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Direção-Geral da Administração da Justiça Manual de Apoio - Formação de ingresso na carreira de Oficial de Justiça Regime jurídico da(o)s Oficiais de Justiça DGAJ-DF - 2013

Regime jurídico dos Oficiais de Justiça - e-learning.mj.pte-learning.mj.pt/dgaj/dados/0F/008/0F008TEMA4.pdf · de uma carreira, fixada de acordo com o conteúdo e qualificação

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Direção-Geral da Administração da Justiça

Manual de Apoio - Formação de ingresso na carreira de Oficial

de Justiça

Regime jurídico da(o)s Oficiais de Justiça

DGAJ-DF - 2013

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Nota prévia A leitura deste texto de apoio não dispensa de modo algum a consulta dos diplomas legais que conformam estas matérias. O presente documento baseia-se em legislação, regulamentos e doutrina nem sempre consensuais, cuja interpretação pode ser alterada, afetando naturalmente a validade das suas conclusões. Por conseguinte, salvo qualquer incorreção ou omissão absolutamente involuntárias, esta constitui a melhor opinião da DGAJ-DF no tocante à temática em questão, embora cedendo perante qualquer outra melhor fundamentada nos termos legais ou decisões vinculativas. Qualquer dúvida ou sugestão poderá ser colocada ao seguinte endereço: [email protected]

Índice de revisões

1.ª versão setembro 2006 Luís Borges Freitas

2.ª versão fevereiro 2013 José Cabido

João Campos

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PARTE I

OS QUADROS DE PESSOAL DAS SECRETARIAS JUDICIAIS

CAPÍTULO I

OS QUADROS DE PESSOAL

Tal como uma qualquer empresa, os serviços públicos dispõem de uma compo-nente humana, elemento naturalmente indispensável que lhe permitem prosseguir as atribuições que lhe estejam cometidas. No entanto, e a par de outras, os serviços da administração pública, como é o caso das secretarias judiciais, apresentam uma especificidade que não encontramos, por exemplo, numa empresa privada. É que se encontra previamente fixado, na lei, quem e em que número neles pode exercer funções com caráter permanente. Tal resulta do facto de legalmente ser fixado o respetivo “quadro” de pessoal1. Através deste, determina-se o elenco de lugares permanentes do respetivo serviço2. Isso mesmo acontece com as secretarias dos tribunais e com as secretarias dos serviços do Ministério Público, as quais têm os seus “quadros” definidos na Portaria n.º 721-A/2000, de 5 de setembro, retificada através da Declaração de Retificação n.º 9-A/2000, de 5 de setembro de 2000, e alterada pelas Portarias n.ºs 821/2005, de 14 de setembro, 949/2007, de 16 de agosto, 170/2009, de 17 de fevereiro, 598/2009, de 4 de junho, 309/2011, de 21 de dezembro, 12/2012, de 13 de janeiro e 83/2012, de 29 de março.

1 Com a entrada em vigor da Lei n.º 12-A/2008 de 27 de fevereiro, que veio definir e regular os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas bem como o regime jurídico-funcional aplicável a cada modalidade de constituição da relação jurídica de emprego público, os quadros de pessoal em vigor de cada serviço passaram a constituir os mapas de pessoal desse serviço – cfr. al. a), do n.º 7, do art.º 117.º, desta Lei. A al. b), do n.º 7, do mesmo art.º 117.º, estatui que caso os serviços não tenham quadro de pessoal aprovado devem elaborar mapas de acordo com o disposto no art.º 5.º; Assim, e interpretando toda a Lei n.º 12-A/2008, poderemos afirmar que, para os serviços da administração direta e indireta do Estado, com exceção, nomeadamente das secretarias judicias e dos serviços do Ministério Público, os quadros de pessoal simplesmente deixaram de existir. 2 Lugar é o emprego com dotação orçamental para desempenhar um cargo, a que corresponde uma graduação (ou categoria) e um vencimento certo (cfr. João Alfaia, Conceitos Fundamentais do Regime Jurídico do Funcionalismo Público, vol. I, pág. 40).

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Aí se fixa o já referido elenco de lugares permanentes de cada secretaria. Tomemos como exemplo o “quadro” de pessoal da secretaria do Tribunal Judicial da Comarca de Albufeira: Secretaria do Tribunal de Comarca Pessoal: Categorias: Secretário de Justiça ................... 1 Telefonista ............................... 1 Serviços Judiciais Secção Central e de serviço externo e três secções de processos: Pessoal: Categorias: Escrivão de direito ...................... 4 Escrivão-adjunto ...................... 11 Escrivão auxiliar ....................... 11 Serviços do Ministério Público Secção Central e uma secção de processos: Pessoal: Categorias: Técnico de justiça principal ........... 1 Técnico de justiça-adjunto ............ 4 Técnico de justiça auxiliar ............. 6 Verificamos que o “quadro” de pessoal da secretaria do Tribunal Judicial da Comarca de Albufeira se acha definido por cada categoria. Essa é, de resto, a situação comum nas secretarias.

CAPÍTULO II

A CRIAÇÃO E ALTERAÇÃO DOS “QUADROS” DE PESSOAL

Os “quadros” de pessoal das secretarias não são realidades imutáveis. Eles são fixados, naturalmente, tendo em conta determinado movimento processual. Este, no entanto, e por causas diversas, vem a sofrer alterações que vão repercutir-se no número de funcionária(o)s adequado a tal movimento processual. De facto, se se verificar um aumento do número de litígios em determinado tribunal, compreender-se-á que passem a ser necessários mais funcionária(o)s. Haverá, pois, que aumentar o número de lugares do respetivo “quadro” de pessoal. O inverso igualmente sucederá, naturalmente, se o movimento

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processual decair. Vejamos, pois, quais os procedimentos a seguir em tais situações3. Nos termos do art.º 124.° da LOFTJ, aprovada pela Lei n.º 3/99, de 13 de janeiro, «a criação ou alteração dos quadros de pessoal das secretarias faz-se por portaria conjunta dos Ministros das Finanças, Adjunto4 e da Justiça». No entanto, a aprovação da referida portaria é precedida de um conjunto de procedimentos legalmente impostos, os quais por vezes dificultam seja dada uma resposta atempada às carências motivadas pelos acréscimos ao nível do movimento processual.

CAPÍTULO III

OS GRUPOS DE PESSOAL

1. INTRODUÇÃO

Os lugares dos “quadros” de pessoal encontram-se agrupados por categorias, as quais se definem como as posições que os funcionários ocupam no âmbito de uma carreira, fixada de acordo com o conteúdo e qualificação da função ou funções, referidas a um nível remuneratório dos trabalhadora(e)s que exercem funções públicas. As categorias, por sua vez, agrupam-se em carreiras, ou seja, os conjuntos hierarquizados de categorias às quais correspondem funções da mesma natureza a que a(o)s funcionária(o)s têm acesso de acordo com a antiguidade e o mérito evidenciado no desempenho profissional (Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro). Finalmente, as carreiras fazem parte de grupos de pessoal, isto é, o conjunto de carreiras com certas afinidades profissionais e idênticas exigências habilitacionais. Por força da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, os mapas de pessoal devem agrupar o pessoal em:

a) Técnico superior; b) Assistente técnico; c) Assistente operacional;

3 Estão em causa, obviamente, situações permanentes e não necessidades meramente transitórias dos serviços. Estas serão objeto de soluções igualmente transitórias. 4 Deve entender-se membro do Governo que tenha a seu cargo a Administração Pública.

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Por outro lado, o art.° 2.° do Estatuto dos Funcionários de Justiça (EFJ)5, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 343/99, de 26 de agosto, agrupou a(o)s funcionária(o)s de justiça6 em:

a) Pessoal oficial de justiça; b) Pessoal de informática;

c) Pessoal assistente técnico;

d) Pessoal assistente operacional7.

2. O PESSOAL OFICIAL DE JUSTIÇA

A estruturação de carreiras faz-se de acordo com os princípios e o desenvolvimento geral de carreiras neles previstos. No entanto, encontra-se prevista a possibilidade de criação de carreiras de regime especial, sempre e quando estejam em causa conteúdos funcionais de que apenas um ou alguns órgãos ou serviços carecem para o desenvolvimento das respetivas atividades8. Tais razões têm explicado a existência do grupo de pessoal oficial de justiça, específico das secretarias dos tribunais e dos serviços do Ministério Público, o qual, nos termos do n.º 1 do art.º 3.° do EFJ, compreende:

a) A categoria de secretária(o) de tribunal superior; b) A categoria de secretária(o) de justiça;

c) A carreira judicial e a carreira dos serviços do Ministério Público.

A carreira judicial integra as categorias de escrivã(o) de direito, escrivã(o)-adjunta(o) e escrivã(o) auxiliar enquanto que a carreira do Ministério Público

5 Todas as disposições legais referidas nos presentes textos que não contenham a indicação do respetivo diploma reportam-se ao Estatuto dos Funcionários de Justiça, o qual já sofreu alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.ºs 175/2000, de 9 de agosto, 96/2002, de 12 de abril, e 169/2003, de 1 de agosto, bem como pela Lei n.º 42/2005, de 29 de agosto e Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de julho. 6 Nos termos do art.º 1.° do EFJ, funcionária(o)s de justiça são os indivíduos nomeados em lugares dos “quadros” de pessoal de secretarias de tribunais ou de serviços do Ministério Público. 7 Tenha-se em conta o Dec.Lei n.º 121/2008, de 11 de julho, cujo art.º 7.º reza: “Transitam para

a categoria de assistente operacional da carreira geral de assistente operacional, …, os trabalhadores que se encontrem integrados nas carreiras, ou que sejam titulares das categorias,

identificadas no mapa vi anexo ao presente decreto-lei e que dele faz parte integrante.”

8 Art.º 41.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro

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integra as categorias de técnica(o) de justiça principal, técnica(o) de justiça-adjunta(o) e técnica(o) de justiça auxiliar (n.ºs 2 e 3 do art.º 3.°). As categorias de secretária(o) de tribunal superior, secretária(o) de justiça, escrivã(o) de direito e técnica(o) de justiça principal correspondem a lugares de chefia (n.º 4). Nesta medida, apenas os titulares de lugares correspondentes a estas categorias estão investidos em poderes de chefia, mostrando-se incorreta a ideia, corrente nalgumas secretarias, de que, nas unidades de apoio do Ministério Público, o técnica(o) de justiça adjunta(o) detém poderes hierárquicos sobre ao(s) técnica(o)(s) de justiça auxiliar(es). Adiante se desenvolverá o regime de provimento dos lugares de todas estas categorias das carreiras do grupo de pessoal oficial de justiça.

3. OS RESTANTES GRUPOS DE PESSOAL

Os restantes grupos de pessoal através dos quais se distribuem a(o)s funcionária(o)s de justiça compreendem as categorias e carreiras previstas no regime geral, sendo de assinalar as seguintes especificidades:

3.1. Pessoal assistente técnico

Reconhecendo as dificuldades que vêm sendo sentidas ao nível do

preenchimento dos respetivos lugares no âmbito das secretarias, o n.º 2 do art.° 4.° do EFJ permite que, na falta de candidata(o)s com os requisitos legalmente previstos, o recrutamento para a categoria de assistente técnica(o), para a área do tratamento arquivístico dos tribunais possa ser efetuado de entre indivíduos possuidores do 11.° ano9.

No entanto, e por forma a esbater os problemas que, ao nível da qualificação profissional, o regime consubstancia, o n.º 3 da mesma disposição legal estabelece que a nomeação definitiva de tais indivíduos depende do aproveitamento em curso de formação específica, a ministrar, durante o período probatório, pela Direção-Geral da Administração da Justiça10 ou por entidade por esta escolhida.

9 Contudo o art.º 44.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro – Graus de complexidade funcional – exige a titularidade do 12.º ano de escolaridade ou de curso que lhe seja equiparado. 10 Tendo a Direção-Geral da Administração da Justiça sucedido à Direção-Geral dos Serviços Judiciários, todas as referências legais a esta última devem entender-se como reportadas à primeira.

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3.2. Pessoal assistente operacional11

No âmbito deste grupo de pessoal, o EFJ possibilita a criação de lugares adequados ao exercício de funções de oficial-porteira(o) e de auxiliar de segurança, enquanto categorias específicas das secretarias judiciais (n.º 1 do art.º 5.°).

Nos termos da alínea m) e n) do mapa I anexo ao EFJ, compete aos

assistentes operacionais:

Zelar pela segurança e conservação do edifício;

Executar as diversas tarefas relativas ao serviço de portaria;

Orientar, fiscalizando e colaborando, a limpeza das instalações e pequenos serviços de reparação;

Desempenhar as demais funções conferidas por lei ou por determinação superior.

Assegurar a vigilância e a segurança das instalações;

Controlar a entrada e a saída das pessoas, verificando os objetos suspeitos de que as mesmas se façam acompanhar;

Desempenhar as demais funções conferidas por lei ou por determinação superior.

PARTE II

O ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS DE JUSTIÇA

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Enquanto trabalhadora(e)s que exercem funções públicas, a(o)s funcionária(o)s de justiça acham-se submetida(o)s ao regime jurídico genericamente aplicável aos restantes trabalhadora(e)s da administração pública. No entanto, tal complexo de normas apenas se mostra aplicável aos funcionária(o)s de justiça de modo subsidiário (art.° 123.° do EFJ).

11 Vd. nota de rodapé supra n.º 7

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De facto, a(o)s funcionária(o)s de justiça possuem um estatuto privativo, o qual, como já foi referido, consta atualmente do Dec-Lei n.º 343/99, de 26 de agosto, alterado pelos Dec-Leis n.ºs 175/2000, de 9 de agosto, 96/2002, de 12 de abril, e 169/2003, de 1 de agosto, bem como pela Lei n.º 42/2005, de 29 de agosto e pelo Dec-Lei n.º 121/2008, de 11 de julho. Temos, pois, um conjunto de normas que lhes são especialmente aplicáveis e cuja existência se deve às especificidades deste grupo de pessoal, resultantes das exigências próprias que decorrem do facto de se tratar de trabalhadora(e)s que exercem funções em órgãos auxiliares dos tribunais, cuja função constitucionalmente cometida poderá colidir de modo particularmente relevante com os direitos, liberdades e garantias da(o)s cidadã(o)s. No entanto, e como adiante teremos oportunidade de analisar, no âmbito global do referido estatuto ainda encontramos um assinalável conjunto de normas cujo âmbito de aplicação é limitado aos oficiais de justiça, pelas especiais exigências que sobre eles recaem, face aos restantes funcionária(o)s de justiça. Vejamos, então, sistematizadamente, tal estatuto.

