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Universidade Federal do Triângulo Mineiro Adjentina B. de Lima Spirandeli Amarílis Severino e Souza Camila Ferreira Pinto Laira Martinelli Maria Eduarda Speretta Sedimentação: Teste de proveta Ladeq

Relatório 4 OP Sedimentação

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Universidade Federal do Tringulo Mineiro

Adjentina B. de Lima SpirandeliAmarlis Severino e SouzaCamila Ferreira PintoLaira MartinelliMaria Eduarda Speretta

Sedimentao: Teste de proveta Ladeq

Uberaba2015Adjentina B. de Lima SpirandeliAmarlis Severino e SouzaCamila Ferreira PintoLaira MartinelliMaria Eduarda Speretta

Sedimentao: Teste de proveta Ladeq

Trabalho acadmico apresentado disciplina Laboratrio de Operaes Unitrias A como requisito parcial para aprovao no curso de Engenharia Qumica da Universidade Federal do Tringulo Mineiro.Professora: Dra. Kssia G. dos Santos

Uberaba2015SUMRIO1 INTRODUO41.1 SEDIMENTAO41.2 TANQUES SEDIMENTADORES61.3 FATORES QUE AFETAM A SEDIMENTAO61.4 PROJETO DE UM SEDIMENTADOR CONVENCIONAL CONTNUO71.4.1 Clculo de rea do sedimentador81.4.2 Clculo de altura do sedimentador102 OBJETIVOS103 MATERIAIS E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL104 RESULTADOS E DISCUSSES114.1 MTODO DE COE E CLEVENGER144.2 MTODO DE KYNCH154.3 MTODO DE BISCAIA JR.194.4 ALTURA DO SEDIMENTADOR204.5 COMPARAO ENTRE OS MTODOS215 CONCLUSO22REFERNCIAS22APNDICE24

1 INTRODUO

1.1 SEDIMENTAO

De acordo com CREMASCO (2012), a sedimentao uma operao de separao slido-lquido baseada na diferena entre as concentraes das fases presentes na suspeno a ser processada, sujeitas ao do campo gravitacional.Ao se observar processo de sedimentao de um slido em suspenso posto em uma proveta, pode-se notar a variaes na concentrao das partculas slidas ao longo do comprimento da proveta com o decorrer do tempo, caracterizando uma operao descontnua de sedimentao (FOUST, 2011, p. 554). A figura 1 exemplifica o processo de sedimentao em uma proveta.Figura 1 - Sedimentao em proveta

Fonte: (Foust, 2011)

A Figura 1(a) mostra uma soluo preparada para possuir, inicialmente, uma concentrao uniforme ao longo da proveta e as partculas slidas serem quase uniformes. Quando o processo de sedimentao inicia todas partculas comeam a sedimentar com uma velocidade supostamente igual a velocidade terminal da partcula, em condies de sedimentao obstada (retardada). Posteriormente, zonas de concentraes diferentes iro ser estabelecidas, como indicado na Figura 1(b). A zona D constituda de slidos sedimentados, principalmente, pelas partculas mais pesadas; que pela ao da fora peso sero sedimentadas mais rapidamente devido a sua maior massa. A zona de transio no pode ser bem definida, mas nota-se que ela fica acima do material sedimentado e que por ela existem canais atravs dos quais o fluido se eleva. Este fluido expelido da zona D medida que esta zona comprimida. A zona C a zona de distribuio varivel de tamanhos de partculas, em que as concentraes no so uniformes. J a zona B possui uma concentrao uniforme, com aproximadamente a mesma concentrao da zona inicial. Acima da fronteira da zona B pode-se identificar a zona A, constituda do lquido lmpido. Se a suspenso original for de partculas uniformes nas dimenses menores, a interface entre A e B ser ntida (FOUST, 2011).As alturas de cada zona variam com o decorrer da sedimentao, como pode ser visualizado pelas Figura 1(a), 1(b) e 1(c). Nota-se que as zonas A e D aumentam com a contrao da zona B. Aproximando-se do final do processo, percebe-se que as zonas B e C desaparecem e todos os slidos sedimentam-se em D. Este o ponto em que uma nica interface ntida forma-se entre o lquido lmpido e os sedimentos e denominado ponto de sedimentao crtico, ilustrado pela Figura 1(e). Posteriormente, o processo de sedimentao consiste na compresso lenta dos slidos, com a expulso do lquido retido entre os slidos da zona D para a zona lmpida (zona A). As velocidade de sedimentao posteriores so pequenas na lama grossa formada na zona D. A fase final um caso extremo de sedimentao obstada (retardada) (FOUST, 2011).A figura 2 apresenta a relao entre altura de interface do lquido lmpido ou clarificado (z) e o tempo de sedimentao (t) de modo grfico para um teste de proveta, apontando as regies de sedimentao livre, transio, ponto crtico e compresso, posteriormente abordadas na figura 1.Figura 2 Representao grfica de um teste de proveta

