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www.derechoycambiosocial.com │ ISSN: 2224-4131 │ Depósito legal: 2005-5822 1
Derecho y Cambio Social
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL:
UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DOS DIREITOS HUMANOS
Brenda Bastos Barros1
Marcelo Fernando Quiroga Obregon2
Fecha de publicación: 02/01/2018
Sumário: Introdução. 1. Os menores infratores. 1.1 Fatores
Condicionantes para o cometimento de delitos. 1.2 O sistema
socioeducativo e sua influência para a reintegração do jovem
infrator. 1.3 Análise comparada com os sistemas jurídicos
penais de países como: Estados Unidos da América e Áustria. 2.
O Sistema Penitenciário Brasileiro e sua evolução Histórica. 2.1
Reflexos do Sistema para a Ressocialização do Imputável. 2.2.
Análise comparada com os sistemas jurídicos penais de países
como: Estados Unidos da América e Áustria. 3. Análise da
Redução da Maioridade Penal sob a ótica dos Direitos
Humanos. 3.1 A Redução Da Maioridade Penal Comparado Ao
Estados Unidos Da América E Áustria. 3.2 Caso Penitenciária
Urso Branco vs. Brasil. - Considerações Finais. - Referências
Bibliográficas.
1 Graduanda do 10º período do Curso de Direito na Faculdade de Direito de Vitória – FDV.
2 Graduado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, Especialista em Política
Internacional pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Mestre em Direito
Internacional e Comunitário pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Doutorado em Direito, Direitos e Garantias Fundamentais na Faculdade de Direito de Vitória
– FDV -, Coordenador Acadêmico do curso de especialização em Direito Marítimo e
Portuário da Faculdade de Direito de Vitória – FDV -, Professor de Direito Internacional e
Direito Marítimo e Portuário nos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade de
Direito de Vitória – FDV.
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Resumo: O presente estudo visa contribuir para o melhor
entendimento sobre a falácia da redução da maioridade penal
como solução para a problemática social da criminalidade. O
assunto de se reduzir a maioridade penal tem sido bastante
abordado e discutido em todo o país, entretanto, não há um
consenso a respeito da redução da maioridade penal, sendo
grande a parcela da população que acredita ser esta a verdadeira
resposta para a redução da criminalidade social e, muitas vezes,
tal pensamento está atrelado a ideia de que há impunidade para
estes jovens que cometem um ato infracional, sendo reforçado
ainda, pelo controle midiático, que traz essa política de
alienação e medo. Assim, o presente estudo visa desconstruir
esta ideia de que a redução seria a solução sob a ótica dos
Direitos Humanos uma vez tratar de uma resposta imediatista,
enquanto a verdadeira solução requer tempo e uma análise mais
minuciosa sobre a realidade do jovem infrator, de modo a
considera-los sujeitos detentores de direitos e de uma proteção
integral, bem como deve ser analisado as condições carcerárias
as quais se encontram os detentos, uma vez ser este o lugar para
o qual querem que o menor infrator ingresse. Deste modo será
feita uma análise do sistema socioeducativo, bem como do
sistema jurídico penal em outros países. Para tanto, será
utilizado como base teórica, dentre outros autores Foucault,
Michel. Vigiar e Punir e Gonçalves, Antônio Baptista. A
Redução da Maioridade Penal e a Relação da Ressocialização
Prisional com os Direitos Humanos Fundamentais.
Palavras-Chave: Redução da Maioridade Penal. Direitos
Humanos. Ressocialização. Menor infrator.
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INTRODUÇÃO
O Brasil passou por diversas mudanças legislativas no que diz respeito às
medidas-protetivas, sobretudo, às crianças e aos adolescentes, uma vez
serem considerados sujeitos de direitos próprios da condição peculiar de
pessoas em desenvolvimento físico e psicológico, bem como merecedores
de uma proteção integral da sociedade, do Estado e principalmente da
família.
Deste modo, o jovem, menor de 18 anos de idade na data do fato, ao
cometer um ato infracional, não lhe é atribuída a responsabilidade criminal
pelos atos que praticou tal como se impõe a um adulto, o que não se
confunde com a ideia de impunidade, que seria a falta de punição. É
necessário perceber que os adolescentes são punidos pelos seus atos, só que
são sanções que condizem com sua idade e desenvolvimento físico e
mental.
Apesar de haver esta distinção, muitas pessoas ainda confundem tais
conceitos, e, juntamente com o sentimento de impunidade para estes
jovens, bem como a influência da mídia que acaba por ser uma formadora
de opinião, uma vez que indica um discurso hegemônico o que faz com
que, muitas vezes, as pessoas acabem por ter uma visão distorcida da
realidade, uma realidade simbólica, que manipula as pessoas de acordo
com as políticas adotadas.
Com isso, há uma falácia da redução da maioridade penal como
solução para a problemática social da criminalidade, uma vez que são
diversos os impeditivos sociais e normativos que cercam a redução da
maioridade penal.
Nesse sentido é necessário buscar os meios adequados que
possibilitem educar esse jovem infrator para que seja reinserido ao
convívio social, meios que protejam essa pessoa em desenvolvimento, no
sentido de garantir seus direitos e propiciar um conjunto de ações tais
como: educação, saúde, lazer e demais direitos assegurados legalmente.
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Logo, antes de se pensar num viés de redução da maioridade penal é
de suma importância compreender os modelos prisionais existentes, quais
sejam: sistema sócio-educativo e sistema prisional.
O presente estudo, então, visa responder a seguinte indagação: Em que
medida o ingresso do jovem infrator no sistema prisional contribui para a
sua ressocialização, em detrimento do seu sistema sócio-educativo sob a
ótica dos direitos humanos?
Para tanto, no primeiro tópico abarcaremos um estudo acerca dos
menores infratores, os fatores condicionantes para o cometimento de
delitos por parte desses menores infratores, bem como o sistema sócio-
educativo para a ressocialização desse infrator e uma análise comparada
deste sistema com o de outros países.
No segundo tópico, será feito uma reflexão no que tange o sistema
penitenciário e sua evolução histórica, bem como um reflexo deste sistema
para a ressocialização do indivíduo e uma análise compara do sistema
jurídico penal com os dos demais países, quais sejam: Áustria e Estados
Unidos da América.
