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Relatório
Agrupamento de Escolas
Visconde de Juromenha
SINTRA
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2016 2017
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB
Escola Básica Visconde de Juromenha, Mem Martins,
Sintra • •
Escola Básica Eduardo Luna de Carvalho, Tapada das
Mercês, Sintra • •
Escola Básica da Tapada das Mercês, Sintra • •
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas
Visconde de Juromenha – Sintra, realizada pela
equipa de avaliação, na sequência da visita
efetuada entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro de
2017. As conclusões decorrem da análise dos
documentos fundamentais do Agrupamento, em
especial da sua autoavaliação, dos indicadores de
sucesso académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-
-sede do Agrupamento e os restantes
estabelecimentos de educação e ensino que o constituem.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha, criado em junho de 2004, situa-se na freguesia de
Algueirão – Mem Martins, no concelho de Sintra. É constituído por três estabelecimentos de educação e
ensino, anteriormente identificados, sendo a Escola Básica Visconde de Juromenha a escola-sede, que
passou a funcionar em instalações requalificadas a partir de 2013-2014. Integra o Programa Territórios
Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), desde o ano letivo de 2009-2010. A avaliação externa
realizada, no âmbito do primeiro ciclo de avaliação, ocorreu em fevereiro de 2011.
No presente ano letivo, a população escolar totaliza 1476 crianças e alunos: 162 na educação pré-escolar
(sete grupos); 523 no 1.º ciclo do ensino básico (24 turmas); 264 no 2.º ciclo (12 turmas), 489 no 3.º ciclo
(20 turmas); 22 num curso vocacional de nível básico (uma turma) e 16 num de secundário (uma turma).
No Estabelecimento Prisional da Carregueira funcionam cursos de educação e formação de adultos,
frequentados por 77 formandos (cinco turmas). O Agrupamento é entidade promotora das atividades de
enriquecimento curricular no 1.º ciclo.
No que concerne à ação social escolar, 47% dos alunos não beneficiam de auxílios económicos e 18% são
oriundos de outros países, maioritariamente de expressão portuguesa (como Cabo Verde, Brasil e
Angola). Quanto às tecnologias de informação e comunicação, 70% dos alunos do ensino básico e 63% dos
do secundário possuem computador e ligação à internet.
Os dados respeitantes às habilitações académicas dos pais e das mães dos alunos do ensino básico
revelam 7% com formação de grau superior e 27% com o ensino secundário, valores que reduzem para
0% e 22% relativamente aos dos estudantes do secundário. Quanto à sua ocupação profissional, as
atividades de nível superior e intermédio são exercidas por 13% no ensino básico e 9% no secundário.
Dos 138 docentes que desempenham funções no Agrupamento, 29% são contratados, sendo que, dos
restantes, 78% apresentam 10 ou mais anos de serviço. Quanto aos trabalhadores não docentes,
integram 40 assistentes operacionais, sete assistentes técnicos e oito técnicos superiores.
De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,
relativos ao ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento, quando comparado com as outras escolas públicas,
apresenta valores das variáveis de contexto que o colocam entre os mais desfavorecidos, com destaque
para a idade média dos alunos, a percentagem dos que não beneficiam de auxílios económicos no âmbito
da ação social escolar e a percentagem de docentes do quadro.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Quando comparados com os das escolas de contexto análogo, os resultados relativos ao triénio 2012-2013
a 2014-2015 situaram-se acima dos valores esperados no que diz respeito às taxas de conclusão do 4.º e
do 6.º anos de escolaridade. Todavia, as do 9.º ficaram aquém em 2014-2015, depois de terem estado em
linha e acima do esperado nos dois anos letivos anteriores.
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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Quanto aos resultados das provas de avaliação externa dos 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade,
mantiveram-se aquém dos valores esperados, tanto em português como em matemática, exceção feita ao
4.º ano, nesta última disciplina, em que se situaram em linha com o esperado, em 2012-2013. De referir
que, neste ano de escolaridade, assim como no 9.º ano, se posicionaram significativamente aquém nas
duas disciplinas, em 2014-2015, pelo que persistem “os fracos resultados académicos nas provas de
aferição e nos exames nacionais” identificados na anterior avaliação externa.
Deste modo, não obstante as variáveis de contexto do Agrupamento serem desfavoráveis, a análise
anterior permite concluir que, comparados com escolas de contexto análogo, os resultados observados
ficaram globalmente aquém dos valores esperados, o que justifica a continuidade e o aprofundamento
das ações encetadas para a melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem e do desempenho dos
alunos.
Os mecanismos de monitorização têm vindo a ser aperfeiçoados, permitindo uma análise sistemática e
progressivamente mais fina dos resultados, nos diversos órgãos e estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica, bem como o estabelecimento de planos de ação consequentes. A identificação dos
fatores que estão a condicionar o sucesso dos alunos levou à priorização de medidas, algumas delas com
caráter inovador, que, incidindo sobre os modos de ensinar e de fazer aprender, se espera venham a ter
impactos positivos nos resultados académicos.
Distingue-se a evolução da filosofia subjacente aos planos plurianuais de melhoria, com ações
estrategicamente mais preventivas, focalizadas nos primeiros anos de cada ciclo, para incrementar
aprendizagens mais sustentadas (Ler e Escrever para Aprender – LEA, Leitura e Escrita no Currículo –
LEC e Laboratório de Matemática). Neste âmbito, a evolução positiva das taxas de transição do 2.º ano
ao longo do último triénio reflete já, em parte, o trabalho articulado e sequencial entre a educação pré-
escolar e os dois primeiros anos de escolaridade.
