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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: SENAC-ADMINISTRACAO REG. NO RIO DE JANEIRO Exercício: 2014 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201503972 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503972, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo SENAC-ADMINISTRACAO REG. NO RIO DE JANEIRO. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 23/03/2015 a 24/07/2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Destaca-se que os exames realizados foram impactados de forma significativa em decorrência da disponibilização intempestiva de documentos e de informações solicitadas formalmente pela equipe de auditoria da CGU, bem como em decorrência dos reiterados pedidos de prorrogação dos prazos de atendimento das Solicitações de Auditoria. Essa situação impactou a extensão e a profundidade dos exames realizados em relação a todas as áreas analisadas. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de

Relatorio 201503972 - Pesquisa - Relatórios de Auditoria ... · desempenho escolar de cada beneficiado, transcrevendo-os ao SISTEC com periodicidade mensal para cursos FIC e bimestral

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Unidade Auditada: SENAC-ADMINISTRACAO REG. NO RIO DE JANEIRO Exercício: 2014 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201503972 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

_______________________________________________

Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/RJ,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503972, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo SENAC-ADMINISTRACAO REG. NO RIO DE JANEIRO.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 23/03/2015 a 24/07/2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Destaca-se que os exames realizados foram impactados de forma significativa em decorrência da disponibilização intempestiva de documentos e de informações solicitadas formalmente pela equipe de auditoria da CGU, bem como em decorrência dos reiterados pedidos de prorrogação dos prazos de atendimento das Solicitações de Auditoria. Essa situação impactou a extensão e a profundidade dos exames realizados em relação a todas as áreas analisadas. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de

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Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas, consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 04/11/2014, entre a CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO e a SECRETARIA DE CONTROLE EXTERNO DA PREVIDÊNCIA, TRABALHO E ASSISTÊNCIA SOCIAL DO TCU, foram efetuadas as seguintes análises:

• Avaliação, considerando a natureza jurídica e o negócio da unidade jurisdicionada, da conformidade das peças exigidas nos incisos I e II do art. 13 da IN TCU 63/2010 com as normas que regem a elaboração de tais peças;

• Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial quanto à eficácia e eficiência da execução física e financeira das ações e demais projetos da área finalística, identificando as causas de insucessos no desempenho da gestão;

• Avaliação da gestão de pessoas contemplando, em especial: • Adequabilidade da força de trabalho da unidade frente às suas atribuições; • Observância à legislação sobre admissão, remuneração, cessão e requisição de

pessoal. Sob o aspecto da remuneração, será dada ênfase ao Programa de remuneração variável dos empregados e à Previdência Privada Complementar;

• Consistência dos controles internos administrativos relacionados à gestão de pessoas;

• Qualidade do controle da unidade jurisdicionada para identificar e tratar as acumulações ilegais de cargos.

• Avaliação da gestão das transferências concedidas mediante convênio, contrato de repasse, termo de parceria, termo de cooperação, termo de compromisso ou outros acordos, ajustes ou instrumentos congêneres, devendo abordar:

• A adequação da UJ para: o Garantir que, na fase de concessão, os instrumentos reúnam requisitos afins

com os objetivos da ação governamental; o Fiscalizar a execução do objeto da avença, inclusive quanto à utilização de

verificações físicas e presenciais; • A suficiência das estruturas de pessoal e tecnológica para a gestão das

transferências. • Avaliação da gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito à

regularidade dos processos licitatórios e das contratações e aquisições feitas por inexigibilidade e dispensa de licitação.

2.1 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

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Com relação aos resultados quantitativos e qualitativos do Senac RJ em 2014, selecionou-se o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), na modalidade Bolsa-Formação. A seleção do referido Programa se deu por conta de acordo entre a CGU e o TCU, realizado nos termos do §6º do art. 9º da DN TCU nº 140/2014. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) está vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego e tem como Missão: “Promover educação profissional com objetivo de gerar empregabilidade, competitividade e desenvolvimento econômico e social para o setor de comercio de bens, serviços e turismo do Estado do Rio de Janeiro”. Sua Visão é “ser reconhecida como a melhor empresa na transformação de pessoas e organizações por meio da educação profissional de excelência e empregabilidade”. Nesse contexto, no Relatório de Gestão do Senac RJ estão descritos os macroprocessos finalísticos, os quais estão relacionados às ações finalísticas “8327 – Qualificação Profissional na Área de Comércio e Serviços” e “8340 – Apoio à Formação Profissional” que corresponderam a aproximadamente 59% do total das despesas executadas no exercício de 2014. Na página 48 do aludido documento, o Pronatec é apresentado como um dos principais projetos da Entidade para aperfeiçoamento dos seus macroprocessos finalísticos. O Pronatec, instituído pela Lei Federal nº 12.513, de 26/10/2011, cujo órgão gestor é o Ministério da Educação (MEC), objetiva ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica à população brasileira por uma série de programas, projetos e ações de assistência técnica e financeira. A Lei determina que o Programa cumprirá suas finalidades e objetivos em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e assinala a participação voluntária dos serviços nacionais de aprendizagem. Ratificando o convite feito ao Departamento Nacional do Senac, no início de 2011, pelo MEC, para colaborar com a expertise na elaboração das estratégias iniciais do Pronatec, o Senac assinou, em novembro do mesmo ano, o Termo de Adesão ao Programa, do qual participa na condição de parceiro ofertante, conforme Art. 5º, Inciso III, da Resolução FNDE nº 61, de 11/11/2011, e elaborou o documento “A participação do Senac no Pronatec: diretrizes”, atualizado anualmente, a fim de oferecer as orientações necessárias para a adequada operacionalização das ações de educação profissional desenvolvidas no âmbito do Programa visando garantir sua qualidade, bem como sua transparência e idoneidade financeiro-administrativa. Dentre os subprogramas, projetos e ações que integram o Pronatec, a modalidade Bolsa-Formação é o meio pelo qual a União financiará a oferta gratuita de cursos presenciais de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e assistência estudantil plena a diversos públicos. No programa são oferecidos cursos de formação inicial e continuada – FIC (Bolsa-Formação Trabalhador), com, no mínimo, 160 horas de duração, e cursos técnicos (Bolsa-Formação Estudante), com, no mínimo, 800 horas, em diversas áreas de conhecimento. Ainda que possa ser estendido a outros segmentos, sempre que houver demandas específicas para tanto, a Bolsa-Formação – assim como o Pronatec em geral – atenderá prioritariamente aos seguintes públicos, segundo o Art. 3 da Portaria nº 168, de 7 de março de 2013:

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“I – estudantes do Ensino Médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos; II – trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores; III – beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de renda entre outros que atenderem a critérios específicos no âmbito do Plano Brasil sem Miséria; IV – pessoas com deficiência; V – povos indígenas, comunidades quilombolas, e outras comunidades tradicionais; VI – adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas; VII – trabalhadores beneficiários do Programa Seguro-Desemprego, considerados reincidentes, nos termos do Decreto nº 7.721, de 16 abril de 2012; VIII – públicos prioritários dos programas o governo federal que se associem à Bolsa-Formação; e IX – estudantes que tenham cursado o Ensino Médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral.” Consoante o documento Manual de Gestão da Bolsa-Formação/MEC, de novembro de 2011, a gestão e o monitoramento da oferta da Bolsa-Formação serão organizados por sistema eletrônico de gestão desenvolvido pelo MEC como parte do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) e operado obrigatoriamente por parceiros ofertantes e demandantes. No Relatório de Gestão do Senac RJ foi informado que a Unidade recebeu cerca de 13 mil novos alunos inscritos no Pronatec em 2014. Os cursos foram realizados nas 39 Unidades Operativas do Senac RJ e em unidades remotas, distribuídas em mais de 30 municípios do Estado do Rio de Janeiro. No entanto, nenhuma outra informação referente às metas físicas e financeiras do Programa foi incluída no documento. Além disso, os indicadores de monitoramento da gestão afetos ao Pronatec, como por exemplo, “Empregabilidade” e “CHP” (mede a carga horária planejada) foram consolidados com os demais projetos finalísticos executados, assim como o indicador “Qualidade Senac Total” (pesquisa de satisfação aplicada aos alunos para apurar a percepção da qualidade e satisfação com a Instituição) foi agrupado com o resultado dos demais alunos não pagantes do Senac (Programa Senac de Gratuidade/PSG). Convém registrar que o Pronatec, ao contrário do que ocorreu no exercício anterior, teve impacto negativo no indicador “Receita de Serviços” (mede o total das receitas operacionais obtidas pela Unidade). Segundo informação disponibilizada pela Gerência do Pronatec, o Programa “[...] teve um impacto negativo de R$ 14.356.200,00 (quatorze milhões, trezentos e cinquenta e seis mil e duzentos reais) na Receita de Serviços devido à redução de vagas ofertadas pelo MEC, em relação ao previsto pelo Senac RJ”. Para a análise dos resultados quantitativos e qualitativos, realizou-se a avaliação dos indicadores e controles internos associados ao Pronatec, na modalidade Bolsa-Formação. Dessa forma, apresentam-se os resultados com base nas seguintes Questões de Auditoria:

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Questão de Auditoria 1: O Senac RJ mantém informações atualizadas no Sistema Nacional de Informação e Educação Profissional e Tecnológica - SISTEC relativo às matriculas realizadas no Pronatec? De acordo com o item 4.2 (“Das Atribuições dos Parceiros Ofertantes”) do Manual de Gestão da Bolsa-Formação/MEC, cabe aos parceiros ofertantes do Pronatec, entre outras atribuições: “[...] Registrar no SISTEC as matrículas dos beneficiários que compareçam às Unidades Ofertantes para confirmar sua participação na Bolsa-Formação; [...] Realizar o permanente controle da frequência dos beneficiados pela Bolsa-Formação em cada um dos cursos, utilizando a lista de presença gerada pelo SISTEC; [...] Manter atualizados, no sistema de gestão do Programa, os controles de frequência e de desempenho escolar de cada beneficiado, transcrevendo-os ao SISTEC com periodicidade mensal para cursos FIC e bimestral para Cursos Técnicos, salvo mediante exigência específica de frequência maior pelo Ministério da Educação; [...] Informar, no SISTEC, a situação final de cada um dos beneficiados pelas Bolsas-Formação ao término dos cursos. [...]” Nesse sentido, considerando as informações disponibilizadas: - Planilha, extraída do Sistec, com a relação de alunos concluintes por turma; e - Planilhas, extraídas do Sistec por funcionária da Gerência do Pronatec, acompanhada pela equipe de auditoria, com a situação das matrículas das Unidades Centro Politécnico e Copacabana (vide informação sobre a amostra realizada na Questão de Auditoria 2). Foram identificadas divergências nas matrículas de dois alunos, a partir do cotejamento das informações constantes no sistema e os controles internos das Unidades do Senac RJ. De qualquer forma, cumpre ressaltar que a avaliação dessa questão de auditoria restou prejudicada, haja vista que, apesar da requisição, não foram apresentados: 1) O registro de frequência no módulo de frequência do SISTEC por turma/curso,

conforme previsto no item 4.5 do documento “A participação do Senac no Pronatec: diretrizes” - versão 4, de Setembro de 2014; e

2) Os registros no SISTEC de casos de transferência de turma ou de curso,

cancelamento de matrícula pelo estudante ou pela unidade de ensino, não efetivação da matrícula de candidato selecionado para curso técnico na forma subsequente, entre outras situações exigidas pela legislação e pelo Manual de Gestão da Bolsa-formação, com as respectivas justificativas, conforme previsto no item 4.5 do documento “A participação do Senac no Pronatec: diretrizes” - versão 4, de Setembro de 2014.

Questão de Auditoria 2: A assistência estudantil é fornecida no montante estipulado aos alunos da Bolsa-Formação?

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A Assistência Estudantil corresponde ao auxílio alimentação e transporte fornecido aos alunos do Pronatec Bolsa-formação. A Unidade informou ter adotado o procedimento de fornecimento da Assistência Estudantil em pecúnia, mediante os pagamentos quinzenais, por meio do qual o aluno recebe o valor de R$ 2,00 por hora-aula. Dessa forma, num curso de 200 horas, por exemplo, o aluno receberá o valor de R$ 400,00 para subsidiar seus custos de alimentação e transporte. Para responder a essa questão foram selecionadas aleatoriamente como amostra não probabilística seis turmas/cursos realizados em 2014, sendo duas na Unidade Centro Politécnico (Operador de Áudio e Operador de Câmera) e quatro na Unidade Copacabana (DJ – Disc Jóquei, Inglês Básico, Recepcionista de Eventos e Recepcionista em meios de Hospedagem). Em análise aos comprovantes de transferência eletrônica apresentados pelos dois polos do Senac, verificou-se que na turma/curso de DJ o pagamento do auxílio à assistência estudantil não foi proporcional a Carga Horária Executada (CHE). Ademais, conforme a Portaria MEC nº 168, de 7 de março de 2013, e o documento “A participação do Senac no Pronatec: diretrizes” – versão 4, de setembro de 2014, as Unidades de Ensino deverão cancelar a matrícula do aluno que, dentre outros: “I- ausentar-se nos cinco primeiros dias consecutivos de aula; II - tiver frequência menor que 50% ao completar 20% da carga horária total do curso FIC” Entretanto, tais situações ocorreram com alunos dos cursos de Recepcionista em meios de Hospedagem; Recepcionista de Eventos; Inglês Básico; Operador de Áudio e Operador de Câmera, sem que a sua matrícula e o respectivo pagamento da assistência estudantil fossem cancelados ou com cancelamento intempestivo. Este assunto será tratado com maior detalhamento em item específico do presente relatório. Questão de Auditoria 3: O pagamento dos professores do Pronatec Bolsa Formação é proporcional ao número de horas ministradas nos respectivos cursos? Não foi possível avaliar o pagamento aos professores dos cursos Pronatec Bolsa Formação, haja vista que, apesar de requisitado por meio da Solicitação de Auditoria nº 201503869/06, de 03/07/2015, a Unidade não disponibilizou os valores pagos aos professores dos cursos selecionados como amostra. Questão de Auditoria 4: Quais os índices de evasão em cursos FIC e Técnico? Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503869/01, de 17/06/2015, a Gerência do Pronatec no Senac RJ informou que o índice de evasão dos cursos FIC e Técnico encerrados em 2014 foi de 28% e 25%, respectivamente. Considerando apenas os cursos FIC iniciados e encerrados dentro do exercício de 2014, esse índice foi de 24%. Ressalta-se que não houve cursos Técnicos iniciados e encerrados em 2014, uma vez que, devido à grande carga horária exigida nesse tipo de curso, sua duração normalmente é superior a 12 meses.

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Adicionalmente, verificou-se que o item 6.2 (“Estruturação dos indicadores”) do documento “A participação do Senac no Pronatec: diretrizes” - versão 4, de Setembro de 2014, estipula que: “O Senac, de forma periódica, fará avaliações visando obter subsídios para acompanhar, medir os resultados e elaborar eventuais propostas de revisão do Pronatec. O Senac analisará os seguintes indicadores: matrículas, taxa de aprovação, taxa de reprovação, taxa de evasão e laboralidade. Além disso, acompanhará a qualidade percebida dos alunos Pronatec, indicador já contemplado nas pesquisas anuais do Departamento Nacional.” Assim, por intermédio da Solicitação de Auditoria nº 201503869/04, de 30/06/2015, solicitou-se que fossem informados quais os resultados obtidos pelos indicadores relacionados no parágrafo anterior, nos exercícios de 2013 e 2014. Em resposta, foram apresentados os resultados dos indicadores matrículas, taxa de aprovação, taxa de reprovação e taxa de evasão, conforme se segue:

Quadro – Resultado dos Indicadores do Pronatec em 2013 e 2014

Exercício de 2013

Aprovado % Reprovado % Evadido % Matrículas encerradas Desistente Em Processo

8.851 42,14% 8.474 40,34% 3.679 17,52% 21.004 181 13.687

Total Geral (matrículas) 34.872

Exercício de 2014

Aprovado % Reprovado % Evadido % Matrículas encerradas

Desistente Em Processo

7.606 47,95% 3.924 24,74% 4.333 27,32% 15.863 22 9.705

Total Geral (matrículas) 25.590 Fonte: Resposta à SA nº 201503869/04. Notas explicativas: 1 - Os alunos de cursos FIC e de cursos Técnicos foram consolidados na tabela. 2 - Aluno Desistente: é aquele que não frequentou, de maneira contínua, mais de 25% da carga horária de mais de dois módulos/disciplinas, e que comunicou, de forma espontânea a coordenação do Programa os motivos da desistência de não querer permanecer no curso. 3 - Aluno Evadido: é aquele que não compareceu, de maneira intercalada, a mais de 25% da carga horária de mais de dois módulo/disciplina, e não dá nenhuma informação a coordenação do Programa das razões do seu abandono. Compete aos supervisores e orientadores do Programa nas Unidades de Ensino buscar (coletar) as razões do abandono para qualificar esse abandono. Faz parte direta do acompanhamento pedagógico (ficha de registro e controle da evasão).

Portanto, quanto aos indicadores em tela, verifica-se que: - A quantidade de alunos matriculados sofreu uma redução de 26,62% em 2014; - A taxa de aprovação teve uma pequena melhora em 2014, com uma variação percentual de 13,79%; - A taxa de reprovação também teve uma melhora em 2014, com uma variação percentual de (- 38,67%);

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- A taxa de evasão, por sua vez, foi maior em 2014, com uma variação percentual de 55,94%. Quanto ao aumento da taxa de evasão, o Gerente do Pronatec informou, por e-mail, em 24/07/2015, que: “Entre os resultados de pesquisa que o Senac realiza periodicamente com seus alunos, não existem dados que permitam analisar os motivos da elevação da evasão entre os períodos avaliados. No entanto, cabe observar que apesar da elevação da evasão, houve elevação do percentual de aprovação e diminuição dos percentual de reprovação. Uma hipótese provável seria a formalização da evasão por parte dos alunos antes da condição final de reprovação.” Também foi disponibilizado o resultado do indicador qualidade percebida, conforme transcrito a seguir: “Para medir a satisfação e a percepção dos clientes, o Senac RJ realiza pesquisa periódica sobre a satisfação dos alunos. A Pesquisa de Satisfação dos Alunos revelou que, em uma escala de 1 (um) a 5 (cinco), 84% (oitenta e quatro por cento) dos alunos do Pronatec avaliaram o Senac RJ com notas 4 (quatro) e 5 (cinco) no período de janeiro a junho de 2014. Para o período de julho a novembro de 2014, 89% (oitenta e nove por cento) dos alunos do Pronatec avaliaram o Senac RJ com notas 4 (quatro) e 5 (cinco). Sumário Metodológico da Pesquisa: - Objetivo: Apurar a satisfação dos alunos do Senac RJ com a instituição, seus cursos e outros aspectos dos serviços educacionais prestados. - Abrangência: Estado do Rio de Janeiro. - Público-alvo: Alunos que estão finalizando os seus cursos. - Período de campo: Janeiro a novembro de 2014. - Metodologia: Pesquisa quantitativa de auto-preenchimento (formulário em papel) pelos alunos e processada pela Gerência de Pesquisa. - Tamanho da amostra: 2.023 entrevistas dos alunos do Pronatec no período de janeiro a junho de 2014 e 1.430 entrevistas no período de julho a novembro de 2014.” Questão de Auditoria 5: Os beneficiários concluintes do Pronatec, no âmbito do Senac RJ, estão recebendo o certificado de conclusão de curso? Considerando as turmas/cursos da amostra verificou-se, em análise ao relatório sobre alunos concluintes, extraído do SISTEC, e aos Controles de Entrega de Certificados encaminhados pelas respectivas Unidades do Senac RJ, que os alunos estão recebendo o certificado de conclusão de curso. Questão de Auditoria 6: Existe correspondência de temas entre os cursos pagos ofertados pela entidade e os cursos oferecidos pelas diretrizes do Pronatec?

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Conforme entrevistas realizadas com a Gerência do Pronatec, o Senac RJ não possui cursos que contenham exclusivamente alunos do Pronatec. Essa informação foi confirmada a partir da análise dos documentos disponibilizados. Também verificou-se que: a) Na oferta realizada pelo Senac de cursos FIC:

a) Os títulos estão incluídos tanto no Guia Pronatec de Cursos FIC, elaborado pelo MEC, como no Cadastro de Programações do Senac, e obedecem à mesma nomenclatura e classificação por eixo tecnológico;

b) Os cursos têm carga horária mínima correspondente à definida pelo Guia Pronatec, sendo permitido ampliar a carga horária em até 50%, desde que compatível com o Cadastro de Programações do Senac.

b) Na oferta realizada pelo Senac de cursos Técnicos:

i) Os títulos estão incluídos tanto no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), elaborado pelo MEC, como no Cadastro de Programações do Senac, e obedecem à mesma nomenclatura e classificação por eixo tecnológico;

ii) Os cursos têm carga horária mínima correspondente à definida pelo CNCT, sendo permitido ampliar a carga horária em até 20%, desde que compatível com o Cadastro de Programações do Senac.

Questão de Auditoria 7: Quais mecanismos são utilizados pela entidade para verificar a inserção profissional dos alunos concluintes no mercado de trabalho? Conforme manifestação apresentada pela Gerência de Pesquisa do Senac RJ, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503869/01, de 17/06/2015, a entidade realiza pesquisa periódica sobre a taxa de empregabilidade dos alunos do Pronatec. De acordo com entrevistas telefônicas com egressos formados nos sete meses anteriores ao da realização da pesquisa (cursos entre dezembro de 2013 e maio de 2014) no Estado do Rio de Janeiro, a taxa de empregabilidade dos alunos do Pronatec foi de 67%. Cabe registrar que a meta corporativa “Empregabilidade” no Senac RJ, reunindo todos os alunos egressos em 2014, foi de 65%. Assim, pode-se considerar que a Unidade está obtendo êxito no propósito de integrar os alunos e egressos ao mercado de trabalho. Por fim, é importante destacar que, no Relatório de Auditoria Anual de Contas referente ao exercício de 2013 (Relatório AAC nº 201408000), foram emitidas três recomendações atinentes aos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, sendo que o estágio da implementação de cada uma delas está descrito a seguir: a) Recomendação 1: Fixar metas de execução física diretamente vinculadas às ações contempladas no plano da entidade. Esta recomendação foi tratada no “Quadro A.9.2.2 – Situação das recomendações do OCI que permanecem pendentes de atendimento no exercício”, item 9.2.2 do Relatório de Gestão 2014 (pág. 241), com a justificativa para o não cumprimento transcrita a seguir:

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O Senac RJ possui indicadores de acompanhamento de seus resultados, bem como metas desdobradas para seus funcionários. Contudo, vem desenvolvendo rotinas internas com o intuito de melhorar seus processos, especialmente aqueles relativos à gestão de resultados qualitativos e quantitativos. O prazo para a implementação é dezembro de 2015. Por outro lado, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503869/03, de 29/06/2015, a Gerência de Qualidade e Processos informou que “[...] revisou os seus processos e as suas rotinas internas e já apresentou, no Relatório de Gestão de 2014, as metas físicas e financeiras vinculadas às ações, conforme Quadro A.2.1.2.2 – Resumo das Metas Físicas e Financeiras”. De fato, verificou-se que na pág. 75 do Relatório de Gestão consta o citado quadro com o resumo das metas físicas e financeiras e nas págs. 76 a 93 as ações são detalhadas, com a discriminação dos indicadores físicos e financeiros, demonstrando que foram adotadas providências para a implementação da recomendação. b) Recomendação 2: Contemplar, no próximo relatório de gestão, detalhamento dos motivos que levaram às significativas variações (positivas ou negativas) na execução das ações face suas respectivas previsões. Esta recomendação também é tratada no “Quadro A.9.2.2 – Situação das recomendações do OCI que permanecem pendentes de atendimento no exercício”, item 9.2.2 do Relatório de Gestão 2014 (pág. 241), com a justificativa para o não cumprimento transcrita a seguir: Concordamos com a recomendação, o Senac RJ irá aperfeiçoar os procedimentos internos e promoverá nos próximos relatórios as alterações propostas. O prazo para a implementação é dezembro de 2015. Em contrapartida, em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503869/03, de 29/06/2015, a Gerência de Qualidade e Processos informou que “[...] revisou os seus processos e as suas rotinas internas e estabeleceu critérios de análise para as variações significativas, conforme já divulgado no Relatório de Gestão de 2014, Quadro A.2.1.2.1 – Matriz de Classificação Percentual das Ações”. De fato, verificou-se que na pág. 74 do Relatório de Gestão consta o citado quadro estabelecendo critérios de análise para as variações significativas e nas págs. 76 a 93 as ações são detalhadas, com a análise crítica sendo realizada nas situações aplicáveis, demonstrando que foram adotadas providências para a implementação da recomendação. c) Recomendação 3: Estabelecer, formalmente, procedimentos, rotinas, e identificação de responsáveis, relativos ao processo de avaliação dos resultados qualitativos e quantitativos da gestão. Esta recomendação também é tratada no “Quadro A.9.2.2 – Situação das recomendações do OCI que permanecem pendentes de atendimento no exercício”, item 9.2.2 do Relatório de Gestão 2014 (pág. 242), com a justificativa para o não cumprimento transcrita a seguir:

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Concordamos com a recomendação, o Senac RJ incluirá nos seus procedimentos internos a formalização dos responsáveis pela avaliação dos resultados qualitativos e quantitativos da gestão. O prazo para a implementação é dezembro de 2015. Tendo em vista a proximidade do prazo informado para o cumprimento da recomendação, solicitou-se que fossem informadas as providências que estão sendo tomadas. Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503869/03, de 29/06/2015, a Gerência de Qualidade e Processos, setor responsável pela implementação, informou que “[...] conforme indicado no Relatório de Gestão de 2014, item 2.1.2 – Execução do Plano de Metas ou Ações, o Senac RJ possui procedimentos de avaliação de seus resultados. Contudo, iremos formalizar o fluxo de trabalho por meio do mapeamento dos processos e das atividades de acompanhamento / monitoramento dos resultados qualitativos e quantitativos, em consonância com o apresentado no Plano de Providências Permanente”. ##/Fato##

2.2 Avaliação da Situação das Transferências Voluntárias

Conforme a planilha de transferências concedidas vigentes em 2014 disponibilizada pelo SENAC RJ por meio do documento GP/OF. 001/2015, de 30/01/2015, foram apresentadas vinte transferências concedidas totalizando R$ 6.496.076,25, sendo dois convênios no valor de R$ 750.217,76 e dezoito contratos de repasse no valor de R$ 5.745.855,49. Esses últimos tratam de patrocínios, classificados como contratos de repasse por falta de opção na convenção do Relatório de Gestão. Foi selecionada para exame uma amostra não probabilística de cinco contratos de patrocínio, considerando-se o quesito materialidade.

Quantidade total de transferências no exercício

Volume de recursos total de transferências pactuadas no exercício

Quantidade avaliada

Volume de recursos avaliados

Quantidade em que foi detectada alguma irregularidade

Volume de recursos em que foi detectada alguma irregularidade

20 6.496.076,25 5 1.080.000,00 5 1.080.000,00 Fonte: Documento GP/OF. 001/2015, de 30/01/2015, disponibilizado pelo SENAC/RJ.

Os contratos de patrocínio examinados foram celebrados com diferentes empresas e tratam da realização de eventos ligados ao comércio: Centro Sul Fluminense (patrocínio no valor de R$ 250 mil), Feira Iguaçuana de Beleza (patrocínio no valor de R$ 150 mil), Comida de Buteco (patrocínio no valor de R$ 300 mil), Festival Gastronômico Costa Verde (patrocínio no valor de R$ 180 mil) e Costa Verde Negócios (patrocínio no valor de R$ 200 mil). Os patrocínios contratados apresentam correlação entre o objeto avençado e a missão/finalidade da entidade, no entanto não houve na contratação avaliação prévia estimativa da relação custo-benefício do evento e da viabilidade técnica, financeira e econômica dos patrocínios para o SENAC RJ.

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Na amostra analisada também não foram verificadas evidencias da mensuração do retorno dos resultados dos patrocínios contratados, nem ações de acompanhamento/fiscalização durante a realização do evento. Adicionalmente foram observados atrasos nas prestações de contas pelos patrocinados sem aplicação pela entidade das sanções previstas nos normativos e cláusulas contratuais e não observância quanto a integral numeração e rubricas dos processos de prestações de contas. Dessa forma, o nível de maturidade dos controles internos referente às transferências financeiras concedidas pelo SENAC RJ, no caso de patrocínios, pode ser considerado básico, vez que é amparo pelo regramento OS NOR 14/2013 e as cláusulas contratuais, não se observando sistema computacional, rotinas, fluxogramas e procedimentos bem definidos para a área, de forma operacionalizar mais consistentemente a gestão de transferências financeiras. ##/Fato##

2.3 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

O Relatório de Gestão de 2014 apresenta as despesas por modalidade de contratação realizadas no exercício 2014, em quadro que reproduzimos a seguir: Quadro: Despesas por modalidade de contratação

Modalidade de Contratação

Despesa Liquidada Despesa Paga 2014 2013 2014 2013

Modalidade de Licitação (a+b+c+d+e+f+g)

74.868.534,69 89.398.631,83 78.678.701,84 78.043.087,36

a) Convite 1.944.185,74 1.621.985,23 2.326.398,94 1.202.620,30 b) Tomada de Preços - - - - c) Concorrência 60.188.552,45 62.455.769,21 58.185.539,26 59.908.042,53 d) Pregão 12.735.796,50 25.320.877,39 18.166.763,64 16.932.424,53 e) Concurso - - - - f) Consulta - - - - g) Regime Diferenciado de Contratação

- - - -

2. Contratações Diretas (h+i)

43.555.067,89 38.906.339,11 42.658.656,97 42.437.186,06

h) Dispensa 36.833.359,23 34.428.302,14 36.936.782,69 38.214.479,98 i) Inexigibilidade 6.721.708,66 4.478.036,97 5.721.874,28 4.222.706,08

Fonte: Relatório de Gestão 2014

Os procedimentos de compras e contratações realizados no exercício de 2014 foram analisados por amostragem, abrangendo os processos relacionados nos quadros seguintes: Quadro: Processos Licitatórios escolhidos por amostragem para serem analisados pela CGU.

