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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL ANÁLISE DE VIABILIDADE AMBIENTAL – PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO HOTEL TULIPA (180 LEITOS) CAMPO GRANDE - MS RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – RAS

Relatório Ambiental Simplificado FINAL

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  • MINISTRIO DA EDUCAO

    FUNDAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

    ANLISE DE VIABILIDADE AMBIENTAL PROJETO DE

    IMPLANTAO DO HOTEL TULIPA (180 LEITOS)

    CAMPO GRANDE - MS

    RELATRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO RAS

  • 2 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    RESPONSVEL TCNICO:

    JF ENGENHARIA S.A.

    Eng. Fernanda Aparecida Almeida Abreu

    CREA: 15.390 D/MS

    Eng. Jullyana Neves Aramaqui

    CREA: 14.053 D/MS

    CONTRATANTE:

    BHG BRAZIL HOSPITALITY GROUP (CNPJ: 00.199.221/0001/24)

  • 3 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    APRESENTAO

    O presente documento apresenta o estudo de viabilidade ambiental do empreendimento

    Hotel Tulipa, com capacidade para 180 leitos, no municpio de Campo Grande MS. Para o

    desenvolvimento do projeto, foram consideradas as reas de influncia do empreendimento, tal

    como as atividades passveis de gerao de impactos ambientais. Para estes, so propostas

    medidas mitigadoras e compensatrias. A determinao dos impactos far-se- mediante

    apresentao de um diagnstico ambiental do local, e as medidas para reduo e/ou

    compensao destes visam o funcionamento do estabelecimento em conformidade com as

    legislaes ambientais vigentes.

  • 4 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    SUMRIO

    1. INTRODUO ....................................................................................................................... 7

    2. OBJETIVO DO EMPREENDIMENTO ................................................................................... 8

    3. DESCRIO DO EMPREENDIMENTO ................................................................................ 9

    3.1. NOME/RAZO SOCIAL ................................................................................................. 9

    3.2. LOCALIZAO .............................................................................................................. 9

    3.3. ESPECIFICAES TCNICAS .................................................................................... 9

    3.4. CROQUI DE LOCALIZAO ....................................................................................... 10

    3.5. PLANTA BAIXA E ESTRUTURA ................................................................................. 10

    4. DIAGNSTICO AMBIENTAL .............................................................................................. 12

    4.1. DELIMITAO DAS REAS DE INFLUNCIA ........................................................... 12

    4.1.1. REA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ............................................................ 12

    4.1.2. REA DE INFLUNCIA DIRETA (AID) ............................................................... 13

    4.1.3. REA DE INFLUNCIA INDIRETA (AII).............................................................. 16

    4.2. DIAGNSTICO DO MEIO FSICO .............................................................................. 17

    4.2.1. Bioma ................................................................................................................... 17

    4.2.2. Relevo .................................................................................................................. 17

    4.2.3. Solos .................................................................................................................... 18

    4.2.4. Erodibilidade ........................................................................................................ 18

    4.2.5. Hidrografia ........................................................................................................... 19

    4.2.6. Clima .................................................................................................................... 21

    4.3. DIAGNSTICO DO MEIO BITICO ............................................................................ 21

    4.3.1. Fauna ................................................................................................................... 22

    4.3.2. Vegetao ............................................................................................................ 22

    4.4. DIAGNSTICO DO MEIO SOCIOECONMICO ........................................................ 23

    4.4.1. Caractersticas Gerais do Municpio .................................................................... 23

    4.4.2. Uso e Ocupao do Solo ..................................................................................... 24

    4.5. REAS DE IMPORTNCIA AMBIENTAL .................................................................... 25

    4.5.1. Parque das Naes Indgenas ............................................................................. 25

    4.5.2. Parque dos Poderes ............................................................................................ 25

  • 5 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    5. PROGNSTICO DE INSERO DO EMPREENDIMENTO ............................................... 27

    5.1. PLANO DIRETOR DO MUNICPIO DE CAMPO GRANDE ......................................... 27

    5.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS ................................................................................. 29

    6. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ................................................................................. 30

    7. IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................................... 31

    7.1. IMPACTOS NA FASE DE INSTALAO DO PROJETO ............................................ 32

    7.1.1. Meio Fsico .......................................................................................................... 32

    7.1.2. Meio Bitico ......................................................................................................... 32

    7.1.3. Meio Socioeconmico .......................................................................................... 34

    7.2. IMPACTOS NA FASE DE OPERAO DO PROJETO ............................................... 34

    7.2.1. Impactos sobre o meio fsico ............................................................................... 34

    7.2.2. Impactos sobre o meio biolgico .......................................................................... 34

    7.2.3. Impactos sobre o meio socioeconmico .............................................................. 35

    8. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATRIAS............................................................ 36

    9. CRONOGRAMA FSICO ..................................................................................................... 37

    10. CONCLUSES .................................................................................................................... 38

    11. REFERNCIAS ................................................................................................................... 39

  • 6 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Hotel Tulipa - Croqui de Localizao ........................................................................... 10

    Figura 2 - Projeto Arquitetnico. rea Total: 2500 m .................................................................. 10

    Figura 3 - Vista Superior .............................................................................................................. 11

    Figura 4 - Planta Baixa dos Patamares ....................................................................................... 11

    Figura 5 - Planta Baixa do Estacionamento. rea total: 5.000 m ................................................ 11

    Figura 6 Local de implantao do projeto ................................................................................. 13