De acordo com Foust (2011), as operaes de sedimentao industrial podem ser efetuadas descontinuamente ou continuamente. Sendo que, o processo acima descrito uma operao descontnua de sedimentao, no qual as alturas das vrias zonas variam com o tempo. J um equipamento que opera continuamente, as mesmas zonas estaro presentes; no entanto, uma vez que se tenha atingido o estado permanente (quando a suspenso da alimentao injetada uma taxa igual taxa de remoo da lama e do lquido lmpido do decantador), as alturas de cada zona sero constantes.

1.2 TANQUES SEDIMENTADORES

Um sedimentador descontnuo um equipamento formado por um tanque cilndrico com aberturas para alimentao. O tanque cheio de uma soluo diluda e a suspenso fica em repouso, sendo sedimentada. Depois de um perodo preestabelecido de tempo, o lquido puro decantado at que a lama comea a constituir o efluente. Posteriormente, a lama removida do tanque atravs de aberturas no fundo do tanque (FOUST, 2011).Os sedimentadores contnuos so equipamentos que possuem tanques de grande dimetro e rasos (Figura 2.a), nos quais a lama da suspenso agitada e removida por grandes grades que giram lentamente (Figura 2.b). A suspenso e injetada no centro do tanque e em suas laterais h vertedores para lquido limpo. As grades raspam a lama que conduzida para o centro fundo do tanque onde descarregada (FOUST, 2011).Figura 3 - Sedimentadores contnuos

Fonte : Servyeco Grupo(a) Vista lateral de um sedimentador contnuo(b) Vista superior de um sedimentador contnuo

1.3 FATORES QUE AFETAM A SEDIMENTAO

De acordo com CREMASCO (2012), pode-se ter uma ideia qualitativa da operao de sedimentao analisando a velocidade terminal da partcula isolada. Partculas esfricas, maiores em dimetro e massa especfica apresentaro maior valor para a velocidade terminal e, assim, decantaro mais rapidamente comparadas a partculas no esfricas e de dimetro e massa especfica menores. Alm disso, fatores como a natureza morfolgica e granulomtrica das partculas, alm de caractersticas do tanque de sedimentao (altura, dimetro, vazo no overflow e no underflow) afetam essa operao unitria.1.4 PROJETO DE UM SEDIMENTADOR CONVENCIONAL CONTNUO

A projeo de um sedimentador convencional contnuo consiste na determinao do valor da sua rea de seo transversal e altura por meio de dados operacionais de sedimentao em batelada, como por exemplo testes de proveta (Figura 1). A curva de sedimentao, que consiste na variao da altura da interface da fase particulada com o tempo, fornece dados sobre a taxa de sedimentao, razo de concentrao entre a alimentao e a lama, concentrao mxima da lama, dentre outras informaes necessrias ao projeto do sedimentador contnuo (CREMASCO,2012).A figura 4 apresenta um tanque de sedimentao e as principais variveis envolvidas no seu projeto.Figura 4 Variveis e parmetros de um tanque de sedimentao

Em que F a vazo de alimentao (L.T-1); D o dimetro do sedimentador (L); C* a concentrao de slidos numa dada seo transversal do sedimentador (Vslidos/Vsuspenso); L a vazo de suspenso descendente num nvel qualquer do sedimentador (L.T-1); V a vazo de lquido ascendente num nvel qualquer do sedimentador (L.T-1) e U a vazo de lama que deixa o sedimentador (L.T-1).Por balano de massa, pode-se obter a equao 1. (1)Em que A rea da seo transversal do sedimentador (L); v a velocidade do fluido (L.T-1); Ca a concentrao de partculas na entrada, CL a concentrao da lama e C a concentrao em um ponto qualquer no sedimentador. Todas essas concentraes esto em unidade referente razo entre massa de slidos e volume de suspenso.

