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Decreto-Lei n.º 57/78 de 1 de Abril 1. O Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 de Novembro, prevê no seu artigo 8.º que «será criado na Direcção-Geral dos Registos e do Notariado o registo das pessoas colectivas de utilidade pública». Dado que a Direcção-Geral dos Registos e do Notariado não está estruturada para funcionar como serviço registral, sendo apenas competente para a supervisão e orientação geral de serviços externos, aos quais são atribuídas as funções de registo, há que providenciar, por diploma de igual força, à regulamentação do referido registo. 2. No tocante ao aspecto formal da disciplina a estabelecer, consagra-se a equiparação, exclusivamente para fins de registo, das pessoas colectivas de utilidade pública às sociedades comerciais, regulamentando directamente apenas as especialidades ocorrentes. A orientação adoptada permite, com óbvias vantagens, reduzir ao mínimo o articulado do presente diploma, dado que as soluções propostas foram delineadas em conjugação com a lei civil básica. Para momento ulterior, designadamente para quando for revista a lei regulamentar do registo comercial, se reserva o estabelecimento de mais pormenorizada disciplina. Assim: O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.º As pessoas colectivas de utilidade pública a que se refere o Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 de Novembro, são equiparadas, para fins de registo, às sociedades comerciais, com as especialidades constantes do presente diploma. Art. 2.º Estão sujeitos a registo: a) Os actos de constituição ou instituição das pessoas colectivas declaradas de utilidade pública, bem como os respectivos estatutos e suas alterações; b) A eleição, designação, recondução ou exoneração dos respectivos administradores e outros representantes legais; c) O mandato escrito conferido pelas pessoas colectivas de utilidade pública aos respectivos agentes e mandatários, sua modificação, renovação, revogação ou renúncia; d) A extinção das pessoas colectivas de utilidade pública ou declaração de nulidade do respectivo acto de constituição ou instituição. Art. 3.º - 1 - O registo das pessoas colectivas de utilidade pública compreende apenas a inscrição e os averbamentos dos factos a ele sujeitos. 2 - Nenhum facto referente a pessoas colectivas de utilidade pública pode ingressar no registo sem que se mostre registada a sua constituição ou instituição. Art. 4.º - 1 - O registo da constituição ou instituição das pessoas colectivas de utilidade pública e respectivos estatutos será lavrado por inscrição. 2 - O registo dos demais factos a ele sujeitos será lavrado por meio de averbamento à correspondente inscrição. Art. 5.º Do extracto das inscrições, lavrado por forma esquemática, deverão constar as seguintes rubricas: a) Número da inscrição; b) Denominação da pessoa colectiva; c) Sede; d) Fins; e) Património social; f) Duração, quando determinada; g) Composição dos órgãos de gestão e representação; h) Forma de obrigar a pessoa colectiva;

Registo de Pessoas Coletivas- Decreto Lei

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  • Decreto-Lei n. 57/78de 1 de Abril

    1. O Decreto-Lei n. 460/77, de 7 de Novembro, prev no seu artigo 8. que ser criado na Direco-Geral dos Registos e do Notariado o registo das pessoas colectivas de utilidade pblica. Dado que a Direco-Geral dos Registos e do Notariado no est estruturada para funcionar como servio registral, sendo apenas competente para a superviso e orientao geral de servios externos, aos quais so atribudas as funes de registo, h que providenciar, por diploma de igual fora, regulamentao do referido registo. 2. No tocante ao aspecto formal da disciplina a estabelecer, consagra-se a equiparao, exclusivamente para fins de registo, das pessoas colectivas de utilidade pblica s sociedades comerciais, regulamentando directamente apenas as especialidades ocorrentes. A orientao adoptada permite, com bvias vantagens, reduzir ao mnimo o articulado do presente diploma, dado que as solues propostas foram delineadas em conjugao com a lei civil bsica. Para momento ulterior, designadamente para quando for revista a lei regulamentar do registo comercial, se reserva o estabelecimento de mais pormenorizada disciplina. Assim:O Governo decreta, nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 201. da Constituio, o seguinte: Artigo 1. As pessoas colectivas de utilidade pblica a que se refere o Decreto-Lei n. 460/77, de 7 de Novembro, so equiparadas, para fins de registo, s sociedades comerciais, com as especialidades constantes do presente diploma. Art. 2. Esto sujeitos a registo:a) Os actos de constituio ou instituio das pessoas colectivas declaradas de utilidade pblica, bem como os respectivos estatutos e suas alteraes; b) A eleio, designao, reconduo ou exonerao dos respectivos administradores e outros representantes legais; c) O mandato escrito conferido pelas pessoas colectivas de utilidade pblica aos respectivos agentes e mandatrios, sua modificao, renovao, revogao ou renncia; d) A extino das pessoas colectivas de utilidade pblica ou declarao de nulidade do respectivo acto de constituio ou instituio. Art. 3. - 1 - O registo das pessoas colectivas de utilidade pblica compreende apenas a inscrio e os averbamentos dos factos a ele sujeitos. 2 - Nenhum facto referente a pessoas colectivas de utilidade pblica pode ingressar no registo sem que se mostre registada a sua constituio ou instituio. Art. 4. - 1 - O registo da constituio ou instituio das pessoas colectivas de utilidade pblica e respectivos estatutos ser lavrado por inscrio. 2 - O registo dos demais factos a ele sujeitos ser lavrado por meio de averbamento correspondente inscrio. Art. 5. Do extracto das inscries, lavrado por forma esquemtica, devero constar as seguintes rubricas: a) Nmero da inscrio;b) Denominao da pessoa colectiva;c) Sede;d) Fins;e) Patrimnio social;f) Durao, quando determinada;g) Composio dos rgos de gesto e representao;h) Forma de obrigar a pessoa colectiva;

  • i) Clusulas especiais;j) Documentos.Art. 6. - 1 - Destinado aos servios de registo das pessoas colectivas de utilidade pblica, haver, em cada conservatria, um livro de modelo especial superiormente aprovado. 2 - Cada pgina do livro de registo ser reservada inscrio de uma s pessoa colectiva. Art. 7. Do extracto dos averbamentos devero constar a meno do contedo do facto registado e a identificao dos documentos que lhe serviram de base.

    Mrio Soares - Jos Dias dos Santos Pais.Promulgado em 18 de Maro de 1978.

    Publique-se.O Presidente da Repblica, ANTNIO RAMALHO EANES.