única, difícile importante mudança. Pode parecerpouco empenhar-se durante 40 diasem mudar apenas um único aspetoda nossa vida, mas se em dez anosconseguíssemos eliminar dez gran-des defeitos, não seria formidável?O segundo conselho é intimamenteligado ao primeiro. Quando naquarta-feira recebemos as cinzas, osacerdote diz-nos, «converte-te e crêno Evangelho». Ora a conversão nãoé algo que dure apenas 40 dias, masdeve ter continuidade, superar otempo da Quaresma e acompanhar-nos para o resto das nossas vidas.Que sentido tem conter os defeitosdurante este período, se já decidimosque no Domingo de Páscoa voltamosà velha vida? Vamos tentar eliminar oque nos impede de abraçar plena-mente o Evangelho! Vamos anular asestruturas de pecado que não nosdeixam ser a melhor versão de nósmesmos! Vamos escolher um projetoque não termine na Páscoa, mas quecontinue e que siga connosco parasempre.Bom domingo, boa Quaresma e bomcaminho.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Cathédrale St Spire14 rue du Cloître Saint-Spire91100 Corbeil-EssonneDomingo às 9h30

lusojornal.com

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Du 4 au 12 mars Salon d’Art, Rencontre d’artistes au Boutdu Monde. Invité d’honneur: Carlos Fa-rinha. Salle du Bout du Monde, Chemin deMelun, quartier Elisabethville, à Epône(78). Entrée libre, tous les jours, de 14h00à 18h00. Infos: 06.33.35.47.63.

Du 18 au 26 mars Exposition «Honneur aux soldats portugaistombés dans la Bataille de La Lys pendantla Guerre de 1914/1918», organisée parl’Amicale culturelle franco-portugaise inter-communale de Viroflay dans le cadre de laSemaine culturelle portugaise. Salle Ca-mões, 73 avenue du Général Leclerc, à Vi-roflay (78). Tous les jours, de 15h00 à18h30. Infos: 01.30.24.75.76.

Du 2 au 31 mars Exposition «Chiado et Carmo» Arts dans lasphère publique. Plusieurs institutionsd’enseignement artistique de Lisbonne,Paris, Grenade et Auckland sont associéesà ce projet de 27 artistes, avec des confé-rences, des expositions, des projectionsvidéo et un livre d’essais. Commissaire :José Quaresma. Maison du Portugal Andréde Gouveia, 7-P boulevard Jourdan, à Paris14.

Jusqu’au 16 avril Ângelo de Sousa «La couleur et le grain noirdes choses». Commissaire: Jacinto Lageira.Fondation Calouste Gulbenkian, Délégationen France, 39 boulevard de La Tour Mau-bourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Du 16 mars au 9 juillet Exposition «Pissarro à Eragny - La natureretrouvée» du peintre impressionniste d’ori-gine portugaise Camille Pissarro, au Muséedu Luxembourg, 19 rue Vaugirard, à Paris6. Du lundi au jeudi, de 10h30 à 18h00et du vendredi au dimanche, de 10h30 à19h00.

Le mercredi 1er mars, 14h00 Conférence sur «L’identité européennedans la mondialisation» par Enrico Lettaet Pascal Lamy, en partenariat avec NotreEurope - Institut Jacques Delors. Fonda-tion Calouste Gulbenkian - Délégation enFrance, 39 boulevard de La Tour Mau-bourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le mercredi 1er mars, 19h00 Conférence sur «Paradoxes du capita-lisme. Une vision à long terme» par Jür-gen Kocka. Fondation CalousteGulbenkian - Délégation en France, 39boulevard de La Tour Maubourg, à Paris07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le mercredi 1er mars, 15h00 Tony Carreira dédicacera son album “LeCœur des Femmes” à l’Espace CulturelLeclerc - La Pardieu, 175 boulevard Gus-tave Flaubert, à Clermont-Ferrand (63).

Le vendredi 3 mars, 18h30 Conférence «Le voyage des plantes avecles découvreurs portugais» par l’éditeurMichel Chandeigne, organisée par l’Asso-ciation Culturelle France-Portugal 37, à laSalle Anatole France de la Mairie de Tours(37).

