REFLEXOS DAS PASTAGENS NAS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS João Paulo Carneiro

Fatores limitantes nos solos de Portugal

- Pequena espessura efetiva

- Pedregosidade

- Baixo teores de componentes com propriedades coloidais

- Acidez

- Pobreza em P e toxicidade de Al e Mn

Projeto AGRO 87 Pastagens Biodiversas Ricas em Leguminosas,

uma alternativa sustentável para o uso de terras marginais

• Estação Nacional de Melhoramento de Plantas

• Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva

• Universidade de Évora

• Instituto Superior de Agronomia

• Direcção Regional de Agricultura do Alentejo

• Fertiprado, Lda.

Instituições participantes

Demonstrar que pastagens biodiversas, ricas em leguminosas convenientemente fertilizadas e manejadas são uma boa forma de aproveitamento de terras marginais. Recolha de informação acerca do potencial de produção de pastagens melhoradas (semeadas e/ou fertilizadas) por comparação com pastagens naturais.

Finalidade da acção 1

Recolha de informação para aperfeiçoar as recomendações de fertilização para as pastagens biodiversas;

Fazer demonstração e experimentação à escala real e em casa do agricultor, em diversas condições de solo e clima.

Evolução da produção e da qualidade, ao longo do ano e de ano para ano - composição botânica, valor alimentar da pastagem.

Produção expressa em massa (por cortes) e pelo encabeçamento.

Finalidade da acção 1

Situações representativas de terras marginais do Centro e Sul de Portugal. Elas situam-se: - em Caria, perto da Covilhã – granitos, antigos, erosionados; - em Vaiamonte – gneiss, pedregosos; - em Pavia – granitos, mal drenados; - em Elvas (freguesia de S. Vicente) – calcários, pedregosos; - em Coruche (freguesia de S. Torcato)– arenitos (Charneca); - no Cercal do Alentejo – xistos de pequena espessura.

Escolha e localização das explorações

19/11/2015 8

Caria

Vaiamonte

Elvas

Pavia

Coruche

Cercal do Alentejo

A acção 1, em seis explorações, teve três modalidades: -pastagem natural sem fertilização (PN); -pastagem natural com fertilização de acordo com as necessidades da cultura e as características dos solos (PNF); -pastagem semeada com a mesma fertilização da pastagem natural (PS). Superfícies grandes afetas a cada modalidade para permitir o aproveitamento com rebanho.

Trifolium subterraneum ssp subterraneum 2 cv (4 kg) Trifolium subterraneum ssp brachycalicinum 2 cv (5 kg) Trifolium subterraneum ssp yaninicum 1 cv (2 kg) Medicago sp. (anuais) 6 cv (9 kg) Trifolium resupinatum 2 cv (2,5 kg) Trifolium michelianum cv Paradana (1,5 kg) Trifolium fragiferum cv Palestine (0,5 kg) Trifolium repens cv Haifa (0,5 kg) Dactylis glomerata cv Amba* (2 kg) Phalaris aquatica cv Holdfast (1 kg) Lolium perene cv Victorian (2 kg)

Mistura em solo derivado de calcários - Elvas

Trifolium subterraneum ssp subterraneum 4 cv (7 kg) Trifolium subterraneum ssp yaninicum cv Gosse (1 kg) Trifolium michelianum cv Paradana (1 kg) Trifolium resupinatum cv Prolific (1 kg) Trifolium incarnatum cv Contea (2 kg) Trifolium vesiculosum cv Seelu (4 kg) Biserrula pelecinus cv Casbah (1 kg) Ornithopus compressus cv Santorini (2 kg) Ornithopus sativus 2 cv (4 kg) Ornithopus compressus x Ornith. sativus cv Spectra (2 kg) Dactylis glomerata cv Currie (1 kg) Phalaris aquatica cv Holdfast (0,5 kg) Lolium multiflorum ssp westerwoldicum cv Lifloria (3,5 kg)

Mistura em solo de arenitos (Charneca) - Coruche

Lathyrus tingitanus cv Cizirão Torres (40 Kg) Vicia sativa var. macrocarpa (40 kg) Trifolium resupinatum (10 kg) Lolium multiflorum ssp westerwoldicum (10 kg) Hordeum hexastichum cv Juromenha(15 kg) Avena sativa cv S. Mamede (15 kg)

Situação em 1965 no Assumar Mistura em solo de granitos

Fertilizantes Aplicados (kg/ha)

Produto Campo de Elvas Campo de Coruche

Calc. Dolomítico 1 000 (faixa)

Superfosfato 18% 350

Foskapa (0:21:21) 450

Sulfato de zinco 12 (faixa)

Sulfato de cobre 8

Borax 9 (faixa) 7

Molibdato de sódio

0,15 (na semente)

