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Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) Campus II Prédio do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), laboratório 6 Av. André Araújo, 2.936 - Petrópolis - CEP 69067-375 - Manaus -AM, Brasil. CEP 69080-971 - Fone: (92) 3643-3228. Resultados da Análise de Solo e Recomendações para Correção e Adubação das áreas de Implantação de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) em Carauari, AM. Neste relatório procuramos apresentar, em uma linguagem simples e de maneira resumida, os resultados da análise das amostras de solo coletadas pela equipe do Projeto Pioneiras (INPA, PDBFF e INCT/Servamb), no mês de março de 2014, nas áreas de interesse para implantação de sistemas agroflorestais (SAF’s) nas comunidades do Médio rio Juruá, em Carauari, AM. Com os resultados em mãos, procuramos especialistas e consultamos a literatura para auxiliar na interpretação desses resultados e nas recomendações para manejar o solo dessas áreas para o plantio das culturas de interesse dos agricultores. Desse modo, apresentamos uma breve interpretação desses resultados, oferecendo detalhes sobre as recomendações para correção (calagem) e adubação do solo em cada área amostrada para as culturas selecionadas. Por fim, oferecemos uma explicação resumida sobre a origem, formação e constituição dos solos, trazendo informações sobre práticas que podem prejudicar o solo e técnicas de manejo de cultivo alternativas que podem ser utilizadas para a manutenção da qualidade e saúde dos solos, favorecendo o sucesso dos cultivos e da produção agrícola. Equipe do Projeto Pioneiras Setembro de 2014

Recomendações para Correção e Adubação das áreas de Implantação de SAF’s em Carauari, AM

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O relatório apresenta, em uma linguagem simples e resumida, os resultados da análise das amostras de solo coletadas nas áreas de interesse para implantação de sistemas agroflorestais (SAF’s) nas comunidades do Médio rio Juruá, em Carauari, AM. Com auxílio de especialistas e embasados na literatura, interpretamos os resultados e oferecemos recomendações para o manejo do solo para o plantio das culturas de interesse dos agricultores. São apresentados uma breve interpretação dos resultados da análise dos solos; detalhes sobre as recomendações para correção (calagem) e adubação do solo em cada área amostrada e para as culturas selecionadas; e uma explicação resumida sobre a origem, formação e constituição dos solos, com informações sobre práticas que podem prejudicar o solo e técnicas de manejo de cultivo alternativas que podem ser utilizadas para a manutenção da qualidade e saúde dos solos, favorecendo o sucesso dos cultivos e da produção agrícola.

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Resultados da Análise de Solo e Recomendações para Correção e Adubação das

áreas de Implantação de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) em Carauari, AM.

Neste relatório procuramos apresentar, em uma linguagem simples e de maneira resumida,

os resultados da análise das amostras de solo coletadas pela equipe do Projeto Pioneiras (INPA,

PDBFF e INCT/Servamb), no mês de março de 2014, nas áreas de interesse para implantação de

sistemas agroflorestais (SAF’s) nas comunidades do Médio rio Juruá, em Carauari, AM. Com os

resultados em mãos, procuramos especialistas e consultamos a literatura para auxiliar na

interpretação desses resultados e nas recomendações para manejar o solo dessas áreas para o

plantio das culturas de interesse dos agricultores.

Desse modo, apresentamos uma breve interpretação desses resultados, oferecendo

detalhes sobre as recomendações para correção (calagem) e adubação do solo em cada área

amostrada para as culturas selecionadas. Por fim, oferecemos uma explicação resumida sobre a

origem, formação e constituição dos solos, trazendo informações sobre práticas que podem

prejudicar o solo e técnicas de manejo de cultivo alternativas que podem ser utilizadas para a

manutenção da qualidade e saúde dos solos, favorecendo o sucesso dos cultivos e da produção

agrícola.

Equipe do Projeto Pioneiras

Setembro de 2014

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1. Interpretando as análises de solo

A análise química do solo se baseia em um conjunto de informações que determina a

fertilidade do solo de uma área. Na tabela contendo os resultados da análise química é possível

visualizar a quantidade (teores) de nutrientes como fósforo (P), potássio (K), sódio (Na), cálcio (Ca),

magnésio (Mg), alumínio (Al), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn) e cobre (Cu). A partir de

determinação do teor desses nutrientes, é possível calcular outras caracteísticas importantes do

solo, como o pH, a soma de bases (SB), a capacidade de troca catiônica (T ou CTC) e o índice de

saturação por bases (V).

Essas informações, em conjunto, são necessárias para avaliar o solo e recomendar medidas

para sua correção e adubação dos plantios. Ou seja, a partir da análise química pode-se verificar

tanto a quantidade de nutrientes disponíveis no solo como as condições em que esse solo se

encontra para o desenvolvimento das plantas no local.