Modalidade Fornecedor Valor contratado (R$)

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Pregão com Registro de Preço – Aquisição de cabeças para

treino de cabeleireiro.

Fire Hair 2011 Distribuidora de Cosméticos LTDA (CNPJ 14.650.990/0001-18)

1.979.950,00

Concorrência sem Registro de Preço - Agência de Eventos.

Momentum Promoções LTDA (CNPJ 02.767.700/0001-31)

15.000.000,00

Concorrência sem Registro de Preço - Obras de adequação do térreo, terceiro pavimento e cobertura do prédio do Senac - Nova Iguaçu. (*)

Copa Engenharia e Construções LTDA.

2.727.446,03

Pregão com Registro de Preço – Compra de cadeiras universitárias.

Art Base-Industria e Comercio de Moveis e Peças para Escritório LTDA.

1.025.898,00

Convite – Contratação de escritório de advocacia na área cível.

Ac. Burlamaqui Consultores. 392.400,00

Total 21.125.694,03 (*) Concorrência analisada apenas para verificação do atendimento das recomendações constantes no Plano de Providência Permanente – PPP.

Quadro: Processos de inexigibilidade de licitação escolhidos por amostragem para serem analisados pela CGU.

Inexigibilidade Fornecedor Valor contratado Contrato nº 571301 - Serviços de treinamento e qualificação.

DBM do Brasil Consultoria em Recursos Humanos LTDA.

230.280,00

Contrato nº 574299 - Serviços de treinamento e qualificação.

Frédéric Leon de Maeyer. 40.000,00

Contrato nº 574298 - Serviços de treinamento e qualificação.

Silvana Bianchi Carneiro Ribeiro. 40.000,00

Contrato nº 3341 - Serviços de consultoria.

Instituto Euvaldo Lodi – Núcleo Central.

196.000,00

Contrato nº 563929 - Serviços de consultoria.

Renata Soares Abranches 60.000,00

Total 566.280,00

Quadro: Processos de dispensa de licitação escolhidos por amostragem para serem analisados pela CGU.

Fornecedor Nº de processos Valor total dos contratos (R$) Editora O Dia S/A 42 216.146,00 Gráfica Editora Jornal do Comércio S/A 31 106.084,36 Total 322.230,36

Com base na amostra analisada, identificamos inconsistências de natureza formal nos processos de inexigibilidade e dispensa de licitação realizados no exercício de 2014. Verificamos, ainda, fragilidades na condução do Pregão nº 562141, realizado para aquisição de cadeiras universitárias. Ademais, consideramos que o Convite nº 569.356 foi instruído em descumprimento dos Princípios da Economicidade e Razoabilidade. Por fim, foram constatadas falhas graves no planejamento e controle no âmbito da Concorrência nº 567980, realizada para prestação de serviços de organização de eventos. Desta forma, consideramos que a gestão de compras e contratações da UJ foi comprometida, em especial, devido às falhas identificadas no âmbito do Convite nº 569.356 e da Concorrência 567.980.

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Assim, a Entidade deve aprimorar suas ferramentas de controle interno, conforme apresentado na segunda parte deste Relatório. O quadro a seguir resume o valor e o percentual da amostragem dos processos analisados. Quadro: Representatividade dos processos analisados e conclusões relacionadas

Modalidade Valor total (R$) Valor contratado amostra (R$) % por modalidade Dispensa 36.833.359,23 322.230,36 0,87 Convite 1.944.185,74 392.400,00 20,00 Pregão 12.735.796,50 3.005.848,00 24,60 Concorrência 60.188.552,45 17.727.446,03 29,45 Inexigibilidade 6.721.708,66 566.280,00 8,42 Total 118.423.602,58 22.014.204,39 18,58

##/Fato##

2.4 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

No exercício de 2014, o TCU não apresentou determinação específica à CGU para ser acompanhada junto ao Senac RJ.

##/Fato##

2.5 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

O resultado da análise Plano de Providências Permanente (PPP) do SENAC RJ foi comunicado à instituição por meio do Ofício n.º 34.420/2014/NAC-5/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 31/12/2014. A análise abrangeu todas as sessenta recomendações constantes no PPP, sendo 32 do Relatório nº 201408000 (prestação de contas 2013), 26 do Relatório nº 201203956 (prestação de contas de 2011), uma do Relatório nº 246742 (prestação de contas de 2009) e uma do Relatório nº 224313 (prestação de contas de 2008), envolvendo as áreas de recursos humanos, aquisições, contratações, resultados operacionais e patrocínios. Foram reiteradas 55 recomendações não atendidas, em destaque aquelas que tratam da apuração de responsabilidades e ressarcimento de valores, para as quais a UJ manifestou sua contrariedade. Cinco recomendações foram classificadas como “em análise”, a depender de ação de controle por parte da CGU. Destas, foram analisadas três recomendações, com assuntos contemplados no escopo do presente trabalho. Apenas uma foi considerada totalmente atendida, uma parcialmente e a outra não atendida, como exposto na 2ª parte deste relatório.

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##/Fato##

2.6 Avaliação da Conformidade das Peças

No que tange à conformidade das peças do processo de prestação de contas encaminhadas pelo SENAC RJ, verificou-se que a UJ não elaborou Rol de Responsáveis com as especificidades a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de referência, uma vez que, de acordo com o inciso II do artigo 10 da IN TCU 63/2010, devem compor o Rol de Responsáveis os ocupantes de cargos de hierarquia imediatamente inferior ao dirigente máximo e os superintendentes elencados no aludido Rol não atendem a este requisito. Recomendou-se ao SENAC RJ, por meio da Nota de Auditoria n.º 201503972/001, que providenciasse as alterações necessárias no Rol de Responsáveis da UJ, de modo a atender às normas do TCU, e encaminhasse o Rol corrigido a esta CGU-Regional/RJ. No entanto, em resposta encaminhada por e-mail em 28/07/2015, a unidade informou que já vem apresentando, desde 2011, as informações no mesmo formato apresentado este ano (ou seja, em desacordo com o inciso II do artigo 10 da IN TCU 63/2010) e uma mudança neste momento traria receio sobre futuros questionamentos sobre essas alterações por parte dos órgãos de controle, e ainda, que iriam promover as alterações no Relatório de Gestão referente ao exercício de 2015. No que se refere ao conteúdo do Relatório de Gestão, verificou-se que o SENAC RJ não apresentou informações sobre as seguintes matérias:

- Adoção de medidas administrativas para apurar responsabilidade por ocorrência de dano ao Erário, conforme exigido pela Decisão Normativa TCU n.º 134, de 04/12/2013, parte C, destinada aos Serviços Sociais Autônomos, item 9.3. - Informações sobre a desoneração da folha de pagamentos propiciada pelo art. 7º da Lei 12.546/2011 e pelo art. 2º do Decreto 7.8282012, conforme exigido pela Decisão Normativa TCU n.º 134, de 04/12/2013, parte C, destinada aos Serviços Sociais Autônomos, item 5.3., - Ausência de Parecer de Auditoria Independente. Conforme item 12.3 – “Relatório de Auditoria Independente”, não ocorreu auditoria independente durante o exercício de 2014.

As devidas justificativas estão apresentadas em item específico deste Relatório. Sobre as informações de transferências concedidas em 2014, foi verificada: - fragilidade na qualidade das informações sobre os instrumentos de transferências concedidas; - inconsistência de critérios para a conversão das contrapartidas não financeiras em moeda, como estabelece a Portaria TCU 94/2014;

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- falta de análise crítica para as oscilações no volume de recursos repassados relativos aos contratos de repasse e sobre o comportamento das prestações de contas frente aos prazos regulamentares no decorrer dos últimos exercícios; - ausência de informações quanto às estruturas de controle definidas para o gerenciamento das transferências concedidas, inclusive quanto a capacidade de fiscalização “in loco” da execução dos instrumentos de transferências. Quanto às demais peças componentes do Processo, verificou-se que foi encaminhado, no que tange ao “Parecer de colegiado obrigado ao pronunciamento sobre as contas por lei ou norma específica”, o Parecer da Assessoria Técnica do Conselho Fiscal. Já quanto ao “parecer da auditoria interna ou do auditor interno”, foi apresentado documento trazendo informações acerca do “sistema de trabalho” do Conselho Fiscal no acompanhamento dos controles internos das unidades do Senac, sem apresentar resultados obtidos, especialmente quanto à atuação no Senac RJ, e que conclui que este sistema “tendo por base sua independência em relação à administração, permite que o resultado final, o Balanço Geral do Senac e seus anexos, sejam confiáveis”. ##/Fato##

2.7 Avaliação da Gestão de Pessoas

O quadro geral de pessoal próprio do SENAC RJ, em 31/12/2014, era composto de 3.356 colaboradores. Desse efetivo, 115 funcionários encontravam-se afastados por motivos diversos, tais como licença maternidade, auxílio doença e licença sem remuneração. Não há funcionários cedidos nem requisitados. A força de trabalho em 31/12/2014, além dos 3.241 funcionários efetivos em exercício, contava com 566 instrutores e 17 profissionais de serviços administrativos e gerais, contratados diretamente pela entidade para demandas específicas temporárias. A lotação autorizada de pessoal efetivo é de 3.400 funcionários, sendo que tal quantitativo não foi obtido mediante estudo específico para estimar a força de trabalho necessária para o desempenho das atribuições da entidade. A grade salarial vigente teve como base um estudo de janeiro de 2012, realizado por empresa de consultoria contratada. A tabela salarial de 2014 apresenta 23 níveis, cada um com uma faixa salarial que vai de 65% a 130% da remuneração base. Em uma amostra de 42 funcionários, constatamos quatro casos de salários acima de 130% e dois abaixo de 65%, contrariando a norma interna. O SENAC RJ não efetuou pagamentos a título de remuneração variável por desempenho em 2014. A entidade informou que há um estudo em desenvolvimento em relação a essa questão, o qual se encontra pendente face a um recurso apresentado ao TCU em relação aos parâmetros de múltiplos de salários estabelecidos pela Corte de

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Contas. A remuneração variável com esses múltiplos (0,8 a 1,3) foi contemplada no orçamento de 2015, mas sem a efetivação de pagamento no exercício corrente. Durante o exercício, foram admitidos 864 funcionários efetivos e desligados 553. Foram examinados 13 processos seletivos, que resultaram em 124 admissões, correspondendo a 14,35% do total de 864. O exame apontou que os processos seletivos não observaram integralmente os princípios da transparência e da impessoalidade. A divulgação do processo seletivo é feita mediante anúncio em jornal de grande circulação. O anúncio remete o interessado à página da entidade na internet para obter informações sobre as vagas, benefícios e orientação para envio de currículo. As informações fornecidas, no entanto, carecem de elementos para a devida orientação ao candidato e transparência do processo seletivo, incluindo, dentre outros elementos: quantitativo de vagas; programas das provas de conhecimento; critérios de avaliação das etapas dos processos seletivos e suas pontuações; e possibilidade de interposição de recursos em todas as etapas do processo. Em relação aos critérios de avaliação, observamos a supremacia da pontuação das etapas passíveis de avaliação subjetiva (análise curricular, entrevista individual, prova prática) sobre a etapa de avaliação objetiva (provas de conhecimentos), comprometendo a observância do princípio da impessoalidade, dada a subjetividade inerente à atribuição de pontuação na avaliação de determinadas competências comportamentais e organizacionais. A partir da análise dos dados cadastrais dos empregados do SENAC RJ, não foram identificados, no exercício de 2014, empregados ativos nos quadros funcionais com acumulações incompatíveis de empregos ou recebendo remuneração concomitante com benefício do INSS por invalidez, bem como empregados com registro de óbito em sistema governamental. No que tange à previdência complementar, o SENAC RJ é entidade patrocinadora do Plano Básico de Benefícios de Previdência Privada Fechada, junto à operadora PREVINDUS – Associação de Previdência Complementar. As contribuições do SENAC RJ, como entidade patrocinadora, à previdência complementar em 2014 totalizaram R$ 810.536,65. Já as contribuições dos participantes totalizaram R$ 851.072,06. Desse modo, a contribuição normal do patrocinador foi inferior à dos segurados, em observância ao art. 202, § 3º, da Constituição Federal de 1988. Em relação aos controles sobre as viagens de funcionários, constatamos deficiências no fornecimento de dados e de documentos solicitados relativos às viagens de funcionários, com demora excessiva na disponibilização da documentação de suporte a dois lançamentos nas contas contábeis que registram as despesas de hospedagem e de passagens.

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Também foram constatadas outras inconformidades, como a falta de comprovantes da participação dos funcionários nos eventos motivadores de viagens. Consideramos que a entidade deve instituir um procedimento regular de verificação e aprovação da prestação de contas de viagens de funcionários. Quanto aos controles internos, embora a auto avaliação do SENAC RJ tenha classificado seus controles em nível “aprimorado”, as análises realizadas junto à área de gestão de pessoas e as impropriedades identificadas levam a concluir que o atual nível de maturidade dos controles internos do SENAC RJ ainda carece de maior aprimoramento. ##/Fato##

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Rio de Janeiro/RJ, 01 de outubro de 2015.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

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_______________________________________________

Achados da Auditoria - nº 201503972 1 GESTÃO OPERACIONAL

1.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

1.1.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Pagamentos da Assistência Estudantil aos alunos do Pronatec realizados em desconformidade com a Portaria MEC nº 168, de 7 de março de 2013. Fato

Para responder a questão de auditoria “A assistência estudantil é fornecida no montante estipulado aos alunos da Bolsa-Formação?”, por meio da análise dos controles relativos ao pagamento desse benefício, foram selecionadas, aleatoriamente, como amostra não probabilística, seis turmas/cursos Pronatec realizados em 2014, sendo dois na Unidade Centro Politécnico (Operador de Áudio e Operador de Câmera) e quatro na Unidade Copacabana (DJ – Disc Jóquei, Inglês Básico, Recepcionista de Eventos e Recepcionista em meios de Hospedagem). Solicitou-se, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201503869/04, de 30/06/2015, dentre outros documentos, os “Registros de frequência no módulo de frequência do SISTEC por turma/curso”, previsto no item 4.5 das Diretrizes do PRONATEC, versão 4; “Listas de presença com o nome dos alunos por turma/curso”; e “Recibos de assistência estudantil/comprovante de pagamento aos alunos beneficiários por turma/curso”, conforme Resolução FNDE nº 03/2012, art.6º, inciso III, alínea “o”. Em análise aos comprovantes disponibilizados, verificou-se que as unidades adotaram o procedimento do pagamento da Assistência Estudantil por meio de transferência bancária eletrônica, mediante pagamentos quinzenais, por meio da qual o aluno deveria receber o valor correspondente a R$ 2,00 por hora-aula executada. Ressalta-se que os registros de frequência do SISTEC não foram disponibilizados. Conforme o documento “A participação do Senac no Pronatec: diretrizes” - versão 4, de setembro de 2014, nos itens 11.1 e 4.5.1, respectivamente, em atendimento a Portaria MEC nº 168, de 7 de março de 2013 as Unidades de Ensino deverão cancelar a matrícula do aluno que, dentre outros motivos:

I- ausentar-se nos cinco primeiros dias consecutivos de aula; II - tiver frequência menor que 50% ao completar 20% da carga horária total do curso FIC.

De acordo com legislação vigente, há um prazo para reconfirmação de matrícula e/ ou substituição de alunos. No caso de cursos FIC, as Unidades deverão reconfirmar, no Sistec/MEC, as matrículas dos estudantes após o desenvolvimento de 20% e antes de integralizar 25% da carga horária total do curso. Havendo evasão de alunos após o prazo de reconfirmação de matrícula estabelecido no item 4.5.1, as horas correspondentes não serão descontadas para fins de repasse de recursos da produção mensal. No entanto, os alunos que tiverem a matrícula cancelada,

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de acordo com as regras apresentadas no item 4.5.1, não deverão ser contabilizados para fins de repasse de recursos. Dessa forma, entende-se que o cancelamento das matrículas e o respectivo reflexo no pagamento do auxílio à assistência estudantil deve ocorrer no período entre 20% e 25% da execução da carga horária total dos cursos FIC. Entretanto, confrontando as informações contidas nas folhas de frequência com os comprovantes de pagamento da assistência estudantil, foram verificadas as seguintes ocorrências no pagamento do auxílio à assistência estudantil aos alunos do Pronatec: Unidade Copacabana:

- No curso de Recepcionista em meios de Hospedagem, constatou-se que dois dos 14 alunos Pronatec, CPFs ***.622.137-** e ***.760.177-**, apesar de ausentarem-se nos cinco primeiros dias consecutivos de aula não tiveram a matrícula e o respectivo pagamento do benefício da Assistência Estudantil cancelados.

Em justificativa apresentada por e-mail, em 21/07/2015, o Gerente da Unidade informou que o Senac RJ foi orientado a seguir o procedimento previsto na Portaria MEC nº 168/2013 para turmas de curso técnico e que estivessem no âmbito Sisutec. Justificou, ainda, que como a turma citada não se encaixava nesse padrão e não foi possível contatar os estudantes, o cancelamento não foi efetuado dentro do previsto. Em que pese a justificativa apresentada, não foi disponibilizada cópia da orientação seguida pela Unidade.

Também foi verificado que três alunos, CPFs ***.565.567-**, ***.731.347-** e ***.496.817-**, não receberam a primeira parcela da assistência estudantil paga aos demais estudantes, apesar de terem frequentado as aulas desde o início do curso, conforme folhas de frequência apresentadas pelo Senac/Copacabana.

Em relação ao fato, o gerente informou que os três alunos foram matriculados após a data de início do curso. Entretanto, não foi esclarecido porque a inscrição dos alunos só ocorreu após o início do curso se os mesmos frequentaram as aulas desde o início.

- No Curso de DJ – Disc Jóquei, observou-se que os onze alunos Pronatec inscritos não receberam a assistência estudantil em valor proporcional à carga horária executada no curso. Constatou-se que dois alunos teriam recebido valores inferiores a R$2,00 hora-aula aluno executada, enquanto nove teriam recebido valores superiores a R$ 2,00. O Gerente da Unidade informou que a remessa de pagamento enviada para o banco é gerada com antecedência e que os alunos que receberam valores menores que R$ 2,00 foram matriculados após o envio deste arquivo. Por este motivo eles não foram

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incluídos no grupo para pagamento da 2ª quinzena de fevereiro (correspondente ao primeiro período do curso), gerando divergência no valor total. Entretanto, não foi esclarecido porque a inscrição desses alunos só ocorreu após o início do curso se os mesmos frequentaram as aulas desde o início. Quanto aos alunos que receberam mais de R$ 2,00 hora-aula executada o gerente informou que qualquer alteração realizada na agenda do Sistema de Gestão Acadêmica do SENAC - SGA (cancelamento) implicará em divergências na carga horária total do grupo. Entretanto, a carga horária executada no curso foi igual a prevista (160h). - No curso de Inglês Básico, verificou-se que um dos alunos Pronatec (CPF ***.652.837-**) somente começou a receber a assistência estudantil no mês de outubro, apesar do curso ter se iniciado em 15/04/2014. O gerente da Unidade informou que o aluno só foi matriculado em 25/09/2014 e que o sistema só gera o repasse para os alunos que estão devidamente cadastrados. Nas folhas de frequência da turma, extraídas do SGA, o aluno consta como inscrito na data informada pelo Gerente, ou seja, depois de transcorrido 40% da carga horária total do curso. Entretanto, na planilha de situação de matrículas, extraída do SISTEC pela funcionária da Gerência do Pronatec, disponibilizada a esta Equipe de Auditoria no dia 20/07/2015, a situação de sua matrícula consta como “CANC-SEM-FREQ-INICIAL” e seu nome também não consta na relação de alunos concluintes por turma, extraída do Sistec, conforme planilha “Alunos por turma SISTEC.xlsx”. Como justificativa para o fato a Gerência de Gestão de Normas informou por email, em 24/07/2015, que: “Remetemos em anexo as fichas de frequência e ficha externa onde pode ser constatado que o estudante concluiu o referido curso e teve direito a certificação. Cabe salientar que podem existir inconsistências nos dados extraídos do Sistec.” Dessa forma, o gestor ratifica a inconsistência observada entre os sistemas SGA e Sistec, entretanto, não esclarece a intempestividade na matrícula do aluno, que levou ao atraso no recebimento da assistência estudantil e falta de pagamento das parcelas iniciais. Verificou-se também que sete entre 25 alunos Pronatec tiveram frequência inicial insuficiente, nos termos do art. 55 da Portaria MEC nº 168/2013. Entretanto, suas matrículas, bem como o respectivo pagamento do benefício, não foram canceladas tempestivamente, dado que a ocorrência do fato se deu entre 15/04/2014 e 21/05/2014, e o pagamento do benefício só foi cessado em outubro do mesmo exercício, após a execução de 55% da carga horária total do curso. - No curso de Recepcionista de Eventos, verificou-se que dois entre 12 alunos Pronatec (CPFs ***.870.217-** e ***.155.277-**) tiveram frequência inicial insuficiente, nos termos do art. 55 da Portaria MEC nº 168/2013. Entretanto, suas matrículas, bem como o respectivo pagamento da assistência estudantil, não foram canceladas tempestivamente, dado que a ocorrência do fato se deu entre 17 e 26/02/2014 e o pagamento do benefício só foi cessado em julho, após a execução de 92% da carga horária total do curso. Verificou-se também que a aluna de CPF ***.207.387-** só começou a receber a assistência estudantil em abril, em que pese ter frequentado as aulas desde o início do

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curso, em 17/02/2014. Em relação ao fato o gerente da Unidade informou que a aluna não recebeu a primeira parcela da Assistência Estudantil porque só foi matriculada em 06/03/2014, mas não justificou o motivo do atraso na inscrição da aluna. Unidade Centro Politécnico: - No curso de Operador de Áudio, constatou-se três alunos, CPFs ***.948.977-**, ***.972.027-** e ***.145.767-**, cujas matrículas e o respectivo pagamento da Assistência Estudantil deveriam ter sido cancelados por motivo de frequência inicial insuficiente, nos termos do Art.55 da Portaria MEC nº 168/2013. O aluno de CPF ***.972.027-** teve a matrícula e o pagamento da Assistência Estudantil cancelados, no entanto isso ocorreu somente após a execução de 68% da carga horária do curso. Questionado, o gerente do Centro Politécnico ratificou, em e-mail de 08/07/2015, que o aluno só teve a matrícula cancelada e pagamento de Assistência Estudantil cessado em 22/10/2014, ou seja, depois de 68% da execução da carga horária total prevista para o curso. No caso do aluno de CPF ***.948.977-** o gerente do Centro Politécnico informou no mesmo e-mail, que este não frequentou os primeiros cinco dias de aula, mas justificou a ausência e concluiu o curso, tendo sido considerado aprovado. Quanto ao aluno M.R.S.F., que não cumpriu a frequência mínima ao completar 20% da carga total do curso e que, após esse período, não frequentou mais as aulas, o gerente informou que sua matrícula e o respectivo pagamento de Assistência Estudantil não foram cancelados porque, quando contatado pela Unidade, o aluno afirmava que retornaria ao curso. Também se constatou que um outro aluno (CPF ***.375.067-**), devidamente inscrito e aprovado no curso, não recebeu o pagamento do benefício de Assistência Estudantil. Em relação ao caso, o gerente informou que os pagamentos foram rejeitados em virtude de problemas na conta e que o SENAC RJ irá convocar o aluno para regularizar a situação. Verificou-se, ainda, a ocorrência de pagamento de assistência estudantil a todos os alunos Pronatec deste mesmo curso em valor superior a R$ 2,00 por hora-aula executada. A esse respeito, o gerente informou que o repasse da Assistência Estudantil é realizado de forma antecipada, de acordo com a agenda programada no SGA, sendo o repasse por remessa quinzenal sempre proporcional a R$2,00 e que a divergência de valores ocorreu uma vez que a carga horária executada foi diferente da prevista - 240h (devido a cancelamentos ou remanejamento de aulas). Entretanto, conforme registro do SGA, o curso teria carga horária prevista de 200h e não de 240h, como informado pelo gerente. Ademais, ainda que se considerasse que a carga horária prevista para o curso fosse de 240h, o valor por hora aula pago aos alunos ainda seria superior a R$2,00. - No curso de Operador de Câmera, verificou-se que dois entre 13 alunos Pronatec, CPFs ***.560.857-** e ***.079.687-**, não tiveram o pagamento do benefício cessado, apesar de apresentarem frequência inferior a 50% ao completar 20% da carga horária total do curso. O gerente do Centro Politécnico informou que um dos alunos (CPF ***.560.857-**) não teve a matrícula e os respectivos pagamentos de Assistência Estudantil cancelados porque quando contatado afirmava que retornaria ao curso, e ratificou que o outro aluno (CPF ***.079.687-**) só teve a matrícula cancelada em

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30/09/2014, após a execução de 87,5% da carga horária total prevista para o curso. Ressalta-se, no entanto, que ainda assim o pagamento do benefício não foi cessado. Apesar das justificativas apresentadas pelo gerente do Centro Politécnico, entende-se que as situações encontradas contrariaram o disposto na legislação do Pronatec. Diante das ocorrências detectadas, concluiu-se que o SENAC RJ não está atendendo às disposições do Art. 55 da Portaria MEC nº 168/2013, no que diz respeito ao cancelamento de matrícula e pagamento de assistência estudantil dentro do prazo e nos valores previstos na legislação do Programa.

##/Fato##

Causa

Descumprimento da Portaria MEC nº 168/2013, ocasionando falhas na execução dos procedimentos relacionados ao pagamento da Assistência Estudantil aos alunos do Pronatec. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015:

“Concordamos com a recomendação. O Senac RJ irá providenciar relatórios específicos, que permitam identificar mais facilmente os alunos Pronatec que tenham atingido ou estejam próximos de atingir os parâmetros de frequência que implicam o cancelamento da bolsa formação.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor concordou com os fatos apontados e se comprometeu a atender à recomendação mediante a geração de relatórios específicos, que permitam identificar mais facilmente os alunos Pronatec que tenham atingido ou estejam próximos de atingir os parâmetros de frequência. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Aprimorar as rotinas de controle referentes ao cancelamento, substituição e reconfirmação de matrículas dos alunos beneficiários do Pronatec com vistas a garantir que o pagamento da Assistência Estudantil ocorra nos termos da Portaria MEC nº 168/2013. 2 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

2.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

2.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

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2.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Ausência de justificativa para escolha do tipo de licitação por Técnica e Preço para a contratação de agência de eventos. Fato

Analisamos a Concorrência nº 567.980/14 (CC 7/14), tipo Técnica e Preço, cujo objeto é a contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte. Constatamos na requisição dos serviços que o tipo de licitação escolhida não foi devidamente justificado, o que resultou, inclusive, na desclassificação de propostas com melhores preços em razão da definição de critérios sem parâmetros objetivos no edital. Em geral, a organização de eventos comuns deve ser contratada por menor preço, exceto se for comprovada a predominância da atividade intelectual, o que não foi demonstrado no processo da licitação em tela, tampouco na execução, onde não foi evidenciada tal necessidade, pois nos pagamentos analisados não constam briefings de situações imprevisíveis relevantes que tenham demandado análises técnicas e propostas técnicas que tenham passado por análise e seleção por parte do SENAC RJ. Ademais, o Edital previu dois quesitos para as propostas técnicas (consistência do planejamento e eficácia da produção) sem fixar parâmetros objetivos para sua análise, contrariando o §2º da Resolução SENAC 958/2012. O quesito “1. consistência do planejamento” do item 3 (valoração da proposta técnica) foi determinante na escolha da vencedora, pois representou uma diferença de sete pontos para a segunda colocada cuja proposta comercial foi melhor. Esse quesito possui os subquesitos: a) desenvolvimento (30 pontos) para o qual são considerados critérios subjetivos (10 pontos cada) que são “idéia criativa”, “impacto do projeto”, “inovação”; b) Entendimento das necessidades técnicas; c) Entendimento do briefing. Em resposta ao recurso apresentado pela segunda colocada em relação ao quesito 1, a área técnica do SENAC RJ apresentou as seguintes justificativas: “[...] Embora bem construído e embasado, o projeto não foi tão bem avaliado no quesito ‘idéia Criativa’ e obteve nota 6 por ter um formato usual e sem grandes diferenciais. Na mesma linha, com relação ao item ‘impacto do Projeto’, a nota 7 reflete nossa percepção de que o evento sugerido é impactante, porém distante das nossas expectativas para o segmento em questão no briefing. A mesma justificativa explica a nota 6 atribuída ao quesito ‘inovação’. No que tange ao item ‘Entendimento do Briefing’, atribuímos 9, que foi a nota máxima dada no certame porque entendemos que a agência teve uma clara compreensão das nossas necessidades de comunicação e de negócio. O que não necessariamente se materializou em todas as entregas e execuções do projeto.

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E, por fim, na avaliação referente à ‘Eficácia da Produção’ a nota 10 atribuída à agência se deu em função da pouca aderência e alinhamento da marca proposta e seus desdobramentos à marca mãe. Os avaliadores concluíram também que a direção geral de arte do projeto destoa do que vem sendo feito pelo Senac em sua comunicação.” Verifica-se que as justificativas não foram amparadas em parâmetros objetivos fixados no edital e nem são comparadas com as avaliações realizadas nas demais propostas. Portanto, não foi comprovada/demonstrada, no procedimento licitatório, a predominância da necessidade de atividade intelectual e de atividades imprevisíveis de forma a justificar a escolha da concorrência pelo tipo técnica e preço para a contratação dos eventos o que resultou na desclassificação de proposta comercial mais vantajosa, com base em critérios subjetivos.

