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Curso de Capacitação em Alimentos Orgânicos: agroindústrias, mercados e políticas públicas

Desafios e perspectivas para agroindústrias familiares, Fabiana Thomé da Cruz

Recursos fundamentais de natureza tecnológica e de gestão para o desenvolvimento do setor agroindustrial de alimentos orgânicos

Fabiana Thomé da Cruz

Desafios e perspectivas para agroindústrias familiares



Tópicos abordados

Características de agroindústrias familiares

Desafios para a legalização

Perspectivas na legislação




Agroindústria Familiar Rural ressignificação de uma prática tradicional das famílias agricultoras.

Práticas que assumem papel diferenciado nas unidades de produção familiar

De caráter doméstico, voltado apenas para o consumo das famílias para ser atividade responsável pela manutenção de muitas

propriedades rurais



Agroindústria Familiar Rural: unidade de processamento de alimentos localizada nas propriedades rurais ou nos aglomerados rurais próximos.


Propriedade de agricultor familiar, individualmente ou em grupo.

Matéria-prima processada é produzida por agricultores individualmente ou associados, sendo também adquirida de outros agricultores de forma complementar.

Força de trabalho utilizada pertence majoritariamente às famílias proprietárias. Esses estabelecimentos, de uma forma ou de outra, interagem com os mercados, gerando renda para as famílias envolvidas.

Fonte: SGARBI (2006)

Ambiente favorável à emergência de saberes e práticas tradicionais.



Sazonalidade da produção





A agricultura familiar está organizada com base

na diversificação da produção e, por isso, é muito comum que uma mesma agroindústria processe sucos, polpas, doces de frutas,

conservas, leite, etc.

Processamento de produtos diversos



Sucos

• Amora preta

• Butiá

• Laranja

• Tangerina

• Morango

• Pêssego

Schimier

• Abóbora

• Melancia

• Morango

• Marmelo

Conservas

• Pepino

agroindústria do sul do Rio Grande do Sul que processa


EXEMPLO



agroindústria que processa doce de leite com doce de pimenta

e doce de morango


EXEMPLO




Equipamentos simplificados e matérias primas em quantidades que não justificam investimento em

grandes equipamentos

Adoção de tecnologias simples, procurando observar sua adequação e/ou adaptação, principalmente em

relação ao seu custo e quantidade de produtos industrializados

Processos artesanais e pequena escala de produção



abatedouro de frango


EXEMPLO



produção de derivados de leite: da cozinha de casa para a agroindústria


EXEMPLO



O caso do queijo serrano


EXEMPLO

Investimento na agroindústria para legalização: ~ 30mil reais Produção de queijo: 40 a 80 litros leite/dia ~ 4 a 8kg de queijo/dia

Preço por quilo: 10 reais ~ 40 a 80 reais/dia

Trabalho de um a dois anos, sem lucro e sem cobrir custos de produção, para pagar investimentos para a construção da agroindústria

Investimento elevado para a realidade econômica dos produtores de QS




Mão de obra familiar, em muitos casos concentrada em tarefas que ficam sob responsabilidade das mulheres, embora haja exceções.






Por essas características, em muitos casos, a regularização não é simples.





• variação de acordo com a interpretação de cada técnico Exigências vs técnicos

• quantos sanitários devem existir? Sanitários

• quais análises devem ser feitas no local? Laboratórios

• qual é a altura mínima? Precisa ser tão alto? Pé direito

• se a água é potável, é preciso clorar? Cloração da água:

• embalagens de vidro, muitas vezes não retornáveis Embalagens

• quais são adequados e eficientes? Produtos de limpeza



Qual é o tamanho mínimo e quais exigências são mesmos essenciais? Capacidade de operação 5 vezes maior do que a disponibilidade de matéria-prima, três banheiros e laboratório para análise do leite


EXEMPLO Laticínio do sul do estado



Tradição no processamento, mas em muitas regiões não há produção de trigo, principal matéria-prima desses produtos, inviabilizando que agricultores familiares possam regularizar a sua produção via Programa Estadual de Agroindústria Familiar.


