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Projecto de Protecção Social (P129524) QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL Julho, 2019 República de Moçambique MINISTÉRIO DO GÉNERO, CRIANÇA E ACÇÃO SOCIAL INST INSTITUTO NACIONAL DE ACÇÃO SOCIAL

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Projecto de Protecção Social (P129524)

QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

Julho, 2019

República de Moçambique MINISTÉRIO DO GÉNERO, CRIANÇA E ACÇÃO SOCIAL

INST INSTITUTO NACIONAL DE ACÇÃO SOCIAL

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ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS

AA Avaliação Ambiental EAS Estudo Ambiental Simplificado

AIAS Avaliação do Impacto Ambiental e Social ANE Administração Nacional de Estradas ARA Administração Nacional de Águas BM Banco Mundial DEP Departamento de Estradas e Pontes DGA Departamento de Gestão Ambiental DIA Departamento de Inspecção Ambiental

DMPUA Direcção Ambiental de Planeamento Urbano Ambiental DNARH Direcção Nacional de Águas e Recursos Hídricos DNAIA Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental DINAB Direcção Nacional do Ambiente

DINAPOT Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial DNOTR Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento

DPA Direção Provincial de Agricultura DPCA Direcção Ambiental de Coordenação Ambiental

DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural DPOPH Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação

DPU Departamento de Planeamento Urbano EA Environmental Assessment

ENSSB Estratégia Nacional de Segurança Social Básica EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito

EIA Environmental Impact Assessment ESMP Environmental and Social Management Plan ESMF Environmental and Social Management Framework

FA1 Financiamento Adicional Um FA2 Financiamento Adicional Dois

FI Financiamento Inicial FIAP Ficha de Informação Ambiental Preliminar GM Governo de Moçambique

INAS Instituto Nacional de Acção Social MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

MGCAS Ministério do Género, Criança e Acção Social MOPHRH Ministério de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos

PAR Plano de Acção de Reassentamento PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social QGAS Quadro de Gestão Ambiental e Social

QPR Quadro de Política de Reassentamento SDAE Serviço Distrital de Actividades Económicas SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas SEA Simplified Environmental Assesment SPA Serviços Provinciais Agrários

SPER Serviços Provinciais de Extensão Rural TDR Termos de Referencia

UASMA Unidade de Assuntos Sociais e de Meio Ambiente USD United States Dollar – Dolar dos Estados Unidos

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ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................................................. 4 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 14 1.1 Objectivos ............................................................................................................................................ 14 1.2 Princípios Gerais ......................................................................................................................................... 15 1.3 Metodologia ............................................................................................................................................... 15 2. CONTEXTO DO PAÍS E DO SECTOR DA PROTECÇÃO SOCIAL EM MOÇAMBIQUE ................................. 17 2.1 Contexto do País ......................................................................................................................................... 17 2.2 Condições ambientais e sociais globais ...................................................................................................... 18 2.2 Condições das Áreas propostas para o FA2 ................................................................................................ 22

2.2.1 Província de Sofala .............................................................................................................................. 22 Localização e divisão administrativa ........................................................................................................ 22

2.2.2 Província de Manica ............................................................................................................................ 26 2.3 Contexto Sectorial e Institucional ............................................................................................................... 32 3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................................................................. 34 3.1 Objectivo do Projecto ................................................................................................................................. 34 3.2 Componentes do Projecto .......................................................................................................................... 34 3.3 Distritos e Municípios abrangidos pelo Projecto Reestruturado................................................................ 37 4. POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL ....................................................................... 41 4.1 Políticas Ambientais e de Salvaguarda Social do Banco Mundial ............................................................... 41 4.2 Directrizes Gerais de Meio Ambiente, Saúde e Segurança ........................................................................ 41

4.2.1 Equipamento de Protecção Individual (EPI) ........................................................................................ 42 4.2.2 Ambientes com Perigos Especiais ....................................................................................................... 43 4.2.3 Monitoramento ................................................................................................................................... 43

4.2 Triagem e Categoria Ambiental e Social ..................................................................................................... 44 4.3 Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial para o Projecto .................................................................... 45

4.3.1 As Políticas de Salvaguardas Accionadas ............................................................................................ 45 4.3.2 Triagem e Categorização Ambiental e Social ...................................................................................... 49

5. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL DE MOÇAMBIQUE ....................................................................... 50 5.1 Quadro Legal .............................................................................................................................................. 50

5.1.1 Leis Constitucionais e Ambientais Gerais ............................................................................................ 50 5.1.2 Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental ................................................ 51 5.1.3 Outros Regulamentos Relevantes ....................................................................................................... 54 5.1.4. Legislação de Saúde e Segurança Ocupacional .................................................................................. 55

5.2 Quadro Institucional ................................................................................................................................... 57 5.2.1 Nível Nacional ..................................................................................................................................... 57 5.2.2 Nível Municipal ................................................................................................................................... 58

6. QUADRO LEGAL NACIONAL VS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL ....................... 60 7. POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO ..................................... 62 7.1 Impactos Ambientais e Sociais Positivos .................................................................................................... 63

7.1.1 Gestão de Resíduos e Saneamento ..................................................................................................... 63 7.1.2 Vias de acesso Vicinais ........................................................................................................................ 64 7.1.3 Saneamento do Meio .......................................................................................................................... 64 7.1.4. Fabrico de material de construção..................................................................................................... 64 7.1.5 Parques/ Praças e Jardins.................................................................................................................... 65 7.1.6 Actividades Complementares ............................................................................................................. 65

7.2 Impactos Ambientais e Sociais Potencialmente Adversos ......................................................................... 65 7.2.1 Poluição do ar ..................................................................................................................................... 65 7.2.3 Poluição da Água ................................................................................................................................. 65 7.2.4 Áreas de Empréstimo .......................................................................................................................... 65 7.2.5. Resíduos Sólidos ................................................................................................................................. 65 7.2.5 Áreas Verdes ....................................................................................................................................... 66

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7.2.6 Erosão dos solos .................................................................................................................................. 66 7.2.7. Restrições de Tráfego e Segurança .................................................................................................... 66 7.2.8 Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho ............................................................................................ 66 7.2.9. Afectação de património cultural ..................................................................................................... 68 7.2.10. Impacto Social ................................................................................................................................. 68 7.2.11. Reassentamento Involuntário ......................................................................................................... 68 7.2.12 Riscos da Exploração Sexual e Abuso, Trabalho Infantil e Violência Baseada no Género................. 68

7.3 Análise dos impactos .................................................................................................................................. 69 Parques/ Praças e Jardins............................................................................................................................. 69

7.4 Medidas de Mitigação ................................................................................................................................ 69 8. PROCEDIMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS .................................................................... 73 8.1 Introdução .................................................................................................................................................. 73 8.2 Processo para Avaliação Ambiental e Medidas de Mitigação .................................................................... 73 8.3 Triagem Ambiental e Social ........................................................................................................................ 74 8.4. Lista de Exclusão (Lista Negativa) ............................................................................................................. 75 8.5 Preparação da AAS ..................................................................................................................................... 76 8.6 Reassentamento Involuntário .................................................................................................................... 77 8.7 Participação e Consulta Pública .................................................................................................................. 77 8.8 Revisão e Aprovação .................................................................................................................................. 77 8.9 Divulgação da Informação do Subprojecto ................................................................................................ 78 8.10. Relatórios Anuais de Monitoria e Revisão ............................................................................................... 78 8.11 Monitoria e Avaliação ............................................................................................................................... 78 8.12 Organização Institucional ......................................................................................................................... 79 8.13 Formação e Capacitação........................................................................................................................... 80 9. MECANISMO DE QUEIXAS E RECLAMAÇÕES ...................................................................................... 81 10. ORÇAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS............................................................................... 83 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 84 LISTA DE ANEXOS

Anexo I – Formulário de Triagem Ambiental e Social Anexo II – Consultas e participações Públicas Realizadas no Âmbito da Preparação Inicial do QGAS e QPR Anexo III – Termos de Referência Preliminares para EAS Anexo IV – Formulário de Monitoria da Implementação de Salvaguardas Ambientais e Sociais Anexo V – Especificações Técnicas para Aquisição de EPIs LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Clima de Moçambique ....................................................................................................... 19 Figura 2: Bacias Hidrográficas ........................................................................................................... 20 Figura 3: Áreas Protegidas e Reservas de Fauna Bravia .................................................................... 21 Figura 4: Localização e divisão administrativa de Sofala .................................................................. 23 Figura 5: Localização e divisão administrativa da província de Manica ............................................ 27 Figura 6: Localização da Província de Cabo Delgado ........................................................................ 30 Figura 7: Fluxograma Indicando o Processo de AA ........................................................................... 74 Figura 8: Fluxograma de tratamento de reclamações ...................................................................... 82 LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distritos que serão cobertos pelo Projecto ....................................................................... 38 Tabela 2: Políticas de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial .................................. 41

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Tabela 3: Tipo de EPI recomendado .................................................................................................. 42 Tabela 4: Políticas de salvaguardas aplicáveis ao Projecto ............................................................... 47 Tabela 5: Conteúdo Mínimo de TDR para ESIAs e EASs .................................................................... 52 Tabela 6: Comparação entre Legislação Moçambicana relevante e do Banco Mundial .................. 60 Tabela 7: Lista de Potenciais Subprojectos ....................................................................................... 63 Tabela 8: Potenciais subprojectos e medidas de saúde e segurança ............................................... 67 Tabela 9: Matriz de Análise dos Impactos Directos, indirectos e Cumulativos ................................ 69 Tabela 10: Potenciais Impactos e Medidas Mitigação ...................................................................... 69 Tabela 11: Esquema da organização organizacional ......................................................................... 79 Tabela 12: Orçamento estimado- FI e FA1 ........................................................................................ 83 Tabela 13: Resumo do Orçamento para salvaguardas ambientais e sociais do FA 2 ....................... 83

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SUMÁRIO EXECUTIVO Introdução

Este documento faz parte dos procedimentos de avaliação ambiental (AA) exigidos no contexto das Politicas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial (BM) para o financiamento do Projecto de Protecção Social Moçambique (P129524), um Projecto de categoria B, segundo OP/BP 4.01 (Avaliação Ambiental). O Projecto está a apoiar o Governo de Moçambique (GM) na expansão do Programa de Acção Social Produtiva (PASP) para 40 distritos e 5 municípios através de um crédito de USD 50.00 milhões e prevê prestar apoio directo a cerca de 100 mil agregados familiares que vivem em situação de pobreza extrema, em troca da sua participação em trabalhos públicos com mão-de-obra intensiva. O projecto tornou-se efectivo em 17 de Outubro de 2013 e tinha o encerramento previsto para 30 de Junho de 2018. Porque os espaços físicos das actividades do Projecto proposto são desconhecidos na fase inicial da implementação do Projecto, o Governo de Moçambique em cumprimento aos procedimentos do Banco Mundial preparou o presente Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS) que fornece os princípios básicos e as directrizes para que sejam seguidas durante a implementação do Projecto. Este QGAS foi elaborado em conformidade com as políticas ambientais e sociais aplicáveis pelo Banco Mundial e a legislação ambiental vigente em Moçambique. Para permitir que o GM responda de forma urgente a seca prolongada causada pelo fenómeno El Niño em várias partes do país, que associada a crise económica, tem agravado a situação de vulnerabilidade da população, o GM e o BM acordaram um Financiamento Adicional (FA1) de 10 milhões de dólares para apoiar a implementação do PASP Pós-Emergência que suportará transferências directas para 20.000 beneficiários em 3 novos distritos1. O FA1 de Abril de 2017 determinou uma reestruturação para apoiar a expansão dos trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra existente nas zonas urbanas e rurais afectadas pela actual crise económica e climática. A reestruturação consistiu (i) na introdução de uma nova componente, designada Transferências Directas; (ii) na expansão para 21 novos distritos que são suportados pelos fundos internos do Orçamento do Estado e; (iii) na extensão da data de encerramento de 30 de Julho de 2018 para 31 de Dezembro de 2020. Mais 3 distritos2 e 1 município3 que implementaram o Projecto Trabalhos Público com mão-de-obra inclusiva (TF017054) encerrado em 2016 foram integrados no Projecto nessa reestruturação. Neste contexto, o número de distritos abrangidos passou de 40 para 73 distritos e o número de municípios passou de 5 para 6 municípios no PASP e 3 distritos no PASP-PE, totalizando 76 distritos e 6 municípios e 141.000 beneficiários. Um novo financiamento adicional (FA2) de 46 milhões de dólares foi acordado entre o GM e o BM para apoiar cerca de 110.000 beneficiários no contexto da resposta aos impactos dos ciclones Idai e Kenneth que atingiram a região centro e norte de Moçambique. As actividades previstas para o FA2 incidem sobre duas províncias da região centro (Sofala e Manica) e uma da região norte (Cabo 1 Chókwè, Mabalane e Massingir 2 Inhassoro, Guvuro, Chibuto 3 Mandlakazi

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Delgado), declaradas como as mais afectadas. As intervenções específicas do projecto no âmbito deste FA2 estão descritas abaixo. Objectivos do Quadro de Gestão Ambiental e Social

O objectivo principal do Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS) é fornecer condições gerais, directrizes e procedimentos para serem integrados na implementação do Projecto de Protecção Social suportado pelo Banco Mundial. Este quadro foi desenvolvido para identificar os requisitos ambientais e sociais necessários para assegurar que todos os subprojectos estão em conformidade com as leis nacionais de protecção ambiental e social, regulamentos e directrizes, em Moçambique e com as políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial. Princípios Gerais

O QGAS baseia-se nos seguintes princípios:

As operações propostas vão apoiar vários subprojectos, cujos desenhos detalhados não são

conhecidos na fase de preparação do Projecto. Para assegurar a aplicação eficaz das políticas de salvaguarda do Banco Mundial, o QGAS fornece orientação sobre a abordagem a adoptar durante a selecção, concepção e implementação de subprojectos e o planeamento das medidas de mitigação;

O QGAS fornece uma forma de triagem, avaliação ambiental e social e uma lista de requisitos ambientais e sociais a ser administrada a cada subprojecto para determinar suas necessidades de salvaguardas;

O projecto suporta apenas subprojectos de categoria ambiental "B e C" conforme a classificação do Banco Mundial e legislação nacional para as salvaguardas.

Metodologia O QGAS foi desenvolvido com base nas políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial, e a legislação ambiental e social nacional. As principais actividades na elaboração inicial do QGAS foram as seguintes:

Colecta de Informação;

Consultas e discussões com representantes dos Municípios de Maputo e Chicualacuala; 2 locais onde se realizou o programa piloto projeto-piloto de obras públicas de mão-de-obra intensiva em áreas rurais e urbanas de Moçambique, financiada por um projecto RSR-MDFT, implementado em 2012.

No Município de Maputo Consultas e discussões com representantes do MICOA (actual MITADER): Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA, actual DNAB); Direcção Nacional de Gestão Ambiental (DNGA) agora parte da Direção Nacional da Avaliação Ambiental (DNAB); e Direção Nacional de Planeamento e Ordenação Territorial (DNAPOT, actual Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento);No distrito de Chicualacuala foram feitas consultas com diferentes representantes governamentais, nomeadamente:

O Delegado Provincial do Instituto Nacional de Acção Social Técnicos provinciais do Instituto Nacional de Acção Social

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Um técnico do Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção SociaSocial

O Director do Serviço Distrital de Actividades Económicas

O Director do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas, O Técnico de gestão Ambiental do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas

O Director do Serviço Distrital de Educação

O Secretario Permanente Distrital Dois Chefes de Postos Administrativos do Distrito de Chicualacuala

Visitas no distrito de Chicualacuala e Município de Maputo a alguns locais onde o projeto-

piloto de trabalhos públicos estava sendo implementado e manter consultas com representantes governamentais e beneficiários

Consultas e discussões com Organizações Não Governamentais (ONGs) – nomeadamente do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e programa Habitafrica.

Revisão de literatura; Identificação das actividades potenciais de financiamento no quadro dos subprojectos; Pré-avaliação Ambiental, Social e escopo; Identificação das medidas de mitigação de impacto; Preparação do Quadro de Gestão Ambiental e Social;

Durante a revisão do QGAS para adequá-lo às alterações introduzidas pelo Financiamento Adicional (FA1), foram novamente consultadas as instituições relevantes e informação adicional foi colectada e integrada nesta versão revista do QGAS. Para o FA2, foi realizada uma visita de campo às áreas afectadas pelos ciclones e inundações com especial enfoque para as províncias de Manica (distrito de Gondola) e Sofala (cidade da Beira e distrito de Gondola). Para além de encontros com as autoridades locais (governo local e município), a instituição implementadora (Delegações do INAS), foram visitados diversos grupos vulneráveis afectados pelo Idai. Contexto do País

Apesar do rápido crescimento económico até 2009 mais de 50% da população de Moçambique vivia abaixo da linha de pobreza.4 Estima-se que mais de 50 % da população em Moçambique enfrenta o risco de segurança alimentar, e quase a metade de crianças abaixo de 5 anos sofrem de malnutrição crónica5. Além disso, uma maior parte da população está próxima da linha de pobreza, estando vulneráveis as pequenas variações na renda, o que resulta em altos níveis de pobreza momentânea. A insegurança alimentar é alta e exacerbada por choques, com variaveis e idiossincráticos, tais como aumento de preços dos alimentos, seguidos pela seca, a morte de um membro da família ou doenças cronicas na família, o que reduz a renda das famílias, esgota os seus bens, e diminui os seus investimentos em capital humano. Estima-se que mais de 50% da População em Moçambique enfrenta o risco de segurança alimentar e quase a metade de crianças abaixo de 5 anos sofrem de malnutrição crónica.