A criação de metas, intermédias e finais, para os resultados, orienta a análise que deles é feita em cada
estrutura. No que diz respeito à qualidade do sucesso, traduzida na percentagem de níveis positivos a
todas as disciplinas, constata-se um afastamento em relação ao definido para o 3.º ciclo, ainda que se
evidencie uma aproximação nos restantes ciclos. Neste ponto, o estabelecer de metas anuais para o
sucesso em cada disciplina, ajustadas a cada turma, implicando os alunos na sua definição conjunta, é
um aspeto a equacionar, como contributo para a respetiva corresponsabilização nos processos de
melhoria dos resultados.
Na educação pré-escolar, as educadoras têm vindo também a aperfeiçoar os mecanismos de
monitorização do progresso das crianças, para que, através do reajustamento da ação educativa, sejam
potencializadas as oportunidades de aprendizagem e proporcionadas as condições para o sucesso.
Os cursos de educação e formação, cujo percurso foi concluído entre 2012-2013 e 2014-2015,
apresentaram taxas de sucesso superiores a 89%, tal como os cursos vocacionais do 3.º ciclo que lhes
sucederam. Pelo contrário, a reduzida percentagem de formandos que se encontram a frequentar o
último ano do curso vocacional do ensino secundário reflete um nível de desistência expressivo. Embora
correspondendo a jovens que, nalguns casos, se encontravam já fora da escolaridade obrigatória, esta
circunstância merece reflexão.
As taxas de abandono escolar têm registado oscilações, variando entre 0,6% e 0,9% no 2.º ciclo e 3,2% e
1,5% no 3.º, respetivamente em 2012-2013 e 2015-2016, valores ainda aquém das metas estabelecidas.
De referir, no entanto, que estes refletem, entre outras potenciais razões, a não formalização da
transferência de alunos para o estrangeiro.
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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RESULTADOS SOCIAIS
O Agrupamento evidencia algumas dinâmicas de mobilização e de participação de crianças e de alunos
que concorrem para a sua formação pessoal e social. A corresponsabilização sobressai em rotinas
diárias, designadamente na marcação de presenças ou na distribuição e recolha de materiais, quer na
educação pré-escolar quer no 1.º ciclo. Neste nível de ensino, as assembleias de turma assumem-se como
uma prática generalizada no âmbito da oferta complementar de educação para a cidadania. Esta
vertente, no caso do 3.º ano de escolaridade, concretiza-se através do projeto filosofia para crianças, em
coadjuvância com uma docente com formação específica, com vista ao desenvolvimento e compreensão da
linguagem e das capacidades críticas e criativas dos alunos, o que se releva, pelas mais-valias que, a
estes níveis, já evidencia.
O trabalho concretizado com os alunos no âmbito da construção do projeto educativo e da revisão do
regulamento interno, em assembleias de delegados de turma, vai ao encontro do ponto fraco assinalado
na anterior avaliação externa, no respeitante ao seu menor envolvimento na elaboração dos documentos
estruturantes. Todavia, ainda não é manifesta a “auscultação e corresponsabilização” dos alunos, de
forma consistente e sistemática, com vista a acolher os seus contributos e encontrar soluções conjuntas
para os problemas que os mesmos identificam em assuntos que lhes dizem respeito. De igual modo, a
sua participação mais ativa no âmbito da autoavaliação e do debate de ideias, sobretudo das que visam
a melhoria do ambiente escolar, reveste-se como uma oportunidade para valorizar as suas sugestões,
comprometê-los nas opções de melhoria e fomentar o exercício da cidadania responsável. Este é, pois,
um desafio que se coloca, havendo margem para progresso.
Destacam-se, no entanto, iniciativas direcionadas para a mobilização dos jovens para as dinâmicas
escolares, como sejam, a divulgação e apresentação de trabalhos ou de peças de teatro, o desempenho de
funções de monitores na biblioteca da escola-sede ou, nos períodos de interrupção letiva, a dinamização
do projeto Okupa Tempos Livres, assim como, a organização de semanas temáticas experimentais.
A consciência ecológica, ancorada no Programa Eco-Escolas que se desenvolve em todo o Agrupamento,
é estimulada através de iniciativas como a eleição de delegados ambientais, por turma, e a constituição
de brigadas verdes. Todavia, a mais-valia dessas ações, nomeadamente no que respeita ao papel
exercido pelos alunos, merece uma reflexão mais aprofundada dos responsáveis.
A promoção de um clima de aprendizagem favorável continua a enformar um dos desideratos presentes
no projeto educativo. A monitorização sistemática da frequência e da natureza das ocorrências
disciplinares, bem como das medidas aplicadas, tem concorrido para a implementação de ações
progressivamente mais eficazes. Distingue-se, nesse âmbito, o trabalho da Equipa de Apoio ao Aluno e à
Família que acompanha aqueles que apresentam condutas desajustadas, por exemplo, através de
programas de desenvolvimento de competências pessoais e sociais. As famílias também são integradas
nessa intervenção multidisciplinar que abrange professores titulares/diretores de turma, psicóloga,
técnicos dos programas TEIP e Escolhas e, quando se justifique, outras entidades parceiras.
