4
www.sinergiaspcut.org.br Área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho Setembro de 2012 Sindicato dos Energéticos do Estado de SP Destaques desta edição Saiba mais sobre PPP e LTCAT S.O.S Vida apresenta assuntos que costumam gerar dúvidas Página 02 Stieec- filiado em 1988 Gasistas- filiado em 1989 Sindprudente - filiado em 2005 Sindlitoral - filiado em 2006 Sindbauru - filiado em 2009 Sindluz Araraquara SindMococa Sinergia CUT - filiado em 12/12/99 Negligência na mira Confira a entrevista sobre as ações regressivas Página 03 Trabalho em altura Publicada em março, NR 35 am- plia segurança em altura Página 04 Rede Energia Há tempos Sinergia CUT denuncia série de problemas enfrentados pelos trabalhadores do grupo. Agora, Aneel decreta intervenção em oito das nove empresas do Rede Energia. Sindicato tem reunião com interventor Sinval Gama Em defesa do interesse público Precarização e intervenção. Além da rima, essas duas palavras juntas resu- mem a infeliz trajetória do Grupo Rede Energia, que tem submetido os trabalha- dores a constante clima de inseguran- ça. No último dia 31 de agosto, a prova de que a situação, há tempos denuncia- da pelo Sinergia CUT, tornou-se insus- tentável: a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em reunião extraordi- nária da Diretoria, por força da Medida Provisória 577/2012, determinou a inter- venção administrativa em oito das nove concessionárias do grupo Rede Energia que operam nos estados de Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. A decisão considerou que o endividamento das concessionárias co- loca em risco a prestação adequada dos serviços de distribuição de eletricidade. Na avaliação do Sinergia CUT, este risco envolve diretamente os trabalhado- res na questão da Saúde e Segurança. Uma atenta análise do relatório de aci- dentes nas distribuidoras de energia elé- trica do estado de São Paulo, elaborado pela Arsesp expõe a gravidade da situa- ção das condições de trabalho nas em- presas do Grupo Rede Energia no esta- do de São Paulo. De 2005 a 2011, o que se observa é um crescimento ano a ano do número total de acidentes (somatória de ocorrên- cias com o quadro próprio e com tercei- ros). Para se ter uma ideia, em 2005, as empresas Caiuá, Empresa Elétrica Bragantina (EEB), Companhia Nacional de Energia Elétrica (CNEE) e Empresa de Distribuição de Energia do Vale do Paranapanema (EDEVP), todas do gru- po Rede Energia no estado de São Pau- lo, somaram 18 acidentes. Já em 2011, foram registrados 34 acidentes, sendo a EDEVP a recordista em todos os anos. Há tempos o Sinergia CUT tem de- nunciado o desmantelamento do Grupo Rede. As frequentes demissões sem qual- quer justificativa motivaram atos de pro- testo em todas as localidades contra a gestão equivocada nas empresas do gru- po. (In)Segurança em 1 o Lugar Além de demitir sistematicamente tra- balhadores, assédio moral, práticas antissindicais e descumprimento do ACT tornaram-se rotina dentro das empresas do Rede Energia. Prova disso foi a últi- ma demissão EEB, ocorrida em agosto, dispensando o eletricista de rede Samuel Oliveira Carvalho, eleito pelos trabalha- dores neste ano de 2012 como represen- tante sindical. Apesar da conquista dos votos dos companheiros de trabalho, estranhamente a empresa não reconheceu a legitimida- de do processo. Samuel também foi vice- presidente da CIPA na gestão 2011/2012, eleito com o maior número de votos na história da EEB. Sua gestão atuante ter- minou no último mês de julho. Ironicamente, no mesmo período em que os gestores dispensaram o compa- nheiro eleito democraticamente pela ca- tegoria, a EEB promovia a 29ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Tra- balho, estampando na entrada da em- presa uma faixa com os dizeres: “Por que arriscar? Segurança em primeiro lugar”. Apesar da importante mensagem direcionada aos trabalhadores, a própria empresa tem colocado a categoria em risco com práticas antissindicais e as- sédio constantes. E agora, interventor? A MP 577 garante ao interventor ple- nos poderes de gestão e administração sobre as operações e os ativos da em- presa. A ele caberá zelar pelo integral cumprimento de todas as disposições e obrigações estabelecidas no respectivo contrato de concessão, em particular quanto à preservação e quantificação dos bens reversíveis vinculados à prestação do serviço concedido. O Sinergia CUT esteve reunido no úl- timo dia 18 com o interventor das empre- sas Caiuá, EDEVP, CNEE e EEB, Sinval Gama, para apresentar este quadro ca- tastrófico e exigir posicionamento que garanta condições seguras aos trabalha- dores das quatro empresas. O Sindicato solicitou que seja implementada em 45 dias uma Política de Emprego para o grupo Rede, uma vez que ficou acertado durante as negocia- ções salariais que esta pendência seria resolvida em até 60 dias após a assina- tura do ACT, que ocorreu no final de julho passado. Também dentro do tópico ACT, o Sinergia CUT pautou creche para filhos excepcionais e Função Acessória. Quanto às demissões ocorridas nas últimas semanas, o Sindicato cobrou a posição da Aneel referente às dispensas, uma vez que a MP 577 determina que qualquer demissão deve passar pelo cri- vo da Agência. Outro ponto tratado na reunião foi a garantia de que a Redeprev passe a ter uma gestão democrática, com a eleição direta de representantes dos trabalhado- res para maior transparência e estabili- dade do plano previdenciário. O Sinergia CUT também cobrou um acordo para a questão da periculosidade, tendo em vista o resultado das ações ju- diciais favoráveis aos trabalhadores. Quan- to à PPR, o Sindicato ratificou a posição de que os trabalhadores não podem pa- gar pelos erros de gestão do grupo e que, por isso, a PPR deve ser paga conforme o ACT, em março próximo. Além de tudo isso, o Sindicato comu- nicou ao interventor que estará reunindo- se com as demais entidades sindicais para a articulação de ações conjuntas vi- sando garantir os direitos dos trabalhado- res, em tempo de intervenção. Além des- ta, o governo federal publicou outra MP que trata da prorrogação das concessões de empresas do setor elétrico. Leia mais na página 04 09/11/2009 - Conselho de adminis- tração divulga a contratação de um em- préstimo de R$ 450 milhões com o BNDES. Em meio a dívidas que che- gam a cerca de R$ 5 bilhões, a um pas- sivo que se eleva a quase R$ 9 bilhões se considerada outras obrigações e a índices de qualidade medidos pela Aneel entre os piores do país. 22/08/2011 - Em Bragança Paulista, trabalhadores protestam contra demis- são arbitrária. Dispensas ocorreram na Bragantina, Vale Paranapanema e Caiuá. Sindicato pede reintegrações 17/02/2012 -Rede Energia promove mais 14 demissões.Sindicato faz de- núncia no MPT de precarização das con- dições de trabalho nas empresas do Gru- po no Sul/Sudeste. 07/03/2012 - Fiscalização da Agên- cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) detectou que, em 2011, os consumido- res da Celpa ficaram, em média, 106 horas sem energia por falhas da distri- buidora. 08/08/2012 - Com dificuldades financei- ras, grupo privado co- meça se desfazendo da Celpa. Especula- ções de que a saída para as dificuldades fi- nanceiras do Grupo Rede seria a venda de nove distribuidoras de energia. 23/08/2012 - Em- presa do Grupo Rede Energia demite representante sindical. Sindicato repu- dia a atitude e faz denúncia no MPT. Trabalhadores protestam contra arbitra- riedade na manhã desta quinta (23). 31/08/2012 - Aneel decreta interven- ção administrativa em oito das nove con- cessionárias do grupo Rede Energia que operam nos estados de Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. A decisão consi- derou que o endividamento das conces- sionárias coloca em risco a prestação adequada dos Histórico do caos Histórico do caos