CAPÍTULO II

O PREENCHIMENTO DOS LUGARES

1. INTRODUÇÃO

Tal como já foi referido anteriormente, os “quadros” de pessoal das secretarias contemplam diversos lugares, os quais, naturalmente, exigem o seu preenchimento, isto é, a sua ocupação por funcionária(o) que passa a ser titular do lugar, nessa medida sujeita(o) ativa(o) dos direitos e sujeita(o) passiva(o) dos deveres inerentes àquele. No âmbito de tal matéria as regras aplicáveis diferem consoante se trate de oficiais de justiça ou de funcionária(o)s pertencentes aos restantes grupos de pessoal. No primeiro caso aplicam-se, em primeira linha, as normas especiais do estatuto em análise, no segundo caso há lugar, fundamentalmente, à aplicação do regime geral.

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2. AS MODALIDADES DE PREENCHIMENTO DE LUGARES DAS CARREIRAS DO PESSOAL OFICIAL

DE JUSTIÇA

No Estatuto dos Funcionários de Justiça encontram-se previstas e reguladas as seguintes modalidades de preenchimento dos lugares:

1. Integração 2. Transferência 3. Transição 4. Promoção 5. Admissão 6. Interinidade 7. Permuta 8. Comissão de serviço

2.1. A integração

A integração é o preenchimento de lugares do quadro por indivíduos que perderam o lugar de que eram titulares e aguardam colocação em vaga da sua categoria ou de categoria correspondente.

No âmbito do EFJ, encontramos esta figura nas seguintes situações:

a) Oficiais de justiça que, sendo autorizados a desistir da nomeação, passam à situação de disponibilidade, nos termos do art.° 47.º12.

São funcionária(o)s que, através da nova nomeação, foram exonerada(o)s do lugar anterior, o qual, nessa medida, deixou de lhes pertencer, mesmo que o mesmo não tenha sido entretanto preenchido.

Nesta situação é-lhes aplicável o regime do art.° 51.° (situação de disponibilidade), não gozando, contudo, da preferência consagrada no seu n.º 4. Apresentar-se-ão aos concursos posteriores, pois, em situação de total igualdade face aos demais candidata(o)s.

Na situação de disponibilidade, e nos termos do n.º 3 do art.º 51.°, a(o) funcionária(o) pode ser nomeada(o) (oficiosamente)

12 Em regra, e atentos os inconvenientes daí resultantes, as desistências de nomeação não são autorizadas.

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logo que ocorra vaga em lugar da sua categoria13, desde que a nomeação não implique deslocação de duração superior a 90 minutos entre a residência e o local de trabalho, em transporte coletivo regular.

Enquanto se mantiver na situação de disponibilidade a(o) funcionária(o) pode ser afeta(o) pelo Diretor-Geral da Administração da Justiça a serviços compatíveis com a sua categoria, dentro dos limites previstos no n.º 3 (ou seja, desde que a afetação não implique deslocação de duração superior a 90 minutos entre a residência e o local de trabalho, em transporte coletivo regular), independentemente da carreira a que pertença (n.º 6 do art.º 51.°).

b) Oficiais de justiça cujas situações de interinidade, comissão de serviço ou de requisição findam, e que, nos termos da alínea a) do n.º 1 do art.° 51.°, passam à situação de disponibilidade.

Pressupõe-se, naturalmente, apenas as situações em que a(o) funcionária(o) viu o seu lugar de origem declarado vago, nos termos do art.º 16.°. Caso esse lugar não tenha sido declarado vago a(o) funcionária(o) em causa, cessada a interinidade, a comissão de serviço ou a requisição, regressa ao lugar de origem.

Nos termos do n.º 3 do art.° 51.°, a(o) funcionária(o) na situação de disponibilidade por ter findado a situação de interinidade, de comissão de serviço ou de requisição pode ser nomeada(o) logo que ocorra vaga em lugar da sua categoria, desde que aquela não implique deslocação de duração superior a 90 minutos entre a residência e o local de trabalho, em transporte coletivo regular.

Tais nomeações são efetuadas oficiosamente. Se tal acontecer a(o) funcionária(o) beneficia do facto de não ficar sujeita(o) aos prazos exigidos para a transferência ou para a transição (n.º 5).

Enquanto estiver na situação de disponibilidade a(o) funcionária(o) pode requerer a sua nomeação, gozando de preferência absoluta no provimento em qualquer vaga da sua categoria ou de categoria para que possa transitar (n.º 4). Tal

13 O que significa que a nomeação não tem que ocorrer no âmbito do movimento de oficiais de justiça.

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preferência esgota-se com a nomeação para um lugar do quadro.

Enquanto se mantiver naquela situação a(o) funcionária(o) pode ser afeta(o) pelo Diretor-Geral da Administração da Justiça a serviços compatíveis com a sua categoria, dentro dos limites previstos no n.º 3, independentemente da carreira a que pertença (n.º 6 do art.º 51.°).

A situação de disponibilidade não implica a perda de antiguidade ou de qualquer remuneração correspondente à respetiva categoria (n.º 2).

c) Funcionária(o)s de justiça cujos lugares sejam extintos, a(o)s quais passam à situação de supranumerária(o), nos termos do n.º 1 do art.º 52.°.

Nestes casos, e nos termos do n.º 2 do art.º 52.°, a(o)s funcionária(o)s são nomeada(o)s logo que ocorra vaga em lugar da sua categoria, desde que aquela não implique deslocação de duração superior a 90 minutos entre a residência e o local de trabalho, em transporte coletivo regular.

Tais nomeações são efetuadas oficiosamente. No entanto, não se afasta a possibilidade de a(o) funcionária(o) requerer a sua nomeação, gozando de preferência absoluta no provimento em qualquer vaga da sua categoria ou de outra para que possa transitar, se o requerer (n.º 3).

Em caso de colocação oficiosa, a(o) funcionária(o) mantém a preferência durante dois anos (n.º 4), a qual só pode ser exercida por uma vez. Nesse caso a(o) funcionária(o) não está sujeito aos prazos que os art.ºs, 13.° e 14.° exigem, respetivamente, para a transferência e para a transição.

Enquanto se mantiver na situação de supranumerário a(o) funcionária(o) pode ser afeta(o) pelo Diretor-Geral da Administração da Justiça a serviços compatíveis com a sua categoria, dentro dos limites previstos no n.º 3, independentemente da carreira a que pertença (n.º 5 do art. 52.°).

2.2. A transferência

A transferência é o preenchimento de um lugar do “quadro”, pela

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nomeação de um(a) funcionária(o) titular de lugar idêntico de outra secretaria.

A fim de evitar uma excessiva mobilidade do pessoal, com a consequente desestabilização dos respetivos “quadros”, apenas pode ser requerida decorridos dois anos sobre o início de funções, posse ou aceitação do lugar (n.º 1 do art.º 13.°). No entanto, esta é apenas a regra geral, pois:

1.° - A(O)s oficiais de justiça nomeada(o)s oficiosamente nos termos do artigo 46.° (primeiras nomeações oficiosas) podem requerer a transferência sem sujeição a qualquer prazo (n.º 2 do art.° 13.°);

2.° - O tempo de permanência no lugar é, para a(o)s funcionária(o)s nomeada(o)s definitivamente, reduzido a um ano quando a transferência seja requerida em movimento subsequente àquele que não tenha provido o lugar a preencher por falta de candidatos (n.º 3). O requisito temporal atrás referido deve verificar-se à data do termo do prazo para admissão de candidaturas (n.º 5 do art.º 19.°).

Entre a(o)s diversa(o)s funcionária(o)s que requeiram transferência a graduação resulta da classificação de serviço que possuam. Em caso de igualdade preferem a(o)s de maior antiguidade na categoria (n.º 4 do art.º 13.°).

2.3. A transição

A transição é o preenchimento de um lugar do “quadro”, pela nomeação de um(a) funcionária(o) titular de um lugar de carreira diferente, mas com afinidade de conteúdo funcional, idênticos requisitos habilitacionais e índices de vencimentos correspondentes.

No âmbito do grupo de pessoal oficial de justiça, e nos termos do art.º 14.°, a transição é permitida entre as seguintes categorias:

a) Escrivã(o) de direito e técnica(o) de justiça principal, desde que tenham obtido aprovação na prova de acesso à categoria para a qual pretendem transitar;

b) Escrivã(o)-adjunta(o) e técnica(o) de justiça-adjunta(o), desde que tenham obtido aprovação na prova de acesso à categoria para a qual pretendem transitar ou à categoria

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imediatamente superior àquela;

c) Escrivã(o) auxiliar e técnica(o) de justiça auxiliar.

Tal como na transferência, também a transição, por força da remissão constante do n.º 2 do art.° 14.°, apenas pode ser requerida, em regra, decorridos dois anos sobre o início de funções, posse ou aceitação do lugar. Tal regra não é aplicável nas situações previstas nos n.ºs 2 e 3 do art.° 13.° e n.º 5 do art.º 51.º.

Entre a(o)s diversa(o)s funcionária(o)s que requeiram a transição a graduação resulta da classificação de serviço que possuam. Em caso de igualdade preferem a(o)s de maior antiguidade na categoria (n.º 4 do art.° 13.°, aplicável por remissão do n.º 2 do art.º 14.°).

2.4. A promoção

A promoção é o preenchimento de lugar de acesso para categoria superior àquela de que a(o) funcionária(o) é titular.

Os requisitos gerais de acesso na carreira (promoção), que têm de se verificar até ao termo dos prazos referidos no n.º 4 do art.º 19.° (por força do n.º 5 da mesma norma), encontram-se definidos no art.° 9.°e são os seguintes:

1.° - Prestação de serviço efetivo pelo período de três anos na categoria anterior;

2.° - Classificação mínima de Bom na categoria anterior;

3.° - Aprovação na respetiva prova de acesso.

As áreas de recrutamento de cada uma das categorias de acesso são as seguintes:

1.° - Para escrivã(e)s-adjunta(o)s e técnica(o)s de justiça-adjunta(o)s – escrivã(e)s auxiliares e técnica(o)s de justiça auxiliares com três anos de prestação efetiva de serviço na categoria; com a classificação mínima de serviço, nessa categoria, de Bom e com aprovação na respetiva prova de acesso (art.° 9.º e art.° 12.º). 2.° - Para escrivã(e)s de direito e técnica(o)s de justiça principais – escrivã(e)s adjunta(o)s e técnica(o)s de justiça-adjunta(o)s com três anos de prestação efetiva de serviço na categoria; com a classificação

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mínima de serviço, nessa categoria, de Bom e com aprovação na respetiva prova de acesso (art.° 9.º e art.° 11.º).. 3.° - Para secretária(o)s de justiça – escrivã(e)s de direito e técnica(o)s de justiça principais com três anos de prestação efetiva de serviço na categoria; com a classificação mínima de serviço, nessa categoria, de Bom e com aprovação na respetiva prova de acesso (art.° 9.º e art.° 10.º). ou, oficiais de justiça possuidores de curso superior adequado14, com sete anos de serviço efetivo, com a última classificação de Muito bom independentemente da categoria a que a mesma se reporte e aprovados na respetiva prova de acesso (art.º 10.°). Às provas de acesso, que são escritas (n.º 2 do art.º 32.°), podem candidatar-se:

a) A(O)s oficiais de justiça que sejam possuidores da categoria, tempo de serviço e classificação exigidos para o acesso à categoria a que a prova em causa diga respeito (n.º 1 do art.º 33.°);

b) A(O)s oficiais de justiça de categoria a que corresponda nível remuneratório idêntico ao daquele a que a prova diga respeito (n.º 2 do art.° 33.°)15.

A validade das provas de acesso é de três anos, contados desde a data da publicação dos resultados, não podendo a(o)s candidata(o)s aprovada(o)s concorrer, nesse período, a provas idênticas (n.º 1 do art.º 35.°).

A(O)s candidata(o)s excluída(o)s por falta de aproveitamento ou desistência injustificada não poderão submeter-se à prova imediatamente subsequente para acesso em qualquer das carreiras (n.º 2), salvo se a desistência ocorrer até dois meses antes da data da

14 Ao abrigo do n.º 2 do art.° 10.° do EFJ foi publicado, na 2.a série do Diário da República do dia 20.7.2000, o despacho conjunto n.º 743/2000, dos Ministérios da Justiça e da Educação, no qual se determinou que «os cursos adequados à candidatura à prova de acesso para a categoria de secretário de justiça são os que tenham, como área científica dominante, uma das seguintes: Contabilidade e Administração; Direito; Economia; Finanças; Gestão». 15 Se consultarmos o mapa II anexo ao EFJ, veremos que a escala remuneratória de escrivã(o) de direito é idêntica à de técnica(o) de justiça principal, a escala remuneratória de escrivã(o)-adjunta(o) é idêntica à de técnica(o) de justiça-adjunta(o) e a escala remuneratória de escrivã(o) auxiliar é idêntica à de técnica(o) de justiça auxiliar.

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realização da prova (n.º 3).

Não basta, naturalmente, definir a área de recrutamento para cada uma das categorias. Importa fazer a graduação da(o)s candidata(o)s, a qual resulta da aplicação da seguinte fórmula, reportada ao termo dos prazos referidos no n.º 4 do art.° 19.°:

N = 2 x PA + CS + A 4 2

em que: N = nota; PA = classificação obtida na prova de acesso;

CS = última classificação de serviço, com a seguinte equivalência numérica:

Muito Bom = 20 valores; Bom com distinção = 17 valores; Bom = 14 valores; A = antiguidade na categoria (anos completos)

Em caso de igualdade de nota, constitui fator de desempate a antiguidade na categoria (n.º 2 do art.º 41.°).

As regras enunciadas são, no entanto, afastadas, quando houver lugar à aplicação da alínea b) do art.º 40.°, o qual, na promoção para lugares das carreiras de oficial de justiça em secretarias de tribunais instalados em comarcas periféricas16, atribui a preferência absoluta aos funcionária(o)s que, no requerimento a que se refere o n.º 1 do art.º 19.°, assumam o compromisso de permanência em qualquer daquelas comarcas pelo período de três anos.

2.5. A admissão

A admissão é o preenchimento de lugares, em regra na categoria de ingresso, em primeiro provimento.

As categorias de ingresso das carreiras do grupo de pessoal oficial de justiça são as de escrivã(o) auxiliar e de técnica(o) de justiça auxiliar.

A admissão a tais categorias pode ser efetuada por duas vias, embora uma tenha caráter subsidiário. Assim, o EFJ consagra um regime regra

16 Ao abrigo do n.º 1 do art.° 88.° e 125.º do EFJ foi publicado, na 2.a série do Diário da República do dia 01.4.2002, o despacho conjunto n.º 86/2002, dos Ministérios das Finanças, Justiça e da Reforma do Estado e da Administração Pública, no qual se determinou quais os tribunais instalados em comarcas periféricas.