Com o objetivo de um maior envolvimento e corresponsabilização dos alunos na mediação dos conflitos e
na negociação das regras, investiu-se na realização semanal de assembleias de turma (DTA), nos 5.º e
7.º anos de escolaridade. Porém, nos restantes, embora previstas, ocorrem com um cariz pontual e
assente na decisão de cada diretor de turma que, em regra, não as considera necessárias.
Atendendo a que os comportamentos perturbadores são frequentes em sala de aula, continuando a
prejudicar os processos de ensino e de aprendizagem, afigura-se crucial equacionar as causas dessa
indisciplina, seja as que se relacionam com os modos de ensinar e fazer aprender, seja as que se
prendem com a dificuldade da firme aplicação, por parte de alguns docentes, das medidas concertadas
em conselho de turma. Justifica-se, pois, a intensificação de uma estratégia global, partilhada e
consistente, que permita reforçar a prevenção de ocorrências, minimizando-as.
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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O Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde, implementado em articulação com a
unidade de cuidados na comunidade local, tem conquistado espaço nas dinâmicas escolares com a
abordagem de temáticas relevantes para a prevenção de comportamentos de risco e para a divulgação de
hábitos e de estilos de vida saudáveis. O Desporto Escolar congrega os alunos em torno dos êxitos
individuais e coletivos, concorrendo para a valorização do trabalho em equipa, a aquisição de regras de
convivência e de competências sociais.
O espírito solidário é incutido, transversalmente, através de ações de que se destaca a recolha de
alimentos e produtos de higiene, no âmbito da campanha Ajudar também é Educar, desenvolvida em
parceria com entidades locais.
Ainda que o Agrupamento detenha um conhecimento informal do percurso de alguns estudantes, não
dispõe de mecanismos que lhe possibilitem aferir o impacto da escolaridade nos mesmos, após a
conclusão do 9.º ano de escolaridade. É pela partilha do percurso realizado e do historial de vida
académica por parte de ex-alunos, participantes em atividades dinamizadas pelo serviço de psicologia e
orientação ou pela associação de jovens CIAPA (Centro de Atividades Pedagógicas Aeroespaciais), que,
em regra, essa informação é veiculada. A implementação de um mecanismo estruturado de recolha de
dados, viabilizador do conhecimento efetivo das opções curriculares nas aprendizagens dos alunos e na
adequação da orientação vocacional prestada, constitui uma potencial área de investimento.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
Os resultados dos questionários aplicados no âmbito da presente avaliação externa apresentam
diferentes graus de satisfação por parte dos grupos de inquiridos, relativamente ao funcionamento e ao
serviço prestado pelo Agrupamento. Os pais e encarregados de educação, em particular os das crianças
que frequentam a educação pré-escolar, e os alunos do 1.º ciclo são os que se revelam mais satisfeitos. Os
primeiros destacam o bom funcionamento dos jardins de infância, a qualidade do ensino, o incentivo aos
bons resultados e a disponibilidade revelada pelos diretores de turma. Por sua vez, os segundos
salientam o gosto pelas atividades de expressão plástica, de educação física e de desporto e o facto de
compreenderem bem o que o professor explica nas aulas.
Das respostas dos restantes alunos, os maiores níveis de concordância vão para o conhecimento que
detêm dos critérios de avaliação e das regras de comportamento. No entanto, evidenciam muito
claramente o desagrado com o serviço do refeitório e com o ambiente nas aulas, de pouca tranquilidade e
respeito, bem como com a reduzida utilização do computador em sala de aula, facto que é também
corroborado pelos professores. Entre os trabalhadores docentes e não docentes merece reflexão a elevada
percentagem na opção não concordo nem discordo, bem como a opinião pouco consensual dos primeiros,
sobretudo no que concerne aos aspetos relacionados com o desempenho da direção.
Os sucessos das crianças e dos alunos são valorizados em diversas vertentes, quer seja através da
exposição dos seus trabalhos nos espaços escolares, da apresentação pública dos espetáculos que
preparam no âmbito dos projetos Escola de Artes ou Orquestra Escolar ou da atribuição de prémios
simbólicos pela participação no Desporto Escolar e em concursos diversos, sendo divulgados os
respetivos vencedores. Em cerimónia aberta a toda a comunidade, são ainda distinguidos não só os
alunos que se salientam pelos resultados académicos como também os que se destacaram pelo seu
desempenho social.
A abertura ao exterior é uma característica do Agrupamento, que mantém e promove boas relações com
as entidades e instituições locais. O seu contributo para o desenvolvimento da comunidade está
particularmente visível na forma como acolhe e contribui para solucionar problemáticas pessoais e
sociais das crianças e dos alunos. Embora sem ter obtido os resultados ambicionados, a iniciativa de
abrir um curso vocacional de nível secundário, visando a conclusão da escolaridade por parte de um
grupo de jovens em risco de abandono, é elucidativa desta atenção. Salientam-se ainda o trabalho em
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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rede desenvolvido pela Equipa de Apoio ao Aluno e à Família e a promoção, até 2015, do projeto O
Espaço, Desafios e Oportunidades, integrado no Programa Escolhas. Tendo evoluído para uma iniciativa
da comunidade, mantém uma ligação forte com o Agrupamento, que integra o consórcio responsável.