Rede Energia Em defesa do interesse público · Publicada em março, NR 35 am-plia segurança em altura Página 04 Rede Energia ... sobre as operações e os ativos da em-presa. A

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Rede Energia Em defesa do interesse público · Publicada em março, NR 35 am-plia segurança em altura Página 04 Rede Energia ... sobre as operações e os ativos da em-presa. A

www.sinergiaspcut.org.brÁrea de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do T rabalhoSetembro de 2012

Sindicato dos Energéticos do Estado de SP

Destaques desta edição

Saiba mais sobrePPP e LTCATS.O.S Vida apresenta assuntosque costumam gerar dúvidas

Página 02

Stieec- filiado em 1988Gasistas- filiado em 1989

Sindprudente - filiado em 2005Sindlitoral - filiado em 2006Sindbauru - filiado em 2009

Sindluz AraraquaraSindMococa

Sinergia CUT - filiado em 12/12/99

Negligência namiraConfira a entrevista sobre asações regressivas

Página 03

Trabalho emalturaPublicada em março, NR 35 am-plia segurança em altura

Página 04

Rede Energia

Há tempos Sinergia CUT denuncia série de problemas enfrentados pelos trabalhadores do grupo. Agora, Aneel decretaintervenção em oito das nove empresas do Rede Energia. Sindicato tem reunião com interventor Sinval Gama

Em defesa do interesse público

Precarização e intervenção. Além darima, essas duas palavras juntas resu-mem a infeliz trajetória do Grupo RedeEnergia, que tem submetido os trabalha-dores a constante clima de inseguran-ça. No último dia 31 de agosto, a provade que a situação, há tempos denuncia-da pelo Sinergia CUT, tornou-se insus-tentável: a Agência Nacional de EnergiaElétrica (ANEEL), em reunião extraordi-nária da Diretoria, por força da MedidaProvisória 577/2012, determinou a inter-venção administrativa em oito das noveconcessionárias do grupo Rede Energiaque operam nos estados de Tocantins,Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,Paraná e São Paulo.

A decisão considerou que oendividamento das concessionárias co-loca em risco a prestação adequada dosserviços de distribuição de eletricidade.

Na avaliação do Sinergia CUT, esterisco envolve diretamente os trabalhado-res na questão da Saúde e Segurança.Uma atenta análise do relatório de aci-dentes nas distribuidoras de energia elé-trica do estado de São Paulo, elaborado

pela Arsesp expõe a gravidade da situa-ção das condições de trabalho nas em-presas do Grupo Rede Energia no esta-do de São Paulo.