Por fim, no terceiro tópico será feito uma análise sobre a redução da
maioridade penal no Brasil sob a ótica dos direitos humanos, bem como
uma comparação com a implantação desse sistema na Áustria e nos
Estados Unidos, além disso, será realizado um estudo sobre o caso Urso
Branco Vs. Brasil.
1 OS MENORES INFRATORES
O Brasil passou por diversas mudanças legislativas no que diz respeito às
medidas-protetivas, sobretudo, as crianças e aos adolescentes considerando
serem sujeitos de direitos passíveis de uma proteção integral por parte do
Estado e de toda a sociedade.
Nota-se que antes de adentrar no ideal de punição para os adolescentes
que cometem ato infracional é mister destacar quem são esses jovens
taxados, muitas vezes, como marginais, bem como compreender a
estruturação familiar, do Estado e da sociedade como um todo, no sentido
de entender o motivo pelo qual estes adolescentes entram no mundo do
crime.
Nesse sentido, Mário Altenfelder (1973, p. 231) destaca o êxodo rural,
ocasionado pela preferência da concentração industrial nas grandes cidades
em detrimento das áreas rurais, como uma das principais causas
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justificadoras da desestruturação familiar e, porventura, do problema dos
menores.
A partir da migração, de parte do contingente populacional rural, para
os grandes centros urbanos e, pelo fato de não possuírem escolaridade,
viram-se à margem do processo de desenvolvimento, uma vez que a
marginalidade3 social é vista como um descompasso dentro do projeto
desenvolvimentista defendido pelo Estado.
Com isso, acredita Altenfelder, que não houve, de certa forma, uma
adequação das pessoas provenientes de áreas rurais ao desenvolvimento
urbano, o que ocasionou a proliferação de favelas e cortiços, portanto,
acentuando seus problemas, uma vez que viveriam de maneira precária em
aglomerados de pessoas.
O problema do menor, no Brasil é devido à desorganização da família. As causas
são múltiplas, mas avulta entre elas a situação socioeconômica. As transformações
que se operam, quando um país passa de uma economia predominantemente
agrícola para um setor industrial, são muito profundas. A grande indústria, se não
for humanizada, quebra a própria constituição familiar, separa seus membros,
facilita a promiscuidade, provoca separações, perverte costumes. A atração das
cidades obriga ao aparecimento de favelas, porões, habitações coletivas, que são
focos de desagregação e queda de padrões familiares. A explosão demográfica
cria saturações quase impossíveis de serem contornadas e enquadradas na
composição das cidades num sentido de ordem. Há a considerar, e muito, o que se
chama de recreação e entre nós se limita a cinema e rua. Não estamos ainda
organizados para proporcionar à população recreação sadia. Nas cidades do
litoral, a praia é a grande praça de esportes da cidade, mas no Interior a falta de
recreação é enorme. Somente agora as autoridades começam a despertar o
problema tão importante e se pensa na proteção à família, através de planos de
habitação, educação, recreação e recursos que ajudem a aumentar o rendimento
familiar. (ALTENFELDER, 1973, p. 251)
Mediante tal análise, é possível concluir que a passagem de uma
economia, a priori, rural, bem como uma análise no sentido sócio-
econômico-político e cultural apontam para uma constante disfunção ou
um grande descompasso responsável pelos desequilíbrios regionais
existentes no Brasil e, por conseguinte, pela desagregação familiar.
3 “Uma falta de participação dos indivíduos nos bens de serviços e recursos que uma sociedade
produz (forma passive de participação social) e por uma falta de participação na elaboração das
decisões que orientam o desenvolvimento da sociedade em seu conjunto.” ARRUDA, R.S.V.
De criança a infrator – uma trajetória de classe. Dissertação de mestrado em antropologia
defendida na Pontifícia Universidade Católica, 1982.
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Dentro desta linha, a medida que o ritmo de urbanização se acentuava
devido à intensificação das migrações internas, as populações migrantes
passaram a se localizar na periferia das grandes metrópoles formando os
chamados bairros marginais.
E, para Altenfelder, tal situação se tornava um ciclo vicioso com
vários estágios de marginalização sendo a questão do menor abandonado
ou desassistido o último estágio caracterizado pela desestruturação no seio
familiar.
1.1 FATORES CONDICIONANTES PARA O COMETIMENTO
DE DELITOS
Mário Moura Rezende (1970, p.15), juiz de João Pessoa, aponta essa
migração interna como nodal para explicar a delinquência, uma vez que,
para o autor, deste êxodo surgiram dois tipos de categorias distintas, quais
sejam, a primeira formada por um grupo de pessoas honestas que, por meio
do trabalho, conseguiram vencer.
Por sua vez, a segunda categoria apontada por ele como indivíduos
sem aptidão ou falta de sorte e por conta disto nada conseguiram, mas
também não regressaram ao campo preferindo, portanto, a vida nos grandes
centros urbanos, habitando míseros mocambos ao redor da cidade.
Finaliza o autor que a sorte dos filhos desses homens estava selada,
pois não dispunham de meios para se satisfazer e, para alimentar seus
maiores desejos, terminavam praticando os primeiros furtos.
Vale ressaltar, que há diferenças entre os chamados menores
abandonados e os menores infratores, sendo estes consequência daqueles e,
como fatores, muitas vezes, geradores do abandono do menor, podemos
citar a passagem de uma economia rural para uma industrial e comercial,
por conseguinte a desestruturação familiar e o ingresso da mulher no
mercado de trabalho, uma vez que, mediante tais situações, os menores,
muitas vezes, passaram a viver em ambientes deletérios, convivendo com
toda a sorte de promiscuidade.
Nesse sentido, pode-se extrair que o menor abandonado é aquele que
não é atendido em suas necessidades básicas como, por exemplo, saúde,
amor, compreensão, educação e segurança social.
Por sua vez, o menor infrator ou delinquente é aquele que está,
socialmente, envolvido de forma grave no processo de marginalização e
que, juridicamente, pratica atos definidos em lei, como infrações penais.
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Este menor é, segundo Gutemberg Rodrigues (2001, p. 149), fruto de
situações como: Urbanização, industrialização, não integração de parcela
da população, condições precárias de moradia, higiene e alimentação.
Com isso, entende-se que a violência não se encontra apenas nos
delitos, mas também, nas desigualdades sociais que podem ser vistas na má
distribuição de renda e no salário mínimo que não assegura as necessidades
mais básicas de uma família brasileira (ARRUDA, 2008).