A análise física (granulometria) determina a quantidade de grãos de areia, silte e argila no

solo, informando se o solo é mais argiloso ou arenoso. Essas informações são importantes porque,

em conjunto com a análise química, permitem recomendações mais específicas para a correção e

adubação do solo.

Os resultados das análises das onze amostras de solos coletadas nas comunidades de Novo

Horizonte, Pupuaí, Bauana, Bom Jesus e na Base Bauana, no município de Carauari, AM, indicam

que, no geral, os solos são extremamente ácidos e de baixa fertilidade natural, como a maioria dos

solos da região. A análise desses solos revelou que os nutrientes ocorrem em teores considerados

baixos, e que é necessário corrigir e adubar o solo dessas áreas para que os plantios planejados

possam se desenvolver e produzir bem.

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2. Resultado das análises de solo

A Tabela 1 abaixo sintetiza os principais resultados da análise de solo coletadas. Esses valores foram considerados para o

cálculo da calagem e adubação das culturas previstas para os plantios. As amostras foram analisadas no Laboratório de Análise de

Solos e Plantas (LASP) da Embrapa Amazônia Ocidental. Os resultados originais são apresentados no anexo.

Tabela 1. Síntese dos principais resultados da análise das amostras de solo coletadas nas comunidades de Carauari, AM.

Comunidade Proprietário pH P Fe Zn Mn Cu Ca K Na Mg Al H+Al SB T V areia argila

Textura do Solo

H2O mg/dm3 cmolc/dm

3 %

N.Horizonte Zé/Manoel 4.48 4.53 324 1.02 4.63 0.78 0.58 0.20 0.02 0.48 4.75 11.14 1.27 12.41 10.23 43.% 25.7 Médio

Bauana Casca/Flávio 4.17 2.60 393 0.64 2.60 0.49 0.14 0.14 0.01 0.26 7.18 11.50 0.54 12.04 4.52 11.0 30.8 Argiloso

Pupuaí Antônio 4.33 2.38 550 0.77 4.72 0.69 0.23 0.09 0.01 0.27 4.82 10.31 0.61 10.92 5.54 53.4 22.1 Médio

Pupuaí Marreca 3.88 4.09 498 0.84 1.78 0.49 0.11 0.09 0.01 0.15 5.49 12.08 0.36 12.44 2.87 35.6 22.4 Médio

Pupuaí Zabe 4.50 3.79 521 0.78 2.00 0.60 0.31 0.11 0.02 0.26 4.76 10.36 0.70 11.06 6.32 50.6 24.2 Médio

Bom Jesus Reginaldo 4.06 2.30 567 0.51 1.71 0.59 0.11 0.08 0.01 0.21 5.70 10.81 0.41 11.22 3.66 8.3 25.1 Siltoso

N.Horizonte Zé Araguaia 4.50 3.64 427 0.98 6.18 0.78 0.70 0.19 0.01 0.53 3.93 9.65 1.43 11.08 12.90 39.1 25.4 Médio

Pupuaí Sales 4.31 7.87 456 1.13 1.11 0.78 0.05 0.06 0.01 0.07 5.20 9.32 0.19 9.51 2.00 36.5 21.0 Médio

Pupuaí Anton. Souza

4.43 3.19 600 0.92 2.03 0.64 0.13 0.17 0.02 0.38 5.64 11.96 0.70 12.66 5.50 30.2 27.5 Médio

Bom Jesus Edvan 4.06 7.13 692 0.78 1.34 0.33 0.13 0.11 0.02 0.14 4.69 11.32 0.40 11.72 3.41 57.0 20.4 Médio

Base Bauana Base 4.32 2.01 613 1.02 1.26 0.43 0.06 0.12 0.02 0.22 9.21 13.58 0.42 14.00 3.00 42.0 42.4 Argiloso

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3. Recomendações para correção e adubação do solo

3.1. Recomendações de calagem

Os solos da Amazônia são, em geral, ácidos e possuem um pH baixo. Nessas condições,

nutrientes importantes como fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K) tornam-se

indisponíveis para as plantas, que não conseguem absorvê-los mesmo que eles estejam presentes

no solo. No Amazonas, a acidez do solo está frequentemente associada à alta concentração de

alumínio (Al), que além de reter nutrientes essenciais às plantas pode ser tóxico. Nesse caso, a

calagem é o processo de correção para reduzir a acidez e os teores de nutrientes tóxicos às

plantas, tornando disponíveis aqueles nutrientes essenciais que não estavam ao seu alcance.

Como corrigir a acidez do solo?

A recomendação de calagem do solo, em geral, se baseia:

i. Na quantidade necessária de corretivo para elevar o pH; ou

ii. Na quantidade necessária de corretivo para elevar a saturação por bases (V) do solo a um

nível desejado para determinada cultura (não importando o pH do solo).

Em geral, as culturas nativas da Amazônia são bem adaptadas aos solos da região que,

naturalmente, apresentam um pH baixo (solos ácidos). Portanto, pode ser mais adequado definir a

necessidade de corretivo a ser aplicado levando em consideração o índice de saturação por bases

(V) desejado para as culturas selecionadas para o plantio.