    Figura 7 - rea de Influncia Direta. Raio 5 km ........................................................................... 14

    Figura 8 - Confrontaes do Empreendimento ............................................................................ 15

    Figura 9 - Proximidade do Parque das Naes Indgenas ........................................................... 16

    Figura 10 - Identificao da Bacia Hidrogrfica do Prosa ............................................................ 20

    Figura 11 - Bacia Hidrogrfica do Prosa ...................................................................................... 20

    Figura 12 - Vegetao Nativa local .............................................................................................. 23

    Figura 13 - Parque das Naes Indgenas................................................................................... 25

    Figura 14 - Parque dos Poderes .................................................................................................. 26

    Figura 15 - Plano Diretor do municpio de Campo Grande .......................................................... 27

    Figura 16 - Plano Diretor da Bacia do Prosa................................................................................ 28

    Figura 17 - rea de Implantao do Empreendimento ................................................................ 29

    Figura 18 - Presena de coqueiros .............................................................................................. 33

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Medidas para os impactos apresentados. Fase de implantao ................................ 36

    Tabela 2 - Medidas da fase de operao do projeto .................................................................... 36

  • 7 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    1. INTRODUO

    Uma das consequncias do crescimento populacional a necessidade de infraestrutura

    a fim de atender s demandas, tal como garantir que o crescimento urbano ocorra em

    conformidade com a qualidade de vida da populao. As edificaes so resultado natural do

    processo de urbanizao, e o grande desafio da engenharia garantir a infraestrutura e o

    desenvolvimento de forma sustentvel. Desta forma, a engenharia visa proporcionar qualidade

    de vida populao, por meio da construo de edificaes para a acomodao residencial. No

    entanto, tambm h a necessidade de implementar estabelecimentos comerciais com a

    finalidade de acomodar a populao flutuante: os viajantes. Os hotis tm a finalidade de

    proporcionar hospedagem por tempo determinado aos viajantes, garantindo conforto e qualidade

    de vida.

    Tal como as indstrias, a construo civil tambm necessita de licenciamento ambiental

    a fim de verificar a viabilidade ambiental de determinado empreendimento, isto , assegurar que

    a construo e operao das edificaes ocorram em conformidade com a legislao ambiental

    vigente. Para tanto, necessria uma srie de estudos ambientais.

    Os estudos ambientais consistem em um conjunto de informaes com aspectos

    ambientais relacionados localizao, instalao, operao e ampliao de uma atividade. Sua

    documentao exigida como instrumento para subsidiar a anlise da licena ambiental

    requerida. O Relatrio Ambiental Simplificado (RAS) um estudo ambiental elementar para

    atividades de categoria II, que so consideras de mdio impacto ambiental.

    O RAS relata o diagnstico ambiental da regio analisando a insero da atividade

    fazendo sua caracterizao, identificao dos impactos ambientais, das medidas de controle e

    de mitigao com enfoque nas reas Diretamente Afetada (ADA) e de Influncia Direta (AID).

  • 8 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    2. OBJETIVO DO EMPREENDIMENTO

    O empreendimento Hotel Tulipa tem como objetivo principal fornecer conforto aos

    viajantes em forma de hospedagem e servios. Sua infraestrutura ter capacidade de

    acomodao para at 180 pessoas, com servio de quarto, rea de lazer e caf da manh.

  • 9 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    3. DESCRIO DO EMPREENDIMENTO

    3.1. NOME/RAZO SOCIAL

    Nome: Hotel Tulipa

    Razo Social: BHG Brazil Hospitality Group. S.A.

    CNPJ: 00. 199.221/0001-24

    3.2. LOCALIZAO

    Avenida Mato Grosso, n 5557. Bairro Carand Bosque. CEP: 79031-000. Campo

    Grande MS.

    3.3. ESPECIFICAES TCNICAS

    Capacidade: 180 leitos

    rea Total: 7.912 m.

    rea Construda: 7.500 m ( 2.500 m HOTEL/ 5.000 m ESTACIONAMENTO)

  • 10 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    3.4. CROQUI DE LOCALIZAO

    Figura 1 - Hotel Tulipa - Croqui de Localizao

    3.5. PLANTA BAIXA E ESTRUTURA

    Figura 2 - Projeto Arquitetnico. rea Total: 2500 m

  • 11 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 3 - Vista Superior

    Figura 4 - Planta Baixa dos Patamares

    Figura 5 - Planta Baixa do Estacionamento. rea total: 5.000 m

  • 12 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    4. DIAGNSTICO AMBIENTAL

    4.1. DELIMITAO DAS REAS DE INFLUNCIA

    A delimitao destas reas expressa a sntese dos impactos ambientais decorrentes da

    instalao e operao do empreendimento. O critrio utilizado para delimitao de tais reas foi

    quanto a expresso dos impactos resultantes, suas reas mais suscetveis de apresentarem a

    maior intensidade de consequncias devido a implantao de tal atividade.

    A rea de influncia consiste em um espao passvel de alteraes em seus meios

    fsico, bitico e/ou socioeconmico, decorrentes da implantao e/ou operao de um

    empreendimento. determinante para todo o trabalho uma vez que possibilita diferentes

    anlises temticas a serem efetuadas, bem como avaliar a intensidade dos impactos e a sua

    natureza.