Le samedi 4 mars, 18h00 «Vous ne l’emporterez pas au Paradis»,fantaisies autour de l’œuvre de Máriode Carvalho. Textes traduits par Marie-Hélène Piwnik avec des extraits enlangue portugaise. A la fin de la séance,dialogue avec la traductrice et les ar-tistes. Avec Nuno Campos, Vera Fortu-nato, Mariana Marques, Rama Lira, LéaBarreau, Adelina Grilo, EléonoreSchmidt, Sheida Cissé, Ahava, DanielMorais. Mise en scène: Graça dos San-tos. Costumes: Isabel Vieira. Maison duPortugal André de Gouveia, 7-P boule-vard Jourdan, à Paris 14.

Le mardi 7 mars, 10h00-18h00 Participation de Cap Magellan au Forum«Paris pour l’emploi des jeunes 2017» à laGrande Halle de la Villette, 211 avenue JeanJaurès, à Paris 19.

Le mardi 7 mars, 19h00 Rencontre avec la député européenne AnaGomes autour de «La crise des réfugiés:quels défis et solutions pour l’Union euro-péenne?». Maison du Portugal André deGouveia, 7-P boulevard Jourdan, à Paris 14.

Le mercredi 8 mars, 10h00-17h00 Forum Cap Magellan pour l’emploi, en pré-sence de représentants de l’Instituto do Em-prego e Formação Profissional (IEFP) auConsulat Général du Portugal à Paris, 6 rueGeorges Berger, à Paris 17.

Le samedi 18 mars, 18h30 Conférence sur «La participation duCorps Expéditionnaire Portugais (CEP)dans la Guerre de 1914/1918», avec Fe-lícia Glória Assunção-Pailleux, Manueldo Nascimento et Victor Pereira, organi-sée par l’Amicale culturelle franco-por-tugaise intercommunale de Viroflay dansle cadre de la Semaine culturelle portu-gaise. Salle Camões, 73 avenue du Gé-néral Leclerc, à Viroflay (78). Infos: 01.30.24.75.76.

Le dimanche 19 mars, 10h00 Congrès de Civica, l’Association des élusd’origine portugaise. Hôtel National des In-valides, 129 rue de Grenelle, à Paris 07.

Le mercredi 22 mars, 20h30 Table Ronde sur «Photo-mémoire de la com-munauté portugaise à aujourd’hui», modé-rée par le journaliste Carlos Pereira, Directeurde LusoJornal et plusieurs autres invités, or-ganisée par l’Amicale culturelle franco-por-tugaise intercommunale de Viroflay dans lecadre de la Semaine culturelle portugaise.Salle Camões, 73 avenue du Général Le-clerc, à Viroflay (78). Infos: 01.30.24.75.76.

Le jeudi 23 mars, 17h45 Rencontre avec le Commissaire européenCarlos Moedas sur l'impact de la rechercheet l'innovation pour l'avenir des jeunes. Mai-son du Portugal André de Gouveia, 7-P bou-levard Jourdan, à Paris 14.

Le samedi 30 mars, 18h30 Présentation du livre «D. Zézinha - La viepeu ordinaire d’une institutrice» d’Altina Ri-beiro (éd. Chiado), présenté par DominiqueStoenesco et suivi d’un showcase de DanInger dos Santos. Consulat Général du Por-tugal à Paris, 6 rue Georges Berger, à Paris17.

Le dimanche 12 mars, 11h00 30ème Semaine de la Poésie. Lecture, ren-contre poésie Blues de Requin, TubarãoBlues. Lancement de l’anthologie “Blues deRequin”, fruit de nombreux échanges poé-tiques franco-brésiliens en 2013 et 2014.Par les éditions La Passe du Vent. SalleGeorges Conchon, rue Léo Lagrange, à Cler-mont-Ferrand (63). Entrée libre.

Les 1 et 2 mars Première mondiale de “Gatilho da felici-dade” de Ana Borralho e João Galante, dansle cadre du Festival Cabaret de Curiosités.Le Phénix, Scène Nationale, Le Boulon,Centre National des Arts de la Rue de Vieux-Condé, à Valenciennes (59).

