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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA REGISTRO DE AVALIAÇÃO - RAV REGISTRO DESCRITIVO REGISTRO DO CONSELHO DE CLASSE NOVEMBRO/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL

SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

REGISTRO DE AVALIAÇÃO - RAV

REGISTRO DESCRITIVO REGISTRO

DO CONSELHO DE CLASSE

NOVEMBRO/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL Rogério Schumann Rosso

SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL Sinval Lucas de Souza Filho

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL Maria Nazaré de Oliveira Mello

SUBSECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA Ana Carmina Pinto Dantas Santana

PARTICIPANTES DOS GRUPOS DE TRABALHO QUE ELABORARAM O DOCUMENTO Adriana Serafim Capita Salgado Alessandra Marcondes Cavalcante Aline Andrade e Andrade Ana Paula Ferreira e Silva Conceição Figueredo Souza Cristiane Alves Araújo Donatilla Gomes I. Maciel Edileuza Fernandes da Silva Eliane Carvalho de Almeida Rodrigues Flávia Motta Santos Duarte Francis Paula Lima Machado Isabela Correa de l. Ulian Ismênia Gonçalves de Magalhães Luciene Magalhães Mendes Guimarães Márcia Maria Viana Coimbra Maria Aparecida Vieira Correia Maria Cleide Vieira Amaral Marilene Pinheiro Marinho; Marli Barbosa Pacheco de Azevedo Micheline da Silva Melo Mendes Odalúcia Maria de Araújo Lopes de Souza Railene Araújo S. Vieira Régia Adriana da Costa e Silva Sabrina Oliveira do Nascimento Vera Lúcia Ribeiro Viviane Carrijo Volnei Yêda Alves da Rosa

REPRESENTANTES DO GEPA Benigna de Freitas Villas Boas Elisângela Teixeira Gomes Dias Enílvia Rocha Morato Soares Maísa Brandão Ferreira Maria Antônia Honório Tolentino

Vânia Leila de Castro Nogueira.

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REGISTRO DE AVALIAÇÃO

O Registro de Avaliação - RAv é um instrumento composto por dois documentos: Registro Descritivo e Registro do Conselho de Classe, formulários anexos, no qual o professor registra a análise das aprendizagens e do desenvolvimento do estudante das séries/anos iniciais do Ensino Fundamental.

Nesse contexto, no seu preenchimento, deve-se levar em conta a singularidade de cada estudante, de maneira que o que for registrado reflita a história da construção da aprendizagem e do seu desenvolvimento em determinado período, bem como a articulação entre a observação, a reflexão e a intervenção pedagógica.

1. Registro Descritivo

Considerando a importância que a avaliação das aprendizagens tem na vida presente e futura dos estudantes, o Registro Descritivo não limita sua prática à atribuição de conceitos que expressem os resultados obtidos pelos estudantes, respeitando, assim, as reflexões acerca do processo avaliativo, os caminhos percorridos pelo estudante, seu tempo de aprender e sua integração com os saberes que são oferecidos no espaço da instituição educacional.

Contrária à pretensão de fornecer um modelo para a construção do Registro Descritivo, as orientações apresentadas tem o intuito de favorecer o processo avaliativo dos estudantes, apresentando indicadores que poderão subsidiar os registros dos professores e auxiliá-los na (re)organização de seu trabalho pedagógico.

O compromisso com a aprendizagem dos estudantes implica inicialmente conhecê-lo por meio de uma observação atenta e reflexiva. Este é um dos procedimentos fundamentais para a prática avaliativa formativa, adotada pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Ela ocorre durante a rotina de trabalho desenvolvida pelo professor com e para os estudantes, nos diversos tempos e espaços escolares. Uma boa estratégia é fazê-la diariamente a partir de pequenos grupos ou de acordo com a necessidade evidenciada, registrando-as.

O registro processual das observações deve se articular à reflexão e à intervenção pedagógica, a fim de construir relatos que contemplem e forneçam elementos que deem visibilidade do caminho percorrido pelo estudante em relação aos objetivos propostos, bem como dos aspectos que necessitam de atenção para que eles sejam alcançados.

Dar um caráter dinâmico ao registro descritivo é perceber e assumi-lo como parte da história do estudante e, consequentemente, do trabalho desenvolvido por ele e pelo professor, com vistas a revelar o processo de aprendizagem do estudante, seu tempo de aprender e sua integração com os saberes.

Essas reflexões sinalizam que o Registro Descritivo deve ter a sua finalidade ampliada para além da descrição das rotinas, do cumprimento de funções burocráticas ou da prestação de contas para os pais sobre o trabalho desenvolvido na instituição educacional. Para a construção deste registro, é fundamental que seja levado em conta a singularidade de cada estudante. O que está sendo relatado é a construção da sua aprendizagem e do seu desenvolvimento em determinado período. Isto se dá em situações, contextos e de formas diversas para cada estudante. Assim sendo, as informações registradas também serão diferentes.