As culturas indicadas pelos agricultores na Oficina realizada pelo Projeto Pioneiras em

conjunto com a ASPROC, no final do mês de fevereiro de 2014, em Carauari, foram o abacate,

abacaxi, açaí, a andiroba, banana, o cacau, coco, cupuaçu, a goiaba, o ingá, a laranja, mandioca e

manga. Levando em consideração essa selação de cultivos, encontramos na literatura sobre o

assunto que um valor de saturação por bases (V) adequado para essas culturas se desenvolverem

fica em torno de 60%. As amostras de solo coletadas em Carauari apresentam valores de V

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variando bastante, entre 2% e 12,9%. Assim, é necessário aplicar uma quantidade de corretivo para

elevarmos V a 60% (Índice de Saturação por Bases = 60%).

Qual a quantidade de corretivo a ser aplicada no solo?

A necessidade de calagem (NC), em toneladas por hectare (t/ha), que deve ser aplicada em

cada área é calculada usando a seguinte fórmula:

NC = necessidade de calagem, em toneladas por hectare.

T (ou CTC - capacidade de troca de cátions) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + (H++Al3+); obtido da análise do solo.

V2 = índice de saturação por bases desejado para a cultura (no caso, 60%); conforme explicado anteriormente.

V1 = índice de saturação por bases da amostra de solo analisada; ver tabela com resultados da análise de solos.

PRNT = poder relativo de neutralização total do corretivo utilizado (PRNT=80%, no caso do corretivo vendido em Manacapuru); mais informações a seguir.

Tabela 2. Necessidade de calagem para correção do solo nas áreas amostradas em Carauari.

Comunidade Proprietário

Ca K Na Mg H+Al T V Areia Argila Necessidade de Calagem

cmolc/dm3 %

à lanço (t/ha)

por cova (gramas)

N.Horizonte Zé/Manoel 0.58 0.20 0.02 0.48 11.14 12.41 10.23 43.% 25.7 7.7 250 Bauana Casca/Flávio 0.14 0.14 0.01 0.26 11.50 12.04 4.52 11.0 30.8 8.3 250 Pupuaí Antônio 0.23 0.09 0.01 0.27 10.31 10.92 5.54 53.4 22.1 7.4 250 Pupuaí Marreca 0.11 0.09 0.01 0.15 12.08 12.44 2.87 35.6 22.4 8.9 300 Pupuaí Zabe 0.31 0.11 0.02 0.26 10.36 11.06 6.32 50.6 24.2 7.4 250 Bom Jesus Reginaldo 0.11 0.08 0.01 0.21 10.81 11.22 3.66 8.3 25.1 7.9 250 N.Horizonte Zé Araguaia 0.70 0.19 0.01 0.53 9.65 11.08 12.90 39.1 25.4 6.5 200 Pupuaí Sales 0.05 0.06 0.01 0.07 9.32 9.51 2.00 36.5 21.0 6.9 200 Pupuaí Ant. Souza 0.13 0.17 0.02 0.38 11.96 12.66 5.50 30.2 27.5 8.6 300 Bom Jesus Edvan 0.13 0.11 0.02 0.14 11.32 11.72 3.41 57.0 20.4 8.3 250 Base Bauana Base 0.06 0.12 0.02 0.22 13.58 14.00 3.00 42.0 42.4 10.0 300

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Como e quando aplicar o corretivo no solo?

À Lanço: O método à lanço é mais prático em locais onde a área está “limpa” ou nos casos

em que a densidade de plantios da cultura é elevada, como nos cultivos de grãos como milho,

feijão, etc. Nesse método de aplicação, o corretivo pode ser lançado pela área com as próprias

mãos, sendo posteriormente misturado ao solo da melhor maneira possível, até uma profundiade

de 20 centímetros. Outra forma de aplicar o corretivo é distribuí-lo pela área em pequenos

montinhos e, em seguida, espalhar o corretivo ao redor com auxílio de pás ou enxadas, cobrindo

toda a área e incorporando o corretivo ao solo. Com base na análise de solo realizada, seria

necessário aplicar, na área toda, à lanço, entre 6,5 a 10 toneladas de corretivo por hectare (Tabela

2).

Em covas: No caso do plantio de fruteiras, como é o desejo dos produtores de Carauari, a

densidade de mudas plantadas é relativamente baixa. Pelas informações coletadas durante nossa

visita ao local, nenhum produtor planejou plantar mais de 1000 mudas por hectare. Assim, a

calagem nas covas é mais vantajosa; além de ser mais fácil de realizar, economiza calcário. Esse

método também é mais vantajoso em locais onde o terreno não está completamente “limpo”, já

que é mais fácil aplicar o calcário apenas na cova do que espalhar pela área toda.

