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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Unidade Auditada: CENTRAIS ELETRICAS DE GOIAS S/A Exercício: 2014 Processo: Município: Goiânia - GO Relatório nº: 201600090 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE GOIÁS _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe, Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de Avaliação dos Resultados da Gestão na CELG Distribuição S.A. - CELG D, realizado de acordo com os preceitos contidos na Ordem de Serviço n.º 201600090 e em atendimento ao inciso II do Art. 74, da Constituição Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno: “comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal”. 1. Introdução O presente trabalho foi realizado na sede da CELG D em Goiânia - GO, com o objetivo de avaliar a gestão da unidade do exercício de 2015. Para tanto, foi selecionada a área de Gestão de Contratações, com amostra não-probabilística direcionada às contratações de serviços terceirizados, em parte contratados por dispensa de licitação emergenciais. Para este trabalho de avaliação, os trabalhos de campo foram realizados no período de 16 de fevereiro a 03 de maio de 2016, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

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Unidade Auditada: CENTRAIS ELETRICAS DE GOIAS S/A Exercício: 2014 Processo: Município: Goiânia - GO Relatório nº: 201600090 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE GOIÁS

_______________________________________________

Análise Gerencial Senhor Chefe,

Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de Avaliação dos Resultados da Gestão na CELG Distribuição S.A. - CELG D, realizado de acordo com os preceitos contidos na Ordem de Serviço n.º 201600090 e em atendimento ao inciso II do Art. 74, da Constituição Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno: “comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal”.

1. Introdução

O presente trabalho foi realizado na sede da CELG D em Goiânia - GO, com o objetivo de avaliar a gestão da unidade do exercício de 2015. Para tanto, foi selecionada a área de Gestão de Contratações, com amostra não-probabilística direcionada às contratações de serviços terceirizados, em parte contratados por dispensa de licitação emergenciais. Para este trabalho de avaliação, os trabalhos de campo foram realizados no período de 16 de fevereiro a 03 de maio de 2016, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

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O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas.

2. Resultados dos trabalhos

A abordagem adotada pela CGU objetivou analisar os aspectos a seguir detalhados.

2.1 Situação das Contratações Emergenciais da CELG D em 2015.

As contratações por dispensa emergencial da CELG D, firmadas em 2015, somaram R$ 138.787.812,10 e representaram 18% do valor contratado no exercício. Os valores pagos, considerando-se as contratações emergenciais firmadas em 2015, somaram R$ 120.976.864,21, dos quais R$ 111.081.669,65 referem-se aos serviços das Equipes de Atendimento de Emergência – EAE, Equipes Padrão de Manutenção – EPM e Equipes Móveis de Atendimento - EMA. A amostra de contratações selecionada para análise representa 38,5% dos valores pagos para esses serviços.

Os contratos analisados nesta auditoria estão identificados na tabela a seguir e referem-se a contratações realizadas em 2015, por dispensa de licitação em caráter emergencial, embasadas no art. 24, inciso IV da Lei nº 8.666/1993, de serviços terceirizados, realizados por Equipes de Atendimento de Emergência – EAE, Equipes Padrão de Manutenção – EPM e Equipes Móveis de Atendimento - EMA, na área de abrangência dos Departamento de Serviços da Diretoria de Distribuição da CELG D. Tratam-se de serviços contínuos para a execução de manutenção preventiva e de emergência em redes de distribuição de energia elétrica urbana, rural, convencionais, compactas e ou isoladas e subestações desenergizadas, tensão em até 34,5 KV e energizadas na baixa tensão, com Equipe de Atendimento de Emergência e Equipe Padrão de Manutenção e contratação de serviços contínuos técnicos e comerciais de manutenção corretiva e de emergência de redes de distribuição com Equipe Móvel de Atendimento.

Tabela 1 - Amostra de contratos analisados:

Número do Processo Objeto Fornecedor

Número do Contrato

Data de Início Data Final

Valor do Contrato (R$)

Valor Pago (R$)

2014/2418-6 EAE e EPM Concelta Construções Elétricas Ltda.

PRGE-28/2015 27/02/2015 26/08/2015 4.998.884,66 4.971.219,21

2015/2818-0 EAE e EPM Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

PRGE-67/2015 12/03/2015 13/09/2015 4.998.000,00 4.831.976,96

2014/2413-7 EAE e EPM Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

PRGE-24/2015 27/02/2015 26/08/2015 4.997.501,04 4.097.672,93

2015/2403-4 EAE e EPM Mundi Construtora Ltda. - EPP PRGE-87/2015 17/03/2015 13/09/2015 4.984.999,84 4.955.238,56

2015/2423-X EAE e EPM Mundi Construtora Ltda. - EPP PRGE-64/2015 12/03/2015 13/09/2015 4.938.589,57 4.869.124,28

2015/2415-0 EAE e EPM Mundi Construtora Ltda. - EPP PRGE-85/2015 17/03/2015 13/09/2015 4.641.572,96 4.221.326,96

2015/2034-X EAE Mundi Construtora Ltda. - EPP PRGE-34/2015 12/03/2015 08/09/2015 3.377.772,80 3.033.552,68

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Número do Processo Objeto Fornecedor Número do

Contrato Data de Início Data Final Valor do

Contrato (R$) Valor Pago

(R$)

2015/3274-2 EAE e EPM Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

PRGE-68/2015 17/03/2015 13/09/2015 2.275.615,50 1.977.892,47

2015/2417-4 EAE e EPM Concelta Construções Elétricas Ltda.

PRGE-89/2015 12/03/2015 13/09/2015 2.232.829,57 1.474.400,82

2015/2035-1 EAE Mundi Construtora Ltda. - EPP PRGE-36/2015 12/03/2015 08/09/2015 2.206.955,20 2.072.674,79

2015/2412-3 EAE e EPM Mundi Construtora Ltda. - EPP PRGE-78/2015 17/03/2015 13/09/2015 1.959.526,24 1.527.638,36

2015/2041-7 EAE Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

PRGE-60/2015 12/03/2015 08/09/2015 761.833,60 761.833,60

2015/2411-3 EAE e EPM Visacon Engenharia Construção e Serviços Ltda.

PRGE-77/2015 17/03/2015 13/09/2015 3.548.021,67 3.143.907,51

2015/2020-X EMA Visacon Engenharia Construção e Serviços Ltda.

PRGE-49/2015 12/03/2015 08/09/2015 836.375,40 815.194,76

TOTAL 46.758.478,05 42.753.653,89

Legenda: EAE - Equipe de Atendimento de Emergência; EPM - Equipe Padrão de Manutenção; EMA – Equipe Móvel de Atendimento. Fonte: Relação apresentada pela CELG D, dos Contratos e Aditivos efetuados no período de 27/01/2015 a 31/03/2016.

Segundo relatório da Superintendência de Licitações e Contratos, apresentado na 406ª Reunião do Conselho de Administração, realizada em 06 de novembro de 2015, demonstrando o histórico das contratações por dispensa de licitação em caráter emergencial da CELG D, a Diretoria de Distribuição era a que mais apresentava contratos nessa situação.

Os serviços contratados pela Diretoria de Distribuição para manutenção e atendimento de emergência eram os mais representativos em quantidade e valor, 124 de 178 contratações emergenciais em 2014, somando R$ 246.091.745,52 (89% do total contratado emergencialmente), que passaram para 56 de 76 contratações em 2015, no valor de R$ 126.301.317,68 (88,5% do total), sendo informado que todos os contratos emergenciais da Diretoria foram encerrados em setembro de 2015, o que se confirmou no presente trabalho de auditoria.

Neste trabalho buscou-se identificar as razões de as contratações não terem sido feitas por meio de regular procedimento licitatório e de se manterem assim no decorrer de 2015. Conforme detalhado nos itens a seguir deste relatório, embargos judiciais impediram que os procedimentos licitatórios prosseguissem, levando à situação de contratação emergencial, sem licitação. Verificou-se que, após os desembargos dos processos licitatórios na justiça, houve uma evolução na gestão dessas contratações, ao final do exercício de 2015, que passaram a ocorrer por meio de procedimento licitatório.##/Fato##

2.2 Do modelo de contratação de serviços terceirizados de atendimento emergencial e manutenção de redes de distribuição.

O Planejamento Estratégico 2015-2019 da CELG D, aprovado pela Diretoria Executiva, em 17 de dezembro de 2014, e, posteriormente, pelo Conselho de Administração e Acionista Controlador, trata do direcionamento a ser perseguido pela

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empresa em sua atuação nos próximos três anos, identificando prioridades capazes de assegurar que sua atuação seja mais eficiente no curto e médio prazo. Verificou-se constar no citado Planejamento Estratégico da empresa, item 3.3 – Análise de Cenários, subitem 3.3.2 – Cenário Interno, análises do ambiente interno, em que foram selecionadas dimensões subdivididas em aspectos. Essa análise apontou o aspecto “Capacidade de fornecedores – serviços”, dentro da Gestão Operacional, como ponto fraco (deficiência da empresa) e com impacto alto.

“Aspecto: Capacidade de fornecedores - serviços Conclusão: ponto fraco com impacto alto Os contratos emergenciais existentes para serviços de emergência trazem alta rotatividade de pessoal, baixa produtividade, retrabalho e dificuldades para o gestor atuar de maneira eficaz. Faz-se necessário a regularização dos contratos através de licitações por período mais longo e mudança da forma de remuneração (serviços de emergência).”

As diretrizes estabelecidas no Plano Estratégico para atacar esses pontos considerados deficientes na gestão da empresa têm como estratégia principal aumentar a produtividade dos serviços contratados e eliminar os contratos emergenciais. Essas diretrizes têm por escopo mínimo, dentre outros: - definição de modelo de terceirização para os diversos processos da CELG D; - definição de responsabilidade e processo de monitoramento do cumprimento dos contratos; - definição de indicadores de produtividade e metas para os diversos serviços e equipes; e - revisão de penalidades (jurídico) pelo não cumprimento das metas. De acordo, ainda, com o Planejamento Estratégico da CELG D – 2015-2019, Anexo IV – Direcionadores Estratégicos, dentre os direcionadores estratégicos da Diretoria de Distribuição está o de reduzir os custos dos serviços de distribuição com implantação de novo modelo de contratação de serviços emergenciais integrados aos serviços comerciais. Tal indicação também consta das Notas Técnicas expedidas sobre as contratações emergenciais, onde afirmou-se que a empresa estaria unificando as contratações de serviços técnicos contínuos para atividades de emergência e reformulando as equipes de atendimento de campo. Registrou-se que a situação daquele momento era de transição para um modelo de contratação adequado às atuais necessidades da empresa, quanto ao seu objetivo de redução de gastos.

Cabe ainda registrar que, da análise dos processos selecionados, constatou-se que o estabelecimento das condições básicas para a prestação dos serviços dessas contratações emergenciais teve como base o Projeto Básico do processo licitatório nº 03/22689-2, de dezembro de 2003, sendo consideradas as mesmas condições, quantidades, ferramentas, pessoal, equipamentos, veículos e serviços. Diante de todo esse contexto, foi solicitado à CELG D informar, apresentando relatórios gerenciais e outros documentos, sobre a evolução dessas diretrizes durante o exercício de 2015 e sobre a situação atual da alteração do modelo de contratação de serviços terceirizados de atendimento emergencial e manutenção de redes de distribuição.

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A CELG D respondeu que, em substituição aos contratos emergenciais foi aprovado, em junho de 2014, o Projeto Básico de contratação de serviços contínuos em linhas e redes de distribuição através de equipes leves de serviço de emergência e equipes pesadas de serviços de redes, dimensionadas e distribuídas em vinte e oito lotes para atuação na área de concessão de forma estratégica.

Em seguida, foi lançado, em 01 de agosto de 2014, o Pregão Eletrônico PR-DPPR

– 7.20026/14-DD com disputa e vencedor em todos os lotes, mas, em 04 de agosto de 2014, a licitação foi suspensa por decisão judicial liminar, em razão de reclamações relacionadas a processos de equiparação salarial entre eletricistas terceirizados e eletricistas próprios. Devido a esse fato, as contratações emergenciais de serviços contínuos permaneceram em vigor até setembro de 2015, quando foram paralisadas devido à suspensão da citada liminar. A partir daí foi possível então a efetivação dos contratos decorrentes do certame licitatório realizado, com validade de seis meses renováveis por até sessenta meses.

No Projeto Básico da licitação mencionada tem-se o modelo de terceirização, em que são definidos os tipos de equipe de trabalho por lote, com as produtividades esperadas no termo de referência, atribuindo-se a responsabilidade do monitoramento dos contratos aos Gerentes dos Centros de Responsabilidade Regionais (Departamentos); em que são contempladas as responsabilidades das contratadas, os critérios de fiscalização e as respectivas penalidades com os valores a serem aplicados em caso de falhas contratuais. Ao final do contrato é emitido o Termo de Recebimento Definitivo dos serviços, o Termo de Encerramento do Contrato e a ficha de avaliação, onde se aplica as notas de desempenho da contratada. Neste encerramento é avaliada a possibilidade de continuidade do contrato em vigência.

Verificou-se, na amostra analisada nesta auditoria, que esse modelo e previsões

de monitoramento já vigoravam nos contratos emergenciais baseadas no Projeto Básico de 2003.

A CELG D informou, ainda, que, estão em elaboração e revisão as instruções técnicas contendo parâmetros para prazos de execução e encerramento das obras da distribuição e avaliação técnica das empreiteiras e que essas instruções propiciarão as condições para avaliação do desempenho das contratadas em tempo real de forma consolidada e auditável.

A empresa informou, ainda, que, em 2015, objetivando migrar da contratação por disponibilidade para a contratação por produtividade foi elaborado o Projeto Básico para contratação de Equipes Multifuncionais, assim denominadas por suas características, englobando a execução dos serviços comercias e emergenciais. A remuneração das Equipes Multifuncionais se dará por serviço executado, tendo como parâmetro a tabela de Unidades de Serviço – US, calculadas pela quantidade de homem/hora gastos na execução de determinada tarefa. A remuneração dos serviços prestados se dará por produção e não por disponibilidade conforme anteriormente contratado, buscando-se, dessa forma, aumentar a produtividade. Foi apresentado um novo Termo de Referência DD-DPCS nº 002/15, de junho de 2015, para contratação de empresas especializadas para execução de serviços de manutenção corretiva, serviços comerciais e emergenciais no sistema de distribuição de energia elétrica.

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Verificou-se que nesse Termo de Referência estão melhor detalhados a previsão de entrega de Ordens de Serviço à contratada, constando a relação de serviços a serem executados; a fiscalização da execução dos serviços por parte da CELG D e seus registros

por meio de relatórios de fiscalização; a realização de avaliação mensal de desempenho da contratada, baseada nos diversos relatórios de fiscalização e anotações diárias; e as

penalidades aplicáveis às contratadas, dentre outros, quanto aos atrasos ou ausências nos atendimentos às ordens de serviço e ocorrências emergenciais e por serviços comerciais realizados fora do prazo. Comparando-se os Termos de Referência que substituíram as contratações emergenciais verifica-se uma evolução na definição desses aspectos. Foi apresentada pela CELG D relação das Equipes Multifuncionais licitadas e em licitação, divididas por lotes regionais, indicando sete licitações com vinte lotes ao todo, onde uma das licitações já possuía três lotes contratados e treze lotes estavam em fase de licitação, posição de abril de 2016.

Assim, foi exposta a evolução e o estágio atual dos serviços de manutenção corretiva e de atendimentos emergenciais que anteriormente eram contratados por dispensa de licitação. Os fornecedores de tais serviços passaram a ser selecionados mediante licitação, sendo parte por produtividade e parte por disponibilidade, até se chegar, segundo a concessionária, à fase de contratação de serviços exclusivamente por produtividade.

Verificou-se, a partir da planilha de contratos apresentada pela CELG D, dos contratos vigentes no período de 27 de janeiro de 2015 a 31 de março de 2016 que há, atualmente, 26 contratos para esses serviços contínuos, provenientes do Pregão Eletrônico nº 7.20026/2014, cujos parâmetros ainda se dão por disponibilidade.

Do exposto, constatou-se evolução do modelo de contratação de serviços terceirizados de atendimento emergencial e manutenção de redes de distribuição. Porém, cabe registrar que o novo modelo não se concretizou totalmente, principalmente no que diz respeito à avaliação de desempenho das contratadas, ainda em revisão. ##/Fato##

2.3 Sobre a caracterização da emergência.

De acordo com o inciso IV do art. 24 da Lei nº 8.666/1993 é dispensável a licitação nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. Verificou-se que a principal justificativa para as contratações em caráter emergencial sob análise foi o fato de que estava em andamento o processo de Licitação, Pregão nº 7-20026/14, que absolveria a maior parte desses serviços e que foi suspenso judicialmente, sendo indicado que os contratos por dispensa seriam rescindidos tão logo se homologassem as contratações resultantes dessa licitação.

