RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Atos Jurisdicionais Penais

Atos Jurisdicionais

Penais

Despachos

Decisão

Interlocutória Simples

Interlocutória Mista

Terminativa

Não terminativa

Definitiva

Com força de definitiva

Terminativa de mérito.

Despachos Segundo Tourinho, despachos são atos de impulso oficial, onde o juiz dá andamento ao processo, sem nenhuma carga decisória. Decisão Decisão interlocutória simples Elas apresentam um plus em relação aos depachos de expediente, nelas os juízoes resolvem questões relacionadas a regularidades do processo. Exemplo: “recebimento da denúncia”. Decisão interlocutória mista Decisão interlocutória mista terminativa São aquelas que encerram a relação processual sem a análise de mérito. Exemplo: impronúncia. Decisão interlocutória mista não terminativa São aquelas que encerram uma etapa ou fase do procedimento. Exemplo: pronúncia.

Decisão Definitiva São aquelas que encerram a relação processual, com a análise de mérito condenando ou absolvendo o acusado, o que no processo penal é feito através de sentença. Decisão com força de definitiva São aquelas que analisam o mérito de questões ou processos incidentes. Exemplo: decisão que determina o sequestro, especialização de hipoteca legal, que resolve o incidente de falsidade documental. Decisão terminativa de mérito São aquelas que encerram a relação processual, analisam o mérito, mas não condenam e nem absolvem. Exemplo: extinção da punibilidade (prescrição, decadência).

Juiz Singular

"embarguinho"(art. 382)

Carta Testemunhável (art.

639)

RESE (art. 581)

Apelação (art. 593)

Juiz VEP Agravo em execução (art.

197 LEP)

Acórdão

Embargos infrigentes (art 609, p.u)

Embargos de declaração (art. 619)

Recurso Extraordinário e Especial

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Espécies RESE RESE pro et contra É aquele recurso, que pode ser utilizado para impugnar os dois aspectos de uma decisão, concedendo ou negando o que foi pedido. Exemplo: hipótese do inciso X. RESE secundum eventum litis É a hipótese, onde o RSe só se presta a impugnar um único aspecto da decisão. Exemplo: pronúncia, IV.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

• Que não receber a denúncia ou a queixa

OBS: Se o não recebimento da denúncia ocorrer no juizado, o recurso será apelação, conforme artigo 82 da Lei 9.099. Isso porque não cabe RSE no juizado. Se o MP recorrer da decisão, que não recebeu a denúncia, apesar da relação processual não ter sido instaurada, o STF exige a intimação do réu para apresentar contrarrazões, sob pena de nulidade, conforme súmula 707. OBS: Se o juiz receber a denúncia, não cabe recurso algum sem prejuízo da defesa impetrar HC.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

• Que concluir pela incompetência do juízo

• Caberá RSE, com base no inciso II, quando o juiz espontaneamente reconhecer a sua incompetência ou então quando a parte o provocar e ele reconhecer, mas sem o ajuizamento da exceção, pois nesse caso caberia RSE, com base no inciso III.

• Se o juiz afirmar, que é competente, não cabe recurso algum. Porém, a matéria poderá ser ventilada em preliminar de recurso de apelação.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição

Por que o legislador exclui a exceção de suspeição?

Em regra, todas as exceções são julgadas pelo juiz sentenciante, salvo a exceção de suspeição, que é julgada pelo Tribunal, não cabe RSE para impugnar acórdão.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que pronunciar o réu

Na hipótese de impronúncia, o recurso será apelação, na forma do artigo 416.

Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor

Se for julgado quebrada a fiança ou perdido o seu valor vai ser estabelecido o seu encarceramento.

Que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade

Fazer remissão para o artigo 397, IV.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade O inciso IX, é o contrário do inciso VIII quanto o recurso é pro et contra, pois este trata de decisão que deferir de pedido de prescrição quanto causa extintiva da punibilidade. Que conceder ou negar a ordem de habeas corpus Cabe RSE, quando quem concedeu ou negou o HC foi o juiz singular, pois se a decisão for do Tribunal, o recurso será o ordinário constitucional. Que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena CUIDADO!!! Conceder e negar fazer remissão ao artigo 593. Quem concede ou nega os sursis é o juiz na sentença condenatória, logo o recurso é apelação, quem revoga os sursis é o juiz da execução, logo o recurso é o agravo em execução. Quando fala em revogar, fazer remissão ao artigo 197 da LEP.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que conceder, negar ou revogar livramento condicional

Remissão ao artigo 197 da LEP.