Elvas, em 23/1/2002

Elvas, em 27/3/2002

Elvas, em 16/10/2002

Coruche, em 22/1/2002

Coruche, em 2/5/2002

Coruche, em 25/10/2002

Coruche

0

5

10

15

20

25

30

Pastagem natural Pastagem natural-fertilizada Pastagem semeada

Tratamento

Nº

méd

io d

e es

péc

ies

2003

2004

Elvas

0

5

10

15

20

25

30

35

Pastagem natural Pastagem natural-fertilizada Pastagem semeada

Tratamento

Nº

méd

io d

e es

péc

ies

2003

2004

Número médio de espécies de PN, PNF e PS

Produção anual de pastagem (matéria seca), por local e modalidade

Importância das leguminosas e gramíneas na pastagem

Local Elvas Elvas Coruche Coruche Caria Caria Cercal Cercal

Modalidade PN PS PN PS PN PS PN PS

2001-2002 0,79 0,84 0,00 0,35 0,20 0,63 0,41 1,22

2002-2003 0,78 1,21 0,02 1,18 0,40 0,98 0,52 1,48

Carga animal em pastoreio, expresso em CN, segundo os anos e duas modalidades

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2001. 2003. 2004. 2005.

% m

atér

ia o

rgân

ica

Ano

PS

PNF

PN

Evolução da percentagem de matéria orgânica do solo em Caria.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2001. 2003. 2004. 2005.

% m

atér

ia o

rgân

ica

Ano

PS

PNF

Evolução da percentagem de matéria orgânica do solo em Vaiamonte.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2001. 2003. 2004. 2005.

% m

atér

ia o

rgân

ica

Ano

PS

PNF

PN

Evolução da percentagem de matéria orgânica do solo em Coruche.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2001. 2003. 2004. 2005.

% m

atér

ia o

rgân

ica

Ano

PS

PNF

PN

Evolução da percentagem de matéria orgânica do solo em Elvas.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2003. 2004. 2005.

% m

atér

ia o

rgân

ica

Ano

PS

PNF

PN

Evolução da percentagem de matéria orgânica do solo em Pavia.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2001. 2003. 2004.

% m

atér

ia o

rgân

ica

Ano

PS

PNF

PN

Evolução da percentagem de matéria orgânica do solo no Cercal.

0

100

200

300

400

500

600

SD MT

Pe

rda

de

So

lo (

g/m

2)

Fonte: Carvalho, ?

Efeito do sistema de mobilização do solo na sua perda por erosão durante uma cultura de trigo. Declive médio da área de ensaio de 12%. Herdade da Mitra, Universidade de Évora – valores médios de dois

anos. SD – sementeira direta do trigo; MT – mobilização tradicional baseada na charrua de

aivecas e grade de discos.

Fonte: Carvalho, ?

Evolução do carbono orgânico do solo, na camada de 0 a 30 cm, de um solo Pm.

Estudo conduzido na Herdade da Revilheira (Reguengos de Monsaraz). A rotação praticada foi Tremocilha → Trigo → Aveia para feno → Cevada.

MT – mobilização tradicional à base de lavoura e grade de discos com enfardação das palhas dos cereais; SD – sementeira directa de todas as culturas, com enfardação das palhas dos cereais; SD+P – sementeira directa de todas as culturas, com manutenção das palhas dos cereais na superfície do terreno.

Fonte: Carvalho, ?

Efeito do sistema de mobilização do solo e da gestão dos resíduos das culturas na produtividade da cultura do trigo, num solo Pm na Herdade da Revilheira (Reguengos de Monsaraz). MT – mobilização

tradicional à base de lavoura e grade de discos com enfardação das palhas dos cereais; SD – sementeira directa de todas as culturas, com enfardação das palhas dos cereais; SD+P – sementeira directa de todas as culturas, com manutenção das palhas dos cereais na superfície do terreno.

Fonte: Carvalho, ?

Efeito da variação do teor do solo em carbono orgânico na eficiência do uso do adubo azotado, num solo Pm na Herdade da Revilheira (Reguengos de Monsaraz).

ROSA, C., 1982. Estudo comparativo em talhões experimentais de erosão de cereais, forragens e pastagens – Vale Formoso. Pastagens e Forragens, 3: 7-20.

O problema erosão reside mais na mobilização ou não mobilização do solo, mas a introdução de leguminosas na rotação é uma prática a aconselhar.

O prado anual é de aconselhar com a ressalva ou seja o cuidado da mobilização do solo para a sementeira.

O trevo subterrâneo, como prado temporário, introduz melhoria significativa na diminuição da erosão, principalmente por não haver temporariamente mobilizações de solo.

O trevo subterrâneo como prado permanente é talvez a solução ideal por permitir a não mobilização do solo, no entanto, ele exige bons conhecimentos de maneio por parte do agricultor para que conduza com êxito o sistema proposto.

Evolução de quatro classes de uso da SAU em Portugal

Espécies para pastagens das quais temos seleção no INIAV

Leguminosas - Trifolium subterraneum; - Medicago polymorpha; - Medicago doliata; - Medicago truncatula; - Ornithopus compressus; - Ornithopus sativus; -Trifolium resupinatum; -Trifolium vesiculosum; -Trifolium alexandrinum.

Gramíneas - Lolium multiflorum; - Dactylis glomerata; - Festuca arundinacea.

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. Av. da República, Quinta do Marquês, 2780-157 Oeiras, Portugal Tel : (+ 351) 214 403 500 | Fax : (+ 351) 214 403 666 www.iniav.pt