O caso dos panificados EXEMPLO



RDC 49/2013

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)


Decreto 8.471, de 2015

Instrução Normativa 16/2015

ANVISA/Ministério da Saúde



• inclusão produtiva com segurança sanitária relacionadas às atividades de:

• microempreendedor individual

• empreendimento familiar rural

• empreendimento econômico solidário


renda, emprego, trabalho, desenvolvimento socioeconômico e inclusão social e produtiva

RDC 49/2013 ANVISA/Ministério da Saúde




Princípios

Harmonização de procedimentos para promover a formalização e a segurança sanitária considerando os costumes, os conhecimentos tradicionais e aplicando as boas práticas estabelecidas pelos órgãos de vigilância sanitária

Diretrizes Proteção à produção artesanal a fim de preservar costumes, hábitos e conhecimentos tradicionais na perspectiva do multiculturalismo dos povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares

Artigo 11

Fiscalização de vigilância sanitária deverá ter natureza prioritariamente orientadora, considerando o risco sanitário.

Os formulários e demais documentos decorrentes das atividades de fiscalização deverão descrever os motivos do procedimento, acompanhados do embasamento legal, e as orientações sanitárias com linguagem acessível ao empreendedor.

RDC 49





Decreto 8.471, de 2015

Reconhece a agroindustrialização realizada pela agricultura familiar ou equivalente e suas organizações, inclusive quanto

às condições estruturais e de controle de processo




Art. 7º-A

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá classificar o estabelecimento agroindustrial de bebidas ou de produtos de origem animal como agroindústria artesanal, considerados os costumes, os hábitos e os conhecimentos tradicionais na perspectiva da valorização da diversidade alimentar e do multiculturalismo dos povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares

Art. 143-A

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão editar normas específicas relativas às condições gerais de instalações, equipamentos e práticas operacionais de estabelecimento agroindustrial de pequeno porte, os princípios básicos de higiene dos alimentos e a garantia da inocuidade dos produtos de origem animal.

Decreto 8.471





Instrução Normativa 16/2015

• Normas específicas de inspeção e a fiscalização sanitária de produtos de origem animal

• Estabelecimento agroindustrial de pequeno porte de produtos de origem animal ou estabelecimento de agricultores familiares ou de produtor rural, de forma individual ou coletiva, com área útil construída de até 250m2, dispondo instalações para: • abate ou industrialização de animais produtores de carnes;

• processamento de pescado ou seus derivados;

• processamento de leite ou seus derivados;

• processamento de ovos ou seus derivados;

• processamento de produtos das abelhas ou seus derivados.




Art. 3º

As ações dos serviços de inspeção e fiscalização sanitária respeitarão os seguintes princípios:

• inclusão social e produtiva da agroindústria de pequeno porte; • harmonização de procedimentos para promover a formalização e a segurança sanitária da agroindústria de pequeno porte; • fomento de políticas públicas e programas de capacitação para os profissionais dos serviços de inspeção sanitária para atendimento à agroindústria familiar.

IN 16




Art. 5º

No estabelecimento agroindustrial de pequeno porte as ações de inspeção e fiscalização deverão ter natureza prioritariamente orientadoras, considerando o risco dos diferentes produtos e processos produtivos envolvidos e as orientações sanitárias com linguagem acessível ao empreendedor.

Art. 7º

O pé-direito das instalações deve facilitar troca de ar e a claridade, permitir adequada instalação dos equipamentos e nas salas de abate deverá ter altura suficiente para as carcaças penduradas manterem distância mínima de 50 centímetros do teto e do piso.

IN 16




Art. 7º

Sanitário/vestiário para estabelecimento com até 10 (dez) trabalhadores, considerando os familiares e os contratados, podendo ser utilizado sanitário já existente na propriedade, desde que não fiquem a uma distância superior à 40 (quarenta) metros.

Art. 12º

É permitido o transporte de matérias-primas e produtos frigorificados do estabelecimento agroindustrial de pequeno porte em vasilhame isotérmico, em veículos sem unidade frigorífica instalada, em distância percorrida até o máximo de duas horas, desde que mantida a temperatura adequada a cada tipo de produto, em todo o percurso até o local de entrega.

IN 16



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