Que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte

Remissão ao artigo 157, §3º.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir

Remissão ao artigo 426, §1º.

Que denegar a apelação ou a julgar deserta

ATENÇÃO

Recurso negado Recurso Cabível

Apelação RESE (artigo 581, XV)

Recurso extraordinário e recurso

especial

Agravo de instrumento

Embargos Infrigentes e embargos

de nulidade

Agravo regimental

RESE Carta testemunhável

Agravo em execução Carta testemunhável

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial

O que é uma questão prejudicial?

É toda questão controversa, que surge dentro do processo, de direito material, que condiciona a análise do mérito.

Qual a diferença entre prejudicial e preliminar?

O que as duas tem em comum é o fato de condicionarem, a análise do mérito. Porém, as questões preliminares são sempre de direito processual e por isso não possuem qualquer autonomia. Diferente das questões prejudiciais, que por serem de direito material são sempre autônomas.

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL Que decidir sobre a unificação de penas Fazer remissão ao artigo 197 da LEP, pois hoje a decisão é tratada como agravo em execução. Que decidir o incidente de falsidade É o incidente de falsidade documental, previsto no artigo 145 do CPP. Alguém juntar um documento falso no processo penal. Que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado Fazer remissão ao artigo 197 da LEP Que impuser medida de segurança por transgressão de outra Fazer remissão ao artigo 197 da LEP

ART. 581 CPP – FUNDAMENTO LEGAL

Que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774 Fazer remissão ao artigo 197 da LEP Que revogar a medida de segurança Fazer remissão ao artigo 197 da LEP Que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação Fazer remissão ao artigo 197 da LEP Que converter a multa em detenção ou em prisão simples Essa hipótese não existe mais.

PROCEDIMENTO DO RESE

Petição de Interposição (5 dias - art. 586)

Análise judicial (Juizo de

Admissibilidade)

Apresentação de razões (2 dias

- art. 588)

Contrarrazões (2 dias - art.

588)

Manifestação judicial no juízo de retratação (artigo 589)

Manifestação judicial no juízo de retratação

(artigo 589)

Mantida a decisão - remessa do recurso

ao TJ

Resconsiderada a decusão

EFEITO SUSPENSIVO NO RESE

Quando o RSE terá efeito suspensivo?

Na forma do artigo 584, temos:

Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.

§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.

§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.

APLICAÇÃO EM EXAMES DE ORDEM

FUNDAMENTO LEGAL

Art. 581 do CPP.

PRAZO

O prazo é de 5 dias para a interposição e de 2 dias para as razões.

APELAÇÃO E RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Não há como fazer confusão. As hipóteses de RESE estão em rol taxativo, no art. 581 do CPP. A apelação deve ser residual, quando não for possível a interposição de RESE

JUÍZO DE RETRATAÇÃO

Em RESE, é possível que o juiz que proferiu a decisão se arrependa e volte atrás após as contrarrazões do recorrido. Como é uma peculiaridade da peça, a FGV sempre pontua o pedido de retratação, que deve ser fundamentado no art. 589 do CPP.

CONTRARRAZÕES

O CPP não fala em contrarrazões em momento algum. Portanto, a FGV deve aceitar as expressões “razões do recorrido” e “razões de recurso em sentido estrito”, termos utilizados no art. 588 do CPP. Caso seja a peça escolhida, faça a petição de juntada – e não de interposição – e as razões.

TESES no âmbito do Júri

No rito do júri, no final da 1ª fase, o juiz tem quatro opções: pronunciar, impronunciar, absolver sumariamente ou desclassificar o delito para outro. Para o réu, a impronúncia e a absolvição sumária são interessantes. A desclassificação também pode ser do seu interesse, desde que para um crime menos gravoso. No RESE do art. 581, IV, o nosso foco será evitar que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri (2ª fase).