A aplicação do corretivo nas covas é feita misturando-se o calcário com a terra retirada do

buraco onde serão plantadas as mudas. A Tabela 2 também indica, para cada área amostrada, as

quantidades de calcário (gramas de calcário por cova) a serem aplicadas em uma cova de

aproximadamente 40 cm x 40 cm x 40 cm. Nesse caso, a economia de calcário é bastante grande.

Supondo o plantio de 1000 mudas em uma determinada área, a quantidade de calcário necessária

para as condições dos solos analisados varia de 200 kg a 300 kg por área.

Qual corretivo escolher e onde comprar?

Os calcários agrícolas são classificados de acordo com os teores de MgO (óxido de

magnésio), sendo conhecidos como calcário calcítico (menos de 5% de MgO), calcário magnesiano

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(de 5-12% de MgO), e calcário dolomítico (mais de 12% de MgO). Além disso, são classificados em

função do Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT), que define a qualidade do calcário. O

PRNT de um calcário agrícola varia de 45-100%. Quanto maior o PRNT, melhor o corretivo do solo e

mais rápida sua reação e os efeitos no solo. Também, se o solo estiver úmido, mais rápido ele reaje

no solo. De qualquer modo, recomenda-se aplicar o corretivo na área entre 30-60 dias antes dos

plantios. Um PRNT entre 80-90% reaje no solo em aproximadamente 1 mês.

Os resultados das análises de solo não indicam deficiência de magnésio (Mg) nas áreas.

Entretanto, as culturas da banana, cacau e laranja (citrus) selecionadas pelos produtores de

Carauari são bastante exigentes nesse nutriente (Mg) e, portanto, o calcário dolomítico ajudará a

repor o Mg utilizado por essas culturas.

Em 2014 foi inaugurada uma fábrica de beneficiamento de calcário dolomítico no município

de Manacapuru. O corretivo é vendido, no local, ao valor de R$160,00 a tonelada (preço cotado em

setembro/2014). Há também a opção de compra de sacas de 40 kg de corretivo, com o preço

variando entre R$8,00 e R$12,00, dependendo da quantidade. O PNRT do corretivo vendido no

local varia entre 79-84% e, por isso, adotamos um valor de 80% para calcular a necesidade de

calagem (NC) das áreas, conforme indicado anteriormente.

Os telefones para contato com o Sr. Francisco Cruz, da Calnorte, são o (92) 3657-6113 ou

(92) 9233-4335. Pelos cálculos de corretivo necessário, o valor irá varias muito dependendo do

modo de aplicação do corretivo (à lanço ou na cova). Aplicando o calcário à lanço nos 11 locais

selecionados, calcula-se o uso de 88 toneladas de corretivo, o que soma R$14.000,00 (sem levar

em conta o frete para o transporte do material até as comunidades). Entretanto, aplicando o

corretivo apenas nas covas, e considerando o plantio de 1000 mudas em cada área, será necessário

aproximadamente 2800 kg (2,8 toneladas) de corretivo, o que custará cerca de R$840,00 (70 sacos

de corretivo ao custo de R$12,00/saco).

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Por quanto tempo duram os efeitos do corretivo no solo?

Os efeitos do corretivo no solo podem durar até 5 anos se o cálculo da necessidade de

calagem estiver correto e o corretivo for aplicado e incorporado adequadamente ao solo. A textura

do solo e o tipo de cobertura influenciam na duração da calagem no terreno; quanto mais arenoso

o solo, menor será a capacidade em reter o calcário. Da mesma forma, quanto menos coberto

estiver o solo, maior será o efeito de percolação ou lixiviação, que é a lavagem do corretivo pela

água. Em casos de solos arenosos e expostos ao tempo, a calagem pode ser necessária

anualmente, e por isso é recomendável o monitoramento da qualidade do solo com a realização de

análises de solo periódicas. Em áreas de cultura permanente, a cobertura vetegal contribui para a

duração do efeito da calagem. Correções nos anos seguintes podem ser necessárias, porém em

menores quantidades, e devem ser realizadas baseadas em novas análises de solo.

3.2. Recomendações de adubação

Os resultados das análises indicam que os solos apresentam quantidades muito baixas de

nutrientes. Isso significa que a boa produção dos plantios dependerá da adubação dessas áreas. A

recomendação de adubação dependerá, basicamente:

i. Das espécies que serão plantadas: cada cultura necessita de quantidades específicas de

nutrientes em épocas diferentes do ciclo de vida (crescimento, floração, frutificação);

ii. Do objetivo do plantio: plantios comerciais com objetivo de produzir em quantidade,

qualidade e frequência específicas têm necessidades maiores de nutrientes que os plantios

cultivados apenas para consumo das próprias famílias; e

iii. Dos recursos ou materiais disponíveis para realizar a adubação, que pode envolver a

compra de adubo químico, a produção de adubo orgânico ou o plantio e manejo de adubos

verdes.

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Qual a quantidade e qual adubo aplicar?