Jusqu’au 11 mars, 21h00 «La tour de pise» de Diasteme, mise enscène et interprétation de Suzana JoaquimMaudslay, Cie Le Ruban Boréal. Théâtre deMénilmontant, 15 rue du retrait, à Paris 20.Infos: 01.46.36.98.60.

Jusqu’au 25 mars Spectacle musical «On Henri encore!», avecStéphane Lébé et Dan Inger, en hommage àHenri Salvador. Tous les samedis à 16h30,

EXPOSITIONS CONFÉRENCES

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SORTEZ DE CHEZ VOUS

THÉÂTRE

POÉSIE

Le 01 mars 2017

TEMPO LIVRE 23

et pendant les vacances scolaires de la zoneC, du lundi au vendredi à 10h00. ThéâtreClavel, 3 rue Clavel, à Paris 19. Infos: 09.75.45.60.56.

Jusqu’au 26 mars “Un amour impossible” d’après le romande Christine Angot adapté par l’auteur,mise en scène Célie Pauthe, avec Mariade Medeiros et Bulle Ogier. Odéon Théâ-tre de l’Europe, Ateliers Berthier, 1 rueAndré Suares (angle du boulevard Ber-thier), à Paris 17.

Jusqu’au 7 avril, 21h30 «La Dernière corrida» de Xan Reinosa,spectacle sur les «forcados» portugais etle Cante alentejano, par la compagniedes Rêves Lucides. Mise en scène deCarlos Balbino, avec Carlos Balbino,Aline Boucraut et Clémentine Savine.Tous les jeudis et vendredis, au ThéâtreLa Croisée des Chemins, 43 rue MathurinRégnier, à Paris 15. Infos: 01.42.19.93.63.

Jusqu’au 29 avril «Voyage dans les Mémoires d’un Fou»écrit et interprétée par Lionel Cecílio.Théâtre de l’Archipel, 17 boulevard deStrasbourg, à Paris 10. Infos: 01.73.54.79.79.

Le mercredi 8 mars, 19h00 Projection du film «La parole auxfemmes» en présence de la réalisatriceAna Isabel Freitas, qui a donné la paroleà 14 résidentes de la Cité internationale,à propos des droits des femmes. SalonDavid Weil de la Maison internationale dela Cité internationale universitaire, bou-levard Jourdan, à Paris 14.

Le samedi 18 mars, 15h30 Inauguration de la 19ème Semaine duCinéma Lusophone. Cocktail sur invita-tion, concerts avec des groupes portugaiset capverdiens, animations… Collège Jo-seph Vernier, 33 rue Vernier, à Nice (06).

Du 17 au 26 mars Cinélatino - 29èmes Rencontres de Tou-louse, avec la participation de deux filmsbrésiliens: «Histórias que nosso cinema(não) contava» de Fernanda Pessoa et«Sexo, pregações e política» d’Aude Che-valier-Beaumet et Michael Gilenez. AToulouse (31).

Du 22 au 27 mars 19ème Semaine du Cinéma Lusophone avecplusieurs films, organisée par l’Espace decommunication lusophone. Cinéma Mercury,16 place Garibaldi, à Nice (06); Cinéma LaStrada route de Cannes, à Mouans-Sartoux(06); Cinéma Le Studio, 15 boulevard du Jeude ballon, à Grasse (06); MJC Picaud, ave-nue du docteur Picaud, à Cannes (06).

Le jeudi 2 mars, 20h00 Concert de Ricardo Ribeiro pour présenta-tion de son nouvel album “Hoje é assim,amanhã não sei”. Café de la Danse, 5 pas-sage Louis-Philippe, à Paris 11.

Le vendredi 3 mars, 21h00 6ème Grande Soirée de Fado de Paris, avecJúlia Silva, Tony Gama, Tereza Carvalho, Ma-nuel Miranda, Isilda Miranda et Lauriano,accompagnés par Manuel Miranda, FlavianoRamos et Tony Correia. Présentation d’OdeteFernandes. Salle Vasco da Gama, 1 rueVasco da Gama, à Valenton (94). Infos: 01.45.10.98.60.

Le samedi 4 mars, 20h30 19ème Nuit du Fado avec Matilde Cid, ac-compagnée par Dinis Jorge et Filipe Lavoset António Pinto Basto accompagné parMário Estorninho et Gustavo Pinto Basto, or-ganisée par l’Association Sportive et Cultu-relle des Portugais. Salle Nino Ferrer, àDammarie-les-Lys (77). Infos: 06.79.84.40.06.