##/Fato##

Causa

Aprovação de licitação do tipo técnica e preço pela Gerência de Eventos, pelo Diretor de Mercado e pelo Presidente sem demonstrar a predominância da atividade intelectual nos eventos previstos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir: “No Termo de Referência elaborado pela área técnica foram determinados todos os pontos a serem observados para o julgamento técnico das propostas. Como sabido, nas licitações do tipo técnica e preço, a proposta mais vantajosa é determinada pela combinação dos resultados apresentados na proposta técnica e na proposta comercial, guardadas as proporções dos pesos devidamente atribuídos. Sendo assim, o preço ofertado contribui para a determinação do vencedor. Ressaltamos que para julgamento dos quesitos técnicos, a área demandante responsável se valeu da avaliação técnica dos quesitos de acordo com as premissas exigidas para o atendimento e adequação ao Briefing determinado, comparando a maior ou menor aderência ao mesmo, realidade a ser enfrentada durante a execução do contrato”. Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Inicialmente é importante destacar que um evento, de maneira geral, além de possuir grande poder na estratégia de comunicação de qualquer empresa, tem características peculiares, o que torna indispensável conhecer sua tipologia e sua devida aplicação. eventos são veículos que contribuem para o acesso de interessados à finalidade do negócio e aumentam a visibilidade do serviço prestado de uma forma abrangente, participando a sociedade como um todo. entendendo isso, a área de eventos do SENAC

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– RJ reconhece a importância que tem para apoio à divulgação institucional e construção de marca. Por definição, o verbete evento pressupõe ‘iniciativa que tenha o objetivo de reunir pessoas para finalidade diversa’, onde a tônica da execução é a causalidade eventual: ‘dependente de acontecimento incerto; casual; fortuito; possível mas incerto’. Tais definições, intrínsecas à atividade, explicam a imprevisibilidade de detalhes operacionais com maior prazo de planejamento, principalmente nas áreas de atuação do SENAC/RJ que tem na sua maior contratação, equipamentos que devam servir a atividades educacionais e de responsabilidade social, que não raro têm particularidades diversas para viabilizar suas atividades. Sendo assim, importa destacar a relevância do principal evento do SENAC RJ e maior parte do objeto contrato: o talentos. O talentos foi criado em 2011 através de um projeto piloto que, diante dos resultados alcançados, tornou-se um dos mais visíveis eventos no calendário anual estudantil e empregatício. O programa atinge as 37 unidades operativas do SENAC – RJ, concentrando as disputas entre os estudantes na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o resultado apurado, em sua 4ª edição o programa talentos alcançou os seguintes números: • alunos inscritos - 14 mil – 850% de aumento em relação à 2ª edição; • público visitante - 25 mil – 717% de aumento em relação à 2ª edição; • palestras – 12 – 50% de aumento em relação à 3ª edição; • empresas parceiras – 54 – 600% de aumento em relação à 2ª edição. Isto demonstra não somente o crescimento do evento junto ao público alvo como também expressa o retorno do volume financeiro investimento. aliado ao objetivo principal do evento, que é o descobrimento de alunos com talentos diferenciados, o programa vem merecendo destaque em diversas mídias espontâneas, sendo televisivas, impressas ou através da internet, alcançando uma parcela significativa de market share. Posto isto, e diante do importe do programa talentos, de sua visibilidade, através de todos os tipos de mídia, do público visitante e do público envolvido na atividade, consideramos que o serviço aqui tratado é de natureza predominantemente intelectual, não possuindo características de bens e serviços comuns, cuja escolha possa ser pautada somente no menor preço ofertado (art. 1º PU da lei 10.520/2002). O objeto do certame possui padrões de desempenho e qualidade no edital por meio de especificações usuais do mercado, não podendo se afirmar que o critério de menor valor de somatório de preços unitários conduz à seleção da proposta mais vantajosa. Há ainda, interpretações segundo as quais não podem ser considerados comuns apenas os objetos de natureza predominantemente intelectual, cuja definição é exposta no voto do relator no acórdão 2.471/2008: ‘(...) serviços em que a arte e a racionalidade humana são essenciais para sua execução satisfatória. não se trata, pois, de tarefas que possam ser executadas mecanicamente ou segundo um protocolo, métodos e técnicas pré-estabelecidos e conhecidos.’ Pelo exposto, reiteramos ter sido fundamental a escolha da modalidade técnica e preço no pregão em discussão, face à complexidade da execução do objeto proposto.

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Com boa fé, o SENAC RJ reitera o seu alinhamento com os órgãos de controle e compromete-se, a partir dos próximos processos licitatórios, fundamentar melhor a justificativa para as modalidades escolhidas.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Primeiramente, cabe recordar que, conforme o art. 8º, § 1º, da Resolução nº 958/SENAC, o tipo de licitação técnica e preço será utilizado preferencialmente para contratações que envolvam natureza intelectual ou nas quais o fator preço não seja exclusivamente relevante, e, neste caso, desde que justificado tecnicamente. Desta forma, entende-se que a contratação de serviços de organização de eventos comuns deve ser contratada por menor preço, exceto se comprovada a predominância da atividade intelectual, o que não foi demonstrado no processo da licitação em tela. A esse respeito o TCU se manifestou no Acórdão 2391/2007 Plenário, verbis: “É vedada a licitação do tipo “técnica e preço” quando não estiver caracterizada a natureza predominantemente intelectual da maior parte do objeto que se pretende contratar, à vista do disposto no art. 46, caput, da Lei nº 8.666/1993”. Ademais, no caso em tela, o SENAC/RJ realizou licitação, na modalidade Concorrência, tipo técnica e preço, para prestação de serviço de organização de eventos, sem especificar quais eventos seriam realizados durante a vigência contratual. Assim, as propostas comerciais foram avaliadas com base no preço atribuído a um evento fictício. Por óbvio, o valor apresentado na organização de um evento específico não demonstra os valores a serem praticados pela empresa na elaboração de projetos totalmente distintos durante a execução contratual. Neste ponto, verificamos que os eventos do SENAC/RJ organizados pela empresa contratada são recorrentes e previsíveis, sendo, portanto, passíveis de planejamento por parte da Entidade. Entende-se como primordial o planejamento dos eventos no período de vigência contratual. Uma vez planejados, o serviço de organização de eventos poderia ter sido licitado pelo critério do menor preço atribuído a projetos elaborados para cada um dos eventos a serem de fato promovidos pelo SENAC/RJ, o que possibilitaria à Entidade selecionar a proposta mais vantajosa, dentre aquelas apresentadas pelas empresas qualificadas a participar do processo licitatório. Ademais, o gestor alegou que o preço ofertado contribuiu para a determinação do vencedor da Concorrência nº 567.980/14, uma vez que a proposta mais vantajosa é determinada pela combinação dos resultados apresentados na proposta técnica e na proposta comercial, guardadas as proporções dos pesos devidamente atribuídos. Impende registrar que à proposta técnica foi atribuído peso 06 (seis), enquanto à proposta comercial foi atribuído peso 04 (quatro), por meio da fórmula a seguir: Nota final = 6 x IT + 4 x IP

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10 O índice técnico da proposta (IT) foi calculado por meio da divisão da pontuação da proposta técnica da licitante pela maior pontuação técnica dentre as propostas apresentadas, e o índice de preço (IP) foi calculado por meio da divisão do menor preço dentre as propostas apresentadas pelo preço da proposta em julgamento. Verificamos que, caso os pesos tivessem sido atribuídos igualmente entre as propostas técnica e comercial, a empresa vencedora seria a Axis Creative Comunicação e Eventos LTDA, classificada em terceiro lugar com base nos critérios de avaliação utilizados nos autos em análise. Nesse ponto, o entendimento do TCU é de que a escolha pelo tipo de licitação diverso do “menor preço” deve ser técnica e objetivamente justificada, ainda mais quando há maior valoração do critério técnico em detrimento do preço, senão vejamos o teor do Acórdão TCU nº 1330/2008 - Plenário. “[...] Ao fixar critérios de julgamento de uma licitação, como fatores de ponderação de técnica e preço e quantitativo de funcionários, justifique expressamente esses fatores, que devem ser proporcionais ao grau de complexidade dos serviços a serem contratados. Ademais, os pesos forem diferentes de 50% devem ser justificados de forma circunstanciada, visando demonstrar que não representam nem privilégio nem direcionamento e não proporcionarão aumento de preços indevido em decorrência de pequenas vantagens técnicas”. Assim, a atribuição de fatores de ponderação distintos para os índices técnica e preço somente deve ocorrer em situações ainda mais excepcionais, devidamente comprovadas, o que não ocorreu nos autos em análise. Por fim, em sua manifestação, o gestor ressaltou que constam do Termo de Referência todos os pontos a serem observados para o julgamento técnico das propostas, conforme relacionados abaixo:

Quesitos Pontuação máxima Consistência do planejamento 50 pontos Eficácia da produção 30 pontos Estrutura da agência 20 pontos

Fonte: Anexo VII do Edital Licitatório nº (fls. 16) Ocorre que não foram fixados parâmetros objetivos para análise dos quesitos estabelecidos para valoração das propostas técnicas dos licitantes, permitindo uma avaliação subjetiva por parte da Entidade, senão vejamos. O quesito ‘consistência do planejamento’, cujos subquesitos seguem descritos a seguir, foi determinante na escolha da vencedora, pois representou uma diferença de sete pontos para a segunda colocada, que apresentou preço mais baixo. Subquesitos da Consistência do Planejamento: a) Desenvolvimento, que significa estar alinhado à estratégia de comunicação do SENAC/RJ e que atenda o público alvo determinado no briefing (30 pontos). Para avaliação foi considerado:

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(a.1) Ideia criativa – capacidade de síntese da estratégia de comunicação, originalidade na combinação dos elementos e cenários, programação visual, peças de divulgação e utilização da mídia mais adequada, com sugestões dos principais meios (10 pontos); (a.2) Impacto do projeto – chamar atenção pelo ineditismo, encantar o público alvo despertando interesse pelo SENAC/RJ, objetivando levá-lo a fazer um curso na instituição (10 pontos); (a.3) Inovação – criatividade na utilização de materiais, nos formatos de suas aplicações, nos movimentos, trabalhar com toda tecnologia disponível no mercado: campo digital, gráfico, iluminação, sonorização e materiais cênicos (10 pontos). b) Entendimento das necessidades técnicas e operacionais da produção do evento, sendo considerado na avaliação, o seguinte item (10 pontos): (b.1) Determinação por parte da licitante de todos os itens que possam estar envolvidos na produção do evento com especificação técnica, quantitativos, períodos e demais informações, necessárias para a compreensão do objeto. c) Entendimento do briefing, sendo considerados na avaliação os seguintes itens (10 pontos): (c.1) Claro entendimento do objetivo estratégico e do posicionamento do SENAC/RJ demonstrados no briefing; (c.2) Claro entendimento do escopo dos eventos e seu relacionamento com o objetivo do SENAC/RJ. Assim, para valorar uma proposta técnica com pontuação de 0 (zero) a 10 (dez) pontos, levando em conta o impacto do projeto, foi avaliado se o projeto fictício elaborado pelas concorrentes chamou a atenção pelo ineditismo e encantou o público alvo despertando interesse pelo SENAC/RJ, objetivando levá-lo a fazer um curso na instituição. Em resposta ao recurso apresentado pela segunda colocada em relação ao referido subquesito, a área técnica do SENAC RJ apresentou a seguinte justificativa, que demonstra a subjetividade no julgamento das propostas técnicas: “Na mesma linha, com relação ao item ‘impacto do Projeto’, a nota 7 reflete nossa percepção de que o evento sugerido é impactante, porém distante das nossas expectativas para o segmento em questão no briefing”. Cabe observar que, ante a subjetividade dos quesitos, que remetem à “conhecimento prévio das expectativas do Senac para o segmento em questão no briefing”, a empresa vencedora tinha clara vantagem, uma vez que prestava os serviços de organização de eventos para a Entidade no momento da licitação, uma vez que não consta no Termo de Referência informações a respeito das expectativas do SENAC/RJ em relação ao projeto do evento sugerido. Desta forma, observa-se que o edital fixou parâmetros subjetivos para análise das propostas técnicas, contrariando o art. 2º da Resolução SENAC 958/2012, que considera como princípio básico da licitação o julgamento objetivo. Por óbvio, o julgamento por critérios objetivos é da própria essência do processo licitatório, que busca selecionar a proposta mais vantajosa, sendo inadmitida a adoção de critérios que possam frustrar seu caráter competitivo.

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Neste mesmo sentido encontra-se o teor do Acórdão n.º 2909/2012 - Plenário do Tribunal de Contas da União, TC-010.098/2010-0, de 24/10/2012, por meio do qual foram julgadas possíveis irregularidades na Concorrência 12/2010. O relator, em linha de consonância com a unidade técnica, entendeu ser “inaceitável a utilização de critérios subjetivos de julgamento das propostas dos licitantes”, visto que “o julgamento objetivo do certame licitatório é um dos princípios explicitados no art. 3º da Lei 8.666/1993”. Acentuou, em face do disposto no art. 40, inciso VII dessa lei, “a obrigatoriedade de o edital indicar os critérios para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos”. E, também, a obrigatoriedade de a comissão pautar sua atuação por “critérios objetivos definidos no edital” – art. 44. Em sua manifestação ao relatório preliminar, após a reunião de busca conjunta de soluções, o gestor apresentou informações sobre o conceito e importância dos eventos para a divulgação institucional e da marca e que teria sido fundamental a escolha do tipo técnica e preço em face da “complexidade da execução do objeto”. Destacou, ainda, a relevância e o crescimento do principal evento do SENAC/RJ (Talentos) e concluiu, com base no porte deste evento, na sua visibilidade (mídia), e no seu público visitante/envolvido, que os serviços de organização de eventos é “predominantemente intelectual”. O objeto licitado não se caracteriza como um “marketing promocional” no qual é restrita a possibilidade de se prever os tipos de serviços de determinada ação demandada pela UJ, ou seja, quando a inovação criativa é o que mais se busca como diferencial para esse tipo de comunicação com o público e, a partir da qual, se orça todos os custos. Ocorre, que na licitação analisada não foi caracterizada a predominância de atividade criativa, pois os serviços envolvidos são comuns a eventos (locação, instalações, materiais, segurança etc.), ou seja, a demandada é para organização de eventos que se repetem anualmente, desta forma, passíveis de planejamento, de detalhamento prévio dos seus custos e de realização do respectivo procedimento do tipo menor preço. Cabe acrescentar, que a realização de procedimento(s) para a contratação de serviços comuns a eventos é, ainda, mais econômico, tendo em vista que não será necessário pagar-se o percentual de agenciamento, como ocorre no atual contrato. Portanto, os gestores não apresentaram justificativas plausíveis para a adoção da licitação do tipo técnica e preço e para a escolha dos quesitos exigidos dos licitantes, sendo, assim, necessária a revisão do atual contrato e a apuração de responsabilidades. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Realizar nova licitação do tipo menor preço para a contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte ou comprove detalhadamente, caso a licitação seja do tipo técnica e preço, a predominância da necessidade de atividade intelectual e de atividades imprevisíveis. Recomendação 2: Apurar responsabilidades na escolha da licitação do tipo técnica e preço para a contratação de agência especializada na organização de eventos (Concorrência nº 567.980/14) sem comprovar a predominância da necessidade de

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atividades intelectuais e imprevisíveis, tendo em vista a desclassificação de proposta comercial mais vantajosa, com base em critérios subjetivos. 2.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Exigência de qualificação técnica não justificada e limitadora da competitividade de certame para a contratação de agência de eventos. Fato

Analisamos a Concorrência nº 567.980/14 (CC 7/14), tipo Técnica e Preço, cujo objeto é a contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte. Constatamos a exigência indevida de apresentação de estrutura exclusiva para atendimento ao SENAC/RJ, previamente à licitação, para efeito de avaliação técnica, limitando a competição e impactando no resultado da licitação: “Item 8.2.4 – Qualificação Técnica. c.1) Os licitantes deverão apresentar portfólio com os principais eventos realizados sob sua gestão/responsabilidade, assim como organograma funcional com estrutura física

na cidade do Rio de Janeiro, para operacionalização dos eventos, devendo ser aprovado pelo Senac/RJ, através da Gerência de Eventos.” No Item 3 – Estrutura da Agência do anexo VII – Proposta Técnica foi exigido o seguinte: “Organograma para atendimento da conta de eventos com disponibilidade de um

atendimento exclusivo para SENAC/RJ, em tempo integral, contemplando um núcleo composto de atendimento, logística, produção, financeiro e jurídico.” Tal exigência impactou o resultado da análise das propostas, uma vez que a empresa Axis Creative, cuja proposta comercial apresentou o melhor preço, só obteve 13,2 pontos neste quesito, enquanto as demais atingiram a nota máxima (20 pontos). O recurso da referida concorrente foi negado com o seguinte argumento: “[...] De acordo com a estrutura verificada nos documentos apresentados pela empresa Axis, não constam as áreas de planejamento e atendimento, primordiais para a condução da prestação dos serviços objeto do escopo da licitação.” Ademais, tal exigência pode ter afastado a participação de licitantes, pois, das dezesseis empresas que retiraram o edital, quatro apresentaram propostas (25%). Portanto, a exigência de que as licitantes apresentassem estrutura, previamente à assinatura do contrato, limitou, sem fundamentação, a competição, à medida que exigiu custos anteriores à contratação para as empresas interessadas em participar do certame, além de ter impactado no resultado da licitação.

##/Fato##

Causa

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Falhas na elaboração do edital licitatório, com a inserção de cláusulas restritivas da competitividade. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir: “O Termo de Referência elaborado pela área técnica faz parte integrante do Edital e orientou a elaboração dos requisitos solicitados visando garantir a qualidade no atendimento. Sem uma estrutura eficiente e mínima disponibilidade, o nível de serviços não poderia ser exigido em condições suficientes para fazer face aos desafios do Senac/ RJ durante a vigência do contrato. Se fez necessário elaborar condições de verificar a capacidade técnica da empresa a ser contratada, a fim de prevenir problemas na capacidade de atendimento, durante a prestação do serviço.” Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Concordamos com a recomendação, o SENAC/RJ irá aperfeiçoar seus procedimentos internos visando mitigar a inclusão de exigências restritivas à competitividade de maneira a assegurar oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o comparecimento do maior número possível de concorrentes.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Em que pese a manifestação do SENAC/RJ no sentido de que sem uma estrutura eficiente e mínima disponibilidade, o nível de serviços não poderia ser exigido em condições suficientes para fazer face aos desafios da entidade durante a vigência do contrato, não é razoável a exigência de uma estrutura física na cidade do Rio de Janeiro, tampouco a disponibilidade de atendimento exclusivo para o SENAC/RJ, em tempo integral, contemplando um núcleo composto de atendimento, logística, produção, financeiro e jurídico.

Sabe-se que uma cláusula de restrição eográfica só é cabível se expressa sua justificativa no processo licitatório, consoante manifestações recorrentes do Tribunal de Contas da União (TCU):

TCU – Acórdão 2079/2005 – 1ª Câmara – “9.3.1. abstenha-se de incluir nos instrumentos convocatórios condições não justificadas que restrinjam o caráter competitivo das licitações, em atendimento ao disposto no art. 3° da Lei n° 8.666/93;”.

TCU – Decisão 369/1999 – Plenário – “8.2.6 abstenha-se de impor, em futuros editais de licitações, restrições ao caráter competitivo do certame e que limitem a participação de empresas capazes de fornecer o objeto buscado pela Administração Pública, consoante reza o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93;”

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TCU- Acórdão 1580/2005 – 1ª Câmara – “Observe o § 1o, inciso I, do art. 3o da Lei 8.666/1993, de forma a adequadamente justificar a inclusão de cláusulas editalícias que possam restringir o universo de licitantes”.

Ocorre que, não constam dos autos do processo licitatório informações que justifiquem a necessidade da empresa contratada possuir uma estrutura física no mesmo local de realização dos eventos.

Ademais, entende-se que, caso em alguma situação específica durante a execução contratual seja realmente necessária a existência da estrutura exigida, uma empresa com sede em outro Estado da Federação poderia organizar-se de outra forma, como por meio de aluguel de espaços, para a execução satisfatória do contrato.

A inserção de cláusula de restrição geográfica restringe o caráter competitivo da licitação e impede a participação de empresas, o que é proibido pelo Regulamento de Licitações e Contratos da entidade:

“Art. 2º - A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para o SENAC e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da

igualdade, da publicidade, da probidade, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo.” (grifo nosso)

Desta forma, verifica-se que a exigência não tem fundamentação e restringiu a competição.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Observar a vedação à exigência de estrutura exclusiva para atendimento ao SENAC/RJ, previamente à licitação, para efeito de avaliação técnica, tendo em vista que a inserção de cláusulas restritivas à competitividade sem fundamentação contrariam o Regulamento de Licitações e Contratos da entidade e a jurisprudência do Tribunal de Contas da União. 2.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Proposta vencedora do certame para contratação de agência de eventos em desacordo com o edital. Fato

Analisamos a Concorrência nº 567.980/14 (CC 7/14), tipo Técnica e Preço, cujo objeto é a contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte. Constatamos que a proposta da licitante vencedora do certame não cumpriu a exigência prevista no item 6.4 do anexo VII - Modelo de Proposta Técnica:

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“Será desclassificada, por insuficiência técnica, a proposta técnica que não obtiver o mínimo de 75% (setenta e cinco por cento) da nota máxima estipulada para cada quesito.” A proposta técnica da licitante vencedora do certame para o quesito “percentual de honorários incidentes sobre os custos dos serviços realizados por terceiros”, cuja nota máxima estipulada no edital foi de dez pontos, obteve apenas cinco pontos (50% da nota máxima). Contudo, a Comissão de Licitação, habilitou e declarou a licitante vencedora do certame, apesar de contrária ao previsto no item 6.4 do anexo VII - Modelo de Proposta Técnica, conforme declaração de 20/08/2014. Destaque-se, que o referido quesito está relacionado ao preço dos serviços contratados, pois se refere aos honorários que são cobrados sobre o total dos valores cobrados por serviços subcontratados para a organização de cada evento e que corresponde à maior parte dos valores pagos. Comparamos o valor da melhor proposta de honorários de um evento previsto no certame (R$54,3 mil) em relação à da vencedora (R$98,5 mil) e apuramos uma diferença de R$44,2 mil, ou seja, a proposta de preços da vencedora foi 81% maior que a melhor proposta comercial do certame, o que é agravado pela ausência de justificativa para o julgamento por técnica e preço (item específico do relatório).

##/Fato##

Causa

Falhas da Comissão Permanente de Licitação na instrução da Concorrência nº 567.980/14. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir: “Quanto à escolha do tipo da licitação por técnica e preço, nos remetemos à resposta dada ao item específico. Informamos que iremos complementar esta resposta em 21 de julho de 2015, pois esta necessita maior avaliação dos dados das propostas.” Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Concordamos com a recomendação, o SENAC/RJ providenciará a abertura de procedimento administrativo para apurar o ocorrido, identificar possíveis falhas e oportunidades de melhorias em nossos processos.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

AACabe contextualizar, que a escolha do tipo de licitação por técnica e preço, além de não justificada, resultou na desclassificação de proposta comercial mais vantajosa, com base em critérios subjetivos considerados no julgamento da proposta técnica (itens específicos do relatório).

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Por outro lado, no julgamento da proposta comercial um item objetivo não foi observado, com impactos na economicidade do contrato, tendo em vista que a maior parte dos serviços é subcontratada e aos respectivos custos são acrescidos honorários de agenciamento. paramos o valor da melhor proposta de honorários de um evento previsto no certame (R$54,3 mil) em relação à da vencedora (R$98,5 mil) e apuramos uma diferença de R$44,2 mil, ou seja, a proposta de preços da vencedora foi 81% maior que a melhor proposta comercial do certame, o que é agravado pela ausência de justificativa para o julgamento por técnica e preço (item específico do relatório) Após a reunião de busca conjunta de solução, a Entidade se manifestou concordando em realizar a apuração das razões para a habilitação e declaração da licitante vencedora do certame sem observância às exigências do Edital. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Apurar as responsabilidades da Comissão de Licitação (Concorrência nº 567.980/14) pela habilitação e declaração da licitante vencedora do certame para contratação de agência de eventos sem observar o previsto no item 6.4 do anexo VII - Modelo de Proposta Técnica do Edital. 2.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Falta de previsão de tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido para micro e pequenas empresas, contrariando a lei complementar nº 123/2006 e falta de atualização da Consolidação do Regulamento de Licitações e Contratos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC. Fato

Constatou-se na análise dos editais relativos à concorrência nº 567.980 e aos Pregões com Registro de Preço 568.411 e 562.141 que não foi previsto tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido para micro e pequenas empresas, contrariando a lei complementar nº 123/2006.

Verificou-se que a Consolidação do Regulamento de Licitações e Contratos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC (Anexo I, da Resolução nº 958, de 18/09/2012) não prevê tal tratamento diferenciado quando da realização das licitações pelo SENAC.

Adicione-se, também, que os editais em referência exigiram como Habilitação da Regularidade Fiscal e Trabalhista a apresentação de Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas CNDT – entretanto tal exigência ainda não foi inserida no Regulamento de Licitações do SENAC.

##/Fato##

Causa

Falhas na elaboração dos editais licitatórios, em descumprimento da legislação e da jurisprudência do Tribunal de Contas da União. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir:

“Informamos que, conforme acordado no Plano de Providência Permanente de 2014, o Senac RJ comunicou formalmente ao Senac Departamento Nacional em 07 de janeiro de 2015, através do Ofício nº 66/2014 (em anexo), sobre a necessidade de adequação à referida legislação.

Informamos ainda que em 2015, o Senac RJ passou a incluir em seus processos licitatórios, cláusula que contempla o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido para micro e pequenas empresas, conforme a Lei complementar nº 123/2006”.

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015:

“Inicialmente cabe informar que o senac rj entende que já cumpre o estabelecido no plano de providências permanente referente ao relatório nº: 201408000 de 2014.

Portanto, ressaltamos que o atendimento da recomendação deu-se concomitantemente à data base deste relatório.

Informamos ainda que o senac rj notificou ao serviço nacional de aprendizagem comercial senac, conforme a recomendação sugerida para que o regulamento de licitações e contratos contemple a observância da lei complementar nº 123, de 14/12/2006 e lei nº 12.440, de 07/07/2011”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O SENAC RJ reconhece a necessidade de incluir em seus processos licitatórios, cláusula que contempla o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido para micro e pequenas empresas, conforme a Lei complementar nº 123/2006, acrescentando que já tomou providências neste sentido no exercício 2015.

Considerando que a referida cláusula editalícia não constava dos editais licitatórios analisados, cuja abertura ocorreu no exercício 2014, mantém-se a constatação para análise futura.

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015:

“Inicialmente cabe informar que o SENAC/RJ entende que já cumpre o estabelecido no plano de providências permanente referente ao relatório nº: 201408000 de 2014.

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Portanto, ressaltamos que o atendimento da recomendação deu-se concomitantemente à data base deste relatório.

Informamos ainda que o SENAC/RJ notificou ao serviço nacional de aprendizagem comercial SENAC, conforme a recomendação sugerida para que o regulamento de licitações e contratos contemple a observância da lei complementar nº 123, de 14/12/2006 e lei nº 12.440, de 07/07/2011.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Incluir em seus processos licitatórios, cláusula que contempla o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido para micro e pequenas empresas, conforme a Lei complementar nº 123/2006. 2.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Ausência de limites para subcontratação no edital licitatório do Pregão 568411. Fato

A cláusula 21.2 do Edital do Pregão Eletrônico para Registros de Preços nº 568411, do tipo menor preço global, realizado em 24/06/2014, para aquisição de cabeças emborrachadas com cabelos naturais para treino de cabelereiro, especifica que será admitida a subcontratação desde que se refira à parcela não significativa do objeto principal da contratação, mediante autorização prévia e por escrito do SENAC RJ.

Consoante o art. 28 da Resolução 958 do SENAC, o contratado poderá subcontratar partes do objeto contratual, se admitido no instrumento convocatório e no respectivo contrato e desde que mantida sua responsabilidade perante o contratante, sendo vedada a subcontratação com licitante que tenha participado do instrumento convocatório.

Observamos que o SENAC RJ não apresentou de forma objetiva o limite para o contratado subcontratar o fornecimento dos bens, uma vez que não definiu o que considera parcela significativa do objeto principal da contratação.

No entanto, a ausência de limites claramente definidos no edital e termo contratual para a subcontratação contraria os princípios da motivação e da transparência.

##/Fato##

Causa

Elaboração dos editais licitatórios em contrariedade ao normativo interno sobre licitações e contratos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir:

“O Senac RJ vem ao longo dos últimos anos aprimorando seus processos internos com o intuito de se manter alinhado às recomendações dos Órgãos de Controle. Informamos ainda que não houve a ocorrência de prejuízo ao erário ou a terceiros e que grande parte dos serviços subcontratados já foi concluída.

Informamos que em 2015, os editais já passaram a contemplar cláusulas específicas sobre o tema da subcontratação, no sentido de delimitar os limites possíveis da prática, sem prejuízo de reavaliação para a adoção de parâmetros mais objetivos nos próximos Editais, sempre que exigidos”.

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015:

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Concordamos com a recomendação, senac rj fará constar nos próximos processos licitatórios, de forma objetiva, o limite para subcontratação de fornecimento dos bens e prestação de serviços”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O SENAC RJ se manifestou no sentido de que os editais elaborados em 2015 já passaram a contemplar cláusulas específicas sobre o tema da subcontratação, no sentido de delimitar os limites possíveis da prática, sem prejuízo de reavaliação para a adoção de parâmetros mais objetivos, sempre que exigidos.

Considerando que SENAC RJ não apresentou de forma objetiva os limites para a subcontratação nos processos licitatórios ora analisados, mantém-se a constatação para análise futura deste ponto.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Fazer constar nos editais licitatórios, de forma objetiva, o limite para subcontratação de fornecimento dos bens e prestação de serviços, conforme o art. 28 da Resolução SENAC nº 958/2012. 2.1.1.6 CONSTATAÇÃO

Falhas formais na instrução do Processo Licitatório 569.356.

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Fato

Trata-se do Processo Licitatório nº 569.356, realizado na modalidade Convite, para contratação de serviços de assessoria, consultoria e patrocínio dos interesses do SENAC RJ, em âmbito administrativo e judicial. Da análise dos autos do referido processo verificamos as seguintes falhas formais: a) Utilização da modalidade licitatória incorreta.