4 Os dados sobre a pobreza e choques obtidos a partir do Inquérito aos Agregados Familiares Sobre Orçamento

Familiar 2002/2003 e do Inquérito ao Orçamento familiar 2008/2009. Como forma de simplificação, os dados

de 2002/2003 são referidos como dados de 2003 e os dados de 2008/2009 como de 2009. 5 Programa Mundial de Alimentação (2010). Análise de Insegurança Alimentar e Vulnerabilidade em

Moçambique. Segundo o Indicador do Consumo do WPF (baseado no número de refeições por semana), mais

da metade da população apresenta alguma forma de insegurança alimentar e cerca de um quarto de

Moçambicanos apresenta insegurança alimentar aguda.

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As famílias rurais são especialmente vulneráveis a choques sazonais e frequentes relacionados com o clima. Ao mesmo tempo, as famílias pobres nas zonas urbanas são caracterizadas por suas próprias vulnerabilidades distintas, residentes nas zonas urbanas, cerca de 70 por cento dos quais obtêm sua renda principal de actividades não agrícolas, enfrentam outros riscos como subemprego prolongado, baixa renda, aumentos de preços dos alimentos e outros choques financeiros geralmente menos sentidos na zona rural. Por exemplo, dados de 2009 indicam que, em Moçambique, eram famílias de zonas urbanas que suportavam o peso do preço dos alimentos e as crises em média, cerca de 80% dos Moçambicanos têm como sua fonte de renda o trabalho agrícola e mais de 90% do emprego nas zonas rurais é no sector agropecuária, isto torna a população rural dependente de actividades agrícolas, as quais são grandemente sazonais e sensíveis a choques climáticos.

A segurança social e os mercados de crédito e de seguros são muito limitados para as famílias pobres, o que reduz os mecanismos a eles disponíveis para lidar com um choque lento progresso na redução da pobreza e níveis significativos contínuos revelam a necessidade de um sistema de rede social para proteger os mais pobres durante choques previsíveis e imprevisíveis.

Contexto Sectorial e Institucional A despesa pública em redes de segurança social em Moçambique é baixa em relação à dimensão da População pobre e vulnerável, mas existe uma margem significativa para aumentar a eficácia das despesas correntes.6 As despesas do orçamento nacional para protecção social representaram 2,8% do PIB em 2010, dos quais cerca de 0,7% foi gasto em programas de assistência social mais de 2% foram gastos com pensões. Em Moçambique existem muitos programas de protecção social (cerca de 40 diferentes), especialmente na assistência social, ainda que a maioria deles esteja fragmentada, tenha pouca cobertura, e não tenha um alvo claro. O governo tem feito progressos significativos no estabelecimento de disposições institucionais e de implementação para a protecção social, mas ainda são necessários esforços adicionais. A Lei de Protecção Social (Lei 4, 2007) estabeleceu um quadro legal para a protecção social que inclui três categorias: protecção social básica, obrigatória e complementar. Em 2009, o GM aprovou e divulgou a Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSB) como um passo para colocar o quadro de protecção social em operação. Uma segunda Estratégia de Segurança Social Básica (ENSSB II) foi aprovada em 2016 para o período 2016-2024. O GM tem como objectivo apoiar as famílias extremamente pobres e vulneráveis através de uma abrangente rede de segurança social, que é o cerne da ENSSB e ENSSB II. O governo também tem feito esforços para melhorar a sua resposta e aumentar a resiliência das famílias aos choques climáticos, mas o desafio tem sido colocar isso em funcionamento.7

6 Uma análise levada a cabo pelo governo de Moçambique em 2011 fixou uma meta inicial de 800.000 famílias

para os quatro programas de rede de segurança social nucleares, o que exigirá cerca de 0,8 por cento do (PIB)

por ano. 7 Uma avaliação recente encomendada pelo Banco Mundial revelou que até o momento, a protecção social e os

sectores de resiliência a calamidades climáticas não foram coordenadas de forma prática. Isto deve-se em parte

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Como parte integrante de seus esforços, o GM solicitou o apoio do BM para a concepção e implementação do Programa de Acção Social Produtiva (PASP). O BM esteve envolvido num diálogo político permanente com os parceiros de desenvolvimento para harmonizar o apoio e a assistência técnica ao Governo na área da Protecção Social. Descrição do Projecto Objectivo do Projecto

O Projecto reestruturado mantém o objectivo de desenvolvimento (ODP) inicial, que consiste em “oferecer apoio temporário de rendimentos a agregados familiares extremamente pobres e pôr em prática os elementos constitutivos de um sistema de segurança social básica”. Componentes do Projecto e principais alterações O projecto restruturado para o FA1 introduziu uma nova componente, designada Transferências Directas cuja implementação focalizou a província de Gaza. Para o FA2, esta componente será expandida para abranger 15 distritos e municípios nas províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado (Vide secção 1.3 sobre distritos abrangidos pelo FA2). No geral, o FA2 será usado para financiar custos excedidos devido a elevados custos não previstos com a utilização de agências para realização de pagamentos” Transferências Directas”, o incremento dos benefícios nos trabalhos públicos e custos de inflacção. No fundo, a capacidade criada com o projecto-mãe será utilizada para responder aos impactos do ciclone Idai e Kenneth através de trabalhos públicos e transferências directas no pós-emergência para os beneficiários do INAS.

Componente 1: Fortalecimento institucional e capacitação para apoiar a consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica

o Subcomponente 1A: A construção de sistemas permanentes para a implementação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica;

o Subcomponente 1B: Capacitação para a implementação, monitoria e avaliação do PASP;

Nesta componente, o FA2 irá financiar serviços (de consultoria e outros), custos operacionais na terciarização dos pagamentos, desenho e implementação de componentes de educação financeira, além de desenho de protocolos de inscrição de beneficiários, entre outras actividades. Esta componente irá igualmente financiar serviços de monitoria de pagamentos terceirizados. Estima-se que cerca de 3,9 milhões de dólares americanos sejam direccionados para esta componente.

Componente 2: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra

à falta de instrumentos legais e políticas abrangentes, mas deve-se também a uma necessidade de capacidade

dentro do MGCAS, uma cultura de colaboração interdisciplinar, e um mecanismo para identificar rapidamente

os beneficiários vulneráveis. Banco Mundial, (no prelo) Preparação de sistemas de protecção social contra

calamidades naturais e as mudanças climáticas: a Avaliação do Sistema de Protecção Social em Moçambique

de Choques Relacionados com o Clima. Esboço, 25 de Julho de 2012.

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Subcomponente 2A: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra em zonas rurais;

Subcomponente 2A.1: Actividades Complementares em Áreas Rurais;

Subcomponente 2B: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra em zona urbana;

Subcomponente 2B.1: Actividades Complementares em Áreas Urbanas. Uma das características do FA2 é a expansão de trabalhos públicos para novas áreas, nomeadamente Chimoio, Maringue e Macomia.

Componente 3: Transferências Directas

Subcomponente 3A. Capacitação Institucional para Transferências Directas.

Subcomponente 3B: transferências directas para as Famílias O FA2 permitirá a expansão do Projecto para novas áreas, incluindo aquelas cobertas pelo FA1.

Políticas de Salvaguarda Sociais e Ambientais do Banco Mundial O Banco exige uma avaliação sistemática ambiental e social (AA) dos projectos propostos para financiamento do Banco para ajudar a garantir que sejam ambientalmente e socialmente saudáveis e sustentáveis. A AA é um processo cuja amplitude, profundidade e tipo de análise dependem da natureza, escala e o possível impacto ambiental e social do projecto proposto. A AA avalia os potenciais riscos e impactos ambientais e sociais de um projecto na sua área específica (directa e indirecta) de influência; examina as alternativas do projecto; identifica formas de melhorar a selecção, localização, planificação, concepção, implementação do projecto através da prevenção, minimização, mitigação ou compensação dos impactos ambientais e sociais adversos e aumento dos impactos positivos; e inclui o processo de mitigação e gestão dos impactos ambientais e sociais adversos ao longo da implementação do projecto. O Banco privilegia medidas preventivas sobre medidas mitigadoras ou compensatórias, sempre que fosse possível. A Figura abaixo mostra as políticas salvaguardas ambientais, sociais e legais do Banco e os instrumentos complementares.

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Políticas ambientais

OP/BP-4.01 Avaliação Ambiental

OP/BP-4.04 Habitats Naturais

OP/BP-4.09 Gestão de Pragas

OP/BP-4.36 Florestas

OP/BP 4.37 Segurança de Barragens

OP/BP-4.11 Recursos Físicos Culturais

Políticas Sociais

OP/BP-4.10 Povos Indígenas

OP/BP-4.12 Reassentamento Involuntário

Políticas Legais

OP/BP-7.50 Águas Internacionais

OP/BP-7.60 Territórios em Disputa

Referências de salvaguarda ambiental e social

Livro de Referencia para Gestão de Poluição

Livro de Referencia para Avaliação Ambiental

Guião para Triagem e Classificação

Quadro legal

A Constituição estabelece o direito a um ambiente equilibrado, conforme consagrado no Artigo 90, segundo o qual “todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o defender”. Estabelece ainda que os recursos naturais e os meios de produção são propriedade pública de interesse colectivo. Especificamente, a terra pertence ao Estado e o direito de uso apenas pode ser atribuído pelo Estado. O Artigo 109 clarifica que a terra não pode ser vendida, alienada, hipotecada ou penhorada. O Estado é quem determina as condições de uso e aproveitamento, e é quem confere os direitos a pessoas singulares ou colectivas (artigo 110). O Artigo 111 reconhece e protege os direitos adquiridos por herança e pela ocupação. A Política Nacional do Ambiente, aprovada por meio do decreto Nº 5/95, estabelece a base para toda a legislação ambiental. O seu principal objectivo é garantir o desenvolvimento sustentável, a fim de manter uma relação sustentável entre o desenvolvimento socioeconómico e a protecção ambiental. A Lei do Ambiente (Lei nº 20/97) define a base legal para o uso saudável e gestão do meio ambiente, como forma de salvaguardar o desenvolvimento sustentável no país (art.º. 2º). Esta Lei aplica-se a todas as actividades nos sectores públicos ou privado que, podem afectar directa ou indirectamente o meio ambiente (art. 3º). O Decreto 54/2015, de 31 de Dezembro que revoga os decretos 45/2004, de 29 de Setembro e 42/2008, de 4 de Novembro, regula o processo de avaliação de impacto ambiental e licenciamento ambiental. Os Decretos nº 32/2003 e No.11/2006 regulam as auditorias ambientais e sociais e as Inspecções ambientais e sociais, respectivamente. O Decreto 54/2015 estabelece quatro categorias de impacto ambiental e social, para todas as actividades, privadas ou públicas que, directa ou indirectamente, possam afectar o meio ambiente global. Estas categorias são específicas para o tipo

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de actividade, conforme definidas pelo Decreto no seu Anexo I. De acordo com a categoria, o decreto determina diferentes tipos de Avaliação de Impacto Ambiental. A Lei nº 23/2007 De 01 de Agosto no Capitulo VI, referente a Higiene, segurança e saúde dos trabalhadores, Secção I, Artigo 216, estabelece nos seus princípios gerais, o seguinte: que Todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de higiene e segurança, incumbindo ao empregador a criação e desenvolvimento de meios adequados à protecção da sua integridade física e mental e à constante melhoria das condições de trabalho. 2. O empregador deve proporcionar aos seus trabalhadores boas condições físicas, ambientais e morais de trabalho, informá-los sobre os riscos do seu posto de trabalho e instruí-los sobre o adequado cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho. 3. Os trabalhadores devem velar pela sua própria segurança e saúde e a de outras pessoas que se podem ver afectadas pelos seus actos e omissões no trabalho, assim como devem colaborar com o seu empregador em matéria de higiene e segurança no trabalho, quer individualmente, quer através da comissão de segurança no trabalho ou de outras estruturas adequadas. Quadro Institucional O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) criado pelo Decreto Presidencial 6/95 de 16 de Novembro, é responsável por todas as actividades de coordenação, assessoria, controlo e planeamento com vista a promoção ambiental, utilização sustentável dos recursos naturais e protecção da biodiversidade. Entretanto, em 2015 por Decreto Presidencial Nº 1/2015 de 16 de Janeiro de 2015, o MICOA é integrado no novo Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER). Compete ao MITADER uma série de tarefas que variam de propor e dirigir a execução de políticas e estratégias ambientais, ao controlo dos vários projectos e actividades de desenvolvimento no que concerne ao desenvolvimento sustentável e às suas implicações e desempenho ambientais aos vários níveis. Processo de Avaliação de Impacto Ambiental e Social O processo de Avaliação de Impacto Ambiental em Moçambique ocorre da seguinte forma: O proponente deve submeter a seguinte documentação à DNAB ou às DPTADER respectivas:

1. Descrição da actividade 2. Justificação da actividade 3. Quadro legal para a actividade 4. Breve informação sobre as condições biofísicas e sociais e económicas da área do

projecto 5. Uso actual da terra 6. Informações sobre as condições ambientais e sociais na área de projecto 7. Informações sobre as medidas de AIAS, incluindo a submissão dos TDR, EPDA, AIAS

e EAS 8. Ficha de Informação Ambiental Preliminar (FIAP).

Após uma avaliação preliminar as actividades são:

1. Rejeitadas

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2. Categorizadas como A+, A (que exigem um EIAS completo), B (que exige um EAS), ou C (que exigem a aplicação das boas práticas de gestão ambiental).

3. Declaradas isentas de EIA ou EAS.

A fim de avaliar as actividades de forma preliminar, as autoridades vão considerar se as actividades propostas são abrangidas pelas categorias definidas nos Anexos I, II, III e IV do Decreto 54/2015, e os seguintes factores:

- Número de pessoas ou comunidades afectadas. - Ecossistemas, plantas ou animais afectados, e sua importância para a biodiversidade e os serviços de ecossistemas. - Localização e extensão da área afectada. - Reversibilidade do impacto. - Identificação de potenciais impactos. - Elementos do projecto.

O processo de identificação, avaliação do impacto ambiental e social e desenho de medidas de mitigação, terá em conta os padrões ou modelos de qualidade ambiental observados actualmente em Moçambique. Preparação da AAS Após a triagem inicial a nível distrital e municipal, os subprojectos que poderiam ser considerados como de Categoria A serão rejeitados ou considerados não elegíveis. Os subprojectos considerados como de Categoria B ou C serão submetidos à DPTADER, com a respectiva ficha (FIAP). Na DPTADER, os subprojectos terão uma segunda triagem, a oficial do governo, e será atribuída a categoria ambiental e social oficial. Se os subprojectos forem considerados de Categoria C, serão isentos de avaliação ambiental e social adicional, e estarão prontos para iniciar a implementação, sendo, contudo, necessário seguir boas práticas de gestão ambiental a serem aprovadas pela DPTADR respectiva. No caso de subprojectos da Categoria B, é necessário um estudo ambiental simplificado (EAS). O EAS deve ser desenvolvido por um consultor devidamente autorizado, com base nos Termos de Referência (TdR) que são desenvolvidos pelo proponente, e aprovados pela DPTADER e pelo Banco Mundial. Os TDR devem levar em conta os potenciais impactos identificados no processo de triagem, e devem garantir o conteúdo mínimo do EAS. Arranjos Institucionais

No INAS, especialmente a unidade técnica ambiental e social (UTAS) se encarregará duma primeira análise para verificar elegibilidade dos subprojectos, apoiar e assegurar a realização da Avaliação de impacto Ambiental de acordo com OP/BP 4.01 do Banco Mundial e com a lei moçambicana, para os subprojectos de categoria B ou C. As DPTADERs emitirão uma Licença de Isenção Ambiental para os subprojectos de categoria C, mediante a submissão de Procedimentos de Boas Praticas Ambientais e uma licença ambiental para subprojectos de categoria B, mediante elaboração e submissão de Estudo Ambiental Simplificado (EAS) incluindo consulta pública, elaborado por um consultor contratado e devidamente autorizado pelo MITADER. O Banco Mundial validará os EAS e supervisionará de forma geral o processo de acompanhamento e de execução.