Le samedi 4 mars, 20h30 Soirée Fado “Cantar Amália” avec Jorge Fer-nando, Filipa Cardoso, Fabia Rebordão etPedro Moutinho. La Scène Watteau, 1 placedu théâtre, à Nogent-sur-Marne (94).

Le dimanche 5 mars, 19h30 Lizzie accompagnée par Filipe de Sousa(guitarra) et Nuno Estevens (viola). Au Por-tologia, 42 rue Chapon, à Paris 03. Infos: 09.52.59.22.29.

Le jeudi 9 mars, 20h30 Concert de Mísia à l’Auditorium Jean Coc-teau, 34 cours des Roches, à Noisiel (77).

Le jeudi 9 mars, 19h45 Apéro fado avec Lúcia Araújo, accompagnéepar Filipe de Sousa (guitarra) et Nuno Este-vens (viola). La Chapelle des Lombards, 19rue de Lappe, à Paris 11. Infos: 01.43.57.24.24.

Le vendredi 10 mars, 20h30 Concert de Mísia au Théâtre Municipal, 6rue Guy le Lan, à Rezé (44).

Le samedi 11 mars, 20h30 Concert de Mísia au Le Vingt-Sept, boule-vard d’Encamp, à Rouillac (16).

Le vendredi 17 mars, 20h30 Concert de Ricardo Ribeiro pour présenta-tion de son nouvel album “Hoje é assim,amanhã não sei”. Théâtre Denis, 12 coursStrasbourg, à Hyères (83).

Le samedi 18 mars, 20h00 Dîner fado avec Conceição Guadalupe etMaria da Saudade, accompagnées par Ma-nuel Corgas (guitarra) et Flaviano Ramos(viola). Restaurant Vila Nova, 53 rue MauriceSarraut, à Tourcoing (59). Infos: 03.20.25.02.80.

Le mercredi 22 mars, 19h30 Jenyfer Rainho accompagnée par Filipe deSousa (guitarra) et Nuno Estevens (viola). AuPortologia, 42 rue Chapon, à Paris 03.Infos: 09.52.59.22.29.

Le vendredi 24 mars, 20h30 «2017, le fado en (luso)folies, encore!» avecConceição Guadalupe et João Rufino, ac-compagnés par Filipe de Sousa (guitarra),Nuno Estevens (viola), Nella Selvagia (per-cussions) et Philippe Leiba (contrebasse).Présenté par Jean-Luc Gonneau. Les Af-fiches, 7 place Saint Michel, à Paris 05.Infos: 06.22.98.60.41.

Le dimanche 26 mars, 13h00 Déjeuner Fado «Os Pregões de Lisboa» avecJoaquim Campos et Jenyfer Rainho, orga-nisé par l’Amicale culturelle franco-portu-gaise intercommunale de Viroflay dans lecadre de la Semaine culturelle portugaise.Salle Dunoyer de Segonzac, 14 avenue desCombattants, à Viroflay (78). Infos: 01.30.24.75.76.

Le samedi 29 avril Concert de Mariza au Palais des Congrès deParis, 2 place de la Porte Maillot, à Paris 17.

Le dimanche 19 mars, 16h00 Récital autour de femmes, avec ArianaRusso, Rita Tavares (sopranos) et MelissaFontoura (piano). Œuvres de femmes com-positeurs: Pauline Viardot, Cecile Chami-nade, Lilly Boulanger, Alma Mahler e Maria

Maribran. Maison du Portugal André deGouveia, 7-P boulevard Jourdan, à Paris 14.

Le samedi 25 mars, 15h00 Concert de Nina Papa Bossa Joia Quartetdans le cadre de la 19ème Semaine duCinéma Lusophone. Auditorium de lamédiathèque Laure Écard, Place Saint-Roch, à Nice (06).

Le dimanche 26 mars, 17h00 Concert d'hommage à Manoel d'Oliveiraavec Bruno Belthoise, piano. A partirdu premier film de Oliveira, DouroFaina Fluvial (1931). Maison du Portu-gal André de Gouveia, 7-P boulevardJourdan, à Paris 14.