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De acordo com os documentos apresentados, a CELG D justifica que, há pelo

menos cinco anos, vem tendo que se valer de contratos emergenciais para manutenção dos serviços em análise, seja porque os procedimentos licitatórios são interrompidos por liminares judiciais, ou porque nas licitações em que se consegue lograr êxito, nem todos os lotes são arrematados ou as empresas desistem da prestação dos serviços. As razões apresentadas nos Pareceres Técnicos e Jurídicos, Notas Técnicas e Relatórios produzidos para aprovação das contratações, que demonstraram a urgência de atendimento de situação que pudesse ocasionar prejuízo foram: - O caráter contínuo dos serviços e sua essencialidade diante da necessidade de assegurar o fornecimento regular de energia elétrica aos consumidores da CELG D e sua manutenção, considerando-se, ainda, as condições de regularidade e de continuidade impostas pela Lei de Concessões (art. 6º da Lei nº 8.987/1995) e pela ANEEL; - O Poder Concedente estabelece, através do Contrato de Concessão e legislações complementares, programa de expansão do atendimento que a concessionária tem que cumprir, observando prazos rigorosamente pré-fixados; - A necessidade de manter a prestação de serviços essenciais em conformidade com os padrões de qualidade e de continuidade estabelecidos pela ANEEL; - A realização de manutenções corretivas, preventivas e programadas das redes e linhas de distribuição de energia elétrica e das subestações e as obras de expansão são obrigação da concessionária e necessárias para garantir o atendimento das demandas crescentes do sistema e das solicitações dos clientes em conformidade com as condições gerais de fornecimento de energia elétrica estabelecidos na Resolução Normativa ANEEL nº 479/2012, principalmente quanto aos prazos de atendimento; - Em algumas localidades, os atendimentos de emergência e os serviços comerciais são realizados apenas pelas equipes dessas contratações, não existindo alternativas simples para a execução dessas atividades; - A ausência dessa contratação compromete, integralmente, as atividades de atendimento de emergência e os serviços de manutenções preventivas, corretivas, melhorias e construções de redes de energia elétrica; e - As interrupções, se não reparadas no menor tempo possível, trazem graves consequências sociais e econômicas para toda a comunidade e o risco de a Distribuidora ter que arcar com o ressarcimento do prejuízo aos consumidores, conforme legislação vigente.

Em resumo, a obrigatoriedade e a necessidade de se manter ininterruptas as atividades mencionadas anteriormente, dos serviços inerentes ao atendimento do consumidor final, contidas nessas contratações e o impedimento judicial de se prosseguir com a licitação em curso foram as razões que enquadraram a contratação nas previsões do art. 24, inciso IV da Lei nº 8.666/1993. ##/Fato##

2.4 Trâmite das Contratações Emergenciais.

As contratações emergenciais analisadas seguiram todas o mesmo trâmite, a seguir detalhado. Primeiramente, foram consultadas dez empresas que já mantinham contratos com a CELG D, sobre o interesse na contratação emergencial de Equipes de Atendimento de Emergência, Equipes Padrão de Manutenção e Equipes Móveis de Atendimento. Para os

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processos analisados, essa consulta se deu em janeiro de 2015 e propôs que a contratação ocorresse nos valores dos contratos que estavam expirando, também feitos por dispensa emergencial, com base no art. 24, inciso IV da Lei nº 8.666/1993. Em cada caso, somente uma das empresas consultadas, exatamente a que já possuía contrato com a CELG D para o mesmo objeto e região, respondeu positivamente que possuía interesse na contratação, as demais, negativamente. Algumas empresas alegaram que os investimentos e mobilização para execução dos referidos serviços pelo prazo de 180 dias ou menos era inviável, visto que a conclusão da licitação provocaria a rescisão automática do contrato. Outras argumentaram que já estavam mobilizadas em outros contratos. A única empresa que manifestou interesse em cada contratação propôs acréscimos nos valores praticados no contrato anterior. Diante dessa nova proposta das empresas, a CELG D emitiu Relatórios da Diretoria Econômico-Financeira/Superintendência de Economia/Departamento de Análise de Custos e Contratos sobre a atualização da planilha de custos, estabelecendo o limite de aceitabilidade de preços. Essa análise estabeleceu limites máximos, e demonstrou que os preços propostos pelas empresas eram inferiores a tais limites. Por meio de Parecer Técnico os gestores da Superintendência de Serviços - Diretoria de Distribuição avaliaram a oportunidade, economicidade e eficiência da contratação, concluindo por sua viabilidade. Foram então enviados, em fevereiro de 2015, novos ofícios para as mesmas dez empresas, informando o valor da proposta recebida pela CELG D e solicitando posição quanto ao interesse na contratação, havendo respostas negativas de nove e positiva da mesma empresa que já havia manifestado interesse anteriormente. Foi então emitida uma Nota Técnica justificando a necessidade da contratação emergencial, a essencialidade dos serviços e a confirmação de sua vantagem para a administração. Por fim, a Diretoria de Distribuição emitiu relatório à Diretoria Executiva propondo a ratificação das contratações por dispensa emergencial de EAE, EPM e EMA, referentes aos diversos processos em andamento, justificando a imprescindibilidade dos serviços e o fato de o processo licitatório em andamento estar suspenso judicialmente. Do exposto, verifica-se um padrão no comportamento das empresas quanto à apresentação de propostas para as mesmas contratações.

Os contratos firmados em 2015 vigoraram entre fevereiro e setembro, por 180 dias. Apesar de não haver prorrogação dos contratos firmados em 2014, o que ocorreu foi a repetição das empresas contratadas anteriormente, para o mesmo objeto, a preços reajustados.

Conforme já relatado, as contratações emergenciais cessaram em setembro de 2015 quando o Pregão Eletrônico realizado foi retomado após decisão do Superior Tribunal de Justiça. ##/Fato##

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2.5 Justificativas sobre os preços adotados nas contratações emergenciais de serviços de manutenção em redes de distribuição de energia elétrica.

Das análises efetuadas, verificou-se que, inicialmente, a CELG D estabeleceu para as contratações em comento, os preços dos contratos vigentes em 2014. Após a resposta da única empresa que manifestou interesse por cada contratação, apresentando proposta com valores superiores àqueles, é que a concessionária buscou a atualização das planilhas de custos, emitindo Relatórios da Diretoria Econômico-Financeira/Superintendência de Economia/Departamento de Análise de Custos e Contratos, estabelecendo o limite de aceitabilidade de preços.

Os citados relatórios buscaram justificar a compatibilidade dos preços unitários com os praticados no mercado, atualizando a planilha de custos até dezembro de 2014, com aumento de, aproximadamente, 7% em relação aos preços praticados em 2013. Tabela 2 – Reajuste de EAE, EPM e EMA.

Serviços Valores em Dez/2013 (R$)

Valores em Dez/2014 (R$)

Reajuste (%)

EAE 104,98 113,08 7,72 EPM 44,69 47,98 7,36 EMA 92,51 99,51 7,57

Fonte: Relatórios nºs. 192/2015/DF-DPAC, 207/DF-DPAC e 233/2015/DF-DPAC.

Em todas as contratações, as propostas das empresas foram inferiores ao limite

estabelecido, em que pese haver variações de preço propostos por uma mesma empresa em mais de um contrato. Os preços unitários praticados nas contratações em análise estão demonstrados no quadro a seguir e tiveram um acréscimo de 5%, em média, de 2014 para 2015: Quadro 1 – Preços praticados nas contratações emergenciais analisadas:

Contrato Empresa Contratada Objeto Preço

Unitário* (R$)

% de Acréscimo 2014/2015

PRGE-1245/2014

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 98,58 5,00

PRGE-60/2015

EAE 103,51

PRGE-1235/2014

Concelta Construções Elétricas Ltda.

EAE 100,34 -----------

EPM 39,97 -----------

PRGE-28/2015

EAE 105,35 4,99

EPM 41,96 4,98

PRGE-1236/2014

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 98,45 -----------

EPM 41,67 -----------

PRGE-24/2015

EAE 105,93 7,60

EPM 43,84 5,21

PRGE-1311/2014

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

EAE 103,96 -----------

EPM 41,40 -----------

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Contrato Empresa Contratada Objeto Preço

Unitário* (R$)

% de Acréscimo 2014/2015

PRGE-67/2015

EAE 109,16 5,00

EPM 43,47 5,00

PRGE-1292/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 100,73 -----------

EPM 40,01 -----------

PRGE-64/2015

EAE 105,77 5,00

EPM 42,01 5,00

PRGE-1293/2014

Concelta Construções Elétricas Ltda.

EAE 102,54 -----------

EPM 42,54 -----------

PRGE-089/2015

EAE 107,66 4,99

EPM 44,66 4,98

PRGE-1308/2014

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 103,89 -----------

EPM 43,30 -----------

PRGE-68/2015

EAE 109,29 5,20

EPM 45,55 5,20

PRGE-1280/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 100,73 -----------

EPM 40,01 -----------

PRGE-85/2015

EAE 105,77 5,00

EPM 42,13 5,30

PRGE-1301/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 103,64 -----------

PRGE-34/2015

EAE 108,82 5,00

PRGE-1275/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 103,62 -----------

EPM 43,21 -----------

PRGE-87/2015

EAE 109,04 5,23

EPM 45,53 5,37

PRGE-1289/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 103,44 -----------

PRGE-36/2015

EAE 108,61 5,00

PRGE-1310/2014

Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 100,65 -----------

EPM 40,01 -----------

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Contrato Empresa Contratada Objeto Preço

Unitário* (R$)

% de Acréscimo 2014/2015

PRGE-78/2015

EAE 105,68 5,00

EPM 42,01 5,00

PRGE-1295/2014

Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EMA 92,51 -----------

PRGE-49/2015

EMA 97,14 5,00

PRGE-1316/2014

Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EAE 104,63 -----------

EPM 42,59 -----------

PRGE-77/2015

EAE 109,86 5,00

EPM 44,72 5,00

*Os preços unitários referem-se a equipes/hora de EAE e EMA e Unidades de Serviço de EPM. Fonte: Processos de contratação emergencial apresentados pela CELG D. A maior parte dos valores contratados (69,6%), na amostra analisada, referem-se às Equipes de Atendimento de Emergência – EAE, que são pagas por disponibilidade. Tabela 3 – Representatividade dos tipos de serviços contratados

Serviços Valor Contratado (R$)

%

EAE 32.523.819,10 69,6 EPM 13.398.282,65 28,7 EMA 836.745,40 1,8 Total Contratado 46.758.477,15 100

Fonte: Processos de contratação emergencial apresentados pela CELG D.

Nos processos das contratações que vigoraram em 2015 consta Nota Técnica da Superintendência de Serviços da Diretoria de Distribuição – DD-SPSE apresentando um comparativo de faturamento mensal por equipe, consulta mercadológica de preços, realizada junto a outras concessionárias, indicando que a remuneração praticada pela CELG D representa a realidade de cada região de sua área de concessão. Essa Nota Técnica alerta que o comparativo mercadológico não deve ser realizado de forma direta e absoluta, tendo em vista as peculiaridades técnico-operacionais das concessionárias que diferem em função dos custos dos insumos regionais, densidade demográfica, tipo de veículos, quantitativo de serviços, etc.

Foi solicitado à CELG D apresentar as pesquisas e documentos que embasaram esse comparativo, bem como outras que houvessem para demonstrar a justificativa de preços prevista no inciso III, parágrafo único do art. 26 da Lei 8.666/1993. Foram apresentadas planilhas de composição dos custos praticados por outras concessionárias, cujos valores se constituem em itens similares aos praticados pela CELG D, considerando-se as diferenças no dimensionamento dos serviços, conforme ressaltado na Nota Técnica, que não estabelecem uma correspondência exata entre os preços comparados. Assim, as principais referências de preços existentes são as contratações da própria CELG.

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Contudo, considera-se que o procedimento licitatório proporciona condições de competitividade entre interessados, podendo levar a contratações economicamente mais vantajosas do que as provenientes de um procedimento de contratação que não se sujeita à competição.

Nos casos de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação para serviços complexos, compostos por itens diversos, a contratante deve, sempre que possível, fazer constar dos respectivos processos a planilha de custos dos itens unitários, em respeito ao que dispõem o art. 7º, § 2º, inciso II e o § 9º do mesmo artigo, todos da Lei 8.666/93, o que foi feito nos referidos processos. ##/Fato##

2.6 Sobre a realização do processo licitatório que substituiu as contratações emergenciais.

A licitação providenciada pela CELG D para o objeto em tela foi o Pregão Eletrônico nº 7.20026/2014 para contratação de empresas especializadas na prestação de serviços contínuos de operação, restauração e manutenção emergencial em linhas e redes de distribuição de energia elétrica, bem como na execução das extensões de rede de distribuição para atendimento a pedidos de ligação e aumento de carga que ocorrem de forma contínua, com a utilização de materiais fornecidos pela CELG D. O Projeto Básico que estabeleceu as condições dos serviços é de junho de 2014.

A licitação teve data de abertura marcada para 1º de agosto de 2014, ainda na

gestão estadual da CELG D.

O pregão foi do tipo menor valor global por lote, tendo o objeto constituído por 28 lotes para atendimento das diversas regiões da área de concessão da CELG D, para um período de seis meses. O valor global máximo estabelecido para a contratação foi de R$ 120.431.005,59. Os serviços foram especificados como Equipe Pesada de Serviços de Redes – EPSE, Equipe Reduzida de Serviços de Redes – ERSE e Equipe Leve de Serviços de Emergência – ELSE, modificando a nomenclatura das antigas equipes de EAE e EPM. A base para a remuneração das equipes se dá com a multiplicação dos preços unitários pelas quantidades de: - quantidade de US/mês (Unidades de Serviços de Rede por mês) para equipes EPSE; - quantidade de EHL/mês (Equipe Hora Leve por mês) para as equipes ELSE; e - quantidade de EHR/mês (Equipe Hora Reduzida por mês) para as equipes ERSE. Verificou-se, pela Ata de Realização do Pregão, a disputa de doze a dezenove empresas em cada lote, apesar da polêmica que fundamentou as ações judiciais para suspender a licitação. Considerando-se as propostas vencedoras, o valor adjudicado foi de R$ 104.326.509,63. Conforme já explanado, em que pese a fase de lances ter se dado em 1º de agosto de 2014, somente em junho de 2015 a licitação foi concluída tendo em vista as decisões judiciais que a suspenderam e, posteriormente, a restituíram.

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Há, atualmente, vinte e dois contratos, vigentes até setembro de 2016, para esses serviços contínuos que decorreram do Pregão Eletrônico nº 7.20026/2014, cujo Termo de Referência ainda teve como parâmetro a disponibilidade. A nova contratação reduziu a quantidade de equipes de serviços em relação às contratações anteriores, no que concerne aos serviços de atendimento de emergência. Houve a diminuição do número de lotes e sua redistribuição de forma que cada setor de serviços tenha somente uma empresa prestadora, podendo-se, segundo a avaliação da CELG D, melhorar a gestão dos contratos. ##/Fato##

2.7 Controle, medição e pagamentos dos serviços contratados por dispensa emergencial para manutenção em redes de distribuição de energia elétrica.

Foram selecionados, por amostragem, oito contratos por dispensa emergencial para verificação dos pagamentos realizados. Os processos de pagamento verificados representaram 26,6% do total pago na amostra de contratos verificados nesta auditoria. Nos processos de pagamento verificaram-se as medições, detalhando os valores pagos pelos serviços prestados das equipes de EAE e EPM, por município. Constam, ainda, as notas fiscais, autorizações de faturamento, certidões negativas das empresas, guias de recolhimento da previdência social, comprovantes de pagamento do FGTS e Anotação de Responsabilidade Técnica – ART do engenheiro responsável pela execução. Para as turmas de EAE constam os relatórios de produção de acompanhamento de serviços por veículo, detalhando datas e horários de início e término, quilometragem percorrida e horas trabalhadas, uma vez que, neste caso, os serviços são pagos por equipe/hora. Para as turmas de EPM constam os relatórios de produção detalhando, por autorização de serviço, o veículo, as datas e horários de início e término, o local e a descrição dos serviços realizados, uma vez que estes serviços são remunerados por unidades de serviço, conforme definido no Projeto Básico. A partir dos relatórios de produção de EPM foram verificados, por amostragem, para quatro contratos, os registros dos sistemas da CELG D referentes aos projetos de melhoria de rede, extensão de rede, manutenção preventiva e outros, que detalham os serviços executados, quantidades de US e valores faturados. Para dois contratos foi verificada uma amostra dos projetos físicos existentes.