É de referir a dinamização de sessões de esclarecimento destinadas às famílias, com vista a melhorar a
sua participação no acompanhamento escolar dos respetivos educandos, de que constituem um bom
exemplo as que têm sido fomentadas no âmbito da promoção de competências de literacia. Constata-se
um reconhecimento pela disponibilidade na cedência dos espaços da escola-sede às entidades parceiras e
à comunidade, como tem vindo a ocorrer nas interrupções letivas com o projeto Okupa Tempos Livres,
da Câmara Municipal de Sintra, ou com o Conservatório Sons e Compassos.
Em conclusão, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações
de aperfeiçoamento são ainda pouco consistentes e envolvem áreas limitadas. Tais fundamentos
justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
Identificadas como um ponto fraco na anterior avaliação externa, a gestão e a articulação do currículo,
associadas, então, à “pouca operacionalidade dos departamentos curriculares”, mereceram a atenção dos
responsáveis. Assim, o planeamento estratégico, o projeto educativo e os planos de melhoria entretanto
desenvolvidos têm contemplado ações específicas, nesta matéria.
Os processos de articulação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo têm vindo a ser alvo de
aprofundamento e são já consistentes. Concretizam-se nas reuniões entre os docentes para melhorar o
conhecimento das orientações curriculares e do currículo e das metodologias que caracterizam as duas
realidades educativas, bem como para a definição conjunta de estratégias que visam dar continuidade
às aprendizagens realizadas pelas crianças que iniciam o 1.º ano de escolaridade. Pensada para dar
resposta às dificuldades diagnosticadas ao nível da leitura e da escrita, a ação LEA é um exemplo muito
positivo do trabalho que tem vindo a ser efetuado neste campo. Sobressai a elaboração e implementação
de programas sequenciais que preveem os modos de progressão do desenvolvimento da consciência
fonológica e lexical na educação pré-escolar e nos dois primeiros anos de escolaridade.
Têm ainda sido dados passos para melhorar a gestão sequencial do currículo, incidindo, principalmente,
nas áreas de português e de matemática e, mais recentemente, na de inglês. A articulação entre os
técnicos das atividades de enriquecimento curricular e os departamentos curriculares de expressões e de
línguas é também fomentada, através de reuniões promovidas para o efeito, tal como ocorre com os
docentes do 1.º ciclo, o que contribui para a superação do ponto fraco identificado, neste âmbito, na
anterior avaliação externa. Não se encontra, porém, estruturado um trabalho generalizado a todas as
áreas disciplinares que possa efetivamente concorrer para a sequencialidade das aprendizagens.
A articulação interdisciplinar evidencia-se, essencialmente, na concretização de visitas de estudo.
Chegou a ser alvo de uma ação de melhoria que cruzava conteúdos afins de matemática e de educação
visual, mas os planos de trabalho das turmas não traduzem essa nem outras estratégias de gestão
articulada dos saberes que permitam maximizar, com intencionalidade, o ensino e as aprendizagens.
Esta é, pois, uma área com grande margem de progresso.
Pelo seu caráter transdisciplinar, distingue-se, contudo, a ação LEC que, tendo como objetivo o reforço
das competências de literacia em português, tem implicado a articulação das próprias práticas
pedagógicas, entre os docentes envolvidos. As rotinas transversais implementadas revelam-se
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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potenciadoras das aprendizagens, pelo que o seu alargamento às restantes disciplinas pode incrementar
a qualidade do sucesso.
A contextualização curricular está presente em iniciativas do plano anual que exploram o meio
envolvente e os recursos do município, contribuindo para imprimir mais significado e utilidade às
aprendizagens efetuadas em sala de aula. Outra das formas remete para a seleção da área de comércio e
logística nos cursos vocacionais, de acordo com as características do tecido empresarial local.
A intervenção de docentes que lecionaram os anos de escolaridade anteriores no processo de constituição
de turmas permite a transmissão de informação útil para a organização das mesmas e do trabalho
pedagógico a desenvolver nos anos subsequentes. Por outro lado, os projetos curriculares de grupo e os
planos de trabalho das turmas contêm dados que favorecem a definição de prioridades e a identificação
de estratégias. A participação em atividades na escola-sede e a receção dos alunos que ingressam no 5.º
ano são também facilitadoras da respetiva transição de ciclo. É ainda de mencionar o envolvimento das
turmas do 9.º ano em processos de orientação vocacional, bem como em iniciativas de divulgação das
diferentes ofertas formativas.
Constata-se o fortalecimento do trabalho colaborativo entre docentes, sobretudo no planeamento das
atividades, na avaliação das ações implementadas e na produção de materiais pedagógico-didáticos, com
reflexos positivos nos processos de ensino e de aprendizagem, ainda que menos consolidado nalguns
grupos de recrutamento. Realça-se a implementação de sessões de trabalho entre docentes dos
diferentes departamentos curriculares e de momentos de partilha de experiências relevantes, no âmbito
das Jornadas Pedagógicas.
PRÁTICAS DE ENSINO
O Agrupamento prossegue uma política de educação inclusiva, proporcionando um acompanhamento
sistemático aos alunos com necessidades educativas especiais. Reconhece-se um trabalho em rede entre
docentes do ensino regular e de educação especial, o serviço de psicologia e orientação e técnicos
especializados do Centro de Recursos para a Inclusão, no sentido de criar respostas para as diferentes
problemáticas referenciadas.