A esse respeito Hoffmann (2000, p.68) nos diz que “serão as crianças, na sua singular interação com o objeto de conhecimento e com o educador, no seu próprio tempo e circunstâncias que constituirão o con teúdo deste relatório”. Para que as informações coadunem com o proposto acima outras questões poderão ser acrescentadas a estas, considerando aspectos que o professor julgue necessários para que o Registro Descritivo evidencie ao máximo o processo de aprendizagem do seu estudante, mediante o trabalho realizado por eles, uma vez que, segundo Villas Boas:

Tanto o professor quanto o aluno executam um trabalho na escola, que pertence a ambos e é realizado em parceria. O trabalho do aluno é diferente do realizado pelo professor, que é remunerado, mas é o seu trabalho, com características peculiares. Essa concepção do ofício do aluno orienta a organização do trabalho pedagógico em regime de co-responsabilidade, de modo que professor e alunos se comprometam com o que fazem e, portanto, participem e estejam presentes. A avaliação formativa é a que corresponde a esse tipo de trabalho (2001, p.187).

Esse trabalho ocorre em tempos e espaços diversos, o que remete à necessidade de contextualizar as

situações relatadas, respeitando o caráter dinâmico e provisório do conhecimento. Essa contextualização é necessária, tanto para os relatos das conquistas dos estudantes, quanto para os

que sinalizam as dificuldades apresentadas por estes, daí a necessidade de pontuar no Registro Descritivo

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questões que contemplem o processo da aprendizagem do estudante. Nesse sentido, é importante não se perder de vista que este instrumento de registro dos resultados da avaliação não é característico apenas da avaliação formativa (VILLAS BOAS, 2008).

Para legitimarmos a avaliação formativa como um processo ético, de acolhimento e de potencialização das aprendizagens e não de exclusão e exposição, deve-se evitar informações que:

são registradas burocraticamente;

incidem mais para as características pessoais dos estudantes e menos para as informações relativas às suas aprendizagens;

não são utilizadas para a reorganização do trabalho pedagógico ou para a promoção das aprendizagens (id, p.104-105). É importante destacar que a avaliação em nossa prática educativa está imbuída de um grande desafio,

que é o de apropriar-se da concepção formativa acerca da avaliação escolar e proporcionar educação de qualidade, que além da análise do desempenho escolar, considere igualmente, alternativas de superação das desigualdades sociais (SEEDF, 2008, p.13).

Deve-se então priorizar no Registro Descritivo questões que evidenciem:

a aprendizagem do estudante, tomando como referência o Currículo da Educação Básica do Ensino Fundamental – Anos Iniciais;

os avanços e conquistas dos estudantes;

as necessidades apresentadas pelo estudante;

as intervenções feitas pelo professor. (VILLAS BOAS, 2008, p.104-106). Portanto, para elaborá-lo, o professor poderá utilizar diferentes instrumentos tais como a ficha individual,

portfólio ou dossiê, contendo registros sobre as produções (trabalhos, produções individuais ou grupais) do estudante, os registros das observações que realizar assim como outros documentos de que dispuser e que dizem respeito à trajetória do estudante na instituição educacional (SEDF, 2008).

Em atendimento a esses princípios, o Registro Descritivo, ora apresentado, deverá conter todas as questões apontadas para que se constitua como um elemento essencial do processo avaliativo, devendo ser realizado sistematicamente, e processado ao final do semestre.

2. Registro do Conselho de Classe

O Regimento Escolar das Instituições Educacionais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal de 2010, em seu artigo 39, define o Conselho de Classe como “um colegiado de professores, de um mesmo grupo de alunos, com o objetivo primordial de acompanhar e de avaliar o processo de educação, de ensino e de aprendizagem (2009, p. 31)”.

De acordo com o Regimento, o Conselho de Classe deverá ter a participação do Diretor ou seu representante, do Orientador Educacional, Supervisor Pedagógico ou Coordenador Pedagógico e do representante dos estudantes, quando for o caso. Podendo ainda compor, como membros eventuais, representante da equipe especializada de apoio à aprendizagem, representante do atendimento educacional especializado/sala de recursos, pais ou responsáveis, e outras pessoas cuja participação se julgar necessária.

O Conselho de Classe deve reunir-se, ordinariamente, uma vez por bimestre e ao final do semestre e do ano letivo, ou, extraordinariamente, quando convocado pelo diretor da instituição educacional. Segundo o artigo 42 do referido documento, o Conselho de Classe, será presidido pelo Diretor ou seu representante. O registro deve ser realizado por meio de dois documentos:

Ata do Conselho de Classe, elaborada, em livro próprio, por um representante escolhido pelo Conselho, conforme Regimento Escolar das Instituições Educacionais da Rede Pública de Ensino do DF;

Registro do Conselho de Classe, modelo anexo, que será preenchido pelo professor da turma, sendo que os encaminhamentos serão propostos pelo grupo participante durante o Conselho. As reuniões do Conselho de classe não devem se tornar um momento burocrático, e sim de reflexão

sobre o trabalho pedagógico da instituição educacional como um todo. Recomenda-se que o professor se prepare para esse momento no sentido de sistematizar as informações que serão socializadas. Para isso, é necessário que faça uso de outros instrumentos de registros utilizados, como: Registro Descritivo e o Diário de Classe.

