22
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO SOLO DISCIPLINA DE GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA Eng. Agr. Dr. Marcelo Ricardo de Lima Curitiba - PR 2018

ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO SOLO

DISCIPLINA DE GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO

ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA

Eng. Agr. Dr. Marcelo Ricardo de Lima

Curitiba - PR 2018

Page 2: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

TRECHO URBANO DA EXCURSÃO

Neste trecho observa-se que os solos estão profundamente alterados, em função da retirada da cobertura

vegetal, realização de cortes e aterros, compactação e impermeabilização por concreto ou asfalto. No Sistema

Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), não há enquadramento destes “solos” alterados pela ação

humana. No entanto há uma proposta de CURCIO et al. (2004) para criação da classe dos Antropossolos.

Ao passar pelo Rio Belém, junto ao semáforo da Rua Salgado Filho, pode-se perceber que o mesmo

encontra-se bastante poluído. Este rio atravessa a região mais urbanizada de Curitiba, estando canalizado em vários

trechos, e recebendo esgotos clandestinos, além de ter suas várzeas ocupadas, e sua vegetação ripária praticamente

inexistente.

Ao sudoeste da cidade fica a Cidade Industrial de Curitiba, onde extensas áreas foram terraplanadas

(descaracterizando os solos) com a finalidade de implantar diversas indústrias. Situação semelhante é observada na

entrada de Araucária, nas proximidades do pólo petroquímico centrado na refinaria da Petrobrás.

Na divisa de Curitiba com Araucária, pode-se observar o Rio Barigui, bastante degradado, e no final de seu

curso. Parte dos solos da várzea do rio Barigui também se encontra aterrada, com a implantação de residências

regularizadas ou não.

Logo após o centro da cidade de Araucária será cruzado o rio Iguaçu, que é eixo principal de drenagem da

região central e sul do Primeiro Planalto Paranaense, recebendo “águas” dos rios que atravessam Curitiba e a maior

parte de da Região Metropolitana. Nas várzeas do rio Iguaçu encontrava-se predominantemente Gleissolos,

Organossolos, e Neossolos Flúvicos. No entanto, a maior parte dos solos de várzea da bacia do alto Iguaçu, encontra-

se descaracterizada devido a extração de areia para a atividade de construção civil, ou devido aos aterros para

implantação de loteamentos.

TRECHO EXCURSÃO NA RODOVIA EUCLIDES GONÇALVES FERREIRA

Este trecho que será percorrido pela excursão faz parte do roteiro de turismo rural “Caminhos de Guajuvira”,

que é coordenado pela Prefeitura Municipal de Araucária (www.araucaria.pr.gov.br).

A rodovia Euclides Gonçalves Ferreira é uma estrada asfaltada secundária que liga a BR 476 ao distrito de

Guajuvira. Este distrito foi colonizado principalmente por poloneses e ucranianos na década de 1940-1950, no entanto

a colonização polonesa no Paraná teve início em 1871, tendo com núcleo de urbanização a estação de trem de

mesmo nome que já existia desde 1891, e que hoje está desativada.

Neste trecho observa-se que a maior parte das terras teve removida sua cobertura vegetal original, sendo

atualmente cultivadas com agricultura de base essencialmente familiar ou eventualmente com pastagens. Também é

muito comum a ocorrência de chácaras de lazer.

Os principais cultivos encontrados nesta região são milho, feijão, soja, batata, e até mesmo cultivo de chá,

como poderá ser observado ao longo do percurso (Fig. 3).

Page 3: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

Figura. 3. Cultivo de chá no trecho 2, Município de Araucária (PR), estrada para o distrito de Guajuvira, e aspecto do

relevo local na região.

Segundo Caviglione et al. (2000) o tipo climático nesta região, de acordo com a classificação de Köppen, é o

Cfb, ou seja, clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio abaixo de 18 oC (mesotérmico),

com verões frescos, temperatura média no mês mais quente abaixo de 22 oC e sem estação seca definida.

Neste trecho a litologia predominante é formada de alguns remanescentes de argilitos da Formação

Guabirotuba (principalmente em Guajuvira de Cima) em áreas menos dissecadas, migmatitos e outras rochas

metamórficas nas áreas mais dissecadas, e aluviões do Quaternário nas várzeas do rio Iguaçu (MINEROPAR, 2006).

Segundo BHERING & SANTOS (2008) os solos mapeados neste percurso são, em sua maioria, Latossolos

Brunos, Cambissolos Háplicos, Argissolos Vermelho-Amarelos, e Gleissolos Melânicos.

Os Latossolos ocorrem principalmente na região de Guajuvira de Cima, sobre argilitos da Formação

Guabirotuba. Os Cambissolos e Argissolos ocorrem nas partes mais dissecadas do trecho. Já os Gleissolos Melânicos

ocorrem principalmente nas margens do rio Iguaçu, em sua margem esquerda, antes da chegada à sede do Distrito

de Guajuvira, município de Araucária - PR (Fig. 4).

Figura 4 – Sede do Distrito de Guajuvira (município de Araucária – PR). Na parte superior da foto se percebem as

áreas de aluviões holocênicos que margeiam os meandros e braços abandonados do rio Iguaçu, nas quais

ocorrem Gleissolos Melânicos.