No que se refere aos faturamentos das equipes de EAE foi verificado que o controle e a medição dos serviços prestados são baseados nas informações contidas nos turnos de serviços abertos no sistema de gerenciamento de equipes do Centro de Operação da Distribuição, sistema OPER, base para a geração da produção mensal no sistema de gerenciamento de serviços, SGT Serviços. Foram selecionados, a partir do relatório de medição, alguns carros e verificados os registros naqueles dias, detalhando cada serviço realizado por ocorrência. Das análises realizadas, conclui-se que há registros detalhados dos serviços executados e constantes das medições faturadas.

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As faturas, folhas de medição e relatórios de produção constantes dos processos de pagamento demonstram que a análise e aprovação da produção está registrada. Contudo, no que se refere à avaliação de desempenho das empreiteiras, verificou-se que há necessidade de maior sistematização do processo.

Foi constatado o preenchimento de uma Ficha de Avaliação na medição final dos contratos, mas que não se constitui de um somatório de avaliações parciais registradas em cada etapa de avaliação.

Também não foram realizadas as auditorias técnicas previstas no Projeto Básico, avaliando as empresas ao longo da vigência dos contratos e o cumprimento das obrigações estabelecidas, de forma a buscar a qualidade dos serviços.

##/Fato##

2.8 Indicadores de Tempo de Atendimento às ocorrências emergenciais.

Verificou-se que o Projeto Básico definiu as condições de prestação dos serviços - qualificação dos profissionais e composição das equipes técnicas; regime de trabalho; equipamentos e ferramentas de uso individual e coletivo; especificação dos veículos a serem utilizados; procedimentos de segurança; supervisão técnica e operacional; controle, medição e forma de remuneração dos serviços; e os procedimentos de fiscalização por parte da CELG D. Em que pese a fiscalização da CELG D ocorrer, conforme descrito anteriormente, o desempenho das empresas não foi avaliado e registrado de forma sistemática, apesar das previsões do Projeto Básico de realização de auditorias técnicas. Houve o preenchimento de Fichas de Avaliação somente quando da elaboração do Termo de Encerramento dos Contratos, conforme verificado na amostra de contratos analisada. Os serviços de atendimento a emergências e os de universalização do serviço de distribuição de energia elétrica, executados nesses contratos, são parte das metas estipuladas pela ANEEL no Contrato de Concessão.

O Contrato de Concessão nº 063/2000 regula a exploração do serviço público de distribuição de energia elétrica pela CELG D. A Cláusula Segunda do contrato prevê as condições de prestação dos serviços e, em sua Subcláusula Décima Sexta prevê que a concessionária se obriga a melhorar o nível de qualidade do serviço, de acordo com os critérios, indicadores, fórmulas e padrões definidos no Anexo III do contrato e na legislação atual e superveniente.

O Anexo III estabelece que a qualidade dos serviços de energia elétrica, conforme a legislação que dispõe sobre o regime de concessão e permissão de serviços públicos, será supervisionada por meio de indicadores que a expressem em termos de valores associados a grupos de consumidores, bem como por valores individuais, que representem a qualidade oferecida a determinado consumidor.

A ANEEL instituiu os Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST que, em seu Módulo 8, define os procedimentos relativos à qualidade da energia elétrica - QEE, abordando a qualidade do produto e do serviço prestado. Para a qualidade dos serviços prestados, esse Módulo estabelece a

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metodologia para apuração dos indicadores de continuidade e dos tempos de atendimento a ocorrências emergenciais, definindo padrões e responsabilidades.

A Seção 8.2 do PRODIST - Qualidade do Serviço, item 4, estabelece os procedimentos relativos aos indicadores de tempo de atendimento às ocorrências emergenciais. Dispõe que o atendimento às ocorrências emergenciais deve ser supervisionado, avaliado e controlado por meio de indicadores que expressem os valores vinculados a conjuntos de unidades consumidoras. São avaliados o tempo médio de preparação, o tempo médio de deslocamento e o tempo médio de execução, para apurar o TMAE - tempo médio de atendimento a ocorrências emergenciais.

O indicador “Tempo Médio de Preparação” mede a eficiência dos meios de comunicação, dimensionamento das equipes e dos fluxos de informação dos Centros de Operação. O indicador “Tempo Médio de Deslocamento” mede a eficácia da localização geográfica das equipes de manutenção e operação. E o indicador “Tempo Médio de Execução” mede a eficácia do restabelecimento do sistema de distribuição pelas equipes de manutenção e operação.

Esses dois últimos indicadores estão associados aos serviços terceirizados objeto

dos contratos analisados.

O TMAE se constitui no somatório dos três indicadores citados, representando o tempo médio para atendimento de emergência, expresso em minutos. A distribuidora também deve apurar o percentual do número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia (PNIE), utilizando a seguinte equação:

PNIE = NIE/n x 100,

onde “NIE” é o número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia elétrica e “n” é o número de ocorrências emergenciais verificadas no conjunto de unidades consumidoras, no período de apuração considerado.

O período de apuração desses indicadores é mensal. Foi solicitado à CELG D apresentar os resultados do TMAE e do PNIE para o conjunto de Unidades Consumidoras vinculadas ao Departamento de Serviços Centro, região de Goiânia e entorno, do período de setembro a dezembro de 2015.

Os dados apresentados foram os seguintes:

Quadro 2 – Tempo Médio de Atendimento Emergencial – Setor de Serviços Goiânia Indicador Mês

Setembro/2015 Outubro/2015 Novembro/2015 Dezembro/2015

TMP – Tempo Médio de Preparo 2,79 5,10 8,14 4,08

TMAE – Tempo Médio de Atendimento Emergencial

3,80 6,24 9,20 5,06

NOC – Total de ocorrências consideradas para o cálculo do TMAE

6.818 8.281 12.780 9.368

Total de ocorrências com interrupções 3.468 4.102 6.259 4.711

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Indicador Mês

Setembro/2015 Outubro/2015 Novembro/2015 Dezembro/2015

PNIE – Percentual do número de ocorrências emergenciais com interrupção

50,87% 49,54% 48,97% 50,29%

TMD – Tempo Médio de Deslocamento (chegada no local – acionamento)

0,56 0,60 0,53 0,55

TME – Tempo Médio de Execução (Término de atendimento – chegada no local)

0,45 0,54 0,53 0,43

TMS – Tempo Médio de Execução do serviço de atendimento (TMD + TME)

1,01 1,14 1,06 0,98

Obs.: Tempo em horas. Fonte: Nota Técnica DD-DPCS 016/2016 – Anexo 5.

Os dados do quadro demonstram que os tempos médios aumentaram com o aumento do número de ocorrências. O tempo médio de atendimento emergencial chegou a mais de um dia (9,20 hs.) no mês de novembro, apesar de que o tempo médio de execução (incluindo deslocamento + execução) se manteve e diminuiu em dezembro. Quadro 3 – Tempo Médio de Atendimento Emergencial – Setor de Serviços Entorno de Goiânia

Indicador Mês

Setembro/2015 Outubro/2015 Novembro/2015 Dezembro/2015

TMP – Tempo Médio de Preparo 3,79 6,24 12,34 6,57

TMAE – Tempo Médio de Atendimento Emergencial

5,09 7,71 13,80 7,94

NOC – Total de ocorrências consideradas para o cálculo do TMAE

4.932 5.754 9.857 7.911

Total de ocorrências com interrupções 2.782 3.166 5.473 4.515

PNIE – Percentual do número de ocorrências emergenciais com interrupção

56,41% 55,02% 55,52 57,07%

TMD – Tempo Médio de Deslocamento (chegada no local – acionamento)

0,67 0,69 0,66 0,70

TME – Tempo Médio de Execução (Término de atendimento – chegada no local)

0,63 0,78 0,80 0,67

TMS – Tempo Médio de Execução do serviço de atendimento (TMD + TME)

1,30 1,47 1,46 1,37

Obs.: Tempo em horas. Fonte: Nota Técnica DD-DPCS 016/2016 – Anexo 5.

Para o entorno de Goiânia, os dados do quadro demonstram que, com um número

maior de ocorrências, mês de novembro, os tempos de atendimento chegaram a mais de

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doze horas e que, apesar das ocorrências reduzirem em dezembro, o tempo médio de deslocamento aumentou. Em ambos os quadros, o percentual de ocorrências emergenciais com interrupção ficou em torno de 50%. Para os anos de 2015 e 2014, os dados totais da CELG D foram: Quadro 4 – Tempos Médios de Atendimento Anual – CELG D

Ano NIE NUMOCORR TMD TME TMP

2015 354198 610655 43,36 48,97 310,13

2014 325868 579902 43,22 41,08 232,93

Obs.: Tempo em minutos. Fonte: Dados divulgados pela ANEEL. Para o ano de 2015, os indicadores mensais foram: Quadro 5 – Tempos Médios de Atendimento Mensal/2015 – CELG D

Mês NIE NUMOCORR TMD TME TMP

Janeiro 35446 59785 44,95 55,13 314,46

Fevereiro 32355 52686 45,91 48,22 251,40

Março 34648 58856 45,59 46,61 253,17

Abril 31216 53988 45,11 47,32 303,48

Maio 22452 40244 43,52 31,17 145,92

Junho 18152 32811 42,59 28,99 88,47

Julho 18862 35018 39,75 28,08 120,21

Agosto 17290 31669 40,65 31,51 133,47

Setembro 24202 43616 41,06 48,57 282,40

Outubro 31078 54403 42,25 54,12 331,58

Novembro 46187 78078 41,61 67,80 581,75

Dezembro 42310 69501 44,39 60,76 475,73

Obs.: Tempo em minutos. Fonte: Dados divulgados pela ANEEL. Percebe-se um acréscimo nos tempos médios de preparo e execução ao final do ano, com o aumento das ocorrências.

O quadro a seguir traz um comparativo entre a CELG D e outras 23 Distribuidoras, selecionadas aleatoriamente. Dentre estas, verificou-se que o Tempo Médio de Execução do Serviço de Atendimento - TMS (TMD + TME), em 2015, foi, em média, 88,95 minutos. Onze concessionárias (45% das comparadas) ficaram acima da média, incluindo a CELG D e treze (54% das comparadas), abaixo. Dentre as onze que ficaram acima, a CELG D foi a décima colocada. Comparando-se a quantidade de ocorrências dentre estas

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23 Concessionárias, a CELG D está em terceiro lugar. E, dentre as que possuem o maior número de ocorrências, observa-se que o TMS é bastante variável, tanto acima quanto abaixo da média. Quadro 6 – Tempos Médios de Atendimento Anual – exercício de 2015 – Distribuidoras Diversas

Distribuidora NIE NUMOCORR TMD TME TMD + TME

TMP

ELETROPAULO 76953 145838 36,19 106,94 143,13 417,53

CELPA 429645 523371 21,40 116,35 137,75 115,96

ELEKTRO 171686 251999 53,67 76,85 130,52 415,69

CEMAR 301308 415913 24,17 95,56 119,73 363,87

COELCE 237301 349682 60,94 51,23 112,17 503,92

CELESC DIS 118743 279176 34,94 73,86 108,80 150,45

CPFL Paulista 171718 309144 17,88 88,68 106,56 192,62

CERON 89079 128173 53,04 48,33 101,37 189,86

CEEE D 111882 206220 42,90 50,20 93,10 194,14

CELG D 354198 610655 43,36 48,97 92,33 310,13

ESCELSA 101798 144494 36,03 53,20 89,23 162,42

COELBA 223572 406459 51,36 37,41 88,77 352,07

EMS 127402 185846 36,62 49,13 85,75 286,73

LIGHT 180071 361437 59,66 19,68 79,34 702,76

CELPE 154576 249020 41,52 35,69 77,21 201,33

AMPLA 273687 440033 39,13 36,56 75,69 321,56

COSERN 33110 68597 43,98 29,67 73,65 128,62

BANDEIRANTE 80272 129653 31,46 41,14 72,60 239,54

CEB-DIS 55172 95522 30,45 39,23 69,68 265,79

EMT 214685 333247 31,56 32,62 64,18 293,50

CEAL 61136 126647 31,90 32,12 64,02 171,23

CAIUÁ D 22291 32489 24,49 31,59 56,08 220,97

COPEL-DIS 277563 670641 28,83 19,64 48,47 112,38

CEMIG D 455977 842676 27,70 16,92 44,62 335,30

Obs.: Tempo em minutos. Fonte: Dados divulgados pela ANEEL.

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A CELG D ressaltou, em resposta ao Relatório Preliminar desta auditoria, que, dentre as empresas comparadas no quadro anterior, seu Tempo Médio de Execução do Serviço de Atendimento está pouco acima da média, apesar de ser a empresa que tem um dos maiores números de ocorrências. E que, com a implantação das “Equipes Multifuncionais” dos novos contratos, esse tempo tem melhorado e com perspectivas ainda de grande redução quando o processo estiver todo implantado. Em que pese as observações da CELG D quanto à evolução atual, para o período avaliado nesta auditoria, exercício de 2015, o Tempo Médio de Execução do Serviço de Atendimento foi superior ao do exercício de 2014. ##/Fato##

2.9 Contratação de empresa de parentes de funcionária que possui cargo de direção na CELG D.

Ainda no contexto da avaliação das contratações realizadas pela CELG D, a presente auditoria realizou cruzamento entre os dados dos sócios das empresas contratadas e os funcionários da Concessionária, a fim de identificar eventuais ligações entre os mesmos.

A análise resultou na constatação de existência de contratação de empresa de parentes de funcionária da concessionária, que detém cargo de direção, conforme detalhado no item 1.1.1.6 da segunda parte do presente Relatório de Auditoria. ##/Fato##

3. Conclusão

Verificou-se, por meio do presente trabalho, que a melhoria da gestão de contratações da CELG D é uma das diretrizes do Planejamento Estratégico para o período 2015-2019, que trata do direcionamento a ser perseguido pela empresa em sua atuação nos próximos três anos, identificando prioridades capazes de assegurar que sua atuação seja mais eficiente no curto e médio prazo. O aspecto “Capacidade de fornecedores – serviços”, dentro da Gestão Operacional foi apontado como ponto fraco (deficiência da empresa) e com impacto alto.

As diretrizes estabelecidas no Plano Estratégico para atacar esses pontos, considerados deficientes na gestão da empresa, têm como estratégia principal aumentar a produtividade dos serviços contratados e eliminar os contratos emergenciais. Verificou-se que a CELG D tem evoluído no atingimento desse objetivo. As contratações por dispensa emergencial para manutenção de redes de distribuição de energia, que vinham ocorrendo em virtude dos embargos judiciais às licitações, foram substituídas por contratos provenientes de procedimento licitatório.

No que diz respeito à melhoria da eficiência, as diretrizes estabelecidas no Planejamento Estratégico de definição de responsabilidades, de processo de monitoramento do cumprimento dos contratos e do estabelecimento de indicadores de produtividade e metas para os diversos serviços e equipes, não se concretizaram no

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período avaliado, exercício de 2015. Verificou-se que a avaliação de desempenho das contratadas, está em fase de revisão.

Foi constatada, na amostra de contratos verificada, a necessidade de melhorias na avaliação dos serviços executados pelas empresas terceirizadas e melhorias em seus registros, de forma sistemática, e, ainda, a falta de realização das auditorias técnicas previstas no Projeto Básico.

Quanto ao desempenho, comparando-se a CELG D a outras Distribuidoras, selecionadas aleatoriamente, observou-se que, dentre as que possuem o maior número de ocorrências, o Tempo Médio de Execução do Serviço de Atendimento é bastante variável, ficando tanto acima quanto abaixo da média calculada na comparação. Em relação a outras contratações terceirizadas, mantidas pela CELG D, por meio de cruzamentos de dados foi verificada a existência de contratação de empresa de parentes de funcionária da concessionária que detém cargo de direção no setor responsável pela contratação, denotando que a CELG D precisa implantar mecanismos de controle para que casos análogos não reincidam. As recomendações registradas neste relatório serão acompanhadas por meio do Plano de Providências Permanente da Empresa.

Goiânia/GO, 17 de outubro de 2016.