    O empreendimento em questo localizado em zona urbana, com grande parte de suas

    caractersticas naturais antropizadas

    4.1.1. REA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)

    Segundo a Instruo Normativa n 125/2006 do IBAMA, a rea Diretamente Afetada

    (ADA) consiste na rea que sofre diretamente as intervenes de implantao e operao da

    atividade, considerando alteraes fsicas, biolgicas, socioeconmicas e das particularidades

    da atividade. O artigo 2 da Resoluo CONAMA 349 relata que a ADA a rea necessria para

    a implantao do empreendimento, incluindo suas estruturas de apoio, vias de acesso privativo

    que precisaro ser construdas, ampliadas ou reformadas, bem como todas as demais

    operaes unitrias associadas exclusivamente infraestrutura do projeto, ou seja, de uso

    privativo do empreendimento.

  • 13 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 6 Local de implantao do projeto

    Como elucidado anteriormente, a rea do empreendimento ser de 7.500 m totais

    (prdio e estacionamento) e ser instalado na Avenida Mato Grosso, onde as imagens indicam.

    Portanto, esta se configura como a ADA.

    4.1.2. REA DE INFLUNCIA DIRETA (AID)

    Segundo o artigo 2 da Resoluo CONAMA 349, a rea de Influncia Direta AID a

    rea geogrfica diretamente afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento/projeto e

    corresponde ao espao territorial contguo e ampliado da ADA, e como esta, dever sofrer

    impactos, tanto positivos quanto negativos. Tais impactos devem ser mitigados, compensados

    ou potencializados (se positivos) pelo empreendedor. Os impactos e efeitos so induzidos pela

    existncia do empreendimento e no como consequncia de uma atividade especfica do

    mesmo. Corresponde a rea geogrfica mais ampla que a rea diretamente afetada.

    Para o estudo em questo, adotou-se um raio de 5 km com centro no empreendimento

    para caracterizao da AID. O limite desta rea se ater principalmente a delimitao da regio

    urbana da bacia hidrogrfica do Prosa. O distanciamento adotado considerou as localidades

    onde os hspedes tero maior circulao e maior probabilidade de recorrer a comrcios locais

    (menores e menos centrais), como padaria, posto de gasolina e mercados e tambm a postos de

    sade.

  • 14 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 7 - rea de Influncia Direta. Raio 5 km

    Na anlise da AID considera-se a Regio Urbana do Prosa que agrega uma rea de

    5.463,85ha, dos quais, em 1998, apenas 1.694,73 haviam sido parcelados, ou seja,

    aproximadamente 31,70% da rea total compreendida pela regio, enquanto que 3.732,65ha,

    68,30% da rea, permanecia no parcelado (PLANURB, 1998).

    A Regio Urbana do Prosa possui um uso do solo bastante diversificado, pois alguns

    bairros tm caractersticas predominantemente residenciais enquanto outros no, sendo que

    algumas regies apresentam uma tendncia maior a verticalizao - como nas proximidades do

    Shopping Campo Grande. Boa parte dos Bairros dessa Regio, como o Jardim Autonomista e

    Santa F, apresentam nmero populacional estvel, outros, como o Bairro Jardim Veraneio e

  • 15 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Parque dos Novos Estados, em que, a cada dia, novas reas tm sido requisitadas

    por meio de Guia de Diretrizes Urbansticas, apresentam um considervel crescimento

    populacional.

    A delimitao da AID indica duas reas de importncia ambiental: Parque das Naes

    Indgenas e Reserva Ecolgica do Parque dos Poderes. Afastando-se do centro urbano, em

    direo ao Parque dos Poderes e direcionando-se no sentido leste, encontram-se parcelamentos

    em chcaras, muitas delas com rea de 5.000m e dentro do permetro urbano. Hoje, as

    chcaras mais prximas ao permetro urbano esto sendo subdivididas para implementao de

    bairros e conjuntos residenciais (PLANURB, 1998).

    Figura 8 - Confrontaes do Empreendimento

  • 16 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    4.1.3. REA DE INFLUNCIA INDIRETA (AII)

    Segundo o artigo 2 da Resoluo CONAMA 349, a rea de Influncia Indireta AII

    abrange um territrio que afetado pelo empreendimento, mas no qual os impactos e efeitos

    decorrentes do empreendimento so considerados menos significativos do que nos territrios

    das outras duas reas de influncia (ADA e a AID). Nessa rea tem-se como objetivo analtico

    propiciar uma avaliao da insero regional do empreendimento. considerado um grande

    contexto de insero da rea de estudo propriamente dita.

    O empreendimento ser implantado no municpio de Campo Grande MS, portanto sua

    infraestrutura ser considerada como a AII. A insero do empreendimento acarretar um

    adicional de at 180 pessoas, que faro uso das ruas, comrcios, pontos tursticos, podendo at

    necessitar do sistema de sade em algum caso de acidente. A anlise e delimitao da AII deve

    avaliar o poder de absoro que a infraestrutura da cidade possui.

    Figura 9 - Proximidade do Parque das Naes Indgenas

  • 17 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    4.2. DIAGNSTICO DO MEIO FSICO

    4.2.1. Bioma

    O bioma predominante na regio o Cerrado, com parte de sua vegetao substituda

    por pastagens. No entanto, em reas onde no h ocupao urbana, verifica-se a presena de

    vegetao esparsa tpica deste bioma.

    4.2.2. Relevo

    Pertence a Formao Caiu, Grupo Bauru, de perodo Cretcio e era Mesozica.