Durante a fase que precedeu o certame, o SENAC RJ solicitou a proposta comercial de três empresas e chegou ao valor mensal estimado de R$ 31.650,00 para um contrato com vigência de 12 (meses), totalizando R$ 379.800,00. Consoante o art. 6, II, da Resolução 958 de 2012, que altera, modifica e consolida o Regulamento de Licitações e Contratos do SENAC, o limite para licitações na modalidade Convite é de R$ 395.000,00. Ocorre que, para definição da modalidade de licitação deve-se levar em conta o valor total do contrato, contando o correspondente ao período inicial e ao referente às possíveis prorrogações, porquanto as mesmas são previsíveis. Nesse sentido, é o entendimento do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO: (...) na contratação ou prorrogação de serviços a serem executados de forma contínua, nos termos do art. 57, inciso II, da Lei nº 8.666/93, observe, para a escolha da modalidade de licitação, o valor estimado do período total dos serviços, de modo a não extrapolar os limites estabelecidos para as modalidades Convite e Tomada de Preços, nos termos do art. 23, § 5º, da mesma lei, com a redação dada pela Lei nº 9.648/98 (...)(TCU, Acórdão 1862/2003). Observou-se que no Contrato firmado com a empresa AC Burlamaqui, no valor total de R$ 392.400,00, com vigência de 12 meses, há previsão de prorrogação por até 60 meses. Desta forma, o valor total a ser considerado para a definição da modalidade licitatória seria de R$ 1.962.000,00, o que ensejaria a modalidade Concorrência para a realização do certame. b) Ausência de documentação essencial nos autos do Processo.

Consoante o art. 5, II, da Resolução SENAC 958, que trata da modalidade de licitação Convite, devem ser convidados no mínimo 5 (cinco) participantes para o certame. De acordo com o Memorando da Comissão de Licitação encaminhado à Gerência de Compras, às fls. 86, embora 5 (cinco) empresas tenham recebido o convite e manifestado interesse, apenas 3 empresas apresentaram os envelopes na data e hora marcadas. Com efeito, verificamos nos autos do Processo em análise o envio por e-mail, do aviso do edital à 5 (cinco) empresas.

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Porém, não consta dos autos, a confirmação do recebimento do convite pelas empresas convocadas por e-mail, em prejuízo aos Princípios da Transparência e da Publicidade do Certame. c) Desrespeito ao Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório.

O Edital Licitatório ou Convite, em sua Cláusula 5, que trata dos Procedimentos Licitatórios, estipula a data e local em que os envelopes, distintos e lacrados, contendo a documentação de habilitação e a proposta comercial, serão recebidos pela Comissão de Licitação, da forma transcrita a seguir: “5.1. a) Credenciamento (Anexo III) e recebimento dos envelopes “documentos de habilitação” e “proposta comercial”; b) Abertura dos envelopes “documentos de habilitação”, sendo a documentação analisada e rubricada pela Comissão Permanente de Licitação e pelos licitantes; c) Rubrica nos envelopes lacrados das propostas comerciais pela Comissão Permanente de Licitação e pelos licitantes; d) Comunicação do resultado da fase de habilitação; (...) 5.2 – Reunião para abertura dos envelopes “Proposta Comercial”, constando de: a) Devolução dos envelopes “Proposta Comercial”, lacrados, aos licitantes inabilitados; a.1) Os envelopes contendo as propostas dos licitantes inabilitados que não forem retirados conforme previsto no Subitem 5.2, letra “a”, serão destruídos após 10 (dez) dias da divulgação do resultado final desta licitação; b) Abertura dos envelopes “Proposta Comercial” dos licitantes habilitados sendo as propostas comerciais analisadas e rubricadas pela Comissão Permanente de Licitação e pelos licitantes; c) Comunicação do resultado do julgamento das propostas comerciais; d) Encerramento da reunião, após a leitura, aprovação e assinatura da ata”. Verifica-se, pois, que o edital licitatório prevê, primeiramente, a abertura dos envelopes de habilitação e, posteriormente, o julgamento das propostas, conforme o art. 14 da Resolução SENAC 958. Consoante Parecer da Comissão de Licitação, (fls. 126 a 128), em virtude do comparecimento de todas as empresas convidadas e interessadas, foi declarada a classificação das propostas comerciais, dando vistas das propostas a todos os representantes. Tendo em vista que nenhuma empresa manifestou interesse em recorrer da classificação das propostas, a Comissão passou para a próxima fase e procedeu a abertura do envelope de habilitação da empresa menor cotante, A.C. Burlamaqui Consultores. Consoante o art. 16 da Resolução do SENAC 958, “será facultado à comissão de licitação, desde que previsto no instrumento convocatório, inverter o procedimento, abrindo primeiramente as propostas, classificando os proponentes, e só então abrindo o envelope de habilitação do licitante classificado em primeiro lugar”. Ocorre, que a Comissão Permanente de Licitação alterou a ordem dos procedimentos licitatórios sem qualquer previsão no Edital, contrariando o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório.

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##/Fato##

Causa

Falhas nos controles internos do SENAC/RJ. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir: “1- Utilização da modalidade licitatória incorreta. Resposta: Salientamos que não há qualquer restrição para que a contratação seja realizada para o período de 12 meses, ficando a sua prorrogação à critério do Senac RJ. Houve a observância rigorosa dos preceitos estabelecidos na Resolução Senac nº 958/2012. Contudo, o Senac RJ informa que vem aprimorando os seus processos internos com intuito de estar alinhado com os órgãos de controle externo. Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Concordamos com a recomendação, para os próximos processos licitatórios, o SENAC/RJ observará a relação entre o valor da contratação e os limites definidos para as modalidades de licitação”.

“Concordamos com a recomendação, o senac rj providenciará, de imediato, novo processo licitatório para a regularização da situação em questão”.

2- Ausência de documentação essencial nos autos do Processo. Resposta: O Senac RJ tem a prática de solicitar o recibo de confirmação do recebimento do aviso de edital pelas empresas convidadas. Porém, excepcionalmente, na pasta desse processo, constam a comprovação de envio do aviso de edital para as 5 empresas convidadas, mas a comprovação de recebimento de apenas 3 empresas convidadas. Informamos que estamos aprimorando os processos internos com intuito de estarmos alinhados com os Regulamentos. Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Inicialmente cabe informar que o senac rj entende que já cumpre o estabelecido no art. 5, ii, da resolução senac 958/2012. Ocorre que, excepcionalmente neste processo

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licitatório, houve a comunicação aos participantes interessados, contudo, não foi formalizado o recebimento pelos mesmos

Concordamos parcialmente com a recomendação, o senac rj reforçará junto às áreas internas a necessidade de formalização da confirmação do recebimento do edital pelas empresas participantes por e-mail, com intuito de evidenciar a convocação das mesmas”.

3- Desrespeito ao Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório. Resposta: O Senac RJ entende não ter contrariado o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório. Conforme previsto no edital às fls. 0049, os licitantes conhecem previamente a possibilidade de inversão dos procedimentos, evidenciada pelo item, conforme destacado a seguir: “5.6 – A Comissão Permanente de Licitação, se julgar conveniente, poderá inverter o procedimento, abrindo primeiramente as propostas, classificando os proponentes, e, só então, abrir o envelope de habilitação do licitante classificado em primeiro lugar. Nessa ocasião, a Comissão Permanente de Licitação deverá comunicar previamente aos Licitantes sobre a inversão do procedimento”. Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015:

“Inicialmente cabe informar que o senac rj entende que já cumpre o estabelecido no art. 5, ii, da resolução senac 958/2012. Ocorre que, excepcionalmente neste processo licitatório, houve a comunicação e consequente concordância dos participantes, contudo, não foi formalizada na ata da sessão.

Concordamos parcialmente com a recomendação, o senac rj reforçará junto às suas áreas internas a necessidade de fazer constar, nos próximos processos licitatórios, a ciência dada aos licitantes, assim como a concordância dos mesmos quanto à inversão das fases, quando estas ocorrerem”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

a) O SENAC RJ manifestou-se no sentido de que a prorrogação da contratação dos serviços assessoria, consultoria e patrocínio ficam a critério da Entidade. Ocorre que, consoante entendimento do Tribunal de Contas da União, para definição da modalidade de licitação deve-se levar em conta o valor total do contrato, contando o correspondente ao período inicial e ao referente às possíveis prorrogações, porquanto as mesmas são previsíveis.

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Considerando que no Contrato firmado com a empresa AC Burlamaqui, no valor total de R$ 392.400,00, com vigência de 12 meses, há previsão de prorrogação por até 60 meses, o valor total a ser considerado para a definição da modalidade licitatória seria de R$ 1.962.000,00, o que ensejaria a modalidade Concorrência para a realização do certame.

Desta forma, o Processo Licitatório 569.356 foi realizado por meio da modalidade licitatória incorreta.

b) Considera-se de suma importância que o SENAC RJ faça constar dos autos dos processos licitatórios, realizados na modalidade convite, a confirmação do recebimento do edital pelas empresas convocadas por e-mail, de forma a comprovar o atendimento ao art. 5, II, da Resolução SENAC 958, segundo o qual devem ser convidados, no mínimo, 5 (cinco) participantes para o certame.

Em que pese informação do SENAC RJ no sentido de que esta situação ocorreu de forma excepcional, uma vez que adota como prática a solicitação do recibo de confirmação do recebimento do aviso de edital pelas empresas convidadas, mantemos a constatação para análise futura desta questão.

c) O SENAC RJ ressaltou que o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório não foi contrariado, alegando que os participantes da licitação tiveram conhecimento da possibilidade de inversão da fase de habilitação e classificação, por meio do item 5.6 do edital licitatório, que prevê a possibilidade de inversão do procedimento, mediante comunicação prévia aos licitantes. Ocorre que não identificamos nos autos do processo a devida comunicação prévia por parte da Entidade. Desta forma, mantém-se a constatação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Observar o valor estimado do período total dos serviços, caso seja prevista a possibilidade de prorrogação contratual para a definição da modalidade licitatória, de modo a não extrapolar os limites estabelecidos no Regulamento Interno do SENAC para o Convite. Recomendação 2: Abster-se de prorrogar o Contrato nº 569.356, firmado com a empresa AC Burlamaqui, observando os limites estabelecidos para a modalidade Convite no Regulamento nº 958/2012, conforme estabelece a jurisprudência do TCU. Recomendação 3: Fazer constar dos autos dos processos licitatórios, realizados na modalidade convite, a confirmação do recebimento do edital pelas empresas convocadas por e-mail, de forma a comprovar o atendimento ao art. 5, II, da Resolução SENAC 958, segundo o qual devem ser convidados, no mínimo, 5 (cinco) participantes para o certame.

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Recomendação 4: Observar e cumprir rigorosamente as cláusulas previstas no edital licitatório, de forma a dar ciência aos licitantes da inversão da fase de habilitação e classificação do processo licitatório. 2.1.1.7 CONSTATAÇÃO

Ausência de economicidade e razoabilidade na instrução de processo licitatório realizado na modalidade Convite. Fato

Trata-se do Processo Licitatório nº 569.356, realizado na modalidade convite, para prestação de serviços advocatícios na área cível, no valor de R$ 379.800,00.

No intuito de buscar um preço de referência no mercado, o SENAC RJ realizou orçamento com três Escritórios de Advocacia: (i) Saba, Matar e Carrada Advogados Associados, que apresentou o valor de R$ 30.990,00 mensais, totalizando R$ 371.880,00; (ii) Gomes de Matos Advogados Associados, que apresentou o valor de R$ 30.000,00, totalizando R$ 360.000,00; e (iii) a empresa A.C. Burlamaqui Consultores, que apresentou o valor de R$ 33.960,00, totalizando R$ 407.520,00.

Por iniciativa do SENAC RJ, foram convidadas as seguintes empresas para participação no certame: Chermont, Lauria e Florêncio Advogados; Pedro Muxfeldt Paim Benet; A.C. Burlamaqui Consultores; Ferro, Castro Neves, Daltro e Gomide Advogados e Sérgio Bermudes Advogados.

Neste contexto, apenas as empresas Chermont, Lauria e Florêncio Advogados, Pedro Muxfeldt Paim Benet e A.C. Burlamaqui Consultores encaminharam recibo de retirada do edital, demonstrando interesse em participar da disputa de preços.

A empresa Chermont Lauria e Florêncio Advogados apresentou proposta final com valor total anual de R$ 543.360,00; a empresa Pedro Muxfeldt Paim Benet apresentou proposta final com valor total anual de R$ 424.500,00 e a empresa A.C. Burlamaqui Consultores apresentou proposta final com valor total anual de R$ 392.400,00, de forma que foi declarada vencedora do Convite.

Nota-se que o SENAC RJ optou por convidar para o certame, dentre as empresas que apresentaram propostas orçamentárias, apenas a empresa A.C. Burlamaqui, que apresentou o maior valor na etapa de orçamentação.

Deve-se observar, ainda, que a empresa A.C. Burlamaqui já prestava serviços advocatícios para o SENAC RJ na data da realização do Convite em análise, por meio de contrato firmado em 2013.

Assim, por meio da Solicitação de Auditoria 201503166.17, de 20.05.2015, solicitamos ao gestor que apontasse os motivos pelos quais as empresas Saba, Matar e Carrada Advogados Associados e Gomes de Matos Advogados Associados não foram convidadas para o certame. O SENAC RJ não se manifestou em relação a esse ponto.

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Sendo assim, reiteramos o documento, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201503166/23, em 05/06/2015, porém, novamente, não houve manifestação por parte da Entidade.

##/Fato##

Causa

Falhas nos controles internos na instrução do do Convite nº 569.356, de forma a garantir a economicidade e razoabilidade do mesmo. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir:

“Informamos que a manifestação referente aos questionamentos apresentados foi entregue em 26 de junho de 2015, conforme abaixo:

Inicialmente o Senac RJ informa que vem aprimorando os seus processos internos com intuito de estar alinhado com os órgãos de controle externo.

Cabe informar que as propostas de orçamento apresentadas foram com intuito de embasar o preço médio praticado pelo mercado de forma ao enquadramento da modalidade licitatória (Convite).

Contudo, ressaltamos que foram convidadas cinco empresas para participar do referido certame e fixado o instrumento convocatório em local apropriado com a finalidade de possibilitar a participação de outros interessados que não tenha sido formalmente convidados, respeitando os regramentos licitatórios contidos na Resolução Senac nº 958/2012.

Dessa forma, a A.C. Burlamaqui Consultores apresentou a melhor proposta de prestação de serviços advocatícios na área cível entre as licitantes que participaram do processo”

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Inicialmente cabe informar que o senac rj entende que já cumpre o com a recomendação desde julho de 2015. Informamos que as licitações realizadas pela entidade são realizadas através do diário oficial da união – dou, atendendo aos princípios da economicidade e publicidade. Portanto, ressaltamos que o atendimento da recomendação deu-se concomitantemente à data base deste relatório”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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O SENAC RJ informou que as propostas de orçamento foram apresentadas apenas com intuito de embasar o preço médio praticado pelo mercado para proceder ao enquadramento da modalidade licitatória.

Assim, dentre as empresas que apresentaram propostas orçamentárias, optou por convidar para o certame, apenas a empresa A.C. Burlamaqui, que apresentou o maior valor na etapa de orçamentação e foi declarada vencedora do certame pelo valor final de R$ 392.400,00. Comparativamente, a empresa Saba, Matar e Carrada Advogados Associados apresentou na fase de orçamentação o valor total de R$ 371.880,00 e a empresa Gomes de Matos Advogados Associados apresentou o valor de R$ 360.000,00.

Nesse ponto, cabe recordar que um dos princípios consagrados, de forma implícita, pelo art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do SENAC é o da “economicidade”, ao mencionar que o processo licitatório visa selecionar a proposta mais vantajosa.

Assim, em que pese a manifestação do gestor no sentido de que foram convidadas cinco empresas para participar do referido certame e fixado o instrumento convocatório em local apropriado com a finalidade de possibilitar a participação de outros interessados que não tenham sido formalmente convidados, não consideramos razoável a justificativa da Entidade para o não envio do convite às empresas Saba, Matar e Carrada Advogados Associados e Gomes de Matos Advogados Associados.

Impende, ainda, observar que o Princípio da Razoabilidade trata de impor limites à discricionariedade administrativa, de forma que os administradores públicos no exercício de atos discricionários devam atuar de forma racional, sensata e coerente, contribuindo efetivamente para um satisfatório atendimento dos interesses públicos.

Desta forma, considerando a ausência de economicidade e razoabilidade na instrução do

Convite nº 569.356, mantém-se a constatação.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Nos futuros processos licitatórios realizados na modalidade Convite, selecionar as empresas convidadas, de forma a dar cumprimento aos princípios da economicidade e da razoabilidade, buscando a proposta mais vantajosa para o SENAC RJ. 2.1.1.8 CONSTATAÇÃO

Inexistência de planejamento detalhado das despesas relacionadas à realização de eventos. Fato

Trata-se da Concorrência nº 567.980/2014, realizada para contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte, por meio do qual foi celebrado o Contrato nº 567.980, em 19 de setembro

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2014, entre o SENAC RJ e a empresa Momentum Promoções LTDA., pelo valor de R$ 15.000.000,00. Verificou-se que não consta do processo o detalhamento dos serviços e dos respectivos custos relacionados à realização dos eventos.

Quanto à contratação, por meio do 1º Termo Aditivo ao Contrato 567.980, firmado em 23 de março de 2015, foi acrescido R$ 3.750.000,00, equivalente a 25% ao valor inicial do contrato, alterando o valor contratual para R$ 18.750.000,00, em razão da realização do evento Talentos 2014 e 2015 no âmbito do mesmo contrato, que pudessem embasar o valor contratado.

Conforme documentos disponibilizados pelo SENAC RJ, até 30/04/2015, haviam sido realizados pagamentos na ordem de R$ 14.298.851,99. Cabe mencionar que em 18.05.2011, a Entidade já havia celebrado com a mesma empresa (Momentum Promoções LTDA), o Contrato nº 3305, para prestação de serviços similares aos do contrato supracitado (produção, organização e supervisão de eventos e atividades promocionais do SENAC RJ), pelo valor de R$ 4.000.000,00. Por meio do 1º Termo Aditivo, em 17 de maio de 2012, o referido contrato foi prorrogado por mais 12 (doze) meses. Em 20 de fevereiro de 2013, foi celebrado o 2º Termo Aditivo para acrescer em 25% o valor global do Contrato nº 3305, que passou ao valor de R$ 5.000.000,00. Em 17 de maio de 2013 foi firmado o 3º Termo Aditivo para prorrogar por mais 12 meses o Contrato celebrado com a Momentum, que passou a vigorar até 17/05/2014. Verificou-se, desta forma, que o SENAC RJ dispendeu R$ 14.365.000,00 em recursos para realização de eventos em três anos, de maio de 2011 a maio de 2014. Comparativamente, no âmbito do Contrato nº 567.980, em apenas 8 (oito) meses, o SENAC RJ gastou 99,53% do valor total dispendido nos últimos 3 (três) anos com a realização de eventos. No entanto, não identificamos nos autos do Processo nº 567.980/2014, as razões para o aumento expressivo das despesas desta natureza. Assim, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201503166.06, solicitamos ao SENAC RJ que apresentasse a documentação de suporte para a estimativa de R$ 15.000.000,00 para a contratação de Agência de Eventos. Em resposta, a Unidade informou o que se segue: “Eventos é uma das estratégias de comunicação, com grande foco na instituição, dada a possibilidade de mostrar o nosso trabalho, lançar produtos, realizar ações com empresários e empresas. Um desses é o Talentos SENAC, evento que consolida as atividades educacionais da instituição em uma competição em várias etapas, visando a melhoria dos indicadores educacionais e a empregabilidade de nossos alunos, contribuindo para o desenvolvimento do estado. Esse evento é responsável pela utilização de grande parte de nosso investimento, dada sua abrangência e complexidade. Com base nesse evento e nos demais eventos na capital e em diversos municípios do interior, atendendo às necessidades locais do setor, necessidade de nossos alunos e oportunidades de divulgação, montamos nosso planejamento.

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Para a licitação, levamos em consideração nossos planos de expansão, com novas unidades, o crescimento do evento Talentos, bem como a ampliação de nossas atividades em eventos relevantes para o setor, como Rio Gastronomia, Morar Mais por Menos, entre outros. Pela previsão de eventos, prevista para os próximos anos, conforme edital de licitação, o valor de 15.000.000 era compatível com o planejamento e com os valores previstos em orçamento. Além disso, dado que nosso contrato com a agência é diferente do ano orçamentário, muitas vezes coincidimos de ter eventos de grande porte como Talentos, interferindo no mesmo contrato, sendo necessária a possibilidade de realização de uma maior despesa no mesmo ano. Exemplo: a fase final do Talentos, ação educacional realizada em quatro etapas, aconteceu em novembro de 2013 e a edição 2014 começou em maio de 2014, com a realização das fases 0, 1 e 2 até o mês de setembro. Apesar de dois anos orçamentários, trata-se de um mesmo ano contratual com a Agência de Eventos”. Na mesma oportunidade, o SENAC RJ apresentou anexa a Demonstração da Despesa da Entidade, de 01/01/2014 a 31/07/2014, com os valores totais orçados para as áreas de Administração Geral, Administração Financeira, Formação de Recursos Humanos, Comunicação Social, Atenção Básica, Proteção e Benefício ao Trabalhador e Empregabilidade. Nota-se que o SENAC RJ apenas demonstrou que o valor dispendido com os eventos apresenta compatibilidade com o orçamento geral da Entidade. No entanto, não foi apresentado um planejamento orçamentário com a previsão dos períodos de realização e dos custos de cada um dos eventos.

##/Fato##

Causa

Ausência de planejamento dos eventos a serem promovidos pela Entidade em 2014 e 2015. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir:

“Inicialmente, cabe ressaltar que o Senac RJ considera a realização de Eventos uma das estratégias de comunicação, com grande foco na instituição, dada a possibilidade de mostrar o nosso trabalho, lançar produtos, realizar ações com empresários e empresas.

O Senac RJ elabora planejamento anual e os eventos previstos na licitação foram baseados em experiências reais de anos anteriores e na previsão de orçamento do primeiro ano estimado e na recorrência dos eventos. Porém, por se tratar de processo licitatório renovável por até 60 meses, pode haver algum tipo de variação, prevista no nosso edital.

Quanto ao detalhamento dos serviços e dos respectivos custos relacionados à realização dos eventos, referente à Concorrência nº 567.980/2014, realizada para contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de

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eventos de pequeno, médio e grande porte, por meio do contrato nº 567.980, informamos que o Senac RJ realiza o planejamento detalhado, conforme anexo, dos seus eventos inclusive com datas reservadas para novas oportunidades que possam oportunamente surgir, porém, como se trata de planejamento, existem variações versus o realizado.

No que tange à variação de recursos para a realização de eventos em três anos, de maio de 2011 a maio de 2014, informamos que tal situação acompanhou o crescimento da nossa organização, conforme resultados alcançados nos últimos anos (vide apresentação enviada), bem como adequação aos objetivos estratégicos”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Primeiramente, a alegação do SENAC RJ no sentido de que elaborou o planejamento anual e de que os eventos foram previstos na licitação com base em experiências reais de anos anteriores e na previsão de orçamento do primeiro ano estimado não deve prosperar.

Consoante demonstrado anteriormente, no âmbito do Contrato nº 567.980, em apenas 08 (oito) meses, o SENAC gastou 280% do valor total dispendido nos últimos 03 (três) anos com a realização de eventos sem justificativas aparentes.

Nesse ponto, o gestor informou que a situação acompanhou o crescimento da Entidade, conforme resultados alcançados nos últimos anos, bem como a adequação aos objetivos estratégicos, acrescentando que realizou o planejamento detalhado, dos seus eventos inclusive com datas reservadas para novas oportunidades.

Ocorre que não foi apresentado nenhum documento demonstrando o detalhamento dos serviços e dos respectivos custos relacionados à realização dos eventos a serem promovidos pelo SENAC RJ nos exercícios 2014 e 2015.

Assim, o SENAC RJ realizou a Concorrência nº 567.980, no valor de R$ 15.000.000,00 sem especificar quais eventos deveriam ser organizados pela empresa contratada, de forma a justificar o valor contratual.

Para classificar as propostas comerciais dos licitantes a Entidade avaliou as propostas comerciais com base no preço atribuído a um evento fictício, que não necessariamente representa os valores a serem praticados pela empresa na elaboração de outros projetos demandados pela Entidade durante a execução contratual.

Impende registrar que os eventos do SENAC RJ organizados pela empresa contratada são recorrentes e previsíveis, sendo, portanto, passíveis de planejamento por parte da Entidade.

Entende-se como primordial o planejamento dos eventos no período de vigência contratual. Uma vez planejados, o serviço de organização de eventos poderia ter sido licitado pelo critério do menor preço atribuído a projetos elaborados para cada um dos eventos a serem de fato promovidos pelo SENAC RJ, o que possibilitaria à Entidade

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selecionar a proposta mais vantajosa, dentre aquelas apresentadas pelas empresas qualificadas a participar do processo licitatório.

Por óbvio, somente com a elaboração de um planejamento dos eventos da Entidade seria possível realizar uma cotação de preços com empresas que atuam neste ramo para demonstrar os valores praticados no mercado e justificar o valor estimado da contratação.

Ademais, o planejamento da contratação é fundamental para que: i) a contratação agregue valor ao Contratante; ii) os riscos envolvidos sejam gerenciados; iii) a contratação esteja alinhada com os planejamentos da Entidade; iv) e os recursos envolvidos sejam bem utilizados, não só os recursos financeiros, mas também os recursos humanos Fato###/AnaliseControl.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar o planejamento anual dos eventos a serem promovidos pela Entidade, incluindo o detalhamento dos serviços e dos respectivos custos relacionados à realização dos eventos, previamente à realização do processo licitatório. 2.1.1.9 CONSTATAÇÃO

Controle inadequado da execução do contrato de agência de eventos, pagamentos por serviços não previstos na licitação, desvio de finalidade e subcontratações antieconômicas. Fato

Analisou-se por amostragem as cópias de cinco borderôs de pagamento do Contrato nº 803459 (Concorrência nº 567.980/14 - CC 7/14), assinado em 19/09/2014, cujo objeto é a contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte. O valor inicial estimado do contrato (R$15 milhões) para uma vigência de doze meses foi alterado (1º Termo Aditivo nº 3.459, de 23/03/2015) para R$18.750 mil (+25%) em razão da ocorrência de mais um evento durante a vigência. Cabe observar, que os pagamentos não são organizados em processos protocolados, assim, solicitamos uma amostra digitalizada de borderôs nos quais verificamos que a Gerência de Eventos (gestor do contrato) encaminha à Gerência Financeira as notas fiscais com carimbo de aceite, por meio de Memorando, solicitando o pagamento. O procedimento para a realização e o recebimento dos serviços, de acordo com o contrato, deve iniciar-se com a emissão pelo SENAC/RJ de um briefing para a contratada, a qual emite, em seguida, um orçamento detalhado das atividades e dos custos que é analisado pelo SENAC RJ (cláusula 15ª), o qual, se aprovar, emite a ordem de serviço - OS (cláusula 7.4.1). O recebimento do objeto deve ser realizado pela unidade identificada na OS (cláusula 8.1).

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I) Constatou-se nos documentos de pagamento disponibilizados as seguintes falhas de controle: i) ausência do fluxo previsto no contrato, ou seja, com os registros cronológicos formalizados desde o recebimento do briefing pela contratada até a análise/aprovação dos serviços realizados; ii) ausência de registro da análise comparativa realizada pela Gerência de Eventos entre o orçamento detalhado proposto para todo o evento (fases, atividades, custos e etc.) e os valores apresentados para pagamento; iii) ausência de demonstração pela Gerência Financeira da realização de controle contábil dos recursos previstos e executados para cada evento para fins de aprovação do orçamento e pagamento apresentados pela contratada; iv) ausência de retenção dos tributos, em desacordo com o previsto no contrato (cláusula 14.3); v) ausência de detalhamento do percentual de honorários cobrados – 10,5% (lucros e despesas indiretas). II) Constatou-se a antieconomicidade na subcontratação (que ocorreu na maior parcela dos faturamentos realizados): i) subcontratação de serviços e de compra de insumos rotineiros e previsíveis dos eventos, que poderia ter sido assumida diretamente pelo SENAC/RJ:

1) Realização de pagamentos por serviços de locação e montagem de cenografia subcontratados para o maior evento, que é realizado anualmente pelo SENAC (Talentos).

Tabela: Subcontratação de locação e montagem de cenografia

Serviços Subcontratados

(NF 7528) *

Honorários (10,5%) NF 7530

Tributos (16,62%) NF 7529

Total Pago

Contratada

Excesso de custos da subcontratação (hon.+ tributos)

684.495,48 71.872,03 113.763,15 870.130,66 185.635,18

343.911,40 36.110,70 57.151,46 437.173,56 93.262,16

718.911,60 75.485,72 119.469,27 913.866,59 194.954,99

1.747.318,48 183.468,45 290.383,88 2.221.170,81 473.852,33 Fonte: borderô nº 580538 - Fase 3 – Estrutura do Talentos 2014 - Parte 1 Observação (*) tributos de 14,25% embutidos nas NFs das subcontratadas (ISS, COFINS e PIS). O mesmo ocorreu no borderô nº 581285 para o evento 8ª Feira Profissional de Beleza no valor total de R$209,8 mil dos quais o custo com honorários e tributos foi de R$44,7 mil.

2) Compra de insumos para evento (Talentos) no valor de R$439 mil, conforme borderô nº 584037.