Como exposto anteriormente, a quantidade de adubo dependerá da cultura a ser plantada.

Há uma grande relação de estudos e recomendações de adubação para diferentes culturas, de

acordo com a região do país e os resultados da análise do solo. A Embrapa possui um livro com

recomendações de adubação e calagem que foi elaborado para o estado do Pará. Esse material

pode representar uma boa aproximação como referência para a adubação das culturas nas áreas

de Carauari.

Dependendo da cultura, a aplicação de adubos deve ocorrer no momento do plantio e em

determinadas etapas do ciclo de vida da planta, favorecendo a produção de folhas, flores e frutos.

Além disso, para culturas perenes de longa duração (laranja, açaí, cupuaçu, coco, etc.),

recomendam-se adubações anuais para repor continuamente os nutrientes retirados da área na

colheita dos frutos. No material anexado ao final deste relatório estão disponíveis cópias da

recomendação de adubação de algumas das culturas selecionadas pelos produtores de Carauari,

com indicação da quantidade e do momento de aplicação do adubo para cada cultura, de acordo

com o resultado das análises de solo que foram realizadas.

Como adubar o solo?

Isso vai depender das culturas que serão implantadas. A adubação pode ser feita em toda a

área, assim como a calagem, espalhando-se o adubo mineral ou orgânico pelo terreno (Figura 1) e

depois o incorporando ao solo. Outra opção, que para o caso dos produtores de Carauari é mais

recomendável, é incorporar o adubo diretamente na cova em que a muda será plantada. Nesse

caso, especialmente nas situaçãoes em que diferentes espécies serão utilizadas no SAF, é possível

fazer a adubação específica para cada cultura. No caso da utilização de adubos verdes na área,

como os resíduos do corte da puerária ou da poda do ingá, pode-se incorporar ao solo (no caso da

puerária) ou depositar nas linhas de plantio ou ao redor das mudas (no caso do ingá) o material

proveniente desse manejo ou o adubo químico (Figuras 2 e 3).

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Figura 1. Distribuição manual do adubo à lanço.

Figura 2. Distribuição manual do adubo em linha ou coroa.

Figura 3. Distribuição manual do adubo em coroas.

Que tipos de adubo utilizar?

Adubos químicos: Adubos ou fertilizantes químicos ou minerais representam um alto

investimento em qualquer cultura. O adubo químico tem resultados mais rápidos para as plantas.

Há uma série de adubos ou fertilizantes químicos ou minerais vendidos em casas agrícolas. Um dos

mais comuns e empregados corresponde a um fertilizante que contêm em sua composição vários

nutrientes. Esses fertilizantes mistos apresentam, geralmente, a sigla NPK seguida de três

números. As letras indicam os elementos que compõem o adubo (N-nitrogênio, P-fósforo, K-

potássio) e os números, respectivamente, a porcentagem de cada elemento na formulação do

adubo. Existem várias formulações de NPK disponíveis no mercado, uma vez que cada cultura têm

necessidades específicas dependendo da etapa de seu desenvolvimento. No material anexo a este

relatório são apresentadas algumas recomendações de adubação para as culturas selecionadas

pelos produtores de Carauari, com indicações sobre a quantidade e o período adequado de

adubação mineral de cada cultura.

Apenas a adubação química não garante uma boa produtividade e a recuperação do solo. É

necessária também a utilização de adubos orgânicos que, além de contribuírem com a reposição

de nutrientes ao solo ao longo do tempo, através de sua decomposição, beneficia todo o solo

porque melhora suas características físicas (aeração, permeabilidade) e biológicas que, em

conjunto, tornam o solo saudável e equilibrado.

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Adubos orgânicos: Materiais orgânicos naturais como esterco, paú, serragem, resíduos da

produção de andiroba e muru-muru das comunidades, dentre outros, também podem ser

utilizados como fonte de nutrientes, apesar de possuírem pequenas quantidades de nutrientes em

sua coposição. A Tabela 3 apresenta a composição química de alguns adubos orgânicos, mostrando

a quantidade de nutrientes que cada um desses materiais possui, em média, após sua secagem.

Tabela 3. Porcentagem de nutrientes presentes na matéria seca de alguns resíduos que podem ser utilizados como adubo orgânico.

Adubo orgânico Nitrogênio (N) Fósforo (P2O5) Potássio (K2O) Cálcio (Ca) Magnésio (Mg)

% na matéria seca

Esterco bovino 1,7 0,9 1,4 - -

Esterco de galinha 2,4 - 3,5 3,4 - 5,8 1,7 - 2,7 3,3 - 4,1 0,3 - 0,9

Farinha de ossos 2 24 - - -

Farinha de peixe 4 -5 9 2 - 5 - -

Bagaço de cana 0,3 0,03 0,02 0,07 -

Casqueiro de cacau 2,2 1 3,1 0,5 0,32

A adubação orgânica é necessária porque a adubação química ou mineral não é capaz de

repor a matéria orgânica utilizada pelas culturas. Essa matéria orgânica é a responsável por

melhorar as características físicas e biológicas do solo, favorecendo a aeração e a permeabilidade e

mantendo a umidade do solo. Isso favorece a vida e a atividade dos organismos vivos do solo,

importantes para decompor a matéria orgânica e disponibilizar os nutrientes para as plantas.