Page 4: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PERFIL DE SOLO 01

DESCRIÇÃO GERAL PERFIL - 01 CLASSIFICAÇÃO: DATA- 24/02/2011 LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Rodovia Euclides Gonçalves Ferreira (entre a BR 476 e a localidade de Guajuvira), logo após o moinho d´água, município de Araucária - PR, 25°37’35,6’’S e 49° 30’48,9’’W. SITUAÇÃO E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Barranco na beira da estrada, em terço inferior de encosta, sob cultivo agrícola. ALTITUDE- 892 m LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos. FORMAÇÃO GEOLÓGICA – APIrmx - Complexo Metamórfico Indiferenciado, idade Arqueano - Paleo-proterozóico RELEVO LOCAL - Suave ondulado. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado e ondulado. EROSÃO – Laminar ligeira DRENAGEM – Bem drenado. VEGETAÇÃO PRÍMÁRIA – Floresta ombrófila mista. USO ATUAL – lavoura de milho CLIMA – Cfb, da classificação de Koppen. DESCRITO E COLETADO POR – Itamar Antonio Bognola, Marcelo Ricardo de Lima e Andressa Kerecz Tavares.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA Depósito 28 - 0 cm, bruno escuro (10YR 3/3, úmido); argila; fraca a moderada muito pequena e pequena granular e

moderada a forte pequena a média blocos subangulares; friável, ligeiramente plástica e pegajosa; transição gradual e plana.

Ap 0 - 25 cm, bruno-escuro (7,5YR 3/2, úmido); argila; fraca a moderada muito pequena e pequena granular e moderada a forte pequena a média blocos subangulares; muito friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.

Bit 25 - 65 cm, bruno amarelado escuro (10YR 3,5/4, úmido); argila; fraca a moderada muito pequena a média blocos subangulares e maciça e coerente; friável, muito plástico e pegajoso; transição clara e ondulada.

BC 65 - 82 cm, bruno forte (7,5YR 4,5/6, úmido); argila; fraca a moderada muito pequena a média blocos subangulares e maciça e coerente; friável a firme, plástico e pegajoso; transição abrupta e plana.

C1 82 - 92 cm, vermelho amarelado (5YR 4,5/6, úmido); franco argilosa; sem estrutura maciça e coerente; friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição clara e plana.

C2 92 - 130 cm+, vermelho amarelado (5YR 5,5/6, úmido); franca; sem estrutura maciça e coerente; muito friável a solta, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa.

RAÍZES – raízes finas a grossas fasciculadas comuns no Adep, finas a médias fasciculadas e comuns no Ap, finas a médias comuns no Bit, finas a médias poucas e raras no horizontes BC, C1, C2. OBSERVAÇÕES: - Perfil coletado úmido - Atividade biológica de térmitas no perfil. ANÁLISES FÍSÍCAS E QUÍMICAS

Horizonte Granulometria da terra fina (g/kg)

silte argila

P (mg/kg)

C (g/kg)

pH em CaCl2

Símbolo Profundidade (cm)

Areia grossa

Areia fina

Silte Argila

Depósito 28-0 357 31 212 400 0,53 4,8 18,2 3,9

Ap 0-25 326 48 226 400 0,57 1,0 19,2 3,9

Bit 25-65 230 29 191 550 0,34 0,4 9,6 3,9

BC 65-82 251 38 261 450 0,58 0,2 6,0 4,1

C1 82-92 311 43 346 300 1,15 0,4 8,7 4,0

C2 92-130+ 429 65 356 150 2,37 0,4 2,4 3,9

Relação textural (B/A) = 1,4

Page 5: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

Horizonte Complexo sortivo (cmolc/kg) Valor V

(%) (Alx100)/(S+Al)

(%) Atividade da argila

Ca Mg K Na Valor S Al H+Al Valor T cmolc/kg

Depósito 1,4 0,4 0,09 1,89 2,2 11,3 13,19 14 54 33,0

Ap 1,2 0,3 0,07 1,57 2,4 12,1 13,67 11 60 34,2

Bit 1,2 0,3 0,05 1,55 2,3 11,3 12,85 12 60 23,4

BC 1,1 0,3 0,04 1,44 1,7 8,4 9,84 15 54 21,9

C1 1,0 0,2 0,03 1,23 2,1 5,8 7,03 17 63 23,4

C2 1,0 0,3 0,03 1,33 1,9 4,3 5,63 24 59 37,5

Horizonte Ataque por H2SO4 (1:1) – NaOH (0,8%)

(g/kg) Valor Ki Valor

Kr Al2O3/Fe2O3

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

Depósito

Ap

Bit 174 187 72 48 1,58 1,27 4,08

BC

C1

C2

Figura 5 – Perfil de solo 01, localizado na estrada para o distrito de Guajuvira (município de Araucária – PR) e

paisagem de ocorrência.

Page 6: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PERFIL DE SOLO 02

DESCRIÇÃO GERAL PERFIL - 02 CLASSIFICAÇÃO: DATA - 25/02/2011 LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Rodovia Euclides Gonçalves Ferreira (entre a BR 476 e a localidade de Guajuvira), cerca de 1,5 km antes de chegar na ponte do Rio Iguaçu, município de Araucária - PR, 25° 36’ 44,2’’S e 49° 31’ 00,9’’W. SITUAÇÃO E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – amplo barranco de estrada em terço médio de encosta, sob cobertura de mata secundária. ALTITUDE- 890 m LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistas e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos. FORMAÇÃO GEOLÓGICA - Complexo Metamórfico Indiferenciado (Arqueano – Arqueano - Paleo-proterozóico) RELEVO LOCAL - Suave ondulado. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado a ondulado. EROSÃO – não aparente DRENAGEM – Bem drenado. VEGETAÇÃO PRÍMÁRIA – Floresta ombrófila mista. CLIMA – Cfb, da classificação de Koppen. DESCRITO E COLETADO POR – Itamar Antonio Bognola, Marcelo Ricardo de Lima e Andressa Kerecz Tavares. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 - 28 cm, bruno avermelhado escuro (6YR 3/4, úmido); argila; forte muito pequena a pequena granular; muito

friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual. A2 28 - 47 cm, bruno avermelhado escuro (5YR 3,5/4, úmido); argila; forte muito pequena e pequena granular e

fraca muito pequena a pequena blocos subangulares; muito friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e gradual.

