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1 REALISMO Junho 2011

Realismo

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11ºano

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REALISMO

Junho 2011

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Índice

Introdução ...................................................................................................................... 2

Características do Realismo ............................................................................................ 4

Pintura ............................................................................................................................ 5

Pintores ........................................................................................................................... 6Gustave Courbet ................................................................................................. 6Édouard Manet ................................................................................................... 7Jean-François Millet ............................................................................................ 8

Obras ............................................................................................................................... 9

Bibliografia .................................................................................................................... 14

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Introdução

O Realismo apresenta-se como um movimento artístico e literário do século XIX que procura a conformação com a realidade. Preocupa-se com a verdade dos factos, a realidade concreta, a explicação lógica dos comportamentos. Procura ver a realidade de forma objectiva e surge, na sequência do escândalo provocado pelo quadro de Coubert Enterro em Ornans, por oposição aos excessos líricos do romantismo e o idealismo classicista. Como movimento da arte e da literatura, procura representar o mundo exterior de uma forma fiel, sem preconceitos.O termo ‘realista’ foi inicialmente utilizado para caracterizar a obra de artistas franceses naturalistas dos finais de oitocentos.

A renovação literária foi impulsionada pela França. A crise religiosa é sentida no positivismo de Auguste Comte. O ateísmo de Rean, Michelet e o seu anticlericalismo, o socialismo de Proudhon determinaram essa renovação que se operou durante a segunda metade do século XIX. Também o determinismo e o naturalismo de Taine e, na literatura, Flaubert e Baudelaire, Alphonse Daudet, Balzac e Zola, uns com o romance realista e o Parnasianismo, outros com o romance naturalista, exercem a sua influência nessa viragem que se opera.

Substitui-se o subjectivismo pelo objectivismo. A arte é posta ao serviço da ciência e daí o naturalismo. Afirma-se o impessoalismo, a objectividade, a captação das impressões pelos sentimentos. É evidente a busca pelo pormenor descritivo, com uma relevância especial no emprego dos adjectivos, das imagems, do concreto pelo abstracto. São postos de parte os valores espirituais, é anulado o interesse pelo passado nacional e o cosmopolitismo afirma-se. O realismo trouxe o enriquecimento e aperfeiçoamento da língua, com novas formas de expressão.

Esta estética estabeleceu uma nova relação entre a obra de arte e o real natural, histórico, ou social, em que a beleza se subordina à verdade.

A Burial at Ornans de Courbet

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Características do Realismo

O Realismo caracterizou-se fundamentalmente pela sua ligação crítica mas construtiva à sociedade: o retorno à objectividade na literatura, em contraposição ao romantismo; o rigor da escrita poética, assente num rigor reflexivo e numa planificação composicional.

O objetivismo aparece como negação do subjetivismo romântico; o universalismo ocupa o lugar do personalismo. O sentimentalismo cede terreno ao materialismo. O Realismo se preocupava apenas com o presente, com o contemporâneo.

Veracidade: despreza a imaginação romântica.

Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está realmente a acontecer.

Retrato fiel das personagens: carácter, aspectos negativos da natureza humana.

Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.

Materialismo do amor: a mulher objecto de prazer/adultério.

Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos factos.

Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de factores que justificasse as suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.

Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.

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Pintura

A pintura do Realismo começou por manifestar-se no tratamento da paisagem, que se despiu da exaltação e personificação românticas para se concentrar, simplesmente, na reprodução desapaixonada e neutra, do que se oferece à vista do pintor. Passou, depois, aos temas do quotidiano, que tratou de forma simples e crua.

Foi em França que a pintura adquiriu uma particular intensidade, contando com grandes nomes como: Camille Corot, impulsionador do paisagismo realista; J.-F. Millet e Honoré Daumier, que retrataram a vida dura dos camponeses e do operariado citadino; Gustave Courbet, verdadeiro entusiasta da pintura morta; Édouard Manet, pintor multifacetado que abriu à sua arte novos horizontes.