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A UTAS a nível central do INAS trabalhará com o MITADER, a nível provincial com a DPTADER, e com SDAE em cada distrito. INAS será responsável pela primeira triagem, para interagir com a DPTADER e para monitorar e supervisionar a implementação dos PGAS e dos procedimentos de Boas Praticas. Monitoria e avaliação

Durante a execução dos trabalhos, o INAS será responsável pelo acompanhamento e por garantir que os subprojectos sejam executados correctamente e que o agente promotor prepare e apresente os relatórios das actividades do ciclo (6 meses), na fase inicial, fase de implementação e avaliação final do ciclo, sobre a implementação dos PGAS e Procedimentos de Boas Praticas à DPTADER e ao Banco Mundial. Um Especialista Júnior de salvaguardas será recrutado para prestar apoio técnico na implementação de salvaguardas e sua institucionalização nas respectivas delegações com apoio do Especialista baseado no Maputo. O especialista jr em princípio estará baseado na cidade da Beira devendo assitir todas delegações cobertdas pelo FA2. Formação e Capacitação Institucional Para garantir a operação eficaz dos processos, procedimentos e acções contidas neste QGAS revisto, o plano de formação em salvaguardas Ambientais e Sociais será revisto para abranger sobretudo os funcionários das delegações, novos distritos e municípios que passam a ser cobertos pelo Projecto. O treinamento será focado na gestão das salvaguardas e na aplicação do QGAS, mas será coordenado através do processo de formação e sensibilização conduzido pelo INAS ao nível central. Orçamento de Implementação do QGAS O custo total para FI e FA1 para a implementação do QGAS de 2013 a 2020, incluindo a divulgação do Programa, formação, capacitação e aquisição de equipamentos de protecção individual para os beneficiários é de USD 1.672.567,63 (Um milhão e seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e sessenta e sete dólares). Este orçamento inclui custos relativos a implementação de actividades relacionadas com a aplicação das ferramentas de salvaguardas (gestão ambiental e social) e reforço de capacidade.

Ord Item

Valor estimado (USD) FI & FA1

1 Assistência técnica 70.819,68

2 Preparação e implementação de QGAS 10.000

3 Divulgação 10.000

4 Formação e capacitação 12.000

5 Supervisão 35.000

6 Equipamento de protecção zona rural 1.358.289,23

7 Zona urbana 176.462,40

Total 1.672.567,63

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Para o FA2 foi estimado um orçamento de 890.000 USD. A estimativa deste orçamento baseou-se nas licções aprendidas e a necessidade de correções em matérias de alocação de orçamento às salvaguardas e garantira melhoria na execução.

Ord Item

Valor estimado (USD) FA2

1 Assistência técnica 35.000

2 Preparação e implementação de QGAS 5.000

3 Divulgação 5.000

4 Formação e capacitação 35,000

5 Supervisão 20,000

6 Concepção, Divulgação e Implementação do Mecanismo de queixas e Reclamações

40.0000

7 Equipamento de protecção 750.000

Total 890 000

1. INTRODUÇÃO

1.1 Objectivos Este documento faz parte dos documentos de Avaliação Ambiental (AA) exigidos no contexto das políticas de salvaguardas sociais e ambientais do Banco Mundial (WB) para o financiamento do Projeto de Proteção Social (P129524), financiamento adicional 1 (P161351), e muito recentemente o financiamento adicional 2 (P170327) para o apoio na Resposta aos Ciclones Idai e Kenneth. O projecto apoia o Governo de Moçambique (GM) na expansão do Programa de Acção Social Produtiva (PASP) para 40 distritos e 5 municípios através de um crédito de 50 milhões de dólares americanos e espera-se que apoie directamente cerca de 100.000 famílias vivendo em condições extremas pobreza em troca de sua participação em trabalho público intensivo. Originalmente, o projecto entrou em vigor em 17 de outubro de 2013 e teve o encerramento previsto para 30 de junho de 2018. Para permitir que a GM responda com urgência à prolongada seca causada pelo fenômeno El Niño em várias partes do país, em Abril de 2017 o GM e o BM concordaram em processar um financiamento adicional de US $ 10 milhões para apoiar a implementação do Projeto Pós-emergência (PASP-PE) através do apoio a transferências diretas para 20.000 beneficiários. O FA2 (P170327) foi solicitado para cobrir custos excedentes do projecto e a necessidade de dar resposta aos impactos do ciclone Idai8 e Kenneth9 em duas províncias- Sofala e Manica. Este FA2 irá financiar os custos excedentes devido aos custos não planificados pelo envolvimento de terceiros (Third- Party Agencies) na execução das Transferências Directas, incremento dos benefícios dos

8 O Ciclone Idai atingiu Moçambique no dia 14 de Março afectando todas as cinco províncias da região

central, embora 80% das pessoas com necessidades estejam concentradas nas províncias de Sofala e Manica.

O ciclone Idai resultou na morte de 602 (até 9 de Abril de 2019), mais de 1,600 pessoas feridas, 142,000

acomodadas nos centros de acomodação, 9 O Ciclone Keneth antingiu a província de Cabo Delgado, particularmente os distritos de Ibo, Palma e

Macomia, onde causou a destruição de infraestruturas habitacionais e sociais, bem como a morte de 41

pessoas, e afectado mais de 200,000 pessoas

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trabalhos públicos, custos elevados devido à inflacção, e perdas devido à variação cambial entre o Metical e Dolar Americano entre 2016-2019. Além disso, o FA2 é solicitado para utilizar a capacidade existente no projecto em responder aos impactos dos ciclones através de serviços públicos e transferências directas pós-emergência aos beneficiários do INAS Os objectivos do projecto para o FA2 coincidem com aqueles do projecto original, nomeadamente o de providenciar rendimento temporário aos agregados familiares mais pobres e construir os fundamentos para um sistema de rede de protecção social em Moçambique. Portanto, este financiamento adicional se funda nas três componentes do projecto original, designadamente: (i) Fortalecimento Institucional e Capacitação no Apoio a Consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica; (ii) Trabalhos Públicos Intensivos e (iii) Transferências Directas. As actividades do FA2 não vão implicar a restruturação do projecto original, mas estas actividades tem novos elementos que merecem destaque. Em primeiro lugar, parte dos locais onde a componente de trabalhos intensivos terá lugar outrora não existiam, nomeadamente a cidade de Chimoio, Dondo, Maringue e Macomia. Além disso, a componente relativa à Transferências Directas que apenas estava concentrada na província de Gaza será expandida para os catorze distritos cobertos pelo FA2 nas províncias de Sofala10, Manica11 e um na província de Cabo Delgado12. 1.2 Princípios Gerais O QGAS baseia-se nos seguintes princípios:

As operações propostas vão apoiar vários subprojectos, cujos desenhos detalhados não são conhecidos em avaliação. Para assegurar a aplicação eficaz das políticas de salvaguarda do Banco Mundial, o QGAS fornece orientação sobre a abordagem a adoptar durante a selecção, concepção e implementação de subprojectos e o planeamento das medidas de mitigação;

O QGAS fornece uma forma de triagem de avaliação ambiental e social e uma lista ambiental e social a ser administrada a cada subprojecto para determinar suas necessidades de salvaguardas;

O projecto proposto suporta apenas subprojectos de categoria ambiental "B" ou "C" conforme a classificação do Banco Mundial para as salvaguardas.

1.3 Metodologia O QGAS foi desenvolvido com base nas políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial, e a regulação do Moçambique sobre Reassentamento Involuntário, e sobre Avaliação Ambiental. Este QGAS foi objecto de actualizações para incorporar novos elementos decorrentes dos Financiamentos Adicionais que foram tendo lugar- primeiro em Abril de 2017 para o primeiro Financiamento Adicional, e actual actualização resultante do novo Financiamento Adicional para dar resposta aos Impactos do Ciclone Idai na Província de Sofala. Para a versão original do QPGAS e do primeiro Financiamento Adicional, as principais actividades na elaboração do QGAS foram as seguintes: 10 Distritos Dondo, Nhamatanda, Machanga, Buzi, Marromeu, Maringue, Gorongoza, Muanza, Caia e

município da Beira 11 Distritos de Macate, Gondola, Sussundenga e Município de Chimoio 12 Distrito de Macomia

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Colecção de Informação; Consultas e discussões com representantes do MICOA, actual MITADER: Direção Nacional

de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA, actual DNAB); e Direção Nacional de Planeamento e Ordenação Territorial (DNAPOT, actual Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento); Direcção Nacional de Gestão Ambiental (DNGA, integrada na actual DNAB);

Consultas e discussões com representantes das municipais de Maputo e Chicualacuala; Consultas e discussões com ONGs (Programa Mundial de Alimentos, Habitafrica) Revisão de literatura; Identificação das actividades potenciais de financiamento no quadro dos subprojectos; Pré-avaliação Ambiental; Identificação das medidas de mitigação; Preparação do Quadro de Gestão Ambiental e Social; Entrevistas e consultas às instituições relevantes.

Durante a revisão do QGAS para adequá-lo às alterações introduzidas pelo FA2, foi realizada uma visita às áreas afectadas pelo Ciclone Idai, nomeadamente na província de Manica e Sofala com objectivo de auscultar potenciais beneficiários do FA2, mas sobretudo inteirar-se da capacidade da Agência Implementadora do Projecto (INAS) na implementação de Salvaguardas Ambientais e Sociais. Além disso, estão previstas visitas a pelo menos duas comunidades em cada província abrangida pelo FA2.

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2. CONTEXTO DO PAÍS E DO SECTOR DA PROTECÇÃO SOCIAL EM MOÇAMBIQUE

2.1 Contexto do País Apesar de um crescimento económico rápido, mais da metade da população de Moçambique continua na situação de pobreza e altamente vulnerável. Embora o crescimento económico do país atingiu uma média de 7,5 por cento por ano entre 1992 e 2009, o progresso na redução da pobreza, especialmente nos últimos anos, tem sido substancialmente mais lento. Embora a incidência da pobreza tenha reduzido de 70 por cento em 1997 para 56 por cento em 2003, e até 2009 mais de 50 por cento dos moçambicanos ainda viviam abaixo da linha de pobreza. Proporcionalmente, a maior parte da redução na taxa de pobreza ocorreu nas áreas urbanas, enquanto nas zonas rurais, onde vive a maioria da população pobre, a pobreza manteve-se teimosamente alta, o que agrava as desigualdades geográficas. Estima-se que mais de 50 por cento da população em Moçambique enfrenta o risco de insegurança alimentar, e quase a metade das crianças com menos de 5 anos de idade sofrem de desnutrição crónica. Além disso, uma grande parte da população está perto da linha de pobreza e, portanto, altamente vulnerável a pequenas variações na renda, o que resulta em altos níveis de pobreza transitória. Os residentes urbanos, cerca de 65 por cento dos quais obtém a sua renda primária de actividades não agrícolas, enfrentam outros riscos, tais como subemprego prolongado, baixa renda, os aumentos dos preços dos alimentos e de outros choques financeiros menos sentidos nas áreas rurais. Por exemplo, dados de 2009 indicam que, em Moçambique, foram os agregados familiares urbanos que suportaram o peso da subida do preço dos alimentos e as crises financeiras. Os pobres urbanos também dependem mais dos subsídios de alimentos e subsídios aos combustíveis e, assim, enfrentam maiores encargos financeiros quando são reduzidos ou eliminados do que a população rural pobre. O progresso lento na redução da pobreza e a continuação dos níveis significativos de vulnerabilidade justificam a necessidade de um sistema de rede de protecção social para proteger aos mais pobres dos choques previsíveis e imprevisíveis. A situação actual dos pobres urbanos e rurais e as evidências sobre a forma como os choques afectam essas famílias destacam a necessidade de elaborar e implementar intervenções anti cíclicas para ajudar as famílias pobres a lidarem com o impacto dos choques e evitarem perdas permanentes de capital humano. Conforme discutido acima, este é um desafio particular, dada a alta proporção de agregados familiares moçambicanos pobres e vulneráveis, a distribuição do consumo do país predominantemente homogénea nos quintis mais baixos, e as diferentes dinâmicas da pobreza nas áreas rurais e urbanas. A insegurança alimentar é agravada pela vulnerabilidade do país a choques. Os agregados familiares rurais são especialmente vulneráveis aos choques sazonais e frequentes relacionados com o clima. Para além das secas, o país registou nos últimos anos três maiores cheias, em 2000/2001 no sul do país, em 2007/2008 e 2013 na região centro. Além de cheias, o país é ciclicamente assolado por tempestades tropicais que invariavelmente fustigam a costa Moçambicana onde reside mais de 60% da população. Em Março de 2019, as quatro províncias da região centro do país (com enfoque em Sofala e Manica) e uma da região sul foram afectadas pelo ciclone tropical Idai. O Banco Mundial estima que o evento deslocou cerca de 150.000 pessoas e afectou mais de um milhão de pessoas e causou danos à habitação, infraestruturas e culturas agrícolas diversas avaliados em US $ 773 milhões, e um custo

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de construção de edifícios mais resistentes ultrapassaria US $ 1 bilhão. Essa estimativa total é distribuída uniformemente em edifícios residenciais (US $ 178 milhões); edifícios não residenciais (US $ 149 milhões); Infraestrutura (US $ 188 milhões); e Agricultura (US $ 141-258 milhões). No mês seguinte, em Abril de 2019, as províncias de Cabo Delgado (maior intensidade) e Nampula foram afetadas pelo ciclone tropical Kenneth. O ciclone formou ao norte do canal de Moçambique e atingiu o norte de Moçambique no dia 25 de Abril de 2019, particularmente a província de Cabo Delgado (distrito de Macomia, Ilha do Ibo). Embora os números sobre os impactos sejam díspares, o ciclone resultou em danos humanos e patrimoniais enormes. A ReliefWeb avança que em Moçambique, o ciclone pode ter afetado direta ou indiretamente a população que vive na linha do ciclone (747.000 pessoas) e cerca de 117.000 pessoas que vivem/viviam na zona de altas velocidades dos ventos do ciclone Kenneth. 2.2 Condições ambientais e sociais globais Condições gerais Moçambique é um país extenso (ou seja, cerca de 800 mil km2), com uma população de mais de 23 milhões, a maioria vivendo em áreas rurais (ver Fig. 2 abaixo), com a maior concentração ao redor de Maputo (1,1 milhões de pessoas). O país apresenta diferenças importantes na distribuição de riqueza, sendo o Sul melhor do que o Norte do rio Zambeze. A topografia no Norte é montanhosa, com orografia acentuada, e planaltos baixos, enquanto o Sul é caracterizado por planícies. No Norte, a população está mais dispersa, enquanto no Sul é distribuída em torno dos centros urbanos. O Norte depende da agricultura de culturas de exportação, e o Sul depende da mineração e indústria. O clima de Moçambique varia de subtropical no Sul a tropical no Centro e Norte. A maioria do país recebe anualmente acima de 400mm de precipitação, sendo as estações chuvosas de Outubro a Abril. Nas zonas costeiras, a chuva pode chegar a 900 mm por ano. O Norte é mais húmido, exceto na região do Alto Zambeze em Tete, que é mais seco e quente. Moçambique tem 14 regiões ecológicas, sendo que existem sete de importância: a Corrente das Agulhas, a Costa Leste Africana, os Lagos do Vale do Rift, os Mangais do Leste Africano, as Florestas do Vale do Sul do Rift, o Miombo Leste e Central, e o Cerrado das Várzeas do Zambeze.

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Figura 1: Clima de Moçambique

Recursos Naturais

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Embora Moçambique tenha muitas bacias hidrográficas (ou seja, 39 grandes rios desaguam no Oceano Índico ao longo do país, formando 11 maiores bacias hidrográficas), é vulnerável às mudanças no clima (ou seja, secas e inundações) e ao uso internacional dos rios a montante (sete das principais bacias hidrográficas têm origem fora do país). O potencial de irrigação é importante, a fim de desenvolver o potencial agrícola de Moçambique (cerca de 10% do potencial arável é usada), o qual emprega a maioria da população, embora sob condições más e não económicas. Apesar da rede relativamente importante de bacias hidrográficas que banham o país, a disponibilidade de água potável é escassa, e é um grande e importante causador da pobreza e conflito. Apenas 8,7% da população tinha acesso à água da torneira, em 2008, e 16,7% a pontos de água, sendo que a maior parte da água potável era proveniente de poços e furos (59%).