AB 47 - 63 cm, bruno-avermelhado-escuro (5 YR 3/4); argila; forte muito pequena e pequena granular; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.

BA 63 - 80 cm, vermelho escuro (4YR 3/6, úmido); argila; moderada a forte muito pequena a pequena granular e moderada muito pequena a média blocos subangulares; muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.

Bw1 80 - 138 cm, vermelho (2,5 YR 4/6, úmido); argila; moderada a forte muito pequena a pequena granular e moderada muito pequena a média blocos subangulares; muito friável, plástica e ligeiramente pegajosa a pegajosa; transição plana e clara;

(Bw2) 138 - 167 cm, vermelho escuro (2,5YR 3,5/6, úmido); argila; moderada muito pequena a média blocos subangulares; friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição ondulada e clara.

C 167 - 245 cm, vermelho (2,5 YR 4/8, úmido); franco argilosa; maciça e coesa; firme, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e difusa.

Cr 245 - 280 cm+, vermelho (2,5YR 5/7, úmido); maciça e coesa; friável, ligeiramente plástica a não plástica e ligeiramente pegajosa.

RAÍZES – muitas finas a grossas no A1, comuns finas a médias A2 e AB, poucas finas a médias, raras muito finas a finas no Bw1, raras no Bw2, ausentes no C e Cr. OBSERVAÇÕES: - Perfil coletado úmido; – Camada de serrapilheira de 5 a 7 cm na superfície; - Atividade biológica intensa presente nos horizontes A1 e A2 - A espessura do horizonte (Bw2) varia de 22 a 37 cm; a espessura do horizonte C varia de 65 a 90 cm; a espessura do horizonte Cr varia de 30 a 40 cm+

Page 7: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

ANÁLISES FÍSÍCAS E QUÍMICAS

Horizonte Granulometria da terra fina (g/kg)

silte argila

P (mg/kg)

C (g/kg)

pH em CaCl2

Símbolo Profundidade (cm)

Areia grossa

Areia fina

Silte Argila

A1 0-28 226 74 170 500 0,34 1,0 22,2 3,8

A2 28-47 238 131 231 400 0,58 0,4 13,3 3,8

AB 47-63 225 96 180 500 0,36 0,4 10,5 3,9

BA 63-80 185 79 187 550 0,34 0,2 11,5 3,9

Bw1 80-138 194 106 175 525 0,33 0,1 6,0 4,2

(Bw2) 138-167 204 72 174 550 0,32 0,4 7,8 4,8

C 167-245 223 75 202 500 0,40 0,1 3,3 5,1

Cr 245-280+ 236 111 353 300 1,18 1,2 2,4 4,4

Relação textural (B/A) = 1,2

Horizonte Complexo sortivo (cmolc/kg) Valor V

(%) (Alx100)/(S+Al)

(%) Atividade da argila

Ca Mg K Na Valor S Al H+Al Valor T cmolc/kg argila

A1 1,0 0,2 0,06 1,26 1,6 9,0 10,26 12 56 20,5

A2 1,0 0,2 0,04 1,24 1,5 9,0 10,24 12 55 25,6

AB 1,0 0,2 0,02 1,22 1,3 8,4 9,62 13 52 19,2

BA 0,8 0,1 0,01 0,91 0,9 6,7 7,61 12 50 13,8

Bw1 0,9 0,1 0,01 1,01 0,2 4,6 5,61 18 17 10,7

(Bw2) 0,9 0,1 0,01 1,01 0,1 3,7 4,71 21 9 8,6

C 1,0 0,2 0,01 1,21 0,0 3,0 4,21 29 0 8,4

Cr 1,0 0,2 0,01 1,21 0,4 3,0 4,21 29 25 14,0

Horizonte Ataque por H2SO4 (1:1) – NaOH (0,8%)

(g/kg) Valor Ki Valor Kr Al2O3/Fe2O3

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

A1 127 181 77 7,9 1,19 0,94 3,69

A2

AB

BA 144 194 80 8,9 1,26 1,00 3,81

Bw1

(Bw2) 139 196 81 8,8 1,21 1,59 3,80

C

Cr

Figura 6 – Perfil de solo 02, localizado na estrada para o distrito de Guajuvira (município de Araucária – PR) e

paisagem de ocorrência (em primeiro plano).