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_______________________________________________

Ordem de Serviço nº 201600090 1 GESTÃO OPERACIONAL

1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão

1.1.1 Achados de Auditoria

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Dos serviços contratados. Fato

Os serviços contínuos objeto das contratações emergenciais analisadas

compreendem, dentre outros: Para as Equipes Padrão de Manutenção - EPM: - Participar de inspeção de linhas e redes de distribuição, unidades consumidoras e subestações, verificando e levantando materiais e equipamentos, inspecionando e colocando placas de identificação, sinalizando e numerando; - Auxiliar ou executar, sob supervisão, operação, inspeção, manutenção preventiva e corretiva em unidades consumidoras, subestações e linhas de transmissão, ampliando, executando modificações, instalando ou substituindo equipamentos, testando, ensaiando e levantando dados cadastrais; - Desobstruir linhas e redes de distribuição, unidades consumidoras, subestações e linhas de transmissão, retirando insetos e animais ou cortando e podando árvores, mantendo-se as condições normais de operação; - Efetuar levantamento e fiscalização de materiais, máquinas e equipamentos e verificar suas condições de uso; - Efetuar desmembramentos de circuitos para melhoria do Sistema de Distribuição, melhorando os níveis de tensão e o atendimento às unidades consumidoras; - Efetuar extensões de rede para garantir a universalização da energia; - Reparar ou emendar cabos; - Substituir conectores nos cabos de ligação do transformador com a rede; - Efetuar balanceamento de fases; - Reesticar, instalar ou substituir ramal de ligação das unidades consumidoras; etc. Para as Equipes de Atendimento de Emergência - EAE: - Manutenção de emergência em redes de distribuição rural, urbana e subestações – tensão até 34,5 KV; - Auxiliar ou executar manobras, recebendo e liberando equipamentos, em coordenação com o centro de operação de distribuição; - Instalar, operar ou manusear, mediante supervisão, equipamentos de transformação, de medição, analógicos, digitais e gráficos, regulando, observando métodos, critérios técnicos e cuidados necessários; - Desobstruir linhas e redes de distribuição, unidades consumidoras, subestações e linhas de transmissão, retirando insetos e animais ou cortando e podando árvores, mantendo-se as condições normais de operação; - Substituir ou instalar espaçadores; - Substituir ou reparar conectores na rede;

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- Reparar ou emendar cabos condutores; - Reesticar, instalar ou substituir ramal de ligação das unidades consumidoras; etc. Para as Equipes Móveis de Atendimento – EMA: - Instalar, retirar, operar ou manusear equipamentos de transformação, medição, analógicos, gráficos, conforme normas e padrões da empresa; - Instalar ramais de serviços e conexões para atender novos clientes; - Vistoriar, receber, aprovar/reprovar instalações (padrões) para atender novos clientes e/ou mudanças de padrões, com instalação de medidores de energia, colocação, substituição de ramais de serviços e conexões, Grupo “A” e consumidores de áreas rurais; - Executar cortes, religações, ligações novas e substituições e retiradas de medidores e ramais de serviços, medidores para suspensão de fornecimento, mudanças de padrão ou baixa final de contas do Grupo “A” e de áreas rurais; - Efetuar levantamento de cargas residenciais, comerciais, industriais e rurais para cálculo de variação de consumo; - Executar serviços de manutenção de emergência em redes urbanas, rurais, etc.

As equipes de Atendimento de Emergência – EAE são remuneradas por horas de disponibilidade e as Equipe Padrão de Manutenção – EPM são remuneradas por Unidades de Serviço, de acordo com quantidades definidas no Projeto Básico para cada serviço.

A maior parte dos valores contratados (69,6%), na amostra analisada, refere-se às Equipes de Atendimento de Emergência – EAE, que são pagos por disponibilidade. Tabela 4 – Representatividade dos tipos de serviços contratados na amostra analisada

Serviços Valor Contratado (R$)

%

EAE 32.523.819,10 69,6 EPM 13.398.282,65 28,7 EMA 836.745,40 1,8 Total Contratado 46.758.477,15 100

Fonte: Contratos Emergenciais analisados. Tabela 5 – Quantitativo e valores contratados por objeto.

Contrato Empresa Contratada Objeto Quantitativo Preço Unitário

(R$) Valor Total

(R$)

PRGE-60/2015 Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 7.360,00 103,51 761.833,60

PRGE-28/2015 Concelta Construções Elétricas Ltda. EAE 40.890,00 105,35 4.307.761,50

EPM 16.471,00 41,96 691.123,16

PRGE-24/2015 Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 31.320,00 105,93 3.317.727,60

EPM 38.316,00 43,84 1.679.773,44

PRGE-67/2015 Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

EAE 35.040,00 109,16 3.824.966,40

EPM 26.984,90 43,47 1.173.033,60

PRGE-64/2015 Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 26.280,00 105,77 2.779.635,60

EPM 51.391,43 42,01 2.158.953,97

Concelta Construções Elétricas Ltda. EAE 10.320,00 107,66 1.111.051,20

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Contrato Empresa Contratada Objeto Quantitativo Preço Unitário

(R$) Valor Total

(R$)

PRGE-089/2015

EPM 25.118,19 44,66 1.121.778,37

PRGE-68/2015 Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 7.200,00 109,29 786.888,00

EPM 32.683,37 45,55 1.488.727,50

PRGE-85/2015 Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 32.160,00 105,77 3.401.563,20

EPM 29.432,94 42,13 1.240.009,76

PRGE-34/2015 Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 31.040,00 108,82 3.377.772,80

PRGE-87/2015 Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 32.280,00 109,04 3.519.811,20

EPM 32.180,73 45,53 1.465.188,64

PRGE-36/2015 Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 20.320,00 108,61 2.206.955,20

PRGE-78/2015 Mundi Logística e Construções Ltda. EAE 8.640,00 105,68 913.075,20

EPM 24.909,57 42,01 1.046.451,04

PRGE-49/2015 Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EMA 8.610,00 97,14 836.375,40

PRGE-77/2015 Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EAE 20.160,00 109,86 2.214.777,60

EPM 29.813,13 44,72 1.333.243,17

Fonte: Contratos Emergenciais analisados.

##/Fato##

1.1.1.2 INFORMAÇÃO

Histórico das razões que levaram às contratações emergenciais na amostra analisada. Fato

Os processos de contratação por dispensa emergencial, analisados nesta auditoria, tiveram sua proposta de ratificação fundamentada nos Relatórios da Diretoria de Distribuição DD-006/2015, DD-011/2015, DD-012/2015 e DD-015/2015, endereçados à Diretoria Executiva e que culminaram nas Resoluções de Diretoria nºs. 071/15, 095/15, 096/15 e 097/15. Tais relatórios esclarecem que a CELG D vem buscando, desde 2010, através de procedimentos licitatórios, a contratação desses serviços e sempre se deparando com licitações desertas ou suspensas por decisões judiciais. Foi então elaborado um novo Termo de Referência objeto do Processo Licitatório – Pregão Eletrônico nº PR-DPPR 7.20026/2014-DD, cujo edital foi publicado em 15 de julho de 2014, com data de realização definida para 1º de agosto de 2014. Para esse pregão foram feitos dezesseis pedidos de impugnação considerados improcedentes pelos gestores, sendo que o pregão ocorreu normalmente.

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Após a realização do pregão, na mesma data, a CELG D recebeu o Mandato de Intimação nº 14008410 deferido pela Sexta Câmara Cívil do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, suspendendo o Pregão Eletrônico nº PR-DPPR 7.20026/2014-DD e, em 06 de agosto de 2014, sobreveio nova intimação em decisão proferida em Mandado de Segurança expedida pelo Juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual, determinando a suspensão do procedimento. A CELG D demonstrou as providências tomadas no período de agosto a dezembro de 2014, incluindo, interposição de Agravo de Instrumento contra as decisões que suspenderam a licitação; proposição, pela Procuradoria Geral do Estado de Goiás, de

medida de Suspensão de Liminar perante o Tribunal de Justiça, que entendeu que a competência para julgar a ação de suspensão de liminar proposta seria do Superior Tribunal de Justiça; e encaminhamento de procuração específica para que a Procuradoria

do Estado ingressasse com Suspensão de Segurança perante o Superior Tribunal de Justiça. No momento da contratação emergencial, aguardava-se essa última providência. As informações prestadas pelo Presidente da CELG D, em 05 de setembro de 2014, quanto ao Mandado de Segurança impetrado pelas empresas, contra o Pregão Eletrônico 7.20026/2014, na 6ª Câmara Cívil do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás demonstram o histórico dos fatos. Em julho/agosto de 2013 a CELG D pretendeu realizar as licitações na modalidade Pregão Eletrônico nº 7.20002/2013 e 7.20011/2013 para contratação de serviços contínuos de manutenção preventiva em redes de distribuição de energia elétrica; execução de podas de árvores, de forma preventiva; execução de limpeza de faixa;

execução de reformas e melhorias de redes; extensões de redes de distribuição para

atendimentos a pedidos de ligação e aumento de cargas de novos consumidores, dentro do programa de universalização do atendimento; e contratação de empresa especializada

na prestação de serviços contínuos em redes de distribuição de energia elétrica. À época, dois grupos de empresas impetraram ação de Mandado de Segurança com pedido de liminar para suspensão do Pregão Eletrônico nº 7.20002/2013 e um grupo de empresas contra o Pregão nº 7.20011/2013. A alegação das impetrantes foi o fato de que os editais dos certames incluíam planilhas de custo de mão de obra, em que se baseava a fixação do valor do objeto contratado, não condizente com a realidade. Sustentaram que a Justiça do Trabalho tem decidido pela ilegalidade dos valores pagos a título de salários aos empregados contratados pelas empresas terceirizadas, que, por se tratarem de serviços caracterizados como atividade fim da concessionária, os valores dos salários devem ser equiparados aos dos empregados da sociedade de economia mista, pelo princípio da isonomia. Os três processos judiciais impetrados foram distribuídos para a 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual e a todos foi concedida a tutela cautelar desejada, tendo sido suspensos os certames. A CELG D interpôs Agravo de Instrumento pedindo suspensão das Liminares, mas foi indeferido. Os processos dos Mandados de Segurança foram encaminhados para o Ministério Público que manifestou pelo encerramento sem julgamento do mérito, por inadequação da via processual. Essa manifestação se deu em janeiro de 2014 e, segundo informado, até julho, os processos aguardavam na 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual para serem

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conclusos, tendo a CELG D emitido petição solicitando providências que, até setembro de 2014, ainda não haviam sido tomadas. Assim, foi iniciado o procedimento referente ao Pregão Eletrônico 7.20026/2014, marcado para 01 de agosto de 2014. As empresas impetraram Mandado de Segurança sob a mesma alegação dos processos anteriores. O processo foi distribuído para a 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual e a liminar não foi concedida. Porém, as impetrantes apresentaram Agravo de Instrumento e conseguiram decisão pela suspensão na 6ª Câmara Cível. As empresas peticionaram o processo alegando que o objeto do Pregão Eletrônico 7.20026/2014 era o mesmo do Pregão 7.20002/2013. A CELG D interpôs Agravo de Instrumento buscando demonstrar que os objetos não eram idênticos mas teve o indeferimento do pedido. A Procuradoria Geral do Estado entrou com pedido de suspensão de segurança junto ao Presidente do Tribunal de Justiça em 18 de agosto de 2014, mas até início de setembro de 2014 não havia sido emitida decisão. As licitações 7.20002/2013 e 7.20011/2013 foram revogadas sendo solicitado que os processos junto à 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual fossem encerrados, sem julgamento do mérito, por perda do objeto, mas até setembro de 2014 não havia sido emitida decisão. O então Presidente da CELG D explicou que as empresas que vinham tentando embargar as licitações eram as detentoras da maioria dos contratos cuja vigência estava expirando naquele momento, o que obrigaria a CELG D a contratar emergencialmente com as mesmas empresas. Alegou que as empesas contestavam os salários constantes das planilhas de custos integrantes do edital, mas esses valores de salários são os mesmos utilizados nos contratos emergenciais que essas empresas mantinham com a CELG D até aquele momento. Informou que foram consultadas as empresas prestadoras dos serviços de distribuição que não contestavam os valores dos salários judicialmente, tendo em vista que o Acórdão nº 1.039/2014 do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, em seu item 3, determinou que a CELG D se abstivesse de contratar, mediante dispensa de licitação, empresas que vinham debatendo administrativa e judicialmente o modelo da planilha de composição de custos de serviços utilizado pela Companhia, posto que na contratação direta utiliza-se da mesma metodologia de composição de custos unitários. Na Contraminuta apresentada pela CELG D, em 13 de agosto de 2014, nos autos do Agravo de Instrumento em tramitação na Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás afirma-se que, há pelo menos cinco anos, a CELG D vem tendo que se valer de contratos emergenciais para manutenção dos serviços em análise, seja porque os procedimentos licitatórios são interrompidos por liminares judiciais, ou porque nas licitações em que se consegue lograr êxito, nem todos os lotes são arrematados ou as empresas desistem da prestação dos serviços. Por seu lado, as empresas agravantes alegam que no edital do Pregão Eletrônico nº 7.20026/2014 o valor da mão de obra foi vinculado ao do SINDCEL – Sindicato da Indústria da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica no Estado de Goiás e não ao do SITUEG – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias

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Urbanas do Estado de Goiás, que regula o mercado da categoria dos empregados da CELG D. Informam que o Ministério Público do Trabalho promoveu Ação Civil Pública em face da CELG D, perante a Justiça do Trabalho, visando declarar a ilicitude da terceirização das atividades de construção e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica, por entender que se trata de atividade fim da empresa, havendo pedido julgado procedente pelo Tribunal Superior do Trabalho. Aduzem que, em decorrência de entendimentos proferidos pelo Tribunal Superior do Trabalho, tem sido reconhecido pela Justiça do Trabalho o direito à isonomia salarial entre os empregados das empresas prestadoras dos serviços terceirizados e os empregados da concessionária. Consideram que a situação jurídica é desfavorável às empresas que estão sendo processadas e condenadas como responsáveis pelo pagamento das diferenças salariais. Alegam que a concessionária oculta a existência dos problemas de isonomia trabalhista ao publicar um edital constando a função de instalador, quando este empregado, necessariamente, deve possuir curso de eletricista, já que desempenhará a função de manutenção, construção e operação de rede de energia elétrica. Apontam, ainda, a possibilidade de encerramento de suas atividades econômicas em virtude do custeio das demandas e das eventuais condenações na esfera trabalhista. Citam a responsabilidade subsidiária da concessionária perante o juízo trabalhista de acordo com a Súmula 331 do TST. Todos esses questionamentos e procedimentos para suspender a licitação se deram antes de janeiro de 2015, época em que a ELETROBRAS ainda não havia adquirido as ações da CELG D, tornando-se sócia majoritária. Até então, a competência em auditar a CELG D era da Controladoria Geral do Estado de Goiás e a de julgar, do Tribunal de Contas do Estado de Goiás que já vinham tratando do assunto, conforme entendimento que culminou no Acórdão/TCE nº 1.039/2014 já citado. Em 17 de março de 2015, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu a decisão que havia sustado o andamento do processo licitatório, considerando que o caso desses autos era emblemático. De um lado, as empresas questionavam judicialmente o edital de certame destinado à contratação de serviços de manutenção de rede de energia elétrica, e, de outro lado, as mesmas empresas se beneficiavam de contratações emergenciais para a realização dos mesmos serviços que são objeto do Pregão Eletrônico contestado. Nessa decisão constou que tal circunstância foi evidenciada na Nota Técnica da Controladoria do Estado de Goiás e no acórdão do Tribunal de Contas do Estado do Goiás, juntado aos autos, de onde se extrai o seguinte trecho:

“Com efeito, o arcabouço fático da existência de indícios de conluio entre as empresas licitantes, a par de ainda incipiente, parece ser suficiente à provocação por esta Corte de Contas, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica e do Ministério Público Estadual, por intermédio do encaminhamento de cópias dos presentes autos.

Necessária essa ação pelo fato de que as empresas que têm impugnado os certames licitatórios desde o ano de 2009, sob argumento de risco na responsabilização trabalhista a título de isonomia, assim não procederem ao

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serem contratadas diretamente para executarem os serviços objeto da licitação. A título de informação, sem querer direcionar quaisquer suspeitas

exclusivamente para as 12 empresas que impugnaram o presente pregão, verifica-se que estas foram agraciadas, apenas de 01.01.2013 até a presente data [03.04.2014], com 136 das 236 contratações diretas por emergência encaminhadas à análise desta Corte de Contas, perfazendo um valor total de R$ 208.051.630,08 no período. (...)

Neste toar, serve o quadro acima para demonstrar que podem ser falaciosos os argumentos apresentados pelas empresas quando da impugnação e dos mandados de segurança ajuizados, posto que os riscos assumidos pela empresa contratada são os mesmos que esta assumiria acaso fosse contratada por intermédio do procedimento licitatório. Trata-se de comportamento contraditório que, ao meu sentir, corrobora a tese da existência de conluio entre empresas do ramo que têm agido exclusivamente com vistas a frustrar o procedimento licitatório regular instaurado e serem contratadas a maiores preços diretamente (e-stj, fl. 140/141).”