Segundo as Diretrizes de Avaliação do Processo de Ensino e de Aprendizagem para a Educação Básica (2008), o Conselho de Classe deve permanentemente analisar, discutir e refletir sobre os propósitos apontados

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pela proposta pedagógica da instituição educacional, como espaço de reflexão, que possibilita a tomada de decisão para um novo fazer pedagógico, favorecendo mudanças para estratégias mais adequadas, com vistas à melhoria na educação. As competências do Conselho de Classe, de acordo com o artigo 41 (p.31) do Regimento Escolar são:

I - acompanhar e avaliar o processo de ensino e de aprendizagem dos alunos; II - analisar o rendimento escolar dos alunos, a partir dos resultados da avaliação formativa, contínua e cumulativa do seu desempenho; III - propor alternativas que visem o melhor ajustamento dos alunos com dificuldades evidenciadas; IV - definir ações que visem a adequação dos métodos e técnicas didáticas ao desenvolvimento das competências e habilidades previstas nas Orientações Curriculares da Secretaria de Estado de Educação; V - sugerir procedimentos para resolução dos problemas evidenciados no processo de aprendizagem dos alunos que apresentem dificuldades; VI - discutir e deliberar sobre a aplicação do regime disciplinar e de recursos interpostos; VII - deliberar sobre os casos de aprovação e reprovação de estudos. VIII - analisar, discutir e refletir sobre a Proposta Pedagógica da instituição educacional de modo a promover mudanças no espaço escolar voltadas para a avaliação de todos os processos e procedimentos adotados para o alcance da melhoria da educação.

Ressalta-se a importância de um trabalho contínuo, evitando-se que os Conselhos aconteçam de forma

estanque. Para isso, os encaminhamentos propostos no Conselho de um bimestre deverão ser retomados no bimestre seguinte, a fim de realizar uma avaliação das ações desenvolvidas nesse período, do crescimento dos estudantes e das suas reais necessidades. Com isso, propõem-se outros encaminhamentos que possam contribuir para a promoção de novas aprendizagens e para o desenvolvimento de toda a instituição educacional. É importante enfatizar que esses encaminhamentos devem referir-se preferencialmente às ações a serem realizadas pelos profissionais da instituição educacional, evitando-se o privilégio de ações fora da esfera escolar. A utilização de critérios extra-escolares na avaliação dos estudantes desmobiliza o grupo para o questionamento de sua prática e reflexão crítica do trabalho pedagógico da instituição educacional, um dos principais objetivos do Conselho.

3. Transferência de Estudantes

Em caso de transferência de estudantes do Ensino Fundamental Séries/Anos Iniciais, a secretaria escolar encaminhará o Histórico Escolar do estudante e o Registro Descritivo, que será preenchido pelo professor regente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DISTRITO FEDERAL (BRASIL). Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Diretrizes de Avaliação do Processo de Ensino e de Aprendizagem para a Educação Básica. Brasília, 2008. . Regimento Escolar das Instituições Educacionais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, 5ª. Ed. Brasília, 2009. ESTEBAN, Maria Teresa (org). Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: Escola, currículo e avaliação. São Paulo: Cortez, 2003. (Série cultura, memória e currículo, v. 5). FERNANDES, Cláudia de Oliveira; FREITAS, Luiz Carlos de. Indagações sobre Currículo – Currículo e Avaliação. Brasília. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007 FORNEIRO, Lina Iglesias. A organização dos espaços na educação infantil. In ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Trad. Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artmed, 1998. GENTILI, Pablo; SILVA, Tomaz Tadeu da (Orgs.). O discurso da “qualidade” como nova retórica conservadora no campo educacional”. Trad. Vânia Paganini Thurler. In: Neoliberalismo, qualidade total e educação: visões críticas. 11ª. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. GODOI, Elisandra Girardelli. Educação Infantil: avaliação escolar antecipada? Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação, Mestrado em Educação, 2000. HADJI,Charles. Avaliação desmistificada. Trad.Patrícia C. Ramos.Porto Alegre: Artmed, 2001 HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. 10

a. ed Porto Alegre: Mediação, 2000.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares, 2003. SILVA, Janssen Felipe da. Avaliação na perspectiva formativa-reguladora: pressupostos teóricos e práticos.Porto Alegre: Mediação, 2004. VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Avaliação Formativa: em busca do desenvolvimento do aluno, do professor e da escola. In: VEIGA, Ilma Passos. (org). As dimensões do projeto político pedagógico: novos desafios para a escola. Campinas: Papirus, 2001. . Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2004. (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico). . A avaliação no bloco inicial de alfabetização no DF. Disponível em http://www.anped.org.br/ GT13-1708 em 01/12/2006. .Virando a escola pelo avesso por meio da avaliação. Campinas, SP: Papirus, 2008. (Coleção Magistério: Formação e trabalho pedagógico).

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