O incentivo aos bons desempenhos dos alunos e a valorização das suas potencialidades são
incrementados através da participação em diversos concursos, olimpíadas e programas nacionais.
Realça-se a particular atenção conferida àqueles que desenvolvem um currículo específico individual,
envolvendo-os nas atividades das respetivas turmas e do plano anual, como o projeto Escola de Artes e o
Desporto Escolar, em prol da sua efetiva inclusão.
Registam-se exemplos válidos de diferenciação pedagógica, designadamente ao nível das oficinas de
português e matemática, operacionalizadas através de coadjuvações e ou constituição de grupos
homogéneos. Também os apoios individualizados e as tutorias concorrem para a delineação de
estratégias com vista à resolução de problemas específicos. Como resposta favorecedora da qualidade
das aprendizagens e do progresso nos resultados académicos, importa, no entanto, impulsionar a
pedagogia diferenciada em contexto de sala de aula, generalizando-a e envolvendo os alunos na
construção do seu próprio saber, seja dos que denotam dificuldades de aprendizagem seja dos que
revelam maiores capacidades.
Identificado na anterior avaliação externa o ponto fraco “As reduzidas iniciativas inovadoras, que não
potenciam o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem”, o Agrupamento investiu na
implementação de metodologias mais ativas que importa consolidar e de que a ação Laboratório de
Matemática é representativa. Através do projeto O Espaço, Desafios e Oportunidades, e em áreas
específicas, como sejam a alimentar ou das ciências aeroespaciais, têm sido proporcionadas atividades
práticas aos alunos, consubstanciadas na premissa aprender fazendo e investigando, que, em articulação
Agrupamento de Escolas Visconde de Juromenha – SINTRA
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com o currículo de estudo do meio e das ciências, naturais e físico-químicas, propiciam aprendizagens
significativas e complementam a sua formação integral. Nas diversas semanas temáticas realizam-se
também ações favorecedoras de atitudes positivas face à ciência. Sublinha-se, nesses momentos, a
cooperação entre níveis de ensino, em que alunos mais velhos ajudam os mais novos em atividades
experimentais.
A requalificação do edifício onde se encontra instalada a biblioteca da escola-sede dotou-a de condições
para se constituir como um polo dinamizador das aprendizagens, cujas dinâmicas compreendem
atividades de índole cultural, de fomento de hábitos e do gosto pela leitura, de cariz formativo para
docentes, de desenvolvimento de projetos ou de workshops experimentais. A promoção de diferentes
literacias e de competências de pesquisa e de trabalho autónomo dos alunos tem concorrido para
reforçar a sua procura por parte destes. No que concerne às bibliotecas dos restantes estabelecimentos
de educação, distingue-se a realização de iniciativas intencionalmente planeadas, bem como o facto de
constituírem um recurso para complementar as práticas letivas. Através do projeto LEA tem-se
registado um envolvimento progressivo das famílias na promoção de hábitos de leitura, o que é
meritório.
A dimensão artística é, transversalmente, bastante valorizada, enriquecendo, através de iniciativas
pertinentes, os saberes escolares. O projeto Escola de Artes é emblemático pelas oportunidades
formativas que tem vindo a propiciar aos alunos nas áreas das expressões plástica e dramática, da
imagem/divulgação e da música. A participação anual na Mostra de Teatro de Sintra tem sido positiva,
sendo apresentada uma peça por ano de escolaridade, devidamente contextualizada no currículo. A
Orquestra Escolar envolve 40 alunos, o que denota o bom acolhimento desta iniciativa por parte das
famílias. Esta vertente está, igualmente, presente nas disciplinas de oferta de escola no 3.º ciclo e, no
1.º, no projeto Atividades Lúdico Expressivas.
Não sendo anteriormente entendido “o acompanhamento e supervisão da prática letiva em sala de
aula”, como uma “necessidade efetiva” por parte das lideranças intermédias, o repto colocado nesta área
pela anterior avaliação externa suscitou, em 2015-2016, a criação de condições para o desencadear dessa
prática. A formação em contexto, então proporcionada a coordenadores de departamento curricular e de
ciclo, pela Escola Superior de Educação de Lisboa, foi basilar, assim como o apoio por esta dado ao nível
da criação de instrumentos de observação e de monitorização. Releva-se a recetividade ao início de
práticas de supervisão no âmbito das ações de melhoria em curso. O trabalho desencadeado expressa, de
forma positiva, o caminho recentemente trilhado neste domínio, tornando-se crucial o seu alargamento e
generalização, por forma a conduzir ao efetivo desenvolvimento profissional e a ter impacto na melhoria
dos processos de ensino e de aprendizagem.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
Decorrendo, em parte, da experiência e da formação obtida no âmbito da implementação dos planos de
melhoria, os mecanismos de monitorização dos diversos processos têm vindo progressivamente a ser
reajustados e encontram-se, em geral, interiorizados. No que respeita à avaliação das aprendizagens,
têm sido aferidos procedimentos de recolha da informação que permitem a monitorização do
desenvolvimento do currículo, para além de salvaguardarem a validade e fiabilidade dos instrumentos
utilizados. Embora não sendo uma prática generalizada, em vários grupos de recrutamento os testes
resultam de um trabalho conjunto ao nível das matrizes de conceção e, nalguns casos, na própria
elaboração e correção dos mesmos. Nesse sentido, os coordenadores de departamento curricular
supervisionam a coerência da aplicação dos critérios de avaliação definidos.