O Relatório de Auditoria de Gestão da Controladoria Geral do Estado de Goiás, referente à prestação de contas anual da CELG D, exercício de 2014, apontou evidências de atuação de empresas organizadas em conluio com o intuito de frustrar procedimento licitatório, objetivando benefício próprio em detrimento dos interesses da administração pública. Registrou que, no exercício de 2014, a CGE/GO emitiu notas técnicas com relação aos editais do Pregão Eletrônico nºs. 7.20011/13, 7.20002/13 e 7.20026/2014, que foram suspensos por meio de Liminar em Mandado de Segurança, cuja manifestação da CGE identificou indícios de conluio e organização em forma de cartel de alguns licitantes, em especial, doze prestadores de serviços contumazes da CELG D, organizados com o objetivo de frustrar a licitação. Consequentemente, a CGE solicitou à CELG D a abertura de procedimento administrativo contra as empresas envolvidas em frustrar procedimento licitatório, informando, também, o fato ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE, ao Ministério Público do Estado de Goiás – MPGO e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE. Em razão disso, o TCE notificou a CELG D por meio do Acórdão nº 1.039/2014 - Plenário sobre o Pregão 7.20002/13-DO e seu reflexo nas inúmeras dispensas de licitação emergenciais realizadas pela CELG D, a saber:

“(...) o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE GOIÁS, pelos votos dos integrantes do seu Tribunal Pleno, ante as razões exposta pelo Relator, em: 1 - Determinar ao Presidente da CELG D que apresente, em um prazo de 15 (quinze) dias, as medidas já adotadas no sentido de reduzir ao mínimo estritamente necessário as hipóteses de contratação direta no âmbito da CELG Distribuição S/A, bem como acerca das irregularidades e sugestões apontadas pela Controladoria Geral do Estado de Goiás, constantes da Nota Técnica nº 14.621/2013; 2 - Determinar ao Presidente da CELG D que adote e demonstre, em um prazo de 60 dias, medidas proativas e reativas no sentido de reduzir ao mínimo estritamente necessário as hipóteses de contratação direta no âmbito da CELG Distribuição S/A;

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3 – Determinar ao Presidente da CELG D que se abstenha de contratar, mediante dispensa de licitação, empresas que vêm debatendo administrativa e judicialmente o modelo da planilha de composição de custos de serviços utilizado por esta Companhia, posto que na contratação direta utiliza-se da mesma metodologia de composição de custos unitários; 4 - Encaminhar copias dos presentes autos ao Ministério Público do Estado de Goiás para apuração da existência de possíveis condutas descritas como ato de improbidade administrativa e como crime na Lei nº 8.666/93; 5 – Encaminhar cópias dos presentes autos ao CADE, nos termos do art. 66, §1o, da Lei 12.529 de 30 de novembro de 2011; 6 - Instaurar imediatamente procedimento de Acompanhamento visando monitorar o efetivo cumprimento da presente decisão. 7 – Instauração imediatamente inspeção visando verificar a comparação entre os preços praticados nas contratações diretas e os custos estimados no bojo dos procedimentos licitatórios instaurados e suspensos judicialmente.”

Após manifestação do TCE, a CELG D comunicou à CGE do recebimento do Mandado de Notificação nº 140009346, de 26 de agosto de 2014, com Decisão Liminar suspendendo, parcialmente, a determinação do item 3 do referido Acórdão, visando garantir às impetrantes a participação em igualdade de condições com as demais empresas concorrentes, já que a suposta prática de conluio entre as mesmas ainda seria apurada em processo administrativo, com devida garantia ao direito de defesa. Considerou a CGE, em seu relatório, os esforços empreendidos pela CELG D na solução das impropriedades relacionadas às contratações emergenciais, em especial a medida registrada no processo CELG D nº 2014/29532-X, Cepnet 201500056000094, que, em atendimento ao recomendado no item 6.1 da Nota Técnica nº 6.910/2014-GEAE/SCI, de 22 de maio de 2014, criou a Comissão Especial de Procedimentos Administrativos – CEPA, cujo trabalho resultou no Relatório Conclusivo – CEPA nº 003/2014. A CGE registrou que o referido processo administrativo foi constituído de nove volumes, incluindo o relatório conclusivo CEPA nº 003/2014, trazendo, ainda, as manifestações de defesa das empresas que questionaram administrativamente ou judicialmente a adoção pela CELG D de preços de mercado constantes na tabela SINAPI/GOIÁS, para estimar os custos de mão de obra na elaboração dos orçamentos das licitações 7.2002/13 e 7.20011/13, bem como, apuração administrativa de possível conduta imprópria das empresas que se organizaram em conluio com o intuito de frustrar e prejudicar a realização de procedimento licitatório da companhia. Segundo consta no relatório da CGE, esse trabalho concluiu pela inexistência de elementos concretos que caracterizassem a prática de conluio ou de atos intencionais com vistas a fraudar o processo licitatório supracitado e recomendou pela não imputação de Declaração de inidoneidade às empresas participantes.

Ficou registrado nas conclusões do Relatório da CGE que esse posicionamento diverge do entendimento da Controladoria Geral do Estado de Goiás – CGE; Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE; Superior Tribunal de Justiça – STJ e jurisprudência do Tribunal de Conas da União – TCU. ##/Fato##

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1.1.1.3 INFORMAÇÃO

Justificativa sobre a escolha do fornecedor decorrente do comportamento das empresas. Fato

As contratações emergenciais analisadas seguiram todas o mesmo trâmite:

consulta a dez empresas que já mantinham contratos com a CELG D, com resposta positiva de somente uma delas, exatamente a que já possuía contrato anterior para o mesmo objeto e região. A única empresa que manifestou interesse em cada contratação propôs acréscimos nos valores praticados no contrato anterior. Diante dessa nova proposta das empresas, a CELG D estabeleceu limites máximos de aceitabilidade de preços, demonstrando que os preços propostos pelas empresas eram inferiores. Foram então enviados novos ofícios para as mesmas dez empresas, informando o valor da proposta recebida pela CELG D e solicitando posição quanto ao interesse na contratação, havendo respostas negativas de nove e positiva da mesma empresa que já havia manifestado interesse. A seguir, um resumo das empresas consultadas e contratadas nos diversos processos: Quadro 7 – Empresas consultadas e contratadas:

Contrato Empresa Contratada CNPJ Empresas Consultadas que responderam negativamente quanto ao interesse na contratação

CNPJ

PRGE-60/2015 Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

33327834000165

Construtora Remo Ltda. 18225557000196

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Santa Maria Construções Elétricas Ltda.-EPP

01360433000110

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

05061494000138

PRGE-28/2015 Concelta Construções Elétricas Ltda.

00837147000130

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Construtora Remo Ltda. 18225557000196

SPO Construtora Ltda. 03308585000108

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Naeng Nacional Engenharia Ltda. 25077181000185

Mundi Construtora Ltda. - EPP 06864798000104

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Contrato Empresa Contratada CNPJ Empresas Consultadas que responderam negativamente quanto ao interesse na contratação

CNPJ

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

05061494000138

PRGE-24/2015 Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

33327834000165

Naeng Nacional Engenharia Ltda. 25077181000185

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

05061494000138

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Construtora Remo Ltda. 18225557000196

PRGE-67/2015 Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

05061494000138

Mundi Construtora Ltda. - EPP 06864798000104

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Visacon Construções e Serviços Ltda. 05696005000114

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

PRGE-64/2015 Mundi Construtora Ltda. - EPP

06864798000104

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Visacon Construções e Serviços Ltda. 05696005000114

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

PRGE-89/2015 00837147000130 Mundi Construtora Ltda. - EPP 06864798000104

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Contrato Empresa Contratada CNPJ Empresas Consultadas que responderam negativamente quanto ao interesse na contratação

CNPJ

Concelta Construções Elétricas Ltda.

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Visacon Construções e Serviços Ltda. 05696005000114

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

PRGE-68/2015 Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

33327834000165

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

05061494000138

Oliveira Construções 21265330000189

Fortpost Projetos Especiais Ltda. 03047696000108

Naeng Nacional Engenharia Ltda. 25077181000185

PRGE-85/2015 Mundi Construtora Ltda. - EPP

06864798000104

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Naeng Nacional Engenharia Ltda. 25077181000185

Visacon Construções e Serviços Ltda. 05696005000114

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

PRGE-34/2015 Mundi Construtora Ltda. - EPP

06864798000104

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

Construtora Remo ltda. 18225557000196

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Contrato Empresa Contratada CNPJ Empresas Consultadas que responderam negativamente quanto ao interesse na contratação

CNPJ

Enerwatt Engenharia Ltda. 07791042000137

Santa Maria Construções Elétricas Ltda. 01360433000110

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

05061494000138

PRGE-87/2015 Mundi Construtora Ltda. - EPP

06864798000104

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Visacon Construções e Serviços Ltda. 05696005000114

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Naeng Nacional Engenharia Ltda. 25077181000185

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

PRGE-36/2015 Mundi Construtora Ltda. - EPP

06864798000104

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Construtora Remo Ltda. 18225557000196

Enerwatt Engenharia Ltda. 07791042000137

Santa Maria Construções Elétricas Ltda.* 01360433000110

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

PRGE-78/2015 Mundi Construtora Ltda. - EPP

06864798000104

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Visacon Construções e Serviços Ltda. 05696005000114

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

PRGE-49/2015 05696005000114 Mundi Construtora Ltda. - EPP 06864798000104

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Contrato Empresa Contratada CNPJ Empresas Consultadas que responderam negativamente quanto ao interesse na contratação

CNPJ

Visacon Construções e Serviços Ltda.

Ética Construtora Ltda. 26631473000180

Elcop Engenharia Ltda. 10360802000166

Construtora Girassol Ltda. 01852037000100

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

SPO Construtora Ltda. 03308585000108

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

GEDAL Engenharia Ltda. 00267366000121

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

PRGE-77/2015 Visacon Construções e Serviços Ltda.

05696005000114

Mundi Construtora Ltda. - EPP 06864798000104

JB Construtora Ltda. 10886138000193

Concelta Construções Elétricas Ltda. 00837147000130

Construtora J. Júnior Ltda. 07943366000143

Construtora Energia Ltda. 01724294000167

Lona Construtora Ltda. 04650186000185

Ômega Construções e Eletricidade Ltda. 00511781000189

Coelgo Engenharia Ltda. 01863515000188

Central Comércio e Construções Élétricas Ltda.

33327834000165

*A mesma empresa foi consultada duas vezes. Fonte: Documentos constantes dos processos de contratação emergencial apresentados pela CELG D. Verificou-se, ainda, dentre as empresas consultadas, existência de vínculos passados. A empresa Lona Construtora Ltda. e a Construtora Girassol Ltda. possuíam vínculo societário comum junto a outra empresa, GLX Construtores Associados SPE Ltda., CNPJ 16.946.446/0001-43. O vínculo entre a Lona Construtora e a GLX se deu até 22 de outubro de 2014 e, entre a Construtora Girassol e a GLX, até 13 de janeiro de 2016, de acordo com os dados do cadastro da Receita Federal. E, um dos sócios da empresa Lona Construtora Ltda. é ex-sócio da empresa Coelgo Engenharia Ltda. e foi administrador da GLX Construtores Associados SPE Ltda. Ressalte-se que as empresas Lona Construtora Ltda., Coelgo Engenharia Ltda. e Construtora Girassol Ltda. também foram contratadas por dispensa emergencial, pela CELG D, em 2015, para os mesmos objetos, de Equipes de Atendimento de Emergência, Equipes Padrão de Manutenção e Equipes Móveis de Atendimento.

Os contratos firmados em 2015 vigoraram entre fevereiro e setembro, por 180 dias. Apesar de não haver prorrogação dos contratos firmados em 2014, o que ocorreu foi a repetição das empresas contratadas anteriormente, para o mesmo objeto, a preços reajustados. O quadro a seguir demonstra os contratos emergenciais de 2014 e 2015 para as empresas da amostra analisada nesta auditoria.

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Quadro 8 – Amostra de contratações emergenciais de 2014 e 2015 para EAE, EPM e EMA.

Contrato Empresa Contratada Objeto Quantitativo* Área de Abrangência Vigência

PRGE-1245/2014

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 8.640,00 Depto. de Serviços Centro

Setembro/2014 a Março/2015

PRGE-60/2015

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 7.360,00 Depto. de Serviços Centro

Março/2015 a Setembro/2015

PRGE-1235/2014

Concelta Construções Elétricas Ltda.

EAE 19.740,00 Depto. de Serviços Norte

Agosto/2014 a Fevereiro/2015

EPM 25.381,04

PRGE-28/2015

Concelta Construções Elétricas Ltda.

EAE 40.890,00 Depto. de Serviços Norte

Fevereiro/2015 a Agosto/2015

EPM 16.471,00

PRGE-1236/2014

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 30.240,00 Depto. de Serviços Sul

Agosto/2014 a Fevereiro/2015

EPM 25.381,62

PRGE-24/2015

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 31.320,00 Depto. de Serviços Sul

Fevereiro/2015 a Agosto/2015

EPM 38.316,00

PRGE-1311/2014

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

EAE 41.760,00 Depto. de Serviços Sul

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 41.912,97

PRGE-67/2015

Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

EAE 35.040,00 Depto. de Serviços Sul

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 26.984,90

PRGE-1292/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 21.600,00 Depto. de Serviços Centro

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 4.748,81

PRGE-64/2015

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 26.280,00 Depto. de Serviços Centro

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 51.391,43

PRGE-1293/2014

Concelta Construções Elétricas Ltda.

EAE 12.690,00 Depto. de Serviços Norte

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 26.689,88

PRGE-089/2015

Concelta Construções Elétricas Ltda.

EAE 10.320,00 Depto. de Serviços Norte

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 25.118,19

PRGE-1308/2014

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 5.640,00 Depto. de Serviços Centro

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 29.173,90

PRGE-68/2015

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

EAE 7.200,00 Depto. de Serviços Centro

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 32.683,37

PRGE-1280/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 26.790,00 Depto. de Serviços Norte

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 23.900,02

EAE 32.160,00 Depto. de Serviços Norte

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Contrato Empresa Contratada Objeto Quantitativo* Área de Abrangência Vigência

PRGE-85/2015

Mundi Logística e Construções Ltda.

EPM 29.432,94 Março/2015 a Setembro/2015

PRGE-1301/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 12.960,00 Depto. de Serviços Centro

Setembro/2014 a Março/2015

PRGE-34/2015

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 31.040,00 Depto. de Serviços Centro

Março/2015 a Setembro/2015

PRGE-1275/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 22.560,00 Depto. de Serviços Nordeste

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 10.288,10

PRGE-87/2015

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 32.280,00 Depto. de Serviços Nordeste

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 32.180,73

PRGE-1289/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 21.600,00 Depto. de Serviços Centro

Setembro/2014 a Março/2015

PRGE-36/2015

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 20.320,00 Depto. de Serviços Centro

Março/2015 a Setembro/2015

PRGE-1310/2014

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 8.460,00 Depto. de Serviços Sul

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 23.709,57

PRGE-78/2015

Mundi Logística e Construções Ltda.

EAE 8.640,00 Depto. de Serviços Sul

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 24.909,57

PRGE-1295/2014

Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EMA 8.820,00 Depto. de Serviços Sul Setembro/2014 a Março/2015

PRGE-49/2015

Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EMA 8.610,00 Depto. de Serviços Sul Março/2015 a Setembro/2015

PRGE-1316/2014

Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EAE 32.430,00 Depto. de Serviços Sul

Setembro/2014 a Março/2015

EPM 25.565,39

PRGE-77/2015

Visacon - Engenharia, Construções e Serviços Ltda.

EAE 20.160,00 Depto. de Serviços Sul

Março/2015 a Setembro/2015

EPM 29.813,15

*O quantitativo refere-se a equipes/hora de EAE e EMA e Unidades de Serviço de EPM. Fonte: Processos de contratação emergencial apresentados pela CELG D.

Verificou-se que a CELG D efetuou consulta às empresas que já mantinham contratos com a concessionária. Na amostra analisada não houve consulta a outras empresas do ramo, ou de outros estados, não contratadas pela CELG, sobre o interesse nas contratações. A esse respeito, em resposta ao Relatório Preliminar enviado, a CELG D esclareceu que todas as empresas do ramo no Estado de Goiás foram consultadas, para os lotes como um todo. Foram consultadas trinta empresas no total dessas contratações e todas, historicamente, participam de procedimentos licitatórios da CELG D, estando

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devidamente cadastradas. Assim, são selecionadas empresas que têm expertise na prestação do serviço e também cadastro na CELG. Segundo ainda, a empresa, as respostas negativas, em sua grande maioria, foram motivadas por se tratar de um contrato por seis meses onde é necessário um investimento alto para início dos trabalhos para pouco tempo de execução dos serviços, o que, a princípio, torna impossível a recuperação do capital investido, sendo este o motivo pelo qual não foram realizadas consultas a empresas de outros estados.