De 2005 a 2011, o que se observa éum crescimento ano a ano do númerototal de acidentes (somatória de ocorrên-cias com o quadro próprio e com tercei-ros). Para se ter uma ideia, em 2005, asempresas Caiuá, Empresa ElétricaBragantina (EEB), Companhia Nacionalde Energia Elétrica (CNEE) e Empresade Distribuição de Energia do Vale doParanapanema (EDEVP), todas do gru-po Rede Energia no estado de São Pau-lo, somaram 18 acidentes. Já em 2011,foram registrados 34 acidentes, sendo aEDEVP a recordista em todos os anos.

Há tempos o Sinergia CUT tem de-nunciado o desmantelamento do GrupoRede. As frequentes demissões sem qual-quer justificativa motivaram atos de pro-testo em todas as localidades contra agestão equivocada nas empresas do gru-po.

(In)Segurança em 1 o LugarAlém de demitir sistematicamente tra-

balhadores, assédio moral, práticasantissindicais e descumprimento do ACTtornaram-se rotina dentro das empresasdo Rede Energia. Prova disso foi a últi-ma demissão EEB, ocorrida em agosto,dispensando o eletricista de rede SamuelOliveira Carvalho, eleito pelos trabalha-dores neste ano de 2012 como represen-tante sindical.

Apesar da conquista dos votos doscompanheiros de trabalho, estranhamentea empresa não reconheceu a legitimida-de do processo. Samuel também foi vice-presidente da CIPA na gestão 2011/2012,eleito com o maior número de votos nahistória da EEB. Sua gestão atuante ter-minou no último mês de julho.

Ironicamente, no mesmo período emque os gestores dispensaram o compa-nheiro eleito democraticamente pela ca-tegoria, a EEB promovia a 29ª SemanaInterna de Prevenção de Acidentes de Tra-balho, estampando na entrada da em-presa uma faixa com os dizeres: “Por quearriscar? Segurança em primeiro lugar”.

Apesar da importante mensagemdirecionada aos trabalhadores, a própriaempresa tem colocado a categoria emrisco com práticas antissindicais e as-sédio constantes.

E agora, interventor?A MP 577 garante ao interventor ple-

nos poderes de gestão e administraçãosobre as operações e os ativos da em-presa. A ele caberá zelar pelo integralcumprimento de todas as disposições eobrigações estabelecidas no respectivocontrato de concessão, em particularquanto à preservação e quantificação dosbens reversíveis vinculados à prestação

do serviço concedido.O Sinergia CUT esteve reunido no úl-

timo dia 18 com o interventor das empre-sas Caiuá, EDEVP, CNEE e EEB, SinvalGama, para apresentar este quadro ca-tastrófico e exigir posicionamento quegaranta condições seguras aos trabalha-dores das quatro empresas.

O Sindicato solicitou que sejaimplementada em 45 dias uma Políticade Emprego para o grupo Rede, uma vezque ficou acertado durante as negocia-ções salariais que esta pendência seriaresolvida em até 60 dias após a assina-tura do ACT, que ocorreu no final de julhopassado. Também dentro do tópico ACT,o Sinergia CUT pautou creche para filhosexcepcionais e Função Acessória.

Quanto às demissões ocorridas nasúltimas semanas, o Sindicato cobrou aposição da Aneel referente às dispensas,uma vez que a MP 577 determina quequalquer demissão deve passar pelo cri-vo da Agência.

Outro ponto tratado na reunião foi agarantia de que a Redeprev passe a teruma gestão democrática, com a eleiçãodireta de representantes dos trabalhado-res para maior transparência e estabili-dade do plano previdenciário.

O Sinergia CUT também cobrou umacordo para a questão da periculosidade,tendo em vista o resultado das ações ju-diciais favoráveis aos trabalhadores. Quan-to à PPR, o Sindicato ratificou a posiçãode que os trabalhadores não podem pa-gar pelos erros de gestão do grupo e que,por isso, a PPR deve ser paga conformeo ACT, em março próximo.

Além de tudo isso, o Sindicato comu-nicou ao interventor que estará reunindo-se com as demais entidades sindicaispara a articulação de ações conjuntas vi-sando garantir os direitos dos trabalhado-res, em tempo de intervenção. Além des-ta, o governo federal publicou outra MPque trata da prorrogação das concessõesde empresas do setor elétrico.

Leia mais na página 04

09/11/2009 - Conselho de adminis-tração divulga a contratação de um em-préstimo de R$ 450 milhões com oBNDES. Em meio a dívidas que che-gam a cerca de R$ 5 bilhões, a um pas-sivo que se eleva a quase R$ 9 bilhõesse considerada outras obrigações e aíndices de qualidade medidos pela Aneelentre os piores do país.

22/08/2011 - Em Bragança Paulista,trabalhadores protestam contra demis-são arbitrária. Dispensas ocorreram naBragantina, Vale Paranapanema eCaiuá. Sindicato pede reintegrações

17/02/2012 -Rede Energia promovemais 14 demissões.Sindicato faz de-núncia no MPT de precarização das con-dições de trabalho nas empresas do Gru-po no Sul/Sudeste.

07/03/2012 - Fiscalização da Agên-cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel)detectou que, em 2011, os consumido-res da Celpa ficaram, em média, 106horas sem energia por falhas da distri-buidora.