1.4.1 Clculo de rea do sedimentador

A rea de sedimentao controla o tempo necessrio para que ocorra a sedimentao dos slidos atravs do lquido a uma dada taxa de alimentao. Alm disso, a rea importante na determinao da capacidade de clarificao do equipamento (SANTOS, 2015). Trs mtodos sero utilizados para o clculo de rea do sedimentador: Coe e Clevenger; Kynch e Biscaia Jr. Os mtodos aqui discutidos esto conforme abordagem de CREMASCO (2012) e SANTOS (2015).

1.4.1.1 Mtodo de Coe e Clevenger

O mtodo fundamentado a partir de testes em batelada a diversas concentraes volumtricas, comeando com a concentrao inicial de alimentao (Ca) at a concentrao final desejada (correspondente da lama CL). possvel obter o valor da velocidade v da camada limitante pela inclinao em z=z0 das curvas feitas relacionando a altura do lquido clarificado (z) com o tempo de sedimentao (t). J que o teste feito para vrias concentraes, so obtidos diversos pares (v, C). Pela equao 1, so determinados cada par de rea do sedimentador, sendo o maior valor obtido para a rea o escolhido como o valor de projeto.

1.4.1.2 Mtodo de Kynch

O mtodo de Kynch diminui drasticamente o nmero de ensaios de proveta necessrios para a obteno do par C, v. Nesse mtodo, as seguintes hipteses so adotadas: Concentrao de partculas uniforme ao longo da seo horizontal; Efeitos de parede desprezveis; Efeitos de tamanho, forma e gradientes de concentrao no influenciam a velocidade de sedimentao; A velocidade de sedimentao depende apenas da concentrao local das partculas; A concentrao inicial da suspenso uniforme; A velocidade de sedimentao tende a zero medida que se aproxima o valor limitante que corresponde camada de sedimento na base do equipamento.Os valores de A devem ser calculados para toda a gama de concentraes presentes no sedimentador e o projeto deve ser baseado no maior valor de A obtido. A relao entre C e v estabelecida por meio do ensaio de proveta. necessria a determinao do ponto crtico (figura 2) que se refere ao tempo e altura em que todas as partculas esto na regio de compactao.Na aplicao do mtodo, realizado um nico ensaio com concentrao igual da alimentao do sedimentador industrial, medindo em diferentes tempos os valores de Z e calculando o valor de zi utilizando as equaes 2 e 3. (2) (3)O valor zi representa a altura que a suspenso ocuparia se todas as regies tivessem a concentrao C. o tempo de sedimentao.Aps obter v e c para os diversos e z determina-se a rea do sedimentador por meio da equao 1, em que a maior rea obtida para v e c a escolhida para o projeto.

1.4.1.3 Mtodo de Biscaia Jr.

Biscaia Jr. props uma simplificao para o mtodo de Kynch e minimizao de F/A baseado no fato de que a curva de sedimentao resulta na combinao de uma reta com uma exponencial (CREMASCO apud MASSARANI, 1997) ou, conforme equao 4. (4)Em que zmin dado pela equao 5. Com esse valor, posteriormente pode-se calcula tmin por meio do grfico de ensaio de proveta. (5)