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e um regime supletivo.

2.5.1. O regime regra

Em primeira linha, o ingresso nas categorias de escrivã(o) auxiliar e de técnica(o) de justiça auxiliar faz-se de entre indivíduos habilitados com curso de natureza profissionalizante, aprovada(o)s em procedimento de admissão (n.º 1 do art.º 7.°).

O referido curso, reconhecido, através da Portaria n.º 217/2000, de 11 de abril, como requisito habilitacional de ingresso nas carreiras de pessoal oficial de justiça, foi criado pela Portaria n.º 948/99, de 27 de outubro (alterada pela Portaria n.º 1348/2002, de 12 de outubro, retificada através da Declaração de Retificação n.º 31-G/2002, de 30 de novembro). Tem a duração de 3 anos, durante os quais, na componente técnica, são ministradas as disciplinas com especial interesse para o exercício das funções de oficial de justiça, tais como organização judiciária, contabilidade e custas, informática, processo civil, relações públicas, etc.

Os indivíduos que tenham completado tal curso podem então candidatar-se ao concurso a que se refere o n.º 1 do art.º 21.°, desde que possuam ainda os requisitos necessários à constituição da relação jurídica de emprego público que são os seguintes (art.º 8.º do Dec-Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro):

a) Nacionalidade portuguesa, quando não dispensada pela constituição, convenção internacional ou lei especial;

b) 18 anos de idade completos;

c) Não inibição do exercício de funções públicas ou não interdição para o exercício daquelas que se propõe desempenhar;

d) Robustez física e perfil psíquico indispensáveis ao exercício das funções;

e) Cumprimentos das leis de vacinação obrigatória.

No referido concurso a(o)s candidata(o)s efetuam uma prova escrita de conhecimentos, incidindo sobre as matérias

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ministradas no curso de natureza profissionalizante, sem prejuízo de poderem ser utilizados, isolada ou conjuntamente e com caráter complementar, outros métodos de seleção (n.º 1 do art.º 21.°).

Quando o concurso for composto apenas pela realização da prova escrita, e que será a situação mais usual, a graduação da(o)s candidata(o)s resultará da nota obtida naquela (n.º 2 do art.º 21.°) e, em caso de igualdade, da maior idade (n.º 4). São excluídos a(o)s candidata(o)s que obtenham classificação inferior a 9,5 valores.

Neste momento a(o)s candidata(o)s já estão em condições de ser nomeada(o)s para os lugares de escrivã(o) auxiliar ou de técnica(o) de justiça auxiliar. A nomeação para os referidos lugares inicia-se pela(o)s candidata(o)s que tenham realizado a prova há mais tempo. No âmbito de cada prova atende-se à graduação acima referida (n.º 1 do art.º 42.°).

2.5.2. O regime supletivo

O legislador consagrou ainda um regime supletivo, a ser adotado quando se verifique a falta ou insuficiência de candidata(o)s possuidores do curso de natureza profissionalizante (art.º 8.°).

Este regime supletivo - a que a lei designa como curso de habilitação - integra três fases (n.º 2 do art.° 23.°), de acordo com a Portaria n.º 832/2007, de 3 de agosto que aprovou o “Regulamento do Curso de Habilitação para Ingresso nas Carreiras do Grupo de Pessoal Oficial de Justiça”:

a) Prova de aptidão;

b) Fase de formação;

c) Prova final.

A graduação da(o)s candidata(o)s para efeitos de ingresso na carreira do grupo de pessoal oficial de justiça é feita tendo em conta, como primeiro fator, a data (mais antiga) da realização da prova final. No âmbito de cada prova a graduação resulta da classificação na mesma e, em caso de igualdade, pela maior idade (n.º 2 do art.º 42.° e n.º 4 do art.º 30.°).

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2.5.3. A nomeação oficiosa

Quer no âmbito do regime regra, quer no tocante ao regime supletivo, a nomeação efetua-se de acordo com as pretensões da(o)s candidata(o)s (n.º 1 do art.° 19.°). No entanto, e no âmbito do respetivo movimento, pode suceder - e normalmente acontece - que existam vagas não pretendidas.

Neste caso, o art.° 46.° estabelece que a nomeação se efetua oficiosamente de entre os indivíduos detentores dos requisitos para a admissão. As nomeações oficiosas17 iniciam-se pela(o)s candidata(o)s do regime regra e só na falta ou insuficiência destes se recorre ao regime supletivo.

No entanto, e em ambos, as nomeações iniciam-se segundo a ordem de graduação inversa à que é levada em conta para as nomeações efetuadas mediante requerimento e que resulta do n.º 4 do art.º 21.° e do n.º 4 do art.º 30.°.

Se a nomeação (oficiosa) não for aceite não se torna necessário aguardar pelo movimento subsequente, sendo possível nomear imediatamente o indivíduo que se seguir na ordem de graduação (n.º 2 do art.º 46.°)

2.5.4. O período probatório

Durante um ano - quer sejam do regime regra, quer sejam do regime supletivo – os indivíduos admitidos aos lugares de ingresso ficam sujeitos a um período probatório (n.º 1 do art.º 45.°), o qual se destina a avaliar a aptidão da(o) funcionária(o) para o respetivo cargo. Tal significa, pois, que a nomeação definitiva nunca pode ocorrer antes do termo daquele período, ainda que a(o) funcionária(o), antes desse momento, haja demonstrado excelentes qualidades.

Assim não acontece quando, no decurso do período probatório, a(o) funcionária(o) não revelar aptidão para o cargo. Neste caso não é necessário aguardar pelo decurso do ano, podendo a(o) funcionária(o) ser exonerada(o) em qualquer momento, por

17 A expressão utilizada indica claramente o caráter discricionário desta modalidade de nomeação.

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despacho do Diretor-Geral da Administração da Justiça (n.º 2 do art.° 45.°).

Atingido o final do período de um ano, três hipóteses poderão verificar-se:

1.º - A(O) funcionária(o) revelou aptidão para o cargo - é provida(o) definitivamente no lugar;

2.º - A(O) funcionária(o) não revelou aptidão para o cargo - é exonerada(o). Neste caso, a(o) funcionária(o) só poderá reingressar no quadro de oficiais de justiça após aprovação em novo procedimento de admissão e nunca antes de dois anos após a exoneração (n.º 4 do art.º 45.°);

3.º - Ainda não foi possível formular um juízo seguro sobre a aptidão da(o) funcionária(o) para o cargo - deve ser solicitada, pela(o) respetiva(o) secretária(o) de justiça, a prorrogação do período probatório.

Findo o período da prorrogação, tudo se passa como se referiu nas duas anteriores hipóteses.

Quer a nomeação definitiva quer a exoneração cabem ao Diretor-Geral da Administração da Justiça, tendo por base o parecer da(o) respetiva(o) secretária(o) de justiça, a emitir sobre o relatório que a(o) imediata(o) superior(a) hierárquica(o) da(o) funcionária(o) elabora (n.º 3 do art.º 45.°).

2.6. A interinidade

A interinidade é o preenchimento transitório ou temporário de um lugar que se encontra vago e deserto de candidata(o)s detentora(e)s dos requisitos de provimento nesse lugar, efetuado no exercício de um poder discricionário da Administração.

No âmbito do EFJ, são duas as situações em que são permitidas as nomeações a título interino.

2.6.1. Quando nenhum(a) interessada(o) reúne os requisitos legais para o acesso (art.° 43.°)

Sempre que, para determinado lugar de acesso, não existir qualquer candidata(o) com os requisitos legais, pode “ser

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nomeada(o) interinamente um(a) funcionária(o) da categoria imediatamente inferior”.

Caso existam diversa(o)s candidata(o)s, a graduação é efetuada tendo em conta a classificação de serviço. Em caso de igualdade, preferem a(o)s de maior antiguidade na categoria.

Efetuada a nomeação interina, o Diretor-Geral da Administração da Justiça, ponderada a conveniência dos serviços, pode declarar vago o respetivo lugar de origem (art.º 16.°).

Face ao estabelecido no art.º 57.°, a(o) funcionária(o) que tenha sido nomeada(o) interinamente não pode requerer nova nomeação ao abrigo do art.° 43.° antes de decorrido um ano de serviço efetivo no respetivo lugar.

A(O) funcionária(o) que seja nomeada(o) nos termos indicados cativa, em princípio, o lugar por dois anos, contados a partir da data da publicação da sua nomeação. No entanto, e enquanto mantiver a interinidade, a(o) funcionária(o), se vier a reunir os requisitos exigidos para a promoção, pode requerer, a todo o tempo, a nomeação definitiva no lugar, a qual pode ocorrer fora do movimento de oficiais de justiça (n.º 1 do art.º 44.°).

Se, colocado o lugar a concurso, não existirem candidata(o)s com os requisitos para a nomeação definitiva, a(o) funcionária(o) interina(o) poderá manter-se no mesmo por iguais períodos de dois anos (n.º 2 do art.º 44.°).

Às/Aos oficiais de justiça é contado, para efeitos de antiguidade, o tempo de serviço prestado como interina(o)s, quando não haja interrupção entre a interinidade e a nomeação definitiva ou quando sejam nomeada(o)s definitivamente no primeiro movimento que se realize após a cessação da interinidade (n.º 1 do art.º 76.°). No entanto, tal contagem de tempo de serviço apenas se inicia no momento em que a(o) funcionária(o) nomeada(o) interinamente satisfaça os requisitos exigidos para a nomeação definitiva (n.º 2 do art.º 76.°).

2.6.2. Quando a(o) oficial de justiça graduada(o) para promoção tem pendente processo criminal

ou disciplinar (n.º 1 do art.° 93.°)

Quando a(o) oficial de justiça graduada(o) para promoção tem pendente processo disciplinar ou criminal, é nomeada(o)

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interinamente na respetiva vaga até decisão final.

Se o processo for arquivado, se for proferida decisão absolutória ou aplicada pena que não prejudique a promoção, a nomeação converte-se em definitiva, sendo contado na atual categoria o tempo de serviço prestado interinamente (n.º 2 do art.° 93.°). Nos restantes casos a(o) funcionária(o) regressa ao lugar de origem (n.º 3).

2.7. A permuta

A permuta é a nomeação recíproca e simultânea de funcionária(o)s da mesma categoria e carreira ou de categorias em que seja permitida a transição, pertencentes a quadros de pessoal de serviços ou organismos distintos. No âmbito do EFJ, e nos termos do art.º 15.°, «Os oficiais de justiça podem permutar para lugares da mesma categoria ou de categoria para a qual possam transitar (cfr. art.º 14.°), desde que se encontrem a mais de três anos do limite mínimo de idade para a aposentação».

Efetuada a permuta, a(o)s funcionária(o)s só poderão utilizar a mesma faculdade decorridos, pelo menos, dois anos sobre a data da aceitação do lugar (n.º 2 do art.° 15.°). A permuta efetua-se fora do âmbito do movimento dos oficiais de justiça.

2.8. A comissão de serviço

A comissão de serviço é, a par da nomeação e do contrato de trabalho em funções públicas, uma das formas de constituição da relação jurídica de emprego público.

A relação jurídica de emprego público constitui-se por comissão de serviço quando se trate:

a) do exercício de cargos não inseridos em carreiras,

designadamente dos dirigentes;

b) da frequência de curso de formação específico ou da aquisição de certo grau académico ou de certo título profissional antes do período experimental com que se inicia a nomeação ou o contrato, para o exercício de funções integrado em carreira.

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A comissão de serviço tem a duração de três anos, sucessivamente renovada por iguais períodos, na falta de lei especial em contrário

O tempo de serviço decorrido em comissão de serviço é contado, sendo o caso, na carreira e categoria às quais a(o) trabalhador(a) regressa.

A aceitação do exercício de cargos em comissão de serviço reveste a forma de posse, salvo o disposto em leis especiais. A posse é um ato público, pessoal e solene pelo qual a(o) trabalhador(a) manifesta a vontade de aceitar o exercício do cargo. É aplicável à posse, com as necessárias adaptações, o disposto para a aceitação no regime da nomeação, quanto à forma, competência, prazos e efeitos.

O regime especial da(o)s oficiais de justiça apenas para a(o)s secretária(o)s de tribunal superior e para a(o)s secretária(o)s de justiça em secretarias-gerais estabelece a comissão de serviço como forma de nomeação (n.º 1 do art.° 37.° e art.º 39.°).

2.8.1. Secretária(o)s de tribunal superior

A(O) secretária(o) de tribunal superior é a(o) funcionária(o) que, nos tribunais superiores, dirige os serviços da secretaria respetiva, e cujas competências se acham elencadas na alínea a) do mapa I anexo ao EFJ.

Nos termos do art.º 36.°, o recrutamento de tais lugares faz-se por escolha de entre secretária(o)s de justiça com classificação de Muito bom. A(O)s secretária(o)s de tribunal superior são provida(o)s em comissão de serviço, pelo período de três anos, renovável (não automaticamente) por iguais períodos (n.º 1 do art.º 37.°). A intenção de renovação da comissão de serviço deve ser comunicada pelo Diretor-Geral da Administração da Justiça à/ao interessada(o) até 30 dias antes do seu termo (n.º 2).

O tempo de serviço prestado na categoria de secretária(o) de tribunal superior entra no cômputo de antiguidade na categoria de origem, nos termos do n.º 5 do art.º 75.°.

2.8.2. Secretária(o)s de justiça em secretarias-gerais

O regime de recrutamento e provimento da(o)s secretária(o)s de justiça em secretarias-gerais será referido no âmbito do

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movimento da(o)s oficiais de justiça.

2.8.3. Primeiras nomeações

No tocante às primeiras nomeações, em lugar de ingresso, de trabalhadora(e)s que já exercem funções públicas em lugar de outra carreira da Administração Pública18, igualmente são efetuadas em comissão de serviço, durante o período probatório, por forma a cativar o respetivo lugar de origem.