    Insedido na Regio dos Planaltos Arenticos-Baslticos Interiores Divisores Tubulares dos Rio

    Verde e Pardo.

    Esta unidade contorna grande extenso de Rampas Arenosas dos Planaltos Interiores

    com a qual se coaleste topograficamente. Passa-se suavemente, sem ruptura de declive, de cota

    dos 500 metros nas Rampas Arenosas dos planaltos Interiores para a cota de 400 metros na

    presente unidade. Em alguns trechos a drenagem se apresenta encaixada. Em toda a unidade,

    cortam rochas arenticas do Grupo Bauru e alcana as rochas baslticas da Formao Serra

    Geral. O direcionamento NO-SE e o padro paralelo da rede de drenagem evidenciam uma

    adaptao as linhas de faturamento.

    O relevo apresenta-se plano nos interflvios e dissecado nas reas mais prximas aos

    rios, configurando estreitos divisores tubulares que se adaptam s cabeceiras dos afluentes da

    drenagem principal, com desnveis de 50 a 80 m entre os topos planos e as reas dissecadas. A

    noroeste da unidade, os modelados planos assumem maior expresso, como a norte da

    localidade de Alto Sucuri.

    Pertencente a Regio dos Planaltos Rampeados que se caracteriza pela marcante

    homogeneidade na morfoestrutura. A altimetria varia de 320 a 700 m foi esculpida em litologia

    do Grupo Bauru, e apresenta formas conservadas, pediplanos nos topos, e amplas formas

    dissecadas em interflvios tubulares; ao longo dos vales, os processos erosivos expuseram os

    basaltos da Formao Serra Geral.

    O relevo passa-se suavemente, sem ruptura de declive, com plano nos interflvios e

    dissecado nas reas mais prximas aos rios, configurando estreitos divisores tabulares que se

  • 18 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    adaptam as cabeceiras dos afluentes da drenagem principal, com desnveis de 50 a

    80 metros entre os topos planos e as reas dissecadas.

    Em alguns trechos a drenagem se apresenta encaixada. Em toda a unidade, corta

    rochas arenticas do Grupo Bauru e alcana as rochas baslticas da Formao Serra Geral.

    4.2.3. Solos

    Predominam os Latossolos Vermelho-Escuros, ocorrendo ainda, reas de Podzlico

    Vermelho Escuro. Os sedimentos depositados nas plancies e terraos fluviais deram origem a

    Planossolos licos.

    Latossolos Vermelho Escuros so solos minerais, no hidromrficos, altamente

    intemperizados, caracterizados por apresentarem um horizonte B latosslico. No geral so

    profundos e muito profundos, bem drenados e acentuadamente drenados, friveis e bastante

    porosos. O horizonte Bl apresenta um teor de xido de ferros entre 8 e 18%, quando de textura

    argilosa; no caso de textura mdia, tal teor , normalmente, inferior a 8%.

    A estrutura fracamente desenvolvida, o que lhe confere um aspecto macio, a pequena

    variao textural em profundidade e a colaborao vermelho escuro so as principais

    caractersticas para a identificao destes solos no campo, alm de sua posio fisiogrfica, uma

    vez que numa regio onde haja grande variao na forma de relevo, ele so encontrados nas

    reas mais aplanadas.

    4.2.4. Erodibilidade

    A erodibilidade pode ser definida como a capacidade do solo em sofrer eroso a partir

    das foras que causam destacamento e transporte de suas partculas (SMITH; STAMEY, 1964;

    GREENLAND; LAL, 1977; SUMMERFIELD, 1991; MORGAN, 1995; BRYAN, 2000). Para

    Morgan (1995), a erodibilidade varia com a textura do solo, a estabilidade dos agregados, a

    capacidade de infiltrao, a composio qumica e orgnica do material alm de fatores

    relacionados resistncia dos constituintes ao destacamento.

    O processo de crescimento urbano foi impulsionado por condicionantes econmicas e

    polticas, muitas vezes no respeitando as restries ambientais. Acredita-se que com a

  • 19 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    proposio de medidas mitigadoras e compensatrias o meio ambienta suportar

    toda e qualquer interveno antrpica. No entanto, no isso que observamos.

    Algumas das reas com tendncia a inundao, esto previstas como reas de

    expanso urbana no Zoneamento Ecolgico-Econmico, o que requer um cuidado especial de

    planejamento. Pretende-se com o enfoque na necessidade do uso de tcnicas adequadas de

    planejamento e gesto de reas inundveis minimizar problemas de ordem sanitria e ambiental

    advindos dos graves efeitos negativos causados por cheias urbanas.

    O processo de urbanizao pode acarretar em um impedimento ou diminuio do

    escoamento das guas da chuva, o que ocasiona uma permanncia maior das guas em parte

    urbana (no sendo totalmente absorvido pelo solo e nem indo para o rio) e, consequentemente,

    em uma expanso de suas reas inundadas. Este fato ocasiona o comprometimento de reas j

    urbanizadas e/ou com previso de urbanizao ao longo da Avenida Mato Grosso, a qual forma

    uma barreira fsica para as guas. Assim, as reas, que j apresentam um nvel de alagamento

    considervel durante a estao de inverno (como foi observado em campo), necessitaro de

    obras de infraestrutura, como reservatrio de reteno, para o represamento do excesso de

    gua acumulado neste perodo.