Figura 2: Bacias Hidrográficas

A maioria do povo Moçambicano ainda depende da lenha e/ou carvão vegetal para cozinhar e para aquecimento, o que mantém uma forte pressão sobre as áreas florestais, que representam ainda 24,6% da área total de terra (as florestas representam 19,2 milhões de hectares). O governo criou reservas de fauna bravia, que representam uma parte relativamente pequena do território (15%), mas que são dotadas de animais de caça importantes com potencial turístico não utilizado. Alguns dos sítios importantes para a biodiversidade incluem a Serra da Gorongosa, o Arquipélago das Quirimbas, e o Maciço de Chimanimani. A Costa de Moçambique de 2,770 quilómetros tem uma importante presença de mangais, praias e áreas de recifes de corais. A Baía de Maputo é uma das mais extensas áreas de manguais na região sul. No delta do Zambeze, os mangais se estendem por cerca de 180 km ao longo da costa e até 50 km para o interior. No entanto, os mangais (cerca de 400 milhas), a maior área de mangais no leste da África, estão sendo convertidos em campos de arroz, salinas, aquacultura e residências, especialmente na região central do País como Beira. Além disso, os mangais são usados como fonte de madeira e lenha.

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Figura 3: Áreas Protegidas e Reservas de Fauna Bravia

A maioria da vegetação de Moçambique é floresta savana (cerca de 70% do território), dividido em dois tipos: florestas de miombo e mopane. Miombo cobre a maior parte do Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Sofala, Manica e Inhambane. Este tipo de floresta é muito vulnerável, pois depende de padrões não fiáveis de chuva, altas temperaturas e queimadas. A pecuária ainda é baixa, com cerca de 1,5 milhões de unidades, sendo metade representada por cabritos e porcos. No entanto, o uso excessivo nas áreas secas está afectando locais como Manica e Tete. A pesca e o turismo estão a colocar em risco o Lago Niassa, um ponto importante de biodiversidade. Os minerais são importantes, com o alumínio a representar um terço de todas as exportações. O país tem potencial para produção de carvão, minério de ferro, fosfatos, bauxita e areias pesadas. Infraestrutura: estradas e energia Moçambique tem uma rede rodoviária total de cerca de 32.000 km (Banco Mundial, 2008), dos quais 22.500 km consistem em redes primárias e secundárias (ou seja, 5.000 km cada), e cerca de 12,700 km de estradas terciárias ou rurais. A rede de estradas urbanas representa 3.300 km, e as não classificadas 6,700 km. A densidade da rede de Moçambique ainda é baixa, em comparação com os padrões internacionais, inclusive dos países pobres, com falta de conectividade entre as regiões. Cerca de 40% das infraestruturas rodoviárias nas zonas rurais está em condições precárias, em contraste com as condições relativamente boas das estradas primárias e secundárias.

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O acesso à electricidade também é restrito (9,4% da população, aumentando para 26% nos centros urbanos). O potencial hidroeléctrico ainda é importante, com a possibilidade de aumentar a capacidade actual de MW 2.184 para 13.000 MW, principalmente na bacia do Zambeze. 2.2 Condições das Áreas propostas para o FA2 O FA2 vai incidir sobre três províncias afectadas pelo Idai e Kenneth nomeadamente, Sofala, Manica e Cabo Delgado. Na província de Sofala o FA2 será implementado no município da Beira e nos distritos de Dondo, Nhamatanda, Machanga, Búzi, Marromeu, Gorongosa, Caia, Muanza e Maringue. Em Manica as actividades do FA2 serão executadas nos distritos de Macate, Gondola, Sussundenga e município de Chimoio. Em cabo Delgado será no Distrito de Macomia. O racional para a escolha destas três províncias, particularmente dos distritos indicados está relacionado com a magnitude dos impactos. Uma avaliação recente do governo de Moçambique sobre os Impactos do Idai e Kenneth indica que as áreas abrangidas pelo FA2 são aquelas que tiveram maiores impactos negativos sobre o tecido socioeconómico. 2.2.1 Província de Sofala Localização e divisão administrativa A província de Sofala está situada na região central de Moçambique fazendo fronteira com a província de Inhambane ao Sul através do Rio Save, a Oeste com a Província de Manica, ao Norte com as Províncias da Zambézia e Tete através do Rio Zambeze e na parte com as províncias da Zambézia e Tete e a Este com o Oceano Indico.

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Figura 4: Localização e divisão administrativa de Sofala

Em termos administrativos, a província de Sofala é composta por 13 distritos, designadamente a Cidade da Beira, os distritos de Búzi, Caia, Chemba, Cheringoma, Chibabava, Dondo, Gorongosa, Machanga, Marínguè, Marromeu, Muanza e Nhamatanda, conforme o gráfico acima. As cidades da Beira e Dondo, bem como as vilas de Marromeu e Gorongosa são municípios. Perfil demográfico Dados do último Censo populacional indicam que a província de Sofala possui uma população de 2.150.769 habitantes, dos quais 1,106,811 (cerca de 51,4%) são mulheres. A cidade da Beira comporta aproximadamente um quarto da população de toda a província (cerca de 553,825 habitantes). A população das outras áreas abrangidas pela FA2 tem a seguinte população: Búzi (177,348), Caia (191,950), Chemba (87,925), Cheringoma (58,542), Chibabava (134,293), Dondo (184,458), Gorongosa (182,226), Machanga (55,861), Marínguè (98,928), Marromeu (156,720), Muanza (42,289) e Nhamatanda (317,538). A expansão das instituições de ensino ao nível provincial é notória em quase todos os subsistemas de ensino, embora se note um crescimento tímido em termos do rácio professor/alunos. Por exemplo, a província de Sofala possuía em 2013, cerca de 805 escolas públicas do Ensino Primário do 1º Grau (EP1), tendo passado para 890 e no mesmo período o rácio professor alunos baixo de 62 para 58 alunos. Relativamente a EP2, o número de escolas evoluiu de 289 para 838 e o rácio professo/alunos de 41 para 36, enquanto no Ensino Secundário geral o número de escola passou de 14 para 22, tendo o rácio professor/alunos se mantido em 20.

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Apesar das mulheres constituírem a maioria da população, elas não estão proporcionalmente representadas nas instituições de ensino público como privadas. Por exemplo, em 2016 havia um total de 9,918 alunos nas escolas públicas, e deste cerca de 4,013 (40,4%) eram mulheres e, em 2017 do total de 10,420 alunos, apenas 4,361 (41,8%) eram mulheres. Em relação às escolas privadas, do total de 18,803 alunos registados em 2016, cerca de 7,700 (40,9&) eram mulheres, em 2017 do total de 21,817 alunos, cerca de 9,901 (45,3%) eram mulheres. Como se pode depreender, a proporção de mulheres no ensino é baixa em relação aos homens, mas no ensino privado, a representação das mulheres tender a ser relativamente alta comparada com o ensino público. Em termos de conclusão de formação superior, os números demonstram que os níveis de conclusão são elevados na escola superiores privadas que as escolas públicas. Dos 1, 470 graduados em 2016 nas instituições públicas, 624 (42,4%) eram mulheres, e em 2017 do total de graduados (1,525), cerca de 737 (48,3%) eram mulheres. Ao nível das instituições de ensino superior privado, do total (1,672) graduados em 2016, 837 (50%) eram mulheres, e em 2017 de um total de 1,755 aluno graduados, 899 (50,6%) eram mulheres. Relativamente à saúde, dados sobre infraestruturas de saúde mostram uma tendência de crescimento lento, em alguns casos estacionário. Globalmente, o número de unidades sanitárias aumentou de 156 para 161 de 2013 a 2017. O número de hospitais provinciais se manteve inalterável em 1, e o mesmo sucedeu relativamente ao número de hospitais rurais que se manteve em 5. No mesmo período, os postos de saúde passaram de 26 a 27, tendo sido o maior registo, o número de centros de saúde que passaram de 124 a 128. Relativamente ao pessoal técnico de saúde, a província tem registado um incremento considerável em termos absolutos e o mesmo sucede em relação a proporção técnico de saúde/habitantes. Globalmente o pessoal técnico de saúde passou de 4,967 em 2013, para 5,557 em 2017 e proporção de 442 para 672. A malária é das doenças comuns com níveis de letalidade que mostram tendência para redução. Depois de registar uma taxa de letalidade de 22,4 em 2013, esta foi reduzindo progressivamente, tendo-se fixado em 5 em 2017. O HIV/SIDA é das doenças que igualmente continuam a fustigar a província com 55,497 casos cumulativos registados desde 2013 até ao último censo populacional em 2017. No entanto, uma avaliação histórica do número de casos notificados mostra uma tendência de redução tendo sido notificados 2,538 em 2017 contra 24,911 em 2015. Do ponto de vista de acção social os dados existentes do último censo populacional relativos ao programa de subsídio de alimento são relativos a cidade da Beira. Este programa abrange idosos, deficientes, doentes crónicos. Dados existentes indicam que em 2016 havia uma total de 18,268 beneficiários, tendo o número se mantido em 2017, com variações limitadas, sobretudo entre diferentes grupos demográficos. Questões de Género e Violência Baseada no Género A violência baseada no género continua a ser assunto marcante da sociedade Moçambicana e ela resulta do estereótipo associado a mulher, relações de poder, e cultura do patriarcado que criam identidades do ser feminino ou masculino. O plano nacional de prevenção e combate à violência baseada no género refere que violência baseada no género incide de formas diferentes nos homens e mulheres, sendo 12% entre as mulheres e 7% entre os homens

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A violência contra mulher está associada aos estereótipos ainda prevalecentes na sociedade, as assimetrias de poder, de cultura do patriarcado que condicionam atitudes e identidades de masculinidade e feminidade que conduzem a perpétua desigualdade entre homens e mulheres, como resultado de processos de socialização de mulheres e homens. Nas mulheres, a incidência da violência tende a ser mais alta entre aqueles com 20 a 39 anos de idade e nos homens de 25 anos em diante. Situações de violência também foram reportadas em raparigas (4.5%) e rapazes (0.8%), nos dois casos entre 15 a 19 anos de idade. Do levantamento realizado para elaboração do Plano Nacional de Combate e Resposta à Violência Baseada no Género, foi constatado que a província de Sofala regista maiores casos de violência baseada no Género tendo-se fixado em 13% entre as mulheres. Perfil socioeconómico Globalmente, o (des) emprego afecta desproporcionalmente homens e mulheres. A taxa de emprego entre homens se situa 68.2% e entre as mulheres está em 66,4%. No meio rural a taxa de emprego tende a ser mais elevada que em áreas urbanas, situando em 2015 respectivamente em 75% e 52.3%, o mesmo sucede quando os dados são desagregados em género. Para a província de Sofala, a taxa de emprego está abaixo da média nacional, situando em 66.4%, sendo a mais alta entre homens (69,5%) e mulheres entre 67,5%. Segundo o INE, a taxa de emprego tende a decrescer em função do aumento do nível de escolaridade, sendo 75,8% para “nenhum nível” e 48,3% para pessoas com “Ensino Secundário e mais”. Este cenário é devido ao facto de por um lado a economia do país depender essencialmente da agricultura cuja força de trabalho caracteriza-se por baixo nível de escolaridade ocupando 74,6% das pessoas com “Ensino Primário do 1º Grau”, por outro lado, o sistema de educação não está orientado para as necessidades do mercado do trabalho. Relativamente ao emprego entre a população jovem, a taxa de emprego dos jovens foi de 56,8%, sendo 56,1% para os homens e 57,5% para mulheres. Portanto, nota-se que o emprego entre a população jovem é ainda um desafio dado que a taxa é de alguma forma baixa comparada com a taxa geral de emprego situada em 67,2%. As taxas de emprego entre a população jovem na zona centro do país estão acima da média 54%. No caso da província de Sofala, a taxa de emprego situa-se 60,1%. Um caso destaque é que a taxa de emprego é maior entre mulheres (61,1%) que homens (58,8%). Tal como vários países, Moçambique é igualmente confrontado o fenómeno de trabalho infantil. Dados do censo de 2015 indicam que a taxa média global se situou em 13,6%, sendo 14,4% para homens e 12,8% para mulheres. A província de Sofala tem uma incidência de trabalho infantil elevada (16.4%) comparada com a média nacional, e igualmente elevada quando desagregada por género, homens (16%) e mulheres (16.8%). Ambiente Áreas ecologicamente importantes na Província de Sofala incluem o isolado Complexo do Vale do Rift da Montanha da Gorongosa, que se eleva a 1.863 m no sector mais a sul de Moçambique do Vale do Rift Africano, bem como o Corredor da Beira e a Planície de Inundação do Rio Búzi. A precipitação orográfica fornece à montanha uma precipitação anual de mais de 2.000 mm por ano.

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A montanha suporta floresta tropical a montana em seus cumes com pastagens de saúde. Plantas e animais endêmicos e quase endêmicos ocorrem dentro dos habitats montanhosos. Exemplos incluem a subespécie dos Orioles verdes (Oriolus chlorocephalus), caracterizada por um fragmento de asa branca encontrado na Serra da Gorongosa, o Robin-da-montanha (Modulatrix orostruthus), o Chirinda Apalis (Apalis chirindensis), uma espécie restrita, Swynnerton's Forest Robin (Swynnertonia swynnertoni) e subespécies separadas do Alethe branco de peito (Alethe fuelleborni). Umas variedades de habitats de terras húmidas ocorrem no Vale do Rift, incluindo rios, lagos, panelas, pântanos de junco, prados de várzea e savana de palmeiras. A diversidade de habitats em o Vale do Rift faz com que seja um dos melhores ecossistemas de pastagem de vida selvagem na África, como refletido pela espetacular vida selvagem que habitou o Vale antes do conflito armado. Por ser a área mais diversificada em Moçambique, o Complexo do Vale do Rift da Serra da Gorongosa apresenta um conjunto de áreas de conservação compreendendo “Coutadas Oficiais”, um Parque Nacional (Parque Nacional da Gorongosa) e uma Vida Selvagem. Em 2004, Moçambique inscreveu o Distrito de Marromeu como um sítio Ramsar22 na Convenção Internacional para a Conservação de Zonas Húmidas de Importância Internacional, especialmente como habitats de aves aquáticas. 2.2.2 Província de Manica Localização e divisão administrativa A província de Manica está localizada na região central do pais e tem limites ao note com a província de Tete, a leste com a província de Sofala e a sul com as províncias de Inhambane e Gaza. A oeste, Manica faz fronteira com o Zimbabué.

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Figura 5: Localização e divisão administrativa da província de Manica

Perfil demográfico A província de Manica tem uma superfície de 61,661 km² e um total de 1,911,237 habitantes, segundo o Censo da População de 2017. A população está distribuída por três Municípios (Catandica, Manica e Chimoio) e nove distritos (Báruè, Gondola, Guro, Machade, Macossa, Manica, Mossurize, Sussundenga, Mascate e Tambara). As áreas abrangidas pelo FA2 tem a seguinte população Mascate (106,410), Gondola (213,114), Sussundenga (171,056), Chimoio (329,359), e Mossurize (295,089) e Machaze (140,047). Globalmente, tem havido um crescimento no número de escolas públicas de todos os subsistemas de ensino. Por exemplo ao nível do EP1, o número de escolas passou de 723 em 2013 para 803 em 2017. O crescimento também se notou no EP2 tendo o número de escolas passado de 318 em 2013 para 500 em 2017; ESG1 de 40 para 51 e ESG2 de 11 para 20 durante o mesmo período. Apesar da expansão das escolas o rácio professor/alunos não tem acompanhado esta expansão da rede escolar; ou seja; os dados parecem sugerir que enquanto o número de escolas tal não tem sido acompanhado com oferta de professores à altura da demanda de alunos. De 2013 a 2017, o rácio professor/aluno no EP1 passou de 41 para 48; no EP2 de 32 para 33; no ESG1 se manteve em 33, e no ESG2 de 14 para 23. O ensino privado é apenas existentes em alguns distritos da província, nomeadamente Vanduzi, Manica, Guro, Chimoio e Gondola.