Os quadros realistas causaram grandes escândalos. Acusaram-nos de agradar à arte, quer pelos temas banais, por vezes ofensivos, quer pelas cores excessivamente mortas, de bom gosto, quer pela falta de elaboração e conceptualização das composições. No entanto, para os seus defensores, a representação da realidade era a última palavra em audácia artística.

O Realismo manteve-se dentro dos conceitos académicos, no que diz respeito à exactidão do desenho e ao perfeito acabamento do quadro. Os pintores realistas executavam, no exterior, breves esboços e apontamentos que trabalhavam, depois, de forma cuidada, nos ateliers. Os seus quadros resultavam num instantâneo da realidade, como uma fotografia nítida, concreta e sólida.

Le grand canal de Manet

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Pintores - Gustave Courbet

Coubert começara por ser um romântico neo-barroco no início da década de 1840. Mas em 1848, sob o choque das convulsões revolucionárias que varriam a Europa, convenceu-se de que a importância dada pelo Romantismo ao sentimento e à imaginação não passava de uma fuga às realidades da época. O artista moderno devia reger-se pela sua experiência directa, devia ser um realista.

As suas primeiras obras foram uma série de auto-retratos. Em 1846 apresentou os quadros Enterro em Ornans e O Ateliê do Artista, que lhe custaram críticas severas e a recusa do Salão de Paris devido aos seus temas demasiadamente prosaicos. Courbet não se deu por vencido e construiu um pavilhão perto do Salão, onde expôs quarenta e quatro de suas obras, que chamou de realista, fundando assim esse movimento.

Eu não posso pintar um anjo porque nunca vi nenhum. Gustave Coubert

Le DesespereAuto-retrato de Courbert

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Pintores - Édouard Manet

Os gostos de Manet não se ajustavam aos tons fortes utilizados na nova estética impressionista. Preferia os jogos de luz e de sombra, restituindo ao nu a sua crueza e a sua verdade, muito diferente dos nus adocicados da época. Os temas deixaram de ser impessoais ou alegóricos, passando a traduzir a vida da época, e, em certos quadros, seguiam a estética naturalista de Zola e Maupassant.

Manet era criticado não apenas pelos temas, mas também pela sua técnica, que escapava às convenções académicas. Manet influenciou certos precursores do impressionismo, em virtude da pureza da sua abordagem.

Auto-retrato de Manet

Pintores – jean-françois millet

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Junto com Courbet, Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu surgido em meados do século XIX. A sua obra foi uma resposta à estética romântica, de gostos orientais e exóticos, e deu forma à realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras.

As suas obras sobre camponeses foram consideradas sentimentais para alguns, exageradamente piegas para outros, mas a verdade é que as obras de Millet em nenhum momento suscitaram indiferença. Na tepidez de seus ocres e marrons, no lirismo de sua luz, na magnificência e dignidade de suas figuras humanas, o pintor manifestava a integração do homem com a natureza. Alguns temas eram tratados talvez com um pouco mais de sentimentalismo do que outros. No entanto, é nos pequenos gestos que se pode descobrir a capacidade de observação deste grande pintor. Exemplo disso é sua famosa tela Angelus (1859), hoje no Louvre.

Auto-retrato de Jean-François Millet

OBRAS

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Os Britadores de Pedra de Courbet

Os Britadores de Pedra foi a primeira tela que exprime plenamente o realismo programático de Courbet que encontrara os dois trabalhadores numa estrada e pedira-lhes que posassem no seu atelier. Pintou-os de tamanho natural, sólida e desafectadamente.

A cara do rapaz está voltada, a do velho meio-escondida pelo chapéu. Todavia, não podem ter sido escolhidos ao acaso; o contraste de idades é significativo – um é demasiado velho para um trabalho tão pesado, o outro, demasiado jovem. Investidos com a dignidade da sua condição simbólica, não solicitam a nossa compaixão.