3. O MOVIMENTO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA

3.1. A candidatura

O preenchimento dos lugares das categorias do pessoal oficial de justiça é efetuado, em regra, através dos chamados movimentos da(o)s oficiais de justiça (cfr. n.º 1 do art.º 18.°), os quais podem ser ordinários ou extraordinários (n.º 2). Os movimentos ordinários são os que se realizam nos meses de fevereiro, junho e novembro. Os movimentos extraordinários são todos os que se realizarem para além daqueles (n.º 3). Com exceção das primeiras nomeações oficiosas, nomeações oficiosas de supranumerários e de funcionária(o)s na situação de disponibilidade, bem como das colocações oficiosas decorrentes de medidas disciplinares, as nomeações em lugares do “quadro” de qualquer secretaria de tribunal ou de serviço do Ministério Público são efetuadas mediante requerimento dirigido ao Diretor-Geral da Administração da Justiça (n.º 1 do art.º 19.°). Nos termos do n.º 4 do art.º 19.°, utilizando o modelo de requerimento, apenas disponível na intranet, sendo o acesso efetuado através da página da DGAJ (www.dgaj.mj.pt)19, apenas são considerados os requerimentos que sejam validados pelo respetivo sistema informático:

a) Nos movimentos ordinários, até ao dia 10 do mês anterior ao da realização do respetivo movimento;

18 Se a(o) funcionária(o) possuir nomeação provisória não beneficia deste regime. 19 Cfr. circulares da Direção-Geral da Administração da Justiça nº.s 5/2005, de 10 de fevereiro, e 33/2005, de 5 de julho, quanto ao requerimento eletrónico.

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b) Nos movimentos extraordinários, no prazo de 10 dias úteis contados desde a data da publicação do respetivo aviso (n.º 4), a qual ocorre na 2.º série do Diário da República (n.º 4 do art.º 18.°).

c) Nas datas acima referidas, e sob pena de exclusão do respetivo requerimento, a(o) candidata(o) deve reunir os respetivos requisitos legais (n.º 5 do art.° 19.°).

O requerimento obedece às seguintes formalidades (n.º 4 do art.°

124.°):

a) Graduação dos diferentes lugares em linhas separadas e por ordem de preferência de provimento20; b) Indicação do título, efetivo ou interino, do provimento pretendido.

Se a(o) funcionária(o) pretender candidatar-se a mais de uma categoria, deve apresentar as suas candidaturas em requerimentos separados (n.º 2 do art.° 19.°), indicando a categoria preferida; na falta desta indicação cabe à Direção-Geral da Administração da Justiça a respetiva designação (n.º 3).

Os requerimentos são válidos apenas para um movimento (n.º 6 do art.º 19.°).

3.2. As fases do movimento

Terminado o prazo para apresentação dos requerimentos, inicia-se um conjunto de operações destinadas ao preenchimento de lugares vagos e a vagar (n.º 1 do art.º 19.°) e que vão culminar com a nomeação da(o)s oficiais de justiça. Do referido n.º 1 do art.º 19.° resulta, pois, que são preenchidas, sequencialmente:

a) As vagas existentes à data do início do movimento; b) As vagas que são originadas pelo preenchimento das primeiras;

c) As vagas que, por outros motivos, venham a ocorrer durante a realização do movimento, desde que não impliquem uma considerável

20 Para a elaboração correta do requerimento o candidato deve consultar a portaria que contém os quadros de pessoal das secretarias.

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alteração dos atos já realizados;

d) As vagas relativamente às quais há a certeza de que venham a ocorrer no período compreendido entre as datas previstas da aprovação e da publicação do movimento.

Daqui resulta que a(o) funcionária(o) deverá candidatar-se a todos os lugares que lhe interessam, independentemente de se encontrarem ou não vagos no momento em que apresenta o seu requerimento. A cada um dos requerimentos é anexo o registo biográfico da(o) respetiva(o) funcionária(o), o qual contém os elementos relevantes que cada um(a) da(o)s candidata(o)s possui. Face a tais elementos os requerimentos são ordenados por categorias e, dentro de cada uma delas, graduados de acordo com as disposições legais aplicáveis. A ordenação supra-referida é a seguinte:

1.0 - Preenchimento das vagas de secretária(o) de justiça em secretaria-geral Nos termos do n.º 1 do art.° 38.°, estas nomeações são efetuadas por transferência de entre secretária(o)s de justiça que:

a) Detenham classificação de Muito bom na categoria; b) Estejam a mais de três anos do limite de idade para o exercício de funções.

No entanto, os lugares em causa para os quais não existam candidata(o)s que reúnam os referidos requisitos podem ser preenchidos por secretária(o)s de justiça possuidora(e)s da classificação de Muito bom, independentemente da idade (n.º 2 do art.º 38.°).

Por força da remissão contida no art.º 39.° o provimento da(o)s secretária(o)s de justiça em secretarias-gerais é efetuado em comissão de serviço, por três anos, renovável por iguais períodos

2.0 - Preenchimento das restantes vagas de secretária(o) de justiça O preenchimento destes lugares obedece à seguinte ordenação, a qual igualmente terá que ter em conta a modalidade de preenchimento do lugar que esteja em causa. Assim, temos:

a) - Integração (supranumerária(o)s e disponibilidade)

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Em primeiro lugar são graduados os indivíduos que se encontram na situação de supranumerária(o) ou na disponibilidade, face à preferência absoluta consagrada no n.º 4 do art.° 51.° e no n.º 3 do art.º 52.° (cfr. ainda o proémio do art.° 40.°). No entanto, e como já anteriormente foi referido, a nomeação desta(e)s funcionária(o)s, havendo vaga, é efetuada independentemente de requerimento.

b) - Transferências Em segundo lugar atendem-se os pedidos de transferência, na medida em que, nos termos da alínea a) do art.º 40.°, gozam de preferência a(o)s oficiais de justiça que requeiram transferência ou transição, salvo se possuírem na categoria classificação inferior a Bom21. Entre esta(e)s funcionária(o)s a sua graduação é efetuada tendo em conta, sucessivamente, a classificação de serviço e a antiguidade na categoria (cfr. n.º 3 do art.° 13.°).

c) - Promoções Seguidamente são efetuadas as promoções, tendo em conta que a alínea b) do art.º 40.° atribui preferência absoluta, na promoção para lugares de secretarias de tribunais instalados em comarcas periféricas, aos indivíduos que assumam o compromisso de permanência em qualquer daquelas comarcas pelo período de três anos. Entre estes indivíduos bem como no âmbito das restantes promoções a graduação é efetuada nos termos do art.º 41.°.

d) - Nomeações ao abrigo do art.º 43.° Se não existir qualquer candidata(o) que reúna os requisitos legais para a nomeação definitiva, o preenchimento dos lugares que tenham ficado vagos pode ser efetuado interinamente. Assim, e depois de discricionariamente determinados os lugares a preencher, são graduada(o)s a(o)s respetiva(o)s candidata(o)s, de acordo, sucessivamente, com a classificação de serviço e a antiguidade na categoria. A(O)s candidata(o)s apenas poderão ser escrivã(e)s de direito e técnica(o)s de justiça principais que tenham requerido a nomeação nestes termos.

3.° - Preenchimento das vagas de escrivã(o) de direito e de técnica(o) de justiça principal No âmbito do preenchimento das vagas de escrivã(o) de direito e de

21 Um(a) funcionária(o) não classificado na categoria continua a ter preferência na transferência pois não possui classificação inferior a Bom.

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técnica(o) de justiça principal a graduação é idêntica à anteriormente exposta quanto à/ aos secretária(o)s de justiça, acrescendo, no entanto, a possibilidade de existirem transições.

4.° - Preenchimento das vagas de escrivã(o)-adjunta(o) e de técnica(o) de justiça-adjunta(o) O preenchimento destas vagas obedece à graduação já indicada para a(o)s secretária(o)s de justiça, além das transições.

5.° - Preenchimento das vagas de escrivã(o) auxiliar e de técnica(o) de justiça auxiliar O preenchimento das vagas de escrivã(o) auxiliar e de técnica(o) de justiça auxiliar é efetuado, tendo em conta as normas já acima indicadas, do seguinte modo:

a) - Integração (disponibilidade e supranumerária(o)s)

b) - Transferências e transições

c) - Admissões

Nesta última fase trata-se de efetuar as colocações dos indivíduos aprovados no procedimento regra ou no curso de habilitação, nos termos já anteriormente expostos.

4. A NOMEAÇÃO

Realizadas que sejam todas as fases descritas, o movimento culmina com o despacho que o aprova, e que consubstancia a nomeação de todos os indivíduos nele indicados. A nomeação é o ato unilateral da Administração, pelo qual se preenche um lugar do “quadro” e se visa assegurar, de modo profissionalizado, o exercício de funções próprias do serviço público que revistam caráter de permanência. A nomeação carece de publicação (art.° 37.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro), ato que condiciona a sua eficácia, nos termos do n.º 2 do art.° 130.° do Código do Procedimento Administrativo.

5. A ACEITAÇÃO (E A POSSE)

A eficácia da nomeação depende da aceitação da(o) nomeada(o) (art.° 15.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro) a qual se define como o ato pelo

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qual a(o) nomeada(o) declara aceitar a nomeação. A aceitação, nos casos de exercício de cargos em comissão de serviço, reveste a forma de posse22 (n.º 1 do art.º 24.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro). O prazo para a aceitação da nomeação em lugar dos “quadros” das secretarias judiciais é fixado no despacho de nomeação, não podendo ser inferior a 2 nem superior a 30 dias (n.º 1 do art.º 48.°). A fixação do prazo é efetuada tendo em conta a localização geográfica da secretaria a cujo “quadro” pertence o lugar a prover (n.º 2). Pode haver lugar à prorrogação do prazo para a aceitação, por períodos determinados, por despacho do Diretor-Geral da Administração da Justiça, por motivos de doença ou férias (n.º 2 do art.º 17.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro): No caso de ausência por motivos de parentalidade, de faltas por acidente de trabalho ou doença profissional e de prestação de serviço militar o prazo de aceitação é automaticamente prorrogado para o termo de tais situações (n.º 3 do art.º 17.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro); A competência para a assinatura do termo de aceitação ou para conferir a posse cabe (n.ºs 3 e 4 do art.º 48.°):

a) À/Ao juiz(a)-presidente do tribunal, no caso da(o)s secretária(o)s de tribunal superior e da(o)s secretária(o)s de justiça das secretarias judiciais; b) À/Ao respetiva(o) magistrada(o) do Ministério Público, no caso da(o)s secretária(o)s de justiça das secretarias dos serviços do Ministério público;

c) À/Ao respetiva(o) secretária(o) de justiça, quanto à/aos restantes funcionária(o)s;

d) A outras entidades, em casos justificados e mediante autorização do Diretor-Geral da Administração da Justiça.

Os modelos dos termos de aceitação e de posse foram aprovados pela Portaria n.º 62/2009, de 22 de janeiro. Os duplicados dos respetivos termos devem ser enviados à Direção-Geral da Administração da Justiça no prazo de cinco dias após a respetiva aceitação ou posse (n.º 7 do art.º 48.°).

22 Todas as referências que adiante se farão para a aceitação são válidas para a posse.

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A falta de aceitação no prazo legal tem as seguintes consequências (n.ºs 5 e 6):

a) Quanto à/aos candidata(o)s a que se refere o n.º 1 do art.º 21.°, a exclusão do procedimento e a impossibilidade de candidatura a novo procedimento de admissão durante o período de dois anos a contar do termo do prazo para a aceitação ou posse; b) Quanto à/aos candidata(o)s aprovados em curso de habilitação, a exclusão do respetivo curso;

c) Nos restantes casos determina o levantamento de auto por falta de assiduidade.

CAPÍTULO III

OS INSTRUMENTOS DE MOBILIDADE

1. A COMISSÃO DE SERVIÇO

Embora continuemos a tratar da comissão de serviço, tenha-se em conta, no entanto, que já não estamos no âmbito do preenchimento de lugares do “quadro” mas sim no domínio dos instrumentos de mobilidade. Assim, a(o) funcionária(o) nomeada(o) nestes termos não vai ocupar qualquer dos lugares permanentes do “quadro” de pessoal do serviço para onde é nomeada(o). A ela se refere o art.º 54.° do EFJ. Assim, e no âmbito deste dispositivo legal, a(o)s funcionária(o)s de justiça, quando razões especiais de serviço o justifiquem, podem ser nomeada(o)s em comissão de serviço para:

a) Conselho Superior da Magistratura e Procuradoria-Geral da República; b) Serviços dependentes do Ministério da Justiça, com exceção das secretarias dos tribunais;

c) Outros departamentos do Estado.

Nestes casos o Diretor-Geral da Administração da Justiça, ponderada a conve-

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niência dos serviços, pode declarar vago o lugar de origem (art.º 16.°). Na falta de disposição especial ou de fixação pelo respetivo despacho, a duração das comissões de serviço é de três anos (n.º 3 do art.º 54.°). Podem ser ilimitadamente renováveis, com exceção das comissões de serviço efetuadas para os departamentos a que se refere a alínea c) do n.º 1 do art.º 54.°, as quais só podem ser renovadas por uma vez (n.º 4). No entanto, e em qualquer uma das situações, pode a Administração fazer cessar a comissão de serviço a todo o tempo (n.º 3). O tempo em comissão de serviço é considerado como serviço efetivo na categoria ou cargo de origem (n.º 2).

2. A REQUISIÇÃO E O DESTACAMENTO

A requisição é o exercício de funções a título transitório em serviço ou organismo diferente daquele a que pertence a(o) funcionária(o), sem ocupação do lugar do “quadro”, sendo os encargos suportados pelo serviço de destino. O destacamento é o exercício de funções noutra secretaria judicial, a título transitório e sem ocupação de lugar do “quadro”, motivado por razões ponderosas de serviço. Nos termos do art.° 55.° a(o)s funcionária(o)s de justiça, quando razões especiais de serviço o justifiquem, podem ser requisitada(o)s ou destacada(o)s nos termos da lei geral. Importa desde já esclarecer que atualmente a lei não reconhece estas figuras havendo as mesmas sido substituídas pela figura da “cedência de interesse público” a que se refere o art.º 58.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro cuja leitura desde já se recomenda. Contudo, em conformidade com o que dispõe o EFJ, o destacamento faz-se por períodos até um ano, prorrogável até ao limite de três anos (n.º 3 da mesma disposição legal). No entanto, o regime da requisição previsto, no EFJ, realizava-se de acordo com os termos gerais (n.º 2 do art.º 55.º), no presente, esse regime passou a ser configurado como mobilidade interna dado o disposto no n.º 1 do art.º 103.º da Lei 12-A/2008, de 27 de fevereiro. O Diretor-Geral da Administração da Justiça, ponderada a conveniência dos serviços, pode declarar vago o lugar de origem (art.º 16.°). Nos termos do art.º 57.° a(o)s oficiais de justiça não podem ser colocada(o)s em mobilidade interna antes de decorrido um ano de serviço efetivo no

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respetivo lugar ou enquanto nele se encontrem nomeada(o)s provisoriamente. Nos termos do n.º 1 do art.° 55.° a(o)s funcionária(o)s de justiça, quando razões especiais de serviço o justifiquem, podem ser destacada(o)s. O destacamento faz-se por um período até um ano, prorrogável por uma vez (n.º 3 do art.º 55.°). O Diretor-Geral da Administração da Justiça, ponderada a conveniência dos serviços, pode declarar vago o lugar de origem (art.º 16.°). Nos termos do art.º 57.° a(o)s oficiais de justiça não podem ser destacada(o)s antes de decorrido um ano de serviço efetivo no respetivo lugar ou enquanto nele se encontrem nomeada(o)s provisoriamente. O art.º 56.° consagra ainda a figura do destacamento excecional, o qual se distingue do primeiro pelos seguintes aspetos:

a) É aplicável apenas nos casos de excecional volume ou acumulação de serviço; b) Pressupõe a inadequação aos demais instrumentos de mobilidade; c) É aplicável apenas à/aos oficiais de justiça;

d) Depende da anuência da(o) funcionária(o);

e) Tem a duração máxima de um ano (prazo máximo de seis meses, prorrogável por uma só vez);

f) Dá lugar ao pagamento do abono de ajudas de custo.