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ii) cobrança de tributos sobre faturamentos de serviços subcontratados (ISS, COFINS e PIS) em percentual (16,62%) maior do que o incorrido efetivamente junto aos prestadores subcontratados (14,25%): A contratada cobrou do SENAC/RJ os custos dos tributos incidentes sobre os serviços (16,62%), porém constatamos que foi discriminado nas NFs emitidas pela contratada um custo efetivo menor (14,25%). O custo é ainda menor para as subcontratadas que são inscritas no Simples Nacional que dá tratamento diferenciado e favorecido às micro e pequenas empresas. Contudo, as subcontratadas não discriminaram o percentual em suas NFs/propostas emitidas para a contratada, conforme borderô nº 580538. iii) cobrança de honorários em percentual (14%) maior do que o contratado (10,25%), perfazendo uma diferença de R$9,8 mil, conforme borderôs nº 571311 e nº 581285; iv) subcontratação de serviços por proposta menos vantajosa em R$56 mil e com emissão de duas notas contra o SENAC RJ pelos mesmos serviços. Constatamos que a melhor de três propostas apresentadas para a realização de “produção do filme corrida” (R$388,5mil) não foi escolhida, tendo sido contratado e pago o valor de R$444,5 mil, perfazendo uma diferença de R56 mil. Ademais, os serviços foram faturados contra o SENAC RJ, tanto pela contratada (NF 7814) quanto pela subcontratada (NF 1464) sem comprovação de que os valores não foram pagos em duplicidade. III) Constatou-se serviços não previstos na licitação e com desvio de finalidade: i) Serviços de assessoria de comunicação para reestruturação do Departamento de Assessoria de Imprensa, no valor total de R$227,2 mil, conforme NFs 7069, 7068 e 7067 do borderô nº 581285, emitido em 13/01/2015. Destaque-se, ainda, que os serviços alcançam a FECOMÉRCIO e o SESC, conforme proposta de preços, porém não foi demonstrado o rateio e ressarcimento ao SENAC RJ; ii) Serviços de publicidade em rádio e televisão, no valor de R$647,9 mil, conforme notas fiscais do borderô nº 583309, emitido em 03/03/2015;

iii) Serviços de organização do evento “Semana do Comércio - RJ” da FECOMÉRCIO, no valor de R$464,1 mil, conforme notas fiscais do borderô nº 571311, emitido em 22/05/2014.

##/Fato##

Causa

Falhas nos controles internos da execução dos serviços para organização de eventos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir:

“Inicialmente informamos que a abertura dos processos é sempre feita com um briefing, sempre discutido com a agência em reuniões periódicas. A dificuldade foi o registro

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desse processo, o que pretendemos resolver com a criação de um arquivo único para armazenamento das informações, ficando assim menos vulneráveis às eventuais saídas de profissionais da organização (turnover). Além disso, iremos realizar com a agência licitada um processo de registro das reuniões, de forma que eles também tenham arquivadas as atas, e possam anexá-las aos processos.

I) Constatou-se nos documentos de pagamento disponibilizados as seguintes falhas de

controle: i) ausência do fluxo previsto no contrato, ou seja, com os registros cronológicos formalizados desde o recebimento do briefing pela contratada até a análise/aprovação dos serviços realizados; Resposta: Conforme exposto no item acima, esse processo também é realizado, porém estamos em fase de melhoria na sua documentação. O arquivo único e o processo de anexo aos relatórios da agencia, irão nos auxiliar nesse item. ii) ausência de registro da análise comparativa realizada pela Gerência de Eventos entre o orçamento detalhado proposto para todo o evento (fases, atividades, custos e etc.) e os valores apresentados para pagamento; Resposta: Informamos que fazemos sim o confronto das informações, ainda que elas estejam em planilhas separadas. A autorização de pagamento no Senac RJ tem que obedecer ao orçamento previsto para o departamento. Cabe ressaltar que, no caso dos eventos específicos, o controle é feito nas linhas de totais por categoria de despesas, uma vez que a variabilidade pode existir. iii) ausência de demonstração pela Gerência Financeira da realização de controle contábil dos recursos previstos e executados para cada evento para fins de aprovação do orçamento e pagamento apresentados pela contratada; Resposta: O Senac RJ segue as orientações do CODECO quanto a contabilização das despesas. iv) ausência de retenção dos tributos, em desacordo com o previsto no contrato (cláusula 14.3); Resposta: O Senac RJ irá apurar e reforçar junto às áreas internas e à empresa contratada a necessidade da correta apuração na retenção dos tributos incidentes nas notas fiscais dos serviços prestados. v) ausência de detalhamento do percentual de honorários cobrados – 10,5% (lucros e despesas indiretas). Resposta: Informamos que foram apresentadas, para os pagamentos solicitados, todas as planilhas contendo os honorários, encargos e despesas. O detalhamento do percentual dos honorários não está previsto em contrato e é praxe na cobrança de qualquer tipo de serviços.

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II) Constatou-se a antieconomicidade na subcontratação (que ocorreu na maior

parcela dos faturamentos realizados): i) subcontratação de serviços e de compra de insumos rotineiros e previsíveis dos eventos, que poderia ter sido assumida diretamente pelo SENAC RJ: 1) realização de pagamentos por serviços de locação e montagem de cenografia subcontratados para o maior evento, que é realizado anualmente pelo SENAC (Talentos). Resposta: Informamos que as despesas de cenografia, como outros pontos, se encontram descritas como objeto do contrato celebrado. Cabe ressaltar que a avaliação de que a contratação direta seria mais econômica deve considerar os custos de realização de novas licitações e de trabalho adicional de equipe. Quanto à mensuração de tamanho de equipe Senac RJ, é levado em consideração que parte do trabalho é executado pela agência, diminuindo a necessidade de funcionários internos e despesas relativas à sua contratação e manutenção. Além disso, temos que considerar tempo hábil para a realização de processo licitatório, desenvolvimento de projetos por parte dos participantes, entre outros. 2) compra de insumos para evento (Talentos) no valor de R$439 mil, conforme borderô nº 584037. ii) cobrança de tributos sobre faturamentos de serviços subcontratados (ISS, COFINS e PIS) em percentual (16,62%) maior do que o incorrido efetivamente junto aos prestadores de serviços subcontratados: Resposta: Informamos que existe variação de tributos de acordo com a natureza de diferentes despesas.

III) Constatou-se serviços não previstos na licitação e com desvio de finalidade: Resposta: Informamos que as justificativas para este item estão em fase de finalização e serão entregues em 21 de julho de 2015”. Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Concordamos com a recomendação, o SENAC/RJ promoverá melhorias no referido procedimento, com intuito de mitigar as ocorrências constatadas.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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I) Em que pesem as solicitações deste Órgão de Controle, o SENAC/RJ não disponibilizou para análise os seguintes documentos, considerados primordiais para o acompanhamento e controle da execução contratual: (i) planejamento elaborado pela Entidade para os eventos a serem promovidos; (ii) briefings dos eventos; (iii) planilha de custo elaborada pela contratada e aprovada pelo contratante; e (iv) ordens de serviço. O SENAC/RJ se manifestou no sentido de que teve dificuldades para realizar o registro do briefing, discutido com a empresa contratada em reuniões periódicas. Da mesma forma, informou que o fluxo de aprovação dos serviços realizados pela empresa não foi documentado. Assim, não há meios de comprovar que a Entidade cumpria efetivamente os procedimentos previstos no Contrato nº 567.980, transcritos abaixo: “Cláusula Quarta – Dos Prazos 4.1. Os prazos de execução de cada evento serão confirmados em conjunto com o SENAC-ARRJ, de acordo com as necessidades e planejamento da instituição e com o porte do evento. Cláusula Sétima – Dos Encargos das Partes 7.1. As partes devem cumprir fielmente as cláusulas avençadas neste contrato, no edital da Concorrência 567.980/2014 e seus anexos, respondendo pelas consequências de sua inexecução total ou parcial: 7.2. O contratado deve: (...) 7.2.16. Apresentar planilha de custo, após a divulgação do briefing do evento, detalhando todos os itens do projeto a ser construído, como por exemplo os valores decorrentes da mão de obra (diárias), locação de equipamentos, tributos e encargos incidentes sobre cada serviço. 7.4. O SENAC-ARRJ deve: 7.4.1. Expedir a ordem de serviço; Cláusula Oitava – Do Recebimento 8.1. O recebimento do objeto será realizado pela unidade do SENAC-ARRJ identificada na ordem de serviço como responsável pelo evento, mediante recibo, após verificação da sua qualidade e quantidade. 8.1.1. O SENAC-ARRJ estabelecerá em ordem de serviço o dia e horário de entrega do objeto. Adicionalmente, SENAC/RJ se manifestou no sentido de que realiza, em planilhas separadas, análise comparativa entre o orçamento detalhado proposto para todo o evento (fases, atividades, custos e etc.) e os valores apresentados para pagamento. Ocorre que não se identificou a existência de planilha com o orçamento detalhado dos eventos, assim como não restou demonstrada a realização de controle contábil dos recursos previstos e executados para cada evento para fins de aprovação do orçamento e pagamento apresentados pela contratada; Desta forma, descumprindo as cláusulas contratuais retrocitadas, o SENAC/RJ não exerce seu papel de controlar, acompanhar e fiscalizar a execução do contrato em questão.

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II) O posicionamento do gestor, quanto aos eventuais “custos de realização de novas licitações” que seriam gerados para a contratação pelo próprio SENAC dos serviços rotineiros e previsíveis, não foi comprovado com dados concretos, assim, entende-se como relevante a realização de avaliação fundamentada e comparativa que leve em conta o custo dos honorários cobrados atualmente, no intuito de concluir qual seria a opção mais econômica. III) O OOOO gestor informou que apresentaria as justificativas para este item em 21/07/2015. Entretanto, até o fechamento deste Relatório a Entidade não havia se manifestado sobre esta questão. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promover melhorias nos controles da execução do contrato da agência de eventos (nº 803459 Concorrência nº 567.980/14 - CC 7/14), por meio de normatização que preveja o fluxo, as responsabilidades e os documentos que previnam a ocorrência de pagamentos por serviços não previstos, com desvio de finalidade e sem a avaliação prévia quanto à economicidade das subcontratações realizadas. 2.2 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

2.2.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

2.2.1.1 CONSTATAÇÃO

Contratos firmados por meio de Dispensa indevida de licitação. Fato

Da análise das dispensas de licitação realizadas pelo SENAC RJ no exercício 2014, verificamos que foram celebrados 42 contratos com a empresa EDITORA O DIA S/A e 31 contratos com a GRAFICA EDITORA JORNAL DO COMERCIO S.A., para publicação de edital, totalizando o valor de R$ 322.230,36, com base no art. 9º, I, da Resolução SENAC nº 958/2012. Considerando que o limite para compra e demais serviços, por meio de dispensa de licitação, com base no art. 6º, II, da Resolução SENAC nº 958, é de R$ 44.000,00, solicitamos ao SENAC RJ que apresentasse os fundamentos legais para as referidas dispensas de licitação como meio de contratação dos serviços de publicidade e propaganda. Em resposta, o SENAC RJ encaminhou documento, informando o que segue: “O SENAC/RJ utilizava os serviços das referidas empresas para publicação dos seus editais de licitação em jornais de grande circulação conforme Resolução SENAC/DN nº 958/12, Art. 5º, § 1º.

(...)

Contudo, informamos que os processos eram realizados sem o devido procedimento licitatório, fato este identificado dentro do processo de melhoria contínua ora adotado pelo Senac RJ. No entanto, destacamos que sempre foi observado o princípio da

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economicidade, visto que os contratados em questão possuíam valor de propaganda menor que os demais concorrentes (O Globo, Valor Econômico, etc.).

Atualmente, estamos utilizando o jornal Diário Oficial da União para as publicações necessárias, até que seja realizado procedimento licitatório previsto para o segundo semestre deste ano”.

Consoante o art. 6, II, “a”, da Resolução SENAC 958 de 2014, o limite para a realização de dispensa de licitação para compras e serviços é de até R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais).

Nesse contexto, o art. 7º do normativo supracitado expressa claramente que “o parcelamento de obras, serviços e compras não ensejará a dispensa de licitação por valor, exceto quando o somatório das parcelas não ultrapassar o limite estabelecido nos incisos I “a” e II “a” do art. precedente, nem descaracterizará a modalidade de licitação pertinente.

Desta forma, verifica-se que o serviço de publicação de edital licitatório foi contratado pelo SENAC RJ por meio de dispensa indevida de licitação.

##/Fato##

Causa

Falha técnica da área de licitações do SENAC RJ. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à SA nº 201503166/25, o gestor se manifestou da forma transcrita a seguir:

“O Senac RJ informa que vem aprimorando os seus processos internos com intuito de estar alinhado com os órgãos de controle externo. Desta forma, informamos que será analisado com seu setor jurídico para que seja verificada a possibilidade de enquadramento na modalidade Inexigibilidade para as publicações atuais no Diário Oficial da União, tendo em vista o entendimento de que é inviável a competição e visto as peculiaridades do jornal atendem as necessidades e público alvo do Senac RJ”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O SENAC RJ informou que passou a utilizar o jornal Diário Oficial da União - DOU para as publicações necessárias, até que seja realizado procedimento licitatório previsto para o segundo semestre de 2015. Ademais, acrescentou que será analisada junto ao seu Departamento Jurídico a possibilidade de enquadramento na modalidade Inexigibilidade para as publicações atuais no Diário Oficial da União.

Desta forma, mantém-se a constatação para realização de análise futura deste ponto.

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Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação adicional no documento GP/OF. 010/2015, de 08/09/2015: “Inicialmente cabe informar que o senac rj entende que já cumpre o com a recomendação desde julho de 2015. Informamos que as licitações realizadas pela entidade são realizadas através do diário oficial da união – dou, atendendo aos princípios da economicidade e publicidade. Portanto, ressaltamos que o atendimento da recomendação deu-se concomitantemente à data base deste relatório”. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Realizar procedimento licitatório para seleção de jornal de grande circulação para publicação de editais licitatórios, caso o valor deste serviço ultrapasse o limite previsto no art. 6º, II, do Regulamento de Licitações e Contratos do SENAC RJ. 2.2.1.2 INFORMAÇÃO

Análise dos Controles Internos da área de Licitações e Contratos Fato

Por meio da Solicitação de Auditoria n.º 201503992/03 solicitamos ao SENAC RJ o preenchimento de um questionário de auto avaliação acerca dos controles efetivamente implementados na área de licitações e contratos. O questionário consistia em 22 questões pontuadas de 0 a 3 (inexistência de controles até total aplicação dos controles, respectivamente), podendo atingir o total de 66 pontos. Como resultado, o SENAC RJ obteve 61 pontos, ou 92% do total, o que significa que a Unidade se classifica em um nível “avançado” de maturidade de seus controles conforme previsto no Acórdão nº 568/2014–Plenário. No que tange à questão 16, “São realizadas consultas para verificar a ocorrência de registro de penalidades, tais como o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS, Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Atos de Improbidade Administrativa – CNJ e Lista de Inidôneos do TCU?”, cabe ressaltar que o SENAC RJ informou considerar a mesma “não aplicável ao Regional conforme o normativo próprio”. No entanto, entende-se que independentemente de qualquer previsão normativa, a consulta aos bancos de dados de empresas penalizadas por má atuação junto ao setor público em geral constitui-se em uma boa prática que deveria ser adotada visando reduzir as chances de problemas futuros contratuais e de governança. Importa ressaltar ainda as diversas impropriedades verificadas quando da análise dos processos licitatórios, dispensas e inexigibilidades da unidade em 2014: 1) Ausência de justificativa para escolha do tipo de licitação por Técnica e Preço;

2) Exigência de qualificação técnica não justificada e limitadora da competitividade;

3) Proposta vencedora do certame que não cumpriu exigência do edital;

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4) Falta de previsão de tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido para micro

e pequenas empresas, contrariando a lei complementar nº 123/2006 e falta de atualização

da Consolidação do Regulamento de Licitações e Contratos do Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial – SENAC;

5) Ausência de limites para subcontratação em edital licitatório de Pregão;

6) Falhas formais na instrução de Processo Licitatório;

7) Ausência de economicidade e razoabilidade na instrução de processo licitatório realizado

na modalidade Convite;

8) Inexistência de planejamento detalhado das despesas relacionadas à realização de

eventos;

9) Controle inadequado da execução contratual, antieconomicidade da subcontratação,

realização de serviços não previstos na licitação e desvio de finalidade;

10) Contratos firmados por meio de Dispensa indevida de licitação.

Assim, opinamos pela necessidade de aprimoramento dos controles internos do SENAC RJ visando a garantir que sejam observados os princípios que regem as aquisições pela administração pública. ##/Fato##

2.3 CONVÊNIOS DE OBRAS, SERVIÇOS E DE SUPRIMENTO

2.3.1 AVALIAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS

2.3.1.1 CONSTATAÇÃO

Deficiências nas avaliações prévias e na mensuração dos resultados identificadas na concessão e na prestação de contas nos contratos de patrocínios analisados. Fato

De acordo com a planilha de transferências concedidas vigentes, em 2014, disponibilizada pelo SENAC RJ por meio do documento GP/OF. 001/2015, de 30/01/2015, foram apresentadas vinte transferências concedidas totalizando R$ 6.496.076,25, sendo dois convênios no valor de R$ 750.217,76 e dezoito contratos de repasse no valor de R$ 5.745.855,49.

A totalidade dos contratos de repasse se refere a contratos de patrocínio, sendo que somente para dois contratos, apesar de celebrados em 2014, não houve o repasse de recursos financeiros. Assim, face ao expressivo volume financeiro (88% do total de transferências concedidas) dos contratos de repasse, selecionou-se para exame, baseado em critérios de materialidade, uma amostra não probabilística de cinco contratos correspondente a 18% do total e detalhada no quadro a seguir:

Quadro – Amostra de Contratos de Patrocínio Analisados. Contrato Data Empresa contratada Objeto Valor (R$) 3456 03/10/2014 Open Brasil Promoções

e Eventos Ltda. Aquisição de 01 cota de patrocínio da feira de negócios do Centro Sul Fluminense

250.000,00

3444 31/07/2014 Alpino Promoções e Eventos Ltda.

Contrato de patrocínio para realização de evento com permissão de uso de marca no evento fibel - feira Iguaçuana de beleza

150.000,00

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60

3384 11/03/2014 CDB Produções Gastronômicas Ltda.

Aquisição de 01 cota de patrocínio para realização do evento "comida di buteco 2014"

300.000,00

3452 25/09/2014 Anonimus Eventos e Produções Artísticas Ltda.

Aquisição de 01 cota de patrocínio para realização do evento "x costa verde negócios"

200.000,00

3451 25/09/2014 Anonimus Eventos e Produções Artísticas Ltda.

Aquisição de 01 cota de patrocínio do evento festival gastronômico costa verde 2014

180.000,00

Fonte: Planilha Eletrônica do SENAC/RJ. Destaca-se que a legislação que, atualmente, regulamenta a matéria sobre transferências concedidas no âmbito do SENAC RJ é a Ordem de Serviço NOR nº 014/2013, de 02/09/2013, que dispõe sobre a análise e deliberação quanto à seleção e concessão de patrocínio pela instituição. Observou-se, ainda, que todas as contratações analisadas foram realizadas a partir de inexigibilidade de licitação com fundamento na inviabilidade de competição prevista no caput do artigo 10º da Resolução SENAC n.º 958/2012. No que compete ao objeto da contratação, foi observado que as aquisições analisadas demonstram estar compatíveis com a missão e finalidade das atividades da UJ, que conforme disposto no artigo n.º 2 da Ordem de Serviço n.º 14/2013, consiste em: “[...] divulgar a atuação, fortalecer conceito, agregar valor à marca [...]”. Adicionalmente, relativo à análise jurídica, verificou-se que constam, nos processos dos contratos analisados, Parecer Jurídico da GEJUR/SENAC opinando pela viabilidade da contratação. Na análise das notas fiscais da amostra dos contratos de patrocínio, foi verificado que a descrição do objeto demonstrava correspondência entre o gasto realizado e o evento patrocinado. Já as impropriedades detectadas na amostra selecionada são a seguir detalhadas: 1) Em nenhum dos contratos analisados foi especificada qual a modalidade de contratação utilizada, conforme determina o art. 7º da OS NOR n.º 14/2013 que define três modalidades distintas para recebimento da proposta: escolha direta, seleção e oportunidade.

2) Identificou-se nos processos dos contratos de patrocínio nº 3456 e 3444, o não atendimento do previsto no art. 4º, incisos I e II da OS NOR 14/2013, quanto a documentação relativa à autorização para contratação do patrocínio, dos seguintes demonstrativos e análises:

a) relação estimativa custo-benefício do evento em termos de resultados mercadológicos, financeiros e negociais para o SENAC RJ; b) avaliação da eficácia, eficiência e efetividade dos resultados esperados com o evento; c) estudo sobre a viabilidade técnica, financeira e econômica para o SENAC RJ em relação ao evento patrocinado.

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3) Atraso para os contratos de patrocínio nº 3456 e 3444 do prazo regulamentar para apresentação das prestações de contas, que é de 45 dias após o término do evento, conforme art. 11 e art. 20, inciso I da OS NOR 14/2013, bem como ausência de documento que evidencie o encaminhamento da Prestação de Contas para o SENAC RJ.

4) Ausência no processo de prestação de contas da mensuração dos resultados oriundos dos contratos de patrocínio nº 3456 e 3444 para o SENAC/RJ, consoante estabelece o art. 12, incisos I e II, da NOR 14/2013. Cabe informar que esta impropriedade também foi detectada no Relatório de Auditoria Anual de Contas de 2013. 5) Ausência de evidências, no processo de prestação de contas dos contratos de patrocínio nº 3456 e 3444, quanto à fiscalização pela Gerência de Eventos, consoante estabelece o art. 16, inciso II, bem como menciona a cláusula 8ª dos respectivos contratos de patrocínio. Cabe informar que houve formalmente, em ambos contratos, a designação do fiscal de contrato. 6) As prestações de contas dos contratos de patrocínio nº 3456 e 3444 não estavam integralmente numeradas e rubricadas, consoante determina o art. 16, inciso V da NOR 14/2013. Cabe informar que esta impropriedade também foi detectada no Relatório de Auditoria Anual de Contas de 2013. Mediante o documento “Resposta a Solicitação de Auditoria GCU SA 20150318/004, de 09/07/2015”, assinado pela Diretoria de Marketing e Produtos a entidade apresentou os seguintes esclarecimentos:

1) Ausência da modalidade utilizada (item1):

Informamos ainda que as contratações de patrocínio são efetuadas mediante inexigibilidade de licitação, por conta da inviabilidade de competição, enquadrando-se no disposto no caput do art. 10 do Regulamento de Licitações e Contratos do SENAC, aprovado pela Resolução SENAC nº 958/2012. Apesar da não obrigatoriedade de constar a modalidade do patrocínio conforme art. 7 da NOR 14/2013, informamos que iremos aperfeiçoar a documentação suporte e que tal informação será parte integrante do documento.

2) Falhas na apresentação da documentação de autorização relativa aos contratos de patrocínio (item 2):

Contrato de Patrocínio nº 3456

Informamos que o Memorando 086/2014 apresenta no tópico “IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DAS METAS DO PRODUTO” estimativa custo-benefício do evento em termos de resultados mercadológicos e financeiros para o Senac/RJ.

Contrato de Patrocínio nº 3444

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Conforme informado no item anterior, o Senac RJ realizou revisão do processo de concessão de patrocínio, em parceria com a equipe de consultoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e está buscando a melhoria dos processos internos.

3) Atraso no prazo regulamentar para a apresentação da prestação de contas dos contratos de patrocínio (item 3):

Quanto à ausência, no processo de prestação de contas, de documento que evidencie o encaminhamento da Prestação de Contas para o Senac RJ e a declaração do representante da patrocinada relativo a parcela final do patrocínio em desconformidade com o prazo máximo para apresentação da prestação de contas, informamos que estamos melhorando e ajustando os processos de prestação de contas para mitigar tais ocorrências.

4) Ausência de mensuração dos resultados (item 4):

[...] os resultados alcançados foram apresentados no RELATÓRIO – XIV CENTRO SUL NEGÓCIOS – TRÊS RIOS 2014 (p. 82 a 90).[...]

5) Ausência de evidências quanto a efetiva fiscalização nos contratos de patrocínio (item 5):

Acrescentamos que a fiscalização do contrato de patrocínio pela Gerência de Eventos, consoante estabelece o art. 16, inciso II, bem como menciona a cláusula oitava do próprio contrato de patrocínio ficou sob responsabilidade da funcionária (...), matrícula (...) e supervisionada pelo Gerente de Eventos (...) que emite o Parecer da Prestação de Contas Técnica sobre o evento realizado.

Informamos ainda que nos contratos de Patrocínio, o gestor do contrato realiza registro fotográfico de todo o evento e só libera o pagamento após atestar o seu integral cumprimento.

6) Parcial numeração e rubricas nos processos de prestação de contas: A entidade não apresentou justificativa especifica para essa impropriedade. No que concerne às justificativas apresentadas pela entidade, apresentamos as seguintes considerações: 1) Quanto à ausência da modalidade utilizada:

Acatamos a manifestação da entidade no sentido de nos próximos contratos de patrocínio passar a constar na documentação a modalidade prevista para a contratação consoante a legislação da própria entidade.

2) Quanto às falhas na apresentação da documentação de autorização relativa aos contratos de patrocínio:

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Ressaltamos que o tópico “IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DAS METAS DO PRODUTO”, do Memorando 086/2014, referente ao contrato de patrocínio nº 3456, não apresenta uma estimativa de custo-benefício do referido patrocínio para o SENAC RJ, apenas relata a expectativa dos resultados da feira, que é anual.

E o tópico “OBJETIVOS DO SENAC COM ESSE PATROCÍNIO”, do Memorando 086/2014, apresenta, de forma genérica e não mensurável, alguns retornos para UJ como: “[...] consolidar sua imagem de formador de mão de obra e tornar-se cada vez mais referência em educação profissionalizante [...]”.

Da mesma forma, o Memorando 075/2014, relativo ao contrato de patrocínio nº 3444, apresenta, de forma genérica e não mensurável alguns retornos para UJ como: “[...] o evento tem como objetivo aproximar o trade, empregadores e profissionais do segmento, apresentar soluções inovadoras de venda e marketing para o ponto de venda, apresentar novas tendências e tecnologias para o setor [...]”.

Verifica-se, assim, que não há uma relação estimativa do custo-benefício, conforme prevê a legislação, quanto ao retorno em termos mercadológicos, financeiros ou negociais. Essa ferramenta é essencial para a tomada de decisão quanto ao fornecimento do patrocínio, pois avalia, entre as opções disponíveis, aquela que maximiza o benefício esperado (tangível ou intangível), o qual deverá ser equivalente ou superior ao custo desembolsado. Salienta-se, ainda, que a estimativa do custo-benefício é fundamental para a posterior comparação com a mensuração dos resultados alcançados pelo patrocínio, de forma, a validar se este foi efetivamente oportuno para a entidade.

Não obstante o posicionamento da entidade em buscar melhorias nos processos internos, é necessário que o SENAC RJ inclua na sua análise das propostas de solicitação de patrocínio informações de estimativas mais precisas quanto ao retorno estimativo do patrocínio solicitado e sua relação com o valor desembolsado.

Cabe ainda ressaltar, que a referida impropriedade já foi objeto de recomendação no Relatório de Auditoria Anual de Contas de 2013 (201408000).

3) Quanto ao atraso no prazo regulamentar para a apresentação da prestação de contas dos contratos de patrocínio:

Na solicitação de auditoria 201503181/002 foi apresentado questionamento sobre o quantitativo e valor de prestações de contas fora do prazo regulamentar e quais as providências adotadas pelo gestor. O SENAC RJ mediante o documento “Resposta a Solicitação de Auditoria GCU SA 20150318/002, de 07/07/2015” informou que os questionamentos constavam dos quadros A.4.4.3 e A.4.4.4 do Relatório de Gestão 2014.

Entretanto, os referidos quadros apresentam a informação de que não houve prestação de contas com prazo expirado, ou seja, todos os instrumentos de transferências concedidas tiveram suas prestações de contas apresentadas dentro do prazo regulamentar. Mas, na análise da amostra, verificou-se que os contratos de patrocínio nº 3456 e 3444 tiveram suas prestações de contas apresentadas após o término do prazo regulamentar (45 dias).

Ressalta-se que em nenhum dos casos em que foi verificado o descumprimento do prazo regulamentar pela patrocinada houve aplicação da sanção prevista no art. 13 da OS NOR 14/2013, como vedação de concessão de patrocínio ao inadimplente. Isso fica

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evidente, pois foi realizado novo contrato de patrocínio (nº 3488 em 24/11/2014) com o fornecedor do contrato nº 3456.

Em que pese a manifestação da entidade no sentido de empreender esforços para a melhoria nos seus processos internos de prestação de contas, faz-se necessário o cumprimento dos prazos regulamentares nas prestações de contas (art. 11 e art. 20, inciso I, OS NOR 14/2013), bem como a efetiva aplicação das sanções previstas para os casos de descumprimento (art. 13, OS NOR 14/2013), inclusive por se referir a uma fragilidade já recorrente.

Alertamos, ainda, para a obrigatoriedade de apresentação de informações fidedignas no relatório de gestão quanto aos prazos regulamentares das prestações de contas.

4) Quanto à ausência de mensuração dos resultados:

Discorda-se do entendimento do SENAC RJ, de que o relatório acima referenciado fornecido pela patrocinada reflita os resultados do patrocínio para o SENAC RJ, pois o artigo 12, da OS NOR 14/2013, determina que: “Os resultados da participação do Senac RJ serão mensurados pela Gerencia de Eventos, com base em aspectos tangíveis ou intangíveis relacionados aos retornos institucionais assim compreendidos: [....]”

No caso em tela, o relatório mencionado trata dos resultados alcançados pelo evento, tais como: público visitante de 28 mil pessoas, volume de negócios de R$ 10 milhões, nº de estandes igual a 85 e nº de expositores igual a 120, e não mostra o retorno para o SENAC RJ.

Portanto, a mensuração dos resultados (tangíveis ou intangíveis) deve ser realizada pelo SENAC RJ e diz respeito ao valor agregado para a entidade decorrente do patrocínio e esta mensuração dos resultados deve ser comparada com a relação custo-benefício previamente definida.