Estes últimos são dados a conhecer aos alunos e encarregados de educação no início do ano letivo, ainda
que a maioria dos critérios específicos se limitem a definir a ponderação dos diversos instrumentos na
classificação final. Embora se releve a definição de perfis de aprendizagem para cada disciplina/ano de
escolaridade, importará que estes se tornem verdadeiros instrumentos de orientação das aprendizagens
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e do desenvolvimento da autonomia dos alunos, facultando-lhes, no momento oportuno, o conhecimento
do que é esperado que saibam, relativamente a cada matéria ou unidade de ensino.
A avaliação das aprendizagens integra as diferentes modalidades e baseia-se em instrumentos
diversificados. Os resultados da avaliação diagnóstica são refletidos nos conselhos de ano/turma e em
grupo de recrutamento, servindo de referência para a planificação da atividade educativa. É também
promovida a vertente formativa, embora com maior enfoque nos momentos anteriores aos testes. Ainda
que alguns docentes forneçam informação de retorno aos alunos, com indicação sobre a forma de
melhorarem os seus desempenhos, esta é uma área que carece de aprofundamento e generalização,
beneficiando de uma utilização mais eficaz dos perfis de aprendizagem.
Os planos plurianuais de melhoria têm incidido estrategicamente em ações destinadas à promoção do
sucesso escolar e as respetivas medidas são alvo de monitorização regular, tal como sucede com as que
são desenvolvidas no âmbito dos conselhos de turma, sendo, por vezes, reformuladas.
A prevenção da desistência e do abandono tem merecido a atenção do Agrupamento. A criação de ofertas
formativas diversificadas, o investimento na orientação vocacional dos alunos no sentido de facilitar
escolhas informadas e mais adequadas para os seus percursos, a ação da Equipa de Apoio ao Aluno e à
Família no quotidiano escolar e na comunicação muito próxima com as famílias, a par de uma ligação
consistente com a rede social e com parceiros locais, têm sido relevantes na promoção do sucesso e para
encontrar as respostas necessárias para os casos identificados.
Em síntese, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, o Agrupamento apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,
o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
Num quadro de organização que se assume como aprendente, denota-se visão estratégica na atuação da
diretora, que demonstra abertura e motivação para aderir a oportunidades que fortalecem a ação
educativa, em ordem ao progresso dos desempenhos de crianças e de alunos, bem como à respetiva
formação integral. Revela-se pró-ativa e determinada na mobilização dos profissionais para a melhoria
das práticas pedagógicas. Nesse sentido, tem conseguido motivar e congregar as lideranças intermédias
para uma gestão mais articulada e participada, através da implementação de ações, algumas com
caráter inovador, que concorrem para aquele desiderato.
Efetivamente, fica claro o seu propósito em fomentar uma cultura de corresponsabilização em questões-
chave, concedendo-lhes margem de intervenção nas respetivas áreas, o que tem permitido a emergência
de lideranças progressivamente mais participativas que assumem, nalguns casos com entusiasmo e
particular empenho, o papel na condução dos seus pares. A moderação de painéis nas Jornadas
Pedagógicas, a orientação de equipas docentes por parte de diretores de turma e de coordenadores de
ano, a supervisão de ações de melhoria, entre outros exemplos possíveis, espelham a importância que
lhes é conferida.
Fica patente a sintonia entre a direção e os conselhos geral e pedagógico, ao nível dos compromissos a
prosseguir e da procura de soluções para os problemas diagnosticados. O conselho geral, na esfera de
competências que lhe estão cometidas, tem assumido, com disponibilidade, as respetivas funções,
revelando uma postura reflexiva e crítica, no sentido do cumprimento das metas definidas no âmbito do
Programa TEIP e da prossecução dos objetivos estipulados no projeto educativo.
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Resultante de um trabalho plural e participado, e em consonância com o projeto de intervenção da
diretora, o projeto educativo, à semelhança dos restantes documentos estruturantes, configura um
referencial efetivo para as dinâmicas escolares. A visão que preconiza focaliza-se na promoção de uma
escola de qualidade e em ser uma referência na comunidade em que se insere.
Embora as atividades previstas no plano anual, para os diferentes níveis de educação e de ensino,
denotem articulação com o projeto educativo, importa estabelecer uma correlação mais objetiva entre as
mesmas e as metas neste traçadas, no sentido de possibilitar a sua operacionalização efetiva e facilitar a
monitorização e avaliação das medidas implementadas, suportando juízos avaliativos mais consistentes.
O ambiente educativo, alicerçado em relações interpessoais positivas, resulta do empenho da
generalidade dos docentes e não docentes no exercício das respetivas funções. No entanto, no que
respeita a estes últimos, evidenciam-se algumas fragilidades, porquanto nem todos sentem o seu
trabalho cabalmente reconhecido enquanto elementos interventivos na dimensão educativa, em
particular dos alunos. A promoção de mecanismos que reforcem a motivação e incrementem, de forma
generalizada, a valorização do serviço daqueles profissionais, constitui, pois, uma vertente a merecer
maior atenção.
São realizadas, de modo transversal aos diferentes níveis de educação e ensino, atividades promotoras
do envolvimento das famílias nas dinâmicas escolares. A flexibilidade nos contactos por parte dos
docentes titulares/diretores de turma constituem outra estratégia, reforçada e ou complementada com o
trabalho dos técnicos da Equipa de Apoio ao Aluno e à Família. Trata-se, no entanto, de um processo em
construção, com margem para investimento na mobilização dos pais e encarregados de educação.