Page 8: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PERFIL DE SOLO 03

DESCRIÇÃO GERAL DATA - 24/02/2011 LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Rodovia BR 476 (Rodovia do Xisto), cerca de 100 cm após a entrada da indústria de fertilizantes Solo Vivo, próximo à comunidade de Guajuriva de Cima, município de Araucária - PR, 25° 37’35,7’’S e 49° 30’48,9’’W. SITUAÇÃO E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – amplo barranco em frente à rodovia, em topo de elevação, sob cobertura de mata secundária. ALTITUDE - 889 m LITOLOGIA - Argilas, arcósios, areias e cascalhos FORMAÇÃO GEOLÓGICA – Formação Guabirotuba (Oligoceno-Mioceno a Plioceno) RELEVO LOCAL – Plano. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado. EROSÃO – Não aparente DRENAGEM – Acentuadamente drenado. VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta ombrófila mista. CLIMA – Cfb, da classificação de Koppen. DESCRITO E COLETADO POR – Itamar Antonio Bognola, Marcelo Ricardo de Lima e Andressa Kerecz Tavares. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA O 12 - 0 cm, bruno muito escuro (10 YR 2/2, úmido); grumosa. Ap 0 - 40 cm, bruno avermelhado escuro (6YR 3/3, úmido); argila; grão simples e forte pequena e média granular;

friável, plástica e pegajosa; transição gradual e plana. AB 40 - 58 cm, bruno avermelhado escuro (5YR 3,5/3,5, úmido); argila; maciça coesa e moderada pequena a

grande blocos subangulares; firme, ligeiramente plástica e pegajosa; transição plana e clara. BA 58 - 74 cm, bruno avermelhado (4YR 4/4, úmido); muito argilosa; moderada pequena a muito grande blocos

subangulares e maciça e coesa; friável, ligeiramente plástico e pegajoso; transição gradual e plana. Bw1 74 - 118 cm, vermelho escuro (2,5YR 3,5/6, úmido); muito argilosa; forte muito pequena a média granular e

moderada pequena e média blocos subangulares; friável a muito friável, ligeiramente plástica a plástica e ligeiramente pegajosa a pegajosa; transição difusa e plana.

Bw2 118 - 220 cm+, vermelho escuro (2,5YR 3,5/6, úmido); muito argilosa; forte pequena e muito pequena granular; muito friável, ligeiramente plástica a plástica e ligeiramente pegajosa a pegajosa.

Raízes: abundantes e finas a médias no Ap e AB; comuns muito finas a finas no BA; muito finas a finas raras no Bw1 e Bw2. Observações: Perfil coletado úmido

ANÁLISES FÍSÍCAS E QUÍMICAS

Horizonte Granulometria da terra fina (g/kg)

silte argila

P (mg/kg)

C (g/kg)

pH em CaCl2

Símbolo Profundidade (cm)

Areia grossa

Areia fina

Silte Argila

O 12-0 21 29 450 500 0,90 17,3 187,3 6,3

Ap 0-40 93 66 267 575 0,46 3,2 35,1 3,9

AB 40-58 89 49 312 550 0,57 1,7 17,2 3,8

BA 58-74 82 82 236 600 0,39 0,4 12,4 4,0

Bw1 74-118 77 74 199 650 0,31 0,2 7,8 5,1

Bw2 118-220+ 84 52 239 625 0,38 0,1 2,4 4,4

Relação textural (B/A) = 1,1

Horizonte Complexo sortivo (cmolc/kg) Valor V

(%) (Alx100)/(S+Al)

(%) Atividade da argila

Ca Mg K Na Valor S Al H+Al Valor T cmolc/kg argila

O 14,9 8,0 2,85 25,75 0,0 2,7 28,45 91 0 56,9

Ap 1,8 0,8 1,21 3,81 1,9 11,3 15,11 25 33 26,3

AB 1,2 0,6 0,37 2,17 2,1 11,3 13,47 16 49 24,5

BA 1,1 0,7 0,07 1,87 1,2 8,4 10,27 18 39 17,1

Bw1 1,0 0,8 0,22 2,02 0,0 4,0 6,02 34 0 9,3

Bw2 1,1 0,2 0,09 1,39 0,2 4,3 5,69 24 13 9,1

Page 9: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

Horizonte Ataque por H2SO4 (1:1) – NaOH (0,8%)

(g/kg) Valor Ki Valor Kr Al2O3/Fe2O3

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

O

Ap

AB

BA

Bw1

Bw2 201 228 114 10,1 1,50 1,14 3,14

FATORES LIMITANTES OU POTENCIAIS DO PERFIL DE SOLO 03:

a) Possibilidade de mecanização: sem restrições aparentes, pois é profundo, estruturado, acentuadamente drenado, não sendo muito pegajoso (quando molhado) ou firme (quando úmido).

b) Risco de erosão: aparentemente o risco é reduzido, pois o relevo é plano, textura argilosa no horizonte A e muito argilosa no B, boa estruturação, e é acentuadamente drenado (garantindo boa infiltração da água da chuva).

c) Risco de falta de oxigenação: aparentemente o risco é reduzido, pois é um solo acentuadamente drenado e bem estruturado, no qual dificilmente ocorrerá excesso de água, salvo se um manejo inadequado do solo causar compactação.

d) Capacidade de reter e fornecer água: aparentemente com condições adequadas, pois é profundo, argiloso (e possivelmente deve ter elevada microporosidade), além de ser bem estruturado, e não aparentar compactação.

e) Fertilidade natural: é o aspecto mais limitante deste solo, pois apresenta pH ácido, baixa saturação por bases (caráter distrófico), reduzido Valor T no Bw, além de conteúdos baixos a moderados de Ca, Mg, K e P, e saturação por Al relativamente elevada no AB.

Figura 7 – Perfil de solo 03, localizado próximo ao km 164 da rodovia BR 476, entre Araucária e Contenda (PR) e

paisagem de ocorrência.

