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O REGIONALISMO NA PROSA DO AUTOR CEARENSE JUVENAL GALENO Aluno: Daniel de Almeida Pereira Orientador: Prof. Dr. Carlos Dantas.

Regionalismo Na Prosa Do Autor Cearense Juvenal

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Uma análise do conto Os Pescadores de Juvenal.

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O REGIONALISMO NA PROSA DO AUTOR CEARENSE JUVENAL GALENO

Aluno: Daniel de Almeida PereiraOrientador: Prof. Dr. Carlos Dantas.

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OBJETIVO E JUSTIFICATIVAAnalisar o regionalismo presente em um dos contos do livro, Cenas Populares (1871) de Juvenal Galeno, denominado: Os Pescadores.

METODOLOGIA: Qualitativa.SUPORTE TEÓRICO: Sânzio (2010) e Pereira

(1973)

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CARTA DE JOSÉ DE ALENCARMeu prezado colega,Recebi e cordialmente lhe agradeço os seus dois mimos literários,as CENAS e as LIRAS.O primeiro já o devorei; e confesso-lhe que há muito temponão leio páginas que me causassem tão íntimo prazer. Parecia-meque estava no Ceará, na formosa praia do Mucuripe, entre as palhoçasde pescadores, à sombra dos cajuais, onde tantas vezesfui em ranchos de famílias e improvisadas pescarias.Outras vezes me supunha nas Pedrinhas, quando ela erafazenda de criação, e íamos lá assistir à ferra do gado; tinha euentão uns sete anos.Creia-me. Livro tão original ainda não se escreveu entre nós;e o Ceará deve lisonjear-se de ter quem lhe dê na literatura pátriaum lugar que não têm outras províncias mais ricas e adiantadasem progresso material.Continue pois a coligir as nossas tradições e a ilustrar onome cearense.Com estima e verdadeiro apreço.De V. Sa.Admº. e patrº. afetº. e obrº.José de AlencarEm 31 de março de 1872.

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LITERATURA CEARENSE

• O Ceará é terra de muitos escritores e poetas importantes, podendo-se citar, dentre muitos outros: José de Alencar, Domingos Olímpio, Rachel de Queiroz, Adolfo Caminha, Antônio Sales, Jáder Carvalho, Moreira Campos, Gustavo Barroso, Patativa do Assaré, João Clímaco Bezerra, Ana Miranda etc.

• A literatura cearense foi sempre caracterizada por florescer em torno de grupos literários. O primeiro desses grupos de desenvolvimento literário foi Os Oiteiros, que, embora mantendo os padrões típicos do Arcadismo, soube encontrar uma cor local para descrever o fugere urbem e o carpe diem típicos daquela escola.

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LITERATURA CEARENSE• No final do século XIX, surgiu a Padaria Espiritual, uma

agremiação cultural formada por jovens escritores, pintores e músicos. Marcada pela ironia, irreverência e espírito crítico, a Padaria Espiritual se expressava por meio do jornal O Pão.

• A Academia Cearense de Letras foi fundada em 1894 e durante muito tempo foi a principal instituição literária do estado, congregando alguns dos nomes mais ilustres da literatura estadual.

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JUVENAL GALENO• Juvenal Galeno da Costa e Silva nasceu em Fortaleza, a 27

de setembro de 1836.• Primo pelo lado paterno de Capistrano de Abreu e Clóvis

Beviláqua e pelo lado materno de Rodolfo Teófilo.• Aos treze anos de idade, fundou e fez circular o primeiro

jornal puramente literário no Ceará, o “SEMPRE VIVA”, destinado ao sexo feminino.

• Em 1853, fundou e fez circular o primeiro jornal da imprensa estudantil no Ceará, o jornal “Mocidade Cearense”

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JUVENAL GALENO• Seduzido pelo convívio das letras, passou, a partir de então,

a escrever poesias e a publicá-las na Marmota Fluminense ao lado de Machado de Assis e outros escritores.

• Demorou no Rio pouco mais de um ano, mas antes de seu regresso ao Ceará reuniu tais produções, editando-as em 1856, sob o título de "PRELÚDIOS POÉTICOS".

• “Prelúdios Poéticos” livro de estréia de Juvenal Galeno, editado em 1856, foi o primeiro livro da literatura cearense, tornando-se o marco inicial do Romantismo no Ceará.

• Em 1871, lança o livro “Cenas Populares”, obra iniciadora do conto em nossa província. (Sânzio, 2010)

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A OBRA: CENAS POPULARES• Editada em 1871, foi a obra iniciadora do conto no Ceará.• Única obra do autor escrita em prosa.• Compõe-se o livro de oito narrativas: “Os Pescadores”, “Dia

de Feira”, “Folhas Secas”, “Noites de Núpcias”, "O Senhor das Caças”, “Clara”, “Amor-do-Céu” e “O Serão”.

• Seus protagonistas são pessoas simples, das praias e do sertão.

• Pode-se ver na obra um escritor romântico, no qual são fortes as notas de sentimentalismo, mas ao mesmo tempo um agudo observador da realidade do Ceará na sua época.

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O REGIONALISMO

• De acordo com Pereira, o regionalismo pode ser definido como a corrente literária na qual está inserido “qualquer livro que intencionalmente ou não traduza peculiaridades locais” (1973, p.179).

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O REGIONALISMO NO CONTO: OS PESCADORES

• “Deixando minha rede, aproximei-me de uma fresta, e vi todos ajoelhados ante o pequeno Registro, pendurado à forquilha da cabana, enfeitado de raminhos verdes, e alumiado por dois pavios preparados na cera amarela da Jandaíra.”

• “E a casinha? Como era singelo o seu teto de palmas de carnaubeira! Suas paredes eram de taipa, isto é, de troncos, varas, pedaços de atapu e ossos de peixe, tudo coberto de barro; e o ladrilho compunha-se de pequenos búzios da praia, formando as mais caprichosas flores.”

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O REGIONALISMO NO CONTO: OS PESCADORES

• “Nas casinhas, as mulheres sentadas à costura, ou batendo os bilros na almofada, cantavam os benditos de sua devoção ou os improvisos felizes da musa do povo, ora volvendo os olhos para o mar, cujas ondas se desenrolavam até quase o alpendre e ora para os morros onde brincavam seus filhos.”

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CONCLUSÃO

• Juvenal Galeno foi um agudo observador da realidade do Ceará na sua época, a ponto de alguns contos poderem servir de segura fonte para o estudo dos costumes de então.

• Essa história traduz, numa linguagem macia, sobriamente dosada de regionalismos, os amplos cenários do sertão e das praias cearenses, os amores ingênuos, as aventuras heróicas das gentes simples.

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REFERÊNCIABIBLIOGRÁFICA

• GALENO, Juvenal. Cenas Populares. 4ª ed. Fortaleza, 2010.

• PEREIRA, Lúcia Miguel. História da literatura brasileira. Prosa de ficção de 1870 a 1920. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1973.p. 179