1.4.2 Clculo de altura do sedimentador

A altura da unidade de sedimentao controla o tempo necessrio para o espessamento da polpa para uma dada taxa de alimentao dos slidos e importante na determinao da capacidade de espessamento da unidade. A altura de suspenso no tanque no altera a taxa de sedimentao nem a concentrao de slidos na lama ao final do teste, contudo, se a concentrao de slidos muito alta, importante que o tanque seja alto o suficiente para que o processo de sedimentao acontea livremente, sem que as partculas sejam indevidamente desaceleradas devido ao fundo do tanque (SANTOS, 2015).A altura H do sedimentador dada pela equao 6:H = H1 + HC + H2 (6)Em que H1 a altura da regio clarificada mais a regio de concentrao constante; HC a regio de concentrao varivel (compactao) e H2 a altura do fundo do tanque. H1 costuma variar de 0,45 a 0,75m. H2 dado pela equao 7 e Hc dado pela equao 8. (7) (8)Em que R o raio do tanque de sedimentao; o tempo de residncia da regio de compactao, ps a densidade do slido, p a densidade do lquido e pL a densidade do lodo.

2 OBJETIVOS

Obter o comportamento com o tempo da sedimentao batelada de partculas por meio do teste de proveta. Com os dados obtidos, projetar um sedimentador contnuo por trs diferentes metodologias de projeto.

3 MATERIAIS E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 MATERIAIS

Para a execuo do experimento, foram utilizados os seguintes materiais: 4 provetas (100 ml); Papel de fundo preto; Cronmetro; Basto de vidro; Balana analtica; Suspenso de ; Bquer (25 ml).

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Primeiramente foram separadas 4 provetas volumtricas de 100 ml para o preparo de solues concentradas com valores de 30, 60, 90 e 120 g/L. Para isso, foram pesadas as massas de 3, 6, 9 e 12 gramas de slido no bquer em uma balana analtica previamente tarada.Os slidos foram transferidos respectivamente para as provetas enumeradas e o volume foi completado com gua destilada at a marca do menisco.Para as quatro provetas de diferentes concentraes, foi feita homogeneizao da soluo com auxlio do basto de vidro para a mistura. Quando a soluo ficou homognea, o cronmetro foi disparado. Como a soluo tende a sedimentar, o tempo foi medido em intervalos demarcados com a variao de 0,5 em 0,5 cm do aumento do liquido clarificado na proveta. Um papel de fundo preto foi colocado atrs da proveta para melhor visualizao da distino de fases.Com os tempos de sedimentao, montaram-se grficos relacionando a altura de lquido clarificado z e o tempo de sedimentao. Em seguida, aplicaram-se os mtodos de Coe e Clevenger, Kynch e Biscaia Jr. para projetar sedimentadores com F=30m.h-1 e CL=120g.L-1, para valores de Ca iguais a 30, 60 e 90 g.L-1. Ao todo, 9 sedimentadores foram projetados e os resultados obtidos para seu dimetro e altura, comparados.

4 RESULTADOS E DISCUSSES

As figuras 5 a 8 apresentam os grficos contendo os pontos obtidos experimentalmente, relacionando a altura de lquido clarificado (z) com o tempo de sedimentao para as concentraes iniciais de 30, 60, 90 e 120 g.L-1, respectivamente. Os pontos especficos de cada relao (t,z) esto no apndice (Tabela A).Figura 5 Altura da interface em relao ao tempo para Ca=30 g.L-1.

Figura 6 Altura da interface em relao ao tempo para Ca=60 g.L-1.

Figura 7 Altura da interface em relao ao tempo para Ca=90 g.L-1.

Figura 8 Altura da interface em relao ao tempo para Ca=120 g.L-1.

Foi observado que medida que a Ca aumentou, o tempo de sedimentao aumentou. A variao de altura de lquido clarificado acontece mais rapidamente em concentraes menores, devido ao menor efeito de concentrao de partculas que interfere na sua velocidade terminal, reduzindo-a. A curva de concentrao de 90g/L apresentou tendncia linear por mais tempo que as demais. Quanto maior foi a concentrao de slidos, maior foi o tempo para que ocorra a compactao na zona D e variao na altura de lquido clarificado.O projeto dos sedimentadores com entradas de concentrao igual a 30, 60 e 90 g.L-1 com as particularidades de cada mtodo (Coe e Clevenger; Kynch e Biscaia Jr.) so apresentados a seguir.4.1 MTODO DE COE E CLEVENGER