08/08/2012 - Comdificuldades financei-ras, grupo privado co-meça se desfazendoda Celpa. Especula-ções de que a saídapara as dificuldades fi-nanceiras do GrupoRede seria a venda denove distribuidoras deenergia.

23/08/2012 - Em-presa do Grupo Rede Energia demiterepresentante sindical. Sindicato repu-dia a atitude e faz denúncia no MPT.Trabalhadores protestam contra arbitra-riedade na manhã desta quinta (23).

31/08/2012 - Aneel decreta interven-ção administrativa em oito das nove con-cessionárias do grupo Rede Energiaque operam nos estados de Tocantins,Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,Paraná e São Paulo. A decisão consi-derou que o endividamento das conces-sionárias coloca em risco a prestaçãoadequada dos

Histórico do caosHistórico do caos

Page 2: Rede Energia Em defesa do interesse público · Publicada em março, NR 35 am-plia segurança em altura Página 04 Rede Energia ... sobre as operações e os ativos da em-presa. A

Publicação de responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de Campinas e do Sindicato dos Energéticos do Estado de São Paulo.Sede: Rua Doutor Quirino, 1511 - Centro - Campinas,SP - CEP: 13015-082. Fones: Campinas (19)3739-4600 / 0800-171611; São Paulo (11) 5571-6175; Sind Gasist a (11) 3313-5299;

Bauru (14)3234-8445; Ilha Solteira (18)3742-2828; Presidente Prudente (18) 3903-5035; Ribeirão Preto (16)3626-8676 Rio Claro (19)3524-3712; Baixada Santist a (13)3222-6466; São José do R.Preto (17) 3215-1188 ; Vale do Paraíba (12)3622-4245;

SindLitoral (13)3422-1940; SindPrudente (18)3222-1986Diretor da Área de Saúde e Segurança no T rabalho: Fábio Padua

Diretor de C omunicação : Claudinei CeccatoRedação e diagramação : Cecília Gomes (Mtb 42799), Débora Piloni (Mtb 25172) Elias Aredes Jr. (Mtb 26850)e Lílian Parise (Mtb 13522) Fotografia : Roberto Claro

lustração : Ubiratan Dantas E-mail: [email protected] Tiragem: 12 mil exemplares

EXPEDIENTE

Jornal SOS Vida - Sinergia CUT - Página 2

Você já se deparou com

dúvidas como: “o que é, para que

serve e ... devo ter mesmo o

PPP? E o LTCAT, continua

obrigatório? Quem deve

preencher esses laudos?”

Para tirar dúvidas sobre a

existência e a necessidade

desses documentos que dizem

respeito à vida e a saúde

profissional do trabalhador

energético é que o Sinergia CUT

está se propondo a realizar, até o

final deste ano, um seminário

específico sobre tais temas.

E, nesta edição, o Jornal SOS

Vida traz um pouco de PPP e

LTCAT para você. Confira:

Em muitos casos, os trabalhadoresacabam confundindo o PPP com o Lau-do Técnico de Condições Ambientais(LTCAT), que é também um documentodeterminado pela legislação do INSS eque deve ser emitido exclusivamente porum médico do trabalho ou um engenhei-ro que atua com segurança do trabalho.

A principal diferença é que o LTCATfunciona como um laudo técnico, ouseja, ele contém informações que dizemrespeito ao trabalho aonde o profissonalestá inserido, como considerações derisco. Já o PPP é mais amplo e funcio-na de forma contínua.

O LTCAT é elaborado com o intuitode se documentar os agentes nocivosexistentes no ambiente de trabalho econcluir se estes podem gerar insalu-bridade para os trabalhadores eventual-mente expostos. Somente será renova-do caso sejam introduzidas modifica-ções no ambiente de trabalho.

Segundo prevê oparágrafo 3º do Art.58 d Lei 8213/91 da Lei 9528/97, a em-presa que não mantiver laudo técnicoatualizado com referência aos agentesnocivos existentes no ambiente de tra-balho de seus trabalhadores ou que emi-tir documento de comprovação de efeti-va exposição em desacordo com o res-pectivo laudo, estará sujeito à penalida-de.

Este documento deve estar disponí-vel na empresa para análise dos Audito-res Fiscais da Previdência Social, Mé-dicos e Peritos do INSS, devendo serrealizadas as alterações necessárias nomesmo, sempre que as condições denocividade se alterarem, guardando-seas descrições anteriormente existentesno referido Laudo, juntamente com asnovas alterações introduzidas, datando-

Direitos do trabalhador

PPP e LTCAT: por que e para que?Reconhecendo a importância desses assuntos para a vida dos trabalhadores, Sinergia CUT está empenhado

a promover um seminário e tirar dúvidas da categoria a respeito desses documentos (?)

O Perfil Profissiográfico Previdenciário(PPP) é um formulário com campos aserem preenchidos com todas as infor-mações relativas ao trabalhador, comopor exemplo, a atividade que exerce, oagente nocivo ao qual está exposto, aintensidade e a concentração do agen-te, exames médicos clínicos, além dedados referentes à empresa. Foi criadocom o objetivo de documentar, em ape-nas um formulário, um breve apanhadosobre todas as informações históricasdos trabalhadores. Com isso, ele servecomo orientação junto ao INSS,especiamente para casos de aposenta-dorias especiais.