Page 10: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

TRECHO DA BR 476 DE CONTENDA ATÉ A LAPA

Neste trecho observa-se que, a maior parte dos solos teve retirada sua cobertura natural, sendo utilizado em

atividades de agricultura intensiva ou pastagens.

Nas proximidades do município de Contenda (conhecido como capital da batata), é muito comum o cultivo

deste vegetal utilizando mecanização excessiva, e poucos cuidados com relação à conservação do solo. Em função

disto se encontram áreas nas quais já houve perda do horizonte A, e em alguns casos, até do horizonte B do solo.

Na região de Contenda, a litologia predominante é formada por migmatitos, e os solos mapeados são

Latossolos, Cambissolos e ou Argissolos, em sua maioria (BHERING & SANTOS, 2008).

Após passar por Contenda, poderá ser observado que o ônibus irá subir progressivamente, em direção à

borda do segundo planalto paranaense, o qual é caracterizado pela presença predominante de rochas sedimentares,

tais como arenitos, argilitos, folhelhos, varvitos etc., que serão observados nas imediações do distrito de Mariental

(município da Lapa).

Após passar o distrito de Mariental, será observado, próximo ao pedágio, que há solos rasos ou pouco

profundos (Neossolos Litólicos e Neossolos Regolíticos) e, inclusive, afloramentos de rochas, em função do material

de origem existente neste local (arenito) e ou do relevo não contribuírem para a formação de solos profundos.

Na região da Lapa já serão observados solos pouco profundos a profundos (principalmente Cambissolos e

alguns Neossolos) (BHERING & SANTOS, 2008), com substrato folhelhos.

A BR 476 é também conhecida por Rodovia do Xisto. Deve ser observado, no entanto, que em São Mateus do

Sul (PR), a Petrosix (subsidiária da Petrobras) extrai e processa o folhelho pirobetuminoso (rocha sedimentar) e não o

xisto (rocha metamórfica).

Page 11: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PERFIL DE SOLO 04

DESCRIÇÃO GERAL

DATA- 25/02/2011 LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Rodovia BR 476 (Rodovia do Xisto), Colônia Virmond, entre o distrito de Mariental e o pedágio, município da Lapa - PR, 25°42’57’’S e 49°41’14,4’’W. SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL- barranco beira da rodovia, plano, pastagem natural. ALTITUDE- 956 m LITOLOGIA - Siltitos, folhelhos, varvitos e conglomerados

FORMAÇÃO GEOLÓGICA- Grupo Itararé (Carbonífero superior ao Permiano inferior (Série do Pensilvaniano ao Estágio Sakmariano)) MATERIAL DE ORIGEM – Produto da alteração de folhelhos RELEVO LOCAL - Suave ondulado. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado e ondulado. EROSÃO – laminar ligeira DRENAGEM – Bem drenado. VEGETAÇÃO PRÍMÁRIA – Floresta ombrófila mista. USO ATUAL – pastagem natural de gramíneas. CLIMA – Cfb, da classificação de Koppen. DESCRITO E COLETADO POR – Itamar Bognola, Marcelo Ricardo de Lima e Andressa Kerecz Tavares. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Ap 0 - 29 cm, bruno escuro (7,5YR 3/3, úmido); argila; moderada a fraca pequena a média blocos subangulares e forte muito

pequena e pequena granular; friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição clara e plana. Bi 29 - 37 cm, bruno escuro (8,5YR 3/4, úmido); muito argilosa; moderada muito pequena a média blocos subangulares;

friável, muito plástico e pegajoso a ligeiramente pegajoso; transição clara e ondulada. Cr 37 - 55 cm, bruno escuro (6,5YR 3/4, úmido); argilosa; maciça e coesa; friável, ligeiramente plástica e ligeiramente

pegajosa; transição abrupta e plana. R 55 - 100 cm+

ANÁLISES FÍSÍCAS E QUÍMICAS

Horizonte Granulometria da terra fina (g/kg)

silte argila

P (mg/kg)

C (g/kg)

pH em CaCl2

Símbolo Profundidade (cm)

Areia grossa

Areia fina

Silte Argila

Ap 0-29 78 32 315 575 0,54 2,2 42,1 3,7

Bi 29-37 69 29 152 750 0,20 0,7 18,2 3,8

Cr 37-55 87 38 300 575 0,52 0,4 15,3 3,8

Relação textural (B/A) = 1,3

Horizonte Complexo sortivo (cmolc/kg) Valor V

(%) (Alx100)/(S+Al)

(%) Atividade da argila

Ca Mg K Na Valor S Al H+Al Valor T cmolc/kg argila

Ap 1,8 0,9 0,41 3,11 7,4 16,3 19,41 16 70 33,7

Bi 1,1 0,3 0,17 1,57 7,6 16,3 17,87 9 83 23,8

Cr 1,1 0,3 0,20 1,6 8,3 20,4 22,00 7 84 38,3

Horizonte Ataque por H2SO4 (1:1) – NaOH (0,8%)

(g/kg) Valor Ki Valor Kr Al2O3/Fe2O3

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

Ap

Bi

Cr 247 194 97 6,1 2,16 1,64 3,14

FATORES LIMITANTES OU POTENCIAIS DO PERFIL DE SOLO 04:

a) Possibilidade de mecanização: com restrições, pois é pouco profundo, e o horizonte C apresenta muito cascalho. Em locais próximos inclusive se observa menor espessura do solo.