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Ao nível da formação superior, existem escolas superiores públicas e privadas ao nível da província. Até 2017 públicas absorviam um total de 4,352 estudantes dos quais 1,622 eram mulheres; e as privadas com um total de 3,599 com um total de 1,413 mulheres. Dados do INE indicam que entre 2013 a 2017 o número de unidades sanitárias na província tende a aumentar sobre aquelas do nível terciário (postos de saúde). O número de hospitais provinciais de referência se manteve em 1, enquanto os hospitais rurais passaram de 4 para 5 e finalmente, os centros de saúde passaram de 101 para 113 durante este período. Os serviços pré-natal também têm sido expandidos e o nível de cobertura passou de 114% para 116%, os partos de 81% para 86%, e consultas pós-parto de 69% param 96% durante o período em análise. Um dado importante está relacionado com a colocação de pessoal técnico médico que se nota no rácio pessoal técnico/população. Entre 2013 a 2017, o rácio passou de 1,054 para 567. Tal como o país, a malaria é das doenças comuns na província, mas que cuja taxa de letalidade tem reduzido tanto em crianças como em adultos. Entre 2013 a 2017, a taxa de letalidade da malaria em pediatria passou de 3,3 para 0,0 e em adultos de 13,4 para 0,0 durante o mesmo período. Foram registados 104,884 casos de HIV em 2017 contra 18,129 em 2013. Ao nível da província estão em cursos vários programas de acção social. Um dos que aparece reflectido nas estatísticas do INE é relativo a cobertura do Programa de Subsídio aos Alimentos que abrange vários grupos demográficos, nomeadamente Idosos, Deficientes e Doentes Crónicos. Um dado importante é o maior número de idosos envolvidos no programa, particularmente mulheres. Em 2017 havia cerca de 8,896 homens e 25,074 mulheres na categoria de idosos se beneficiando do programa, cerca de 753 deficientes homens e 70 mulheres na categoria de deficientes e doentes crónicos com 78 homens e 182 mulheres. Questões de género e Violência Baseada no Género Tal como na província de Sofala, a violência baseada no género é igualmente assunto crítico na província de Manica. Ela resulta do estereótipo associado a mulher, relações de poder, e cultura do patriarcado que criam identidades do ser feminino ou masculino. Embora não seja explícito, o Plano Nacional de Combate e Resposta à Violência Baseada no Género indica que casos de violência baseada no género são baixos. Perfil socioeconómico As principais actividades económicas na província de Manica estão centradas principalmente na agricultura, com foco em alimentos e culturas de rendimento. As actividades comerciais, que são essencialmente dominadas pelo mercado informal, concentraram-se em consumíveis necessários para indivíduos e famílias; pescaria; exploração madeireira, entre outros. Chimoio é a capital da província de Manica é também o maior produtor de banana, localizado em Gondola. Manica tem uma longa tradição de agricultura comercial de pequeno e médio porte com o uso de irrigação herdada do período colonial, focando principalmente na produção de horticultura e frutas. O uso do poder do gado bovino na agricultura também tem uma considerável tradição entre os agricultores locais.

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Os níveis de desemprego (23,5%) estão abaixo da média nacional fixada em 26%. O desemprego é pronunciado entre mulheres (24,6%) que homens (22,2%). Manica é propenso ao trabalho infantil com uma média provincial (14,5%) acima da média nacional (13,6%). A situação do trabalho infantil na província é ligeiramente pronunciada em mulheres (14,7%) que homens (14,3%) Ambiente A província é caracterizada por um clima tropical, com duas estações distintas: uma estação chuvosa de setembro a março e uma estação seca de abril a agosto. Por causa de sua altitude e relevo, Manica em geral tem chuvas relativamente altas. A Província é constituída por três áreas topográficas, nomeadamente montanhas, planaltos e planícies. As montanhas estão localizadas principalmente no extremo oeste, com altitudes geralmente mais altas, de mais de 1.000 m, perto da fronteira com o Zimbábue. Os solos da Província de Manica são principalmente solos castanhos e argilosos e solos argilo-vermelhos e arenosos. Manica é rica em recursos hídricos, com o rio Zambeze fluindo no extremo norte, o Púngoè e o Búzi na região central, e o rio Save, no sul da província. As principais áreas sensíveis da Província de Manica incluem o Maciço Chimanimani, que faz parte da grande escarpa oriental ao longo da fronteira Moçambique-Zimbábue e compreende uma alta diversidade de habitats e espécies. Quase 1.000 espécies de plantas vasculares foram registradas para as Montanhas Chimanimani e três espécies de Erica e duas espécies de Protea são consideradas endêmicas. Os grandes mamíferos estão bem representados, embora populações estão esgotadas, o que significa que sua abundância é baixa. Dois anfíbios e uma espécie de réptil são considerados endêmicos. Mais de 160 espécies de aves foram registradas para Chimanimani (Dutton & Dutton, 1975), algumas das quais são consideradas endêmicas Regiões afro-montanas da África oriental. O maciço pertence ao Parque Nacional Chimanimani, no distrito de Sussundenga. Também inclui quatro reservas florestais: Tsetsera, Moribane, Nhahezi e Mahate, que são adotadas pelo projeto de conservação transfronteiriça área de Chimanimani junto com o Parque Nacional. 2.2.3 Província de Cabo Delgado Localização e divisão administrativa A província de Cabo Delgado está situada na região norte de Moçambique. Ao norte faz fronteira com a República da Tanzânia e o Rio Rovuma, a oeste com a província do Niassa, ao Sul com a província de Nampula e ao Oeste com o Oceano Indico. O distrito de Macomia esta situado mais ao norte e a mais de 200 km da capital provincial de Cabo Delgado. Com sede na vila de Macomia, o distrito tem limites ao norte com os distritos de Mocímboa da Praia e Muidumbe, a oeste com o distrito de Meluco, Quissanga a Sul, e com o Oceano a leste. A Província de Cabo Delgado é composta por dezassete distritos (17) – Ancuabe, Balama, Chiúre, Ibo, Macomia, Mecúfi, Meluco, Metuge, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda, Muidumbe, Namuno, Nangade, Palma, Pemba, Quissanga – 56 Postos Administrativos, 134 localidades, e 1.044 povoações, a capital provincial Pemba e cinco Municípios: Chiúre, Mocímboa da Praia, Montepuez, Mueda e Pemba.

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Figura 6: Localização da Província de Cabo Delgado13

Perfil demográfico A província de Cabo Delgado possui 2,267,715 habitantes dos quais, 51.5% são mulheres. Tal como em outras províncias, a população de Cabo Delgado é dominada por população jovem, representando mais de 50% do total da população. Questões de género e Violência Baseada no Género A região norte do país tem uma profunda influência do Islão, e predominantemente matrilinear, com a população praticante do Islão concentrada ao longo da região costeira. A região é igualmente caracterizada por baixos níveis de alfabetização entre as mulheres, casamentos prematuros e uma limitada participação económica das mulheres. Esta matriz sociocultural, aliada ao actual conflito (grupos de insurgentes) bem como a recente devastação do ciclone Kenneth tornam a região, particularmente os distritos afectados por este ciclone, propensos aos riscos de violência baseada no género. Tal seria em resultado da exacerbação das condições socioeconómicas da população em geral, e particularmente dos grupos vulneráveis pela perda de habitação, meios de subsistência, ou mesmo, em deslocamento físico. Perfil socioeconómico

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https://www.google.com/search?q=provincia+d+ecabo+delgado&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahU

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Um factor inegável à província de Cabo Delgado é o seu potencial económico. A província tem enormes potencialidades agro-geológicas em face do seu clima, existência de terras aráveis, e sobretudo existência de parques e reservas cujo funcionamento está abaixo do seu potencial. Além disso, existe um potencial na área mineira resultante da ocorrência de vários produtos mineiros (ouro, platina, areias pesadas, calcário e rubi). Tem igualmente potencial na área do turismo devido à sua costa marcada por locais para o turismo de praia. Uma outra área que desperta maior atenção é o sector de hidrocarbonetos que regista grandes investimentos. Apesar deste potencial, a província de Cabo Delgado é ainda pobre com incidência em 44.8%; elevadas taxas de analfabetismo (a maior do país- 60%); insuficiência e fraca qualidade de infraestruturas sociais e económicas; ocorrência de doenças endémicas: malária (30,6%), HIV (13,8%), desnutrição (52%), doenças crónicas não transmissíveis; insegurança alimentar e desnutrição crónica (19%); baixa produtividade e pouca diversificação de produtos e serviços; e insuficiência de mão-de-obra qualificada14. As principais actividades económicas são a agricultura familiar, a pecuária, a pesca artesanal, o comércio e a exploração florestal. A população economicamente activa corresponde, aproximadamente, a 44,1% do total. Ambiente A Província de Cabo Delgado reveste-se de uma multiplicidade de classes geológicas, entre elas: os sistemas quaternário, cenozoico, mesozoico e karro/meso-cenozoico, caracterizado por afloramentos de rochas sedimentares correspondentes a rochas carbonatadas, destacando-se os aluviões, que se localizam ao longo das margens do Rio Messalo, os arenitos, argilas e rochas afins, que cobrem as faixas de média dimensão dispersas ao longo da região. Os solos são variados. A zona costeira predomina a mananga arenosa, líticos profundos sobre rocha calcária, arenosos de dunas costeiras amarelados a castanho – acinzentados. A maior parte da costa pode ser descrita como de solos franco - argilosos de boa drenagem e os de aluviões estratificados de textura grossa. O interior tem essencialmente solos vermelhos de textura média, argilosos vermelhos, arenosos castanhos- acinzentados. Globalmente, os solos da província tem uma textura média argilosa a arenosa, sendo boa a moderada, geralmente drenados. O clima é essencialmente húmido, com duas estacoes anuais: a estação quente entre os meses de Outubro a Abril e na estação seca e fresca entre os meses de Maio a Setembro. O clima da Província e do País é influenciado pela Zona de Convergência Intertropical (CIT) e pelos ventos alísios do oceano Índico que afectam principalmente o norte do País contribuindo para a existência de uma estação chuvosa bem definida. Em relação a temperatura, dados do INE apontam que a temperatura média anual se estabelece em 25.9ºC variando em média entre os 21°C de mínima 28°Cde máxima. Do ponto de vista hídrico, a Província de Cabo Delgado é caracterizada por uma enorme rede hídrica constituída por 26 bacias hidrográficas, entre rios de regime periódico, sazonais e lagoas permanentes. No entanto, podem se destacar cinco bacias consideradas mais importantes designadamente: Lúrio, Megaruma, Montepuez, Messalo e Rovuma. Sendo assim, os rios constituem o maior potencial em termos de disponibilidade de água na província. Os rios Lúrio, Megaruma, Montepuez, Messalo, Rovuma e Muera (afluente do Messalo) são os únicos cursos de água permanentes em Cabo Delgado, sendo os outros, de carácter sazonal, dos quais os mais importantes são o Messalo, Montepuez e Megaruma. A segunda fonte hídrica importante é

14 Dados do governo provincial em 2015

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constituída por lagoas de água permanente com destaque para Bilibiza (Quissanga), N’guri (Muidumbe), Chai, Ntapwala, Nambawa, Chidyadya, Iguilia, Lyengamalala, Lukaledy e Tibamawe (Macomia), Nangade e Lidede. Do ponto de vista ambiental, a província de debate com um enorme desafio entre eles, saneamento do meio, ocorrência cíclica de desastres (ciclones, cheias, erosão- sobretudo a região costeira), queimadas descontroladas, abate descontrolado de árvores para extração da madeira. 2.3 Contexto Sectorial e Institucional A recente avaliação do BM das redes de protecção social em Moçambique identificou cerca de 40 programas diferentes relacionados com a protecção social implementados por uma ampla gama de agências do Governo central. Os principais programas de assistência social são geridos pelo MGCAS e são implementados pelo INAS. Estes incluem intervenções para agregados familiares que não têm adultos capazes de trabalhar, tais como o Programa de Subsídio Social Básico (PSSB), que fornece uma transferência regular de renda para idosos, deficientes e adultos doentes crónicos, e o Programa de Apoio Social Directo (PASD) para as famílias pobres que sofrem choques idiossincráticos que afectam o seu rendimento e consumo. Os Ministérios da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e da Saúde (MISAU) implementam várias iniciativas para aumentar o uso de serviços de educação e de saúde, incluindo a isenção de taxas, intervenções de alimentação escolar e programas de nutrição para grupos afectados pelo HIV/SIDA. Doadores multilaterais e bilaterais também financiam programas de protecção social, tanto através de agências governamentais e não-governamentais. O Governo fez progressos significativos na criação de mecanismos institucionais e de implementação para a protecção social. A recente legislação e políticas criaram um quadro para colocar a estratégia de protecção social em funcionamento e esclareceu as responsabilidades institucionais, tanto a nível central como local. A Lei de Protecção Social (Lei nº 4, 2007) estabeleceu um quadro legal para a protecção social que inclui três categorias: protecção social básica, obrigatória e complementar. A protecção social básica consiste principalmente de programas de rede de segurança social, incluindo as transferências sociais e outros programas de assistência, programas de trabalhos públicos com uso de mão-de-obra intensiva, alimentação escolar, e intervenções destinadas a aumentar o acesso a serviços de saúde e nutrição. A protecção social obrigatória consiste de mecanismos de seguro social, que são actualmente de cobertura muito limitada em Moçambique, enquanto a protecção social complementar (principalmente para os trabalhadores independentes) ainda tem de ser desenvolvida. O seguro social cobre menos de 10 por cento dos agregados familiares no país e tende a cobrir os funcionários públicos e outros trabalhadores formais que são membros da sociedade em melhor situação. Estima-se que mais de três quartos dos chefes de famílias em Moçambique são autónomos ou empregados no sector informal, sem benefícios de seguro social. Em 2009, o governo lançou a Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSB) como um passo para a colocação do quadro de protecção social em funcionamento. Em 2016 foi aprovada a Segunda Estratégia Nacional de Segurança Social Básica (ENSSBII) As ENSSB e ENSSBII tem quatro elementos: (i) Acção Social Básica, que inclui programas de redes de segurança social e de assistência, incluindo as transferências sociais, (ii) Acção Social Educacional, incluindo programas de protecção social que procuram aumentar a matrícula e frequência escolar; (iii) Acção Social de Saúde, envolvendo a nutrição e outros programas, e (iv) Acção Social Produtiva, para ajudar os pobres a saírem da pobreza, ajudando-os a acederem às actividades de geração de renda, incluindo

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esquemas de obras públicas. Dentro deste quadro, o MGCAS é responsável pela direcção geral da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica, bem como pela coordenação com outros ministérios envolvidos na implementação de programas de acção social. O INAS, que faz parte do MGCAS, é responsável pela implementação das intervenções da Acção Social Básica e Produtiva, enquanto os MINEDH e MISAU são responsáveis pela implementação dos programas de Acção de Saúde e Educação. O GM tem como objectivo apoiar os agregados familiares extremamente pobres e vulneráveis, através de uma rede de protecção social abrangente, que é o cerne da ENSSB. A estratégia do Governo baseia-se no princípio de que as diferentes vulnerabilidades exigem diferentes intervenções de redes de segurança, mas que todas estas intervenções podem utilizar um sistema comum de focalização para identificar e registar os beneficiários numa única base de dados. Em 2011, o Conselho de Ministros aprovou por decreto (No 52/2011) a criação de dois principais programas que visam fornecer apoio a cerca de 800 mil agregados familiares extremamente pobres e vulneráveis nas áreas rurais e urbanas, assim que estiverem completamente expandidas. O Programa de Subsídio Social Básico (PSSB) foi projectado para atingir agregados familiares extremamente pobres e vulneráveis que não tenham adultos capazes de trabalhar. O Programa de Acção Social Produtiva (PASP) foi projectado para atingir os agregados familiares extremamente pobres com adultos capazes de trabalhar para aumentar o consumo da família. O PSSB e o PASP são complementados pelo Programa de Acção Social Directa (PASD), que temporariamente apoia agregados familiares que são transitoriamente vulneráveis ou foram afectados por um choque idiossincrático. Portanto, a longo prazo, espera-se que, assim que o PSSB e o PASP estiverem totalmente expandidos e tiver sido desenvolvido um sistema de referência adequado para o PASD, o governo será capaz de cobrir todos os agregados familiares vulneráveis em Moçambique.

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3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO 3.1 Objectivo do Projecto Tanto para o FA1 como para o FA2, o Projecto reestruturado mantém o objectivo de desenvolvimento (ODP) inicial, que consiste em “oferecer apoio temporário de rendimentos a agregados familiares extremamente pobres e pôr em prática os elementos constitutivos de um sistema de segurança social básica”.

3.2 Componentes do Projecto

O projecto restruturado para o FA1 introduziu uma nova componente, designada Transferências Directas cuja implementação focalizou a província de Gaza. Para o FA2, esta componente será expandida para abranger 15 distritos nas províncias de Sofala, Manica e Cabo Delgado (Vide secção 1.3 sobre distritos abrangidos pelo FA2). No geral, o FA2 será usado para financiar custos excedidos devidos a elevados custos não previsto com a utilização das agências para realizar pagamentos” Transferências Directas”, o incremento dos benefícios nos trabalhos públicos, custos de inflacção. No fundo, a capacidade criada com o projecto-mãe será utilizada para responder aos impactos do ciclone Idai através de trabalhos públicos e transferências directas no pós-emergência para os beneficiários do INAS. Componente 1: Fortalecimento institucional e criação de capacidades para apoiar a consolidação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica

O objectivo específico desta componente é melhorar a capacidade do MGCAS e INAS para: (i) implementar, monitorar e avaliar a ENSSB como um sistema integrado e permanente de redes de protecção social e (ii) implementar o programa de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra como uma intervenção no âmbito do Programa de Acção Social Produtiva (PASP). Originalmente componente é composta de duas subcomponentes. Subcomponente 1A: A construção de sistemas permanentes para a implementação da Estratégia Nacional de Segurança Social Básica. Esta subcomponente visa apoiar o governo no desenvolvimento e/ou implementação de sistemas, processos e ferramentas para a implementação da ENSSB.