Quem são os responsáveis peloPPP? São três. O responsável pelasinformações referentes ao trabalhadordeverá ser um representante legal daempresa. O responsável pelos registrosambientais poderá ser um médico dotrabalho ou um engenheiro de seguran-ça. Já pela monitoração biológica, oresponsável será um médico do traba-lho. Vale lembrar que informações fal-sas no PPP constituem crime pelo ar-tigo 297 do Código Penal.

De acordo com a InstruçãoNormativa 99 do INSS, de 05 de de-zembro de 2003, desde 1° de janeirode 2004, todo empregador está obriga-do a elaborar o PPP de cada funcioná-rio que se exponha a riscos físicos (ex.:ruído, calor, eletricidade, etc.), quími-cos (ex.: substancias químicas, etc.)e biológicos (microorganismos em ge-ral), independentemente se há ou nãoo uso de equipamentos de proteçãoindividual (EPI), ou se o funcionário édito “permanente” ou não.

Anualmente, juntamente com oPPRA (Programa de Prevenção de Ris-

PPPcos Ambientais) e o PCMSO (Progra-ma de Controle Médico de SaúdeOcupacional), o PPP deve ser revisto.

Quando o PPP será emitidopela empresa?

O PPP deverá ser emitido sempreque solicitado pelo trabalhador, INSSou autoridade competente, em via úni-ca e sem necessidade de recibo. Po-rém, em caso de rescisão de contrato,o PPP deverá ser emitido em 2 vias (tra-balhador e empresa), devendo ficar umrecibo na empresa. PPP e recibo de-vem ser arquivados pela empresa por20 anos.

PPP Eletrônico: a Previdência Soci-al está transformando o formulário doPerfil Profissiográfico Profissional – PPPem um sistema: as empresas terãoacesso ao programa, farão as atualiza-ções necessárias e enviarão para a Pre-vidência Social, a exemplo do funciona-mento do programa de declaração deimposto de renda. O PPP Eletrônico de-verá, a princípio, estar disponibilizado naInternet, possibilitando que o trabalhadorpossa acessá-lo por meio de senha indi-vidual, permitindo assim o acompanha-mento do preenchimento e das atualiza-ções; a solicitação de retificação de pos-síveis erros; a emissão e impressão ime-diata quando necessitar para qualquercomprovação; entre outros.

A partir da disponibilização do PPPEletrônico pela Previdência Social as em-presas serão obrigadas a informar o per-fil profissiográfico de todos os trabalha-dores, inclusive dos que não exerçamatividades baixo agentes nocivos físicos,químicos, biológicos ou combinação des-tes. A data da implantação do sistemaatual por meio magnético, deverá serdivulgada pelo INSS.

LTCATse adequadamente os documentos,quando tais modificações ocorrerem.

O LTCAT é um documento instituídopelo INSS e não pelo Ministério do Tra-balho e tem validade indefinida,atemporal, ficando atualizado permanen-temente, enquanto o “layout” da empre-sa não sofrer alterações.

Esse laudo continua sendo um do-cumento de apresentação obrigatória,quando solicitado pelo INSS, conformeParágrafos 1, 2 e 3 do Artigo nº 58 daLei nº 8213 de 24/07/1991 alterada pelaLei 9.732 de 11/02/1998, que dispõesobre os Planos de Benefícios da Previ-dência Social e dá outras providências.A confusão gerada (se é obrigatório ounão o LTCAT) é porque a InstruçãoNormativa nº 20/2007 do INSS dispen-sa o LTCAT e diz que o PPRA é sufici-ente para embasar a emissão do PerfilProfissiográfico Previdenciário.

Mas que fique claro: dispensa nãosignifica revogação, mesmo porque,dentro do princípio da hierarquianormativa, os dispositivos de uma LeiFederal não podem ser revogados poruma simples Instrução Normativa. Istosignifica que a exigência do LTCAT estávalendo e a sua não manutenção sujei-ta a empresa às multas e às penas dalei, conforme descritas na própria Lei8213/91.

Tanto está valendo que, em frequen-tes tentativas de contagem especial detempo, ou obtenção de aposentadori-as especiais integrais feitas por advo-gados a serviço de trabalhadores, al-guns servidores do INSS têm exigido aapresentação do LTCAT, "esquecendo-se" que ele mesmo (o INSS) dispen-sou o LTCAT como base de emissãodo PPP na sua instrução normativa.

Page 3: Rede Energia Em defesa do interesse público · Publicada em março, NR 35 am-plia segurança em altura Página 04 Rede Energia ... sobre as operações e os ativos da em-presa. A

Jornal SOS Vida - Sinergia CUT - Página 3

♦ A coisa tá feia...a palavra da moda é pro-dutividade em tudo que é empresa. A pres-são da chefia tá tão grande que nem tempopra lavar a ferramenta anda sobrando. Eu éque não vou ficar quieto não! Ó o grito aí: Jápro chuáááá com as ferramentas, porqueminha segurança tá em primeiro lugar!