    A concentrao populacional nos centros urbanos e sua falta de planejamento, aliada a

    caractersticas como a impermeabilizao do solo, conduz a diversos prejuzos ambientais como

    a poluio hdrica e atmosfrica, alta gerao de resduos, perda de biodiversidade e reduo da

    cobertura vegetal. A diminuio de reas para infiltrao das guas de chuva causa prejuzos

    no apenas ambientais, mas urbanos tambm. Os alagamentos deterioram o asfalto, prejudicam

    a circulao de carros, podem causar perdas materiais quando atingem as casas e outras

    perdas. Com o crescimento notrio verificado em Campo Grande MS, o sistema de drenagem

    deve ter capacidade de absorver todo este volume lquido.

    4.2.5. Hidrografia

    A regio do Prosa est localizada na Bacia do Paran, na sub bacia do Rio Pardo. Em

    Campo Grande, o Rio Anhandu o principal curso de gua, destacando-se como contribuintes

    os crregos Ster, Lageado, Imbirussu, Bandeira, Prosa, Segredo, entre outros. Sendo o Rio

    Anhandu tributrio do Rio Pardo, que por sua vez afluente do Rio Paran (PMCG, 2002a). No

    permetro urbano de Campo Grande, segundo a Carta de Drenagem de Campo Grande (PMCG,

    2002a), a rede hidrogrfica constituda por dez microbacias (Bandeira, Prosa, Anhadu,

  • 20 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Lageado, Gameleira, Blsamo, Imbiruss, Coqueiro, Segredo e Lagoa), que se

    apresentam bastante degradadas com processos de assoreamentos, solapamentos,

    insuficincia no sistema de captao de guas pluviais e contaminao por efluentes

    domsticos, sendo as Bacias do Segredo, Prosa e Anhadu as que possuem maior criticidade.

    Figura 10 - Identificao da Bacia Hidrogrfica do Prosa

    Figura 11 - Bacia Hidrogrfica do Prosa

  • 21 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    O Crrego Prosa nasce dentro do Parque dos Poderes, recebendo na altura do Parque

    das Naes Indgenas as guas dos Crregos Revellieu e Ster. Todos esses Crregos,

    segundo a Carta de Drenagem de Campo Grande esto sujeitos a alagamentos e enchentes em

    vrios pontos (PLANURB, 1998a).

    A Bacia do Prosa est localizada no Nordeste da Regio Urbana do Municpio de Campo

    Grande e possui uma rea de 32,43Km e permetro de 28,60km. Segundo a Carta de Drenagem

    do Municpio de Campo Grande (PLANURB, 1997), a rea da Bacia do Prosa de 30,90Km2.

    Seu principal curso dgua, o Prosa, tem como afluentes o Crrego Ster e o Crrego Vendas.

    4.2.6. Clima

    O clima caracterizado como Mesoxeroquimnico modificado Tropical Brando de

    Transio. As temperaturas mdias do ms mais frio so menores que 20C. O perodo seco

    estende-se de 4 a 5 meses. Caracteriza-se como tropical com estao seca, com duas estaes

    muito bem definidas: quente e mida no vero e menos chuvosa e mais amena no inverno.

    Apresenta uma precipitao anual de 1200 a 1500 mm anuais, excedente hdrico anual de 350 a

    500 mm durante 05 a 06 meses, e deficincia hdrica de 350 a 500 mm durante 04 meses.

    4.3. DIAGNSTICO DO MEIO BITICO

    O diagnstico ambiental referente ao meio bitico visa identificar e caracterizar os

    ambientes encontrados na rea de estudo atravs um estudo da biota ocorrente na rea do

    empreendimento, destacando a ocorrncia de espcies raras, endmicas e/ou ameaadas de

    extino. Segundo a Resoluo CONAMA n 237/97, o diagnstico tem como objetivo, subsidiar

    o entendimento dos componentes ambientais do meio bitico, com nfase na cobertura vegetal e

    fauna associada, que podero sofrer algum tipo de alterao em decorrncia da implantao e

    operao do Empreendimento em questo.

    So considerados os espaos fitofisionmicos (tipologias de cobertura vegetal) e seus

    respectivos estgios de regeneraes e caracterizao de reas de Preservao Permanente

    (APP), estabelecidas pela legislao vigente e passveis de serem afetadas pelo

    empreendimento a ser instalado.

  • 22 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    4.3.1. Fauna

    De acordo com dados disponveis pelo Instituto Braslia Ambiental, o Cerrado possui 196

    espcies de mamferos (18 endmicas), 856 espcies de aves (36 endmicas), 253 espcies de

    rpteis (24 endmicas), 160 espcies de anfbios (56 endmicas) e aproximadamente 780

    espcies de peixes. Os animais desempenham papis ecolgicos importantes, como a disperso

    de um tipo especfico de semente ou mesmo o controle populacional de espcies animais

    causadoras de prejuzos sade ou a agricultura. Portanto, so de suma importncia a criao e

    manuteno de unidades de conservao, como tambm de seus corredores ecolgicos, para

    preservar a viabilidade das populaes de animais no Cerrado.

    Um dos principais impactos causadores da perda de biodiversidade da fauna no cerrado

    a fragmentao de habitats. O adensamento populacional e a expanso da agropecuria

    isolam reas, antes contnuas, impedindo que indivduos de locais distintos se encontrem e

    reproduzam. Dessa forma, diminui-se a variabilidade gentica das populaes, acarretando um

    aumento na extino das espcies.