5) Quanto a ausência de evidências da efetiva fiscalização nos contratos de patrocínio:

Inicialmente, destaca-se que nos processos de prestação de contas dos contratos de patrocínios nº 3456 e 3444 não foram detectados registros fotográficos realizados pela Gerência de Eventos do SENAC RJ como instrumento de fiscalização ou qualquer outra evidência. Dessa forma, discorda-se da justificativa apresentada pela Diretoria de Marketing e Produtos de que o Parecer Técnico da Prestação de Contas compreende a atividade de fiscalização, pois conforme estabelece o art. 16, inciso VII da OS NOR 14/2012, o referido parecer refere-se à regularidade dos documentos da Prestação de Contas, enquanto o art. 16, inciso II da OS NOR 14/2013 determina que a Gerência de Eventos deverá acompanhar de forma eficaz a execução das ações previstas no instrumento, por meio de evidências, bem como garantir a eficiência operacional, os resultados e os benefícios gerados pelo patrocínio. Portanto, o Parecer Técnico é um documento emitido após a apresentação das contas pela patrocinada, relativo aos valores e ao objeto do patrocínio recebido, enquanto que a ação de fiscalização acompanha a realização do evento e deve ser traduzida em

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evidências que comprovem a eficácia, eficiência e benefícios advindos do evento patrocinados durante sua execução. Logo, faz-se necessário que os resultados da atividade de fiscalização sejam evidenciados de forma concreta no processo de contratação do patrocínio. 6) Quanto a parcial numeração e rubricas nos processos de prestação de contas: Enfatizamos que completa numeração e rubricas em todas as páginas do processo de prestação de contas é essencial, principalmente, como controle, pois evidencia qualquer alteração na documentação seja extravio ou inclusão de documentos alheios ao processo. ##/Fato##

Causa

Deficiências no ambiente de controle relativo a execução e o acompanhamento das transferências concedidas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015: “Inicialmente o Senac RJ concorda com as recomendações, contudo, cabe ressaltar que as mesmas foram objeto do plano de providências referente ao relatório nº: 201408000 de 2014. Portanto, por ocasião da realização desta auditoria, entendemos que os objetos avaliados estavam em fase de ajustes e melhoramentos, conforme acordado no referido documento com prazo para regularização em dezembro de 2014, período do escopo desta auditoria. Por fim, o Senac RJ reitera o compromisso de melhorar os seus processos com intuito de estar alinhado aos órgãos de controle.” Acerca especificamente da recomendação prevendo ao SENAC RJ “aplicar as sanções previstas no art. 13 da OS NOR 14/2013 nos casos em que a apresentação das prestações de contas ultrapassarem o prazo regulamentar”, a unidade se manifestou da seguinte forma: “O Senac RJ realiza o controle dos seus contratos, e quando ocorre o descumprimento de qualquer uma das cláusulas, aplica-se as sanções previstas. Ocorre que, excepcionalmente neste contrato, a prestação de contas ultrapassou o prazo regulamentar.

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Contudo, o Senac RJ se compromete em aprimorar seus procedimentos com intuito mitigar as ocorrências de apresentação das prestações de contas fora o prazo regulamentar”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor acatou os fatos apresentados e concordou com as recomendações propostas visando a mitigá-los. Informou que irá melhorar seus processos e aprimorar seus procedimentos, o que deverá ser objeto de acompanhamento. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Incluir nas propostas de análise da solicitação de patrocínio a modalidade de contratação utilizada, conforme determina o art. 7º da OS NOR n.º 14/2013. Recomendação 2: Efetuar, na avaliação prévia das solicitações de patrocínio, análise acerca da relação estimativa custo-benefício do patrocínio em termos de resultados mercadológicos, financeiros e negociais para o Senac/RJ; avaliação da eficácia, eficiência e efetividade dos resultados esperados com o patrocínio; e estudo sobre a viabilidade técnica, financeira e econômica conforme previsto no art. 4º, incisos I e II da OS NOR 14/2013, que deverá ser constante da proposta de análise de solicitação de patrocínio. Recomendação 3: Observar os prazos regulamentares para apresentação da prestação de contas, conforme OS NOR nº 014/2013 (art. 11, art. 20, inciso I). Recomendação 4: Aplicar as sanções previstas no art. 13 da OS NOR 14/2013 nos casos em que a apresentação das prestações de contas ultrapassarem o prazo regulamentar. Recomendação 5: Mensurar os resultados alcançados para a entidade decorrentes dos contratos de patrocínio, consoante estabelece o art. 12, incisos I e II, da NOR 14/2013, que deverá constar do processo de prestação de contas. Recomendação 6: Realizar fiscalização dos contratos de patrocínio, consoante estabelece o art. 16, inciso II, bem como menciona a cláusula 8ª dos respectivos contratos de patrocínio. Recomendação 7: Numerar e rubricar toda a documentação constante do processo de prestação de contas, consoante determina o art. 16, inciso V da NOR 14/2013. 2.3.1.2 CONSTATAÇÃO

O SENAC RJ concedeu parecer favorável à prestação de contas do contrato de patrocínio nº 3452, que apresentou gastos sem a devida comprovação documental. Fato

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Trata-se da análise sobre a execução do contrato n.º 3452 firmado com a empresa Anonimus Eventos e Produções Artísticas Ltda. com vistas à aquisição de uma cota de patrocínio para realização da 10ª edição do evento Costa Verde Negócios pelo valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reis). A contratação da empresa Anonimus foi firmada em 25/09/2014 a partir de inexigibilidade de procedimento licitatório com fundamento na inviabilidade de competição prevista no caput do artigo 10º da Resolução SENAC n.º 958/2012. O Parecer da GEJUR/SENAC, datado de 19/09/2014, opinou pela viabilidade da contratação. O contrato de patrocínio estabelecia que o evento seria realizado entre os dias 16/10/2014 e 19/10/2014 no município de Angra dos Reis, sendo previsto o repasse da quantia pactuada em duas parcelas, com a primeira no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para dez dias após a assinatura do contrato e a segunda no montante de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em até quinze dias após a aprovação da prestação de contas da primeira parcela. De acordo com a documentação disponibilizada, o evento em comento consiste numa feira multisetorial voltada a empresas da região e demais interessadas, com vistas a desenvolver aspectos relacionados às ações de marketing e a geração de relacionamento direto com o público consumidor do mercado alvo. A justificativa da contratação prevista na solicitação de patrocínio emitida pela Gerência de Eventos por meio do Memorando n.º 082/2014 de 02/09/2014 era a de que o patrocínio em voga teria por objetivo consolidar a imagem do SENAC RJ como entidade formadora de mão de obra e referência em educação profissionalizante. No que se refere à prestação de contas do contrato de patrocínio sob análise verificamos que foram elaborados os seguintes demonstrativos: Relatório de Execução Físico-Financeira e o detalhamento das Contrapartidas para cada parcela repassada à contratada. O Relatório de Execução Físico-Financeira apresenta uma relação dos diversos gastos, sendo detalhadas as seguintes informações por despesa: fornecedor, valor pago, número da nota fiscal, data de emissão da nota fiscal, imposto retido e data de pagamento. O valor gasto relativo à primeira parcela do repasse atingiu o montante de R$ 147.897,71 (cento e quarenta e sete mil, oitocentos e noventa e sete reais e setenta e um centavos), incluídos R$ 2.102,29 (dois mil, cento e dois reais e vinte e novo centavos) de tributos retidos. Verificamos que constam do Relatório de Execução Físico-Financeira as notas fiscais e os comprovantes de pagamento relativos a cada despesa correspondente a primeira parcela do repasse. Entretanto, no que compete à segunda parcela do repasse realizado pelo SENAC RJ, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), identificamos que foram relacionados gastos sem o devido suporte comprobatório.

Segue abaixo um quadro com a relação dos gastos referentes ao repasse da segunda parcela, conforme apresentado no Relatório de Execução Físico-Financeira.

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Quadro – Relação de gastos relativos à segunda parcela do repasse do SENAC/RJ.

Tipo de gasto Valor (R$) Total gasto com fornecedores 23.580,00 Taxa Administrativa 10.000,00 Simples Nacional Imposto 16.420,00 Somatório 50.000,00

Fonte: Relatório de Execução Físico-Financeira relativo à segunda parcela da Prestação de Contas. Em análise à documentação relativa à prestação de contas da segunda parcela do repasse, verificamos que foram apresentadas duas notas fiscais, sendo a NF n.º 251 no valor de R$ 18.580,00 referente à aquisição de diversos insumos e a NF n.º 5648 no valor de R$ 5.000,00 correspondente à contratação de serviços contábeis. O somatório desses valores totaliza a quantia de R$ 23.580,00, conforme especificado na prestação. No entanto, não foram apresentados documentos comprobatórios para os gastos relacionados à “Taxa Administrativa”, no valor de R$ 10.000,00 e “Simples Nacional Imposto” no montante de R$ 16.420,00. Quanto ao desembolso referente ao Simples Nacional, consta da prestação a seguinte informação: “A empresa Anonimus será enquadrada no regime do Simples Nacional, no anexo III, e em função da emissão da NF de n.º 0106 para o SENAC a título de entrada do aporte financeiro para patrocinar o evento Costa Verde Negócios 2014, a sua receita acumulada nos últimos 12 meses passou a se enquadrar na faixa ‘b’ que varia de R$ 180.001,00 a R$ 360.000,00 com alíquota de 8,21%, conforme Lei Complementar 123/2006. Considerando o exposto acima a empresa Anonimus deverá recolher aos cofres públicos, a título de imposto, a importância de R$ 16.420,00 em uma guia de DAS”. Registre-se que não consta da prestação de contas a mencionada guia de recolhimento. Tal situação demonstra a inobservância do disposto no artigo n.º 11 da Ordem de Serviço n.º 14/2013, que trata da prestação de contas no contrato de patrocínio: “[...] A referida prestação deverá, ainda, evidenciar a alocação total de recursos com a juntada dos seguintes documentos: [...] III – cópia das Notas Fiscais dos pagamentos efetuados, com recursos do SENAC, com atesto de execução do serviço ou entrega do bem; [...]” Sob esse aspecto cabe citar também o dispositivo de caráter geral previsto no caput do artigo 4º da IN SECOM n.º 9 de 19/12/2014: “O patrocinador deverá pautar sua atuação com base nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, moralidade administrativa [...]” Registre-se que o Parecer de Prestação de Contas Financeiro relativo a segunda parcela do repasse, informa que as despesas relacionadas atendem às cláusulas relativas à prestação de contas.

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Por meio do documento “Resposta à Solicitação de Auditoria n.º 201503181/005 de 24/07/2015, a entidade apresentou o seguinte esclarecimento a respeito do aceite relativo aos gastos com taxa administrativa e impostos. “O Senac RJ informa que solicitou para a empresa responsável pela realização do evento a documentação comprobatória referente aos impostos e taxa administrativa, com intuito de elucidar todos os questionamentos dessa Controladoria.” A resposta apresentada confirma o fato apontado, que diz respeito à aprovação da prestação de contas que contava com gastos sem comprovação documental. Ressaltamos que, em análise ao processo de patrocínio em comento, foram identificadas outras situações de inobservância dos regramentos contidos na Ordem de Serviço n.º 14/2013 que estão contempladas em ponto específico desse Relatório. ##/Fato##

Causa

Deficiências no ambiente de controle relativo à análise sobre as prestações de contas das transferências concedidas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015: Acerca da necessidade de instruir o responsável pela análise das prestações de contas dos contratos de patrocínios para a necessidade de comprovação de todos os gastos relacionados pela patrocinada no Relatório de Execução Físico-Financeira, em conformidade com o disposto no artigo n.º 11 da Ordem de Serviço n.º 14/2013: “[...], o Senac RJ concorda com as recomendações, contudo, cabe ressaltar que as mesmas foram objeto do plano de providências referente ao relatório nº: 201408000 de 2014, com prazo de implantação em dezembro de 2014. Portanto, por ocasião da realização desta auditoria, entendemos que os objetos avaliados estavam em fase de ajustes e melhoramentos, conforme acordado no referido documento.” Quanto à necessidade de o gestor requerer junto à empresa contratada o ressarcimento dos gastos relacionados na prestação de contas que não tiveram comprovação: “Concordamos com a recomendação, o Senac RJ se compromete a requerer junto à empresa contratada a comprovação dos gastos o ressarcimento dos valores relacionados na prestação de contas que não tiveram comprovação”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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O gestor informou que concorda com ambas as recomendações, de forma que a implementação das mesmas passará a ser objeto de monitoramento. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Instruir o responsável pela análise das prestações de contas dos contratos de patrocínios para a necessidade de comprovação de todos os gastos relacionados pela patrocinada no Relatório de Execução Físico-Financeira, em conformidade com o disposto no artigo n.º 11 da Ordem de Serviço n.º 14/2013. Recomendação 2: Requerer junto à empresa contratada o ressarcimento dos gastos relacionados na prestação de contas que não tiveram comprovação. 2.3.1.3 CONSTATAÇÃO

Ausência de rotinas, procedimentos, fluxogramas relativo ao ambiente de Controle Interno sobre Transferências Concedidas. Fato

A área responsável pela habilitação jurídica das propostas dos convenentes é a Gerência de Licitações e Contratos, enquanto a avaliação das condições de habilitação técnica fica a cargo da Gerência de Eventos, conforme estabelecido na Ordem de Serviço NOR nº 014/2013 que dispõe sobre a análise e deliberação sobre a seleção e concessão de patrocínio pelo SENAC RJ. Quanto ao ambiente de controle interno, não foi evidenciado, na amostra analisada, procedimentos, rotinas, check lists e fluxogramas bem definidos sobre a gestão de transferências concedidas, mas unicamente o normativo OS NOR 14/2013 e as cláusulas contratuais que respaldam as ações da área. Cabe destacar que a entidade não dispõe de um sistema computacional ou eletrônico de controle/acompanhamento das transferências concedidas, este é realizado de forma manual em planilhas. Concernente à existência de efetiva fiscalização durante a execução dos contratos, não foi verificado nos processos de prestação de contas dos contratos de patrocínio, da amostra analisada, nenhum documento que suportasse essa atividade, a exemplo de um cronograma de visitas técnicas nos contratos de patrocínios celebrados. Sobre os prazos de acompanhamento e avaliação de prestações de contas, a avaliação técnica do objeto pactuado é realizada com base no regramento OS NOR 14/2013. Quanto ao uso de cartilhas para orientação dos convenentes sobre a sistemática/prazos de prestação de contas parcial/final, a entidade justificou que orienta seus convenentes por meio de reuniões realizadas para a concessão dos patrocínios e que as regras sobre a sistemática/prazos de prestação de contas parcial/final estão estabelecidas no instrumento contratual firmado entre as partes.

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Quanto a um plano anual de capacitação para os funcionários da área de transferências concedidas, o SENAC RJ mediante o documento acima referenciado informou que possui um plano de capacitação e que estará providenciando treinamento especifico para os profissionais da área, entretanto não foram apresentadas evidências. Mediante o documento “Resposta a solicitação de auditoria CGU 201503181/003 de 09/07/2015”, a Diretoria de Marketing e Produtos apresentou a seguinte justificativa: “Inicialmente, cumpre esclarecer que o Senac RJ entende que as transferências concedidas abordadas por esta Controladoria referem-se aos Patrocínios. Informamos que o Senac RJ já executa rotinas de verificação dos critérios de aprovação dos pré-ajustes das propostas, contudo, está em fase de elaboração de documentação formal para a verificação dos critérios de aprovação dos pré-ajustes das propostas. As rotinas gerais estão estabelecidas na Ordem de Serviço NOR nº 014/2013, contudo, cabe ressaltar que estamos em fase de aprimoramento que nos proporcionará a oportunidade melhorar o processo de transferências. A responsabilidade pela gestão da concessão dos Patrocínios é da Área de Eventos, cabe ressaltar que estamos em fase de aprimoramento interno e avaliação, situação esta que nos proporcionará a dimensão das necessidades de pessoal para gerir eficientemente o processo de transferências. Além disso, respeitamos a política do plano de alçadas, que contém os critérios para aprovação dos contratos em função do seu valor. Informamos que existe planejamento anual contendo a previsão da realização dos principais Patrocínios que a Instituição realizou em exercícios anteriores e datas reservadas para novas oportunidades que possam surgir. Informamos ainda que são realizadas visitas técnicas de acompanhamento pelos gestores dos contratos nos locais de execução dos objetos avençados. O Senac RJ informa que possui rotinas de supervisão e acompanhamento das prestações de contas. Tais rotinas são realizadas conforme a Ordem de Serviço NOR nº 014/2013 que dispõe sobre a análise e deliberação sobre a seleção e concessão de patrocínio pelo Senac RJ. Por fim, informamos que as prestações de contas são avaliadas quanto ao aspecto financeiro pela Gerência Administrativa Financeira, e pela Gerência de Eventos em seu aspecto geral.” A entidade informou mediante o documento “Resposta a solicitação de auditoria CGU 201503181/002 de 07/07/2015 e 003 de 09/07/2015” que os recursos humanos e logísticos (equipamentos, materiais, etc...) são suficientes para a gestão da área. Apesar de a entidade informar que existem rotinas e procedimentos de supervisão e acompanhamento não observamos, na amostra analisada, evidências dessas etapas. Verificamos que não foi realizado efetivo acompanhamento (fiscalização) durante a realização do evento, embora com designação formal de fiscal no contrato de patrocínio.

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Assim, concluímos quanto ao nível de maturidade dos controles internos referentes às transferências financeiras concedidas pelo SENAC RJ, no caso patrocínios, que o mesmo pode ser considerado básico, vez que é amparado apenas pelo regramento OS NOR 14/2013 e as cláusulas contratuais, não se observando sistema computacional, rotinas, fluxogramas, treinamento e procedimentos bem definidos para a área, de forma a operacionalizar mais consistentemente a gestão de transferências.

##/Fato##

Causa

Deficiências no ambiente de controle relativo à execução e acompanhamento das transferências concedidas, decorrente da ausência de rotinas, fluxogramas e identificação de responsáveis definidos que possam subsidiar o processo de avaliação dos resultados qualitativos e quantitativos da gestão. ##/Caus

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015: “Concordamos com a recomendação, o Senac RJ promoverá melhorias no referido procedimento interno, com intuito de aprimorar o processo concessão de patrocínios”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor informou que concorda com as recomendações e que pretende promover “melhorias no referido procedimento interno, com intuito de aprimorar o processo concessão de patrocínios”. Desta forma, deverá ser acompanhada a implementação destas melhorias.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Elaborar rotinas, fluxogramas, procedimentos e check lists bem detalhados de modo a operacionalizar o planejamento, acompanhamento e finalização quanto à contratação de patrocínios e o respectivo processo de prestação de contas. 3 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

3.1 REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

3.1.1 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

3.1.1.1 INFORMAÇÃO

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O SENAC RJ não efetuou pagamentos a título de remuneração variável por desempenho em 2014. Fato

O SENAC RJ não efetuou pagamentos a título de remuneração variável por desempenho em 2014. A entidade informou que há um estudo em desenvolvimento em relação a essa questão, o qual se encontra pendente face a um recurso apresentado ao TCU em relação aos parâmetros de múltiplos de salários estabelecidos pela Corte de Contas. A remuneração variável com esses múltiplos (0,8 a 1,3) foi contemplada no orçamento de 2015, mas sem a efetivação de pagamento no exercício corrente. ##/Fato##

3.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Pagamento de salários sem a observância dos limites regulamentares. Fato

A grade salarial vigente teve como base um estudo de janeiro de 2012, realizado por empresa de consultoria contratada. O estudo propôs uma tabela salarial com uma amplitude de 50% para 20 faixas salariais. Destacamos a seguir os níveis mais baixo (para Assistentes e Auxiliares) e mais alto (para Diretor Regional) da tabela proposta: Tabela Salarial proposta 2012

AMPLITUDE SALARIAL Nível 80% 100% 120% Máx. 40.427 50.534 60.641

... ... ...

Min. 1.094 1.368 1.642 Fonte: Estudo Consultoria Mercer 2012

Por uma questão de conveniência própria, o Senac RJ adotou outra tabela, com 24 faixas salariais e amplitude de 65%, como destacado a seguir (apenas os níveis extremos): Tabela Salarial Senac RJ 2012

AMPLITUDE SALARIAL Nível 65% 100% 130%

Máx. 42.176 64.886 84.352 ... ... ...

Min. 671 1.033 1.343 Fonte: Plano de Cargos e Salários 2012 A tabela salarial de 2014 contempla os reajustes promovidos em acordos coletivos, a diminuição para 23 faixas salariais e a adoção de um nível menor na faixa superior, como mostra o quadro abaixo.

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Tabela Salarial Senac RJ 2014

AMPLITUDE SALARIAL Nível 65% 100% 130%

Máx. 41.235 63.438 82.469 ... ... ...

Min. 779 1.199 1.559 Fonte: Tabela Salarial Senac RJ 2014

Em uma amostra de 42 funcionários, constatamos quatro casos de salários acima e dois abaixo dos marcos instituídos, 130% e 65%, respectivamente, conforme mostrado no quadro a seguir, que também contém os esclarecimentos prestados pela entidade sobre os valores acima do limite. Quadro – Salários fora dos limites

Func. CPF Cargo Percentual Esclarecimento Senac RJ ***579.164-** Assessor 320% Contratação do profissional para função específica

que exigia alto grau de conhecimento e experiência. Atividades relativas a consultor de estratégia organizacional, nível executivo, onde estaria a 96%.

***303.701-** Assessor 203% Contratação com salário fora da faixa por ser uma função específica e que exigia alto grau de conhecimento e experiência por parte do profissional. Contratação em caráter de exceção, mas dentro da política vigente.

***048.274-** Assessor 160% Contratação com salário fora da faixa por ser uma função específica e que exigia alto grau de conhecimento e experiência por parte do profissional. Contratação em caráter de exceção, mas dentro da política vigente.

***146.287-** Superint. Suprimentos

134% Contratação fora da faixa decorrente de experiência e conhecimentos específicos do profissional na área e criticidade da posição para a execução da estratégia da empresa à época.

***976.827-** Assessor 48% ***731.707-** Analista Pleno 60%

Fonte: Planilha Amostra da Fl. Pagto.; doc. resposta item 5 da SA 201503168/02.

Os casos de salários acima do limite referem-se a admissões ocorridas em 2014: funcionário CPF ***579.164-**, admitido em 14/02/2014, desligado em 03/11/2014; funcionário CPF ***303.701-**, admitido em 20/02/2014, desligado em 20/05/2014; funcionário CPF ***048.274-**, admitido em 18/02/2014, em exercício em 31/12/2014; funcionário CPF ***146.287-**, admitido em 07/02/2014, em exercício em 31/12/2014. A Ordem de Serviço NOR nº 009/2010, que dispõe sobre a política de administração salarial, estabelece (art. 14) que o salário de admissão deverá ser o do nível 1 da faixa

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correspondente ao cargo a ser preenchido, sendo que qualquer admissão com salário superior tem caráter de exceção para profissionais com expertise específica e requer análise da Gerência de Gente & Gestão e aprovação da Superintendência de Gestão Corporativa e Diretoria Regional. O nível 1 da faixa, dada a estrutura salarial que foi apresentada, corresponde ao percentual de 65% do valor-base do cargo a ser preenchido. A atribuição de salário acima desse nível mínimo já é de uma exceção à regra. A extrapolação do limite máximo do cargo corresponderia à outra exceção, sem amparo regulamentar, não obstante os esclarecimentos prestados. ##/Fato##

Causa

A Diretoria Regional excedeu seu poder discricionário na atribuição de salários acima de limites regulamentares.

A Superintendência de Gente, órgão responsável pela administração de remuneração e benefícios, não atentou para a observância do limite inferior nos casos apontados.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015: “(...) o Senac RJ irá, nos próximos processos seletivos, tomar medidas para que as novas contratações de funcionários estejam de acordo com o limite salarial estabelecido pelo plano de cargos e salários vigente. “(...) cabe ressaltar que os casos identificados tiveram suas funções readequadas, fato este que levou, excepcionalmente, a estas ocorrências. Quanto ao superintendente de suprimentos (...), informamos que o mesmo foi promovido e teve o seu salário adequado à nova função. No caso dos demais funcionários, o Senac RJ irá avaliar a melhor maneira de regularizar a situação apontada.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A UJ não apresentou novos argumentos para análise; sendo assim, fica mantida nossa posição de que a extrapolação do limite máximo para admissão viola o regulamento próprio da entidade. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Selecionar e contratar funcionários dentro do limite salarial estabelecido em seu Plano de Cargos e Salários.

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Recomendação 2: Promover a regularização dos casos apontados e verificar se há outras situações de salários fora dos limites estabelecidos, promovendo as devidas regularizações, se for o caso. 3.1.1.3 INFORMAÇÃO

Controles Internos da área de pessoal Fato

A auto-avaliação dos controles internos da gestão de pessoas, mediante respostas dos gestores ao Questionário de Avaliação de Controles Internos (QACI), resultou inicialmente em 56 pontos, 93% do total possível (60 pontos). Assim, em um primeiro momento, a entidade entendia encontrar-se em nível avançado de maturidade dos sistemas de controles internos da atividade de gestão de pessoas, de acordo com o conceito de escala utilizado pelo Tribunal de Contas da União (Acórdão nº 568/2014-Plenário). No entanto, tendo em vista a ausência de evidências para muitas das questões, foi realizada uma reunião junto à pessoa responsável pelo preenchimento do questionário, onde se dirimiram algumas dúvidas e realizou-se o ajuste pontuação, sendo que, ao final esta foi reduzida para 46 pontos em 57 (tendo a questão sobre cedidos e requisitados sido considerada “não aplicável”, uma vez que o Senac RJ informou não se utilizar destes instrumentos). Assim, o percentual foi ajustado para 81%, o que se traduziria em um nível aprimorado de maturidade de seus sistemas de controle interno. Tendo em vista as análises realizadas junto à área de gestão de pessoas e as impropriedades identificadas, entendeu-se que o atual nível de maturidade dos controles internos do Senac RJ precisa de maior aprimoramento, tendo em vista a evidenciação de que existem princípios e padrões documentados sendo que, no entanto, foram observadas impropriedades na aplicação destes instrumentos de controle, tais como: a) falta de conformidade ao normativo próprio na atribuição de salários acima e abaixo do limite estabelecido na tabela salarial vigente no exercício, como exposto em ponto específico desse relatório. b) exames que apontaram que os processos seletivos não observam integralmente os princípios da transparência e da impessoalidade conforme ponto específico deste relatório. c) deficiências no fornecimento de dados e de documentos solicitados relativos às viagens de funcionários, além de outras inconformidades, como a falta de comprovantes da participação dos funcionários nos eventos motivadores de viagens. Assim, não obstante a existência de um setor responsável pela gestão de pessoas, de normas e procedimentos para as principais atividades envolvidas na gestão de pessoas,

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de um sistema informatizado para controle da jornada de trabalho de seus funcionários mensalistas, há de se intensificar a busca pelo aprimoramento dos controles internos, especialmente quanto à instituição de análises/auditorias de conformidade formalmente instituídas e divulgadas. ##/Fato##

3.2 MOVIMENTAÇÃO

3.2.1 QUANTITATIVO DE PESSOAL

3.2.1.1 INFORMAÇÃO

Dados gerais do efetivo e das despesas de pessoal do SENAC RJ. Fato

De acordo com informação da Gerência de Administração de Pessoal, o quadro geral de pessoal do SENAC RJ, em 31/12/2014, era composto de 3.356 colaboradores, sendo 3.241 em exercício na entidade e 115 afastados por motivos diversos, tais como licença maternidade, auxílio doença e licença sem remuneração. Não há funcionários cedidos nem requisitados. A Folha de Pagamento, gerada pelo sistema Datasul, apresentou, em dezembro de 2014, o total de 3.597 funcionários. A diferença em relação ao quadro geral de pessoal refere-se ao quantitativo de funcionários aposentados e desligados que receberam alguma remuneração no mês em questão. A força de trabalho em 31/12/2014, além dos 3.241 funcionários efetivos em exercício, contava com 566 instrutores e 17 profissionais de serviços administrativos e gerais, contratados diretamente pela entidade para demandas específicas temporárias. Durante o exercício, foram admitidos 864 funcionários efetivos e desligados 553. A lotação autorizada de pessoal efetivo é de 3.400 funcionários, sendo que tal quantitativo não foi obtido mediante estudo específico para estimar a força de trabalho necessária para o desempenho das atribuições da entidade. As despesas de pessoal e encargos sociais (código contábil 310000) em 2014, no montante de R$ 157,6 milhões, tiveram um acréscimo de 19,37% em relação ao valor de 2013, R$ 132,0 milhões. A seguir, é apresentado quadro comparativo com as rubricas: Quadro – Despesas de Pessoal 2013 X 2014

Despesas de Pessoal 2013 2014 Var. %

-Vencimentos e Vantagens Fixas 94.608.817,26 112.798.743,12 19,23% -Obrigações Patronais 33.494.980,88 39.497.126,15 17,92% -Outras Despesas Variáveis 338.230,75 381.140,72 12,69%

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-Indenizações Trabalhistas 3.579.927,70 4.920.251,30 37,44%

TOTAL 132.021.956,59 157.597.261,29 19,37% Fonte: Relatório de Gestão 2014; Razão dez2014 - arq. “Pessoal e encargos sociais Dez14.txt” (Resp. S A 201503168/01)

##/Fato##

3.2.2 RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E ADMISSÃO

3.2.2.1 CONSTATAÇÃO

Processos seletivos para contratação de pessoal não observam integralmente os princípios da transparência e da impessoalidade. Fato

Para contratação de seu pessoal, o Senac RJ submete-se ao regulamento próprio, aprovado pela Resolução do Conselho Nacional do Senac nº 875/2008. A norma, em seu art. 2º, em obediência aos princípios da moralidade e da impessoalidade, veda a prática de nepotismo, tráfico de influência, apadrinhamento, troca de favores e as discriminações previstas no Art. 7º da Constituição Federal. Em relação ao princípio da publicidade, a norma prevê, em seu art. 7º, a divulgação do processo seletivo em jornal de grande circulação local e/ou nacional, além de outros meios, como a internet. De acordo com o art. 13 do regulamento, a seleção é efetuada mediante a análise e avaliação das competências dos candidatos, considerando dois ou mais dos seguintes procedimentos: análise curricular, provas de conhecimentos, provas técnicas, provas práticas, teste, dinâmicas de grupo e entrevistas. Em 2014, o Senac RJ admitiu 864 empregados, de acordo com a relação de pessoal apresentada pela entidade. Desse contingente, 73 funcionários se desligaram ainda em 2014 e 12 entraram em licença não remunerada. Foram solicitados para exame 13 processos seletivos que resultaram em 124 admissões (14,35% do total de 2014). Os processos seletivos examinados são apresentados no quadro a seguir: Quadro Processos Seletivos Examinados

Processo Cargo Quantitativos Candidatos Convocados Admitidos

V999606 Analista Pedagógico Jr. 194 81 2 V950392 Assessor de Imprensa 516 5 1 V939270 Assistente de Vendas 532 57 11

V1029843 Assistente de Secretaria 228 47 10 V959899 Assistente Suporte Informática 212 11 2 V1035225 Assistente Educacional 1.390 111 6

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Processo Cargo Quantitativos

Candidatos Convocados Admitidos Proj.PCD Auxiliar Administrativo 473 233 41 V1040234 Atendente de Telemarketing 1.125 60 7

3009 Atendente de Telemarketing 162 19 2 3129 Especialista em Educação 152 8 2 2849 Instrutor de Gestão Comercial 193 99 29

2842 Instrutor de Matemática Financ. 93 72 9 V939153 Secretária Educacional 51 4 2

Fonte: Processos examinados

Esses processos apresentam as mesmas carências de elementos de transparência registradas no item 4.1.2.1 do Relatório CGU nº 201408000, referente à prestação de contas 2013. Cabe destacar que, em função dos prazos de conclusão do relatório e apresentação do mesmo ao Senac RJ, somente ao final do ano de 2014 (em 04/11/2014) foi apresentado um posicionamento da entidade em relação às recomendações expedidas. Passamos, a seguir, ao relato da situação encontrada e, posteriormente, registramos o posicionamento do Senac RJ. A documentação relativa aos processos seletivos encontra-se acondicionada em sacos plásticos, com folhas numeradas, divididas em partes ou etapas, iniciando-se com a solicitação de contratação, seguida das partes de divulgação, de triagem curricular e de avaliação de conhecimentos e habilidades (na qual constam as provas de conhecimento aplicadas aos candidatos e os registros das entrevistas efetuadas). Na parte de divulgação, constam o anúncio publicado em jornal de grande circulação e a página do site da entidade com as informações sobre a vaga: descrição das atividades, requisitos, etapas do processo seletivo, validade, período de inscrição e benefícios oferecidos. Verificamos que os documentos referentes à divulgação carecem de informações necessárias para a devida orientação ao candidato e transparência do processo seletivo, incluindo, dentre outros elementos: quantitativo de vagas; programas das provas de conhecimento; critérios de avaliação das etapas dos processos seletivos e suas pontuações; possibilidade de interposição de recursos em todas as etapas do processo. A primeira etapa do processo seletivo é a análise curricular, de caráter eliminatório. Na parte de triagem curricular, consta a relação de candidatos inscritos, mas não a avaliação procedida nos currículos, a comunicação do resultado da avaliação aos candidatos eliminados, com a devida exposição de motivos de eliminação, bem como a convocação dos candidatos habilitados.