***♦ Presta atenção, Chefia: a economia é a

base da porcaria! Na CPFL, luva de serviçosgerais virou artigo do luxo! Andava faltandoesse EPI. Agora chegou um lote, mas o cri-tério de compra foi o preço e a qualidade, ó...deixa muito a desejar!

♦ A Elektro tá de sacanagem. Faz firula,pinta a sede com o prêmio da revista, dá dialivre (livre de quê?) mas pra rapaziada que dáduro o dia todo na rua, nem comida quentetem. Olha o absurdo: o pessoal pega a mar-mita pela manhã e vai comer na hora de al-moço, muitas vezes não tem local adequadopara comer e não tem como fazer ahigienização. Contaminação não é brincadei-ra não! Faz tempo que o pessoal do Sindicatotá falando que isso tá errado. Agora, para aempresa premiada, só resta a fiscalização,um exame atento do Ministério Público do Tra-balho. Tem dó, né?

Justiça

Empresas negligentes na mira!Fruto de uma política pública voltada à prevenção de acidentes de trabalho, a Procuradoria Geral Federal

tem movido ações contra empresas culpadas por acidentes de trabalho, ressarcindo oInstituto Nacional do Seguro Social (INSS)

O Instituto Nacional do Seguro So-cial (INSS) está sendo ressarcido dosvalores de benefícos previdenciáriospagos a segurados vítimas de aciden-tes de trabalho e doenças ocupacionaispor meio de ações regressivasacidentárias, movidas pela Procurado-ria Geral Federal (PGF) contra empre-sas que descumprem normas de se-gurança do trabalho.

Só em 2011, as unidades da Procu-radoria em todo o país moveram 417ações regressivas contra empresas quedescumpriram a legislação trabalhista.A iniciativa faz parte de uma políticapública de prevenção de acidentes ins-

S.O.S Vida: O que é uma AçãoRegressiva?

Fábio Munhoz: É uma demandade natureza ordinária que busca o res-sarcimento de prejuízos causado aoINSS em função de benefícios decor-rentes de acidentes causados por ne-gligência.

S.O.S Vida: Como surgiram asações regressivas?

FM: A institucionalização dasações regressivas deu-se com o ad-vento da Lei 8213/91.

S.O.S Vida: O número de açõestem aumentado? Por qual motivo?

FM: O número de ações tem au-mentado significativamente, principal-mente nos últimos cinco anos,em fun-ção da concentração de esforços dasunidades da PGF (Procuradoria Geralda Fazenda).

S.O.S Vida: Em 2011 foram ajui-zadas 417 ações. Esse número po-deria ter sido maior?

FM: Os números dependem pordemais do número de ProcuradoresFederais disponíveis. Hoje a PGF re-

Ações regressivas sãoajuizadas quando a AdvocaciaGeral da União (AGU) secertifica de que a empresa éculpada pelo acidente, tendo acolaboração da Justiça doTrabalho que envia cópia dasações trabalhistas movidaspelos segurados. A base legalpara o ingresso destas açõessão os artigos 120 e 121 da Lei8.213/91. “Em cerca de 75% dasdemandas julgadas o INSS tevesua pretensão acolhida”, afirmao procurador federal FábioMunhoz

vigente hoje à CGCOB – CoordenaçãoGeral de Cobrança e Recuperação deCréditos, a demanda pode compor seuobjeto com os últimos cinco anos debenefícios pagos pelo INSS.

S.O.S Vida: Qual é o impacto des-sas ações para o País?

FM: As ações regressivasacidentárias tem potencial para, de for-ma concomitante, corrigir desvios deconduta por parte dos empregadorese, repor prejuízos causados por estesao fundo Regime Geral de PrevidênciaSocial.

S.O.S Vida: Para a ação ser pro-posta é necessário comprovação deculpa, além da geração de custospara o INSS. Como é feito o proce-dimento investigatório?

FM: Ao PIP, Procedimento de In-vestigação Preparatória, são realiza-das diligências de ordem diversa. Sãocolhidas informações do INSS, MTE,Justiça do Trabalho, Polícia Civil, den-tre outros órgãos. Os dados são con-siderados em seu conjunto para for-mação do convencimento do próprioProcurador em um primeiro momento.

presenta mais de 150 autarquias e, háum notório déficit de procuradores noquadro.

S.O.S Vida: Que tipos de aciden-tes geram uma ação regressiva?

FM: Acidentes havidos em funçãode negligência enquanto modalidadede culpa.

S.O.S Vida: Quanto tempo de-pois do acidente o INSS tem parapromover a ação?

FM: Há divergência acerca do pra-zo prescricional para o ajuizamento dademanda. Há quem entenda serimprescritível, enquanto outros deba-tem o prazo quinquenal ou trienal paraa perda da pretensão ressarcitória.

S.O.S Vida: Se passar muito tem-po para entrar com a ação, ela seextingue?

FM: A ocorrência da prescrição eli-mina a pretensão nos termos do Códi-go Civil Brasileiro.

S.O.S Vida: A ação pode ser re-troativa? Há quantos anos?

FM: Nos termos do posicionamento

S.O.S Vida: Qual é o setor commaior número de ações?

FM: A indústria, a construção civile o setor de transportes tem ocupadoo polo passivo em um contingente sig-nificativo das ações regressivas.