    4.3.2. Vegetao

    A vegetao original de cerrado foi desmatada em quase toda a regio de Campo

    Grande, subsistindo algumas poucas reas cuja vegetao ainda original, localizadas no setor

    Carand Bosque e Parque dos Poderes, destacando-se a Reserva Ecolgica do Parque dos

    Poderes.

  • 23 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 12 - Vegetao Nativa local

    4.4. DIAGNSTICO DO MEIO SOCIOECONMICO

    O municpio de Campo Grande localiza-se na regio central do Estado de Mato Grosso

    do sul. Seus municpios limtrofes so: Jaraguari e Rochedo (Norte), Nova Alvorada do Sul e

    Sidrolncia (Sul), Ribas do Rio Pardo (Leste) e Terenos (Oeste).

    4.4.1. Caractersticas Gerais do Municpio

    Pessoas residentes: segundo o IBGE, em 2012 eram 805 397 habitantes;

    Densidade demogrfica: 98,67 hab/km;

    rea da unidade territorial: 8096,051 km, sendo urbanas 154,454 km;

    Sade: 843 unidades de sade com 27 hospitais, distribudos entre pblicos e privados,

    totalizando 2463 leitos hospitalares. Porm, seus principais centros pblicos sofrem com

    a superlotao.

    Educao: h 449 escolas de ensino bsico, fundamental, mdio e profissionalizante e

    de ensino superior so 11 escolas (5 universidades e 6 faculdades).

  • 24 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Economia: o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado, sendo o

    segundo do estado com valor de 0,814. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo IBGE

    DE 2009, R$ 11 645 484.000,00, sendo per capita de R$ 15.422,30.

    4.4.2. Uso e Ocupao do Solo

    A Regio Urbana do Prosa possui uma rea de 5.463,85 ha, dos quais, em 1998,

    apenas 1.694,73 haviam sido parcelados, ou seja, aproximadamente 31,70% da rea total

    compreendida pela regio, enquanto que 3.732,65ha, 68,30% da rea, permanecia no

    parcelado (PLANURB, 1998).

    De acordo com TEIXEIRA (2003), o limite urbano de Campo Grande em 1983 era a

    Avenida Cear; com a urbanizao, este limite expandiu-se, atravs de aes que envolveram

    investimentos pblicos e privados dos diversos setores da economia estadual, como a

    implantao do Parque dos Poderes e do Shopping Campo Grande. Dentro deste contexto

    dinamizou-se, em um primeiro momento, o setor da construo civil, e, na continuidade, o setor

    de servios e todo o sistema virio local, com a construo do viaduto sobre a Avenida Afonso

    Pena, afetando culturalmente o modo de vida e os costumes da populao.

    Na Regio Urbana do Prosa h grande diversidade no parcelamento do solo. Nas reas

    mais prximas ao centro e favorecidas pelas grandes vias de acesso ao mini-anel rodovirio

    Av. Cear e Av. Coronel Antonino o parcelamento do solo destinado a fins urbanos,

    predominando o formato ortogonal com quadras regulares. Esta forma se altera em trs bairros,

    Carand Bosque, Chcara Cachoeira e Vivenda do Bosque, onde encontramos um traado mais

    orgnico com ruas curvas e quadras irregulares. No meio da Regio e em direo leste, o

    parcelamento torna-se diferenciado, pois abriga um grande parque urbano Parque das Naes

    Indgenas e a Reserva Ecolgica do Parque dos Poderes.

    No restante da rea, prximo ao Parque dos Poderes e direcionando-se no sentido leste,

    encontram-se parcelamentos em chcaras, muitas delas com rea de 5.000m2 e dentro do

    permetro urbano. Hoje, as chcaras mais prximas ao permetro urbano esto sendo

    subdivididas para implementao de bairros e conjuntos residenciais (PLANURB, 1998).

    A Regio Urbana do Prosa possui um uso do solo bastante diversificado, pois alguns

    bairros tm caractersticas predominantemente residenciais enquanto outros no, sendo que

    algumas regies apresentam uma tendncia maior a verticalizao - como nas proximidades do

  • 25 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Shopping Campo Grande. Boa parte dos Bairros dessa Regio, como o Jardim

    Autonomista e Santa F, apresentam nmero populacional estvel, outros, como o Bairro Jardim

    Veraneio e Parque dos Novos Estados, em que, a cada dia, novas reas tm sido requisitadas

    por meio de Guia de Diretrizes Urbansticas, apresentam um considervel crescimento

    populacional.

    4.5. REAS DE IMPORTNCIA AMBIENTAL

    4.5.1. Parque das Naes Indgenas

    Grande parque urbano, com uma extenso de 119 hectares. Cerca de 70% da

    vegetao do parque formada por gramas e rvores ornamentais que fazem parte do projeto

    de paisagismo do parque. Esta vegetao essencialmente plantada, com grande quantidade

    de espcies de rvores so preservadas, como jenipapo, mangueira e aroeira. No parque h um

    lago formado prximo nascente do crrego Prosa.

    Figura 13 - Parque das Naes Indgenas

    4.5.2. Parque dos Poderes

    Possui como caracterstica a paisagem do cerrado. Nesta rea so abrigos os diversos

    setores da administrao estadual.

  • 26 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 14 - Parque dos Poderes

    Essas reas so marcadas pela presena de edificaes, estacionamentos, entre outras

    infra-estruturas, com exceo da rea preservada referente Estao Ecolgica do Parque do

    Poderes. Esta unidade de conservao, de acordo com a Lei N. 9.985 (BRASIL, 2000),

    enquadrada dentro da modalidade de Unidades de Conservao de Proteo Integral.