Para obteno de dados para o mtodo de Coe e Clevenger, so necessrios vrios ensaios de proveta com diferentes Ca. Como apenas 4 ensaios foram realizados neste experimento, foi feita a interpolao dos dados de C e v para concentraes intermedirias. A interpolao foi realizada por meio de um polinmio obtido relacionando os dados experimentais dos 4 testes de proveta. Visto que v a inclinao da reta referente poro linear de cada ensaio de proveta, foram traadas retas na poro linear dos grficos das figuras 5 a 8 e obtidas os seus coeficientes angulares. A tabela 1 apresenta cada inclinao (v) e valor C para cada Ca. O polinmio v = 0,05647-0,00102.C+4,86E-6.C, com R=0,9985, foi utilizado para obter os dados das concentraes Ca intermedirias. As razes F/A e a rea A para cada sedimentador foram calculadas pela equao 1.

Tabela 1 Valores calculados para obteno de A pelo mtodo de Coe e ClevengerC(g.L-1)v(dm.s-1)

F/A30g.L-1(cm.s-1)A(m)F/A 60g.L-1(cm.s-1)A(m)F/A 90g.L-1(cm.s-1)A(m)

300,03011,2040,040120,7640,020141,5280,013462,292

400,02341,4070,046917,7700,023435,5400,015653,309

500,01761,5110,050416,5500,025233,1010,016849,651

600,01341,6080,053615,5470,026831,0940,017946,641

700,00891,4930,049816,7400,024933,4800,016650,220

800,00601,4350,047817,4160,023934,8310,015952,247

900,00361,2960,043219,2900,021638,5800,014457,870

1000,00311,8490,061613,5230,030827,0460,020540,569

1100,00314,0780,13596,1300,068012,2600,045318,391

1200,0044-------

Observa-se que v diminui com o aumento de C, provavelmente devido ao efeito de concentrao de partculas que afeta a sua velocidade terminal. Para Ca=120 g.L-1 houve um aumento inesperado de v, provavelmente devido dificuldade de fazer a mistura da suspenso no incio o experimento. As maiores reas para cada sedimentador foram as escolhidas para clculo do seu dimetro, obtendo assim os valores apresentados na tabela 7, que relaciona as dimenses obtidas para cada mtodo. Quanto maior foi o Ca necessrio, maior a rea de projeto calculada.4.2 MTODO DE KYNCH

Para o mtodo de Kynch foi estabelecida uma curva de regresso no-linear para cada grfico obtido nos testes de proveta. As figura 9 a 11 mostram os grficos de regresso no-linear do tipo declnio exponencial: z = y0 + A1.exp(-t/t1) e seus parmetros juntamente com o coeficiente de correlao R.Figura 9 Regresso no-linear de declnio exponencial para Ca=30g.L-1

Figura 10 Regresso no-linear de declnio exponencial para Ca=60g.L-1

Figura 11 Regresso no-linear de declnio exponencial para Ca=90g.L-1

A curva da figura 11 no apresentou altura constante nos pontos finais, o que pode ser justificado pelo tempo de compactao mais elevado de uma Ca maior que no foi contemplado durante o experimento.Para aplicar as equaes 2 e 3, preciso determinar os valores zi, que correspondem ao valor no qual a reta que tangencia a curva de pontos experimentais intercepta o eixo y. Assim, foi feita a derivada de cada uma das curvas de declnio exponencial para obteno do coeficiente angular dessas retas (b) e obtido zi=a por meio da equao 9, que parte da equao da reta y=a+bx. a = y-bx (9)As tabelas 2 a 4 apresentam os valores dos pares C e v para cada ponto do teste de proveta nas Ca de 30, 60 e 90 g.L-1, respectivamente, juntamente com as reas calculadas pela equao 1. O maior dimetro encontrado para cada par est em destaque.