3. A ADMISSÃO DE EVENTUAIS

A admissão de eventuais é o preenchimento temporário de um lugar “além-quadro”, para o desempenho de funções atribuídas a escrivã(o) auxiliar ou técnica(o) de justiça auxiliar. Nos termos do art.º 183.° do Dec-Lei n.º 376/87, de 11 de dezembro, na redação dada pelo Dec-Lei n.º 167/89, de 23 de maio, mantido em vigor pela alínea a) do art.º 2.° do Dec-Lei n.º 343/99, de 26 de agosto, a mesma só pode recair sobre indivíduos já aprovados na prova final que se realiza após a fase de formação, sendo admitida nos casos de grande acumulação de serviço, previsão de vacatura ou impedimento de titulares por mais de três meses, falta de concorrentes ou outros motivos justificativos.

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A(O)s eventuais são admitida(o)s observando-se a graduação nos testes públicos e, em caso de igualdade, pela maior idade (n.º 2, o qual remete para o n.º 3 do art.° 55.° do anterior EFJ), e gozam dos direitos e estão sujeita(o)s aos deveres gerais e incompatibilidades da(o)s funcionária(o)s de justiça (n.º 6). O tempo de serviço prestado nesta situação é contado, sempre que não decorra um período de tempo superior a 90 dias, reportado à data do despacho de nomeação, entre a cessação da eventualidade e aquela data (n.º 6). A(O)s eventuais auferem a remuneração base correspondente ao índice do escrivã(o) auxiliar e da(o) técnica(o) de justiça auxiliar provisória(o)s.

CAPÍTULO IV

BREVE ALUSÃO À NOVA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA JUDICIÁRIO

Encontra-se em discussão na Assembleia da República um diploma sobre a reforma da organização judiciária atual. Dos respetivos projetos consta que a nova comarca, redimensionada em função da matriz territorial distrito administrativo, terá um novo modelo de gestão, que lhe vai conferir maior autonomia e que lhe permitirá, designadamente, a adoção de práticas gestionárias por objetivos. A gestão de cada tribunal judicial de 1.ª instância será assegurada por um Conselho de Gestão, centrado na figura da(o) juiz(a) presidente, mas com uma estrutura tripartida, composta por este último, nomeado em comissão de serviço por escolha do Conselho Superior da Magistratura, por um(a) magistrada(o) do Ministério Público coordenador(a), nomeada(o) em comissão de serviço pelo Conselho Superior do Ministério Público, que dirige os serviços do Ministério Público na comarca, e por um(a) administrador(a) judiciária(o), também nomeada(o) em comissão de serviço pela(o) presidente do tribunal, por escolha de entre elementos propostos pelo Ministério da Justiça, através da Direção-geral da Administração da Justiça. Nessa estrutura de gestão, cada interveniente terá competências próprias nas matérias para as quais se encontra vocacionado, devendo a(o) juiz(a) presidente articular-se com o Conselho Superior da Magistratura, a(o) magistrada(o) do Ministério Público coordenador(a) com o Conselho Superior do Ministério Público, e a(o) administrador(a) judiciária(o) com a Ministério da Justiça, através da Direção-geral da Administração da Justiça, sendo reservadas algumas matérias para deliberação do Conselho de Gestão,

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designadamente as relativas à colocação de pessoal e à definição de lugares a preencher na comarca, ponderadas as competências próprias dos serviços do Ministério Público e dos serviços judiciais. A presidência do tribunal caberá a um(a) juiz(a), com competências de representação e direção da comarca, de gestão processual, administrativas e funcionais. A(O) magistrada(o) do Ministério Público coordenador(a) é responsável pela direção e coordenação da atividade do Ministério Público na comarca, competindo-lhe, nomeadamente, acompanhar o desenvolvimento dos objetivos fixados para os serviços do Ministério Público, proceder à distribuição do serviço entre a(o)s procuradora(e)s da República da mesma comarca e entre procuradora(e)s-adjunta(o)s e propor ao Conselho Superior do Ministério Público a reafectação de magistrada(o)s do Ministério Público no âmbito da mesma comarca ou a afetação de processos, para tramitação, a outra(o) magistrada(o) que não seja o seu titular. A(O) administrador(a) judiciária(o) tem competências administrativas e de gestão, tais como a direção dos serviços da secretaria da comarca, a gestão da utilização das instalações, equipamentos e espaços do tribunal, a distribuição do orçamento da comarca, após aprovação, e respetiva execução, sob orientação do Ministério da Justiça. À semelhança do estabelecido na Lei n.º 52/2008, de 28 de agosto, mantém-se a existência de um órgão com funções consultivas para cada comarca - Conselho Consultivo – composto pelos elementos integrantes do órgão de gestão e por representantes das demais profissões judiciárias, participantes na atividade da comarca, dos municípios que a integram e da(o)s utentes dos serviços de justiça. Desta forma, gestão da comarca obriga a que exista um orçamento único, um único mapa de pessoal para a(o)s funcionária(o)s de justiça, integrada(o)s numa única secretaria para toda a comarca e que o número de magistrada(o)s seja igualmente definido para a comarca de forma global. Cada comarca passa a dispor de um único mapa de pessoal para funcionária(o)s de justiça, devendo o número de magistrada(o)s ser igualmente definido de forma global para a comarca. Quanto à/aos oficiais de justiça, estão previstos novos mecanismos de mobilidade através da revisão do respetivo estatuto de modo a permitir um maior ajustamento entre os recursos existentes e as necessidades de cada tribunal. A(O) administrador(a) judiciária(o), passa a poder recolocar a(o)s oficiais de justiça dentro da mesma comarca e nos limites legalmente definidos,

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mediante decisão fundamentada e sempre que se mostre inviabilizado o recurso a oficiais de justiça que se encontrem em situação de disponibilidade.

CAPÍTULO V

DIREITOS, DEVERES E INCOMPATIBILIDADES

OS DIREITOS

1. DIREITOS GERAIS

A(O)s funcionária(o)s de justiça gozam, desde logo, dos direitos gerais de que beneficia qualquer trabalhador(a) no exercício de funções públicas, dos quais se destacariam apenas os seguintes:

1.1. Direito à remuneração base23

A remuneração base é o montante pecuniário correspondente ao nível remuneratório da posição remuneratória onde a(o) trabalhador(a) se encontra na categoria de que é titular ou do cargo exercido em comissão de serviço e é abonada em catorze mensalidades, correspondendo uma delas ao subsídio de Natal e a outra ao subsídio de férias (n.ºs 1 e 3 do art.° 70.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro).

No tocante à/aos oficiais de justiça os níveis remuneratórios são os que constam do mapa II anexo ao respetivo estatuto, os quais são referenciados ao índice 100 da tabela remuneratória única dos trabalhadores que exercem funções públicas (n.º 3 do art.º 80.° do EFJ).

As situações que dão lugar a perda da remuneração constam da lei e são, nomeadamente, as seguintes24:

23 A remuneração base integra a remuneração de categoria e a remuneração de exercício (n.º 1 do art.º 85.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro). A remuneração de categoria é igual a cinco sextos da remuneração base enquanto que a remuneração de exercício é igual a um sexto da remuneração base. 24 A remuneração de categoria nunca é perdida isoladamente

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1.1.1. Suspensão preventiva em processo disciplinar

Nos termos do n.º 1 do referido art.° 96.° do EFJ a(o) oficial de justiça arguida(o) em processo disciplinar pode ser preventivamente suspensa(o) das suas funções desde que haja fortes indícios de que à infração caberá, pelo menos, a pena de suspensão e a continuação na efetividade de serviço seja prejudicial à instrução do processo, ao serviço ou ao prestígio e à dignidade da função.

A suspensão preventiva é executada por forma a assegurar-se a defesa da dignidade pessoal e profissional da(o) oficial de justiça (n.º 2), não pode exceder 120 dias, determina a perda da remuneração de exercício e não prejudica a contagem do tempo de serviço (n.º 3).

A perda da remuneração de exercício será reparada ou levada em conta pela entidade competente após a decisão final do processo (n.º 4).

1.1.2. Doença da(o) funcionária(o) e/ou familiares durante os primeiros 30 dias de ausência

Para a(o)s oficiais de justiça25, o n.º 2 do art.° 29.° do Dec-Lei n.º 100/99, de 31 de março, estabelece que, salvo os casos de internamento hospitalar, por motivo de cirurgia ambulatória, doença por tuberculose e doença com início no decurso do período de atribuição do subsídio parental que ultrapasse o termo deste período, as faltas por motivo de doença devidamente comprovada determina:

a) A perda da totalidade da remuneração base diária no

1.º, 2.º e 3.º dias de incapacidade temporária, nas situações de faltas seguidas ou interpoladas;

b) A perda de 10 % da remuneração base diária a partir

do 4.º dia e até ao 30.º dia de incapacidade temporária.

Para a(o)s restantes funcionária(o)s de justiça, as faltas por doença determinam a perda de remuneração quando a(o) trabalhador(a) beneficie de um regime de proteção social A ausência que se prolongue por mais de um mês determina a suspensão do contrato

25 Apenas a(o)s enquadrada(o)s no regime de proteção social convergente (ou seja, a(o)s que foram inscrita(o)s na Caixa Geral de Aposentações até 31 de dezembro de 2005).

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1.2. Direito ao lugar

O direito ao lugar, no tocante à/aos funcionária(o)s com nomeação definitiva, significa o direito à ocupação do mesmo ou à sua cativação, não podendo a(o) titular respetiva(o) ser dele destituída(o) a não ser através de pena expulsiva de natureza disciplinar ou criminal.

Tal direito, que não abrange, em princípio, o posto de trabalho nem a localidade de desempenho da função, subsiste mesmo que o respetivo lugar seja extinto, na medida em que, neste caso, deverá ser integrada(o) em outro lugar da mesma ou idêntica categoria26.

O n.º 1 do art.° 58.° do EFJ estabelece algumas garantias para a(o)s funcionária(o)s de justiça decorrentes desse direito, ao dispor que a(o)s mesma(o)s «só podem ser transferidos para fora da comarca do lugar de origem a seu pedido, por motivo disciplinar, por extinção do lugar ou por colocação na situação de disponibilidade».

1.3. Direito à contagem do tempo de serviço prestado

A prestação de serviço efetivo bem como diversas situações de ausência legítima atribuem à/ao funcionária(o) o direito à contagem do chamado tempo de serviço, o qual se mostra relevante, designadamente, para efeitos de antiguidade e aposentação. Vejamos em especial a antiguidade.

Em termos gerais, o início da contagem do tempo de serviço é determinado pela aceitação da nomeação, face ao disposto no n.º 1 do art.º 18.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro.

No entanto, o n.º 1 do art.° 75.° do EFJ consagra uma solução especial, favorável à/aos funcionária(o)s de justiça, ao dispor que, quanto a esta(e)s, a antiguidade é contada desde a data da publicação do despacho de nomeação no Diário da República.

Quando vária(o)s funcionária(o)s forem abrangida(o)s por nomeações publicadas na mesma data, a antiguidade determina-se pela ordem de

26 Cfr. João Alfaia, Conceitos Fundamentais do Regime Jurídico do Funcionalismo Público, voI. I, págs. 477 a 479.

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publicação (n.º 2 da mesma disposição legal). A ordem da publicação obedece à graduação para provimento (n.º 3).

Para efeitos de antiguidade, a(o)s oficiais de justiça podem ainda beneficiar da contagem do tempo de serviço exercido em regime de interinidade, ao abrigo do art.º 43.°. No entanto, só releva o tempo de serviço posterior ao momento em que a(o) funcionária(o) satisfaz os requisitos exigidos para a nomeação definitiva, e desde que não haja interrupção entre a interinidade e a nomeação definitiva ou quando sejam nomeada(o)s definitivamente no primeiro movimento que se realize após a cessação da interinidade (art.° 76.°).

Igualmente relevante, para efeitos de antiguidade, pode ser o tempo de serviço exercido em regime de eventualidade. Tal relevância depende do facto de não decorrer um período de tempo superior a 90 dias, reportado à data do despacho de nomeação, entre a cessação da eventualidade e aquela data (n.º 6 do art.º 183.° do Dec-Lei n.º 376/87, de 11 de dezembro)":

O documento que traduz a contagem do tempo de serviço é a lista de antiguidades, a organizar anualmente com referência a 31 de dezembro do ano anterior (n.º 1 do art.º 77.° do EFJ e n.º 1 do art.º 93.° do Dec-Lei n.º 100/99, de 31 de março).

As listas de antiguidade ordenam a(o)s funcionária(o)s de justiça por categorias, de harmonia com o tempo de serviço que lhes for contado, mencionando-se, a respeito de cada um, a data de nascimento, a categoria e a data de nomeação (n.º 2 do art.º 77.°).

O tempo de serviço contado para a antiguidade é referido a anos, meses e dias, pelo que, e para esse efeito, é calculada em dias, devendo o tempo apurado ser depois convertido em anos, meses e dias e considerar-se o ano e o mês como períodos de, respetivamente, 365 e 30 dias (alínea c) do n.º 2 do art.° 93.° e n.º 1 do art.º 94.° do Dec-Lei n.º 100/99, de 31 de março).

Os dias de descanso semanal obrigatório, complementar27 e feriados contam para efeitos de antiguidade, exceto se intercalados em licenças ou sucessão de faltas da mesma natureza que, nos termos da lei, não sejam consideradas serviço efetivo (n.º 2 do referido art.º 94.°).

27 Nos termos do n.º 2 do art.° 166.0 da Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, o dia de descanso semanal obrigatório e o dia de descanso semanal complementar devem coincidir com o domingo e o sábado, respetivamente.