    Estimando assim um valor de Ia = 10% e C = 0,17.

  • 27 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    5. PROGNSTICO DE INSERO DO EMPREENDIMENTO

    Na hiptese da no implantao do Hotel Tulipa, o cenrio ambiental da rea de

    influncia prosseguiria em suas atuais tendncias evolutivas. No entanto, a aquisio da rea

    para a implantao do empreendimento mostra-se uma alternativa de crescimento econmico

    para a regio do Prosa, considerando a aquisio de mo de obra na fase de construo e a

    contratao de funcionrios na fase de operao do hotel. Estima-se que aps o trmino das

    atividades de construo, o quadro de trabalho contar com 30 funcionrios.

    5.1. PLANO DIRETOR DO MUNICPIO DE CAMPO GRANDE

    O plano diretor tem como objetivo principal nortear as aes da prefeitura e dos rgos

    licenciadores, destacando as reas de interesse ambiental no intuito de preserv-las ou

    conserv-las.

    Figura 15 - Plano Diretor do municpio de Campo Grande

  • 28 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 16 - Plano Diretor da Bacia do Prosa

    Analisando o Plano Diretor do municpio aplicado bacia do Prosa, nota-se que, nesta

    esto inseridas 6 reas de interesse ambiental. As reas P02 e P03, correspondentes ao Parque

    das Naes Indgenas e Parque dos Poderes.

    A rea correspondente ao projeto est destacada na figura 16. De acordo com o Plano

    Diretor do municpio, a rea do empreendimento pertence Zona de Interesses Sociais.

  • 29 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Figura 17 - rea de Implantao do Empreendimento

    5.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

    Para o empreendimento, a alternativa mais vivel para sua implantao a apresentada

    neste projeto, uma vez que, esquerda da rea de empreendimento encontra-se uma nascente

    de gua e, ao norte h a confrontao com um pesqueiro de pequeno porte.

    A escolha do local do empreendimento considerou principalmente a proximidade com o

    Parque dos Poderes (possibilidade de hospedagem de autoridades) e a via de acesso principal,

    Avenida Mato Grosso, que uma das principais avenidas do municpio de Campo Grande, de

    fcil identificao e trfego com conexes fceis a todos os outros setores do municpio.

  • 30 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    6. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

    Os procedimentos operacionais referentes construo do empreendimento contaro

    com um engenheiro residente, tal como o mestre de obras, a fim de monitorar em tempo integral

    o processo de construo. Haver ainda, um tcnico em segurana do trabalho, para o

    monitoramento do uso correto dos Equipamentos de Proteo Individual pelos trabalhadores da

    obra.

    O descarte do material escavado e entulho ser feito em caambas, recolhidas

    posteriormente pelos caminhes caamba, para destinao em local adequado. Infelizmente

    ainda no existem alternativas tecnolgicas para o tratamento de resduos de construo civil.

  • 31 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    7. IMPACTOS AMBIENTAIS

    A anlise dos potenciais impactos associados s atividades e operaes vinculadas

    implantao do empreendimento em questo, considerando suas diferentes fases, planejamento,

    implantao e operao, um dos elementos principais para a avaliao da viabilidade

    ambiental. Pretende-se estudar a gerao de impactos ambientais significativos passveis de

    ocorrerem em funo da insero do empreendimento sobre a alternativa locacional. A partir do

    diagnstico ambiental, ser possvel identificar as potencialidades e as fragilidades dos meios

    fsico, biolgico e antrpico em funo das caractersticas do empreendimento.

    Segundo Moreira (1992) os procedimentos para a avaliao de impactos so

    mecanismos estruturados para identificar, analisar, organizar e comparar dados sobre os

    impactos ambientais de uma proposta, tendo por objetivo identificar, prever e interpretar os

    impactos socioambientais de um determinado projeto ou programa.

    Para efeito da Resoluo CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE N

    1, de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alterao das

    propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de

    matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

    I - a sade, a segurana e o bem-estar da populao;

    II - as atividades sociais e econmicas;

    III - a biota;

    IV - as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;

    V - e a qualidade dos recursos ambientais.

    Os impactos sero analisados nas fases de instalao e operao do empreendimento,

    considerando o meio fsico, bitico e socioeconmico.

  • 32 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    7.1. IMPACTOS NA FASE DE INSTALAO DO PROJETO

    7.1.1. Meio Fsico

    Escavao e Compactao do Solo

    A escavao e compactao do solo so as etapas preliminares para o preparo da rea

    de construo. Nesta fase no h alterao da qualidade do solo por contaminantes, uma vez

    que todo o processo se d mecanicamente, por meio de maquinrios de grande porte.

    Contaminao da gua

    A contaminao da rea dar-se- essencialmente pelo aumento de impurezas

    particuladas, provenientes do ar. As partculas suspensas no ar, como poeiras, so depositadas

    no solo e gua por gravidade. Uma vez depositadas em rios, essas partculas podem ser

    agravantes no assoreamento do mesmo, como tambm aumentar a turbidez da gua.

    Contaminao do Ar

    A movimentao de terras, entulhos, pedras e materiais de construo geram grande

    quantidade de particulados no ar, causando irritao das mucosas e desconforto respiratrio.