COMO PROCEDER

• 1º Passo: derrubar a justa causa. Neste ponto, procure destruir a imputação contra o réu. Veja se o enunciado traz provas inequívocas de que o fato não existiu (materialidade) ou de que o acusado não praticou o delito (autoria). Ademais, busque por causas de exclusão do crime. Nestas hipóteses, peça a absolvição sumária, com fundamento no art. 415. Em seguida, busque por fragilidade probatória – não há certeza de que o fato não ocorreu ou de que o réu não praticou o delito, mas também não há prova suficiente para a pronúncia. Neste caso, peça a impronúncia, com fundamento no art. 414, “caput”, do CPP

• 2º Passo: a busca por nulidades processuais. O rito do júri tem início no art. 406 do CPP. Veja se o procedimento foi respeitado (ex.: se foi dado prazo para resposta à acusação). Ademais, analise se a competência realmente é da vara do júri – ponto importante caso a natureza de crime doloso contra a vida seja afastada em desclassificação (ex.: de homicídio doloso para culposo). Identificada qualquer nulidade, peça a anulação do processo desde o ato viciado.

TESES

3º Passo: a análise da punibilidade. As causas gerais de extinção da punibilidade estão no art. 107 do CP - A FGV costuma pedir a prescrição. Caso o problema traga muitas datas, faça o cálculo e descubra se a punibilidade já não está extinta. Identificada qualquer causa de extinção da punibilidade, peça a sua declaração.

4º Passo: a desclassificação do crime. No rito do júri, é bem provável que o gabarito traga alguma tese de desclassificação. A situação mais comum é a da desclassificação do homicídio doloso para o homicídio culposo, hipótese em que você deverá pedir, além da desclassificação, a nulidade do processo e a sua remessa ao juízo competente. Não se esqueça de fundamentar a sua tese e o pedido no art. 419 do CPP

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA DO JÚRI DA COMARCA …

FULANO, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, interpor

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no art. 581, IV, do CPP

Inicialmente, requer que Vossa Excelência se retrate de sua decisão, nos termos das razões anexadas, com fundamento no art. 589 o CPP. No entanto, se Vossa Excelência não se retratar, requer o recebimento, o processamento e o encaminhamento do recurso, com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado ….

Nesses Termos,pede deferimento.

Comarca, data. Advogado.

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

RECORRENTE: FULANO.

RECORRIDO: JUSTIÇA PÚBLICA.

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Douto Procurador de Justiça,

O recorrente, não conformado com a decisão do Excelentíssimo Sr. Juiz de Direito da … Vara do Júri da Comarca …, que o pronunciou, requer a sua reforma pelas razões a seguir:

I. DOS FATOS

II. DO DIREITO

Entretanto, a respeitável sentença de pronúncia não merece prosperar. Embora ........

Tudo o que for dito e fundamentado no tópico “do direito” deve ser repetido no “do pedido”.

III. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, para que ocorra a desclassificação do crime de homicídio doloso, do art. 121 do CP, para o crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, do art. 302 do CTB. Pede, ademais, em consequência da desclassificação, que o processo seja anulado “ab initio”, com fundamento no art. 564, I, do CPP, e que seja remetido ao juízo competente, com fundamento no art. 419, “caput”, do CPP.

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Comarca, data.

Advogado.

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira). Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível e date-o com o último dia do prazo para a interposição. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.

O examinando deverá elaborar um recurso em sentido estrito com fundamento no Art. 581, IV do CPP. A petição de interposição deverá ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. Deverá, o examinando, na própria petição de interposição, formular pedido de retratação (ou requerer o efeito regressivo/iterativo), com fundamento no Art. 589, do CPP. Caso não seja feita petição de interposição, haverá desconto no item relativo à estrutura da peça, além daqueles relativos aos itens de referida petição. As razões do recurso deverão ser endereçadas ao Tribunal de Justiça. No mérito, o examinando deve alegar que Jerusa não agiu com dolo e sim com culpa. Isso porque o dolo eventual exige, além da previsão do resultado, que o agente assuma o risco pela ocorrência do mesmo, nos termos do Art. 18, I (parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento. Nesse sentido, a conduta de Jerusa amolda-se àquela descrita no Art. 302 do CTB, razão pela qual ela deve responder pela prática, apenas, de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do Júri não é competente para apreciar a questão, razão pela qual deve ocorrer a desclassificação, nos termos do Art. 419, do CPP. Ao final, o examinando deverá elaborar pedido de desclassificação do delito de homicídio simples doloso, para o delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor (Art. 302 do CTB). Levando em conta o comando da questão, que determina datar as peças com o último dia do prazo cabível para a interposição, ambas as petições (interposição e razões do recurso) deverão ser datadas do dia 09/08/2013.