Tabela 2 Valores dos pares C,v, reas e dimetros calculados para Ca=30g.L-1t(s)z (cm)zi (cm)C(g.L-1)v(cm.s-1)A(cm)D(m)

211818,4829,220,0232831606,00

3517,519,1928,140,0481407134,23

471719,1928,140,0471461584,31

6816,519,4627,750,0441591904,50

811619,3827,860,0421650774,58

10015,519,4327,800,0391759624,73

1161519,3327,940,0371839674,84

13314,519,2028,120,0351925574,95

1501419,0228,390,0332008235,06

16913,518,8228,690,0322104935,18

1831318,5129,170,0302153395,24

19912,518,2029,680,0292215105,31

2131217,8330,280,0272254535,36

22711,517,4430,960,0262288935,40

2441117,0531,670,0252343365,46

25810,516,6232,500,0242366055,49

2801016,1933,360,0222448465,58

2969,515,7234,360,0212472725,61

312915,2335,470,0202488585,63

3298,514,7236,690,0192503075,65

346814,1938,050,0182507135,65

3717,513,6339,620,0172558065,71

395713,0541,390,0152584905,74

4286,512,4043,560,0142653695,81

483611,5846,630,0122837106,01

5565,510,5951,000,0093079966,26

64459,4557,150,0073316536,50

7464,58,2265,690,0053453706,63

110045,7793,570,0023654716,82

21053,53,64148,490,000--

Como o maior dimetro calculado foi o de 6,82m, este o valor do dimetro de projeto de um sedimentador com Ca=30g.L-1 e CL=120g.L-1 pelo mtodo de Kynch.

Tabela 3 Valores dos pares C,v, reas e dimetros calculados para Ca=60g.L-1t (s)z (cm)Zi (cm)C (g.L-1)v (cm.s-1)A (cm)D (m)

331818,5158,340,0162834476,01

5617,518,3458,870,0152868016,04

771718,1359,570,0152879006,05

10516,517,9960,040,0142937696,12

1291617,7760,770,0142957106,14

16215,517,6361,250,0133036326,22

1921517,4361,960,0133082376,26

22814,517,2662,580,0123161536,34

2711417,1063,160,0113278026,46

31113,516,8863,980,0113357016,54

3631316,6964,710,0103502606,68

41812,516,4665,620,0093646346,81

4801216,2066,680,0093810686,97

55611,515,9167,890,0084033727,17

6311115,5469,480,0074207277,32

71410,515,1271,430,0064378697,47

8921014,5974,020,0055029118,00

1080913,3680,810,0045000007,98

1294811,9790,220,0034482257,55

1652710,20105,890,0022866846,04

249067,64141,340,001--

36035,56,07178,000,000--

Como o maior dimetro calculado foi o de 8,00m, este o valor do dimetro de projeto de um sedimentador com Ca=60g.L-1 e CL=120g.L-1 pelo mtodo de Kynch. J que o valor do dimetro para o tempo de 1080s foi prximo de 8,00m, infere-se que h uma inflexo na curva relacionando D e C (figura 12), o que confirma ser este valor aproximadamente igual ao dimetro mximo.Figura 12 - Relao entre D e C para Ca=60g.L-1

Tabela 4 Valores dos pares C,v, reas e dimetros calculados para Ca=90g.L-1t (s)z (cm)zi (cm)C (g.L-1)v (cm.s-1)A (cm)D(m)