b) Risco de erosão: alto, pois embora o relevo seja suave ondulado e a textura argilosa, a perda de alguns centímetros de solo por erosão pode ser muito danosa a um solo pouco profundo como este. Próximo ao perfil se observam locais com exposição do horizonte C devido ao processo erosivo.

c) Risco de falta de oxigenação: a presença da camada R próxima à superfície do solo pode ser um fator que pode gerar acúmulo de água no solo, no caso de chuvas muito intensas.

d) Capacidade de reter e fornecer água: moderada, pois embora argiloso, é um solo pouco profundo, limitando o volume de solo no qual as raízes podem absorver água, principalmente em períodos de seca.

e) Fertilidade natural: é um aspecto muito limitante deste solo, pois apresenta caráter alítico e pH extremamente ácido.

Page 12: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

Figura 8 – Perfil de solo 04, localizado próximo na margem da rodovia BR 476, entre o distrito de Mariental (Lapa –

PR) e o posto de pedágio da Lapa e paisagem de ocorrência.

Page 13: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PERFIL DE SOLO 05

DESCRIÇÃO GERAL DATA - 25/02/2011 LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS - Estrada rural próximo à Igreja de Colônia Santo Antônio, município da Lapa - PR, 25° 43’ 13,5’’S e 49° 42’7,5’’W. SITUAÇÃO E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL- terço superior de encosta, sob mata secundária. ALTITUDE - 990 m LITOLOGIA - Arenitos de cor clara FORMAÇÃO GEOLÓGICA - Grupo Itararé (Carbonífero superior ao Permiano inferior (Série do Pensilvaniano ao Estágio Sakmariano) MATERIAL DE ORIGEM – Produtos da alteração do material supra citado RELEVO LOCAL - Plano a suave ondulado. RELEVO REGIONAL - Suave ondulado a ondulado. EROSÃO – Não aparente DRENAGEM – Moderadamente drenado VEGETAÇÃO PRÍMÁRIA – Floresta ombrófila mista. USO ATUAL – Mata secundária. CLIMA – Cfb, da classificação de Koppen. DESCRITO E COLETADO POR – Itamar Bognola, Marcelo Ricardo de Lima e Andressa Kerecz Tavares. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA A1 0 – 30 cm, bruno muito escuro (10YR 2/2, úmido); franco arenosa; grãos simples; solta, não plástica e não

pegajosa; transição plana e difusa. A2 30 – 100 cm; preto (10YR 1,5/1, úmido); franco arenosa; grãos simples; solta a muito friável, não plástica e

não pegajosa; transição plana e difusa. A3 100 – 150 cm, preto (10YR 2/1, úmido); franco arenosa; grão simples e fraca muito pequena a muito pequena

granular; muito friável, não plástica e não pegajosa; transição plana e difusa. AC 150 – 180 cm +, bruno escuro (10YR 3/3, úmido); franco arenosa; grãos simples; solta, não plástica e não

pegajosa. Raízes: Muitas muito finas a finas no A1, comuns finas a médias no A2, raras e médias no A3, ausentes no AC. Observações: - Perfil descrito úmido - Acúmulo de água a 180 cm (lençol freático?). ANÁLISES FÍSÍCAS E QUÍMICAS

Horizonte Granulometria da terra fina (g/kg)

silte argila

P (mg/kg)

C (g/kg)

pH em CaCl2

Símbolo Profundidade

(cm)

Areia

grossa

Areia

fina

Silte Argila

A1 0-30 596 149 105 150 0,70 3,2 22,2 3,7

A2 30-100 618 115 92 175 0,52 2,4 13,3 3,9

A3 100-150 586 79 185 150 1,23 1,7 30,7 4,0

AC 150-180+ 589 189 72 150 0,48 4,6 9,6 4,2

Horizonte Complexo sortivo (cmolc/kg) Valor V

(%) (Alx100)/(S+Al)

(%) Atividade da argila

Ca Mg K Na Valor S Al H+Al Valor T cmolc/kg de argila

A1 1,2 0,3 0,07 1,57 2,4 13,1 14,67 11 60 97,8

A2 1,2 0,2 0,03 1,43 2,4 10,5 11,93 12 63 68,2

A3 1,2 0,2 0,02 1,42 2,2 10,5 11,92 12 61 79,5

AC 1,2 0,2 0,01 1,41 1,0 7,2 8,61 16 41 57,4

Horizonte Ataque por H2SO4 (1:1) – NaOH (0,8%)

(g/kg) Valor Ki Valor Kr Al2O3/Fe2O3

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

A1 60 54 22 2,1 1,89 1,50 3,85

A2 63 54 26 2,1 1,98 1,51 3,26

A3

AC

Page 14: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

FATORES LIMITANTES OU POTENCIAIS DO PERFIL DE SOLO 05: a) Possibilidade de mecanização: com restrições, pois se observa pontos nos quais o solo é mais raso, e até

com afloramentos de arenito. b) Risco de erosão: alto, pois embora o relevo seja suave ondulado, a textura é franco arenosa e praticamente

sem estrutura. A perda de solo pode ser acentuada caso o mesmo esteja sem cobertura viva ou morta. c) Risco de falta de oxigenação: a presença da camada R em profundidade parece limitar a drenagem do perfil,

apesar de sua textura franco arenosa, o que pode ser um fator que pode gerar acúmulo de água no solo, nos períodos de chuvas mais intensas.

d) Capacidade de reter e fornecer água: restrita, pois apesar do teor de matéria orgânica, é um solo franco arenoso, limitando a quantidade de água disponível no solo, principalmente em períodos de seca prolongada.

e) Fertilidade natural: é um aspecto muito limitante deste solo, e pH extremamente ácido e saturação de bases baixa (distrófico).