    7.1.2. Meio Bitico

    Vegetao Nativa

    Como consequncia da construo do hotel, haver a supresso vegetal, decorrente da

    retirada da vegetao local para a implantao do empreendimento.

    Fauna

  • 33 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    Em decorrncia da retirada da vegetao natural, possvel que afete a

    fauna local, em especial as aves provenientes do Parque das Naes Indgenas e Parque dos

    Poderes, alterando suas rotas areas. As rvores presentes no local so caractersticas do

    bioma de cerrado, de pequeno porte com troncos retorcidos. Verifica-se tambm a presena de

    algumas espcies de coqueiros.

    Figura 18 - Presena de coqueiros

    Da Figura 18, possvel notar a existncia de rvores provenientes do pesque e pague

    ao norte do empreendimento. A existncia dessa vegetao uma alternativa de rota para as

    aves, uma vez que ser retirada a vegetao local para a construo do empreendimento.

  • 34 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    7.1.3. Meio Socioeconmico

    Contratao de mo de obra

    Em toda construo, h demanda de mo de obra especializada. uma

    oportunidade para a gerao de empregos temporrios. Para a economia, mais uma atividade

    de fortalecimento. Ser contratada mo-de-obra local, a fim de valorizar a regio e os

    trabalhadores.

    Gerao de Rudos

    A gerao de rudos decorrente do maquinrio utilizado.

    7.2. IMPACTOS NA FASE DE OPERAO DO PROJETO

    Os impactos decorrentes da operao do projeto so limitados s atividades do hotel,

    como a gerao de resduos slidos e esgoto sanitrio.

    7.2.1. Impactos sobre o meio fsico

    Gerao de Resduos Slidos

    A gerao de resduos slidos comum a todo empreendimento.

    Gerao de Esgotos

    A gerao de esgotos decorrente das atividades oferecidas pelo hotel.

    7.2.2. Impactos sobre o meio biolgico

  • 35 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    No haver impactos sobre o meio biolgico.

    7.2.3. Impactos sobre o meio socioeconmico

    Gerao de empregos

    As atividades do hotel demandaro profissionais diversificados. Haver a contratao de

    funcionrios para o quadro da empresa, com registro em carteira.

    Fortalecimento da Economia Local

    Aumento do Trfego na Avenida Mato Grosso e Hiroshima

    O funcionamento do hotel acarretar aumento do trfego, principalmente na Avenida

    Mato Grosso, onde se localiza a entrada do hotel.

  • 36 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    8. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATRIAS

    As medidas mitigadoras so aquelas que visam reduzir ou minimizar os impactos

    ambientais. J as medidas compensatrias so aquelas que compensam impactos que no

    podem ser reduzidos. As Tabelas 1 e 2 apresentam os impactos descritos e as medidas

    mitigadoras e compensatrias nas fases de instalao e operao, respectivamente.

    Tabela 1 - Medidas para os impactos apresentados. Fase de implantao

    FASE DE INSTALAO

    IMPACTOS MEDIDAS

    Escavao do Solo Monitoramento das caractersticas do solo

    Contaminao da gua Monitoramento de turbidez

    Contaminao do Ar Distribuio de EPIs para os trabalhadores

    Impactos sobre a Fauna Monitoramento do comportamento das aves

    Gerao de Rudos Distribuio de EPIs para os trabalhadores

    Contratao de mo de obra Priorizao de mo-de-obra local

    Tabela 2 - Medidas da fase de operao do projeto

    FASE DE OPERAO

    IMPACTOS MEDIDAS

    Gerao de Resduos Slidos Coleta Seletiva e Gerenciamento de Resduos

    Slidos

    Gerao de Esgoto Ligao do Hotel rede coletora de esgotos

    existente

    Gerao de Empregos Contratao de funcionrios locais

    Aumento do trfego Monitoramento do trfego

  • 37 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    9. CRONOGRAMA FSICO

    O perodo para a construo do empreendimento previsto para 7 meses, a contar da

    data da aprovao do projeto. No entanto, recomendado que o planejamento das atividades

    seja feito com folga, para situaes inesperadas. O incio das obras est previsto para janeiro,

    com trmino em setembro. O incio das atividades dar-se- em outubro, caso no haja nenhuma

    inconformidade.

    CRONOGRAMA FSICO

    Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out

    Obteno da Licena de Instalao X

    Incio das Obras X

    Construo do Hotel X X X X X X X

    Realizao de Vistoria X

    Obteno do Alvar de Funcionamento X

    Incio das Atividades X

  • 38 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    10. CONCLUSES

    O presente estudo teve como objetivo principal apresentar, atravs de diagnstico, o

    relatrio ambiental simplificado para a instalao de um hotel de pequeno porte.

    Obedecendo ao zoneamento urbano do municpio de Campo Grande, a localizao do

    empreendimento no apresentou nenhuma ressalva quanto interesse ambiental da

    rea.

    Todas as medidas mitigadoras propostas sero monitoradas pelo fiscal ambiental

    competente, a fim de enviar relatrios peridicos de atividades s autoridades

    responsveis.

    O empreendimento uma excelente oportunidade de enriquecimento da economia local,

    e no apresenta impactos que o tornem invivel.

    O parecer da equipe tcnica ante elaborao do projeto de que este vivel, desde

    que obedecidas todas as condies estabelecidas pelas autoridades e por este relatrio.

  • 39 JF ENGENHARIA. Rua da Esperana, n 1290. Campo Grande MS

    11. REFERNCIAS