471818,2588,790,005224210037,32

16217,518,3188,480,005004454287,53

2761718,3288,420,004794659747,70

39016,518,2988,570,004594830237,84

5141618,2588,750,004385019457,99

64715,518,2089,010,004175214578,15

7731518,0889,620,003985323158,23

91814,517,9690,190,003775477568,35

10621417,8091,030,003575564298,42

120813,517,5992,100,003385592598,44

13651317,3693,330,003195594378,44

152512,517,0994,810,003015520918,38

16581216,7596,740,002865249658,18

180111,516,3998,860,002714925797,92

19341115,99101,290,002584471687,55

207610,515,58103,950,002453940307,08

22081015,15106,940,002333272576,46

23859,514,71110,160,002182557455,71

2810914,23113,810,001861825904,82

35728,513,51119,920,0014028870,61

3620812,99124,750,00138--

Como os valores obtidos para os pontos prximos ao D=8,44m ofereceram pequeno desvio, h um indicativo de que este o ponto de inflexo de uma curva D vs C, representando assim, o dimetro mximo de projeto para uma Ca=90g.L-1.Observa-se que para o mtodo de Kynch, quanto maior o Ca necessrio, maior foi o dimetro de projeto do sedimentador. Uma maior compactao ocorreu para Ca=60 g.L-1, j que apresentou um C = 178 g.l-1 numa altura z=5,5 cm. possvel comparar as velocidades em cada teste de proveta, em que em Ca=120 g.L-1 apresentou valores v mais baixos que os demais Ca devido ao efeito de concentrao. A comparao entre os valores encontrados para cada dimetro e rea encontra-se na tabela 7.

4.3 MTODO DE BISCAIA JR.

O mtodo de Biscaia Jr. envolveu aplicao da equao 6 para encontrar o valor zmn de cada Ca. Os valores de tmn foram encontrados pelas equaes de regresso no-linear apresentadas na sesso anterior. A tabela 6 apresenta os resultados encontrados, juntamente com a rea e dimetro final de cada sedimentador, calculados pela equao 5.Tabela 5 Dados calculados para o sedimentador projetado pelo mtodo de Biscaia Jr.Ca (g.L-1)zmn (cm)F/A (m.s-1).(104)A (m)D (m)

304,52,4134,576,63

6091,8545,077,58

9013,51,5753,068,22

Para o mtodo de Biscaia Jr. novamente possvel observar que a rea de projeto do sedimentador aumenta com Ca.

4.4 ALTURA DO SEDIMENTADOR

A altura de cada sedimentador foi obtida pelas equaes 6, 7 e 8. A densidade da cal (ps) foi igual a 2720g.L-1 (SAMPAIO e ALMEIDA, 2005). A densidade do lodo (pL) foi calculada pela equao 10, na qual foi utilizada uma base de clculo de Vlodo=1L. (10)Em que mlodo a massa de lodo; Vlodo o volume de lodo; ms a massa do slido (cal).Assim, o valor de pL obtido foi igual a 1075,9g.L-1. Para obter o valor , que o tempo de reteno da suspenso no sedimentador, foi utilizada a equao 11. = tL tC (11)Em que tL o tempo correspondente ao fim da regio linear no grfico do ensaio de proveta (tmin) e tC o tempo relativo ao ponto em que a reta que parte de zmn tangencia a curva dos pontos experimentais.A tabela 6 apresenta os dados utilizados para clculo de altura, juntamente com as alturas H1, H2 e Hc de cada sedimentador projetado. Htotal corresponde soma das demais alturas.

Tabela 6 Relao de alturas e tempo de sedimentao de cada sedimentadorMtodoCa(g.L-1)H1(m)Hc(m)H2(m)Htotal(m)tL(s)t(s)D(m)A(m)

Coe e Clevenger300,60,070,381,0412505035,1420,76

600,60,130,531,2619499767,2741,52

900,60,290,651,54329621508,9162,29

Kynch300,60,040,501,1412505036,8236,54

600,60,110,581,2919499768,0050,29

900,60,320,621,54329621508,4455,94

Biscaia Jr.300,60,040,481,1212505036,6334,57

600,60,120,551,2719499767,5845,07

900,60,340,601,54329621508,2253,06

Observa-se que quanto maior o Ca, maior a altura de projeto necessria. O mtodo de Kynch foi o que apresentou os maiores valores de rea para cada sedimentador, seguido do mtodo de Biscaia Jr. e do mtodo de Coe e Clevenger.