OBRAS

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Interior do meu Atelier, uma Alegoria Real, Resumo de sete anos da minha vida de artista de Courbet

O quadro apenas revela o seu verdadeiro sentido se considerarmos a sério o título e nos debruçarmos sobre a relação de Courbet com os presentes.Formam dois grupos principais: à esquerda, está “o povo” – mais figuras típicas que indíviduos, em grabde parte gente de Ornans, terra natal do artista – caçadores, camponeses, operários, um judeu, um padre, uma jovem com o seu filho. À direita, pr contraste, os retratados pertencem à roda parisiense do artista – clientes, críticos, intelectuais (o homem a ler é Baudelaire). Todos se encontram estranhamente passivos, como se esperassem não sabemos o quê. Alguns conversam tranquilamente entre si, outros parecem mergulhados nos seus pensamentos, e quase ninguém olha para o pintor. Não formam um auditório, mas um conjunto representativo das pessoas das suas relações.Apenas duas figuras observam o trabalho do artista do artista: um rapazinho, a sugerir “o olhar inocente”, e o modelo nu. O papel da mulher era, provavelmente, representar a Natureza. É significativo que o grupo central seja iluminado pela luz clara e crua do dia, enquanto que o fundo do quadro e as figuras laterais estão enoltas numa penumbra, acentuando-se assim o contraste entre o artista e o mundo à sua vlta, à espera que ele lhe dê vida.

OBRAS

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Le Déjeuner sur l’herbe de Manet

O Atelier de Courbet ajuda-nos a entender este quadro que causou ainda mais escândalo e que apresenta uma mulher nua, na companhia de dois homens de sobrecasaca. Manet foi o primeiro a compreender toda a importância de Courbet - o Déjeuner é, entre outras coisas, uma homenagem ao artista precursor. Ofendeu em especial a moralidade contemporânea, pela justaposição do nu e da figuras vestidas, numa composição ao ar livre, tanto mais que o título inócuo não propunha qualquer significação “mais elevada”. Contudo, o grupo está numa pose tão convencional que Manet não pretendeu certamente representar qualquer acontecimento. A significação do quadro talvez resida nesta negação de plausibilidade, pois a cena nem se ajusta ao plano da experiência quotidiana, nem ao da alegoria.O Déjeuner, como manifesto visual da liberdade artística, é muito mais revolucionário que o Atelier de Courbet – afirma uma prerrogativa do pintor: a de combinar quaisquer elementos que lhe agradem para a obtenção de um efeito meramente estético. A nudez do modelo é “explicada” pelo contraste entre os tons quentes e macios da sua carne e o frio negro e cinzento do vestuário dos homens. O mundo da pintura obedece a “leis naturais” diferentes das que governam a realidade quotidiana e o pintor deve ser mais fiel à sua tela que ao mundo exterior.

OBRAS

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O Tocador de Pífaro de Manet

Pintado três anos depois do Déjeuner, é um quadro sem sombras. Há, de facto, algumas mas é necessário trabalho para as descobrir, quase sem modelado e sem profundidade. Se a figura nos parece tridimensional é porque o seu contorno apresenta as formas em escorço realístico. O fundo cinzento claro e uniforme parece tão próximo de nós como a figura e tão sólido como ela.

OBRAS

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Angelus de Jean-François Millet

A obra Angelus é o quadro mais famoso do pintor francês Jean-François Millet e o que melhor exprime o seu compromisso com o realismo. Millet mostra dois camponeses a orar, dando graças a Deus pela colheita obtida através do suor e do esforço de muitos dias. É uma obra do ano de 1859 e hoje integra a colecção do museu de Orsay. Nesta famosa pintura aparecem um homem e uma mulher de pé, numa postura de reverência, na Hora do Angelus. Ele de cabeça baixa, segurando o chapéu, ela leva as mãos ao peito num sinal de devoção. O Angelus é uma prática religiosa, realizada em devoção à Imaculada Conceição, repetida três vezes ao dia, de manhã, ao meio-dia e ao entardecer. A oração é constituída por três textos que descrevem o mistério da Encarnação. Na tepidez dos seus ocres e marrons, no lirismo da sua luz, na magnificência e dignidade das suas figuras humanas, o pintor manifestava a integração do homem com a natureza.

Bibliografia

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