Subcomponente 1B: Capacitação para a implementação, monitoria e avaliação do programa de trabalhos públicos com uso de mão-de-obra intensiva. O objectivo específico desta subcomponente é desenvolver a capacidade dos órgãos responsáveis pela implementação, monitoria e avaliação do programa de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra a nível central (INAS) e ao nível sub-nacional (delegações do INAS, distritos e municípios). No ambito da coponente 1, o FA2 irá introduzir uma serie de actividades incluindo: (i) um registo social dos beneficiários que permita registar todos os beneficiários do FA e, potencialmente transferi-los para outros Programas de Segurança Social Básica depois da intervenção; (ii) um sistema de pagamento que permita acompanhar e conciliar em tempo útil os fundos utilizados para o FA; e (iii) um Sistema de Gestão de Informação que permita monitorar e avaliar as diferentes

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intervenções. No entanto, serão dedicados fundos adicionais para garantir que estes sistemas de distribuição e a capacidade de implementação do INAS sejam devidamente adaptados à resposta de pós-emergência. Os fundos adicionais alocados a componente 1 também serão dedicados à capacitação do pessoal do INAS ao nível central e local e para o recrutamento de consultores adicionais para aumentarem a capacidade de implementação do INAS. Nesta componente, o FA2 irá financiar serviços (de consultoria e outros), custos operacionais na terciarização dos pagamentos, desenho e implementação de componentes de educação financeira, além de desenho de protocolos de inscrição de beneficiários, entre outras actividades. Esta componente irá igualmente financiar serviços de monitoria de pagamentos terceirizados. Estima-se que cerca de 3,9 milhões de dólares americanos seja direccionadas para esta componente. Componente 2: Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra O objectivo específico desta componente é proporcionar aos agregados familiares mais pobres e mais vulneráveis nas áreas rurais e urbanas, um rendimento suplementar oportuno e previsível em troca da sua participação em actividades de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra. As diferentes características da pobreza e vulnerabilidade em áreas rurais e urbanas requerem diferentes tipos de programas de trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra. Assim, haverá duas subcomponentes: subcomponente 2A para as zonas rurais e subcomponente 2B para as áreas urbanas. Os agregados familiares beneficiários dos trabalhos públicos serão seleccionados através do sistema de focalização desenvolvido sob a Componente 1. A focalização geográfica vai determinar o número de beneficiários em cada distrito onde a componente vai ser implementada com base em dados locais de pobreza e do orçamento global disponível para o período de duração do projecto. Esta componente prevê cobrir 121.000 beneficiários. A reestruturação do projecto para o FA1 expandiu para 21 distritos actualmente suportados pela componente interna do Orçamento do Estado, onde o Projecto apenas comparticipará com a diferença do actual subsídio 650 meticais por agregado familiar aos diferentes ajustamentos que o subsídio irá sofrer durante a vigência do Projecto para compensar a inflação. Os subsídios dos beneficiários adicionais são suportados pelos fundos existentes do Projecto-mãe e não através do FA. O subsídio actual de 650 MT por beneficiário por mês será gradualmente aumentado a cada ano. O grupo alvo e os critérios de focalização para esta componente mantêm-se os mesmos do Projecto-mãe. Subcomponente 2.A. Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra em Áreas Rurais. Esta Subcomponente está a financiar os trabalhos públicos com mão-de-obra intensiva nos 40 distritos iniciais abrangendo cerca de 70.000 AF em situação de pobreza extrema para suavizarem as suas despesas e a gerirem melhor o risco de insegurança alimentar durante a temporada agrícola anual caracterizada por escassez. Estes distritos foram seleccionados durante a preparação do projecto, através de mapas de pobreza e vulnerabilidade, para garantir que o Programa apoie as zonas e distritos mais vulneráveis com maior incidência de pobreza15. O projecto está a apoiar os AF elegíveis através da sua participação em trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra para que possam aumentar a sua renda durante o período de escassez.

15 Vide Anexo 10 para um pequeno esclarecimento sobre a metodologia usada nos mapas de pobreza.

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Subcomponente 2.A.1 Actividades Complementares em Áreas Rurais. Os objectivos específicos desta subcomponente são: (i) Promover oportunidades de autossustento por via de capacitação para emprego/autoemprego, (ii) Incrementar qualitativa e quantitativamente os activos dos AF e (ii) Promover acções ou iniciativas que visem garantir a segurança alimentar. O projecto irá apoiar os AF elegíveis através de actividades complementares para ajudá-los a gerenciarem riscos e a lidarem com choques futuros. Subcomponente 2.B. Trabalhos Públicos com uso intensivo de mão-de-obra em áreas urbanas. Esta Subcomponente está a financiar os trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra em 5 municípios abrangendo cerca de 30.000 AF em situação de pobreza extrema para suavizarem as suas despesas e a gerirem melhor o risco de insegurança alimentar durante a temporada agrícola anual caracterizada por escassez. Estes distritos foram seleccionados durante a preparação do projecto, através de mapas de pobreza e vulnerabilidade, para garantir que o Programa apoie as zonas e distritos mais vulneráveis com maior incidência de pobreza16. O projecto está a apoiar os AF elegíveis através da sua participação em trabalhos públicos com mão-de-obra intensiva para que possam aumentar a sua renda durante o período de escassez. Subcomponente 2.B.1. Actividades complementares em Áreas Urbanas. Os objectivos específicos desta subcomponente são: (i) Promover oportunidades de autossustento por via de capacitação para emprego/autoemprego, (ii) Incrementar qualitativa e quantitativamente os activos dos AF e (ii) Promover acções ou iniciativas que visem garantir a segurança alimentar. O projecto irá apoiar os AF elegíveis através actividades complementares para ajudá-los a gerenciarem riscos e a lidarem com choques futuros. Para o FA2, esta componente vai continuar a financiar trabalhos públicos intensivos e inclusivos na provisão de serviços sociais e comunitárias e a realização de trabalhos públicos como resposta aos impactos do ciclone Idai com base no manual operacional do projecto que detalha os protocolos operacionais como o registo de beneficiários e a duração destes serviços. Estima-se que possam ser abrangidos 24.552 agregados familiares e um custo de 6,1 milhões de dólares norte-americanos. Componente 3: Transferências Directas A componente de Transferências Directas será implementada em 3 distritos, seleccionados entre os distritos mais afectados pela seca causada pelo fenómeno El Niño: Mabalane, Chókwè e Massingir, todos na província de Gaza. Esses 3 distritos foram seleccionados pelo Governo de Moçambique porque: (i) estavam entre os distritos - alvos prioritários do apoio do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC); e (ii) o facto de que todos eles pertencem à mesma província e estão relativamente próximos uns dos outros facilitando a implementação do programa de transferência monetária. Para o programa serão selecionados todos os agregados familiares que tenham recebido assistência do INCG durante o período de emergência e que sejam residentes na zona onde ocorreu a calamidade. Haverá priorização, nos casos em que o sector não dispõe de recursos financeiros suficientes para assistir a todos os agregados familiares que receberam assistência do INGC. Nesta perspectiva, logo que ocorra uma calamidade o sector deve produzir listas de pessoas prioritárias

16 Vide Anexo 10 para um pequeno esclarecimento sobre a metodologia usada nos mapas de pobreza.

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(vulneráveis) que constem das listas previamente fornecidas pelo INGC, que se encontrem nas zonas afectadas. Ou seja, a priorização deve ser feita do mais ao menos vulnerável, constante na lista do INGC. Os aspectos fundamentais de priorização comportam indivíduos e/ou AF numa situação socioeconómica comparativa entre os demais integrantes da lista do INGC, desfavorável, associado aos seguintes aspectos:

AF´s chefiado por crianças, Chefe do AF´s acamados, AF´s chefiadas por pessoas idosas, AF´s chefiadas por pessoas com deficiência incapacitante, AF´s chefiado por mulheres e com crianças, Chefe de AF´s temporariamente incapacitados.

Durante a intervenção, os beneficiários serão inscritos no Cadastro Único e após o período de 12 meses de Transferências Directas, estes agregados familiares serão reorientados para outros programas (PASP ou PSSB) em função dos critérios de entrada próprios desses programas.

Esta componente proporcionará apoio essencial através de transferências monetárias directas que serão feitas de dois em dois meses por um período de 12 meses abrangendo aproximadamente 20.000 agregados familiares. Os agregados familiares beneficiários receberão um subsídio equivalente a 2,500 MZN mensal no período pós-emergência, para recuperarem progressivamente os níveis de rendimento e produtividade que tinham antes da crise. Os pagamentos serão bimensais, contudo de acordo com a disponibilidade financeira e outros pressupostos, poderá ser considerada a mensalidade. A participação dos beneficiários no programa é de 12 meses, e receberá então 6 pagamentos, os subsídios serão pagos aos receptores principais (indivíduos eleitos pelo agregado familiar a que pertence, que seja um adulto na posse de todas as suas faculdades mentais e que tenha um documento valido), ou substitutos (individuo eleito pelos membros do agregado a que pertence para substituir o receptor principal). Os pagamentos dos benefícios serão feitos por uma agência de pagamentos contratada especificamente para o programa de transferências monetárias. Conforme foi referido, a componente relativa às transferências directas será expandida para 14 distritos (vide secção 1.3 para os distritos abrangidos) abrangidos pelo FA2 nas províncias de Sofala e Manica. Esta componente apoiará: (i) a transferência directa de renda para à população elegível para resposta pós-desastre, com uma cobertura estimada de 102.480 agregados familiares e um custo de 35 milhões de dólares americanos; (i) a transferência directa de renda para grupos vulneráveis, cobrindo 14.000 famílias vulneráveis, com um custo de 6,4 milhões de dólares americanos. 3.3 Distritos e Municípios abrangidos pelo Projecto Reestruturado

A tabela abaixo apresenta os 79 distritos e 7 municípios que serão apoiados pelo Projecto reestruturado e pelo FA2.

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Tabela 1: Distritos que serão cobertos pelo Projecto

Nº Distrito Área FI / FA1 /FA2 Província

1 Mecanhelas Rural FA1 Niassa

2 Namuno Rural FI

Cabo Delgado

3 Chiúre Rural FI

4 Macomia Rural FA2

5 Quissanga Rural FA2

6 Ibo Rural FA2

7 Rapale Rural FI

Nampula

8 Murrupula Rural FA1

9 Nacarrôa Rural FI

10 Memba Rural FI

11 Eráti Rural FI

12 Monapo Rural FI

13 Moma Rural FI

14 Larde Rural FI

15 Mogovolas Rural FI

16 Angoche Rural FI

17 Mogincual Rural FI

18 Ribáue Rural FI

19 Mecuburi Rural FI

20 Quelimane Rural FI

Zambézia

21 Nicoadala Rural FI

22 Morrumbala, Rural FI

23 Derre Rural FI

24 Mopeia Rural FI

25 Gilé Rural FI

26 Namacurra Rural FI

27 M. da Costa Rural FI

28 Mocubela Rural FI

29 Pebane Rural FI

30 Ile Rural FI

31 Mulevala Rural FI

32 Alto Molócue Rural FI

33 Milange Rural FI

34 Molumbo Rural FI

35 Lugela Rural FI

36 Namarroi Rural FI

37 Gurúe Rural FI

38 Mocuba Rural FA1

39 Angónia Rural FI Tete

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40 Moatize Rural FI

41 Mágoè Rural FA1

42 Cahora Bassa Rural FA1

43 Changara Rural FA1

44 Tsangano Rural FA1

45 Mutarara Rural FA1

46 Zumbo Rural FA1

47 Gondola Rural FI/FA2

Manica

48 Macate Rural FI/FA2

49 Mossurize Rural FI

50 Vanduzi Rural FI

51 Sussundenga Rural FI/FA2

52 Báruè Rural FI

53 Guro Rural FA1

54 Tambara Rural FA1

55 Machaze Rural FA1

56 Caia Rural FA1

Sofala

57 Chemba Rural FA1

58 Marromeu Rural FA1/FA2

59 Nhamatanda Rural FA1/FA2

60 Muanza Rural FA1/FA2

61 Machanga Rural FA1/FA2

62 Búzi Rural FA1/FA2

63 Dondo Rural FA2

64 Gorongosa Rural FA1/FA2

65 Funhalouro Rural FA

Inhambane 66 Mabote Rural FA

67 Inhassoro Rural FA

68 Govuro Rural FA

69 Massangena Rural FA

Gaza

70 Massingir Rural FA

71 Mabalane Rural FA

72 Chibuto Rural FA

73 Chigubo Rural FA

74 Chicualacuala Rural FA

75 Chókwè Rural FI 1

76 Mbalane Rural FI 1

77 Massingir Rural FI 1

78 Magude Rural FA1 Maputo Província

79 Moamba Rural FA1

Nº Município Àrea FI / FA1 /FA2 Província

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1 Nampula Urbana FI Nampula

2 Quelimane Urbana FI Zambézia

3 Tete Urbana FI Tete

4 Beira Urbana FI/FA2 Sofala

5 Mandlakazi Urbana FI/FA1 Gaza

6 Maputo Urbana FI Maputo Cidade

7 Chimoio Urbana FA2 Manica

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4. POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL

4.1 Políticas Ambientais e de Salvaguarda Social do Banco Mundial O Banco exige uma Avaliação Ambiental e Social (AA) sistemática dos projectos propostos para financiamento do Banco para ajudar a garantir que sejam ambientalmente e socialmente saudáveis e sustentáveis. A AA é um processo cuja amplitude, profundidade e tipo de análise dependem da natureza, escala e o possível impacto ambiental e social do projecto proposto. A AA avalia os potenciais riscos e impactos ambientais e sociais de um projecto na sua área específica (direta e indireta) de influência; examina as alternativas do projecto; identifica formas de melhorar a selecção, localização, planificação, concepção, implementação do projecto através da prevenção, minimização, mitigação ou compensação dos impactos ambientais e sociais adversos e aumento dos impactos positivos; e inclui o processo de mitigação e gestão dos impactos ambientais e sociais adversos ao longo da implementação do projecto. O Banco privilegia medidas preventivas sobre medidas mitigadoras ou compensatórias, sempre que fosse possível. A tabela 2 mostra as Politicas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial e os instrumentos complementares. As políticas de divulgação públicas são transversais na sua natureza e aplicam-se a todas as outras políticas.

Instrumentos adicionais de salvaguarda ambiental e social

Livro de Referencia para Gestão de Poluição

Livro de Referencia para Avaliação Ambiental

Guião para Triagem e Classificação

4.2 Directrizes Gerais de Meio Ambiente, Saúde e Segurança As diretrizes gerais do meio ambiente, saúde e segurança (Environmental, Health, and Safety General Guidelines) do IFC (Abril de 2007), em paralelo com as Políticas de Salvaguardas são recomendadas para orientar o proponente do projecto em todas fases de implementação do mesmo. Estas diretrizes também servem de guiões para as medidas de mitigação que devem ser tomadas no decurso da implementação do projecto. Contudo, a aplicabilidade das diretrizes de saúde e segurança deve ser adaptada aos riscos estabelecidos para cada projecto com base nos resultados de uma avaliação ambiental em que os factores específicos do local de implementação são levados em consideração.

Políticas ambientais

OP/BP-4.01 Avaliação Ambiental

OP/BP-4.04 Habitats Naturais

OP-4.09 Gestão de Pragas

OP/BP-4.36 Florestas

OP/BP 4.37 Segurança de Barragens

Políticas Sociais

OP/BP-4.10 Povos Indígenas

OP/BP-4.12 Reassentamento Involuntário

OP/BP-4.11 Recursos Físicos Culturais

Quadro Legal

OP/BP-7.50 Águas Internacionais

OP/BP-7.60 Territórios Disputados

Tabela 2: Políticas de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial

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As directrizes gerais de saúde e segurança estão organizadas em quatro principais áreas: Ambiente; Saúde e Segurança Ocupacional; Saúde e Segurança Comunitária; Construção e Desactivação. Considerando o âmbito das actividades previstas na componente 2 deste projecto (trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra), a área de saúde e segurança ocupacional é directamente aplicável e por isso a análise nesta secção estará focalizada nesta área, em particular para (i) equipamento de protecção individual, (ii) ambientes com perigos especiais, e (iii) monitoramento. 4.2.1 Equipamento de Protecção Individual (EPI) As directrizes de saúde e segurança enfatizam o facto de o equipamento de protecção individual oferecer proteção adicional aos trabalhadores expostos a riscos no local de trabalho em conjunto com outro controle de instalações e sistemas de segurança. Portanto isto mostra o reconhecimento de que o EPI é considerado o último recurso que está além de outras provisões de controlo, e fornece aos trabalhadores um nível extra de protecção individual. As medidas recomendadas para o uso de EPI no local de trabalho incluem:

Uso activo de EPI e tecnologias alternativas, planos de trabalho ou procedimentos, não podem eliminar ou reduzir suficientemente o risco ou exposição ao mesmo;

A selecção do EPI deverá ser com base na classificação do perigo e risco, e ainda considerando o desempenho descrito nos testes estabelecidos por organizações reconhecidas.