Nesse sentido, há um evidente conflito entre a sociedade e o jovem,
que por sua vez, não vê perspectiva de vida, não percebe como sair da
pobreza, em um mundo globalizado, se nem educação escolar consegue.
Deste modo, apesar da Constituição Federal de 1988 prevê em seu
artigo 6º os direitos sociais como a saúde, a educação, a alimentação, a
moradia e ao lazer.
O que há de fato é um grande descaso do governo brasileiro, que deixa
de analisar questões de maior complexidade como a formação de uma
escola para todos, bem como uma desresponsabilidade da sociedade como
um todo pela formação das gerações.
Vale ressaltar que apesar dessas evidentes causas que caracterizam o
processo de práticas infraconstitucionais cometidos pelos adolescentes, a
maioria da população não compreende essas verdades e por isso culpa as
autoridades por não destruírem ou não manterem na prisão os pequenos
“delinquentes”.
Pode-se dizer que o discurso de massa constrói, de certo modo, a
imagem do infrator como elemento de alta periculosidade, um inimigo da
sociedade. Este último é um conceito trabalhado com maior coerência na
teoria política por Carl Schmitt e presente no O Inimigo do Direito penal
do autor Raúl Zaffaroni (2006, p. 22), que trata o conceito de inimigo com
analogia ao estrangeiro.
O estrangeiro (hostis alienígena) é o núcleo troncal que abarcará todos os que
incomodam o poder, os insubordinados, indisciplinados ou simples estrangeiros,
que, como estranhos, são desconhecidos e, como todo desconhecido, inspiram
desconfiança e, por conseguinte, tornam-se suspeitos por serem potencialmente
perigosos.
Com isso, o menor seria estigmatizado, marcado com rótulo de
infrator periculoso, disseminando, no imaginário social e coletivo, a figura
a ser vigiada e controlada.
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1.2 O SISTEMA SOCIOEDUCATIVO E SUA INFLUÊNCIA
PARA A REINTEGRAÇÃO DO JOVEM INFRATOR
A priori, a medida socioeducativa deve ser executada de modo que os
adolescentes sejam tratados com dignidade a qual a Lei 8.069/90 lhes
conferiu, bem como a pretensão de reeducá-los e reintregrá-los ao convívio
social.
Este diploma legal ainda estabelece que durante o período de
internação é obrigatória, entre outros direitos dos menores, estão: a
realização de atividades pedagógicas, habitar alojamentos em condições
adequadas, realizar atividades profissionalizantes e escolarização, bem
como atividades culturais.
Entretanto, as condições nas quais se encontram os jovens infratores
em diversas unidades de internação do Brasil não estão adequadas às
diretrizes previstas no Estatuto da Criança e do adolescente.
Segundo o Relatório de Inspeção do Conselho Nacional de Justiça em
2011 em estabelecimentos penais e socioeducativos no Brasil revelou que a
maioria dos jovens internos são de classe média baixa, vindos de famílias
desestruturadas, com pouca escolaridade, bem como, muitos envolvidos
com drogas (Hashimoto).
Quanto a estrutura dos sistemas para atender a estes jovens concluiu-
se a precariedade do sistema, no estado do Espírito Santo, por exemplo,
apesar de desde a última visita muito se ter melhorado, há ainda muito o
que se melhorar, uma vez que muito ainda falta a ser concretizado para que
o sistema possa atender às necessidades dos adolescentes, respeitando seus
direitos e sua dignidade (Hashimoto).
Tal constatação não foi diferente nos demais estados brasileiros onde
houve a inspeção do Conselho Nacional de Justiça, sendo apontadas para a
necessidade de revisão do sistema socioeducativo dos estados,
especialmente por não seguirem os padrões arquitetônicos, bem como
superlotação, como exposto no relatório do estado do Rio de Janeiro
(Carvalho, 2011).
Nesse sentido, é evidente que a grande maioria das unidades carecem
de estrutura física, capacitados para o atendimento aos menores em conflito
com a lei, bem como um projeto pedagógico, uma vez que a maioria não
possui instalações para a atividade de ensino, recreação e/ou
profissionalização, por exemplo, e, isso tudo, acaba por dificultar a
reintegração do jovem no seio social.
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1.3 ANÁLISE COMPARADA COM OS SISTEMAS JURÍDICOS
PENAIS DE PAÍSES COMO: ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA E ÁUSTRIA
Em análise primeiramente ao sistema jurídico penal de reabilitação do
menor infrator nos Estados Unidos da América, encube destacar que este
país teve a formação de seu sistema influenciado pelo sistema Romano-
Germânico. (SHECAIRA, 2008).
Apesar desta influência, o sistema punitivo passou a ter um rigor
maior em meados do século XIX tendo, os jovens, punições, muitas vezes,
equivalentes a de adultos.
Não obstante este rigor, em 1899, uma vez instaurado um movimento
de reforma em Chicago isso começou a mudar de modo a fazer com que os
jovens fossem de fato reabilitados e tratados de modo a tornarem membros
produtivos para toda a sociedade.
Todavia, no que tange a tentativa de reabilitar o jovem infrator em
detrimento de um cárcere privado, esta, fracassou devido as diversas
intervenções da Suprema Corte Americana que acabou por aproximar
novamente as punições desses infratores ao de adultos que cometessem
crimes.
E, na atualidade, o que se observa é que, de acordo com o Estado, um
jovem com mais de 12 (doze) anos de idade pode ser submetido as mesmas
condições de pena que um adulto, bem como a pena de morte caso este
tenha cometido um crime doloso contra a vida.
A cerca deste fato, é possível destacar que os Estados Unidos não
ratificaram a Convenção das Nações Unidas para os Direitos da Criança e,
por isso, não assumem qualquer comprometimento com a extinção destas
penas desumanas e cruéis não tendo, portanto, qualquer semelhança com a
jurisdição brasileira.
Por sua vez, no que se observa as condições penais de punição a
criança e ao adolescente infrator na Áustria, percebe-se que esta possui um
dos sistemas mais modernos de proteção à infância e à juventude.
Este sistema de proteção está previsto no Direito Tutelar do Menor
que, por vezes, não se confunde com o Direito Penal Juvenil.
