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CENTRO UNIVERSITÁRIO VILA VELHA - UVVENGENHARIA QUÍMICA – EQ4N
ANDREA PRENHOLATTO PEREIRAEMANUELLE GASTALDI FRANÇA
GABRIELLY SANDRINE DE OLIVEIRAJOICE TOZETTI SANTOS
MARCIELLI RONCETTI VIEIRA
Prática n° 3 (25/10/2010):
VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CÁLCIO NO LEITE EM PÓ
Disciplina: Laboratório de Química Analítica
Professor: Luciana Brunhara Biazati
VILA VELHAOUTUBRO – 2010
ANDREA PRENHOLATTO PEREIRAEMANUELLE GASTALDI FRANÇA
GABRIELLY SANDRINE DE OLIVEIRAJOICE TOZETTI SANTOS
MARCIELLI RONCETTI VIEIRA
VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CÁLCIO NO LEITE EM PÓ
Relatório do Curso de Graduação em Engenharia Química apresentado ao Centro Universitário Vila Velha - UVV, como parte das exigências da Disciplina laboratório de química analítica sob orientação da Professora Luciana Brunhara Biazati.
VILA VELHA OUTUBRO – 2010
1 INTRODUÇÃO
A titulação de complexação é uma técnica de análise volumétrica na qual a
formação de um complexo colorido entre o analito e o titulante é usada para indicar
o ponto final da titulação. Titulações complexométricas são particularmente úteis
para a determinação de diferentes íons metálicos em solução. Um indicador capaz
de produzir uma ambígua mudança de cor é usualmente usado para detectar o
ponto final da titulação.
Uma titulação complexométrica baseia-se na formação de complexos ao
longo da titulação. Este tipo de titulação é muito utilizado em análises de metais,
visto que estes apresentam uma grande capacidade de formar complexos,
principalmente os metais de transição.
Na prática, o uso de EDTA como um titulante está bem estabelecido.
Muitas aminas terciárias que contém grupos ácidos carboxílicos formam
quelatos muito estáveis com diversos íons metálicos. O ácido
etilenodiaminotetracético (EDTA) é o titulante mais versátil. A molécula tem 6
potenciais locais para formar uma ligação com um íon metálico: os 4 grupos
carboxílicos e os 2 grupos aminas. Por isso, dizemos que o EDTA é hexadentado.
Em sua forma completamente protonada, tem a seguinte estrutura (figura 1) :
FIGURA 1
Esse composto é um valioso titulante, pois ele se combina com íons metálicos
em uma proporção de 1:1 (metal : EDTA) independente da carga do cátion. A
importância do EDTA não é proveniente apenas da sua capacidade de formar
quelatos com todos os cátions, mas também porque estes quelatos são estáveis
durante a titulação. Tal estabilidade se deve aos distintos sítios de complexação que
existem dentro da molécula, o que lhe confere uma estrutura em forma de jaula que
engloba o cátion e o separa das moléculas do solvente (Figura 2)
FIGURA 2
Muitos cátions formam precipitados de hidróxido no pH necessário para
titulações com EDTA. Para evitar esse problema é necessário adicionar um agente
complexante auxiliar que vai manter o cátion em solução com os íons metálicos e,
como consequência, compete com a reação básica da titulação.
Há cerca de 200 compostos que podem atuar como indicadores do ponto final
nas titulações complemométricas do EDTA com os íons metálicos. A maioria destes
são compostos orgânicos que formam quelatos coloridos com os íons metálicos em
um intervalo de pM (- log [M]) característico do cátion e do indicador
O comportamento de tais indicadores é tanto complicado pelo fato de que a
sua cor depende do pH da solução. Eles podem reagir com os íons H+, assim como
o fazem com o cátion, apresentando um comportamento análogo ao de um indicador
ácido-base. Para que o indicador aja eficientemente na prática, é necessário que a
estabilidade do complexo metal-indicador seja menor do que a estabilidade do
complexo metal-EDTA. Se isso não ocorrer, o EDTA não conseguirá deslocar o metal
do complexo com o indicador.