Diferentemente dos adubos químicos ou minerais, os adubos orgânicos não causam grandes

problemas ao solo e às culturas, mesmo se aplicados em excesso. Ao contrário dos adubos

sintéticos, a disponibilização dos nutrientes dos adubos naturais é lenta e apropriada para a

“dieta” das plantas. Dependendo do tipo e da quantidade de material orgânico ou resíduos

disponíveis nas comunidades, podemos calcular a quantidade adequada de cada um dos

materiais para recomendar a adubação das covas nos plantios que serão realizados.

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Adubos verdes: Plantas como o ingá, o feijão e a puerária são conhecidos como

leguminosas. Essas plantas são muito úteis para a adubação da área, assim como os resíduos de

podas de outras espécies como a embaúba, o urucum ou resíduos da colheita da mandioca e

macaxeira. O material orgânico proveniente dessas plantas pode ser incorporado ao solo na área

que será cultivada, ou o material orgânico proveniente de podas e cortes pode ser colocado no

chão, em linhas ou ao redor das covas das mudas (Figuras 2 e 3). Esse material irá liberar seus

nutrientes conforme for apodrecendo e se decompondo. Além disso, plantas leguminosas

contribuem com o solo porque incorporam nitrogênio na área, muito importante para os cultivos.

Tabela 4. Porcentagem de nutrientes presentes na matéria seca de alguns resíduos orgânicos utilizados na adubação verde.

Adubo verde Nitrogênio (N) Fósforo (P2O5) Potássio (K2O)

% na matéria seca

Puerária 1,0 - -

Abacaxi 0,9 - 0,5

Banana (folhas) 2,6 0,2 -

Banana (talo de cachos) 0,8 0,1 7,4

Crotalária 1,8 0,2 1,7

Feijão-guandu 2,6 0,3 1,6

Lab-lab 2,0 0,9 2,0

Feijão-de-porco 3,4 0,4 2,7

Mandioca (casca da raiz) 0,3 0,3 0,4

Mandioca (folhas) 4,3 0,7 -

Ingá (folhas) 2,1 0,2 0,3

Serragem madeira 0,1 - -

O ingá, por exemplo, ajudará o desenvolvimento inicial do SAF fornecendo sombra e

nitrogênio (via poda e deposição de folhas natural), e poderá ser substituído futuramente por

outras espécies que toleram sobreamento leve, como o açaí, cacau, cupuaçu, pupunha, café e

guaraná, por exemplo. A Tabela 4 apresenta a composição química de algumas plantas utilizadas

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como adubo verde, mostrando a porcentagem média de nutrientes que cada um desses materiais

possui após estar seco.

4. Solos: origem, formação e componentes.

O solo é o resultado do desgaste natural das rochas (pedras). Esse desgaste ocorre devido

ao clima (chuva, calor) e aos organismos vivos (plantas, animais) e depende do relevo (declividade

do terreno) e dos diferentes tipos de rochas - se mais resistentes ou menos resistentes. É um

processo que leva muitos anos para ocorrer e, por isso, a importância de se conservar o solo.

O solo é formado por quatro partes básicas: i) ar, ii) água, iii) matéria orgânica e iv) uma

porção mineral formada por areia, silte e argila. As areias são grãos maiores (tamanho entre 0,2 e

0,005 cm) e, por isso, apresentam maiores espaços entre si. A areia segura pouca água no solo,

secando rapidamente e funcionando como um dreno natural. As argilas são grãos bem menores

que a areia, com tamanho menor que 0,0002 centímetros. Os solos com muita argila conseguem

segurar mais água e nutrientes do que os solos com muita areia, pois têm espaços pequenos onde

a água e os nutrientes ficam presos (Figura 4). O silte é formado por partículas de tamanho

intermediário. O solo é fundamental para as plantas por que é o local onde elas se fixam e de onde

absorvem a água e os nutrientes de que precisam.

Figura 4. Comparação do tamanho das partículas do solo

Areia Argila

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Os nutrientes se dividem em macronutrientes (macro = grande) e micronutrientes (micro =

pequeno), conforme a quantidade necessária para as plantas crescerem e se desenvolverem

(Quadro 1). Os macronutrientes são aqueles que a planta necessita em maior quantidade e são

essenciais para seu desenvolvimento. Os micronutrientes são necessários em menor quantidade.

Apesar disso, todos são necessários em doses adequadas. Tanto a deficiência como o excesso de

nutrientes irão prejudicar as plantas. Portanto, o crescimento e desenvolvimento adequado dos

cultivods depende de uma “alimentação” balanceada e equilibrada no solo.