Além disso, com a previsão legal da nova Emenda, a idade de
imputação penal deixou de ser de 19 (dezenove) anos e passou a ser de 18
anos de modo a aplicar o Direito Penal Juvenil apenas dentre aqueles que
tivesse idade entre 14 (quatorze) e 18 (dezoito) anos completos e, abaixo de
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14 (quatorze) seria aplicada medidas assistenciais e de proteção.
(SHECAIRA, 2008).
Entre quatorze e dezoito anos, todos os infratores são submetidos ao sistema de
justiça juvenil. Para os primeiros dois anos dessa idade (quatorze e quinze anos)
as contravenções não serão punidas, somente os crimes. Para os autores de delitos
entre quinze e dezesseis anos, as penas serão aplicadas em conformidade com as
penas previstas no Código Penal, porém muito atenuadas. Elas se reduzem à
metade em todos os casos, desaparecendo ou rebaixando o limite mínimo. Assim,
quando o delito venha castigado com uma pena superior a dez anos e inferior a
vinte, o menor terá uma pena de seis meses a dez anos. Se houver previsão de
prisão perpétua, as penas impostas serão de um a dez anos, quando o autor tiver
idade inferior a dezesseis anos, e de um a quinze anos, se maior de dezesseis e
menor de dezoito anos. (SHECAIRA, 2008, p. 75)
Destarte, observa-se ainda que o procedimento de menores infratores é
regido por normas gerais do Código de Processo Penal. No entanto, há
algumas peculiaridades no que se refere aos princípios da celeridade,
publicidade, bem como de obrigatoriedade de defesa técnica, assim como a
presença de profissionais, tais como: psicólogos e assistentes sociais em
tribunais.
2 O SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO E SUA
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O Direito Penal, até o século XVIII, valia-se da prisão-cautelar, que é
anterior a prisão-pena, a qual só veio a existir com o surgimento do
instituto da privação da liberdade. Com isso, segundo Foucault (1997, p.
207) antes da prisão ser uma espécie de sanção, ela era destinada a reter o
condenado até a efetiva execução de sua pena, bem como era marcada por
penas cruéis e desumanas.
A pena, então, tinha a finalidade de garantir que o acusado não iria
fugir, bem como deveria aguardar o julgamento privado de sua liberdade,
sendo este encarceramento, portanto, um meio e não um fim da punição.
A prisão então, nada mais era do que um estabelecimento de custódia,
na qual servia para manter pessoas doentes mentais, bem como as privadas
do convívio social por manterem condutas consideradas desviantes ou por
questões meramente políticas e tinha como finalidade a reforma desses
delinquentes por meio do trabalho e da disciplina.
Para explicitar o surgimento do sistema penitenciário como forma de
pena o autor Antônio Baptista Gonçalves (2011, p. 309) faz uma analogia
aos mosteiros antigos em que o monge se retirava e se isolava dos demais
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para meditar sobre a conduta danosa que cometia, para que visualizasse seu
erro e não voltasse a cometê-lo.
Para tanto o sistema Penal seguiu a mesma linha de modo a adaptar o
conceito supracitado passando a surgir apenas no século XVIII a pena
privativa de liberdade como parte do rol de punições do Direito Penal,
sendo assim, a pena de prisão passa a exercer uma punição de fato e
teoricamente com banimento das penas cruéis e desumanas.
Nesse sentido, surge no início do século XIX, na Filadélfia, os
primeiros presídios que seguiam o sistema celular, cuja característica era de
ser um sistema de reclusão total, no qual o preso ficava isolado do mundo
externo.
A partir disto, vários outros sistemas foram criados com a finalidade
de que o preso, subordinado ao silêncio de um cárcere, se encontre apto ao
retorno junto à sociedade, curado dos vícios e pronto a tornar-se
responsável pelos seus atos, respeitando, por conseguinte, a ordem e a
autoridade.
Dessa forma, com o surgimento da privação da liberdade como forma
de pena, passa-se a punir o condenado não mais com o seu corpo, mas sim
com a sua “alma”, uma vez que tende a recuperar o imputado através da
reflexão espiritual e da penitência.
Destarte aduz Cezar Roberto Bitencourt (2004, p. 31) a respeito da
pena privativa de liberdade enquanto proposta de transformação do
delinquente e, por conseguinte, de controle social:
Diante de todas as razões expostas, não se pode afirmar sem se ingênuo ou
excessivamente simplista que a prisão surge sob o impulso de um ato humanitário
com a finalidade de fomentar a reforma do delinquente. Esse fato não retira
importância dos propósitos reformistas que sempre foram atribuídos à prisão, mas
sem dúvida deve ser levado em consideração, já que existem muitos
condicionamentos, vinculados à estrutura sociopolítica, que tornam muito difícil
para não dizer impossível, a transformação do delinquente.
Durante muitos anos, especificamente a partir do séc. XIX, acreditou-
se que a prisão era o meio mais adequado para a reabilitação e, por
conseguinte, ressocialização do delinquente, portanto, o que se via era um
ambiente predominantemente otimista quanto a isso (BITENCOURT,
2004).
No entanto, o que predomina, hoje, não é mais essa convicção firme
de que a prisão poderia ser de fato o meio idôneo para reintegrar o detento
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na sociedade, mas tão somente uma possível falta de esperança dos
resultados que realmente se possa conseguir com a pena de prisão.
Isto, pois se analisarmos as condições atuais as quais se encontram o
sistema carcerário brasileiro é possível afirmar que há de fato uma falência
da pena privativa de liberdade ante exposto sua ineficácia para com seu
objetivo ressocializador.
Considera-se que a prisão, em vez de frear a delinquência, parece estimulá-la,
convertendo-se em instrumento que oportuniza toda espécie de desumanidade.
Não traz nenhum benefício ao apenado; ao contrário, possibilita toda sorte de
vícios e degradações. (GARCIA RAMIREZ, 1975, p. 53)
Nesse sentido, é possível dizer que nos estabelecimentos prisionais,
em sua grande maioria, há diversos tipos de problemas, tais como:
superlotação carcerária; muitas vezes, ausência de programas que
possibilitem atividades físicas ou mentais para os detentos, o que gera o
ócio e oportunizando o chamado por Antônio Baptista Gonçalves (2011, p.
310) de “cursinho do crime”, o que nada mais é do que verdadeiras aulas de
aprimoramento em práticas danosas que propiciam ao preso uma gama de
novas formas delitivas.