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A Direção-Geral da Administração da Justiça efetua a divulgação das listas de antiguidade da(o)s funcionária(o)s de justiça através da sua distribuição por todos os tribunais, fazendo publicar, na 2.ª série do Diário da República, o anúncio dessa distribuição (n.º 1 do art.º 77.°).

Do despacho que aprova as listas de antiguidade cabe reclamação (necessária), a qual deve ser deduzida no prazo de 30 dias úteis e através de requerimento dirigido ao Diretor-Geral da Administração da Justiça. O referido prazo é contado a partir da data de publicação do anúncio que publicita a distribuição das listas (n.º 1 do 28 o art.° 183.0 do Dec-Lei n.º 376/87, de 11 de dezembro, na redação dada pelo Dec-Lei n.º 167/89, de 23 de maio, foi mantido em vigor pelo art.º 2.0 do Dec-Lei n.º 343/99, de 26 de agosto).

A reclamação pode ter por fundamento omissão, indevida graduação ou situação na lista ou erro na contagem de tempo de serviço (n.º 2 do art.º 96.0 do Dec-Lei n.º 100/99, de 31 de março).

Disposição fundamental a ter em conta é a contida no n.º 2 do art.º 78.0 do EFJ, nos termos do qual «a reclamação não pode fundamentar-se em contagem de tempo de serviço ou em outras circunstâncias que tenham sido consideradas em listas anteriores» .

Daqui resulta a extrema importância de que se reveste a consulta anual, por parte da(o)s funcionária(o)s, das respetivas listas, na medida em que as incorretas graduações, quando não reclamadas, consolidam-se na ordem jurídica e tornam-se imodificáveis, salvo tratando-se de erro material, o qual pode ser corrigido a todo o tempo, nos termos do art.º 79.º28.

A decisão da reclamação é notificada à/ao reclamante no prazo de 8 dias úteis por ofício entregue por protocolo ou remetido pelo correio, com aviso de receção (n.º 5 do art.º 96.0 do Dec-Lei n.º 100/99).

Da decisão sobre a reclamação cabe recurso hierárquico (necessário), a interpor no prazo de 30 dias consecutivos a contar da data da receção da notificação (n.º 1 do art.º 97.0 do Dec-Lei n.º 100/99).

Da decisão sobre o recurso hierárquico poderá, então, ser interposta a respetiva ação administrativa.

28 Esta norma, que se pode considerar como plasmando o princípio vertido no art.º 249.º do Código Civil, será aplicável aos casos em que a vontade manifestada padeça de um lapso ostensivo, ostensividade que há-de resultar do próprio contexto da declaração ou advir das circunstâncias que a acompanham (cfr., entre outros, o acórdão do Supremo Tribunal Administrativo proferido no âmbito do processo n.º 31115).

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1.4. Direito à aposentação

Nos termos do art.° 35.0 do Estatuto da Aposentação (EA), aprovado pelo Decreto-Lei 498/72, de 9 de dezembro e objeto de diversas alterações, o direito de aposentação depende da qualidade de subscritor, sem prejuízo do disposto no art.º 40.0 do mesmo Estatuto29.

Há lugar à aposentação ordinária obrigatória da(o)s funcionária(o)s de justiça nos seguintes casos:

a) Quando a(o) funcionária(o), tendo, pelo menos, cinco anos de serviço, seja declarada(o), em exame médico, absoluta e permanentemente incapaz para o exercício de funções (alínea a) do n.º 2 do art.º 37.° do Estatuto da Aposentação); b) Quando a(o) funcionária(o), tendo, pelo menos, cinco anos de serviço, atinja o limite de idade legalmente fixado para o exercício das suas funções (alínea b) da mesma disposição legal) (n.º 2 do art.º 31.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro).

c) Seja punido com pena disciplinar expulsiva (alínea d) do n.º 1 do art.º 32.° da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro).

A aposentação antecipada pode ser requerida pela(o)s funcionária(o)s de justiça, independentemente de submissão a junta médica e sem prejuízo da aplicação do regime da pensão unificada. O valor da pensão de aposentação antecipada é calculado nos termos gerais e reduzido pela aplicação de um fator de redução determinado pela fórmula 1-x, em que x é igual à taxa global de redução do valor da pensão (n.º 2 do art.º 37.0-A do EA). A taxa global de redução é o produto do número de meses de antecipação em relação à idade legalmente exigida para a aposentação pela taxa mensal de 0,5 % (n.º 3). O número de anos de antecipação a considerar para a determinação da taxa global de redução da pensão é reduzido de um por cada período de três que exceda os 30 (n.º 4).

29 Nos termos do art.º 2.0 da Lei n.º 60/2005, de 29 de dezembro, a Caixa Geral de Aposentações deixou, a partir de 1 de janeiro de 2006, de proceder à inscrição de novos subscritores. O pessoal que iniciou funções a partir dessa data ao qual, nos termos da legislação vigente, fosse aplicável o regime de proteção social da dos trabalhadores que exercem funções públicas em matéria de aposentação, em razão da natureza da instituição a que venha a estar vinculado, do tipo de relação jurídica de emprego de que venha a ser titular ou de norma especial que lhe conferisse esse direito, é obrigatoriamente inscrito no regime geral da segurança social.

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2. DIREITOS ESPECIAIS

A(O)s funcionária(o)s de justiça gozam, além dos direitos genericamente aplicáveis à/aos restantes trabalhadora(e)s que exercem funções públicas, dos seguintes direitos, constantes do EFJ:

2.1. Entrada e livre trânsito em lugares públicos, por motivo de serviço

É um direito que resulta da necessidade de facultar à/aos oficiais de justiça o desempenho integral das funções que lhes estão cometidas e que se encontra consagrado na alínea a) do art.º 63.°.

2.2. Utilização gratuita, quando em serviço, dos transportes coletivos terrestres e fluviais, mediante

exibição do cartão de livre-trânsito, considerando-se em serviço, para o efeito, a deslocação entre a

residência e o local de trabalho

Resulta do n.º 2 do art.° 60.°. Também aqui está em causa a atribuição de um direito que, prioritariamente, tem em vista o desempenho de algumas das funções específicas do pessoal oficial de justiça. No entanto, e em segunda linha, consubstancia uma verdadeira regalia social.

Do facto de a lei não determinar, em rigor, qual o transporte a utilizar não resulta, obviamente, que a(o) funcionária(o) possa utilizar aquele que entenda. Fazendo apelo aos princípios gerais em matéria de despesas públicas, deverá considerar-se que o meio de transporte a utilizar será aquele que, segundo as circunstâncias, se adeque à natureza das funções, proporcionando uma maior economia para o Estado.

Nessa linha, aliás, se inserem a circular da ex-Direção-Geral dos Serviços Judiciários n.º 23/94, de 9 de Maio, através da qual se determinou a impossibilidade de utilização das carreiras «Expresso», bem como a circular n.º 6/92, sobre a utilização de comboios «Alfa» e «Intercidades».

O cartão de livre-trânsito é obrigatoriamente remetido à Direção-Geral da Administração da Justiça nos cinco dias imediatos ao da cessação de funções (n.º 4 do art.º 60.°).

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2.3. Uso, porte e manifesto gratuito de arma de defesa, independentemente de licença exigida em lei

especial

Tendo em conta os riscos inerentes ao exercício das suas funções, a alínea b) do art.° 63.° atribui à/aos oficiais de justiça o direito ao uso, porte e manifesto gratuito de arma de defesa, independentemente de licença exigida em lei especial. No entanto, o direito aqui consignado não dispensa a observância das formalidades legalmente previstas.

2.4. Isenção de custas quando pessoalmente demandado em virtude do exercício das suas funções.

Trata-se de um direito introduzido pelo EFJ, à luz do regime já aplicável à/aos magistrada(o)s (alínea c) do art.º 63.°) atualizado no entanto, pela entrada em vigor do Regulamento das Custas Processuais.

2.5. Uso de toga pela(o)s secretária(o)s de tribunal superior e pela(o)s secretária(o)s de justiça,

quando licenciada(o)s em Direito

Consta da alínea d) do art.º 63.° e é um direito atribuído apenas à/aos funcionária(o)s detentores das categorias de topo do grupo de pessoal oficial de justiça.

2.6. Abono de despesas com a sua deslocação e do agregado familiar e transporte dos seus bens

pessoais, quando promovida(o)s, transferida(o)s ou colocada(o)s por motivos de natureza não

disciplinar

É um direito consagrado no art.º 61.° e que abrange, além da(o) própria(o) funcionária(o), as pessoas que, possuindo alguma relação jurídica familiar com a(o) mesma(o) (cfr. art.º 1576.° do Código Civil), com ele vivam em comunhão de mesa e habitação.

As despesas a suportar referem-se não apenas à deslocação daquelas pessoas bem como ao transporte dos seus bens pessoais, dentro dos limites a estabelecer por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e da Justiça (ainda não publicado).

Nos termos do n.º 1 da mesma disposição, só poderão optar pelo recebimento adiantado das despesas de deslocação aqueles indivíduos que, no momento dessa deslocação, já possuam a qualidade de

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funcionária(o)s de justiça, e, por tal motivo, possam optar pelo exercício de um direito de que já são titulares.

Daí que, em conformidade com o disposto no n.º 2, os indivíduos que vierem a ingressar no quadro de funcionária(o)s de justiça apenas tenham direito ao reembolso de tais despesas, estando-lhes vedado o seu recebimento adiantado.

2.7. Passagens pagas para férias no Continente

O art.º 62.° consagra um outro direito da(o)s funcionária(o)s de justiça, ao estabelecer que esta(e)s, quando colocada(o)s nas Regiões Autónomas, têm direito a passagens pagas para gozo de férias no continente ao fim de um ano de serviço efetivo aí prestado. Tal direito é extensivo ao agregado familiar da(o) funcionária(o) (n.º 2)30.

OS DEVERES

1. DEVERES GERAIS

Enquanto trabalhadora(e)s que exercem funções públicas, e desde logo, a(o)s funcionária(o)s no exercício das suas funções estão exclusivamente ao serviço do interesse público, devendo atuar no sentido de criar na(o) cidadã(o) confiança na ação da Administração Pública. No entanto, e nos termos do “Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas” aprovado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro devem-se considerar os seguintes deveres gerais31:

1.1. Dever de prossecução do interesse público

Consiste na sua defesa, no respeito pela Constituição, pelas leis e pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.

30 Considerando o fato de o período de férias da(o)s funcionária(o)s de justiça dever ser gozado, ainda que interpoladamente, durante o período de férias judiciais, em especial as de Verão, a Direção-Geral da Administração da Justiça tem vindo a interpretar a norma agora em apreço no sentido de reconhecer o direito a passagens pagas para férias no continente no período de férias judiciais de Verão à/aos funcionária(o)s que completem o ano de serviço efetivo no decurso do mesmo ano 31 Comuns, portanto, à generalidade da(o)s restantes trabalhadora(e)s que exercem funções públicas.

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1.2. Dever de isenção

Consiste em não retirar vantagens diretas ou indiretas, pecuniárias ou outras, para si ou para terceiro, das funções que exerce.

1.3.Dever de imparcialidade

Consiste em desempenhar as funções com equidistância relativamente aos interesses com que seja confrontado, sem discriminar positiva ou negativamente qualquer deles, na perspetiva do respeito pela igualdade dos cidadãos.

1.4. Dever de informação

Consiste em prestar ao cidadão, nos termos legais, a informação que seja solicitada, com ressalva daquela que, naqueles termos não deva ser divulgada.

A este dever se refere a alínea a) do art.º 66.° do EFJ, nos termos do qual a(o)s funcionária(o)s de justiça não podem fazer declarações ou comentários sobre processos, sem prejuízo da prestação de informações que constituam atos de serviço.

1.5. Dever de zelo

Consiste em conhecer e aplicar as normas legais e regulamentares e as ordens e instruções dos superiores hierárquicos, bem como exercer as funções de acordo com os objetivos que tenham sido fixados e utilizando as competências que tenham sido consideradas adequadas.

1.6. Dever de obediência

Consiste em acatar e cumprir as ordens dos legítimos superiores hierárquicos, dadas em objeto de serviço e com a forma legal.

1.7. Dever de lealdade

Consiste em desempenhar as funções com subordinação aos objetivos do órgão ou serviço.

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1.8. Dever de correção

Consiste em tratar com respeito os utentes dos órgãos ou serviços e os restantes trabalhadores e superiores hierárquicos.

1.9. Dever de assiduidade e pontualidade

Consistem em comparecer ao serviço regular e continuamente e nas horas que estejam designadas.

2. DEVERES ESPECIAIS

No entanto, e além dos deveres gerais referidos, a(o)s funcionária(o)s de justiça têm que observar os seguintes deveres especiais contemplados no EFJ:

2.1. Dever de residência

Nos termos do n.º 1 do art.º 64.°, a(o)s funcionária(o)s de justiça devem residir na localidade onde se encontra instalado o tribunal em que exercem funções. No entanto, poderão residir em qualquer outro ponto da comarca, desde que eficazmente servido por transporte público regular.

O dever de residência - que, para a Administração Pública em geral, desapareceu com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 47/87, de 29 de janeiro - encontra a sua razão de ser nos seguintes motivos:

1.° - Por um lado, o dever de permanência que impende sobre a(o)s funcionária(o)s de justiça - e que adiante será analisado - implica uma disponibilidade que seria afetada caso o percurso entre o tribunal e a residência fosse demasiado moroso;

2.° - Por outro lado, tais condições de residência igualmente não permitiriam que a(o) funcionária(o) gozasse um período de descanso diário necessário para o normal cumprimento das respetivas funções;

3.° - Por fim, pretende-se ainda evitar que os encargos que o Ministério da Justiça tem de suportar pela utilização dos transportes públicos atingissem montantes incomportáveis. De facto, e pese embora a utilização de tais transportes seja gratuita para a(o)s oficiais de justiça (art.º 60.°), as empresas transportadoras são ressarcidas pelos serviços prestados.

46

O n.º 2 do art.º 64.° permite ainda a residência em qualquer outra localidade, mediante autorização do Diretor-Geral da Administração da Justiça, desde que fique assegurado o cumprimento dos atos de serviço. Por forma a enquadrar o exercício deste poder discricionário, estabeleceram-se critérios objetivos para a apreciação dos pedidos formulados ao abrigo desta norma.

Foi, assim, emitida a circular n.º 07/89, na qual se estabeleceu que os pedidos de autorização de residência só seriam concedidos desde que, para além da garantia do cumprimento dos atos de serviço, o tempo percorrido entre o local da residência e o local do trabalho não excedesse uma hora e meia, o que deve ser comprovado através do envio do horário dos transportes a utilizar32.