Assim, a escolha do fornecedor se deu em decorrência do comportamento das empresas, tendo em vista que somente uma empresa apresentou proposta em cada lote, enquanto a licitação não pôde ser concluída. Atualmente, as contratações desses serviços não mais ocorrem por dispensa emergencial, já tendo sido licitadas. ##/Fato##

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Necessidade de melhorias na avaliação dos serviços executados pelas empresas terceirizadas e em seus registros de forma sistemática e auditável. Fato

De acordo com o Manual de Atribuições da CELG D, as atribuições dos setores

da Diretoria de Distribuição, envolvidos no gerenciamento das contratações objeto de análise desta auditoria são, dentre outras, as destacadas a seguir:

- Da Superintendência de Serviços:

- supervisionar contratos de prestação serviços terceirizados de sua área de atuação, analisar e aprovar as produções das empreiteiras apresentadas pelos seus Departamentos.

- Do Departamento de Coordenação de Serviços – DD-DPCS - item 6.8.4.1 do Manual: - acompanhar a execução dos contratos atinentes à área da Diretoria de Distribuição – DD e vinculados à Superintendência de Serviços, verificando o cumprimento do cronograma e das cláusulas contratuais e avaliar o desempenho das contratadas; - avaliar, com base em critérios objetivos estabelecidos ou adotados o desempenho das contratadas no tocante às condições pactuadas, estabelecendo a qualificação das empresas; - atualizar o Manual de Fiscalização e Avaliação de Desempenho de Empreiteiras de Obras e Serviços; - acompanhar os processos de faturamentos realizados nos Setores de Serviços, verificando sua pertinência, encaminhando-os para aprovação da Superintendência de Serviços; e - elaborar Termo de Encerramento e Quitação dos contratos da Superintendência de Serviços. - Dos Departamentos de Serviços – itens 6.8.4.2 a 6.8.4.5 do Manual:

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- coordenar e controlar os contratos dos serviços terceirizados, acompanhando o cumprimento das obrigações contratuais e cronogramas, avaliando o desempenho das empresas e aprovando os serviços executados através das medições apresentadas.

- Dos Setores de Serviços – subitens dos itens 6.8.4.2 a 6.8.4.5 do Manual: - elaborar e enviar mensalmente ao seu Departamento a produção dos serviços técnicos terceirizados, acompanhando e exigindo o cumprimento dos cronogramas, avaliando o desempenho das empreiteiras e demais obrigações contratuais. A avaliação do desempenho das empresas e do cumprimento de cronogramas está indicada como uma atribuição de todos os setores citados. As faturas, folhas de medição e relatórios de produção constantes dos processos de pagamento demonstram que a análise e aprovação da produção está registrada. Contudo, no que se refere à avaliação de desempenho, verificou-se que há necessidade de maior sistematização do processo. Nos processos de pagamento que se referiam à execução final dos contratos analisados nesta auditoria foi verificada a “Ficha de Avaliação Final de Obras/Serviços”, descrita como uma ficha de avaliação da qualidade e administração de Obras/Serviços, preenchida pelo gerente da área responsável. A Ficha de Avaliação Final de Obras/Serviços possui catorze questões que abrangem o cumprimento de prazos de execução, ocorrências de recebimento de advertência, comparecimento do responsável técnico, cumprimento de obrigações trabalhistas, qualidade do serviço, cumprimento de normas ambientais, existência de pendências, etc. As respostas a serem preenchidas são “sim” e “não”, com atribuição de notas variando de 1 a 10. Dos trinta e cinco processos de pagamento analisados, essa ficha foi encontrada em seis, detalhadas a seguir. Quadro 9 – Informações constantes das Fichas de Avaliação verificadas nos processos da amostra analisada.

Empresa Processo de Pagamento

Contrato Serviço/Obra Resultado

Concelta Construções Elétricas Ltda.

15-514514-9 PRGE-28/2015 EMA A nota para o quesito de comparecimento do responsável técnico foi 3 e, para os demais quesitos variaram de 7 a 10

Mundi Construtora Ltda.

15-516814 PRGE-87/2015 EAE, EPM As notas atribuídas variaram de 8 a 9

Visacon Engenharia Construção e Serviços Ltda.

15-513460-7 PRGE-77/2015 Serviços de Manutenção As notas atribuídas variaram de 8 a 10

Visacon Engenharia Construção e Serviços Ltda.

15-517733-3 PRGE-77/2015 Serviços de Manutenção As notas atribuídas variaram de 8 a 10

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

15-513447 PRGE-68/2015 Serviços de atendimento com equipes de EAE e EPM

As notas variaram de 7 a 9, sendo que os três quesitos que receberam 7 estavam associados a advertências, qualidade do serviço e cumprimento do projeto básico

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

15-514942 PRGE-68/2015 Serviços de atendimento com equipes de EPM

As notas variaram de 7 a 9, sendo que os três quesitos que receberam 7 estavam associados a advertências, qualidade do serviço e cumprimento do projeto básico

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Fonte: Processos de pagamento da amostra analisada nesta auditoria.

De acordo com as instruções da Ficha de Avaliação, uma de suas vias deveria ser

entregue ao Departamento de Controle de Contratos, que analisaria as informações e registraria em seu banco de dados de avaliação de desempenho de empreiteiras de Obras/Serviços. Diante dessa previsão foi solicitado à CELG D disponibilizar os registros desse banco de dados, ou outros existentes, de forma consolidada, quanto ao desempenho das empresas de treze contratos analisados nesta auditoria, no que se refere, dentre outros, à qualidade dos serviços executados e ao cumprimento dos cronogramas dos serviços prestados objeto dos contratos. A CELG D, por meio do PR0405/16, encaminhou a Nota Técnica DD-DPSC-016/2016 da Superintendência de Serviços apresentando, à título de exemplo, algumas avaliações finais das empresas objeto da amostra. Foram apresentadas treze Fichas de Avaliação Final de Obras/Serviços, acompanhadas dos Termos de Recebimento Definitivo e Termos de Encerramento de Contratos, conforme detalhado a seguir. Quadro 10 – Informações constantes das Fichas de Avaliação apresentadas

Empresa AFS Serviço/Obra Resultado Endicon Engenharia de Instalações e Construções Ltda.

9214883 E Construção e extensões (Universalização Urbana)

Nota 6 no comparecimento do responsável técnico; 6,5 no cumprimento de prazo; 7 na qualidade dos serviços prestados; 7,5 no atendimento das normas ambientais e o restante dos quesitos acima de 8, havendo nota 10 para 4 quesitos

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

9214672 E Construção e extensões (Universalização Urbana)

As notas atribuídas variaram de 8 a 10

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

9214534 E EAE e EPM As notas variaram de 7 a 9, sendo que os três quesitos que receberam 7 estavam associados a advertências, qualidade do serviço e cumprimento do projeto básico

Central Comércio e Construções Elétricas Ltda.

9214673 E Construção e extensões (Universalização Urbana)

As notas atribuídas variaram de 8 a 10

Mundi Construtora Ltda. – EPP

9214668 E Construção e extensões (Universalização Urbana)

As notas atribuídas variaram de 7 a 10, sendo que a menor referiu-se ao quesito referente ao comparecimento do responsável técnico

Mundi Construtora Ltda. – EPP

9214669 E Manutenção/melhoria de RDU e RDR

As notas atribuídas variaram de 7 a 10, sendo que a menor referiu-se ao quesito referente ao comparecimento do responsável técnico

Mundi Construtora Ltda. – EPP

9214871 E Manutenção/melhoria de RDU e RDR

As notas atribuídas variaram de 7 a 10, sendo que a menor referiu-se ao quesito referente ao comparecimento do responsável técnico

Mundi Construtora Ltda. – EPP

9214879 Construção e extensões (Universalização Urbana)

As notas atribuídas variaram de 8 a 9

Mundi Construtora Ltda. – EPP

9214538 Manutenção preventiva e de emergência

Foi atribuída nota 8 para todos os quesitos

Mundi Construtora Ltda. – EPP

9214880 Manutenção/melhoria de RDU e RDR

Foram atribuídas notas de 8 a 9

Concelta Construções Elétricas Ltda.

9214486 E EMA A nota para o quesito de comparecimento do responsável técnico foi 3 e, para os demais quesitos variaram de 7 a 10

Concelta Construções Elétricas Ltda.

9214563 E Manutenção preventiva e de emergência

Foi atribuída nota 5 para os quesitos referentes ao comparecimento do responsável técnico à obra e adequação dos alojamentos

Visacon Engenharia Construção e Serviços Ltda.

9214700 E Construção e extensões (Universalização Urbana)

Foram atribuídas notas de 8 a 10

*Autorização de Fornecimento de Serviço. Fonte: Fichas de Avaliação encaminhadas anexas à Nota Técnica DD-DPSC-016/2016.

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Foi informado, ainda, que o Departamento de Coordenação de Serviços - DD-DPCS também realiza amostragens de alguns serviços e empreiteiras visando apurar a qualidade e recursos disponíveis na execução dos mesmos. Contudo, foram apresentados apenas dois exemplos dessa avaliação, mas para outra empreiteira não constante dessa amostra.

Foi solicitado à CELG D informar em quais momentos a Ficha de Avaliação é preenchida e se há um somatório de avaliações parciais, descrevendo-se o fluxo dessa rotina de acompanhamento/avaliação.

Foi respondido que a CELG D, atualmente, não realiza avaliações parciais das contratadas. A Ficha de Avaliação Final de Obras/Serviços é preenchida no encerramento do contrato e se constitui em uma avaliação geral do contratado referente ao período trabalhado. Essa avaliação é realizada pelo gestor do contrato e mantida no processo de encerramento contratual, a qual é disponibilizada ao Departamento de Cadastro e Avaliação de Fornecedores quando solicitada, o que ocorre quando os contratados requerem o atestado de capacidade técnica. Acrescentou, que, essa ficha de avaliação está em processo de revisão e será integrada ao sistema de controle de obra, com emissão regular a cada medição de serviços, ou seja, o contratado passará a ser avaliado mensalmente.

A CELG D também informou que os contratados são inspecionados, periodicamente, por equipes de avaliação que verificam, entre outras, as condições das instalações de seus funcionários, as ferramentas utilizadas, as condições de tráfego dos veículos, os requisitos de segurança e medicina do trabalho e o cumprimento dos contratos em sua íntegra. Contudo, não demonstrou os registros dessas inspeções para os contratos em questão.

A CELG D informou, ainda, que, estão em elaboração e revisão as instruções técnicas contendo parâmetros para prazos de execução e encerramento das obras da distribuição e avaliação técnica das empreiteiras e que essas instruções propiciarão as condições para avaliação do desempenho das contratadas em tempo real de forma consolidada e auditável.

Do exposto, não foi demonstrado um banco de dados conforme a indicação da Ficha de Avaliação, além do fato de que tais fichas não apresentam mais detalhes sobre quais foram as advertências, descumprimentos, além da resposta “sim”, “não” e das notas. Também não foi apresentada uma posição de desempenho quanto a cada contrato. ##/Fato##

Causa

Apesar de a avaliação do desempenho das empresas e do cumprimento de

cronogramas estar indicada como uma atribuição dos citados setores da Diretoria de Distribuição, envolvidos na gestão das contratações terceirizadas de serviços de manutenção de redes, esse processo ainda não foi sistematizado de forma a explicitar os registros individualizados e consolidados dessa avaliação e acompanhamento. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta ao Relatório Preliminar desta auditoria, a CELG D, por meio do PR-

1042/2016, de 09 de agosto de 2016, assim se manifestou:

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“A CELG D informa que já se encontra implementado no “Sistema SGT-Obras” o mecanismo de registro das Ordens de Serviços (constando os serviços a serem executados) e o acompanhamento da execução dos serviços com emissão de relatórios de fiscalização. Quanto à avaliação mensal, está em elaboração, com a participação de 2 engenheiros da Superintendência de Serviços, a “Instrução Técnica de Avaliação das Empreiteiras”, cuja finalização está prevista para no máximo 60 dias.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da CELG D demonstra que a sistematização do processo de

avaliação do desempenho das empresas está em fase final de elaboração, corroborando os apontamentos de que não há registros consolidados quanto ao desempenho das empresas no que se refere à qualidade dos serviços prestados e ao cumprimento de cronogramas. Tal avaliação é imprescindível para um melhor acompanhamento da execução dos serviços de manutenção de redes de distribuição e dos resultados alcançados pelas empresas terceirizadas quanto à qualidade dos serviços prestados, medida, dentre outros, pelos indicadores de tempo de atendimento a ocorrências. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Implementar os mecanismos previstos nos novos projetos básicos de contratação de empresas especializadas para execução de serviços de manutenção corretiva, serviços comerciais e emergenciais no sistema de distribuição de energia elétrica, de: entregar Ordens de Serviço à contratada, constando a relação de serviços a serem executados; registrar, por meio de relatórios de fiscalização, o acompanhamento da execução dos serviços por parte da CELG D; e realizar avaliação mensal de desempenho das contratadas, baseado nos diversos relatórios de fiscalização e anotações diárias. 1.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Falta de realização das auditorias técnicas previstas no Projeto Básico. Fato

Os processos de contratação auditados tiveram como base o Projeto Básico, de

dezembro de 2003, proveniente da licitação nº. 03/22689-2. O seu item 1.7 – “Avaliação de Desempenho”, prevê que as empresas seriam avaliadas ao longo da vigência do contrato através de uma auditoria técnica, administrativa e financeira, que buscaria o cumprimento das obrigações constantes do edital, anexos e Projeto Básico, no mínimo uma vez a cada seis meses, de forma a buscar a qualidade dos serviços e como etapa para a busca da Certificação da Qualidade, através de Normas de Reconhecimento Internacional (ISO).

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E, os itens 2.3.5-i e 3.3.5-i do citado Projeto Básico preveem que, além da fiscalização dos serviços, efetuada pelos centros regionais, a contratada seria submetida a auditorias técnicas e administrativas, aleatórias, designadas pela CELG. Assim, no Projeto Básico estão previstas a fiscalização e o acompanhamento da execução dos serviços e das medições e a avaliação de desempenho, distintamente. Em que pese os contratos da amostra analisada se referirem a um período de seis meses, tendo em vista tratarem-se de dispensa de licitação emergencial e não de uma contratação contínua para um período mais longo, conforme definido no Projeto Básico de 2003, verificou-se que essa contratação por seis meses ocorreu também em 2014, com as mesmas empresas, além de outros anos. Dessa forma, foi solicitado à CELG D informar se essa auditoria técnica prevista no Projeto Básico foi realizada em 2015, apresentando seu resultado por meio de relatórios ou outros documentos.

Por meio da Nota Técnica DD-DPSC-016/2016, da Superintendência de Serviços, foi informado que tal auditoria não ocorreu por motivos que extrapolaram as ações administrativas dos gestores dos contratos e que os controles existentes foram acionados durante a execução dos serviços, ou seja, durante a vigência dos contratos houve fiscalizações intermediárias dos serviços executados pelas contratadas, inspeção da segurança do trabalho, avaliação de desempenho e principalmente, busca de resultados práticos com vistas à melhoria dos indicadores de atendimento aos consumidores.

Não foram indicados os motivos que impediram a realização das auditorias previstas no Projeto Básico nem apresentado o resultado das fiscalizações intermediárias apontadas.

O Termo de Referência de junho de 2014, que definiu as condições gerais para a prestação dos serviços para as novas contratações, vigentes em 2016, decorrentes do Pregão Eletrônico nº 7.20026/2014, prevê em seu item 3.7 – “Avaliação de Desempenho” que as empresas serão avaliadas ao longo da vigência do contrato por meio de auditoria técnica, administrativa e financeira que buscará o cumprimento das obrigações constantes do edital e Termo de Referência, conforme o “Manual de Fiscalização e Avaliação de Desempenho de Empreiteiras de Obras e Serviços”, versão vigente da CELG D.

Foi solicitada a apresentação do mencionado manual, tendo a Concessionária respondido que está em elaboração e que o acompanhamento dos contratos deve se dar conforme os requisitos de fiscalização e avaliação constantes do edital e Termo de Referência da licitação. Em que pese o Projeto Básico definir as condições de prestação dos serviços, prever a fiscalização por parte dos gestores dos contratos e definir a realização de avaliação técnica e de desempenho das empresas, não define de que forma os registros dessa fiscalização e avaliação serão sistematizados. O Planejamento Estratégico da CELG D evidenciou a necessidade de melhorias nos processos corporativos, dentre eles a gestão de fornecedores de serviços, por meio do monitoramento dos contratos e busca da melhoria da produtividade e eficiência dos serviços contratados. Foi avaliado que os contratos emergenciais existentes para serviços de emergência traziam alta rotatividade de pessoal, baixa produtividade, retrabalho e dificuldades para o gestor atuar de maneira eficaz.