[…] O cárcere cria um abismo entre os detentos e o mundo exterior; o
embrutecimento, a revolta com o tratamento injusto e desumano, as péssimas
condições suportadas, transformam a prisão numa escola para novos crimes, o que
justifica o elevado índice de reincidência existente. A Lei de Execução Penal
brasileira estabelece que deve se respeitar à integridade moral dos detentos,
esclarecendo que a pena tem por objetivo proporcionar condições para a harmonia
e reintegração do preso à sociedade, no entanto isso não ocorre. (NETO, 2013)
Com isso, observa-se que o objetivo maior da pena restritiva de
liberdade não tem se concretizado, pois o modo estigmatizante ao qual os
presos são submetidos devido a falta de estrutura e investimentos no
sistema, atrelado à fatores sociais e pessoais, ocasiona diversas
consequências como: elevado índice de reincidência e possíveis efeitos
psicológicos.
Para tanto, fica evidente que a prisão por si só não resolve o problema
social, que é o do jovem no mundo do crime, ainda mais se levarmos em
consideração as condições as quais se encontram o sistema prisional atual
do país, restando comprovado ser humanamente impossível a recuperação
de fato de quem quer que seja, ainda mais de jovens, que estão em fase de
amadurecimento físico e mental e que gozam de uma proteção integral.
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2.1 REFLEXOS DO SISTEMA PARA A RESSOCIALIZAÇÃO
DO IMPUTÁVEL
O Brasil, até meados de 1830, não tinha um Código Penal próprio, por
ser ainda uma colônia portuguesa, submetia-se, portanto, as ordenações
Filipinas e, entre as penas aplicadas, estava prevista a pena de morte,
degradado para galés e outros lugares, bem como penas corporais e
humilhação pública ao réu.
Não era previsto, no entanto, o cerceamento e privação de liberdade,
na medida que os movimentos reformistas penitenciários começaram só no
século XVII e, até então, as prisões no Brasil cultivavam a ideia de prisão
como meio de evitar a fuga para a possível pena que viria e não como fim,
ou seja, como pena já imposta.
É a partir de 1870 que o país começa a sofrer grandes influências de
várias doutrinas norte-americanas e europeias no que tange o crime,
criminoso, bem como o próprio sistema carcerário.
A partir destas influências, começou-se a implantar o ideal de reforma
no Direito Penal, que vem a se consagrar em 1890 com o novo Código
Penal, prevalecendo-se o sistema Irlandês, o qual conciliava o sistema
Auburn, bem como o sistema da Filadélfia.
Com a consagração deste Código, aboliu-se a pena de morte, as penas
perpétuas, açoite e as galés, previa ainda quatro tipos de prisão, quais
sejam:
A prisão celular, a maioria dos crimes previstos no Código tinha esse tipo de
punição (art. 45); reclusão em “fortalezas, praças de guerra ou estabelecimentos
militares” destinada para os crimes políticos contra a recém-formada República
(art. 47 do Código); prisão com trabalho que era “cumprida em penitenciárias
agrícolas, para esse fim destinadas, ou em presídios militares” (art. 48 do
Código); Prisão disciplinar “cumprida em estabelecimentos industriais especiais,
onde serão recolhidos os menores até á idade de 21 anos” (art. 49), uma
inovação do Código foi o limite de 30 anos para as suas penas.(ENGBRUCH, DI
SANTIS, 2012).
No entanto, havia uma grande deturpação entre o que era previsto em
lei e o que era apresentado na prática, na medida que para a maioria dos
crimes era previsto prisão celular e na realidade não existia vagas em
estabelecimentos prisionais o suficiente para comportar o número de
detentos.
Nesse sentido é mister analisar que desde 1890 já se percebia a
necessidade de um estabelecimento mais adequado para o cumprimento das
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penas, uma vez que a superlotação, ou seja, o problema da falta de vagas
para o cumprimento da pena, gerava um outro grave problema que é o de
deterioração do ambiente dos presos.
Tal problema ainda é evidenciado na atualidade mediante uma política
de encarceramento em massa, uma vez que há uma recorrência cada vez
maior ao Direito Penal como solução em prima ratio de praticamente todos
os conflitos sociais (AZEVEDO, 2005).
No entanto, o direito penal não deve ser um mero aplicador
desordenado de sanções, pois juntamente com sua razão de ser, qual seja: a
de aplicar uma sanção, deve ser um garantidor de liberdades, uma vez que
o homem médio tem o conhecimento de quais atos pode praticar e de quais
não são permissivos.
A prisão, de certo modo, tem como conceito ser uma instituição que
exerce um controle total sobre o condenado, com a finalidade de ser um
órgão disciplinador, uma vez que monitora o indivíduo em todos os seus
aspectos, quais sejam: físico, intelectual e até mesmo moral.
(GONÇALVES, 2011), de modo a ressocializá-lo à sociedade.
Todavia, as condições as quais se encontram o sistema carcerário
atual, em linhas gerais, não traz nenhum benefício ao apenado para que este
seja reinserido à sociedade, mas tão somente, possibilita toda sorte de
vícios e degradações (GARCÍA RAMIREZ, 1975, p.53).
Com isso, o preso, ao ser detido em um estabelecimento prisional, ao
invés de ter um espaço para se arrepender, obtém um cursinho do crime, de
modo a aprimorar suas práticas danosas.
Nota-se então que a realidade da prisão se deturpa de sua finalidade,
uma vez que o retiro forçado de um criminoso tem como conceito
fundamental ofertar a sociedade uma compensação, já que o infrator estará
afastado da sociedade.