As autorizações que sejam concedidas apenas são invocáveis enquanto se mantiverem os pressupostos em que assentaram. Assim, se a(o) funcionária(o) for colocada(o) noutro tribunal terá que formular novo pedido.

2.2. Dever de permanência

Nos termos do n.º 1 do art.° 65.° a(o)s funcionária(o)s de justiça podem ausentar-se nos dias úteis fora das horas de funcionamento normal da secretaria, quando a ausência não implique falta a qualquer ato de serviço ou perturbação deste.

Daqui resulta claramente a consagração de um dever de permanência ao serviço sempre que tal seja imposto por questões inerentes ao mesmo e por decisão da entidade competente. Tal significa, pois, e nomeadamente, que a(o) funcionária(o) que se encontre a prestar assistência a uma audiência de julgamento não a poderá abandonar enquanto não houver determinação nesse sentido pois, caso contrário, da sua atuação resultaria perturbação daquele ato.

Este dever de permanência está excluído do regime regulador da prestação de trabalho extraordinário (art.º 38.° do Dec-Lei n.º 259/98, de 18 de agosto), o qual, aliás, remete expressamente para a legislação especial do setor da justiça. Assim, da permanência para além do horário de funcionamento da secretaria não advém qualquer direito a remuneração por trabalho extraordinário33.

32 Tais orientações foram mantidas pelas circulares n.ºs 54/91 e 2/2003. 33 Esta exigência, a par de outras especificidades do regime especial da(o)s funcionária(o)s de justiça, justifica o estatuto remuneratório igualmente especial.

47

2.3. Dever de colaborar na formação de candidata(o)s ao ingresso nas carreiras de oficial de justiça

A alínea c) do art.° 66.° consagra um outro dever especial que recai sobre a(o)s funcionária(o)s de justiça: colaborar na formação de estagiária(o)s. No entanto, a terminologia utilizada mostra-se ultrapassada na medida em que o Dec-Lei n.º 175/2000, de 9 de agosto, substituiu o estágio por aquilo a que se designa por fase de formação em teoria e prática de secretarias de tribunais34. Assim, as referências legais ao estágio devem ser entendidas como reportadas a esta fase de formação.

2.4. Dever de colaborar na normalização do serviço

A alínea b) do referido art.º 66.° estabelece ainda que a(o)s funcionária(o)s de justiça têm o dever especial de colaborar na normalização do serviço, independente do lugar que ocupam e da carreira a que pertencem.

Este dever, de especial relevância no âmbito das secretarias de tribunais e de serviços do Ministério Público, entronca no princípio do regime de vínculos e carreiras e remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, consagrado no n.º 3 do art.º 43.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, o qual estabelece que «a descrição do conteúdo funcional não pode, em caso algum, constituir fundamento para o não cumprimento do dever de obediência e não prejudica a atribuição ao trabalhador de funções, não expressamente mencionadas, que lhe sejam afins ou funcionalmente ligadas, para as quais o trabalhador detenha a qualificação profissional adequada e que não impliquem desvalorização profissional».

2.5. Dever de frequentar as ações de formação para que sejam convocados

Não obstante não carecesse de consagração expressa, o legislador, pela importância de que a formação se reveste, definiu claramente a obrigação de comparência às respetivas ações (alínea d) do n.º 2 do art.° 66.°).

2.6. Dever de usar capa nas sessões e audiências a que tenham de assistir

Não obstante tratar-se de um dever já constante dos anteriores

34 Cfr., nomeadamente, a nova redação dada à alínea b) do n.º 2 do art.º 23.° do EFJ.

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estatutos, consagra-se expressamente no atual que os encargos com a aquisição das capas são suportados pelo orçamento de despesas de funcionamento do tribunal (alínea e) do n.º 2 e n.º 3 do art.° 66.°). Os modelos de capa foram aprovados pela Portaria n.º 486/2003, de 17 de junho.

3. AS INCOMPATIBILIDADES

A incompatibilidade consubstancia a impossibilidade de desempenhar, além das abrangidas no cargo correspondente ao lugar ocupado, outras funções, ou de ocupar outro lugar. Quer no âmbito das incompatibilidades quer no tocante à matéria complementar da acumulação de funções, a(o)s funcionária(o)s de justiça acham-se submetida(o)s ao regime genericamente aplicável à/aos demais trabalhadora(e)s que exercem funções públicas bem como, naturalmente, a outros normativos contidos em legislação diversa que lhes seja especialmente aplicável. No entanto, em especial, o EFJ, através da norma contida no art.º 67.°, veda à/aos funcionária(o)s de justiça o seguinte:

3.1. Exercer funções no tribunal ou juízo em que sirvam magistrada(o)s judiciais ou do Ministério

Público a que estejam ligada(o)s por casamento ou união de facto, parentesco ou afinidade em

qualquer grau da linha reta ou até ao 2.° grau da linha colateral.

A incompatibilidade traduz a preocupação do legislador em evitar uma eventual proteção à/ao funcionária(o) por parte de magistrada(o) ao qual esteja ligado nos termos que vêm estabelecidos bem como evitar potenciais conluios que tal ligação poderia gerar35.

Haverá parentesco na linha reta entre magistrada(o) e funcionária(o) se um(a) dela(e)s descender da(o) outra(o) (art.º 1578.° e n.º 1 do art.º 1580.°, ambos do Código Civil). O parentesco será na linha colateral quando nenhum(a) dela(e)s descende da(o) outro mas amba(o)s procedem de um(a) progenitor(a) comum (n.º 1 do art.º 1580.°). Na linha reta há tantos graus quantas as pessoas que formam a linha de parentesco, excluindo a(o) progenitor(a) (n.º 1 do art.º 1581.°). Na linha colateral os graus contam-se pela mesma forma, subindo por um dos ramos e descendo pelo outro, mas sem contar a(o) progenitor(a) comum (n.º 2 da mesma norma).

Haverá afinidade se um(a) dela(e)s for parente do cônjuge da(o)

35 Cfr. António Esperto Ganhão e Maria Leonor Romão, Anotações à Lei Orgânica das Secretarias e Estatuto dos Funcionários de Justiça, pág . 50

49

outra(o) (cfr. art.º 1584.°).

A afinidade determina-se pelos mesmos graus e linhas que definem o parentesco e não cessa pela dissolução do casamento por morte (art.º 1585.°).

3.2. Exercer a função de jurado

A incompatibilidade aqui prevista visa garantir a imparcialidade na resolução dos litígios em causa, que poderia ser afetada se a(o) funcionária(o), como tal, tivesse acesso aos respetivos processos.

3.3.Exercer a função de juiz social

Visa os mesmos objetivos da incompatibilidade prevista na alínea

anterior.

3.4. Outras

Ainda, o previsto nos artigos 122.º a 125.º do Código de Processo Civil

e nos artigos 39.º a 47.º do Código de Processo Penal, configuram também situações que revelam impedimentos, recusas e escusas às/aos Oficiais de Justiça.

CAPÍTULO VI

1. AS COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA ADMINISTRATIVA DA(O)S SECRETÁRIA(O)S DE JUSTIÇA

As competências em matéria administrativa da(o)s secretária(o)s de justiça são, nos termos do art.º 23.° do Regulamento da Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais (RLOFTJ), aprovado pelo Dec-Lei n.º 186-A/99, de 31 de maio, exercidas sob a superior orientação da(o) juiz(a)-presidente, sem prejuízo das competências legalmente atribuídas aos serviços centrais do Ministério da Justiça, como é o caso da Direção-Geral da Administração da Justiça36.

Vejamos então alguns dos atos de gestão administrativa da competência da(o)s secretária(o)s de justiça:

36 Nos termos do n.º 2 do art.º 23.° do RLOFTJ a presidência dos serviços afetos ao Ministério Público compete às/aos respetiva(o)s magistrada(o)s.

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1.1. Competência para distribuir o pessoal pelos serviços da secretaria

Está consagrada no n.º 2 do art.º 25.° do RLOFTJ. Depende do cumprimento da formalidade prévia de audição da(o)s funcionária(o)s interessada(o)s e está ainda sujeita ao poder de direção da(o) respetiva(o) magistrada(o) (presidente).

1.2. Competência para elaborar o mapa de férias anual

Está consagrada no n.º 1 do art.º 59º-A do EFJ, o qual estabelece que «em cada tribunal é elaborado mapa de férias anual dos funcionários de justiça, cabendo a sua organização ao respetivo secretário sob proposta e com audição dos interessados».

A aprovação do mapa cabe à/ao respetiva(o) juiz(a)-presidente (n.º 2) e ocorre até ao 30.° dia que anteceda o domingo de Ramos, ficando de seguida disponível para consulta, em versão integral ou abreviada, nas instalações do tribunal (n.º 3).

O mapa é elaborado de acordo com modelo aprovado pelo Diretor-Geral da Administração da Justiça (n.º 4).

1.3. Competência para legalizar os livros das secretarias

Está prevista no n.º 1 do art.° 27.° do RLOFTJ.

1.4. Competência para comunicar à Direção-Geral da Administração da Justiça a existência das

vagas que ocorrerem nos quadros dos respetivos serviços

Está prevista no art.º 17.° do EFJ e deve ser exercida nos cinco dias subse-quentes à verificação da vaga. Estão em causa apenas as vagas que não sejam do conhecimento oficioso da Direção-Geral da Administração da Justiça.

1.5. Competência para designar a(o)s substituta(o)s da(o)s escrivã(e)s de direito e da(o)s

técnica(o)s de justiça principais

Está prevista no art.º 49.°. Esta competência encontra-se, nos termos deste preceito, sujeita à autorização do Diretor-Geral da Administração da Justiça.

Deve ser reduzida a escrito no momento da designação e comunicada de

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imediato à Direção-Geral da Administração da Justiça, para verificação dos pressupostos de que depende a autorização.

1.6. Competência para emitir parecer sobre o aproveitamento da(o)s funcionária(o)s durante o

período probatório e da(o)s formanda(o)s concluída que esteja a fase de formação

Encontra-se prevista no n.º 3 do art.º 45.° e no n.º 2 do art.° 29.° do EFJ.

1.7. Competência para assinar o termo de aceitação ou para conferir posse

Está prevista no n.º 3 do art.° 48.° do EFJ.

1.8. Competência para comunicar as faltas dadas pela(o)s funcionária(o)s

Está prevista no n.º 4 do art.º 65.°, devendo ser exercida até ao dia 5 de cada mês, relativamente às faltas dadas no mês anterior.

1.9. Competência para avaliar a(o)s funcionária(o)s de justiça não oficiais de justiça

Por força do disposto no n.º 3 do art.º 68.° a(o)s funcionária(o)s de justiça não pertencentes às carreiras do grupo de pessoal oficial de justiça são classificados nos termos da lei geral.

Trata-se, atualmente, do sistema integrado de avaliação do desempenho da Administração Pública (SIADAP), criado pela Lei n.º 10/2004, de 22 de março, e regulamentado pelo Decreto Regulamentar n.º 19-A/2004, de 14 de maio (suplemento).

Nos termos do n.º 1 do art.º 12.° do referido decreto regulamentar, «a avaliação é da competência do superior hierárquico imediato ou do funcionário que possua responsabilidades de coordenação sobre o avaliado, cabendo ao avaliador:

a) Definir objetivos dos seus colaboradores diretos de acordo

com os objetivos fixados para o organismo e para a respetiva unidade orgânica;

b) Avaliar anualmente os seus colaboradores diretos, cumprindo o calendário de avaliação;

c) Assegurar a correta aplicação dos princípios integrantes da

avaliação;

52

d) Ponderar as expetativas dos trabalhadores no processo de identificação das respetivas necessidades de desenvolvimento».

A competência para homologar as avaliações pertence ao Diretor-Geral da Administração da Justiça (alínea c) do n.º 2 do artigo 14.° do mesmo decreto regulamentar).

2. A HIERARQUIA NAS SECRETARIAS JUDICIAIS

2.1. NOÇÃO

A noção de hierarquia compreende os vínculos de subordinação existentes entre a(o)s vária(o)s funcionária(o)s da secretaria.

2.2. HIERARQUIA ENTRE A(O)S FUNCIONÁRIA(O)S

O pessoal das secretarias judiciais depende hierarquicamente da(o) funcionária(o) que as dirigir; em cada repartição ou secção o pessoal depende ainda da(o)s respetiva(o)s dirigentes. Ora, quem dirige as secretarias judiciais:

- do STJ é a(o) secretária(o) de tribunal superior; - das Relações é a(o) secretária(o) de tribunal superior; - dos tribunais de primeira instância é a(o) secretária(o) de justiça; - das secretarias-gerais é a(o) secretária(o) de justiça; - dos serviços do Ministério Público é a(o) secretária(o) de justiça.

Por sua vez, quer a secção central dos Tribunais da Relação, quer a secção de expediente e contabilidade do STJ, são dirigidas por secretária(o)s de justiça; as secções de processos são dirigidas por escrivã(e)s de direito; as secções centrais dos tribunais de primeira instância são dirigidas pela(o) respetiva(o) escrivã(o) de direito, quando aí exista algum(a) colocada(o), ou pela(o) secretária(o) de justiça, em caso contrário.

As secretarias do Ministério Público são dirigidas pela(o) técnica(o) de justiça principal, ou quando o respetivo quadro de pessoal não contemple este lugar, pela(o) secretária(o) de justiça.

53

CAPÍTULO VII

1.NOÇÕES GENÉRICAS SOBRE CLASSIFICAÇÃO E REGIME DISCIPLINAR DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA

1.1. ENTIDADE COMPETENTE

Compete ao Conselho dos Oficiais de Justiça (COJ) apreciar o mérito e exercer o poder disciplinar relativamente aos oficiais de justiça de nomeação definitiva (art.ºs 68.º e 98.º EFJ). Exceção quanto ao mérito: a classificação da(o)s secretária(o)s de tribunal superior compete à/ao presidente do respetivo tribunal (art.º 68.º, n.º 2 EFJ). Os objetivos dos serviços de inspeção estão previstos no Regulamento n.º 22/2001, publicado no DR II Série n.º 240 de 16 outubro de 2001, com as alterações introduzidas pelo Regulamento n.º 26/2005, publicado no DR II Série de 1 de abril de 2005 e destinam-se a facultar o conhecimento sobre a prestação da(o)s oficiais de justiça e o estado em que se encontram os serviços, designadamente quanto ao preenchimento e eficiência dos quadros, ao movimento processual e à instalação dos serviços. Os serviços de inspeção atuam também numa perspetiva orientadora com vista a aperfeiçoar e uniformizar os serviços das secretarias judiciais e do Ministério Público e a implementar as práticas processuais e administrativas reputadas de mais convenientes para além do acompanhamento regular dos serviços. Para a prossecução de tal objetivo as ações de formação da Divisão de Formação da DGAJ assumem aqui uma particular preponderância (art.º 5.º do RICOJ).