Quadro 1. Macro e micronutrientes essenciais para as plantas e seus símbolos.

Macronutrientes Micronutrientes

Nitrogênio (N) Cálcio (Ca) Ferro (Fe) Cobre (Cu)

Fósforo (P) Magnésio (Mg) Zinco (Zn) Manganês (Mn)

Potássio (K) Enxofre (S)

Se compararmos a alimentação das plantas e a dos humanos, veremos que também

precisamos de macronutrientes, como carboidratos ou açúcares (contidos no arroz, batata,

macarrão, farinha), proteínas (contidas nas carnes em geral, no feijão) e gorduras (encontradas nas

carnes vermelhas, princiaplmente). São esses os alimentos que mais usamos em nossa dieta. Além

disso, também precisamos, em menor quantidade, de vitaminas, sais minerais e fibras

(encontradas nas frutas e verduras), que geralmente comemos em menores quantidades. Elas

seriam fontes de nossos micronutrientes. Assim como as plantas, nós também precisamos de uma

alimentação balanceada para crescermos com saúde, uma alimentação que contenha macro e

micronutrientes em quantidades equilibradas.

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5. Atividades que degradam os solos

O uso e o manejo incorreto do solo podem reduzir sua fertilidade e prejudicar a produção

das culturas. Cuidar e proteger os solos, portanto, favorece as culturas cultivadas e reduz os custos

no momento de corrigir e adubar o solo. Duas práticas muito comuns que degradam os solos são o

uso do fogo para limpeza das áreas e a retirada da cobertura vegetal, expondo o solo à chuva e ao

vento.

O fogo utilizado para limpar a área antes dos plantios libera todos os nutrientes disponíveis

no material orgânico queimado. Ou seja, os nutrientes que seriam liberados pouco a pouco ao

solo, conforme o material fosse apodrecendo e se decompondo naturalmente, torna-se

imediatamente disponível através das cinzas. Isso significa que, se esses nutrientes não forem

utilizados imediatamente pelas plantas (e não serão), serão perdidos com o carregamento das

cinzas pela chuva ou se tornarão indisponíveis para as plantas em pouco tempo. O nitrogênio

presente nos resíduos vegetais é completamente perdido com a queima desse material e liberado

para o ar. O potássio é facilmente perdido com uma simples chuva. Além dessas consequências

diretas que causam a perda dos nutrientes, o fogo também prejudica os animais do solo e que são

importantes para manter tanto o solo como as plantas saudáveis.

A limpeza da área com a utilização do fogo também deixa o solo sem cobertura vegetal.

Isso significa que o solo fica exposto ao sol, tornando-se mais seco e duro, prejudicando a vida dos

organismos vivos que são importantes para manter a boa qualidade da terra. Sem proteção sobre

o solo, a água das chuvas atinge o solo diretamente, quebrando as partículas do solo e arrastando

esse material (e os nutrientes junto com ele) para fora da área. Além disso, a própria água corre

para fora da área, ao invés de ser absorvida e umedecer o solo no local. Esse processo de arraste

de solo pela água é conhecido como “erosão”, que deixa sulcos no solo por onde a água e o solo

escorrem.

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6. Boas práticas para o preparo, cultivo e manejo dos solos

Plantio direto e cobertura do solo

Manter o solo coberto por material vegetal e resíduos orgânicos de culturas anteriores é

muito importante e deveria ser prática comum no campo, evitando os problemas relatados

anteriormente. É possível manter a área coberta, limpando-se apenas as linhas de plantio

enquanto o espaço das entrelinhas permanece recoberto e protegido contra o impacto das chuvas,

enxurradas, sol e altas temperaturas. A presença dessa matéria orgânica sobre o solo favorece a

ação dos organismos vivos do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Adubação verde

A adubação verde consiste no plantio de plantas leguminosas (ingá, puerária, crotalária,

leucena, etc.) no local a ser trabalhado. Essas espécies podem ser cultivadas na área toda e

incorporadas ao solo antes do plantio. Outra opção é cultivar essas espécies ao mesmo tempo,

plantando nas entrelinhas da cultura principal. No caso do plantio de ingás e outras espécies

arbóreas, os galhos podem ser podados e colocados aos pés das plantas cultivadas. Desse modo,

esse material vai liberando os nutrientes próximos às raízes das plantas conforme for se

decompondo. Essa adubação verde por cobertura funciona muito bem com as palmeiras da região,

como pupunha, açaí e outras.

Plantio consorciado de espécies (sistemas agroflorestais - SAF)

A floresta é um lugar vistoso, com plantas bem desenvolvidas e produtivas. Na floresta,

tudo o que nasce permanece ali mesmo após morrer. A árvore tira nutrientes do solo, cresce e

produz folhas e frutos que, ao morrerem, caem no chão, apodrecem e viram adubo que será

utilizado pelas plantas para crescer e produzir novas folhas e frutos. É um ciclo.