Segundo Bitencourt (2004, p. 158) a maioria dos fatores que dominam
a vida carcerária imprime a esta um caráter criminógeno. Esses fatores
podem ser classificados em materiais, psicológicos e sociais.
a) Fatores materiais: Nas prisões clássicas existem condições que podem exercer
efeitos nefastos sobre a saúde dos internos. […] Contribuem igualmente para
deteriorar a saúde dos reclusos as más condições de higiene dos locais, originadas
na falta de ar, na umidade e nos odores nauseabundos. Mesmo as prisões mais
modernas, onde as instalações estão em nível mais aceitável e onde não se
produzem graves prejuízos à saúde dos presos, podem, no entanto, produzir algum
dano na condição físico-psíquica do interno já que, muitas vezes, não há
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distribuição adequada do tempo dedicado ao ócio, ao trabalho, ao lazer e ao
exercício físico. […] b) fatores psicológicos: […] A prisão, com sua disciplina
necessária, mas nem sempre bem empregada, cria uma delinquência capaz de
aprofundar no recluso suas tendências criminosas. […] c) Fatores sociais: A
segregação de uma pessoa do seu meio social ocasiona uma desaptação tão
profunda que resulta difícil conseguir a reinserção. (BITENCOURT, 2014)
Isto posto, a prisão, na realidade a qual se encontra, representa um
prejuízo não apenas para à sociedade como um todo, como também, ao
Estado, e para o próprio indivíduo preso, uma vez que este tinha qualquer
intenção de se arrepender de seus atos danosos, no entanto, tal fato não
ocorre devido ao contato com a superlotação. (GONÇALVES, 2011).
Nota-se com isso que o grande problema que aflige o sistema penal
brasileiro é estrutural. Há, portanto, um grande problema na estrutura do
sistema penal como um todo que desencadeia não como forma
preponderante de frear de delinquência, mas sim estimulá-la, convertendo-
se, portanto, em um instrumento que oportuniza toda espécie de
desumanidade a qual estão submetidos, sendo, portanto, incapaz de gerar
alguma expectativa de mudança.
Apesar da deficiência dos dados estatísticos, é inquestionável que a delinquência
não diminui […] e que o sistema penitenciário tradicional não consegue reabilitar
o delinquente; ao contrário, constitui uma realidade violenta e opressiva e serve
apena para reforçar os valores negativos do condenado. (BITENCOURT, 2004)
Nesse sentido, a prisão consegue produzir, de certo modo, um efeito
reverso ao detento, uma vez que, ao invés de reduzir a criminalidade, a
penitenciária incrementa, “sofistica” o condenado, de modo que novos
crimes tendem a ser praticados, ou antigos tornam-se a serem cometidos.
2.2 ANÁLISE COMPARADA COM OS SISTEMAS JURÍDICOS
PENAIS DE PAÍSES COMO: ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA E ÁUSTRIA
Na Áustria as pessoas que comentem delitos pela primeira vez ou, que
comentem delitos menores possuem diversas alternativas como, por
exemplo, o pagamento de multas, trabalho social ou até mesmo liberdade
condicional.
Deste modo, tem-se que o cárcere privado é, de certo modo, a ultima
opção. Além disso, o Estado possui cerca de vinte e oito instalações para a
estadia temporária ou permanentes de pessoas que cometem crimes.
De acordo com o sistema prisional da Áustria, o melhor meio de
ressocializar um indivíduo não seria ele preso, mas caso seja detido em
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cárcere, este é levado a uma prisão modelo como a Justice Center Leoben a
qual se parece mais com um hotel do que um lugar de punição pelos atos
contrários ao ordenamento jurídico local.
Assim, meios alterativos à prisão fizeram com que a quantidade de
pessoas que cometem crimes reduzisse há um percentual menor do que
caso houvesse o encarceramento em massa com tratamentos desumanos.
(Saavedra, 2013)
Por sua vez, nos Estados Unidos da América se vê em uma crise no
Sistema Penitenciário isso devido, em grande parte, ao problema também
enfrentado pelo Brasil que é o de superlotação.
Ademais, esta possui um dos sistemas carcerários mais caros do
mundo, bem como populosos do mundo. Com isso, tem-se que o número
de carcerários além do que comporta o sistema faz com que seja violado as
condições desses presos quanto a sua condição enquanto pessoas detentoras
de direitos e garantias fundamentais.
Para tanto, fora estabelecido, como tentativa de solucionar a crise
carcerária, quais sejam: a construção de novas prisões, transferência para
prisões privadas, o alívio das punições, diminuição das taxas de fianças.
Apesar dessas mudanças, ainda é preciso ser feito muito para que se
possibilite de fato humanizar o sistema carcerário de modo a garantir uma
verdadeira e ampla mudança do sistema penal do país uma vez que este
está entre um dos países que mais encarcera no mundo juntamente com o
Brasil.
3 ANÁLISE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL SOB A
ÓTICA DOS DIREITOS HUMANOS
A ideia do princípio da dignidade da pessoa humana é algo muito
abrangente, portanto, existe uma grande dificuldade em se formular um
conceito jurídico a seu respeito, uma vez que engloba diversas definições e
significados, mas, em tese, trata-se da defesa à vida do indivíduo, ou seja, é
a defesa pela busca do respeito do ser humano, bem como pelo
reconhecimento de sua virtude e honra.
Nesse sentido, pode-se afirmar que tal princípio defende algo muito
maior que somente a criança, o adolescente e o adulto, que é a defesa da
vida do individuo como um todo e que, no prisma da menoridade, está
relacionada ao futuro desta criança e deste adolescente.
Nesta linha, a própria Constituição Federal de 1988 reza sobre o
aludido princípio em seu art. 1º, III:
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos: [...] III - a dignidade da pessoa humana.
Atrelado a este entendimento, tem-se a ideia do princípio da proteção
integral previsto no art. 227 do mesmo Diploma Legal, que estabelece
como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, de modo prioritário por exemplo, o direito à vida, à
saúde, à dignidade e ao respeito.
Sobre este princípio Cury, Paula e Marçura (2002, p. 21) preveem
que:
A proteção integral tem como fundamento a concepção de que crianças e
adolescentes são sujeitos de direitos, frente à família, à sociedade e ao Estado.
Rompe com a ideia de que sejam simples objetos de intervenção no mundo
adulto, colocando-os como titulares de direitos comuns a toda e qualquer pessoa,
bem como de direitos especiais decorrentes da condição peculiar de pessoas em
processo de desenvolvimento.
No entanto, muito embora esteja previsto a ideia do princípio da
dignidade da pessoa humana, bem como o princípio da proteção integral à
criança e ao adolescente, como sendo sujeitos detentores de direitos e
garantias, ao se pensar na possibilidade de redução da maioridade penal e
compará-la com o sistema repressor atual, que permite situações, tal como:
superlotação, não há que se falar em dignidade da pessoa humana, muito
menos em proteção integral.
