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O LIVRO DE SALMOS | REFLEXÕES BÍBLICAS | 33 ESTUDO 8 A SABEDORIA QUE NOS VEM DOS SALMOS Leituras diárias: Segunda Sl. 1 Terça Sl. 37.1-11 Quarta Sl. 6 Quinta Sl. 137. 1-10 Sexta Salmo 127 Sábado Sl. 133 Introdução Além dos salmos vistos nos estudos anteriores, temos alguns salmos de ou- tra categoria. São os salmos didáticos ou de sabedoria. Como já foi dito no Estu- do 1, estes escritos de sabedoria podem ser do tipo proverbial, que caracteriza a maior parte do livro de Provérbios ou do tipo que caracteriza os livros de Jó ou Eclesiastes (sabedoria contemplativa ou especulativa). Estes salmos transmitem ensinos para a nossa vida de modo semelhante aos li- vros mencionados. Alguns salmos de sa- bedoria são os de número 1, 37. 73, 112, 127, 128, 133. Neste estudo serão abor- dados dois: o Salmo 1, que é considera- do de sabedoria proverbial, e o 73, que é considerado de sabedoria especulativa ou contemplativa. Procure aproveitar o máximo do que estes salmos transmitem de sabedoria para o nosso viver. 1. Duas escolhas - dois destinos - Salmo 1 Este salmo mostra dois caminhos: o do justo, que escolhe os valores de sua vida acertadamente e tem um viver fru- tífero e abençoado; e o do ímpio, que faz as coisas sem considerar a vontade de Deus e por isso segue um caminho tortu- oso e que o fará infeliz.. Versículos 1 a 3 Estes versículos mostram as atitudes do homem sábio: o que ele não faz, o que ele faz e o resultado disto em sua vida. Derek Kidner apresenta algumas con- siderações sobre os dois primeiros versí- culos deste Salmo. Primeiro, que os três substantivos do versículo 1, conselho, caminho e roda, mostram três graus de separação de Deus, ao se conformar o homem com o mundo: primeiro seguir

Reflexoes Biblicas a Sabedoria Que Nos Vem Dos Salmos Estudo8

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O L I V R O D E S A L M O S |

R E F L E X Õ E S B Í B L I C A S | 33

ESTUDO 8

A SABEDORIA QUE NOS VEM DOS SALMOS

Leituras diárias:

Segunda Sl. 1 Terça Sl. 37.1-11 Quarta Sl. 6 Quinta Sl. 137. 1-10 Sexta Salmo 127 Sábado Sl. 133

Introdução

Além dos salmos vistos nos estudos anteriores, temos alguns salmos de ou-tra categoria. São os salmos didáticos ou de sabedoria. Como já foi dito no Estu-do 1, estes escritos de sabedoria podem ser do tipo proverbial, que caracteriza a maior parte do livro de Provérbios ou do tipo que caracteriza os livros de Jó ou Eclesiastes (sabedoria contemplativa ou especulativa).

Estes salmos transmitem ensinos para a nossa vida de modo semelhante aos li-vros mencionados. Alguns salmos de sa-bedoria são os de número 1, 37. 73, 112, 127, 128, 133. Neste estudo serão abor-dados dois: o Salmo 1, que é considera-do de sabedoria proverbial, e o 73, que é considerado de sabedoria especulativa ou contemplativa.

Procure aproveitar o máximo do que estes salmos transmitem de sabedoria para o nosso viver.

1. Duas escolhas - dois destinos - Salmo 1

Este salmo mostra dois caminhos: o do justo, que escolhe os valores de sua vida acertadamente e tem um viver fru-tífero e abençoado; e o do ímpio, que faz as coisas sem considerar a vontade de Deus e por isso segue um caminho tortu-oso e que o fará infeliz..

Versículos 1 a 3

Estes versículos mostram as atitudes do homem sábio: o que ele não faz, o que ele faz e o resultado disto em sua vida.

Derek Kidner apresenta algumas con-siderações sobre os dois primeiros versí-culos deste Salmo. Primeiro, que os três substantivos do versículo 1, conselho, caminho e roda, mostram três graus de separação de Deus, ao se conformar o homem com o mundo: primeiro seguir

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os seus conselhos, depois participar dos seus costumes e por fim adotar a atitu-de dos zombadores de Deus, que são os que estão mais distantes do arrependi-mento. Depois, que os três verbos, andar, deter-se e assentar-se parecem mostrar três graus crescentes de conformidade aos padrões do mundo.