Em uma plantação a coisa é diferente. A planta tira nutrientes do solo para crescer e

produzir suas flores e frutos que, ao final, são colhidos e levados embora. Ou seja, o nutriente

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tirado do solo não vai retornar para ele e, com o tempo, o solo ficará pobre e cansado, sem

capacidade de sustentar a produção. Isso exige a reposição dos nutrientes que saem do sistema.

Em um plantio consorciado de várias espécies, como num SAF, a necessidade de adubação

tende a diminuir. Isso acontece porque cada planta precisa de quantidades diferentes de cada um

dos nutrientes presentes no solo para crescer e se reproduzir. Além disso, as plantas possuem

sistemas radiculares (raízes) diferentes, e usam esse sistema para explorar áreas diferentes do

solo. Enquanto algumas plantas mantêm suas raízes nos primeiros centímetros, outras podem ter

raízes muito profundas que alcançam vários metros de profundidade.

Portanto, o solo de uma área de SAF onde são plantadas diferentes espécies terá nutrientes

explorados pelas raízes em profundidades variadas. Isso é importante porque diminui a

competição por nutrientes entre as raízes das plantas. Além disso, conforme o SAF se desenvolve e

as plantas crescem, elas acumulam esses nutrientes nos caules, folhas, flores e frutos que, uma

hora ou outra, vão retornar ao solo e ficar novamente disponíveis para todas as outras plantas.

Essa é a ciclagem dos nutrientes que ocorre naturalmente na mata e que se repete em plantios

consorciados de espéies agrícolas e florestais (SAF’s).

Interações benéficas nas raízes das plantas

Certas bactérias, conhecidas como rizóbios, vivem junto às raízes das plantas leguminosas

(ingá, feijão-de-corda, puerária, leucena, feijão, crolataria) e formam uma simbiose. Na simbiose,

os rizóbios capturam o nitrogênio (N) presente no ar e o transforma em uma forma que a planta

consegue absorver. Em troca, a planta fornece alimento para as bactérias. Os dois saem ganhando.

Esse processo é conhecido como “fixação simbiótica de nitrogênio”.

Outra simbiose presente no solo ocorre entre alguns tipos de fungos, conhecidos como

fungos micorrízicos (não é possível ver a olho nu), e as raízes das plantas. Nessa associação, algmas

estruturas dos fungos funcionam como uma extensão das raízes das plantas, aumentando o

tamanho das raízes. Isso permite que as plantas tenham acesso a nutrientes mais distantes dela.

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Essa assocação é chamada de “micorriza”. Assim como na relação com as bactérias que fixam o

nitrogênio no solo, as plantas também fornecem alimentos aos fungos e ambos saem ganhando

nessa relação.

Por esses motivos, é muito importante manejar as áreas de cultivo da melhor maneira

possível, evitando a perda de nutrientes, a degradação do solo, a redução da produtividade da área

e o consequente gasto futuro para corrigir e adubar a área novamente.

7. Agradecimentos

Este relatório recebeu contribuições fundamentais de Bruno Scarazatti, Analista da

Embrapa Amazônia Ocidental. A Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC) contribui

com a organização e logística da excursão ao município e da Oficina realizada em março de 2014 na

comunidade Nova Esperança. A viagem a Carauari, a realização da Oficina para os produtores

rurais e a coleta e análise de dados e solo foram realizadas no âmbito do Instituto Nacional de

Ciência e Tecnologia (INCT) dos Serviços Ambientais da Amazônai (Servamb), projeto financiado

pela FAPEAM e CNPq. A entrada, permanência e coleta de dados no interior da RDS Uacari e Resex

Médio Juruá foram autorizadas pelo CEUC/SDS e ICMBio, respectivamente. O laboratório e a sede

do Projeto Pioneiras estão sediados no PDBFF/INPA.

8. Fontes de informação

Cravo MS, Viégas IJM, Brasil EC. Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado do Pará.

2010.

Malavolta E. ABC da Adubação. 1989.

Malavolta E, Pimentel-Gomes F, Alcarde JC. Adubos e adubações. 2002.

Sánchez PA. Suelos del Trópico: Características y Manejo. 1981.

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ANEXO

RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO

Cravo MS, Viégas IJM, Brasil EC. Recomendações de Adubação e

Calagem para o Estado do Pará. 2010.

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ANEXO

ANÁLISES DE SOLO ORIGINAIS

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Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) – Campus II

39 Prédio do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), laboratório 6

Av. André Araújo, 2.936 - Petrópolis - CEP 69067-375 - Manaus -AM, Brasil. CEP 69080-971 - Fone: (92) 3643-3228.

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Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) – Campus II

40 Prédio do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), laboratório 6

Av. André Araújo, 2.936 - Petrópolis - CEP 69067-375 - Manaus -AM, Brasil. CEP 69080-971 - Fone: (92) 3643-3228.