O que não quer dizer que deve haver aplicação de um direito penal
mínimo ao ponto de não haver qualquer tipo de restrição à direitos. Uma
vez que estes jovens cometam atos infracionais a conduta deles deve ser
reprimida, mas o que se defende neste estudo é a melhor aplicação do
Direito Penal, uma vez que, o que antes era considerado ultima ratio, hoje,
vem se transformando notoriamente em prima ratio, ou seja, toda e
qualquer questão, muitas vezes, recai sobre o Direito Penal.
Destarte, é necessário buscar soluções alternativas ao combate à
criminalização brasileira atual, de modo a almejar a ressocialização
prisional, ao passo que pensar no aprisionamento do menor nas condições
carcerárias a qual se encontra o sistema penal brasileiro, além de
desrespeitar os aludidos princípios, não é de fato a solução para tal
problema social.
3.1 A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL COMPARADO
AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E NA ÁUSTRIA
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Anteriormente, a pena tinha um caráter retributivo, era associada a um
sentimento de vingança privada e era dado ao agressor um castigo em
forma de espetáculo para aqueles que queriam assistir a punição daquele
que viola a lei.
Com o tempo, a pena adquiriu caráter preventivo e de ressocialização.
Apesar dessa mudança, o interesse da população em assistir a punição
daqueles que cometem crimes ou atos infracionais não cessou.
A mídia, então, tem um papel fundamental que é o de ser a maior
difusora de informações sobre a sociedade, pois há na sociedade uma
necessidade de ser informada sobre os acontecimentos.
Segundo Carlo Velho Masi e Renan da Silva Moreira, a mídia goza de
enorme credibilidade e confiança aos olhos da população, a qual deve
servir. Assim, a sociedade tornou-se dependente dela para se atualizar e ter
ciência dos acontecimentos do mundo (2014, p. 438).
Além dos fatos que narram nos noticiários, bem como suas versões, a
mídia acaba por ser uma formadora de opinião, uma vez que indica um
discurso hegemônico e que, segundo Melossi (1992, p. 248), é uma forma
de organizar o mundo de determinada maneira.
Nesse sentido, a mídia constitui, de certo modo, o próprio caráter do
indivíduo, fazendo com que a sua visão de mundo também seja a do
indivíduo (telespectador), e, a partir disso, ele passa a ter uma noção do que
é lícito ou ilícito por meio do que lhe é transmitido.
Todo esse discurso dos meios de comunicação de massa é, segundo
Boldt (2013, p. 61):
Uma técnica de controle ideológico que procura impedir que as pessoas adquiram
consciência de suas condições de vida, distraindo sua atenção. Através dos meios
de comunicação, bombardeia-se a sociedade com notícias sobre fatos
suficientemente atrativos para que os indivíduos tenham sua atenção desviada dos
problemas econômicos e sociais. Baseia-se no fato de que as pessoas têm um
limite de percepção e atenção e que, saturadas por um certo número de
informações que apelam para as emoções e sentimentos, não lhes sobra espaço
nem tempo para receber outras idéias. Grandes torneios desportivos, crimes
cometidos com crueldade, têm sido constantemente alardeados para envolver os
receptores em sua discussão e distraí-los das questões mais graves.
Esse controle ideológico faz com que as pessoas acabem por ter uma
visão distorcida da realidade, uma realidade simbólica, que manipula as
pessoas de acordo com as políticas adotadas.
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Zaffaroni (2011, p. 365) considera os meios de comunicação de massa
uma verdadeira “fábrica da realidade”, capaz de construir a realidade
mediante a projeção de imagens e discursos que produzem efeitos reais
sobre situações definidas como reais.
Com isso, acredita-se que a sociedade tornou-se mais violenta com a
indústria midiática, seja por quê a mídia consagra o olhar unilateral do fato
que é noticiado, ou seja, impede, muitas vezes, a manifestação daquele que
está sendo investigado, seja pela imagem do indivíduo que é passada pela
mídia, trazendo, outrossim, uma condenação imediata por parte dos
telespectadores, sem qualquer respeito às garantias do devido processo
legal.
Sendo assim, os meios de comunicação, ao informarem de modo
reiterado fatos violentos e ao abordarem posições radicais sobre o assunto,
além de, muitas vezes, distorcerem os fatos, criarem situações e ampliarem
a dimensão do acontecimento, acabam por disseminar o pânico, fazendo
com que as pessoas se “armem” cada vez mais.
Ademais, eles têm a capacidade de banalizar a cultura e reduzir a um
mero espetáculo4, selecionando os crimes a serem noticiados, ou seja,
crimes que a mídia sabe que vai dar mais audiência, crimes com maior grau
de dramaticidade.
Os meios de comunicação, por certo, não impõem aos sujeitos, em seus
noticiários, em seus telejornais, propriemante o “como pensar”, mas fatalmente
impõem “o que pensar”, fatalmente eles selecionam o objeto de pensamento, de
atenção e de preocupação dos sujeitos, mesmo porque, via de regra, os
consumidores do produto-notícia não costumam colocar em dúvida a veracidade
do fato noticiado. Entretanto, quando o objeto de atenção, de pensamento e de
preocupação, tal como imposto pela mídia, é a violência (uma violência
excessivamente mensurada e pouco divulgada), isso já é fato subjetivo altamente
determinante para o incremento do medo, da insegurança, da “incerteza da
incerteza”. (DE SÁ, 2012, p. 325)
Nesse sentido, as informações tornam-se mercadorias e essa venda de
noticias de entretenimento faz com que o telespectador seja um consumidor
4 O espetáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da
sociedade e como instrumento de unificação. Como parte da sociedade, ele é expressamente o
setor que concentra todo olhar e toda consciência. Pelo fato desse setor estar separado, ele é o
lugar do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza é tão somente a linguagem
oficial da separação generalizada. (DEBORD, 1997, p. 14)
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que está envolvido pelos apelos emocionais e sensacionalistas5
do
“espetáculo” mostrado pelos meios de comunicação.
Por sua vez, Raphael Boldt (2013, p. 76) ressalta a questão de
banalização da informação feita pela mídia:
Ao invés de espelhar as contradições e conflitos da sociedade, a mídia banaliza a
informação e, indiretamente, propaga a violência, estimulando comportamentos
violentos para a solução de problemas cotidianos simples. Neste contexto, o
direito penal torna-se a grande vedete para a redução da criminalidade e da
“violência urbana”, embora dois terços da humanidade vivam na miséria, uma das
mais cruéis formas de violência.