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O escopo dessa estratégia inclui, conforme lá estabelecido, a definição de responsabilidades e processo de monitoramento do cumprimento dos contratos dentro do modelo de terceirização para os diversos processos da CELG D. Das análises realizadas nos contratos que vigoraram em 2015, verificou-se que tais definições ainda não se concretizaram plenamente. ##/Fato##

Causa

Apesar da previsão das auditorias técnicas constar do Projeto Básico, e das

atribuições dos setores da Diretoria de Distribuição, envolvidos na gestão das contratações terceirizadas de serviços de manutenção de redes, o processo ainda não foi implementado satisfatoriamente. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta ao Relatório Preliminar desta auditoria, a CELG D, por meio do PR-

1042/2016, de 09 de agosto de 2016, assim se manifestou: “Estas auditorias serão realizadas em conformidade com a “Instrução Técnica de Avaliação das Empreiteiras”. Assim como mencionado no item anterior a previsão para iniciar estas auditorias/avaliações é de no máximo 60 dias.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação da CELG D demonstra que a sistematização do processo de

avaliação do desempenho das empresas está em fase final de elaboração, corroborando os apontamentos de que a melhoria nos processos de gestão de fornecedores, por meio de monitoramento dos contratos e busca de melhoria da produtividade e eficiência dos serviços contratados ainda não foi implementada. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Realizar as auditorias técnicas previstas no Projeto Básico das contratações de empresas especializadas para execução de serviços de manutenção corretiva, serviços comerciais e emergenciais no sistema de distribuição de energia elétrica, ao longo da vigência dos contratos. Recomendação 2: Concluir a elaboração da "Instrução Técnica de Avaliação das Empreiteiras", conforme indicado, com vistas a sistematizar a avaliação de desempenho das empresas terceirizadas. 1.1.1.6 CONSTATAÇÃO

Manutenção de contratação de terceirizado, parente de funcionária da alta direção da empresa, em 2015, em desacordo com a vedação contida no Decreto nº 7.203/2010, que trata sobre situações de nepotismo na Administração Pública Federal.

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Fato

A partir do cruzamento de dados (CNPJ das empresas contratadas x CPF dos

funcionários da empresa) feito pela CGU, identificou-se ligação entre uma funcionária da CELG D e uma empresa que recebeu pagamentos referentes a dois contratos com a CELG D em 2015.

A pessoa em questão é (CPF: ***.747.081-**) funcionária da CELG desde 1986 (conforme RAIS 2014) e ocupante do cargo de Superintendente de Planejamento e Gestão desde 04 de janeiro de 2011.

O primeiro contrato (Contrato PRGE – 387/2010) foi firmado com a empresa MF Engenharia e Consultoria Ltda. em 06 de outubro de 2010 e foi prorrogado como serviço contínuo até 07 de outubro de 2014. Seria prorrogado por mais um ano, mas como os trâmites demoraram e a vigência expirou, o Presidente da CELG D não autorizou a prorrogação. Seu objeto foi a contratação de serviços contínuos especializados em Gestão por Processos, para execução de mapeamento e redesenho dos processos organizacionais da CELG D e realização de auditoria para verificar a efetiva aplicação das atividades mapeadas.

O valor total do contrato incluindo as prorrogações e reajustes foi de R$ 760.229,64. Em 2015 foi paga a última parcela do contrato.

O segundo contrato (Contrato PRGE – 451/2010), também com a empresa MF Engenharia e Consultoria Ltda., foi firmado em 10 de novembro de 2010 e prorrogado como serviço contínuo até 2015, conforme Quarto Termo Aditivo. Os documentos do processo nº 10/2335-6 informam que os serviços foram prestados até novembro/2015, tendo havido trâmites para prorrogação do contrato que não se concretizaram. O valor total do contrato, incluindo as prorrogações e reajustes, foi de R$ 979.542,44. Os recursos pagos em 2015 atingiram o montante de R$ 187.645,77. Seu objeto foi a contratação de serviços contínuos para apoio a ações relacionadas ao Sistema de Gestão de Qualidade concernentes à manutenção, acompanhamento e implementação de melhorias, em conformidade com as Normas NBR ISO 9001, versão 2008, com vistas ao alcance da melhoria da gestão da CELG D.

À época, as contratações se deram por meio de Pregão Presencial onde a empresa foi a única participante a apresentar propostas nos dois certames. Foi verificado, também, que os Atestados de Capacidade Técnica constantes dos dois processos são, dentre outros, da própria CELG D e demonstram que a empresa MF Engenharia e Consultoria Ltda. já havia prestado serviços à CELG D desde 2006 até 2010 por meio de outros contratos.

Consultando os documentos apostos aos processos e, com base no cadastro da Receita Federal, identificou-se que a empresa contratada, MF Engenharia e Consultoria Ltda., tem como sócios: - CPF: ***.375.441-**; e - CPF: ***.393.131-**.

Ambos são irmãos da funcionária da CELG D e ex-sócia da empresa. Ela se retirou da empresa em maio de 2005 quando a irmã passou a ser sócia.

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A análise documental revelou que o setor que demandou os serviços nos dois processos foi a Superintendência de Planejamento e Gestão. Ocorre, porém, que, a funcionária em comento ocupa o cargo de Superintendente deste setor desde 04 de janeiro de 2011, sendo que o produto do trabalho resultante da execução dos contratos com a empresa dos irmãos está inserido nas atribuições do setor. O gestor formal dos dois contratos foi o Superintendente de Planejamento e Gestão – PR-SPPG à época da contratação, nomeado pela Portaria nº. 324/09, a qual considerou que o acompanhamento iria “respaldar as áreas da Superintendência de Planejamento e Gestão – PR-SPPG no que se refere à eficiência e qualidade, preservando os interesses da empresa.”. Nota-se que, apesar de ter mudado a titularidade da Superintendência logo após a contratação, não houve mudança formal na gestão dos contratos, ficando o funcionário supracitado exercendo a gestão dos contratos mesmo ocupando cargo em área diversa da Superintendência (Diretoria Técnica).

Vale ressaltar, ainda, que, o Manual de Atribuições da CELG D em seu item 6.2.4.1, define que cabe ao Departamento da Gestão e Controle de Resultados, vinculado à Superintendência de Planejamento e Gestão, “Orientar e supervisionar a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)”, comprovando que a gestão dos produtos dos contratos referia-se a assuntos de responsabilidade da citada Superintendência. De acordo com o Decreto nº 7.203/2010 que dispõe sobre a vedação do nepotismo na Administração Pública Federal, art. 7º, os editais de licitação para a contratação de empresa prestadora de serviço terceirizado, deverão estabelecer vedação de que familiar de agente público preste serviços no órgão ou entidade em que este exerça cargo em comissão ou função de confiança. Ressalta-se que embora à época da licitação a empresa auditada estivesse sob gestão estadual, a qual não traz a vedação ora discutida, a partir de janeiro de 2015, quando a CELG D foi federalizada, a manutenção de contratação de terceirizado parente configura afronta ao citado Decreto. A execução dos serviços, conforme documentos constantes dos processos, foi realizada pelo irmão da Superintendente que é o principal sócio da empresa. ##/Fato##

Causa

A Superintendente de Planejamento e Gestão e os gestores do Contrato PRGE –

451/2010 permitiram a prestação de serviços, referentes a assuntos de responsabilidade de sua área, por familiar, contrariando dispositivo do Decreto nº 7.203/2010. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta ao Relatório Preliminar desta auditoria, a CELG D, por meio do PR-

1042/2016, de 09 de agosto de 2016, assim se manifestou: “De acordo com informações colhidas junto aos interessados, esclarecemos que empresa MF Engenharia foi constituída no ano de 2003 em razão de uma exigência de uma empresa a qual o sócio majoritário prestava serviços à época como pessoa física, que resolveu que só manteria a contratação se este constituísse uma pessoa jurídica.

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Como para constituir uma empresa necessário se faz a presença de no mínimo de 2 pessoas, figurando no quadro societário com no mínimo 0,5% do capital social, o então sócio majoritário, irmão da referida funcionária da Celg D, pediu auxílio à mesma, a qual prestou-se a integrar o quadro como sócia minoritária, detendo somente 0,5% do capital social, à época no valor de R$ 5.000,00. Ressalte-se que à época tal prestação de serviços ocorria em outra unidade da federação (São Paulo), e não guardava qualquer relação com a área de distribuição de energia elétrica. Com a intenção do sócio majoritário de prestar serviços para empresas no estado de Goiás, a funcionária da CELG D exigiu a sua retirada do quadro societário da empresa MF Engenharia, o que aconteceu em maio de 2005. Portanto, desde já observa-se que a referida funcionária da Celg D figurou no quadro societário da empresa MF Engenharia muitos anos antes da referida empresa vir a prospectar serviços no estado de Goiás, e mais ainda antes de prestar serviços para a Celg D. No tocante à contratação da empresa MF Engenharia, é bom frisar que a realização dos Pregões Presenciais para contratação dos serviços de apoio a Gestão por Processo e ao Sistema de Gestão da Qualidade, obedeceram a todas as diretrizes legais, incluindo sua divulgação pelo Diário Oficial, jornal de circulação nacional, pelo sítio eletrônico da empresa e mural da comissão de licitações, conforme o próprio relatório da CGU atestou. E, diversamente do que afirmou o relatório, a licitação dos serviços despertou o interesse de 15 empresas que acessaram por meio eletrônico o sítio da empresa – Anexo II. Dentre estas, vale a pena citar o nome de algumas empresas conhecidas nacionalmente na execução de serviços correlatos para outras concessionárias de energia elétrica como a Deloitte, entre outras como a Sobrado Engenharia. Assim, por mais que somente a empresa MF Engenharia tenha participado do Pregão Presencial, o procedimento licitatório ocorreu da forma mais transparente possível, não devendo recair sobre ele qualquer tipo de incerteza. Somente para argumentar, esclarece-se que quanto aos atestados de capacidade técnica da MF Engenharia, parte deles referem-se realmente a serviços prestados pela empresa à própria CELG D em anos anteriores. Porém são complementados com outros emitidos por entidades como Vivo, Anatel e Grupo Coral – Anexo III. Sendo assim, não paira qualquer tipo de dúvida ou irregularidade sobre o procedimento de contratação da empresa MF Engenharia, relembrando mais uma vez que esta contratação se deu bastante tempo depois que a funcionária da Celg D se retirou dos quadros societários da mesma. O produto entregue ao longo da execução do Contrato e de seus Aditivos atendeu plenamente aos requisitos do objeto da licitação, transformando-se numa ferramenta importantíssima para constituição dos planos de ação necessários ao desenvolvimento das estratégias estabelecidas pelo Planejamento Estratégico da Celg D. Consta Anexo IV Notas Técnicas de gestores de várias áreas da empresa que comprovam a qualidade dos serviços prestados pela MF Engenharia no âmbito da CELG D.

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Quanto à possibilidade de favorecimento da funcionária da Celg D na gestão dos contratos firmados com a empresa MF Engenharia, quando esta assumiu a Superintendência de Planejamento e Gestão, tal hipótese é totalmente descabida. Na realidade, em atendimento a Normativas Internas todos os contratos usualmente são acompanhados por 3 (três) gestores. Para os contratos PRGE 387/2010 e PRGE 421/2010 em comento, inicialmente foram nomeados pela Portaria 324/2009 (Anexo V) os funcionários que ocupavam os cargos de Superintendente de Planejamento e Gestão (PR-SPPG), Departamento de Planejamento e Orçamento (PR-DPPO) e Departamento de Desenvolvimento Organizacional (PR-DPDO). Com a investidura da funcionária da Celg D à Superintendência de Planejamento e Gestão, e tendo conhecimento do grau de parentesco existente entre ela e o sócio da empresa MF Engenharia, o então Superintendente de Planejamento e Gestão encaminhou uma consulta ao jurídico da empresa consultando sobre a existência de algum tipo de conflito. Em despacho exarado no corpo da própria consulta (Correspondência Interna – CI 069/2010 – Anexo VI) o Procurador Geral da Celg D considerou inexistir qualquer conflito, haja visto que a contratação da empresa ocorreu antes da funcionária assumir a Superintendência. Mas também sugeriu “que a servidora ocupante da Superintendência se abstenha de atestar e/ou fazer medição dos serviços prestados, deve delegar a gestão do contrato neste aspecto.” Acatando o parecer jurídico, foram mantidos os mesmos gestores designados pela Portaria 324/2009, e a funcionária se absteve de atuar na gestão dos referidos contratos, como se pode aperceber dos levantamentos realizados pela Controladoria junto aos procedimentos administrativos internos. A prestação dos serviços pela MF sempre obedeceu estritamente ao objeto dos Contratos não trazendo qualquer tipo de prejuízo para a Empresa; pelo contrário, conforme mencionado no parágrafo anterior, o que foi entregue contribuiu para a modernização da empresa, constituindo-se numa demonstração da adoção de boas práticas de gestão. Sendo assim, não houve qualquer interferência ou mesmo favorecimento por parte da funcionária em relação aos contratos mantidos pela MF Engenharia com a Celg D, inobstante o vínculo familiar existente entre ela e o sócio da referida empresa. Pelo exposto, não há porque considerar que a Superintendente de Planejamento e Gestão permitiu a prestação de serviços referentes a assuntos de sua área, por empresas de propriedade de seus familiares.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

As considerações apresentadas quanto à inclusão e posterior exclusão da

Superintendente como sócia da empresa não alteram a situação em si. Mesmo que ela nunca tivesse sido sócia da empresa, continuaria havendo a situação de conflito - prestação de serviço por terceirizado parente de ocupante de cargo em comissão ou função de confiança no órgão, sendo que, no caso, o terceirizado é também o principal sócio da empresa contratada. E o setor demandante da contratação é exatamente o que sua parente está diretamente envolvida. Mesmo considerando que ela não é gestora direta do contrato, nem ateste faturas ou aprove seus pagamentos. Apesar de a retirada da sócia, que também é Superintendente da CELG D, ter ocorrido em maio de 2005, pelos Atestados de Capacidade Técnica constantes dos processos licitatórios, desde outubro de 2005, a empresa já prestava serviços para a CELG

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D, e também de 2006 a 2010, por meio de outros contratos anteriores às licitações em análise. Contudo, esse período está fora do escopo de avaliação desta auditoria, sendo trazido apenas para efeito de histórico. Nesse período anterior, a funcionária da CELG D ainda não era Superintendente de Planejamento e Gestão. Sobre a condução dos Pregões Presenciais em análise, que se deu no exercício de 2010, antes da federalização da CELG D (janeiro de 2015) também não estão no escopo desta avaliação, sendo citados para contextualizar que, embora outras empresas tenham retirado o edital, somente a empresa contratada apresentou proposta à licitação, não havendo, portanto, disputa entre interessados. Apesar de não estar sendo avaliado o período em que se deram as licitações, é importante ressaltar a proximidade entre o sócio principal da empresa, irmão, com alguém que está lotado no setor contratante, situação que pode interferir na observância do princípio da isonomia previsto na Lei 8.666/1993.

De acordo com o Decreto nº 7.203/2010 que dispõe sobre a vedação do nepotismo na Administração Pública Federal, art. 7º, os editais de licitação para a contratação de empresa prestadora de serviço terceirizado, deverão estabelecer vedação de que familiar de agente público preste serviços no órgão ou entidade em que este exerça cargo em comissão ou função de confiança. Resta claro que essa vedação tem o intuito de impedir, por meio de previsão editalícia, que a situação de familiar de agente público prestando serviço no órgão em que o funcionário exerça cargo em comissão ou função de confiança venha a ocorrer, no intuito de evitar tratamento diferenciado. Mesmo considerando que essa vedação foi inserida a partir de 2010 e para a Administração Pública Federal, e que, antes de janeiro de 2015, a CELG D era estatal estadual, e a licitação ocorreu em agosto de 2010, considera-se que a manutenção do terceirizado parente, a partir de janeiro de 2015, estaria vedada. A CI Nº 069/2010 – PR-SPPG encaminhada à Procuradoria Jurídica da empresa, consultando sobre a existência de conflito legal no momento em que a funcionária seria indicada para ocupar o cargo de Superintendente, foi feita em dezembro de 2010, tendo sido respondida em janeiro de 2011. Ressalte-se que o Contrato PRGE – 387/2010 foi assinado em 06 de outubro de 2010 e o Contrato PRGE – 451/2010 em 10 de novembro de 2010, pouco antes dessa consulta. Esse documento que questionou sobre a existência de conflito não constou dos processos licitatórios apresentados, sendo trazido somente agora. Assim, pelos documentos dos processos que embasaram a solicitação de prorrogação dos contratos, não se teria essa informação.