4.5 COMPARAO ENTRE OS MTODOS

A tabela 7 resume os resultados dos trs projetos obtidos para cada mtodo, relacionando a altura total (Htotal), altura da rea de compactao (Hc) e o dimetro D.Tabela 7 Comparao dos valores de projeto de sedimentador para cada mtodoMtodoCa (g.L-1)Htotal (m)Hc (m)D(m)

Coe e Clevenger301,040,075,14

Kynch1,140,0386,82

Biscaia Jr.1,120,046,63

Coe e Clevenger601,260,137,27

Kynch1,290,118

Biscaia Jr.1,270,127,57

Coe e Clevenger901,540,288,9

Kynch1,540,328,44

Biscaia Jr.1,540,348,22

Analisando os dimetros na tabela, possvel perceber que o mtodo de Coe ofereceu os maiores desvios em relao aos demais mtodos, chegando a ter um D com valor 1,68m menor em relao ao calculado pelo mtodo de Kynch. Os mtodos de Klynch e Biscaia Jr. ofereceram resultados relativamente prximos, o maior igual a 0,43m ocorrendo para Ca=60 g.L-1. Visto que o mtodo de Kynch exige um maior trabalho matemtico e o de Biscaia Jr. apresentou resultados prximos, pode-se afirmar uma vantagem deste em relao a aquele. Tendo em vista as alturas de cada sedimentador, nota-se que para Ca=90g.L-1 as alturas calculadas foram iguais apesar dos Hc terem sido diferentes, indicando que o clculo de H2 para cada dimetro promoveu a aproximao desses valores. Novamente observa-se um maior desvio de altura para o mtodo de Coe e Clevenger para uma Ca=30g.L-1, diferenciando em 0,1m em relao ao mtodo de Kynch. As demais variaes foram na ordem de centmetros, o que indica que o clculo de altura no sofreu grande variao de um mtodo para outro.

5 CONCLUSO

Os mtodos de Coe e Clevenger, Kynch e Biscaia Jr ofereceram resultados aproximados para dimensionamento de sedimentadores. No entanto, o mtodo de Kynch exige um maior trabalho matemtico, assim como o Mtodo de Coe e Clevenger. Logo, prefervel, pela simplicidade do mtodo e resultados to precisos quanto, utilizar o mtodo de Biscaia Jr.Os clculos necessrios para o projeto de um sedimentador contnuo so direcionados pelas caractersticas de sedimentao dos slidos na suspenso, por isso indispensvel o teste de proveta. Dessa forma, possvel perceber a relao existente entre a concentrao de slidos na alimentao, o dimetro e altura do sedimentador, ou seja, quanto maior a concentrao de slidos na suspenso de alimentao, maior ser o dimetro e a altura desse sedimentador, considerando que a concentrao do lodo seja a mesma.

REFERNCIAS

CREMASCO, Marco Aurlio. Operaes unitrias em sistemas particulados e fluidomecnicos. So Paulo: Bluthcer, 2012. 423p.

FOUST, Alan S. et al. Princpios das Operaes Unitrias. Traduo de Horacio Macedo. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 670 p.

SAMPAIO, J.A.; ALMEIDA, S. L. M. Calcrio e Dolomito. Disponvel em: < http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2005-132-00.pdf> Acesso em 21 de abr. 2015.

SANTOS, K. G. dos. Sedimentao. 15-16 de abr. 2015. Notas de aula. Apresentao de Slides.

SERVYECO GRUPO. Sedimentacin. Disponvel em: . Acesso em: 10 de maio 2014.

APNDICE

Tabela A Dados experimentais obtidos para o teste de proveta em cada concentraoCa=30 g.L-1Ca=60 g.L-1Ca=90 g.L-1Ca=120 g.L-1

t(s)H (cm)t (s)H (cm)t (s)H (cm)t (s)H (cm)

2118331847183318

3517,55617,516217,510717,5

471777172761720517

6816,510516,539016,528516,5

8116129165141640216

10015,516215,564715,550915,5

11615192157731564815

13314,522814,591814,577814,5

150142711410621493614

16913,531113,5120813,5109813,5

1831336313136513126313

19912,541812,5152512,5139512,5

2131248012165812158012

22711,555611,5180111,5174511,5

2441163111193411204811

25810,571410,5207610,5250010,5

2801089210220810352510

2969,51080923859,546609,5

3129129482810956159

3298,51652735728,5

34682490636208

3717,536035,5

395736595

4286,5

4836

5565,5

6445

7464,5

11004

21053,5

23