Figura 9 – Perfil de solo 05, localizado próximo à Igreja da Colônia Santo Antônio, Lapa (PR) e paisagem de

ocorrência.

Page 15: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PERFIL COMPLEMENTAR 06

DESCRIÇÃO GERAL LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS: corte no lado direito da estrada de Lapa a Porto

Amazonas, cerca de 1,9 km após o posto da Polícia Rodoviária Estadual, município da Lapa (PR). Coordenadas 25o44’55,88” S e 49o45’28,31” O.

ALTITUDE: 926 m LITOLOGIA: folhelhos FORMAÇÃO GEOLÓGICA: Grupo Itararé CRONOLOGIA: Permiano-Devoniano PEDREGOSIDADE E ROCHOSIDADE: ausente RELEVO LOCAL: suave ondulado DRENAGEM: moderadamente drenado USO ATUAL: agricultura

A 0-46 cm, bruno muito escuro (10 YR 3/3, úmido); franco argilosa; moderada média blocos subangulares e

pequena granular.

Bi 46-88 cm, vermelho (10 R 5/8, úmido); argilosa; forte muito grande blocos subangulares.

C 88-162 cm+, vermelho amarelado (5 YR 5/6, úmido) com mosqueado comum médio distinto amarelo (2,5 Y

8/6, úmido); franca; forte muito grande blocos subangulares.

Horizonte Profundi-dade

Areia Silte Argila Relação silte/argila

Ca+2 Mg+2 K+ Al+3 H+Al

cm g kg-1 cmolc kg-1

A 0-46 420 240 340 0,71 0,5 0,2 0,15 3,0 12,1

Bi 46-88 240 340 420 0,81 0,3 0,2 0,11 4,0 10,5

C 88-162+ 500 300 200 1,5 0,4 0,1 0,04 1,3 5,4

Relação textural (B/A) = 1,2

Horizonte Profundi-dade

pH P C orgânico SB CTC V Sat. Al Atividade da argila

cm mg kg-1 g kg-1 cmolc kg-1 % cmolc kg-1 argila

A 0-46 4,1 0,6 14,8 0,85 12,95 6,56 67,41 38,09

Bi 46-88 4,2 0,4 0,9 0,61 11,11 5,49 86,77 26,45

C 88-162+ 4,4 0,2 2,7 0,54 5,94 9,09 70,65 29,70

FATORES LIMITANTES OU POTENCIAIS DO PERFIL DE SOLO:

a) Possibilidade de mecanização: com restrições apenas em períodos de muita chuva, devido a pegajosidade e

plasticidade do solo. Não apresenta limitações por pedregosidade, rochosidade, ou relevo.

b) Risco de erosão: moderado, pois apesar do relevo suave ondulado, o grupamento textural do horizonte A é médio.

No caso de compactação do horizonte A, pode ocorrer menor infiltração de água e, consequentemente, maior

erosão.

c) Risco de falta de oxigenação: não aparenta ter elevado risco de excesso de água, evidenciado pela cor

avermelhada do horizonte Bi.

d) Capacidade de reter e fornecer água: aparentemente sem maiores problemas, devido à profundidade do solo e

textura argilosa do horizonte Bi. Somente em períodos de seca prolongada poderia haver problemas.

e) Fertilidade natural: é um aspecto muito limitante deste solo, pois apresenta caráter alítico, pH extremamente

ácido, baixa saturação de bases (caráter distrófico), baixos teores de Ca, Mg, K e P.

Page 16: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

Figura 10: Perfil de solo 6 com seus respectivos horizontes principais (Lapa, PR)

Figura 11: Paisagem de ocorrência do perfil de solo 6 (Lapa, PR)

A

Bi

C

Page 17: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

A CIDADE DA LAPA (PR)

A Lapa é um município com 2093 km2 e 42.000 habitantes, possuindo um centro histórico (tombado em 1989

pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) de 14 quarteirões, com 235 imóveis, datados do século XIX e início do

século XX, com destaque para diversos museus e o Theatro São João (que recebeu o imperador D. Pedro II em

1880). A cidade foi o palco de um grande confronto bélico em 1894 (conhecido como “cerco da Lapa”) durante a

Revolução Federalista.

Também no município da Lapa encontra-se o Parque Estadual do Monge, criado pela Lei Estadual 4170 de

1960, que possui área de 371 hectares. No parque podem ser observados afloramentos de arenitos, que chegam a

formar pequenas grutas. O Parque Estadual do Monge encontra-se fechado (em processo de revitalização).

Mais informações sobre a Lapa no endereço: http://www.lapa.pr.gov.br.

Page 18: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

BIBLIOGRAFIA CITADA

BHERING, S.B.; SANTOS, H.G. (Eds.). Mapa de solos do estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: Embrapa Florestas, Embrapa Solos, Instituto Agronômico do Paraná, 2008.74 p.

CAVIGLIONE, J.H.; KIIHL, L.R.B.; CARAMORI, P.H.; OLIVEIRA, D. Cartas climáticas do Paraná. Londrina: IAPAR, 2000. CD Rom.

