Regulamento Empregados de Solicit Adores e AE

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Regulamento dos empregados de solicitadores e agentes de execuoPrembulo: O Estatuto da Cmara dos Solicitadores, determina na alnea f) do artigo 109., a obrigao de os solicitadores manterem os seus empregados registados na Cmara dos Solicitadores, nos termos de regulamento a aprovar em assembleia-geral. Estando a profisso de solicitador obrigada a regras estritas em termos de independncia, incompatibilidades, impedimentos e segredo profissional, que so um corolrio dos direitos da profisso, evidente que necessrio manter um registo dos empregados forenses de forma a no facilitar eventuais abusos que facilitem o incumprimento daquelas regras, ou que as tornem de impossvel fiscalizao. - Especificamente, no que se refere aos agentes de execuo, a alnea j) do n 2 do artigo 131.-A do Estatuto determina que os agentes de execuo tm o dever de manter os seus funcionrios ou colaboradores registados na Cmara dos Solicitadores, segundo regulamento especfico. Compete aos conselhos regionais proceder ao registo dos funcionrios nos termos da alnea u) do artigo 60. daquele estatuto. O n. 4 do artigo 161. do CPC - Cdigo de Processo Civil, determina que As pessoas que prestem servios forenses junto das secretarias, no interesse e por conta dos mandatrios judiciais, devem ser identificadas por carto de modelo emitido pela Cmara dos Solicitadores, com expressa identificao do solicitador, nmero e cdula profissional, devendo a assinatura deste ser reconhecida pela Cmara dos Solicitadores. O n. 6 do artigo 239., daquele Cdigo, determina que o agente de execuo pode promover a citao por um seu empregado credenciado pela Cmara dos Solicitadores. O n. 2 do artigo 245. do CPC tambm permite que a citao seja promovida por empregado forense. A Cmara dos Solicitadores sempre tem pugnado pela correcta identificao dos funcionrios forenses de forma a evitar os fenmenos da procuradoria ilcita e a dar garantias de idoneidade e responsabilidade nos actos dos que se apresentam a efectuar diligncias por conta de solicitadores, ou agentes de execuo, ou daqueles que tm acesso a processos com informaes de carcter reservado, ou confidencial. 1

Tm surgido situaes problemticas com o enquadramento de solicitadores e advogados que colaboram com agentes de execuo, no acompanhamento de diligncias com estes no mbito da concretizao de citaes, ou at na colaborao nos respectivos escritrios, porquanto a falta do seu registo implica situaes dbias em termos de incompatibilidades, impedimentos, sigilo profissional e de independncia. Aparecendo na legislao as designaes de funcionrio e de empregado visando identificar as mesmas funes adopta-se o termo empregado.

No uso da competncia delegada pela assembleia-geral da Cmara dos Solicitadores, de 29 de Abril de 2011, a assembleia nacional de delegados, reunida em 18/06/2011, aprova o: REGULAMENTO DOS EMPREGADOS DE SOLICITADORES E AGENTES DE EXECUO Artigo 1. Registo dos empregados de solicitadores 1. Todo o empregado de solicitador, que tenha acesso aos seus arquivos ou processos em movimento tem de estar registado na Cmara dos Solicitadores. 2. O registo efectuado mediante o preenchimento, pelo solicitador, de impresso prprio e subscrio pelo empregado de contrato de trabalho ou declarao pela qual expresse a compreenso e aceitao das regras de segredo profissional, de responsabilidade e o compromisso pelo respeito destas, mesmo aps a sua desvinculao laboral. 3. Incumbe ao conselho geral aprovar os modelos do impresso e da declarao referidas em 3. 4. O registo da responsabilidade do conselho regional e por este devida uma taxa fixada no respectivo regulamento. 5. Em caso de cessao da relao laboral o solicitador tem de comunicar o facto ao conselho regional no prazo de 30 dias. Artigo 2. Empregado forense de solicitador 1. O solicitador s pode requerer o registo de empregado forense de solicitador, daquele que rena as seguintes condies: a) Sendo seu empregado possua as habilitaes escolares mnimas estabelecidas legalmente em funo da sua idade; b) Subscreva contrato de trabalho ou declarao pelo qual garanta a compreenso e cumprimento das regras do presente regulamento, das suas competncias profissionais, de segredo profissional, de responsabilidade e lealdade para com o solicitador, c) Garanta a sua disponibilidade para participar em aces de formao profissional determinadas pela entidade patronal, sem prejuzo do direito s compensaes legais. d) Se comprometa a devolver o carto de identificao de empregado forense de solicitador, no prazo de dois dias teis, se lhe for solicitado pela sua entidade patronal, ou pela Cmara dos Solicitadores. 2

2. Os contratos ou declaraes referidos nas alneas a), b) e c) do nmero anterior podem ser substitudos por declarao sob compromisso de honra do solicitador requerente na qual garanta o cumprimento daqueles preceitos sob sua responsabilidade. 3. O conselho geral pode determinar o teor das clusulas obrigatrias a incluir no contrato de trabalho ou declarao referida na alnea b) do nmero um. 4. As habilitaes referidas na alnea a) do n. 1, so dispensadas queles que j estejam registados como empregados dos solicitadores.