Embora nas escolas básicas Eduardo Luna de Carvalho e da Tapada das Mercês as associações de pais e
encarregados de educação sejam as entidades gestoras da componente de apoio à família, afigura-se
desejável que assumam um papel mais ativo nas dinâmicas do Agrupamento. Quanto à da escola-sede,
interventiva na identificação de problemas, releva-se a sua participação na cerimónia de atribuição dos
quadros de valor e de excelência e no corta-mato escolar. A valorização do papel destas três associações,
e a corresponsabilização nas diferentes ações, pode constituir uma oportunidade para os processos de
melhoria do Agrupamento.
O impulso conferido ao trabalho colaborativo tem concorrido para o espírito de coesão, com equipas que
integram docentes dos diferentes níveis de educação e de ensino e a concretização de ações que ajudam a
estreitar laços, como sejam a comemoração do Dia do Agrupamento, o desfile de Carnaval, a festa de
final de ano letivo ou o Jantar das Famílias (em articulação com a Câmara Municipal de Sintra). Esta
área afigura-se, no entanto, com margem para ser reforçada ao nível do sentido de pertença e da
intensificação de laços de confiança entre os diferentes profissionais.
Realça-se a abertura ao meio e as sinergias estabelecidas entre a direção, a câmara municipal e a Junta
de Freguesia de Algueirão – Mem Martins, em torno de iniciativas diversas e pertinentes. Também a
interação estabelecida no âmbito do Programa Escolhas é reconhecidamente bastante positiva,
consubstanciando-se numa boa dinâmica nas áreas do desenvolvimento social, como na utilização
mútua de espaços. A cultura de proximidade e rentabilização dos recursos existentes no meio fica ainda
patente ao nível da Biblioteca da Tapada das Mercês ou da Casa da Juventude.
É digno de nota o leque abrangente de parcerias sólidas, em áreas estratégicas de intervenção, sendo a
sua mais-valia reconhecida pela viabilização de respostas contextualizadas às necessidades educativas e
pela qualidade do serviço prestado. Destaque-se ainda a adesão à Microrrede TEIP que veio permitir
uma comunicação mais frequente entre este e os restantes agrupamentos de escolas que a integram,
facilitando entre outros aspetos, a troca de ideias e experiências.
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GESTÃO
As práticas de gestão, considerando as prioridades educativas, potenciam as competências pessoais e
profissionais dos trabalhadores, numa lógica de eficácia, aliando-as ao perfil e à experiência. A
otimização das competências adquiridas observa-se na afetação de docentes a determinados cargos e
projetos. A distribuição do serviço, em que se inclui a direção de turma é, sempre que possível, norteada
pela continuidade das equipas pedagógicas.
No que respeita aos não docentes, a conciliação das suas aptidões com a resposta requerida nos diversos
setores é, em regra, prosseguida, sendo que a rotatividade de tarefas não se assume como uma prática
usual. Tem sido proporcionada formação em vertentes consideradas prioritárias para o bom
funcionamento dos serviços a que estão alocados. A dedicação e o espírito de entreajuda concorrem para
assegurar o bom funcionamento das diversas áreas.
As necessidades formativas dos docentes são identificadas num plano que enforma ações do projeto
TEIP e a que o centro de formação, a que o Agrupamento se encontra adstrito, dá, em regra, resposta.
Importa, ainda, sublinhar a parceria celebrada com a Escola Superior de Educação de Lisboa, enquanto
estratégia intencional por parte da direção, na promoção de iniciativas potenciadoras da capacitação
pedagógica e científica dos docentes e de que as Jornadas Pedagógicas se tornaram exemplo
paradigmático. Salienta-se o facto de a sua dinamização ter pressuposto atividades práticas em
contexto, perspetivando a sua aplicabilidade a curto prazo. Numa linha de rendibilização dos recursos
internos perspetiva-se que seja disseminada a formação obtida no presente ano letivo, no âmbito das
tutorias. Identificada como ponto forte na anterior avaliação externa, continua a ser digna de nota a
valorização desta vertente pelos responsáveis.
Considerada uma área de intervenção prioritária, a agilização dos circuitos de informação e
comunicação revelou-se um aspeto globalmente conseguido, a nível interno e externo, para o que
contribuiu a ação Inovar para Melhor Comunicar, no âmbito do anterior plano de melhoria. Embora o
correio institucional, a página web do Agrupamento e os blogues tenham concorrido para a sua eficácia,
foram os serviços e aplicativos informáticos integrados em nuvem e os respetivos sites internos que se
constituíram como suporte digital de eleição no aprofundamento do trabalho em rede e na partilha de
materiais pedagógicos. A implementação do cartão eletrónico contribuiu também para reforçar a
comunicação com os pais e encarregados de educação. Subsistem, todavia, fragilidades que se prendem
com os trabalhadores não docentes e que importa ultrapassar.
A falta de segurança das instalações, numa primeira fase, e a requalificação, numa segunda,
condicionaram o apetrechamento do Agrupamento com equipamentos informáticos, no âmbito do Plano
Tecnológico de Educação. Constata-se, no entanto, empenho em superar esta limitação. Nos diferentes
estabelecimentos de educação e de ensino, a gestão dos recursos físicos é efetuada numa perspetiva de
otimização, não obstante as condições desadequadas de algumas salas e as obras de reabilitação em
curso.