CURCIO, G. R.; LIMA, V. C. e GIAROLA, N. F. B. Antropossolos: proposta de ordem. 1 aprox. Colombo: EMBRAPA Florestas, 2004. 49 p. (EMBRAPA CNPF. Documentos, 101). CD-Rom.

MINEROPAR. Mapa geológico do estado do Paraná. Folha de Curitiba. Curitiba, 2006. Mapa 1:250.000.

MINEROPAR. Mapa geológico do estado do Paraná. Folha de Ponta Grossa. Curitiba, 2006. Mapa 1:250.000.

Page 19: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PRINCIPAIS UNIDADES DE MAPEAMENTO DE SOLOS DO TRECHO DA BR 476 (primeiro mapa):

LBd8 – Associação de LATOSSOLO BRUNO Distrófico úmbrico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico úmbrico,

substrato sedimentos pleistocênicos, ambos textura argilosa, álicos, fase campo subtropical, relevo suave ondulado.

GM1 – GLEISSOLO MELÂNICO indiscriminado, textura argilosa, fase campo e floresta subtropical de várzea

PVAd12 – Associação de ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, textura média/argilosa pouco

cascalhenta, fase relevo forte ondulado + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico latossólico, textura argilosa

pouco cascalhenta, fase relevo ondulado, ambos A moderado, álicos, fase floresta subtropical perenifólia.

LBd1 – LATOSSOLO BRUNO Distrófico úmbrico, textura argilosa, álico, fase floresta subtropical perenifólia, relevo

suave ondulado.

FONTE:

BHERING, S.B.; SANTOS, H.G. Mapa de solos do estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: Embrapa

Florestas, Embrapa Solos, IAPAR, 2008. 74 p.

Page 20: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PRINCIPAIS UNIDADES DE MAPEAMENTO DE SOLOS DO TRECHO DA BR 476 (segundo mapa):

LBd1 – LATOSSOLO BRUNO Distrófico úmbrico, textura argilosa, álico, fase floresta subtropical perenifólia, relevo

suave ondulado.

LVd23 – Associação de LATOSSOLO VERMELHO Distrófico argissólico, textura argilosa, A moderado, álico, fase

floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado.

AR1 – AFLORAMENTOS DE ROCHA (Arenitos)

CXbd29 – Associação de CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico argissólico úmbrico, fase relevo suave ondulado de

vertentes curtas, substrato folhelhos sílticos + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico cambissólico úmbrico, fase relevo

suave ondulado, ambos textura argilosa, álicos, fase floresta subtropical perenifólia.

CHa3 – CAMBISSOLO HÚMICO Alumínico típico, textura argilosa, fase floresta subtropical perenifólia, relevo forte

ondulado, substrato filitos.

RLh7 – Associação de NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, textura média, fase campo subtropical, relevo suave

ondulado substrato arenitos + AFLORAMENTO DE ROCHA (arenitos)

FONTE:

BHERING, S.B.; SANTOS, H.G. Mapa de solos do estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: Embrapa

Florestas, Embrapa Solos, IAPAR, 2008. 74 p.

Page 21: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PRINCIPAIS UNIDADES DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO TRECHO DA BR 476 (primeiro mapa):

Qha - Sedimentos de deposição fluvial (aluviões), com areias, siltes, argilas e cascalhos, depositados em canais,

barras e planícies de inundação. Aluviões indiferenciados (areias, argilas e cascalhos).

QPg - Argilas, arcósios, areias e cascalhos

APImgm - Migmatitos oftálmicos, com paleosoma de biotita gnaisse, biotita-hornblenda gnaisse e hornblenda gnaisse,

localmente com quartizitos

APImge - Migmatitos estromáticos com paleosoma de biotita-hornblenda gnaisse, mica-quartzo xisto, ultrabasito,

metabasito e anfibolito

APIrmx - Biotita-muscovita xistas e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e

quartzitos.

APIrms - Serpentina talco xistos, peridotitos serpentinizados e noritos

FONTE: MINEROPAR. Mapa geológico do estado do Paraná. Folha de Curitiba. Curitiba, 2006. Mapa 1:250.000.

Page 22: ROTEIRO DA AULA PRÁTICA NO PERCURSO CURITIBA-LAPA · LITOLOGIA - Biotita-muscovita xistos e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e quartzitos

GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO – 2018- 10 SEMESTRE – UFPR/DSEA–PROF. MARCELO RICARDO DE LIMA

PRINCIPAIS UNIDADES DE MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO TRECHO DA BR 476 (segundo mapa):

Qha - Sedimentos de deposição fluvial (aluviões), com areias, siltes, argilas e cascalhos, depositados em canais,

barras e planícies de inundação. Aluviões indiferenciados (areias, argias e cascalhos).

PCia - Arenitos

PCis - Siltitos, folhelhos, varvitos e conglomerados

APImgm - Migmatitos oftálmicos, com paleosoma de biotita gnaisse, biotita-hornblenda gnaisse e hornblenda gnaisse,

localmente com quartizitos

APImge - Migmatitos estromáticos com paleosoma de biotita-hornblenda gnaisse, mica-quartzo xisto, ultrabasito,

metabasito e anfibolito

APIrmx - Biotita-muscovita xistas e clorita-biotita-muscovita xistos, com ocorrências locais de quartzo xistos e

quartzitos.

FONTE: MINEROPAR. Mapa geológico do estado do Paraná. Folha de Ponta Grossa. Curitiba, 2006. Mapa

1:250.000.