S.O.S Vida: As empresas do se-tor elétrico resistem em inserir nosrelatórios de Investigação de Aci-dentes de Trabalho fatores globaisque influenciam na causa de aciden-tes. Por exemplo, o excessivo núme-ro de ordens de serviço para as equi-pes de linha viva. No relatório apa-rece apenas que o trabalhador nãoafivelou adequadamente o cinto desegurança. Situações como esta tra-zem qual consequência?

FM: As circunstâncias menciona-das certamente terminam sendo men-cionadas nos laudos confeccionadospela Polícia Civil e nos relatórios doMinistério do Trabalho e Emprego.

S.O.S Vida: Qual é o percentualde êxito dessas ações ?

FM: Em algo em torno de 75% dasdemandas julgadas o INSS teve suapretensão acolhida.

tituída no Brasil, sobretudo a partir doano de 2008.

As ações regressivas acidentáriassomente são ajuizadas em favor doINSS após um procedimento de inves-tigação prévio criterioso. Nessa etapaé indispensável a identificação de trêspressupostos coexistentes: a confirma-ção do acidente de trabalho, geraçãode custos para o Instituto e comprova-ção de culpa por parte do empregador.

O Jornal S.O.S Vida entrevistou oChefe de Divisão de Gerenciamento daDívida Ativa das Autarquias e Funda-ções Públicas, procurador federal Fá-bio Munhoz. Acompanhe:

We

sley M

calliste

r/Asco

mA

GU

Page 4: Rede Energia Em defesa do interesse público · Publicada em março, NR 35 am-plia segurança em altura Página 04 Rede Energia ... sobre as operações e os ativos da em-presa. A

Jornal SOS Vida - Sinergia CUT - Última página

NR 35

Norma Regulamentadora 35 foi publicada em março deste ano com o objetivo de ampliarmedidas preventivas para trabalhadores que desenvolvem suas atividades em altura superior a 2 metros

Contrapartidas mais quenecessárias ao setor elétrico

Renovação das concessões

Mais segurança no alto

“Equipamentos de proteção sãocomo um goleiro: a última barreiraa impedir uma tragédia”. A frase édo Auditor Fiscal do Trabalho LuizCarlos Lumbreras Rocha, coordenadordo Grupo de Trabalho Tripartite que ela-borou a Norma Regulamentadora 35.Essa NR trata sobre medidas para aredução de acidentes do trabalho emaltura e foi publicada no Diário Oficialda União em março passado.

A necessidade da construção deuma norma específica partiu de umatriste realidade: as quedas de altura re-presentam aproximadamente 40% dascausas de acidentes fatais de trabalhono Brasil. O princípio adotado na NR35 trata o trabalho em altura como ati-vidade que deve ser planejada, evitan-do-se a exposição do trabalhador aorisco.

Os desafios a serem alcançadosApesar de ter sido aprovada pela

Portaria nº 313 do Ministério do traba-lho e Emprego (MTE) e publicada, essanorma ainda precisa ser regulamenta-da, com a elaboração dos anexos paradefinição de procedimentos para suaaplicabilidade.

O Sinergia CUT, juntamente com aCUT e demais entidades, tem partici-pado da discussão desse tema, parapropor anexos que garantam aindamais a segurança dos trabalhadores.

Exemplo disso é que, em junhopassado, o Sindicato esteve presentena 69ª reunião ordinária da ComissãoTripartite Paritária Permanente (CTPP),no MTE, em Brasília. “Nós queremosfazer constar no texto a figura da su-

pervisão presencial, o que ainda falta”,afirma Jesus Francisco Garcia, presi-dente do Sinergia CUT.

Para acompanhar a implantação danova regulamentação e elaboração doanexos, está sendo criada uma Comis-são Nacional Tripartite Temática (CNTTda NR 35), composta por cinco repre-sentantes por bancada: trabalhadores,empresários e governo. “Esse debatetem tudo a ver com os energéticos,porque reflete, sobretudo, a organiza-ção do trabalho no Sitema Elétrico dePotência”, observa Jesus Garcia.

Segundo a determinação do MTE,as obrigações estabelecidas na normaentram em vigor seis meses após suapublicação, exceto o capítulo 3 e osubitem 6.4, que entram em vigor 12meses após a data de publicação daPortaria.

Para o Sinergia CUT a norma é mui-to feliz em não se ater a algum tipo detrabalho em altura específico, sendoentão, generalista, abrangendo os maisvariados tipos de atividades que ex-põem, em algum momento, o trabalha-dor ao risco de queda de altura, sejado setor elétrico, da construção civil,indústria, entre outros.EMPRESAS: não basta comprar o

equipamento. É preciso treinarSegundo o texto publicado pelo

MTE, a Norma Regulamentadora nº 35tem como objetivo “estabelecer os re-quisitos mínimos e as medidas de pro-teção para o trabalho em altura, envol-vendo o planejamento, a organização ea execução, de forma a garantir a se-gurança e a saúde dos trabalhadores

envolvidos direta ouindiretamente com aatividade”.

Dispõe, também,sobre as responsa-bilidades do empre-gador e dos traba-lhadores, sobre acapacitação e treina-mento, planejamen-to, organização eexecução e equipa-mentos de proteçãoindividual, acessóri-os e sistemas de an-coragem.