Le samedi 4 mars 10ème anniversaire de l’Académie duBacalhau de Lyon, avec les groupesSangre Ibérico et Nova Imagem. Es-pace Ecully, 7 rue Jean Rigaud, à Ecully(69). Infos: 06.82.80.52.75.

Le samedi 11 mars, 19h00 14 anniversaire de l’émission de radioBomdia Portugal, avec Hugo Manuel,Felizardo, Carlos Pires, Sandra Helena,Nelson Costa, José Gipsy Fusion, pré-sentés par Carlos Tavares. Avec dîner.Salle Georges Brassens, à VilleneuveSaint Germain (02). Infos: 06.84.78.28.53.

Le samedi 11 mars, 20h00 Soirée spéciale pour la Journée de laFemme, avec Némanus, Morgane,Paulo Madeira et Serge & Alzira, orga-nisé par l’Association Lusophone. Salledes Fêtes Jean Ferrat, rue de la Fon-taine des Noues, à Varennes-sur-Seine(77). Infos: 06.34.56.65.12.

Le samedi 11 mars, 21h00 Spectacle avec Bombocas et ses dan-seuses, bal avec Lusibanda. Organisépar l’association Lusibanda. Salle deGraville, 133 rue de Verdun, Le Havre(76). Infos: 07.62.01.78.23.

Le samedi 11 mars, 19h30 Spectacle avec Elena Correia et sesdanseuses avec Duo Europa, organisépar Raízes de Portugal d’Ablon-sur-Seine, au 81 rue du Général de Gaule,à Villeneuve-le-Roi (94). Infos: 06.72.15.82.54.

Le samedi 11 mars Soirée solidaire franco-portugaise en fa-veur de l’association térapeutique ASTA deAlmeida (Portugal), animé par Tony, avec laparticipation du Groupe folklorique Saudadede Portugal. Organisée par l’association OsLusitanos de Mutzig, en présence du Maired’Almeida, António Baptista Ribeiro. Sallepolyvalente, 53 rue du Nideck, à Ober-haslach (67). A 18h30, messe avec la cho-rale portugaise de la Vallée et la chorale deNiederhaslach à la Collégiale de Niederhas-lach. Infos: 06.16.09.72.48.

Le dimanche 12 mars, 15h00 Bal de Carnaval animé par le groupe «100Limit», organisé par l’Association des Portu-gais du Cœur-de-Seine. Salle Marcel Pagnol,rue de la Côte St. Louis, à Garches (92).Infos: 06.03.92.96.27.

Le samedi 18 mars, 21h00 Spectacle avec Bombocas, Johnny et sesmusiciens et bal animé par Kapa. SalleMontission, avenue Jacques Douffiagus, àSaint Jean-le-Blanc (45). Infos: 06.62.01.76.87.

Le samedi 25 mars, 20h00 Dîner dansant avec Orchestre Carlos Pires.Salle de La Fontaine, 2 rue Cassin, à SaintBrice-sous-Forêt (95). Entrée sous réserva-tion. Infos: 06.14.33.96.68.

Le dimanche 5 mars, 15h00 Festival de la Fédération du Folclore Portu-gais et de sa Délégation en France, avecles groupes Alegria dos Emigrantes deMontfermeil, Flores do Lima de Bourges,Roda do Alto Paiva d’Orsay, Alegria doMinho de Plaisir, Esperança des Ulis/Orsayet Meu País de Maisons-Alfort. Expositionsur les métiers et les costumes français dela fin du 19ème siècle. Gymnase ColetteBesson, 3 boulevard de l’Europe, à Mont-fermeil (93). Entrée libre.

Le Samedi 11 mars, 21h30 Soiree Rusgas avec les groupes Barco àVela de Paris 11, Flores de Portugal dePuteaux, Sol de Portugal de Goussainville,Flores do Norte de Ballancourt, Provínciasdo Minho de Chelles et Juventude Portu-guesa de Paris 7, organisée par l’Associa-tion Folklorique Jeunesse Portugaise deParis 7. Salle C3B, 54 rue Emeriau, àParis 15. Entrée gratuite. Infos: 06.08.68.52.32.

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