Assim, a mídia não só constrói socialmente a criminalidade, mas
também cria um estereótipo do criminoso fazendo com que seja reforçada a
seletividade do sistema penal, ou seja, essa seleção é produzida pelo
discurso dos meios de comunicação.
Vale ressaltar que apesar da violência sempre existir
independentemente dos apelos da mídia, esta mostra a sociedade num viés
de desordem apelando para a reparação do mal disseminando, assim, o
medo na sociedade.
Essa disseminação do medo e dessa seletividade faz surgir um anseio
da sociedade pela segurança e o grande problema desse discurso midiático,
segundo Raphael Boldt (2013, p. 80) é que a mídia não pode satisfazer a
aspiração das pessoas por um mundo completamente seguro.
Ademais, no que tange ao ideal de redução da menoridade, esta se
apresenta nos Estados Unidos da América um sistema juvenil com
influencia no sistema Romano-Germânico sendo que, hoje, os jovens com
mais de doze anos de idade podem ser submetidos aos mesmos
procedimentos tais quais são aplicados aos adultos.
Deste modo é nítido o fato de não haver respeito a condição do
adolescente enquanto um sujeito em desenvolvimento físico e mental e
com um alto grau de se deixar influenciar por adultos que já tem, de certo
modo, seu psíquico formado e que provém de um sistema de baixa
ressocialização. (MELO, 2015).
5 Misturando três ingredientes – sangue, sexo e dinheiro – a informação-espetáculo obtém a
fórmula que faz subir audiências. A estes ingredientes, juntam-se ainda o aparentemente
inesperado, o falso exclusivo e o surpreendente. Mas com os mesmos ingredientes podem fazer-
se produtos diferentes [...] (CANAVILHAS, 2007, p. 09)
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Por sua vez, na Áustria o Sistema prevê até os dezenove anos a
aplicação da Lei de justiça Juvenil (JGG) e, dos dezenove aos vinte e um
anos de idade as penas são atenuadas, deste modo, conseguem com que a
ressocialização destes jovens seja mais efetiva e adequada garantindo a sua
condição enquanto detentores de direitos humanos.
3.2 CASO PENITENCIÁRIA URSO BRANCO VS. BRASIL
O caso Penitenciária Urso Branco Vs. Brasil foi alvo de grande
repercussão não só no plano interno, como também no mundo tendo em
vista o fato ter sido levado à julgamento pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
Deste modo, antes de mais nada, vale ressaltar que a Casa de
Detenção estadual Doutor José Mário Alves da Silva, também conhecida
como Urso Branco, está localizada em Rondônia, Brasil e foi palco de
severas violações aos direitos humanos de modo que foram resultadas de
um conflito entre ações dos representantes do Estado e os direitos dos
presos.
A penitenciária fora construída no final da década de 1990
inicialmente com o objetivo de ser um abrigo para presos provisórios.
Todavia, o Estado passou a utilizar este espaço como penitenciária
abrigando diversos presos de modo a gerar uma superlotação e diversos
problemas de violação aos direitos humanos não sendo das mais favoráveis
para que haja a ressocialização do individuo.
Assim, após diversas rebeliões dentre elas, chacinas que culminaram
em diversas mortes e feridos, além da destruição completa da parte
administrativa do local, o fato foi denunciada aos órgãos do Sistema
Interamericano que requereu ao Estado que:
a) adote de forma imediata todas as medidas que sejam necessárias para proteger
eficazmente a vida e integridade pessoal de todas as pessoas detidas na
Penitenciária Urso Branco, assim como as de todas as pessoas que ingressem
nesta, entre elas os visitantes e os agentes de segurança que prestam seus serviços
na mesma; b) adeque as condições da mencionada penitenciária às normas
internacionais de proteção dos direitos humanos aplicáveis à matéria7 ; c) remeta
à Corte uma lista atualizada de todas as pessoas que se encontram detidas na
penitenciária e, ademais, indique com precisão: 1) as pessoas que sejam colocadas
em liberdade; 2) as pessoas que ingressem no referido centro penal; 3) o número e
nome dos reclusos que se encontram cumprindo condenação; 4) o número e nome
dos reclusos sem sentença condenatória; e 5) se os reclusos condenados e os não
condenados se encontram localizados em diferentes seções; d) investigue os
acontecimentos que motivam a adoção das medidas provisórias com o fim de
identificar os responsáveis e impor-lhes as sanções correspondentes, incluindo a
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investigação dos acontecimentos graves ocorridos na penitenciária depois da
Corte ter emitido a Resolução de 18 de junho de 2002; e no máximo em 6 de
novembro de 2005, apresente à Corte o décimo primeiro relatório sobre o
cumprimento das medidas indicadas nos anteriores incisos deste ponto resolutivo
e nos pontos resolutivos segundo e terceiro, particularmente sobre as medidas que
adote de forma imediata para que não se produzam privações de vida nem atos
que atentem contra a integridade das pessoas detidas na penitenciária e das que
por qualquer motivo ingressem na mesma. (CIDH, 2005)
Resta evidente, portanto, que a condenação do Brasil pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos ressalta o menor comprometimento
do Estado brasileiro quanto aos direitos humanos em unidades prisionais de
modo a não ser adequada para a ressocialização de um adulto, quanto
menos de um jovem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de todo o exposto, conclui-se que a redução da maioridade penal no
Brasil além de não ser o meio mais adequado para a ressocialização do
jovem de modo a evitar uma reincidência ou até mesmo de modo a
prevenir a prática de delitos, ainda encontra diversos obstáculos para sua
implementação tendo em vista violações de direitos humanos pelo Estado
brasileiro nos sistemas prisionais.
Deste modo, é entendido que a verdadeira mudança no quadro de
índices de criminalidade cometidos por jovens, em sua maioria moradores
de áreas periféricas, está nas politicas públicas, principalmente na
educação, pois esta é essencial para qualquer indivíduo se tornar um
cidadão, bem como reduzir a prática de atos delituosos por parte dos
adolescentes.
Com isso, além da redução ser uma justificativa para tratar o efeito a
curto prazo, no entanto, esta não trata a verdadeira causa, pois requer uma
resposta que não seria imediatista de modo a corresponder ao clamor
social.
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