Mais do que aobrigatoriedade deadquirir os novos cin-tos paraquedistas eoutros equipamen-tos projetados para amaior segurança dostrabalhadores, asempresas precisamcapacitar seu quadropara a utilização efi-caz de cada EPI.

E, quanto a isso,a NR 35 estabelece que as empresasdevem promover programas para ha-bilitar os trabalhadores à realização detrabalho em altura. Deverá ter treina-mento teórico e prático, cujo conteú-do programático deve, incluir: normase regulamentos aplicáveis ao trabalhoem altura; análise de risco e condiçõesimpeditivas; riscos potenciais ineren-tes ao trabalho em altura e medidasde prevenção e controle; Equipamen-

Ce

cília G

om

esTrabalho em

altura exigesegurança

máxima!Sinergia CUT

está nessa luta!

Trabalho emaltura exigesegurança

máxima!Sinergia CUT

está nessa luta!

tos de Proteção Individual para traba-lho em altura (seleção, inspeção, con-servação e limitação de uso), entreoutros itens essenciais. Detalhe: o trei-namento dever ser realizadobienalmente.

Ou seja, mais uma vez, pode-se fa-zer uso da frase de Lumbreras, a qualiniciou esta matéria. “Os equipamen-tos de proteção são a última barreiraa impedir uma tragédia”.

Junto à CUT , Sinergia CUT apresenta emendas à MP 579/2012 para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores

Um acidente grave envolvendo dois trabalhadores da Rizel Construções Elétri-cas, terceirizada da CPFL Energia, aconteceu no último dia 10, em Piracicaba.Um dos trabalhadores foi internado em estado grave, enquanto o companheiro detrabalho sofreu apenas ferimentos leves.

O Sinergia CUT apurou que os dois eletricistas faziam reparos no Bairro Tupi,Colinas de Santa Isabel. O trabalhador que precisou ser hospitalizado estavapuxando um lance de rede em linha morta quando, de repente, a cruzeta quesegurava a primária partiu, desencadeando o acidente.

Segundo Carlos Fábio, dirigente do Sinergia CUT e integrante do Cerest Cam-pinas, “a cruzeta estava tão podre que rompeu totalmente, o que fez o cabo dealta tensão cair sobre o eletricista que acabou recebendo um grande choqueelétrico, foi socorrido e levado ao hospital".

O Sindicato exige apuração rigorosa do acidente e acompanha o desenrolardas investigações. Além disso, encaminhou denúncia ao Cerest de Piracicaba,que também deve investigar e cobrar soluções preventivas para garantir a segu-rança e a vida dos trabalhadores.

ElektroUm trabalhador da Elektro de Limeira sofreu uma queda de um poste, no

último dia 06, fraturando a 4a vértebra e o femur. O trabalhador foi hospitalizado,passou por cirurgia e não corre riscos. O Sinergia CUT participa do Grupo deInvestigações de Acidentes para apurar as causas deste acidente.

Acidentes em terceirizada daCPFL Energia e Elektro

Como partes diretamente impactadaspela MP 579/2012, que trata da renova-ção das concessões das empresas degeração de energia e que foi anunciadapela presidenta Dilma no último dia 11, oSinergia CUT, FNU e CUT apresentaramao Congresso Nacional um conjunto depropostas de emendas à MP.

Saúde e segurança comocontrapartida

As emendas pretendem deixar explí-cita a necessidade de garantir os direi-tos e condições de saúde e segurançados trabalhadores do setor, especialmen-te no tocante ao fim das terceirizaçõesnas atividades-fim e, também, de prote-ção aos consumidores, ao incluir pará-grafos que apontem para a necessidadede investimento constante no setor elé-trico e no desenvolvimento de outras for-mas de energia.

Pelas alterações propostas, os inves-timentos com recursos públicos ficamatrelados à obrigatoriedade de respeitoaos padrões de segurança e qualidadedo serviço, além de medidas compensa-tórias ambientais, quando necessário.

O envio das emendas ocorreu no últi-mo dia 18, quando se encerrava o prazo

para o acolhimento de propostas à MP.A próxima fase, já em curso, é intensifi-car as negociações com parlamentares,especialmente aqueles próximos aomovimento sindical cutista e ao setor elé-trico.

A CUT e suas entidades avaliam quea opção do governo federal de renovar asconcessões que vencem a partir de 2015foi positiva, pois a outra forma colocadasobre a mesa era a realização de novasrodadas de privatização no setor.

As entidades, inclusive, fizeram cam-panha para que o governo tomasse essecaminho, inclusive porque a maior partedo patrimônio que terá suas concessõesrenovadas está sob controle estatal, ten-do escapado do processo deprivatizações.

A renovação também representou aderrota do lobby empresarial que insistiana realização de novas licitações, inclu-sive através de campanha publicitáriaestrelada pela Fiesp.

Porém, a CUT, a FNU e o SinergiaCUT avaliam que o governo passou aolargo de questões fundamentais, que po-dem ser abordadas aproveitando-se omomento de reformulação dos contratos

proporcionado pela renovação das con-cessões.

Os detalhes das 18 emendas propos-

tas você poderá conferir no jornal especi-al que o Sinergia CUT publicará nas pró-ximas semanas. Aguarde!