Ainda é importante perceber, segun-do o mesmo comentarista, que os três aspectos de rejeição ao mal no viver dos justos, mencionados no vers. 1, resultam das ações positivas mencionadas no vers. 2 - têm prazer na lei do Senhor e nela me-ditam sempre. A Lei do Senhor se colo-ca em oposição ao conselho dos ímpios, pois ela molda os pensamentos, dirigin-do a forma de viver.1

No versículo 3 está o resultado para alguém que vive de acordo com o que é dito nos versículos 1 e 2. O justo será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas. Bem alimentado, dará os seus frutos no devido tempo. É bom pensar que somos um organismo vivo e nossa saúde, não apenas física, mas também espiritual, vai depender daquilo com que nos alimentamos.

Versículos 4 a 6

Estes versículos falam do resultado da vida vivida fora do projeto divino. Os ímpios serão como a palha dispersa pelo vento. Não têm consistência, peso, raiz. Mesmo aparentando ser gente de bem, os ímpios não subsistirão, pois não terão resistência às provações, ao juízo. O fogo representa julgamento, prova. A palha não suporta o fogo. Os ímpios não sub-sistirão entre aqueles que são de Deus, termina o versículo 5.

Este salmo, que fala do justo e do ím-pio, termina no versículo 6 dizendo que o Senhor conhece, perscruta o caminho de ambos e o dos ímpios perecerá.

O caminho ímpio não tem futuro. O fim dele é a morte, pois não faz parte do projeto final de Deus para a Sua criação.

Aplicação a sua vida: Embora sejamos a cada momento estimulados a trilhar o caminho mais fácil, não será mais in-teligente escolher o caminho da VIDA? Que caminho você tem escolhido? Nas dificuldades e quedas, Deus está com os que escolhem a VIDA.

2. Inveja dos ímpios - Salmo 73

Este é outro salmo considerado de sa-bedoria, mas de outro estilo literário - o de sabedoria especulativa ou contempla-tiva. Não consta, como no Salmo 1, de expressões curtas que falam do proceder correto, mas de pensamentos mais ela-borados, que se aprofundam nos gran-des problemas existenciais do ser huma-no, como acontece no livro de Jó.

Podemos dividir este Salmo em duas partes.

Versículos 1 a 14

A inveja torna amargo um ser huma-no. Os ímpios aí vivem como os descritos no Salmo 1. São escarnecedores (v.11). O salmista confessa claramente do ver-sículo 3 ao 12 que sentia inveja desses ímpios, já que eles viviam melhor que ele, com uma vida folgada e cheia de conforto. Ao sentir esta inveja, diz ele, quase escorregou, saindo do caminho do Senhor (v.3). Achava inútil ser puro e justo (13).

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Será que em nosso coração pode ha-ver muitas vezes esta inveja dos que pra-ticam a iniquidade? Se é assim, podemos estar prestes a cair. Entremos na presen-ça de Deus como fez o salmista (v.17). Cumprir leis e deveres religiosos, sem es-tar na presença do Pai, usufruindo da Sua graça e encantando-se com Seu caráter, realmente só pode produzir frustração.

Versículos 15 a 28

A partir do versículo 15, as reflexões do salmista o levam aos verdadeiros va-lores da vida. No versículo 17 a luz ir-rompe. Ao entrar na presença de Deus, é iluminado e percebe que não vale a pena viver como os ímpios, pois o modo de vida deles é como um sonho do qual ha-verá um despertar (v.20). As pessoas que se deixaram construir por valores sem consistência, perecerão.

A partir do versículo 21, o salmista mostra o seu arrependimento, reconhe-ce a sua tolice e fala do seu verdadeiro tesouro, que é o Senhor (v.25). O salmo termina dizendo que o fim dos ímpios é terrível e o melhor é viver perto de Deus.

Deixemos que Deus resgate nossas vidas. E quanto mais a nossa vida for atingida pelo Seu resgate, mais nos en-cantaremos com quem Ele é e desejare-mos viver em Sua presença.

Aplicação a sua vida: Você pode re-lacionar algumas vezes em que você sentiu inveja dos que não têm compro-misso com Deus? Tente descobrir ago-ra porque isto aconteceu e corrija sua rota, se quiser ter uma vida frutífera e abundante...

Conclusão

Estes dois salmos mostram dois mo-dos de viver antagônicos: o do justo e o do ímpio. Com estilos literários diferen-tes, mostram que não vale a pena viver uma vida ímpia, pois ao fim, tudo que for contrário à vontade de Deus produzirá decepção e tristeza e será destruído.

Este estudo termina o livro de Salmos. Que Deus nos ajude a viver os seus en-sinos.

Os dois próximos estudos estarão baseados em Provérbios.

____________ 1. KIDNER, Derek, Salmos 1-72 - Introdução e co-mentário. São Paulo: Ed. Vida Nova, p. 63