As directrizes de saúde e segurança apresentam uma lista sumária do tipo de EPI recomendado de acordo com risco (ver tabela 3 abaixo). Tabela 3: Tipo de EPI recomendado

Objectivo Risco no Ambiente de Trabalho

Tipo de EPI

Protecção da vista de face Partícolas suspensas, metal fundido, produtos químicos líquidos, gases ou vapores, radiação luminosa.

Óculos de segurança com protetores laterais, etc.

Protecção da cabeça Queda de objectos, altura inadequada e cabos de eléctricos de alimentação.

Capacetes de plástico com proteção de impacto superior e lateral.

Protecção auditiva Ruido, ultrassom. Protetores de audição (tampões de ouvido).

Protecção dos pés Objectos que caem ou rolam, objetos pontiagudos, líquidos corrosivos ou quentes

Botas de segurança para protecção contra objectos que caem ou rolam, líquidos e produtos químicos.

Protecção das mãos Materiais perigosos, cortes ou lacerações, vibração, temperaturas extremas.

Luvas de borracha ou material sintético, couro, aço, material isolante, etc.

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Protecção respiratória Poeira, nevoeiro, fumaça, gases, fumos, vapores.

Máscaras faciais com filtros apropriados para remoção de pó e purificação do ar

Protecção do corpo/pernas Temperaturas extremas, materiais perigosos, agentes biológicos, cortes.

Roupa isolante, aventais de material apropriado.

(Fonte: IFC, 2007)

4.2.2 Ambientes com Perigos Especiais Os ambientes com perigo especial são situações de trabalho em que determinados perigos podem existir em circunstâncias únicas ou especialmente perigosas, sendo por isso necessárias precauções adicionais ou rigor na aplicação dessas precauções. Refere-se, portanto, a ambientes confinados, e trabalhos em circunstâncias isoladas. Um espaço confinado é definido como um espaço total ou parcialmente fechado, não concebido ou destinado a ocupação humana e em que uma atmosfera perigosa poderia se desenvolver como resultado do conteúdo, localização ou construção do espaço confinado ou devido ao trabalho realizado em redor do espaço confinado. Portanto, não se espera que o projecto financie trabalhos em ambientes confinados. Há ainda a questão de trabalho em circunstâncias isoladas, onde um trabalhador pode estar fora da comunicação verbal e de linha de visão com a supervisão ou outros trabalhadores ou outras pessoas capazes de fornecer ajuda e assistência em caso de acidente. Portanto, nestes caso o trabalhador estará em risco acrescido se ocorrer um acidente ou ferimento. Os trabalhos previstos na componente 2 deste projecto implicam trabalho em grupo e, portanto, deverá haver um controle sistemático para evitar situações de isolamento de um trabalhador. Sempre que haja necessidade imprescindível de que os trabalhadores sejam obrigados a realizar trabalhos em circunstâncias isoladas, os procedimentos operacionais padrão (SOPs) devem ser implementados para garantir que todos os EPI e medidas de segurança sejam alocados antes do trabalho começar. 4.2.3 Monitoramento Os programas de monitoramento de saúde e segurança no trabalho devem verificar a eficácia das estratégias de prevenção e controle. Os indicadores seleccionados devem ser representativos dos riscos mais significativos de saúde e segurança ocupacional. As directrizes de saúde e segurança no trabalho recomendam que o programa de monitoramento de saúde e segurança ocupacional deve incluir:

Inspecção de todo o EPI e outras medidas de controlo de risco, procedimentos de trabalho, locais de trabalho, e instalações. A inspecção deve verificar se o EPI continua a fornecer protecção adequada e está sendo usado conforme necessário;

Estabelecer procedimentos e sistemas para relatar e registrar acidentes de trabalho, ocorrências de incidentes perigosos, permitindo que os trabalhadores denunciem qualquer situação que representa um perigo grave para a vida ou a saúde.

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4.2 Triagem e Categoria Ambiental e Social

De acordo com a Política de Avaliação Ambiental OP/BP 4.01, o Banco Mundial realiza a análise sistemática ambiental e social de cada projecto ou subprojecto proposto a fim de determinar a categoria ambiental apropriada do projecto, e a extensão e o tipo da AA necessária para cada operação. O Banco Mundial classifica o projecto proposto numa das quatro categorias, dependendo do tipo, localização, sensibilidade e escala do projecto e da natureza e magnitude dos seus potenciais impactos ambientais e sociais.

(a) Categoria A: Um projecto proposto é classificado como Categoria A se tiver um potencial de ter impactos ambientais e sociais adversos significativos que são sensíveis17, diversos e sem precedentes. Estes impactos podem afectar uma área mais ampla do que os locais ou instalações sujeitas às obras físicas. A AA para um projecto de Categoria A analisa os potenciais impactos ambientais e sociais positivos e negativos do projecto, compara-os com os das alternativas viáveis (incluindo a situação “sem projecto”), e recomenda quaisquer medidas necessárias para prevenir, minimizar, mitigar ou compensar os impactos adversos e melhorar o desempenho ambiental. (b) Categoria B: Um projecto proposto é classificado como Categoria B se os seus potenciais impactos ambientais adversos sobre as populações humanas ou áreas ambientalmente importantes, incluindo pântanos, florestas, pastagens e outros habitats naturais forem menos adversos do que os dos projectos da Categoria A. Estes impactos são específicos do local, poucos deles, caso hajam, são irreversíveis, e na maioria dos casos, as medidas de mitigação podem ser projectadas mais facilmente do que para os projectos da Categoria A. O âmbito da AA para um projecto de Categoria B pode variar de projecto para projecto, mas é mais estreito do que o da Categoria A. Tal como na Categoria A, examina os potenciais impactos positivos e negativos ambientais e recomenda quaisquer medidas necessárias para prevenir, minimizar, mitigar ou compensar os impactos adversos e melhorar o desempenho ambiental e social. (c) Categoria C: Um projecto proposto é classificado como de Categoria C, se tiver um potencial de ter um mínimo ou nenhum impacto ambiental e social adverso. No entanto, sendo um projecto/subprojecto de categoria C não significa necessariamente que não exista necessidade de acompanhamento adequado sobre os aspectos sociais e ambientais. (d) Categoria FI: Um projecto proposto é classificado como da Categoria FI se este envolve investimento de fundos do Banco através de um intermediário financeiro, em subprojectos que podem resultar em impactos ambientais e sociais adversos. Os projectos da Categoria A exigem acompanhamento mais próximo tanto do Governo (incluindo comunidades locais) assim como do Banco Mundial. Isto pode ser feito através da melhor e mais aberta consulta participativa e divulgação pública sobre o projecto, e através dum maior envolvimento da gestão tanto do Governo como do Banco.

Um potencial impacto é considerado “sensível” se este pode ser irreversível (por exemplo, levar à perda

duma parte grande de habitat natural).

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4.3 Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial para o Projecto

4.3.1 As Políticas de Salvaguardas Accionadas Para o FA2 as políticas de Salvaguardas do Banco Accionadas permanecem inalteráveis. A operação proposta irá considerar as seguintes políticas de salvaguardas do Banco Mundial: a Avaliação Ambiental (OP/BP-4.01), e Reassentamento Involuntário (OP/BP - 4.12) de forma preventiva, uma vez que actividades que necessitem de reassentamento não serão elegíveis no âmbito deste projecto. Não se prevê significativos impactos ambientais de grande escala no âmbito dos subprojectos financiados ao abrigo da componente 2, devido ao pequeno tamanho, a natureza específica do local e a realização das obras públicas, tais como limpeza de locais públicos, corte ou poda de arbustos ao longo das vias de acesso terciárias, picadas, ruas a nível das comunidades, abertura e limpezas de canais tradicionais de drenagem, construção de latrinas comunitárias, abertura e manutenção de vias de acesso terciárias (vicinais), multiplicação de ramas de batata-doce e estacas de mandioqueira, a serem financiadas. A OP/BP4.12 é aplicável, como medida de precaução, dada a natureza de pequena dimensão e reabilitação dos subprojectos ao abrigo da Componente 2; consequentemente, como exigido pela política, o Governo preparou um Quadro da Política de Reassentamento (QPR) que foi discutido em consultas públicas na cidade de Maputo e Chicualacuala com uma elevada presença de actores interessados em Junho e Outubro de 2012, estas consultas foram realizadas no âmbito do projecto-piloto de Trabalhos Públicos com uso de mão-de-obra intensiva. O QPR estabelece os princípios básicos e as prerrogativas a serem tomadas em consideração durante a elaboração do PAR uma vez que o espaço físico das áreas de intervenção do projecto sejam conhecidas. Assim, é requerido que, uma vez aprovados, o QGAS e o QPR sejam divulgados no país e na Pagina Web do Banco Mundial antes da avaliação do projecto pelo Banco Mundial. A OP/BP4.04 sobre Habitats Naturais não será aplicada simplesmente porque o projecto não vai financiar subprojectos que levem a uma significativa perda ou degradação dos habitats naturais, visto que as pequenas obras terão lugar em áreas já intervencionadas. Da mesma forma, o projecto não vai aplicar a OP/BP4.36 sobre Florestas dado que não existem actividades de gestão florestal por financiar ou actividades que visem a utilização de recursos florestais, levando ao desmatamento ou degradação florestal nas áreas de intervenção do projecto. O projecto não financiará pesticidas, assim a OP/BP4.09 sobre a Gestão de Pragas também não é aplicável. A probabilidade de achados de valor cultural é baixa, pois os trabalhos de escavação serão mínimos e não se espera chegar a novas áreas, mas somente em áreas já existentes. As valas e as fossas sépticas serão escavadas manualmente. No entanto embora a OP/BP 4.11 sobre Recursos Culturais Físicos não seja accionada, os procedimentos especiais foram incluídos no QGAS no caso de descobertas inesperadas. A política de Povos Indígenas (OP/BP4.10) não é accionada, simplesmente porque de acordo com a definição de Povos Indígenas na própria Política, não se aplica em Moçambique. Também não haverá actividades envolvendo a construção de barragens ou actividades que afectem as vias navegáveis internacionais ou actividades em zonas de fronteira ou disputadas, assim a OP/BP4.37 sobre Segurança de Barragens, a OP/BP7.50 sobre Águas Internacionais, e a OP/BP 7.60 sobre projectos em Áreas de Disputada não precisarão ser aplicados.

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A Tabela abaixo apresenta os principais objectivos das Políticas Operacionais de Salvaguarda do Banco Mundial que são aplicáveis a este projecto.

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Tabela 4: Políticas de salvaguardas aplicáveis ao Projecto

Política de Salvaguarda

Objectivo Principal Aplicabilidade Aplicação no Projecto

OP/BP 4.01 Avaliação Ambiental

O objectivo desta política é garantir que os projectos financiados pelo Banco Mundial sejam ambientalmente e socialmente saudáveis e sustentáveis, e que a tomada de decisão seja melhorada através de uma análise adequada das acções e os seus possíveis riscos e impactos ambientais e sociais no ambiente natural (ar, água e solos); segurança e saúde humana; recursos físico-culturais e aspectos ambientais globais e transfronteiriços.

Esta política é aplicável quando um projecto ou subprojecto tem potencial de causar impactos ambientais e sociais negativos na sua área de influência. As actividades que envolvem sítios de património cultural significativo estão entre os projectos que não seriam elegíveis para financiamento do Banco. Dependendo do projecto e da natureza de seus impactos, vários instrumentos podem ser utilizados, tais como: AIAS, Auditorias Ambientais e Sociais, avaliações de risco e perigos, e Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS). Para decidir sobre o tipo de avaliação ambiental e social a ser realizado nos subprojectos, três recursos podem ser utilizadas: (1) directivas das OP/BP, (2) pode ser seguida a legislação nacional, e/ou (3) o Formulário de Triagem Ambiental e Social e a lista de verificação das directrizes apresentadas neste QGAS.

As actividades incluídas no projecto podem causar impactos negativos ambientais e sociais devido à ênfase em actividades de construção e reabilitação de infraestrutura. Essas actividades podem levar à erosão do solo, poluição sonora e do ar e do solo, para mencionar apenas alguns. Pode-se também prever efeitos sociais tal como os potenciais impactos sobre a saúde pública, os impactos sobre o tráfego urbano e reassentamentos involuntários.

OP/BP 4.12 Reassentamento Involuntário

O objectivo desta política é de (i) evitar ou minimizar o reassentamento involuntário, sempre que possível e explorar todos os desenhos viáveis alternativos do projecto, (ii) ajudar as pessoas deslocadas na melhoria das suas condições de vida anteriores, na capacidade de geração de renda, e os níveis de produção, ou pelo menos deixar restaurá-las, (iii) incentivar a participação da comunidade na planificação e na implementação do reassentamento, e (iv) prestar assistência às pessoas afectadas, independentemente da legalidade da posse da terra.

Esta política não abrange apenas o deslocamento físico, mas qualquer perda de fontes de renda, resultantes de: (i) mudança ou perda de abrigo, (ii) perda de bens ou meios de subsistência, (iii) a perda de fontes de renda ou meios de subsistência, quer ou não as pessoas afectadas devem se deslocar para outro local. A política também se aplica à restrição involuntária de acesso a parques legalmente designados e áreas protegidas, resultando em impactos negativos sobre a vida das pessoas deslocadas. Nestes casos, o Banco Mundial exige a elaboração de um Plano de Reassentamento (PAR), com base no Quadro de Política de Reassentamento (QPR) /Quadro de Processo (PF), no caso de restrição de acesso a recursos em áreas de conservação legalmente designadas.

Não se espera que o projecto necessite de aquisição de terra, implicando por isso deslocação física de pessoas, mas para algumas das actividades do projecto, pode ser inevitável afectar culturas, árvores ou outras estruturas, e, neste caso, será necessário implementar o previsto no Quadro da Política de Reassentamento preparado para o Projecto.

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4.3.2 Triagem e Categorização Ambiental e Social No início da implementação do projecto, antes da identificação dos locais selecionados e selecção de investimentos específicos para o projecto completo, um processo de triagem de potenciais impactos ambientais e sociais foi realizado e foi atribuída a Categoria ambiental B ao projecto. Por outro lado, durante a implementação do projecto, cada subprojecto proposto passa por um processo de triagem social e ambiental minucioso, conforme prescrito no QGAS para garantir a devida diligência em salvaguardas. Sob tais circunstâncias, fica acordado que, devido à baixa escala e locais de natureza específica das actividades previstas nos subprojectos, todas actividades da Categoria A (pelo MITADER) não serão elegíveis para serem financiadas pelo projecto.

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5. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL DE MOÇAMBIQUE 5.1 Quadro Legal

5.1.1 Leis Constitucionais e Ambientais Gerais Esta secção apresenta o quadro legal relativo à gestão ambiental, social e de Saúde e segurança em Moçambique. A Constituição da República de Moçambique define o direito para todos os cidadãos de viver num ambiente equilibrado (art. 90). Além disso, o mesmo artigo estabelece a obrigação de todos os cidadãos e do governo de defender o ambiente e fazer o uso racional dos recursos naturais. O artigo 109 estabelece que a terra pertence ao Estado, e, portanto, não pode ser vendida, alienada, hipotecada ou comprometida. O seu uso é um direito de todos os cidadãos, mas deve ser feito de acordo com as condições definidas pelo Governo (art. 110). O Artigo 117 garante o direito ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável, estabelecendo a responsabilidade do governo de prevenir e controlar a poluição e a erosão; integrar os objectivos ambientais nas políticas do sector, promover a integração dos valores ambientais nos programas de educação, promover um uso racional dos recursos naturais e promover uma planificação do uso da terra levando o desenvolvimento do equilíbrio social e económico e visando objectivos de localização adequada das actividades. A Constituição estabelece que os recursos naturais e os meios de produção são propriedade pública de interesse colectivo. Especificamente, a terra pertence ao Estado e o direito de uso apenas pode ser atribuído pelo Estado. O Artigo 109 clarifica que a terra não pode ser vendida, alienada, hipotecada ou penhorada. O Estado é quem determina as condições de uso e aproveitamento, e é quem confere os direitos a pessoas singulares ou colectivas (artigo 110). O Artigo 111 reconhece e protege os direitos adquiridos por herança e pela ocupação. Em relação aos aspectos de saúde e segurança – A Constituição da República (artigo 85) estabelece que todos os trabalhadores têm direito a um salário justo, repouso e férias e a um ambiente de trabalho seguro e higiênico. A Política Nacional do Ambiente, definida por meio do decreto Nº 5/95, estabelece a base para toda a legislação ambiental. O seu principal objectivo é garantir o desenvolvimento sustentável, a fim de manter uma relação aceitável entre o desenvolvimento socioeconómico e a protecção ambiental. A Lei do Ambiente (Lei nº 20/97) define a base legal para o uso saudável e gestão do meio ambiente, como forma de salvaguardar o desenvolvimento sustentável no país (art. 2º). Esta Lei aplica-se a todas as actividades nos sectores públicos ou privado que, podem afectar directa ou indirectamente o meio ambiente (art. 3º). Os princípios fundamentais para uma gestão ambiental equilibrada incluem (art. 4º):

O uso sustentável do meio ambiente deve visar a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a protecção da biodiversidade e dos ecossistemas;

O reconhecimento e a valorização das tradições e o conhecimento das comunidades locais para protecção do meio ambiente;

A prioridade dada aos sistemas que impedem a degradação do meio ambiente (ou seja, princípio de precaução);

Uma perspectiva abrangente e integrada do meio ambiente;

A importância da participação pública;

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O poluidor deve pagar para reparar ou compensar os danos ambientais (isto é, o principio do poluidor-pagador);

A cooperação internacional é importante para atender aos assuntos ambientais transfronteiriços e globais.