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Ressalte-se que os fatos descritos nos dois parágrafos anteriores comprometem a plena observância do princípio da transparência, considerado como um desdobramento do princípio constitucional da publicidade. Após a avaliação curricular, são efetuadas a avaliação de conhecimentos e habilidades, por meio da aplicação de provas, de entrevista com um profissional do RH e/ou procedimento de dinâmica de grupo e de entrevista com o gestor da área requisitante. No caso da seleção de instrutores, há também a aplicação de prova prática, que consiste na apresentação de uma pequena aula, avaliada pelo pessoal da área requisitante. Em relação aos critérios de avaliação, observamos a supremacia da pontuação das etapas passíveis de avaliação subjetiva (análise curricular, entrevista individual, prova prática) sobre a etapa de avaliação objetiva (provas de conhecimentos), comprometendo a plena observância do princípio da impessoalidade, dada a subjetividade inerente à atribuição de pontuação na avaliação de determinadas competências comportamentais e organizacionais (e, no caso dos instrutores, avaliações técnicas e didático-pedagógica). O Senac RJ não se manifestou sobre a supremacia da pontuação da avaliação subjetiva. Em relação à questão da transparência, a entidade informou, em documento datado de 04/05/2015, que procedimentos de melhoria, visando a garantir a transparência dos processos seletivos, estão em andamento e serão implementados até julho de 2015. A entidade reiterou a manifestação expressa no documento GP/OF. 023/2014, de 04/11/2014, diante de recomendação feita pela CGU no item 4.1.2.1 do Relatório nº 201408000, referente à prestação de contas 2013, como transcrito abaixo. “Recomendação 1: Elaborar edital ou instrumento equivalente com todas as informações necessárias para a devida orientação ao candidato e transparência do processo seletivo, incluindo, dentre outros elementos, a descrição das etapas do processo seletivo, com seus critérios de avaliação e suas pontuações, bem como a possibilidade de interposição de recursos. [GP/OF. 023/2014, de 04/11/2014] ‘Com objetivo de aperfeiçoamento constante dos nossos processos, informamos que nosso edital foi revisitado e ajustado com as informações solicitadas acima visando garantir a transparência dos nossos processos seletivos. Cabe destacar que os processos para cargo de instrutor terão as informações acerca do conteúdo programático das provas teóricas contemplados até o 1º semestre de 2015. Dado toda a diversidade de perfis necessários e o esforço desprendido para esta atividade’.” De acordo com o exposto acima, somente será possível avaliar o atendimento da recomendação nos processos seletivos realizados a partir de julho de 2015. Desse modo, neste relatório, cabe a reiteração das duas recomendações expedidas no item 4.1.2.1 do Relatório CGU nº 20140800, sendo a segunda reproduzida abaixo:

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“Instruir os processos seletivos com a documentação comprobatória da divulgação de resultados das etapas de avaliação, contendo as pertinentes exposições de motivos.” Em relação a falhas pontuais nos processos seletivos examinados, identificamos as seguintes: 1-Avaliação final anterior ao término do período de inscrição. No Processo Seletivo 1029843, para o cargo de Assistente de Secretaria, o período de inscrição, conforme anúncio publicado no jornal “O Dia” de 02/11/2014, era de 03/11 a 14/11/2014. No entanto, a avaliação final deu-se em 10/11/2014, conforme Parecer da Gerência de Recrutamento e Seleção. 2-Divergências na pontuação e nas competências avaliadas em processos seletivos para o mesmo cargo. Os processos 3009 e V1040234 trataram de seleção para o cargo de Atendente de Telemarketing. O primeiro foi divulgado em 24/10/2013 e o segundo, em 24/09/2014. No Processo 3009, foram atribuídos vinte pontos para “Competências Organizacionais” e oito pontos para “Competências Comportamentais”. Já no processo V1040234, foi mantida a pontuação para “Competências Organizacionais” e duplicada a pontuação para “Competências Comportamentais”. As “Competências Organizacionais” avaliadas no Processo 3009 foram: “Comunicação”; “Pró-atividade”; “Flexibilidade”; “Inovação”; “Trabalho em Equipe”. No Processo V1040234, foi mantida apenas a competência “Inovação” e incluídas “Orientação para Resultados”, “Cultura de Dono”, “Foco no Cliente” e “Adaptação a Mudanças”. As “Competências Comportamentais” avaliadas no Processo 3009 foram: “Relacionamento Interpessoal” e “Iniciativa”. Já no Processo V1040234, foi mantida a competência “Relacionamento Interpessoal” e incluídas “Disciplina”, “Pró-atividade” e “Comunicação”. Estas duas últimas foram consideradas “Competências Organizacionais” no Processo 3009. 3- Processo para o cargo de Analista Pedagógico Jr. não constou na relação de processos seletivos e não registrou a avaliação de candidata admitida. Na relação de processos seletivos (“Processos seletivos 2014.pdf”), o Processo V999606 teria aprovado 10 candidatos. Conforme a documentação examinada, o processo refere-se ao cargo de Analista Pedagógico Jr, foi divulgado em 24/07/2014 e aprovou 2 candidatos.

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Instada a informar o processo seletivo dos oito candidatos aprovados restantes, a entidade apresentou o Processo 1015394, também referente ao cargo de Analista Pedagógico Jr, divulgado em 14/08/2014. Tal processo, que não constou na relação apresentada, registrou a inscrição dos oito candidatos em questão. Verificou-se que, destes, sete foram aprovados e constam da planilha que registra a avaliação procedida pela entidade. Quanto à candidata CPF n.º ***.427.807-**, identificou-se que a mesma foi aprovada e admitida em 08/12/2014, porém seu nome não constou da planilha que registrou a avaliação procedida pela entidade (Planilha de Acompanhamento de Processo Seletivo). A entidade não se manifestou sobre as ausências observadas acima. Quanto à primeira falha pontual apresentada, o Senac RJ a reconheceu e informou que a situação motivou a demissão da funcionária responsável pelo processo seletivo e reiterou o compromisso de melhoria do processo de recrutamento e seleção manifestado à CGU. Em relação à segunda falha, o Senac RJ salientou que os processos foram realizados em momentos diferentes, sendo que no segundo processo (V1040234) a entidade passou a valorizar algumas competências, visando a construção dos novos valores a serem seguidos. Esse caso, a nosso ver, ilustra a questão já levantada da inadequação da supremacia da subjetividade na avaliação, uma vez que, sem entrar no mérito da construção de novos valores, as competências não estão fundamentadas em critérios objetivos, havendo até discrepâncias na classificação adotada: ora determinadas competências são consideradas organizacionais, ora comportamentais. ##/Fato##

Causa

Os processos examinados foram realizados em 2014 e a Administração Regional ainda não havia implementado procedimentos tendentes a incrementar a transparência de seus processos seletivos, como indicado no documento GP/OF. 023/2014, de 04/11/2014, diante da recomendação feita pela CGU no item 4.1.2.1 do Relatório nº 201408000, referente à prestação de contas 2013 do Senac RJ. A Administração Regional presumivelmente entende que seus critérios de avaliação são adequados aos perfis exigidos pelos cargos e não comprometem o princípio da impessoalidade. A Gerência de Recrutamento e Seleção apresentou deficiência no controle de prazos de etapas do processo seletivo. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015: “Inicialmente o Senac RJ concorda com as recomendações, contudo, cabe ressaltar que as mesmas foram objeto do plano de providências referente ao relatório nº: 201408000 de 2014. Portanto, por ocasião da realização desta auditoria, entendemos que os objetos avaliados estavam em fase de ajustes e melhoramentos, conforme acordado no referido documento com prazo para regularização em julho de 2015, fora do período de escopo desta auditoria. Quanto à atribuição de maior pontuação às etapas passíveis de avaliação objetiva, como provas escritas, o Senac RJ irá avaliar a melhor maneira de adequar a esta recomendação, haja vista a multiplicidade de cargos e especialidades envolvidas nos processos. Por fim, o Senac RJ reitera o compromisso de melhorar os seus processos internos com intuito de estar alinhado aos órgão de controle.” Em relação à necessidade de apuração de responsabilidades no processo seletivo para o cargo de Assistente de Secretaria (Processo 1029843), no qual a avaliação final ocorreu em data anterior ao término do período de inscrição, a UJ assim se manifestou: “Concordamos com a recomendação, o Senac RJ providenciará a abertura de procedimento administrativo para apurar o fato ocorrido, identificar possíveis falhas e oportunidades de melhorias em nossos processos.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A UJ manifestou sua concordância com as recomendações expedidas no item 4.1.2.1 do Relatório CGU nº 20140800 (ref. prestação de contas 2013), reiteradas no presente relatório. Sendo assim, cabe enfatizar que devem ser definidos e divulgados critérios objetivos de avaliação nos casos de análise curricular, entrevistas e dinâmicas de grupo, de modo a evitar o subjetivismo natural que permeia a utilização desses procedimentos. Além disso, deve ser dada ampla publicidade aos resultados das avaliações realizadas, a fim de permitir aos candidatos a oportunidade de recorrerem. Quanto à supremacia da pontuação das etapas passíveis de avaliação subjetiva sobre a etapa de avaliação objetiva, inicialmente propusemos a atribuição de maior pontuação à etapa objetiva. Levando em consideração a manifestação do Senac RJ no sentido de avaliar a melhor maneira de adequar essa recomendação, entendemos necessário explicitar que se propõe a atribuição de maior peso às provas objetivas, de modo que o somatório dos pontos atribuídos às provas objetivas seja, no mínimo, igual ao somatório das avaliações de caráter subjetivo. Exemplificando: no caso de a etapa subjetiva ser divida em três avaliações que podem somar até 30 pontos (10 pontos cada), a etapa objetiva também deverá valer, no mínimo, 30 pontos, independentemente de quantas forem as avaliações deste tipo. ##/AnaliseControleInterno##

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Recomendações: Recomendação 1: Elaborar edital ou instrumento equivalente com todas as informações necessárias para a devida orientação ao candidato e transparência do processo seletivo, incluindo, dentre outros elementos, a descrição das etapas do processo seletivo, com seus critérios de avaliação e suas pontuações, bem como a possibilidade de interposição de recursos. Recomendação 2: Instruir os processos seletivos com a documentação comprobatória da divulgação de resultados das etapas de avaliação, contendo as pertinentes exposições de motivos. Recomendação 3: Atribuir maior peso às etapas passíveis de avaliação objetiva, de modo que o somatório de pontos dessas etapas seja, no mínimo, igual ao somatório de pontos das avaliações de caráter subjetivo (análise curricular, teste psicológico/comportamental, dinâmica de grupo, entrevistas). Recomendação 4: Providenciar a apuração da regularidade das admissões para o cargo de Assistente de Secretaria, efetuadas no âmbito do Processo Seletivo 1029843, face ao vício apontado: avaliação final com data anterior ao término do período de inscrição. Recomendação 5: Acondicionar a documentação dos processos seletivos em pastas (os currículos e provas escritas dos candidatos podem ser arquivados à parte, como anexos) e atentar para a correspondência entre as inscrições, as avaliações e as admissões de cada processo seletivo. 3.2.3 Gestão de Pessoas

3.2.3.1 INFORMAÇÃO

Funcionários com outro vínculo empregatício além do vínculo com o SENAC RJ. Fato

A partir da análise dos dados cadastrais dos empregados do SENAC RJ, não foram identificados empregados ativos nos quadros funcionais recebendo remuneração concomitante com benefício do INSS por invalidez, bem como empregados com registro de óbito em sistema governamental. Foram identificados, no entanto, nove funcionários do SENAC RJ com outros vínculos empregatícios. Destes, oito são “instrutores”, com horários de trabalho variando entre duas e quatro horas ao dia, para os quais o SENAC RJ apresentou controle de agenda, contendo as aulas consideradas “executadas” pelo controle da entidade. Verificou-se, no entanto, o caso da funcionária CPF ***.336.127-**, admitida no Senac RJ em 14/05/2013 e que atualmente exerce função de gerência, com jornada de trabalho de 40 horas semanais, que aparece como servidora ativa do Ministério da Cultura desde 15/12/2003, admitida como Assistente de Pesquisas (SIII) e também sujeita a 40 horas semanais. A funcionária não está sujeita ao controle de ponto no SENAC RJ, por desempenhar função de gerência.

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Solicitou-se a apresentação de documentação comprobatória do cumprimento da carga horária da funcionária junto ao SENAC RJ, tais como declaração do superior imediato, histórico de acesso a sistemas corporativos e outros documentos porventura existentes. Em resposta, foi apresentada declaração da funcionária em questão, com a informação de sua demissão do Ministério da Cultura em 26/03/2011, de sua reintegração em 05/02/2015. Segundo a mesma, atualmente encontra-se em usufruto de licença sem vencimentos no órgão público. A funcionária também declarou que cumpre fielmente o seu horário de trabalho no SENAC RJ, conforme estabelecido em contrato. Embora não tenha sido disponibilizada a documentação solicitada, não restou caracterizada a acumulação indevida de empregos no exercício de 2014, uma vez que os atos de demissão e reintegração constaram no Diário Oficial da União, edições de 24/03/2011 e de 18/02/2015. ##/Fato##

3.3 SEGURIDADE SOCIAL

3.3.1 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

3.3.1.1 INFORMAÇÃO

Previdência Complementar Privada do Senac RJ Fato

O SENAC RJ, mediante Convênio de Adesão datado de 26/05/1996, tornou-se entidade patrocinadora do Plano Básico de Benefícios de Previdência Privada Fechada, junto à operadora Previndus – Associação de Previdência Complementar, CNPJ 00.576.685/0001-06, entidade fechada de previdência complementar, pessoa jurídica de direito privado, sociedade civil sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira, constituída pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - Firjan. À época vigia o Plano de Benefícios II, feito na modalidade de Benefício Definido, em que o benefício complementar era estabelecido no momento da adesão do participante com base em valores prefixados ou em fórmulas de cálculo previstas em regulamento. Em 06/12/1999, foi celebrado novo Convênio de Adesão, para o Plano de Benefícios III da Previndus, na modalidade de Contribuição Definida, em que o valor do benefício complementar é estabelecido apenas no momento da sua concessão, com base no saldo acumulado resultante das contribuições vertidas ao plano e da rentabilidade das aplicações durante a fase contributiva. Cabe ressaltar que a entidade patrocinadora assinou em 16/11/2011 dois contratos de amortização de dívida no valor total de R$ 10.706.676,73 a serem pagos em 272 parcelas mensais, em razão da migração do Plano de Benefício Definido para o Plano de

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Contribuição Definida, após avaliação atuarial realizada por empresa especializada (Tower Watson). De acordo com o art. 3º da Resolução do Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC nº 01, não se aplica a paridade de contribuição quando do ajuste atuarial por intermédio de estímulo à migração de participantes de planos de benefício definido para contribuição definida. Em 2014 foi dispendido o valor de R$ 1.119.996,51 pelo SENAC RJ com o pagamento da dívida. Verifica-se pelo atual estatuto da operadora Previndus, de fevereiro de 2015, que todos os empregados ou servidores de patrocinadores podem aderir aos planos de benefícios em caráter facultativo.

No entanto, no plano de benefícios do Senac RJ, verifica-se que a opção de adesão ao plano adicional não é isonômica, beneficiando aqueles funcionários com salários mais altos. Isso porque existem dois tipos de contribuição possíveis: (1) contribuição normal básica, onde o beneficiário contribui com 1% ou 2% de seu salário de participação e o Senac RJ contribui sempre com 1% deste valor. (2) contribuição normal adicional, com percentual entre 0% e 9% do valor de seu salário que exceder dez unidades monetárias Previndus - UMP, sendo que, em 2014, o valor de uma UMP era de R$ 331,34. Neste caso, o Senac RJ participa com igual valor, independentemente do percentual escolhido. De acordo com planilha encaminhada pelo SENAC RJ, os Planos II e III contavam, em dezembro de 2014, com 504 participantes, pessoas físicas empregadas da patrocinadora (SENAC RJ), que requereram suas inscrições no plano. A entidade informou que não realiza gestão e nem aportes para funcionários desligados, sendo a gestão realizada diretamente pela operadora Previndus. Acerca da paridade de contribuições, o SENAC RJ encaminhou documentação com os seguintes registros: - Participação do patrocinador: R$ 810.536,65, sendo R$ 603.688,57 referentes às contribuições do plano e R$ 206.848,08, referente à taxa de administração. - Participação dos empregados: R$ 683.388,90. - Participação dos assistidos (recebedores de benefícios): R$ 167.683,16. O regulamento do plano dispõe que a contribuição do patrocinador, incluindo a taxa administrativa, não pode exceder a contribuição do participante (funcionário) e do participante assistido (recebedor de benefício). A contribuição do patrocinador, R$ 810.536,65, foi inferior à contribuição dos participantes, inclusive assistidos, R$ 851.072,06, em consonância com o regulamento do plano, com o art. 6º da Lei Complementar 108/2001 e com o art. 202, § 3º, da Constituição Federal de 1988. De acordo com a planilha apresentada, as contribuições básicas totalizaram R$ 320.363,69 pelos beneficiários e R$ 225.360,52 pelo SENAC RJ, tendo a participação dos 504 inscritos no plano. Já a contribuições adicionais atingiram R$ 360.069,13, tanto

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por parte dos beneficiários quanto do SENAC RJ, sendo permitida a participação de somente 106 funcionários, cuja renda tinha que ser superior a R$ 3.313,40 (10 UMP). ##/Fato##

3.4 INDENIZAÇÕES

3.4.1 DIÁRIAS

3.4.1.1 CONSTATAÇÃO

Deficiências no fornecimento de dados e de documentos relativos às viagens de funcionários e outras inconformidades verificadas nos procedimentos pertinentes à concessão de diárias e passagens. Fato

As viagens dos funcionários do Senac RJ são reguladas pela Resolução CR (Conselho Regional) nº 011/2013 (viagens ao exterior) e pela Ordem de Serviço NOR nº 002/2013 (viagens nacionais). Para as viagens internacionais, o normativo prevê a concessão de diárias para custeio de despesas com: - alimentação, deslocamentos urbanos e outras despesas pessoais; - hospedagem. Para o primeiro caso, os valores máximos correspondem a 300 dólares ou 300 euros para membros do Conselho Regional e diretores; 200 dólares ou 200 euros para os demais funcionários. Para o segundo caso, 400 dólares ou 400 euros para membros do Conselho Regional e diretores; 300 dólares ou 300 euros para os demais funcionários. Já para as viagens nacionais, são devidas diárias para custeio de despesas com alimentação e deslocamentos urbanos nos valores unitários de R$ 150,00 (Estado de São Paulo), R$ 180,00 (Distrito Federal) e R$ 100,00 (outros destinos), para todos os funcionários. As despesas com hospedagem têm os seguintes valores máximos diários: -R$ 435,00 (Rio de Janeiro, capital); R$ 320,00 (interior do RJ); R$ 450,00 (São Paulo); R$ 500,00 (Distrito Federal);, R$ 320,00 (outros); para membros do Conselho Regional e diretores; -R$ 350,00 (Rio de Janeiro, capital); R$ 300,00 (interior do RJ); R$ 400,00 (São Paulo), R$ 450,00 (Distrito Federal) e R$ 255,00 (outros), para os demais funcionários. Em 2014, o Senac RJ dispendeu o total de R$ 1.376,6 mil em despesas com diárias, hospedagens e passagens, conforme o somatório dos saldos das contas contábeis: -R$ 177,8 mil na concessão de diárias; -R$ 484,4 mil em hospedagens; -R$ 714,4 mil em passagens.

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Cabe assinalar que as despesas de hospedagens e passagens compreendem, além das viagens dos funcionários da entidade, outros eventos (ex.: viagens de alunos e convidados para exposições e treinamentos). A entidade não dispõe de uma base de dados de rápido acesso das viagens realizadas pelos seus funcionários. As planilhas com as viagens internacionais e interestaduais foram disponibilizadas uma semana após a solicitação (o prazo era de 3 dias). Não foi disponibilizada uma relação com as viagens intermunicipais. De acordo com as planilhas apresentadas, em 2014 foram realizadas duas viagens internacionais, envolvendo 4 funcionários, e 45 interestaduais, envolvendo 65 funcionários. Selecionamos para exame 16 viagens relacionadas no quadro a seguir, as quais contemplaram despesas no montante de R$ 70,7 mil (diárias, passagens e hospedagens). Quadro – Viagens selecionadas para exame

Período Destino Motivo Func. CPF. Despesas – R$

30/01 a 31/01/2014

São Paulo Reunião no Inst. Bras. de Hospitalidade Empresarial - IBHE e visitas às empresas c/ foco em hospitalidade

***125.367-**

2.168,86

30/07 a 01/08/2014

São Paulo Reunião BRF – Capacitação de equipe de supermercados

***263.791-** 2.804,20

06/08 a 08/08/2014

Florianópolis XI Congresso de Educação Superior à Distância (ESUD)

***285.647-** 1.420,94

18/08 a 24/08/2014

São Paulo Convenção da Associação Nacional das Livrarias e 23ª Bienal Internacional do Livro

***979.938-** 3.677,14

20/08 a 24/08/2014

São Paulo 23ª Bienal Internacional do Livro e 5º Congresso Internacional do Livro Digital

***723.497-** 2.577,14

20/08 a 24/08/2014

São Paulo 23ª Bienal Internacional do Livro ***898.026-** 2.577,14

22/09 a 23/09/2014

Rio de Janeiro (*)

Reunião na sede do Senac RJ ***579.164-** 1.157,10

28/09 a 02/10/2014

Fortaleza 8º Seminário de Secretariado e Assessoria

***409.997-** 2.603,74

05/10 a 10/10/2014

Curitiba 20º Congresso Internacional ABED – Assoc. Bras. de Educação à Distância

***341.897-** 2.626,94

28/10 a 30/10/2014

São Paulo 6º HR Summit – Seminário sobre RH

***420.337-** 3.293,50

30/10 a 31/10/2014

São Paulo Reunião de benchmarking com a diretoria da Fiesp: conhecimento de práticas utilizadas em várias áreas

***263.791-** 2.160,27

31/10 a 31/10/2014

São Paulo Reunião de benchmarking com a diretoria da Fiesp: conhecimento de práticas utilizadas em várias áreas

***680.507-** 1.541,14

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Período Destino Motivo Func. CPF. Despesas – R$

03/11 a 05/11/2014

São Paulo HSM Expomanagement 2014 ***176.337-** 2.834,84

04/11 a 08/11/2014

Miami - EUA Evento sobre educação: Microsoft in Education Global Forum

***946.898-**, ***840.727-**, ***188.727-**

28.820,67

08/11 a 15/11/2014

Cabra – ESP Visita técnica ao Instituto de Investigação e Formação Agrária e Pesqueira

***517.847-** 8.285,15

27/11 a 28/11/2014

São Paulo Curso de gestão de cadastros de materiais e serviços

***089.337-** 2.142,87

Fonte: Planilhas de viagens internacionais e interestaduais; documentação examinada Despesas = diárias + passagens + hospedagem (*) Brasília-Rio-Brasília (ver observação adiante)

Também foi selecionada uma amostra de documentações de suporte a lançamentos nas contas contábeis Hospedagem (33903917) e Passagens (33903303), sem vinculação aparente com as planilhas de viagens, conforme quadro a seguir: Quadro - Documentações ref. Hospedagem e Passagens

Conta Contábil Data Lançamento Valor Hospedagem 17/01/2014 8.811,00 28/02/2014 11.238,15

03/10/2014 2.749,39 12/11/2014 3.923,72

17/11/2014 1.445,68 19/11/2014 5.839,14 31/12/2014 3.880,00

31/12/2014 2.532,00 Total Hospedagem 40.419,08 Passagens 13/01/2014 2.280,48

28/02/2014 2.412,55 17/09/2014 3.414,12

03/10/2014 3.850,61 31/10/2014 4.727,00 19/11/2014 11.425,25

28/11/2014 1.677,14 28/11/2014 1.301,14 18/12/2014 4.386,18

18/12/2014 3.339,20 Total Passagens 38.813,67 TOTAL GERAL 70.232,75

Fonte: Razões das contas; documentação examinada.

Em relação às documentações solicitadas, de viagens relacionadas e de suporte aos lançamentos nas contas contábeis de hospedagem e passagens, apenas as referentes às viagens internacionais foram disponibilizadas num prazo razoável, de uma semana após a solicitação.

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Na amostra selecionada de registros nas contas contábeis referentes a passagens, identificamos viagens de funcionários não relacionadas na planilha disponibilizada pela entidade, conforme quadro a seguir: Quadro – Viagens não relacionadas

Data Lançamento

Valor Histórico do Registro Contábil Fato Gerador

17/09/2014 3.414,12 IMPL/001/(...)/NR:RE//MM Viagem de 3 func. a São Paulo

19/11/2014 11.425,25 IMPL/001/(...)/NR:RE//RE Documentação não apresentada

28/11/2014 1.677,14 IMPL/001/(...) Viagem de func. a São Paulo (24/10/2014)

28/11/2014 1.301,14 IMPL/001/(...) Viagem de func. a São Paulo (13/11/2014)

18/12/2014 4.386,18 IMPL/001/PROM.VIAGENS/NR:FT//0011169

Fatura ref. 5 passagens de funcionários

18/12/2014 3.339,20 IMPL/001/(...)/NR:RE//05/12 Viagem de func. a São Paulo

Fonte: Documentação examinada.

Não foram disponibilizadas as documentações comprobatórias dos seguintes registros contábeis:

Conta Contábil Data Lançamento Valor Histórico do Registro Contábil 33903917- Hospedagem 19/11/2014 5.839,14 IMPL/001/(...)/NR:RE//RE

33903303-Passagens 19/11/2014 11.425,25 IMPL/001/(...)/NR:RE//RE

O pedido de apresentação dessas informações constou inicialmente na Solicitação de Auditoria nº 201503168/04, de 22/04/2015, com prazo de atendimento até 27/04/2015. Foi reiterado na Solicitação de Auditoria nº 201503168/07, de 09/07/2015, com prazo de atendimento até 13/07/2015, e menção da necessidade de observância do disposto no art. 26 da Lei 8.130/2001. A resposta foi encaminhada pela entidade em e-mail de 20/07/2015: “Considerando o não entendimento deste item no que tange a legislação informada, art. 26 da Lei 8.130/2001, solicitamos maiores detalhes para o seu cumprimento.” Observa-se que a entidade descumpriu o mandamento legal, que é muito claro em relação à questão, como transcrito abaixo: “Art. 26 - Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores dos Sistemas de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de registros contábeis, de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão”.