Artigo 3. Empregado forense de agente de execuo 1. O empregado forense de agente de execuo tem de cumprir todos os requisitos estabelecidos nos artigos anteriores, s podendo inscrever-se como tal quando: a) Possua as habilitaes escolares mnimas em vigor na data de inscrio; b) Demonstre ter contrato de trabalho, ou estar inscrito como tal no regime de previdncia. c) Frequente curso de formao regulamentado ou reconhecido pelo conselho geral da Cmara dos Solicitadores; d) Se submeta a exame nos termos e matrias curriculares determinados pelo conselho geral da Cmara dos Solicitadores; 2. Os actuais empregados forenses de agentes de execuo so reconhecidos como tal, sem necessidade de cumprirem as condies previstos no nmero 1 do presente artigo, mas o conselho geral pode, ouvido o conselho de especialidade, determinar a obrigao de se submeterem a exames, ou de frequentarem formaes especficas. 3. Os actuais empregados forenses de agentes de execuo para manter essa qualidade, se ainda no o tiverem feito, tm de cumprir a exigncia da alnea b) do n. 1 do presente artigo no prazo de 90 dias aps a entrada em vigor deste regulamento. Artigo 4. Empregados forenses de sociedades ou equiparadas 1. Os empregados forenses de solicitadores, ou os empregados forenses de agentes de execuo podem ser registados nos termos do presente regulamento com as necessrias adaptaes. 2. Um empregado forense pode ser registado sob a responsabilidade de mais do que um solicitador, ou agente de execuo desde que o impresso e as declaraes referidas no n. 2 do art. 1. sejam subscritos em conjunto. Artigo 5. Equiparao a empregados forenses de agentes de execuo 1. Os solicitadores, estagirios de solicitadores na segunda fase do estgio e estagirios de agente de execuo na segunda fase do estgio, podem ser equiparados a empregados forenses de agentes de execuo para os efeitos previstos no presente regulamento, desde que remetam ao respectivo conselho regional os requerimentos supra referidos de equiparao, de modelo aprovado pelo conselho geral, pelo qual 3

reconheam que efectuam actos prprios do empregado de agente de execuo sob a orientao e responsabilidade do respectivo agente de execuo. 2. Nas situaes referidas no nmero anterior so exclusivamente disponibilizados cartes e passwords de acesso ao sistema informtico. 3. A equiparao referida no nmero um do presente artigo no obsta a suspeies, impedimentos e incompatibilidades definidos noutros normativos.

Artigo 6. Carto de empregado e direitos 1. Os empregados forenses de solicitadores e os empregados forenses de agentes de execuo tm direito a receber um carto de modelo aprovado pelo conselho geral. 2. Nos cartes referidos no nmero anterior indicado um prazo de validade de 3 anos, ou pelo prazo do contrato, se inferior, podendo ser emitidas vinhetas de revalidao, mediante o pagamento de taxa a definir no respectivo regulamento. 3. Os solicitadores, agentes de execuo, sociedades de solicitador, ou sociedades de agentes de execuo tm direito a requisitar para os respectivos empregados forenses: a) Carto de identificao; b) Endereo de e-mail. c) Password de acesso a sistemas informticos disponibilizados pela Cmara; d) Inscrio em formaes especficas. Artigo 7. Responsabilidade 1. O solicitador, o agente de execuo, a sociedade de solicitadores, ou a sociedade de agentes de execuo so subsidiariamente responsveis civilmente pelos actos praticados pelo seu empregado, salvo se demonstrarem que este agiu sua revelia e consequentemente requererem a cessao da sua qualidade de empregado de solicitador, ou empregado de agente de execuo. 2. No caso de empregados de sociedades de solicitadores, ou de sociedades de agentes de execuo, ou de registo sob a responsabilidade de mais do que um solicitador, ou agente de execuo, o requerimento de inscrio deve indicar o solicitador, ou o agente de execuo subsidiariamente responsvel disciplinarmente pelos actos ou omisses do empregado. 3. O registo sob a responsabilidade de mais do que um agente de execuo implica sempre a existncia dos respectivos contratos de trabalho e mtua aceitao. 4. A responsabilidade disciplinar do solicitador, ou do agente de execuo, presumida no nmero anterior, elidida perante declarao de outro scio a assumir a respectiva responsabilidade ou mediante prova efectuada em sede de processo disciplinar. Artigo 8. Cessao da inscrio do empregado forense 1. Cessando, por qualquer motivo, a relao de trabalho, ou colaborao do empregado forense com o solicitador, agente de execuo, sociedade de solicitadores, ou sociedade de agentes de execuo este tem de devolver de imediato o carto de 4

identificao e so cancelados os endereos de e-mail e as passwords de acesso a sistemas informticos da Cmara dos Solicitadores. 2. Incumbe ao solicitador, ao agente de execuo e s respectivas sociedades efectuar as diligncias para obter a devoluo do referido carto, participando s autoridades o seu eventual extravio ou subtraco. 3. Inscrevendo-se de novo como empregado forense este mantm o mesmo nmero interno de referncia. 4. Sendo alterada a comarca onde o empregado forense se registou passando este para o mbito de outro conselho regional o solicitador, ou agente de execuo podem requerer a transferncia do respectivo processo, podendo o conselho geral fixar uma taxa por este servio. Artigo 9. Divulgao do registo de empregados de agentes de execuo A requerimento dos solicitadores, agentes de execuo, ou respectivas sociedades incumbe aos conselhos regionais promoverem, em colaborao com o conselho geral, o registo das inscries e alteraes de empregados forenses de agentes de execuo e equiparados no site da Cmara dos Solicitadores, que de acesso pblico. Artigo 10. Dvidas e omisses As dvidas e omisses do presente regulamento so resolvidas por deliberao do Conselho Geral. Artigo 11. Revogao e entrada em vigor Este regulamento revoga os anteriores, nomeadamente o aprovado em assembleia de delegados de 15/07/2003 e entra em vigor cinco dias aps a sua publicao. Lisboa, 29 de Junho de 2011 O presidente da Cmara, Jos Carlos Resende

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