1.1.1 COMPOSIÇÃO DO COJ

O Conselho dos Oficiais de Justiça, nos termos do art.º 99.º EFJ, é presidido pelo Diretor-geral da Administração da Justiça e composto pelos seguintes vogais:

a) - Dois designados pelo diretor-geral da Administração da Justiça,

sendo um dos quais magistrado judicial, que exercerá as funções de vice-presidente;

b) - Um designado pelo Conselho Superior de Magistratura;

54

c) - Um designado pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais; c) - Um designado pela Procuradoria-Geral da República;

e) - Um oficial de justiça por cada distrito judicial, eleito pelos seus pares.

1.1.2. FORMA DE ELEIÇÃO

A eleição dos vogais oficiais de justiça de cada distrito judicial encontra-se regulada no art.º 102.º EFJ.

1.2. CLASSIFICAÇÕES

O regime de classificações consta dos art.ºs 68.º a 74.º EFJ, cabendo aqui realçar que podem ser de “Muito Bom”, “Bom Com Distinção”, “Bom”, “Suficiente” e “Medíocre”. As classificações da(o)s oficiais de justiça interessam, nomeadamente, para efeitos de:

a) Transição (art.º 14.º EFJ);

b) Acesso - é condição geral de acesso a uma categoria superior a classificação mínima de BOM na categoria imediatamente anterior (art.º 9.º EFJ);

c) Transferência - a classificação de serviço constitui fator atendível (art.º

13.º, n.º 3 EFJ);

d) Disciplinares - a classificação de “Medíocre” implica a suspensão do oficial de justiça e a instauração de inquérito por inaptidão para o exercício do cargo (art.º 69.º EFJ);

e) Remuneratórios – a classificação de serviço inferior a “Bom” determina a

perda do direito ao suplemento remuneratório (art.º 8.º do Dec.Lei n.º 485/99, de 10 de novembro);

As classificações, atribuídas às/aos oficiais de justiça, são um dos corolários dos objetivos e das funções que estão atribuídas ao COJ e que decorrem das inspeções ordinárias a realizar periodicamente, em regra, de três em três anos (n.º 1, do art.º

55

71.º do EFJ), contudo podem ser obtidas no decurso de uma inspeção extraordinária. As inspeções extraordinárias poderão ter lugar por iniciativa do COJ, a requerimento da(o) interessada(o) cujo mérito não tenha sido apreciado na mesma categoria nos últimos três anos, não esteja prevista inspeção ordinária nos doze meses seguintes aos da apresentação do requerimento e desde que a(o) inspecionanda(o) exerça funções naquele serviço há mais de seis meses. O período mínimo de serviço a considerar para efeitos de classificação é, como vimos, de seis meses de serviço efetivamente prestado, contudo, em casos excecionais devidamente fundamentados e atenta a qualidade do trabalho e a produtividade pode ser considerado período inferior.

1.3. REGIME DISCIPLINAR

O órgão competente em matéria disciplinar é, para a(o)s oficiais de justiça de nomeação definitiva, o Conselho de Oficiais de Justiça. Nos termos do art.º 89.º do EFJ a(o)s oficiais de justiça são disciplinarmente responsáveis nos termos do regime geral dos trabalhadores que exercem funções públicas – Lei n.º 58/2008, de 09 de setembro – com as especificações constantes dos art.ºs 90.º a 93.º do seu Estatuto.

1.4. REGIME DISCIPLINAR E APRECIAÇÃO DO MÉRITO DA(O)S FUNCIONÁRIA(O)S DE JUSTIÇA

QUE NÃO SEJAM OFICIAIS DE JUSTIÇA

Em matéria disciplinar, aplica-se a esta(e)s funcionária(o)s exclusivamente a Lei n.º 58/2008, de 09 de setembro (Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que exercem Funções Públicas). A classificação de serviço é atribuída nos termos previstos pela Lei nº 66-B/2007, de 28 de dezembro, que estabeleceu o sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (designado abreviadamente por “SIADAP”), visando contribuir para a melhoria do desempenho e qualidade de serviço, bem como para a coerência e harmonia da ação dos serviços e demais trabalhadores e ainda para a promoção da sua motivação profissional e desenvolvimento de competências.

56

2. GESTÃO DOS FUNCIONÁRIOS DE JUSTIÇA

A gestão e o processamento de remunerações dos funcionários de justiça cabe à Direção-Geral da Administração da Justiça e à Direção-Geral do Orçamento, com a colaboração dos Tribunais Superiores da área da circunscrição do tribunal onde a(o) funcionária(o) se encontra colocada(o), isto se não forem oficiais de justiça.

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PARTE I .......................................................................................................................................................... 3

OS QUADROS DE PESSOAL DAS SECRETARIAS JUDICIAIS .......................................................................... 3

CAPÍTULO I............................................................................................................................................. 3

OS QUADROS DE PESSOAL ................................................................................................................ 3

CAPÍTULO II............................................................................................................................................ 4

A CRIAÇÃO E ALTERAÇÃO DOS “QUADROS” DE PESSOAL ................................................................ 4

CAPÍTULO III........................................................................................................................................... 5

OS GRUPOS DE PESSOAL ................................................................................................................... 5

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5

2. O PESSOAL OFICIAL DE JUSTIÇA ................................................................................................ 6

3. OS RESTANTES GRUPOS DE PESSOAL ........................................................................................ 7

3.1. Pessoal assistente técnico .................................................................................................. 7

3.2. Pessoal assistente operacional ........................................................................................... 8

PARTE II ....................................................................................................................................................... 8

O ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS DE JUSTIÇA ............................................................................. 8

CAPÍTULO I............................................................................................................................................. 8

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 8

CAPÍTULO II............................................................................................................................................ 9

O PREENCHIMENTO DOS LUGARES ................................................................................................... 9

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 9

2. AS MODALIDADES DE PREENCHIMENTO DE LUGARES DAS CARREIRAS DO PESSOAL OFICIAL

DE JUSTIÇA .................................................................................................................................. 10

2.1. A integração ..................................................................................................................... 10

2.2. A transferência ................................................................................................................. 12

2.3. A transição ........................................................................................................................ 13

2.4. A promoção ...................................................................................................................... 14

2.5. A admissão ....................................................................................................................... 16

2.5.1. O regime regra ........................................................................................................ 17

2.5.2. O regime supletivo .................................................................................................. 18

2.5.3. A nomeação oficiosa ................................................................................................. 19

2.5.4. O período probatório .............................................................................................. 19

2.6. A interinidade ................................................................................................................... 20

58

2.6.1. Quando nenhum(a) interessada(o) reúne os requisitos legais para o acesso (art.°

43.°) ..................................................................................................................................... 20

2.6.2. Quando a(o) oficial de justiça graduada(o) para promoção tem pendente

processo criminal ou disciplinar (n.º 1 do art.° 93.°)....................................................... 21

2.7. A permuta ....................................................................................................................... 22

2.8. A comissão de serviço ...................................................................................................... 22

2.8.1. Secretária(o)s de tribunal superior ........................................................................... 23

2.8.2. Secretária(o)s de justiça em secretarias-gerais ......................................................... 23

2.8.3. Primeiras nomeações ................................................................................................ 24

3. O MOVIMENTO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA .............................................................................. 24

3.1. A candidatura ................................................................................................................... 24

3.2. As fases do movimento .................................................................................................... 25

4. A NOMEAÇÃO .......................................................................................................................... 28

5. A ACEITAÇÃO (E A POSSE) ....................................................................................................... 28

CAPÍTULO III......................................................................................................................................... 30

OS INSTRUMENTOS DE MOBILIDADE .............................................................................................. 30

1. A COMISSÃO DE SERVIÇO ........................................................................................................ 30

2. A REQUISIÇÃO E O DESTACAMENTO ....................................................................................... 31

3. A ADMISSÃO DE EVENTUAIS ................................................................................................... 32

CAPÍTULO IV ........................................................................................................................................ 33

BREVE ALUSÃO À NOVA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA JUDICIÁRIO ................................................ 33

CAPÍTULO V ......................................................................................................................................... 35

DIREITOS, DEVERES E INCOMPATIBILIDADES .................................................................................. 35

OS DIREITOS ................................................................................................................................ 35

1. DIREITOS GERAIS ................................................................................................................. 35

1.1. Direito à remuneração base ......................................................................................... 35

1.1.1. Suspensão preventiva em processo disciplinar..................................................... 36

1.1.2. Doença da(o) funcionária(o) e/ou familiares durante os primeiros 30 dias de

ausência ........................................................................................................................... 36

1.2. Direito ao lugar ............................................................................................................. 37

1.3. Direito à contagem do tempo de serviço prestado ..................................................... 37

1.4. Direito à aposentação .................................................................................................. 40

59

2. DIREITOS ESPECIAIS ............................................................................................................. 41

2.1. Entrada e livre trânsito em lugares públicos, por motivo de serviço ........................... 41

2.2. Utilização gratuita, quando em serviço, dos transportes coletivos terrestres e fluviais,

mediante exibição do cartão de livre-trânsito, considerando-se em serviço, para o efeito,

a deslocação entre a residência e o local de trabalho ........................................................ 41

2.3. Uso, porte e manifesto gratuito de arma de defesa, independentemente de licença

exigida em lei especial ......................................................................................................... 42

2.4. Isenção de custas quando pessoalmente demandado em virtude do exercício das

suas funções. ....................................................................................................................... 42

2.5. Uso de toga pela(o)s secretária(o)s de tribunal superior e pela(o)s secretária(o)s de

justiça, quando licenciada(o)s em Direito ........................................................................... 42

2.6. Abono de despesas com a sua deslocação e do agregado familiar e transporte dos

seus bens pessoais, quando promovida(o)s, transferida(o)s ou colocada(o)s por motivos

de natureza não disciplinar ................................................................................................. 42

2.7. Passagens pagas para férias no Continente ................................................................. 43

OS DEVERES ................................................................................................................................. 43

1. DEVERES GERAIS .................................................................................................................. 43

1.1. Dever de prossecução do interesse público ................................................................. 43

1.2. Dever de isenção .......................................................................................................... 44

1.3.Dever de imparcialidade ............................................................................................... 44

1.4. Dever de informação .................................................................................................... 44

1.5. Dever de zelo ................................................................................................................ 44

1.6. Dever de obediência ..................................................................................................... 44

1.7. Dever de lealdade......................................................................................................... 44

1.8. Dever de correção ........................................................................................................ 45

1.9. Dever de assiduidade e pontualidade .......................................................................... 45

2. DEVERES ESPECIAIS ............................................................................................................. 45

2.1. Dever de residência ...................................................................................................... 45

2.2. Dever de permanência ................................................................................................. 46

2.3. Dever de colaborar na formação de candidata(o)s ao ingresso nas carreiras de oficial

de justiça ............................................................................................................................. 47

2.4. Dever de colaborar na normalização do serviço .......................................................... 47

2.5. Dever de frequentar as ações de formação para que sejam convocados ................... 47

60

2.6. Dever de usar capa nas sessões e audiências a que tenham de assistir ...................... 47

3. AS INCOMPATIBILIDADES .................................................................................................... 48

3.1. Exercer funções no tribunal ou juízo em que sirvam magistrada(o)s judiciais ou do

Ministério Público a que estejam ligada(o)s por casamento ou união de facto, parentesco

ou afinidade em qualquer grau da linha reta ou até ao 2.° grau da linha colateral. .......... 48

3.2. Exercer a função de jurado........................................................................................... 49

3.3.Exercer a função de juiz social ...................................................................................... 49

3.4. Outras ........................................................................................................................... 49

CAPÍTULO VI ........................................................................................................................................ 49

1. AS COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA ADMINISTRATIVA DA(O)S SECRETÁRIA(O)S DE JUSTIÇA ....... 49

1.1. Competência para distribuir o pessoal pelos serviços da secretaria ................................... 50

1.2. Competência para elaborar o mapa de férias anual ............................................................ 50

1.3. Competência para legalizar os livros das secretarias ........................................................... 50

1.4. Competência para comunicar à Direção-Geral da Administração da Justiça a existência das

vagas que ocorrerem nos quadros dos respetivos serviços ........................................................ 50

1.5. Competência para designar a(o)s substituta(o)s da(o)s escrivã(e)s de direito e da(o)s

técnica(o)s de justiça principais .................................................................................................. 50

1.6. Competência para emitir parecer sobre o aproveitamento da(o)s funcionária(o)s durante

o período probatório e da(o)s formanda(o)s concluída que esteja a fase de formação ............ 51

1.7. Competência para assinar o termo de aceitação ou para conferir posse ............................ 51

1.8. Competência para comunicar as faltas dadas pela(o)s funcionária(o)s .............................. 51

1.9. Competência para avaliar a(o)s funcionária(o)s de justiça não oficiais de justiça............... 51

2. A HIERARQUIA NAS SECRETARIAS JUDICIAIS .............................................................................. 52

2.1. NOÇÃO.................................................................................................................................. 52

2.2. HIERARQUIA ENTRE A(O)S FUNCIONÁRIA(O)S ..................................................................... 52

CAPÍTULO VII ....................................................................................................................................... 53

1.NOÇÕES GENÉRICAS SOBRE CLASSIFICAÇÃO E REGIME DISCIPLINAR DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA53

1.1. ENTIDADE COMPETENTE ...................................................................................................... 53

1.1.1 COMPOSIÇÃO DO COJ .................................................................................................... 53

1.1.2. FORMA DE ELEIÇÃO ....................................................................................................... 54

1.2. CLASSIFICAÇÕES ................................................................................................................... 54

1.3. REGIME DISCIPLINAR ............................................................................................................ 55

61

1.4. REGIME DISCIPLINAR E APRECIAÇÃO DO MÉRITO DA(O)S FUNCIONÁRIA(O)S DE JUSTIÇA

QUE NÃO SEJAM OFICIAIS DE JUSTIÇA ........................................................................................ 55

2. GESTÃO DOS FUNCIONÁRIOS DE JUSTIÇA .................................................................................. 56

62

Coleção “Curso para ingresso na carreira de Oficial de

Justiça”

Autor:

Direção-Geral da Administração da Justiça - Divisão de

Formação

Titulo:

“ Manual de Apoio – Regime Jurídico dos Oficiais de Justiça”

Coordenação técnico-pedagógica:

DGAJ-DF

Coleção pedagógica:

Divisão de Formação

1.ª edição

Abril de 2013