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Verificamos que as contas contábeis de hospedagem e passagens apresentam, na mesma data indicada no quadro acima (19/11/2014), lançamentos com históricos semelhantes aos expostos: “IMPL/001/(...)/NR:PCV//22/09”. Os valores correspondentes são de R$ 283,50 para hospedagem e R$ 873,60 para passagem. Tais valores são os mesmos dos referentes à viagem realizada pelo funcionário CPF ***579.164-**, trajeto Brasília-Rio-Brasília, entre 22/09 a 23/09/2014, constante no quadro de viagens selecionadas. O funcionário CPF ***579.164-**, como já exposto no presente relatório, foi admitido no cargo de Assessor em 14/02/2014 e desligado em 03/11/2014. Apesar de lotado na Presidência, no município do Rio de Janeiro, o funcionário reside em Brasília (conf. resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503168/07, item 4) e foi autorizado a receber, conforme registro em formulário próprio, um adiantamento de R$ 4.000,00, referente à viagem ao Rio de Janeiro, no período de 22 a 23/09/2014, para comparecer a uma reunião na sede do Senac RJ. Usualmente, de acordo com o normativo da entidade (OS NOR nº 002/2013), compete à área de lotação do funcionário as providências de emissão de passagem e reserva de hotel junto à agência de viagens contratada pelo Senac RJ. Contudo, o contrato com a agência de viagens terminou em 04/05/2014 e não foi efetivada nova contratação. Com isso, todos os procedimentos pertinentes, incluindo os pagamentos, passaram a ser efetuados pelos próprios viajantes. Após a viagem, os viajantes devem prestar contas, ressarcindo o valor excedente ao adiantamento concedido ou solicitando o reembolso das despesas incorridas. A documentação apresentada, referente à viagem em comento, consiste em: -Solicitação de Adiantamento e Reembolso, no valor de R$ 4.000,00, aprovada pelo Diretor Regional do SenacRJ. -Relatório de Viagens Nacionais. No campo referente às atividades realizadas, constam as seguintes informações: “Destino: Rio de Janeiro Período: 22 a 23/10/2014 Objetivo: Reunião na Sede do Senac RJ”. Além da incorreção do período indicado, observa-se a ausência da pauta da reunião. -Nota Fiscal do hotel, no valor de R$ 283,50 (uma diária). -Confirmação de pedido de passagem à companhia aérea, no valor de R$ 873,60. Não constou o comprovante de recolhimento do valor excedente às despesas comprovadas, como calculado abaixo: -Despesas comprovadas: 283,50 + 873,60 = 1.157,10 -Valor excedente: 4.000,00 – 1.157,10 = 2.842,90. Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 201503168/07, a UJ informou que o depósito da devolução foi realizado em 03/12/2014, tendo apresentado cópia de trecho de extrato bancário, no qual consta registro de depósito no valor de R$ 2.842,90.

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Apontamos, a seguir, outras inconformidades encontradas no exame procedido na amostra selecionada. -Falta de procedimento regular para a observância de condições mais vantajosas na aquisição de passagens e estadias. As normas do Senac RJ determinam a observância das condições mais vantajosas para a entidade na emissão de passagem e reserva de hotel para as viagens nacionais e internacionais junto à agência de viagens contratada (OS NOR nº 002/2013, art. 8º; Resolução CR nº 011/2013, art. 5º). Como já exposto, o contrato com a agência de viagens terminou em 04/05/2014 e não foi efetivada nova contratação. Assim os procedimentos de reserva de passagens e hotéis passaram a ser executados pelos próprios viajantes. As documentações apresentadas não apresentaram elementos comprobatórios da observância das condições mais vantajosas. A seguir, destacamos os casos que chamaram a atenção, envolvendo passagens com valores excessivos, resultado provável de viagens ou compras planejadas sem a devida antecedência. Quadro – Aquisição de passagens com valores excessivos

Período Destino Funcionário CPF

Valor da Passagem (ida e volta) – R$

Data da Compra

30/01 a 31/01/2014 São Paulo ***125.367-** 1.606,36 27/01/2014(*)

28/10 a 30/10/2014 São Paulo ***420.337-** 2.189,14 28/10/2014 31/10 a 31/10/2014 São Paulo ***680.507-** 1.514,41 28/10/2014 03/11 a 05/11/2014 São Paulo ***176.337-** 1.656,14 29/10/2014

27/11 a 28/11/2014 (**) São Paulo ***089.337-** 1.531,92 19/11/2014 Fonte: Documentação examinada. (*) Efetuada pela agência então contratada. (**) O período real é de 26/11 a 27/11/2014.

-Dispêndios com hospedagens acima do limite regulamentar, sem justificativa prévia. As seguintes viagens apresentaram valor de hospedagem acima do limite regulamentar: Quadro – Hospedagens acima do valor limite

Período Destino Funcionário CPF

Valor da Hospedagem –

R$

Quant. Diarias

Valor Limite –

R$ 30/07 a 01/08/2014 São Paulo ***263.791-**

(*) 1.112,26 2 2 x 450 =

900,00 28/09 a 02/10/2014 Fortaleza ***409.99717 1.265,00 4 4 x 255 =

1.020,00

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Período Destino Funcionário CPF

Valor da Hospedagem –

R$

Quant. Diarias

Valor Limite –

R$ 05/10 a 10/10/2014 Curitiba ***.341.897-**

1.307,00 5 5 x 255 =

1.255,00 Fonte: Documentação examinada. (*) Diretor

O valor de diária acima do limite somente é permitido com justificativa prévia da autoridade competente, conforme art. 6º da OS NOR nº 002/2013. Nos três casos acima, os formulários de solicitação de adiantamento apresentam as indicações de reserva nos hotéis que cobraram diárias acima do limite regulamentar, mas não as justificativas prévias formais. Apenas no caso da viagem a Fortaleza, há uma menção, em e-mail emitido posteriormente à viagem, de aprovação da extrapolação do limite pelo fato de a hospedagem ter sido no hotel onde foi realizado o evento motivador da viagem. -Falta de comprovantes da participação dos funcionários nos eventos motivadores de viagens. Com exceção das viagens internacionais, não constam nas documentações referentes às viagens dos funcionários, comprovantes da participação nos eventos motivadores das viagens, tais como convites, certificados, registros de presença e/ou de atas de reunião. ##/Fato##

Causa

Falta de um procedimento regular de verificação e aprovação da prestação de contas de viagens na entidade. Insuficiência do controle de viagens realizadas pelos funcionários, por conta da falta de registro de viagens (no interior do estado e aquelas verificadas nos registros contábeis). ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Após recebimento do relatório preliminar e da reunião de busca conjunta de soluções, realizada em 31/08/2015, a UJ apresentou manifestação no documento GP/OF. 010/2015, datado de 08/09/2015: “Inicialmente cabe ressaltar que foi contratada, através de processo licitatório, a empresa Arancíbia Turismo Ltda. – ME objetivando melhorias na gestão das viagens a serviço dos funcionários. Conforme informado a esta Controladoria, o Senac RJ ficou sem empresa responsável pelos serviços de agenciamento de viagens entre os meses de maio a outubro de 2014. Informamos ainda, que foi publicada em 29 de junho de 2015 nova Ordem de Serviço NOR nº 005/2015, que estabelece critérios para as viagens interestaduais e intermunicipais, com intuito de aprimorar o processo.

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Quanto à base de dados das viagens realizadas pelos funcionários, informamos que o controle é realizado através de planilhas contendo as viagens internacionais, interestaduais e intermunicipais. Esclarecemos ainda que no caso das viagens intermunicipais ocorridas no período, ficou subentendido que devido ao grande volume de deslocamentos e a imaterialidade dos valores dispendidos nesta modalidade, tais informações não fariam parte do escopo desta auditoria. Concordamos com a recomendação, o Senac RJ irá aperfeiçoar os procedimentos internos para disponibilizar informação ágil e fidedigna das viagens para os gestores e para os órgãos de controle e de auditoria.” Em relação à apresentação de documentações comprobatórias dos registros contábeis de 19/11/2014 nas contas “Hospedagem” (R$ 5.839,14) e “Passagens” (R$ 11.425,25): “Inicialmente o Senac RJ informa que as despesas referentes às passagens e hospedagens referenciadas foram autorizadas e reembolsadas ao funcionário (...) no exercício da sua função. Ocorre que, excepcionalmente neste caso, o referido funcionário realizou diversos deslocamentos sem a solicitação dos valores de adiantamento, fato este que impossibilitou o controle contábil. Remetemos a esta Controladoria os comprovantes das despesas realizadas para comprovação dos gastos. Portanto, ressaltamos que não cabe o ressarcimento do valor de R$ 17.264,39, referente a despesas não comprovadas, mas ainda assim, conforme resposta aos itens 2 e 4, o Senac RJ irá aperfeiçoar os procedimentos internos com intuito de mitigar tais ocorrências.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A contratação de agência de viagens e a aplicação do novo normativo apontam para o aprimoramento do controle das viagens dos funcionários, a ser verificado em exame futuro. A UJ também se manifestou no sentido da disponibilização, de forma ágil e fidedigna, da relação de viagens realizadas pelos funcionários, sendo de se esperar a inclusão das viagens realizadas dentro do Estado do Rio de Janeiro, que ensejarem pagamento de diárias. Passamos a tratar da apresentação de documentações comprobatórias dos registros contábeis de 19/11/2014 nas contas “Hospedagem” (R$ 5.839,14) e “Passagens” (R$ 11.425,25). Por conta da não apresentação das referidas documentações (conforme descrito no campo “Fato”), recomendamos, no relatório preliminar, o ressarcimento do valor de R$ 17.264,39, soma dos dois valores contabilizados.

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Após o recebimento do relatório preliminar, a UJ apresentou cópias dos seguintes documentos: -Despacho, sem data, do Diretor de Mercado do Senac RJ, solicitando, à Gerência Financeira – GEFIN, a conferência e o pagamento das despesas pagas pelo funcionário em questão, no valor total de R$ 18.976,25, ressaltando que tais despesas referem-se a participações em reuniões e eventos institucionais. -Relação das despesas, com fornecedor, data e valor. -Borderô Escritural, emitido em 24/11/2014, com registro do valor de R$ 18.764,14, autorizado para débito. -Comprovante de pagamento do Senac RJ ao funcionário em questão, emitido em 24/11/2014. -Comprovantes de despesas: 35 documentos, referentes ao período de março a outubro de 2014 (recibos e notas fiscais de hotéis, passagens aéreas, notas e cupons fiscais referentes a fornecimentos de alimentação e dois recibos de táxis). Os comprovantes de alimentação e de viagens de táxi somam R$ 1.499,75, que é a diferença entre o valor pago ao funcionário, R$ 18.764,14, e o valor de R$ 17.264,39, para o qual foi solicitado ressarcimento. Cabe lembrar que a comprovação da única viagem cadastrada do funcionário em questão já apresentou insuficiências (relatório vago, devolução tardia do valor excedente às despesas comprovadas), conforme relato no campo “Fato”. A UJ afirma que as despesas foram autorizadas ao funcionário, no exercício da sua função, e que, excepcionalmente, não houve solicitação de adiantamento. No entanto, não foram apresentados comprovantes da realização de tarefas concernentes às viagens realizadas. Tais viagens foram justificadas de forma genérica: “participações em reuniões e eventos institucionais”. Assim, a documentação apresentada não se reveste de características de integral legitimidade em relação à prescrição de ordem administrativa, no caso, as normas específicas de viagem a serviço (conforme art. 41 combinado com o art. 86 do Código de Contabilidade do Senac – Codeco). Além disso, cabe destacar as seguintes inconsistências nas despesas realizadas: 1) Na hospedagem no Mar Palace Copacabana Hotel, no Rio de Janeiro, de 20/03/2014 a 22/03/2014, o recibo provisório registra o valor de R$ 984,34, mas o ressarcimento foi de R$ 1.188,83. 2) Passagens aéreas sem indicação de trajeto e data: -Gol voo 1494, R$ 955,47; -Gol voo 1488, R$ 191,47; -Passagem aérea, R$ 747,83: documento irreconhecível, com trajeto e data escritos à mão (Brasília-Rio, 25/08/2014).

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3) Viagens sucessivas em outubro de 2014: -Passagem aérea Brasília-Rio-Brasília, 07/10/2014 a 09/10/2014, R$ 331,40; -Passagem aérea Brasília-Rio, 10/10/2014, R$ 1.135,03: sexta-feira, um dia após retorno a Brasília, procedente do Rio; -Passagem aérea Brasília-São Paulo-Brasília, 14/10/2014, R$ 1.651,60; -Passagem aérea Brasília-Rio-Brasília, 16/10/2014 a 17/10/2014, R$ 700,60; -Passagem aérea Brasília-Rio-Brasília, 21/10/2014 a 23/10/2014, R$ 311,40. Saída do Rio: 17:52, voo JJ3028; -Passagem aérea Rio-Brasília, 24/10/2014, R$ 558,57. Saída do Rio: 15:43, voo JJ 3826; -Passagem aérea Brasília-Rio-Brasília, 28/10/2014 a 29/10/2014, R$ 418,50. 4) Despesas de hospedagem acima do limite regulamentar -Hospedagem no hotel Vila Gale Brasil, em Salvador, de 02/07/2014 a 04/07/2014, R$ 855,61, sendo R$ 633,00 a diária de 02/07/2014, acima do limite regulamentar de R$ 255,00. -Hospedagem no Paulista Praia Hotel, em Recife, 01/08/2014, R$ 316,00, acima do limite regulamentar de R$ 255,00. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Instituir um procedimento de verificação e aprovação da prestação de contas de viagens realizadas pelos funcionários e fazer constar o documento pertinente no dossiê/processo de viagem, juntamente com a justificativa da realização da viagem, a autorização superior, o bilhete de passagem, o comprovante de hospedagem, o comprovante de participação em evento, o relatório de viagem, além de outros documentos quando cabíveis, como a justificativa prévia para reserva em hotéis com valores de diárias acima dos limites regulamentares. Recomendação 2: Providenciar o cadastramento de todas as viagens a serviço dos funcionários, no momento da realização, de modo a disponibilizar informação ágil e fidedigna das viagens para os gestores e a para os órgãos de controle e de auditoria. Recomendação 3: Apresentar comprovantes da realização de tarefas pelo assessor, no exercício de sua função, vinculadas ao pagamento, em 24/11/2014, de despesas no montante de R$ 18.764,14, ou providenciar o ressarcimento do valor. Recomendação 4: Instituir procedimento regular para a observância de condições mais vantajosas na aquisição de passagens e estadias. 4 CONTROLES DA GESTÃO

4.1 CONTROLES INTERNOS

4.1.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

4.1.1.1 INFORMAÇÃO

Avaliação do atendimento das recomendações da CGU. Fato

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O resultado da análise Plano de Providências Permanente (PPP) do SENAC RJ foi comunicado à instituição por meio do Ofício n.º 34.420/2014/NAC-5/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 31/12/2014. A análise abrangeu todas as sessenta recomendações constantes no PPP, sendo 32 do Relatório nº 201408000 (prestação de contas 2013), 26 do Relatório nº 201203956 (prestação de contas de 2011), uma do Relatório nº 246742 (prestação de contas de 2009) e uma do Relatório nº 224313 (prestação de contas de 2008), envolvendo as áreas de recursos humanos, aquisições, contratações, resultados operacionais e patrocínios. Foram reiteradas 55 recomendações não atendidas, em destaque aquelas que tratam da apuração de responsabilidades e ressarcimento de valores, para as quais a UJ manifestou sua contrariedade. Cinco recomendações foram classificadas como “em análise”, a depender de ação de controle por parte da CGU. Foram analisadas três recomendações, com assuntos contemplados no escopo do presente trabalho. Apenas uma foi considerada totalmente atendida, como exposto abaixo. Relatório nº 201203956 (prestação de contas 2011) Subitem 3.3.1.1. Recomendação: Atentar para o limite máximo estabelecido na Resolução CR – 11/2009 no pagamento de despesas referentes à realização de viagens internacionais. Análise CGU: Atendida. Nas duas viagens internacionais examinadas, não foram observados pagamentos além dos limites estabelecidos na norma vigente, a Resolução CR nº 011/2013. Subitem 3.3.1.1. Recomendação: Inserir no Relatório Técnico de Viagens informações que comprovem o atingimento dos objetivos propostos com as viagens. Análise CGU: Atendida parcialmente. Consideramos que os relatórios das viagens internacionais contemplaram as informações necessárias, o que não aconteceu no caso das viagens nacionais, dada a carência de comprovantes da participação dos funcionários nos eventos motivadores das viagens, tais como convites, registros de presença e/ou de atas de reunião. Subitem 4.1.1.1. Recomendação:

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Abstenha-se de pontuar, em licitações do tipo técnica e preço, quesitos em desconformidade com as especificações do Edital, em observância aos princípios da legalidade e da impessoalidade, e com vistas a selecionar a proposta mais vantajosa para a Entidade. Análise CGU: Não atendida. A Concorrência nº 567.980/14 (CC 7/14), cujo objeto é a contratação de agência especializada no planejamento, supervisão e execução de eventos de pequeno, médio e grande porte, foi do tipo técnica e preço, sem justificativa para tal. Ademais, o edital previu dois quesitos para as propostas técnicas (consistência do planejamento e eficácia da produção) sem fixar parâmetros objetivos para análise.

##/Fato##

4.1.1.2 INFORMAÇÃO

Análise da Conformidade das Peças Fato

No que tange à conformidade das peças do processo de prestação de contas encaminhadas pelo SENAC RJ, verificou-se que a UJ não elaborou Rol de Responsáveis com as especificidades a ela atribuídas pelas normas do Tribunal de Contas da União para o exercício de referência. De acordo com o inciso II do artigo 10 da IN TCU 63/2010, devem compor o Rol de Responsáveis os ocupantes de cargos de hierarquia imediatamente inferior ao dirigente máximo e os superintendentes elencados no aludido Rol não atendem a este requisito. Recomendou-se ao SENAC RJ, por meio da Nota de Auditoria n.º 201503972/001, “providenciar as alterações necessárias no Rol de Responsáveis da UJ, de modo a atender as normas do TCU (arts. 10 e 11 da IN TCU 63/2010, art. 6º e Anexo II da DN TCU 140/2014), e encaminhar o Rol corrigido a esta CGU-Regional/RJ”. Em resposta encaminhada por e-mail em 28/07/2015, o SENAC RJ informou o seguinte:

“Vale ressaltar que o Senac RJ apresenta tais informações desde 2011, sendo estas avaliadas pela SECEX do TCU, Conselho Fiscal e CGU e uma mudança neste momento traz receio sobre futuros questionamentos sobre tais alterações por parte dos órgãos de controle. Contudo iremos promover as alterações no Relatório de Gestão do exercício 2015, visto que estas já foram deliberadas junto à SECEX do TCU”.

No que se refere ao conteúdo do Relatório de Gestão, verificou-se que o SENAC RJ não apresentou informações:

a) sobre a execução das atividades de correição, conforme exigido pela Decisão Normativa TCU n.º 134, de 04/12/2013, parte C, destinada aos Serviços Sociais Autônomos, item 3.3.

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b) sobre a desoneração da folha de pagamentos propiciada pelo art. 7º da Lei 12.546/2011 e pelo art. 2º do Decreto 7.8282012, conforme exigido pela Decisão Normativa TCU n.º 134, de 04/12/2013, parte C, destinada aos Serviços Sociais Autônomos, item 5.3.

c) sobre a adoção de medidas administrativas para apurar responsabilidade por ocorrência de dano ao Erário, conforme exigido pela Decisão Normativa TCU n.º 134, de 04/12/2013, parte C, destinada aos Serviços Sociais Autônomos, item 9.3.

Instado a se manifestar por meio da solicitação de auditoria n.º 201503972/01, o SENAC RJ encaminhou por e-mail em 24/07/2015 as seguintes manifestações:

a) “Informamos o Sistema de Correição não se aplica na Instituição, conforme apresentado item 3.3, página 106 do Relatório de Gestão do Senac RJ de 2014 artigo 21 do Regulamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac. “Art. 21 – No Estado onde existir Federação Sindical do Comércio será constituído um CR, com sede na respectiva capital e jurisdição na base territorial correspondente. Parágrafo único – Os órgãos regionais, embora sujeitos às diretrizes e normas gerais prescritas pelos órgãos nacionais, bem como à correição e fiscalização inerentes a estes, são autônomos no que se refere à administração de seus serviços, gestão dos seus recursos, regime de trabalho e relações empregatícias.”

b) “Justificamos que as informações sobre a desoneração da folha de pagamentos propiciada pelo art. 7º da Lei 12.546/2011 e pelo art. 2º do Decreto 7.8282012, conforme exigido pela Decisão Normativa TCU n.º 134, de 04/12/2013, parte C, não se aplicam ao Senac RJ. Tais informações referem-se à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil).

c) “O Senac RJ apresentou as informações através do seu relatório de Gestão ITEM 9. 4 – DE MONSTRAÇÃO DE ADOÇÃO DE MEDIDAS DMINISTRATIVAS QUADRO A.9.4 – MEDIDAS A DOTADAS EM CASO DE DANO AO ERÁRIO EM 2014, página 272”.

Verificou-se, ainda, que o supracitado Relatório de Gestão informa, em seu item 10.8 – Parecer da Auditoria Independente, que “o Senac RJ, no exercício de 2014, não contratou Auditoria Independente para emissão de parecer das demonstrações contábeis produzidas pela administração”. Questionada, a unidade informou, por e-mail, em 27/07/2015, o que segue:

“Inicialmente cabe informar que Conselho Fiscal do Senac é o órgão de responsável pela realização de auditorias na Instituição e possui competências para acompanhar e fiscalizar a execução orçamentária das Administrações Regionais (ARs) por meio dos balancetes mensais, das auditorias ou de outros meios próprios ao desempenho dessas atribuições. Informamos ainda que o Senac RJ segue o Codeco – Código de Contabilidade e Orçamento que rege o conjunto de normas relacionadas à Contabilidade e

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Orçamento aplicadas às Administrações Nacional e Regionais do Senac, elaborado pelos Departamentos Nacional, Regionais e Conselho Fiscal. Contudo, informamos que foi contratada, através de Processo Licitatório, empresa de auditoria independente para emissão de parecer das demonstrações contábeis referentes ao exercício de 2013, trabalho este que se encontra em andamento.”

Relativo às informações prestadas pela entidade no relatório de gestão acerca das transferências concedidas em 2014, devem ser feitas as seguintes considerações:

1. Fragilidade na qualidade das informações sobre os instrumentos de transferências concedidas. Dos 54 convênios informados no Relatório de Gestão apenas dois realizaram efetivo repasse financeiro e o restante apresentou contrapartidas não financeiras. Embora o quadro A.4.1.1 – Caracterização dos Instrumentos de Transferências Vigentes no exercício de referência não apresente valor financeiro para 51 convênios, não resta, adequadamente, evidenciado que o montante apresentado como repassado nos quadros A.4.4.2 e 4.4.4 não se refere à totalidade dos 54 convênios. Inclusive o convênio nº 764 que apresenta valor financeiro nos respectivos quadros, na verdade, não se configura em efetivo repasse de recursos. Assim, ressalta-se a necessidade da entidade esclarecer no corpo do relatório de gestão (análise crítica) quantos convênios representam repasses financeiros e quantos apresentam repasses “não financeiros”.

2. Inconsistência de critérios para a conversão das contrapartidas não financeiras em moeda, como estabelece a Portaria TCU 94/2014 – “Contrapartida Pactuada: Valor da contrapartida em Reais (R$). Caso a contrapartida seja não financeira (efetuada em bens e serviços) deve-se fazer a conversão em moeda de acordo com as cláusulas do instrumento.” Verificou-se que a conversão em moeda para contrapartidas não financeiras somente foi realizada para o convênio nº 764. Também não consta na análise crítica o motivo da não conversão para moeda dos demais instrumentos de transferências que tiveram contrapartida não financeira.

3. Não especificação, na análise crítica, para as oscilações no volume de recursos repassados relativos aos contratos de repasse do exercício de 2012 (R$ 6,4 milhões) para os exercícios de 2013 (R$ 1,2 milhões) e de 2014 (R$ 1,6 milhões), conforme estabelece a Portaria TCU 94/2014.

4. Ausência de análise sobre o comportamento das prestações de contas frente aos prazos regulamentares no decorrer dos últimos exercícios: a justificativa nº 5 da análise crítica (item 4.4.5) informa que em 2013 houve atraso nas prestações de contas de três contratos de repasse, contudo, não há pela UJ nenhuma análise sobre o motivo e as providências tomadas pela entidade. Da mesma forma, no exercício de 2014, apesar do quadro A.4.4.4 informar que todas as prestações de contas dos doze contratos de repasse ocorreram dentro do prazo, identificou-se que, da amostra de cinco contratos de repasse analisada, dois contratos de repasse tiveram suas prestações de contas encaminhadas após o prazo regulamentar (45 dias após o término do evento).

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5. Ausência de informações quanto as estruturas de controle definidas para o

gerenciamento das transferências concedidas, inclusive quanto a capacidade de fiscalização “in loco” da execução dos instrumentos de transferências.

Quanto às demais peças componentes do Processo, verificou-se que foi encaminhado, no que tange ao “Parecer de colegiado obrigado ao pronunciamento sobre as contas por lei ou norma específica”, o Parecer da Assessoria Técnica do Conselho Fiscal. Já quanto “parecer da auditoria interna ou do auditor interno” foi apresentado documento trazendo informações acerca do “sistema de trabalho” do Conselho Fiscal no acompanhamento dos controles internos das unidades do SENAC RJ, sem apresentar resultados obtidos, especialmente quanto à atuação no SENAC RJ, e que conclui que este sistema “tendo por base sua independência em relação à administração, permite que o resultado final, o Balanço Geral do SENAC e seus anexos, sejam confiáveis”. ##/Fato##

Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201503972 Unidade Auditada: SENAC-ADMINISTRACAO REG. NO RIO DE JANEIRO

Ministério Supervisor: MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO

Município (UF): Rio de Janeiro (RJ)

Exercício: 2014

1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2014 e 31/12/2014

pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da

Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho

informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal

aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações

de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade

auditada.

3. As seguintes constatações subsidiaram a certificação dos agentes do Rol de

Responsáveis:

SENAC-ADMINISTRACAO REG. NO RIO DE JANEIRO – OS 201503972

- Ausência de justificativa para escolha do tipo de licitação por Técnica e Preço para a contratação de agência de eventos (item 2.1.1.1);

- Ausência de economicidade e razoabilidade na instrução de processo licitatório realizado na modalidade Convite (item 2.1.1.7);

- Controle inadequado da execução do contrato de agência de eventos, pagamentos por

serviços não previstos na licitação, desvio de finalidade e subcontratações antieconômicas (item 2.1.1.9).

4. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entre

os atos de gestão de cada agente e as constatações mencionadas, proponho que o

encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja conforme indicado a

seguir:

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

CPF do agente

público

Cargo ou função Avaliação do

órgão de Controle

Interno

Fundamentação da avaliação

do Controle Interno

***.078.767-** Presidente do

Conselho Regional

do SENAC RJ

Regularidade com

ressalva

Item 2.1.1.1 do Relatório Anual

de Contas n.º 201503972.

***.746.948-** Diretor de Mercado

do SENAC RJ

Regularidade com

ressalva

Itens 2.1.1.1 e 2.1.1.9

do Relatório Anual de Contas n.º

201503972.

***.368.607-** Diretora de

Desenvolvimento

Institucional do

SENAC RJ

Regularidade com

ressalva

Item 2.1.1.7 do Relatório Anual

de Contas n.º 201503972.

Demais

integrantes do Rol

de Responsáveis

Regularidade Considerando o escopo do

Relatório de auditoria, não foram

identificadas irregularidades com

participação determinante destes

agentes.

Rio de Janeiro (RJ), 28 de setembro de 2015.

Chefe da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201503961

Unidade Auditada: DEPARTAMENTO REGIONAL DO SESC NO RIO DE JANEIRO

Ministério Supervisor: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À

FOME - MDS

Município/UF: Rio de Janeiro/RJ

Exercício: 2014

Autoridade Supervisora: Tereza Campello

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de

2014, do Departamento Regional do Serviço Social do Comércio no Rio de Janeiro – SESC/RJ,

expresso a seguinte opinião acerca dos atos de gestão com base nos principais registros e

recomendações formulados pela equipe de auditoria.

O SESC/RJ tem a missão institucional de contribuir para a qualidade de vida dos

empregados do comércio de bens, serviços e turismo, seus familiares e por extensão a sociedade.

Nesse sentido, cumpre destacar o cumprimento das metas referentes à atividade Assistência

Odontológica, vinculada ao programa finalístico Saúde, cujos indicadores apontaram melhorias nos

resultados dos tratamentos concluídos e dos atendimentos à clientela preferencial, em comparação a

exercícios anteriores.

Ressalta-se que foram identificadas fragilidades na execução dos processos seletivos

para a contratação de pessoal; e na realização indevida de despesas com folha de pagamento e com

diárias e passagens. Na gestão de compras e contratações, constataram-se deficiências no

planejamento das aquisições.

Essas fragilidades tiveram como causas estruturantes a deficiência nos controles

internos relacionados ao planejamento das atividades relevantes para a Entidade. Na área de

recursos humanos, foi recomendada a melhoria no procedimento de elaboração dos editais de

processos seletivos, possibilitando o julgamento objetivo e aumento na transparência. Por sua vez,

na área de compras do SESC/RJ, foram recomendadas rotinas e critérios para elaboração e

aprovação dos instrumentos do planejamento, de modo a subsidiar a escolha da adequada

modalidade licitatória.

Quanto ao monitoramento das recomendações do Controle Interno, cumpre ressaltar que

restam pendentes de atendimento recomendações referentes à apuração de responsabilidades e

ressarcimento de valores.

No que pertine aos controles internos administrativos nas áreas de pessoal e de compras,

apesar de as falhas constatadas não comprometerem a gestão, foram consignadas oportunidades de

aprimoramento desses controles. Registra-se que os controles internos da gestão de transferências

financeiras foram avaliados como suficientes para o atingimento dos objetivos propostos no

exercício auditado.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º

8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da

IN/TCU/N.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no

Certificado de Auditoria. Desse modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de

que as peças sob a responsabilidade da CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com

vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e

posterior remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do mesmo sistema.

Brasília/DF, 24 de setembro de 2015.