O EDTA decompõe-se na presença de agentes oxidantes fortes, como
soluções de Cr (VI) e de Ce (IV) a quente, mas seus complexos metálicos são mais
resistentes. O EDTA pode ser obtido com alta pureza, na forma do ácido
propriamente dito ou na forma do sal dissódico dihidratado. As duas formas
possuem alta massa molar, mas o sal dissódico tem a vantagem de ser mais
facilmente solúvel em água.
2 OBJETIVO
Determinar o teor de cálcio no leite em pó através de uma titulação
complexométrica.
3 EXPERIMENTAL
3.1 MATERIAIS
- Béquer
- Espátula
- Balança
- Bastão de Vidro
- Balão Volumétrico
- Funil de Vidro
- Pipeta
- Erlenmeyer
- Bureta
3.2 REAGENTES
- ZnSO4.7H2O
- EDTA 0,01 M
- Solução tampão ( pH= 10)
- Negro de Eriocromo T
- Sulfato de Zinco
- Leite em pó
3.3 PROCEDIMENTOS
3.3.1 Preparo de 250 mL da solução 0,01 M de Sulfato de Zinco
Calculou-se a quantidade de massa de ZnSO4.7H2O necessária para preparar
250 mL de uma solução 0,01 M. Pesou-se a massa calculada em um béquer,
dissolveu-se e transferiu-se a solução para um balão volumétrico de 250 mL, com o
auxílio de um funil de vidro. Lavou-se o béquer e o funil por diversas vezes e
completou-se o volume até 250 mL. Fechou-se o balão e fez-se a homogeneização.
A solução foi reservada para futura utilização.
3.3.2 Padronização da solução de Sulfato de Zinco
Transferiu-se 20 mL da solução padrão de EDTA 0,01 M para um erlenmeyer
de 250 mL. Adicionou-se aproximadamente 50 mL de água destilada, 10 mL da
solução tampão de pH = 10 e algumas gotas de negro de eriocromo T. Titulou-se
com a solução de zinco a ser padronizada até a mudança de cor. Anotou-se o
volume consumido e calculou-se a concentração exata da solução de sulfato de
zinco e o fator de correção.
3.3.3 Determinação de cálcio em leite em pó
Pesou-se em um béquer 1 g de leite em pó, dissolveu-se em água e
transferiu-se o volume para um erlenmeyer de 250 mL. Adicionou-se 50 mL da
solução padrão de EDTA, 10 mL da solução tampão de pH= 10 e algumas gotas de
negro de eriocromo T. Titulou-se com a solução de sulfato de zinco até a mudança
de cor. Anotou-se o volume consumido de sulfato de zinco e calculou-se o teor (%
m/m) de cálcio no leite em pó.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A titulação realizada neste experimento baseou-se no método indireto, onde a
quantidade de cálcio é determinada pelo excesso de EDTA, que é titulado com
ZnSO4.7H2O, encontrando o ponto final da titulação com o indicador eriocromo:
EDTA + Ca2+ CaEDTA + EDTAexcesso
Zn2+ + EDTA ZnEDTA
Ind- + Zn2+ ZnInd
Quantidade de EDTA = Quantidade de Ca2+ + Quantidade de Zn2+
Quantidade de Ca2+ = Quantidade de EDTA - Quantidade de Zn2+
Inicialmente, preparou-se a solução de sulfato de zinco, calculando-se a
massa necessária para 250 mL de uma solução 0,01 mol/L:
m1 / (M1 x V1) = m2 / (M2 x V2)
287,38 g / ( 1 M x 1 L) = m2 / (0,01 M x 0,250 L)
m2 = 0,718 g
Com o auxílio de uma balança eletrônica, pesou-se exatamente 0,717 g de
ZnSO4.7H2O e preparou-se a solução.