A execução contratual e a qualidade do produto entregue não foram objeto de ressalva e as Notas Técnicas apresentadas atestando a qualidade dos serviços prestados à CELG D são de dezembro de 2010, fora do período avaliado.

Conclui-se que a manutenção da contratação pela CELG D em 2015, caso específico do Contrato PRGE – 451/2010, já que o Contrato PRGE – 387/2010 não chegou a ser prorrogado, feriu a vedação contida no Decreto nº 7.203/2010, havendo a necessidade do estabelecimento de rotinas que não permitam a prestação de serviços terceirizados por parentes de ocupantes de cargo na empresa. ##/AnaliseControleInterno##

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Recomendações: Recomendação 1: Implantar mecanismos de controle que não permitam a contratação de terceirizado que seja familiar de ocupante de cargo de confiança na empresa. 1.1.1.7 CONSTATAÇÃO

Falhas nos controles de aprovação de serviços e acompanhamento da execução de contrato terceirizado, resultando na necessidade de pagamentos sem cobertura contratual. Fato

A análise do processo nº 2015/5616-3 revelou pagamentos referentes à serviços

fora do escopo do contrato e de dias trabalhados após encerrada sua vigência, à empresa MF Engenharia e Consultoria Ltda., no valor de R$ 19.352,38, através de Termo de Acordo Extrajudicial de Indenização. Os serviços estavam vinculados à Autorização de Fornecimento de Serviço - AFS 92.11302, Contrato PRGE nº 387/2010, referente à contratação de serviços contínuos especializados em Gestão por Processos, para execução de mapeamento e redesenho dos processos organizacionais da CELG D e realização de auditoria para verificar a efetiva aplicação das atividades mapeadas. O Contrato teve vigência até 07 de outubro de 2014, conforme Terceiro Termo Aditivo. Os documentos do processo informam que os serviços continuaram sendo prestados até novembro/2014, tendo havido trâmites para prorrogação do contrato que não se concretizaram. Expediente de 13 de janeiro de 2015, do sócio-diretor da empresa, solicitou o pagamento do valor de R$ 19.352,38 referidos a dias trabalhados em novembro/2014 e de horas adicionais trabalhadas e mencionadas no CI – DO nº 022/2013. Este último expediente é de 02 de setembro de 2013, da Diretoria de Operação e refere-se a serviços específicos, realizados no período compreendido entre junho e dezembro de 2012, em horários fora do expediente normal, inclusive fins de semana e feriados, autorizando o reconhecimento de 144 horas adicionais nos serviços prestados pelo consultor da empresa. O Relatório n°. 112/2015/DF-DPAC, de 19 de janeiro de 2015, do Departamento de Análise de Custos e Contratos considerou que o pagamento em questão, de R$ 19.352,38, era economicamente viável por ser inferior ao previsto mensal do contrato.

Considerando-se que o valor anual do contrato foi, conforme Terceiro Termo Aditivo, R$ 200.835,24, o valor mensal seria R$ 16.736,27. Assim, o último pagamento, de R$ 19.352,38, não foi menor que o valor mensal. Não foi demonstrado o quanto do último pagamento se referia aos serviços prestados em novembro/2014 e o quanto se referia às horas excedentes realizadas em 2012. Vale destacar que consta do processo nº 10/2334-4, referente à licitação que deu origem a essa contratação, Termos de Encerramento de Contrato celebrados entre a CELG D e a citada empresa, assinados em 07 de novembro de 2012 e 07 de outubro de 2013 (fls. 252-253 e 288-289), referindo-se aos Termos de Recebimento Definitivo das AFSs encerradas nos exercícios de 2012 e 2013, respectivamente, em que, Cláusula Segunda, a

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contratada “dá plena, geral e irrevogável quitação em relação à AFS ora encerrada, comprometendo-se nada mais a reclamar, a qualquer título, em juízo ou fora dele”. ##/Fato##

Causa

Ausência de controles para avaliar o escopo e o prazo dos pagamentos às empresas

terceirizadas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta à Solicitação de Auditoria nº 015, a CELG D apresentou Nota

Técnica contendo sua manifestação por meio do Ofício PR-0495/16, abaixo transcrito:

“A prorrogação do Terceiro Termo Aditivo era uma intenção manifestada pelas partes (folhas 295 a 314 do Processo), motivo pelo qual se deu continuidade a realização dos serviços que estavam em andamento. Um ponto, entretanto, ficou pendente para a formalização do aditivo: a MF Engenharia solicitava a reavaliação do valor reajustado do HD e a CELG Distribuição mantinha a decisão exarada no Despacho do DF-DPAC com as suas condições de reajuste para o aditamento (folha 321 do processo). Nesta discordância por parte da MF, os prazos correram e quando a contratada concordou com o valor estabelecido pela área competente da CELG D, o prazo contratual do Terceiro Termo já expirara e não pôde ser renovado; porém, conforme mencionado anteriormente, o indicativo da prorrogação deu falso conforto aos gestores para que as atividades em andamento imperiosas a finalização dos trabalhos não sofressem solução de continuidade. Não tendo ocorrido a renovação do contrato, as horas trabalhadas naquele lapso de tempo foram reclamadas pela MF Engenharia que também apresentou a realização pretérita de serviços a Diretoria de Operação da CELG D, cujas horas trabalhadas encontravam ainda pendentes de pagamento (folha 359 do processo). As atividades embora semelhantes não constavam do cronograma de atividades previstas inicialmente quando da licitação e foram solicitadas pelo Diretor de Operação, visto a necessidade de otimização das despesas com Hora-extras, no âmbito daquela Diretoria. O controle de horas dos serviços prestados dava-se pela frequência registrada que era o mesmo sistema usado pela CELG D para controle de acesso de entrada e saída. Ver Anexo 1 e Anexo 2. O produto dos serviços prestados pela Consultoria referente ao último pagamento e encerramento deste Contrato período de 01/10/2014 até 28/11/2014 e as horas pretéritas de serviço prestado no âmbito da Diretoria de Operações estão abaixo elencados: • Reuniões agendadas com diversas áreas da empresa para melhoria / redesenho do processo de Empreendimentos Urbanos, conforme registros do dia 06, 12, e 21 de novembro de 2014 e entre outros, incluindo Plano de Ação 5W2H, cronograma do trabalho e desdobramento de outras ações especificas. Ver Anexo 3 e início do fluxogramação do processo, conforme Anexo 4; • MASP-Método de Análise e Solução de Problemas, elaborado com a participação de gestores da Diretoria de Operação, para identificar causas e ações necessárias para redução do número de Hora-Extras. Este produto foi levado a discussão /apresentação em Reunião de Diretoria Executiva, no dia 21 de agosto de 2012, conforme registro que pode ser visto no Anexo 5 - Sinopse de RDE. A apresentação feita mostra a complexidade

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da análise com vistas a redução de custos operacionais. Vide Anexo 6 - Diagrama de lshikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito. Cabe ressaltar, ainda, que após diagnosticado os pontos de melhoria no controle de Horas Extras, os planos de ação junto as áreas mais criticas foram discutidos visando a melhor forma de minimizar custos, sem todavia comprometer prazos dos serviços a serem realizados, pelas áreas fins da empresa.

As 144 horas (cento e quarenta e quatro horas), conforme Cl-DO-022/2013 (folha

360 do processo), totalizaram 18 HD's cujos serviços foram realizados extra jornada normal e finais de semana, durante período de junho a dezembro de 2012.

A nosso ver quando o DF-DPAC-Departamento de Analise de Custos e Contratos atesta a viabilidade econômica do pagamento dos serviços prestados em novembro/2014 e dos requeridos pela Diretoria de Operação, procurava mostrar que os valores mensais previstos (R$ 16.736,27 para 17 HD's) quando acrescidos dos serviços prestados à DO (14 HD's) deveriam gerar um faturamento de R$ 30.519,19 (30 x R$ 984,49), ou seja, no seu entendimento o valor gerado para a fatura é bastante inferior ao valor mensal previsto no Contrato. Há,entretanto, um engano no reconhecimento pelo DF-DPAC dos HD's considerados válidos pela CELG D, os quais não são 17 HD's em novembro/2014 e não são 14 HD's prestados a Diretoria de Operação, senão vejamos: • O quantitativo de horas-dia para o cálculo do HD mensal 6 de 8 horas (vide planilha da proponente à folha 174 do Processo 10/2334-4); • O valor do HD contratado em agosto/2010 foi de R$ 897,06 sendo corrigido posteriormente nos seguintes percentuais:

Valor original Referência

R$ 897,06 Folha 174, Processo 10/2334-4 1° reajuste (em 15/10/2012) Folha 239, idem

Percentual 5.68%

Novo valor R$948,01

2° reajuste (11/09/2013) Folha 263, idem Percentual 3.8475 %0

Novo valor R$ 984,49

Assim, o valor a ser reconhecido como crédito a MF Engenharia é o seguinte:

� Horas adicionais trabalhadas no Contrato e Número de HD's trabalhado no mês

de Nov/14:

Conforme registro do Sistema de Controle de Acesso da CELG D: 9 HD's. Deste total, 5 HD's são referentes ao Contrato de Apoio ao SGQ e 4 HD's referentes ao Contrato 451/2010. � Horas trabalhadas para a Diretoria de Operação (Cl-DO- 022/20 1 3):

144=18 HD's 8 Valor devido=(4+18)x R$ 984,49=R$ 21.658,78. Ou seja, o valor a cobrar deveria ser maior do que o faturado pela MF Engenharia (R$ 19.352,38).

Feita a autuação de processo com a cobrança da MF e após auscultado o DE-DPAC, houve o encaminhamento para a Procuradoria Geral da CELG D para parecer

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jurídico. Tal parecer considera como devido o pagamento e que o instrumento legal para sua quitação deveria ser através de um Termo Extrajudicial de Indenização. Portanto o pagamento das horas trabalhadas para a Diretoria de Operação não está sendo vinculada aos aditivos de 2011/2012 e 2012/2013, até porque não foi solicitado acréscimo daquelas horas nos faturamentos de então; o instrumento que a Procuradoria Geral entendeu como adequada para quitar o débito pendente é a feitura do Termo de Acordo Extrajudicial de Indenização.”

Em resposta ao Relatório Preliminar desta auditoria, a CELG D, por meio do PR-1042/2016, de 09 de agosto de 2016, acrescentou as seguintes considerações: “Não é correta a assertiva de que os pagamentos efetuados pelo processo 2015/5613-3, Termo Extrajudicial de Indenização, não são relativos ao escopo de contratação da MF Engenharia. Foram serviços da mesma origem daqueles executados durante a vigência do Terceiro Aditivo Contratual do Contato PRGE 387/2010, realizadas no mês de novembro quando todo o encaminhamento para o novo Termo Aditivo frustrou sua consecução por ter sido ultrapassado o prazo de validade da renovação. Tais serviços referiam-se a atividades que não podiam ser deixadas inconclusas, a menos que não houvesse preocupação com os prejuízos decorrentes de deixar em aberto procedimentos necessários aos Processos Organizacionais em que se trabalhava. O quantitativo de horas disponibilizadas e aportadas no controle de frequência de acesso à CELG D gerou 4 (quatro) HDs para o serviço prestado no mês de novembro. Neste pagamento insere-se também o número de horas trabalhadas por solicitação da Diretoria de Operação e que devidamente explicitado na CI-DO-22/2013 referem-se a 144 (cento e quarenta e quatro) horas ou 18 HDs (144/8). Tais serviços também são de natureza relacionada à Processos Organizacionais vez que buscava-se a redução de custos operacionais e para tal as identificações de problemas inerentes às atividades dos Mapas de Processos de Manutenção e Operação do Sistema tinham que ser levantados, visando sua melhoria e geração de planos de ação para aumento de produtividade. O MASP (Método de Análise e Solução de Problemas) é uma das ferramentas que se insere nesse contexto. Juntando os quantitativos de HDs e multiplicando-os pelo valor unitário vigente, tem-se o valor admitido pelos serviços prestados: (18 + 4) * R$ 984,49 = R$ 21.658,78 que é superior ao reclamado pelo prestador de serviços e objeto do anuído no Termo de Indenização (R$ 19.352,38). Este demonstrativo já constava na Nota Técnica que respondeu à solicitação da CGU nº 2016 00090/15. Para deixar ainda mais claro o quanto foi pago neste Processo de Indenização: Valor referente a novembro/2014: R$ 3.518,57 Valor referente à solicitação da Diretoria de Operação: R$ 15.833,81 Não nos parece razoável descaracterizar a conclusão do Departamento de Análise de Custos quanto a viabilidade econômica do pagamento com base na média mensal simples calculada a partir do valor anual do Contrato (R$ 200.835,24/12 = R$ 16.736,27); como referência orçamentária econômica o raciocínio é válido, mas na

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execução financeira tem-se variações em função do número de dias úteis do mês, existência de gozo de férias de mão de obra disponibilizada, faltas não justificadas; etc. Neste mister a própria CGU fez solicitação de esclarecimentos (documento 2016 00090/15) quanto a valores distintos em 4 (quatro) Processos de Pagamentos (vide nota técnica anterior). Outrossim, importante ressaltar que os Termos de Encerramento de novembro de 2012 e outubro de 2013 são, conforme constatado por esta CGU, efetivamente referentes aos Termos de Recebimento das AFS – Autorização de Fornecimento de Serviços para os exercícios de competências das mesmas (2012 e 2013) e os serviços objeto do Processo 2015/5616-3 não se relacionam àqueles AFSs, pois: - os que foram solicitados pela DO não se inseriram à época do Contrato PRGE 387/2010, devido a um engano da Diretoria de Operação a CI oficializando o registro do pedido de serviços encaminhado a um área do Recursos Humanos da CELG D (CI – DO – 22/2013); - e os outros, realizados em novembro/2014, conforme explicitado anteriormente. A explicação supra quanto ao que motivou o desconhecimento da realização dos serviços da DO até a cobrança suscitada pelo prestador de serviços somente após a conclusão do Contrato PRGE 387/2010 e a explanação quanto a natureza das mesmas são, a nosso ver, suficientes para esclarecer que os mesmos poderiam ter sido incluídos no mencionado Contrato desde sua realização em 2012, caso os gestores tivessem sido acionados. A apresentação feita à Diretoria Executiva pela Diretoria de Operação tratava das medidas que estavam em andamento para alcance da redução de custos operacionais formalizando o plano que se realizariam. Não foi feito com o feito de pedir autorização para que a MFG realizasse o serviço. Tal autorização foi feita pelo Diretor de Operação à época.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

No tocante ao pagamento dos serviços realizados no exercício de 2012 a

manifestação da Unidade apenas confirma que os trabalhos realizados em 2012 à Diretoria de Operação não estavam relacionados ao contrato, motivo pelo qual não deveriam ter sido liquidados no citado contrato. Destaca-se que a apresentação em Reunião de Diretoria Executiva, apresentada no anexo 5 do Ofício PR-0495/16 não comprova sua autorização para executar serviços alheios ao Contrato, uma vez que não foram apresentados os resultados de tal reunião. Em relação ao pagamento dos serviços realizados em 2014, a manifestação da Unidade revela fragilidades em seus controles internos, por permitirem execução de serviços após a vigência do contrato, mesmo estando em tratativas para sua prorrogação. Embora possa se admitir, comprovada a prestação dos serviços com a devida autorização, a quitação dos débitos mediante Termo Extrajudicial de Indenização pela CELG D, restou à entidade apurar as responsabilidades internas que deram causa aos pagamentos, uma vez que foram realizados pagamentos fora da conduta normal da Administração Pública.

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Em que pesem os esclarecimentos sobre os cálculos de horas trabalhadas chegarem a um valor maior do que o que foi pago, caso os serviços prestados em 2012 fossem reconhecidos e quitados à época certa, se dariam pelo valor do contrato vigente naquele momento e não no valor reajustado, vigente em 2014. Assim, permanece a ressalva quanto às falhas no acompanhamento e aprovação referentes ao processo de pagamento em questão. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Estabelecer rotinas e controles internos administrativos que garantam a tempestiva análise sobre a necessidade de prorrogações contratuais a fim de evitar pagamentos de serviços sem cobertura contratual. Recomendação 2: Estabelecer rotinas e controles internos administrativos, com vistas a melhorar a atuação dos gestores dos contratos no acompanhamento das etapas de execução dos serviços terceirizados, para que não haja pendências na quitação de serviços, não reconhecidos na época devida.