A partilha de materiais entre as diferentes unidades, de que as maletas pedagógicas são exemplo, é uma
prática que proporciona a crianças e alunos experiências escolares diversificadas, mas que importa
reforçar. Na escola-sede, a direção tem procedido a reajustes na alocação das turmas às salas de aula,
nomeadamente no 2.º ciclo, fruto da avaliação realizada a esta opção organizativa. Revela, assim, que
está atenta à eficácia das decisões tomadas. Quanto aos problemas identificados pelos alunos no
refeitório e no atendimento no bufete, pela sua pertinência, coloca-se o desafio de encetar medidas
incisivas a este nível.
A planificação do ano escolar, a constituição de grupos/turmas e a organização dos horários privilegiam,
em regra, critérios e princípios de natureza pedagógica. No que concerne à flexibilização dos horários
das atividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo, os pressupostos fundamentam-se, na sua
essência, na maior articulação que possibilita entre técnicos e docentes titulares de turma. Afigura-se
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importante, no entanto, uma reflexão mais aprofundada por parte dos responsáveis, no sentido de
acompanhar e avaliar o real impacto dessa opção nos desempenhos dos alunos.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
Desde a anterior avaliação externa, foi dada continuidade ao processo de autoavaliação, mantendo-se
uma equipa que criou um modelo próprio, o qual tem vindo a ajustar para melhor corresponder às
necessidades sentidas. A par da formação adquirida por alguns dos elementos que a constituem,
sobressai a capacitação resultante da experiência de implementação e de monitorização do projeto TEIP,
sendo também uma mais-valia a integração, na mesma, de um dos elementos que o coordena.
O atual modelo estrutura-se em três módulos que abarcam os aspetos essenciais do funcionamento do
Agrupamento, subdividindo-se em áreas de avaliação e em campos de observação. Para estes
encontram-se definidos indicadores e fontes de evidência, revelando uma sistematização que é
facilitadora das tarefas da equipa na recolha da informação e na respetiva organização.
Porém, a constituição deste grupo de trabalho, exclusivamente por docentes, mantém-se como aspeto a
merecer reflexão, tal como o facto de mais de metade dos seus elementos serem membros do conselho
geral, o que não permite a integração dos diversos pontos de vista e condiciona o necessário
distanciamento daquele órgão na apreciação que faz sobre o processo.
O último relatório produzido serviu de base ao projeto educativo, que também teve em conta os pontos
fracos identificados na anterior avaliação externa, bem como ao plano plurianual de melhoria
subsequente, o que evidencia o impacto que a autoavaliação já adquiriu nos mecanismos de
autorregulação. Distinguem-se naquele plano ações estrategicamente ponderadas para dar resposta às
fragilidades identificadas e com enfoque em medidas de caráter preventivo. Centradas nos processos de
ensino e de aprendizagem, algumas evidenciam já impactos positivos na alteração das práticas e na
melhoria dos resultados dos alunos.
Em suma, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, o Agrupamento apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
A abertura e o contributo do Agrupamento para o desenvolvimento da comunidade,
particularmente visível na forma como acolhe e colabora na resolução de problemáticas
pessoais e sociais das crianças e dos alunos;
A sequencialidade entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo que, assente em metodologias
ativas, concorre para impulsionar a melhoria dos desempenhos;
A dimensão artística transversalmente bastante valorizada e que concorre, através de
iniciativas pertinentes, para enriquecer os saberes escolares dos alunos;
As práticas de monitorização em torno dos resultados académicos e das medidas de promoção
do sucesso, que contribuem para fomentar uma cultura de autorregulação e de melhoria;
O estabelecimento de parcerias sólidas, em áreas estratégicas de intervenção, num quadro de
abertura ao meio e de recetividade a novas oportunidades, com repercussões relevantes na
qualidade do serviço prestado;
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O empenho da diretora na mobilização dos docentes para a melhoria das práticas educativas,
apostando estrategicamente no incremento da sua capacitação pedagógica e científica;
O trabalho realizado no domínio da autoavaliação, com reflexos positivos no planeamento
estratégico e na definição de ações de aperfeiçoamento centradas nos processos de ensino e de
aprendizagem, com vista à melhoria dos resultados escolares.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
O reforço do envolvimento e participação dos alunos nos processos de decisão, em moldes mais
efetivos e sistemáticos, valorizando os seus contributos e fomentando o exercício da cidadania
responsável;
A intensificação de uma estratégia global, partilhada e consistente, em ordem a reforçar a
prevenção de comportamentos desajustados em sala de aula;
O aprofundamento dos processos de articulação curricular, nomeadamente a nível horizontal,
de modo a potenciar, com intencionalidade, a integração das aprendizagens visando o sucesso
educativo;
A consolidação e a generalização de práticas de diferenciação pedagógica direcionadas para a
maior participação dos alunos na construção do próprio saber, como resposta favorecedora da
qualidade das aprendizagens e do progresso dos resultados académicos;
O maior investimento na mobilização dos pais e encarregados de educação nas dinâmicas
escolares, bem como das respetivas associações, contribuindo para os processos de melhoria do
Agrupamento.
08.06.2017
A Equipa de Avaliação Externa: Cândido Peres, Isabel Barata e Maria João Pereira
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2017-07-10
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016