Em seguida, prosseguiu-se à titulação da solução de sulfato de zinco
preparada, usando-se 20 mL de solução padrão de EDTA 0,01 mol/L.
Gastou-se exatamente 18,6 mL na titulação de padronização. Com isso,
calculou-se o fator de correção:
Fc = M1xV1 / M2xV2
Fc = 0,01 M x 20,0 mL / 0,01 M x 18,6 mL = 1,0753
Em seguida, pesou-se exatamente 1,004 g de leite em pó da amostra
fornecida. Prosseguiu-se à titulação com a solução de sulfato de zinco, gastando-se
20,7 mL até a mudança de cor do indicador. Assim, calcula-se a quantidade de cálcio
presente no leite em pó.
Inicialmente, descobre-se a quantidade, em mols, de EDTA presentes no
início do experimento:
1000 mL de EDTA -------------- 0,01 mol
50 mL ------------------------------ X
X = 5 x 10-4 mol de EDTA
Em seguida, corrige-se o volume gasto na titulação:
20,7 mL x Fc = 20,7 x 1,0753 = 22,26 mL
E calcula-se a quantidade em mols de Zn2+ presente neste volume:
1000 mL de Zn2+---------------- 0,01 mol
22,26 mL ---------------------------- X
X = 2,226 x 10-4 mol de Zn2+
Quantidade de Ca2+ = Quantidade de EDTA - Quantidade de Zn2+
5 x 10-4 - 2,226 x 10-4 = 2,774 x 10-4 mol de Ca2+
Sabe-se que este valor equivale à quantidade de íons Ca2+ presentes no início
da titulação. Portanto, calcula-se a quantidade, em gramas, de cálcio:
1 mol Ca2+ -------------------- 40 g
2,774 x 10-4 mol ------------ X
X = 0,011096 g
E em seguida, a quantidade em % m/m:
0,011096 g de Ca2+ -------------------- 1,004 g de leite em pó
X ----------------------------------------- 100 g
X = 1,1052 % m/m ou 11,052 mg Ca2+/g leite em pó.
5 CONCLUSÃO
O objetivo deste relatório consistiu em determinar a concentração de Ca2+ em
uma amostra de leite em pó através de uma análise complexométrica pelo método
de titulação de deslocamento.
Após a realização do experimento, conclui-se que os resultados obtidos foram
satisfatórios. O valor de cálcio encontrado no leite em pó foi de 11,052 mg Ca2+/g,
um valor próximo ao esperado – em torno de 15 mg Ca2+/g.
O experimento proporcionou um conhecimento geral de alguns dos principais
métodos de análise química, utilizados numa titulação de complexação.
Observaram-se na prática alguns cuidados devem ser tomados antes de se
submeter uma amostra a esse tipo de análise; é necessário um conhecimento prévio
dos componentes que a constituem, para que possa ser feita adequadamente a
redução dos interferentes e o ajuste do pH, alguns dos fatores determinante no
sucesso da complexometria.
Com isso, observou-se que uma análise complexométrica é muito importante
na determinação quantitativa de íons metálicos, pois se trata de uma análise rápida,
com grande eficiência e um pequeno custo.
Desta maneira, podemos afirmar que a prática foi bastante proveitosa,
relacionando conceitos teóricos com o experimento, e que seus objetivos foram
plenamente atingidos.
6 BIBLIOGRAFIA
1 Harris, Daniel C., Análise química quantitativa, sexta edição, editora LTC.
2 Mendham, J.; Denney, R. C.; Barnes, J. D.; Thomas, M. J. K., Vogel – Análise
química quantitativa, sexta edição, editora LTC
3 Mahan, B.M.; Myers, R.J., Química Um Curso Universitário, editora Blücher.
4 Baccan, N., Química analítica quantitativa elementar, terceira edição, editora
Blucher