A legislação ambiental estabelece a base para o licenciamento ambiental e para a avaliação de impacto ambiental e social. 5.1.2 Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental O Decreto nº 54/2015, de 31 de Dezembro revoga os decretos 45/2004, de 29 de Setembro e 42/2008, de 4 de Novembro na regulação do processo de avaliação do impacto ambiental e licenciamento ambiental. Os Decretos nº 32/2003 e No.11/2006 regulam as auditorias ambientais e sociais e as Inspecções ambientais e sociais, respectivamente. O Decreto 54/2015, estabelece quatro categorias de impacto ambiental e social, para todas as actividades privadas ou públicas que, directa ou indirectamente, possam afectar o meio ambiente global. Estas categorias são específicas para o tipo de actividade, conforme definidas pelo Decreto nos Anexos I, II, III e IV. De acordo com a categoria, o decreto determina diferentes tipos de Avaliação de Impacto Ambiental e Social.

Actividades de Categoria A+ são acções que devido à sua complexidade, localização e/ou irreversibilidade e magnitude dos possíveis impactos, merecem não só o um elevado nível de vigilância popular e ambiental, mas também, estão sujeitas a realização de AIA e supervisão por especialistas independentes com experiencia comprovada. As actividades da Categoria C estão listadas no Anexo I do Decreto 54/2015.

As actividades de Categoria A são acções que afectam significativamente seres vivos e áreas ambientalmente sensíveis e os seus impactos são de maior duração, intensidade, magnitude e significância e estão sujeitas a AIA. Incluem ainda a componente de reassentamento, cuja conclusão do plano condiciona a emissão da licença ambiental de instalação. As actividades da Categoria A estão listadas no Anexo II do Decreto 54/2015.

Actividades de Categoria B são aquelas acções que não afectam significativamente seres vivos nem áreas ambientalmente sensíveis comparativamente às acções da Categoria A e estão sujeitas a realização de um EAS. As actividades da Categoria B estão listadas no Anexo III do Decreto 54/2015.

Actividades de Categoria C são aquelas que provocam impactos negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos. Não existem impactos irreversíveis nesta categoria e os positivos são maiores e mais significativos que os negativos. As actividades de categoria C estão sujeitas à apresentação de Procedimentos de Boas Práticas de Gestão Ambiental a serem elaborados pelo proponente e aprovados pela entidade que superintende a área de AIA, portanto o MITADER ao nível provincial.

Processo ESIA O processo de Avaliação de Impacto Ambiental e Social em Moçambique ocorre da seguinte forma:

Para dar início ao processo de AIA o proponente deve apresentar à Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, a nível central ou provincial a seguinte documentação/informação: 1. Memória descritiva da actividade e o Anteprojeto; 2. Justificação da actividade;

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3. Enquadramento legal da actividade; 4. Breve informação biofísica e socioeconómica da área do projecto e de influência da

actividade; 5. Uso actual da terra na área da actividade; 6. Ficha de Informação Ambiental Preliminar (FIAP) disponível, constante do Anexo VI

do regulamento de AIA (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro) devidamente preenchida;

7. Apresentação do DUAT provisório da área disponível para o desenvolvimento do projecto;

8. Plano de exploração.

Todas as Instruções de Processo de actividades relativas ao processo de licenciamento ambiental devem ser submetidas à entidade ambiental do respectivo local de implementação, portanto da DPTADER da respectiva província.

Após uma avaliação preliminar as actividades são: 9. Categorizadas e consequente determinação do tipo de AIA a ser efectivado,

nomeadamente EIA (Estudo de Impacto Ambiental) para actividades de categoria A+ e A ou EAS (Estudo Ambiental Simplificado) para actividades de categoria B;

10. Isenção de EIA ou EAS para actividades de categoria C; 11. Reprovação da implementação da actividade no local proposto caso sejam

determinadas questões fatais.

Os resultados da avaliação da actividade proposta são determinados com base nos seguintes factores: 12. Número de pessoas ou comunidades abrangidas. 13. Ecossistemas, plantas ou animais afectados, e a sua importância para a

biodiversidade e os serviços de ecossistemas. 14. Localização e extensão da área afectada. 15. Reversibilidade do impacto. 16. Identificação de potenciais impactos. 17. Elementos do projecto.

Tabela 5: Conteúdo Mínimo de TDR para ESIAs e EASs

Conteúdo Mínimo de Termos de Referência para ESIAs e EASs

Descrição de estudos especializados identificados como necessários durante a EPDA, e a efectivar durante o ESIA18, no caso de actividades de Categoria A+ e A.

Metodologia de avaliação de serviços de ecossistemas actualmente providenciados.

Descrição de alternativas viáveis identificadas e que devem ser investigadas no ESIA,

Metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais, nomeadamente os impactos das mudanças climáticas e na vulnerabilidade às mudanças climáticas e na biodiversidade, incluindo impactos residuais e sociais nas fases de construção, operação e desativação.

Requisitos de informação adicional necessária.

10Decreto 54/2015, Artigo 10

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Após os TdRs obtiverem aprovação da DPTADER, o proponente deve iniciar o EAS19, cujo conteúdo deve incluir pelo menos o seguinte:

Resumo não técnico

Identificação e endereço do proponente.

Localização da actividade num mapa a uma escala apropriada à dimensão do projecto que garanta a visualização, análise e a correcta legenda do mapa, indicando os limites da área de influência directa e indirecta da actividade, bem como os padrões do uso da terra em curso.

Enquadramento da actividade nos Planos de Ordenamento do Território existentes.

Descrição da actividade e das diferentes acções nelas previstas, bem como as respectivas alternativas nas etapas de planificação, construção, exploração e desactivação.

Identificação das componentes ambientais sobre as quais incidirá o estudo.

Descrição da metodologia de identificação, classificação e avaliação dos potenciais impactos ambientais da actividade.

Metodologia de desenho da estratégia e das medidas de mitigação, baseada na hierarquia de mitigação.

Definição e identificação da equipa que efectuará o EAS. Participação Pública De acordo com a legislação ambiental nacional (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro), a consulta pública é obrigatória para os projectos da Categoria A+, A e B. Em todos os projectos que envolvem reassentamento permanente ou temporário de pessoas ou bens, ou restrições ao uso dos recursos naturais, a consulta pública é igualmente obrigatória. A consulta pública pode ocorrer se os interessados, cidadãos ou organizações ambientais afectadas a solicitarem, desde que a natureza das actividades do projecto, ou os potenciais impactos do projecto a justifiquem. O processo de participação pública exige que toda a informação relevante seja fornecida aos intervenientes e partes interessadas. Esta é regida por Diploma Ministerial 130/2006 sobre processo de participação pública. A consulta pública é de responsabilidade do proponente do projecto, e deve começar com o conceito do projecto até à conclusão do EIAS e EAS. A consulta pública dos TdRs é da responsabilidade do MITADER. Além disso, tanto a DNAB como a DPTADER devem garantir que o proponente do projecto realize uma consulta pública, e que os resultados sejam tomados em conta no processo de decisão. Licença Ambiental Assim que o EIAS ou a EAS forem revistos pelas autoridades ambientais competentes, e as actividades do projecto forem consideradas ambientalmente viáveis, e as actividades de mitigação ou compensação forem consideradas aceitáveis, a licença ambiental é emitida por um período renovável de cinco anos, considerando a fase de operação.

19Apenas os consultores devidamente registados e autorizados (conforme determinado pelo MITADER) podem realizar ESIAs e EASs válidas.

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Inspecções periódicas ou auditorias ambientais serão realizadas ou solicitadas pelo MITADER para garantir o adequado cumprimento dos termos aprovados na Licença Ambiental. 5.1.3 Outros Regulamentos Relevantes Lei de Floresta e Fauna Bravia. A Lei 10/99 define os direitos do Estado sobre a floresta natural e os recursos da fauna bravia no país. Um princípio fundamental da Lei de Florestas e Fauna Bravia é que as comunidades locais devem estar mais envolvidas na conservação e uso sustentável dos recursos florestais e faunísticos. O GDM também incentiva a participação do sector privado na gestão das áreas protegidas. A lei estabelece as áreas protegidas, onde a biodiversidade e os ecossistemas frágeis devem ser preservados, os parques nacionais, as reservadas nacionais, e as zonas culturais históricas consideradas como áreas protegidas. As zonas tampãs podem ser estabelecidas em torno das áreas protegidas. Esta lei deve ser aplicada em caso de actividades de ampliação e manutenção de estradas vicinais e poda de árvores, evitando a implementação destas actividades nas áreas protegidas. Lei de Terras. A Lei 19/97 - A lei e seu regulamento 66/98, fornecem a base para definir os direitos de acesso, aos direitos de uso da terra e os procedimentos para a aquisição e uso de título de terra por parte das comunidades e indivíduos. A mesma lei e o regulamento incorporam aspectos fundamentais definidos na Constituição em relação à terra, tais como a manutenção da terra como propriedade do Estado e que a terra não pode ser vendida, bem como a ausência de um "mercado de terras" per se no país. Entre outros aspectos, define "áreas destinadas a atender o interesse público", como pertencente ao domínio público. Ela também protege os direitos consuetudinários e da comunidade sobre a terra. Haverá necessidade de terra da comunidade para ampliação de vias de acesso vicinais e áreas para multiplicação de ramas de batata-doce e estacas de mandioqueira, entre outras, e deverá considerar-se os direitos consuetudinários das comunidades. A Lei de Ordenamento do Território (Lei 19 de 2007) Ela estabelece uma série de princípios importantes para a protecção do meio ambiente no contexto do ordenamento territorial. A Linha 1 do artigo. 5 desta Lei, afirma que "o ordenamento do território visa garantir a organização do espaço nacional e a utilização sustentável dos recursos naturais, observando as condições económicas, legais, administrativas, culturais e materiais favoráveis para o desenvolvimento social e, para promover a qualidade de vida, a protecção e conservação do meio ambiente. Estabelece responsabilidades hierárquicas entre os governos centrais, provincial, distrital e local nos processos de ordenamento do território reconhece o direito a uma compensação justa para as pessoas que sejam retiradas dos títulos de uso da terra por motivos de interesse público. As compensações devem cobrir as percas relativas a propriedades tangíveis e intangíveis, a rotura das redes sociais, e os bens produtivos. O Decreto 23/2003 da mesma Lei estabelece que o valor da propriedade deve ser estimado quando a compensação deva ser realizada e tem que incluir custos relativos a danos indirectos e fluxos monetários. Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas - foi estabelecido pelo Decreto No. 31/2012. O regulamento providencia regras e princípios para o reassentamento, com vista à promoção da qualidade de vida dos cidadãos e a protecção do ambiente. O regulamento providencia direitos para a população afetada, para ver restabelecido o nível de renda, o padrão de vida, para viver num espaço físico com infraestrutura e equipamentos sociais, para ter espaço para praticar suas actividades de subsistência, e para dar opinião sobre todo o

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processo de reassentamento. O processo deve conter pelo menos quatro (4) consultas públicas, para garantir a participação e o direito dos cidadãos à informação. O processo está sujeito à inspecção pelo MITADER, e estabelece multas pecuniárias por infracções. A aprovação do Plano de Ação de Reassentamento é feita pelo Governo do Distrito, uma vez se tenha a conformidade emitida pelo sector que superintenda área de Ordenamento do Território. De acordo com as definições e o escopo do reassentamento estabelecidos nos artigos 1 e 2 do Decreto, todos os processos de reassentamento que se enquadrem dentro deste regulamento devem envolver deslocamentos físicos de populações. Regulamento sobre Gestão de Resíduos. O Decreto 13/2006 de 15 de Junho, regula o uso e gestão de resíduos. O regulamento define o tipo de resíduos, as medidas de gestão de resíduos perigosos, os requisitos de aterros, e as autoridades relevantes, aplicável no projecto para regular as actividades de saneamento do meio, Lei de Protecção Cultural e Patrimonial. A Lei de Património Cultural (Lei n º 10/88) estabelece regras para a protecção legal do património cultural tangível e intangível de Moçambique. As propriedades culturais incluem: monumentos, grupos de edifícios de valor histórico, relevância artística ou científica, locais (com interesse arqueológico, histórico, estético, etnológico ou antropológico), e os elementos naturais (formações físicas e biológicas com interesse particular do ponto de vista estético ou científico). O artigo 13 estipula os procedimentos em casos de descoberta de quaisquer lugares, edifícios, objectos ou documentos que podem ser classificados como bens de património cultural, as actividades do PASP no sector agrícola e melhorias de vias de acesso podem requerer Proteção Cultural e Patrimonial. Lei de Protecção Social (Lei n º 4/2007). A lei compreende três categorias: Protecção Social Básica, Obrigatória e Complementar. A Protecção Social Básica envolve principalmente programas de rede de segurança social, incluindo transferências sociais e outros programas de assistência, programa de trabalhos públicos com uso intensivo em mão-de-obra, alimentação escolar e intervenções para facilitar o acesso aos serviços de saúde e nutrição. A Protecção Social Obrigatória (mecanismos de seguro social) é actualmente muito limitada na cobertura. Enquanto à Protecção Social Complementar (para os trabalhadores auto empregues) ainda está por ser desenvolvida. 5.1.4. Legislação de Saúde e Segurança Ocupacional A legislação moçambicana sobre saúde e segurança no trabalho combina provisões de diferentes instrumentos legais, nomeadamente: a Constituição da República, a Lei do Trabalho e outras disposições legais subordinadas, muitas das quais herdadas do período colonial. As convenções da Organização Internacional de Trabalho (OIT), especialmente a Convenção nº 17, relacionada com a compensação por acidentes de trabalho, bem como a Convenção nº 18, relativa à indemnização por doenças profissionais, também se aplicam. No PASP, os beneficiários estarão envolvidos em diversas actividades com algum risco ocupacional, para prevenção e mitigação deste riscos, alguns procedimentos e regulamentos das leis e decretos deverão ser aplicados. A Lei do Trabalho, 23/2007 de 1 de Agosto (artigos 216 a 236) indica que os trabalhadores têm o direito de trabalhar em condições higiênicas e seguras e que os empregadores têm a obrigação de criar tais condições e informar os trabalhadores sobre os riscos associados às tarefas específicas que realizam. Isso poderia ser na forma de equipamentos de protecção individual (EPI) para evitar acidentes e efeitos negativos sobre a saúde dos trabalhadores. A Lei do Trabalho refere que os

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empregadores e os trabalhadores devem trabalhar em conjunto para garantir a saúde e a segurança no local de trabalho. O regulamento sobre o Regime Jurídico de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais (Decreto n.º 62/2013 de 4 de Dezembro) é específico para regular juridicamente os acidentes de trabalho e doenças profissionais e por isso não aborda questões de prevenção de riscos de saúde e segurança do trabalhador. Porém, o Artigo 15 deste regulamento refere que “todos os trabalhadores por conta de outrem têm direito à assistência médica e medicamentosa imediata em caso de acidente de trabalho ou doença profissional”. O Diploma legislativo n.º 48/73 de 5 de Julho, que aprova o Regulamento Geral de Higiene e Segurança do Trabalho, embora tenha como objecto a prevenção técnica dos riscos profissionais e a higiene nos estabelecimentos industriais, apresenta disposições válidas e aplicáveis para a maioria dos subprojectos previstos na Componente 2 do projecto (trabalhos públicos com uso intensivo de mão-de-obra). O Artigo 2 deste diploma estabelece que as entidades patronais são responsáveis pelas condições de instalação e laboração dos locais de trabalho, devendo assegurar ao pessoal protecção contra acidentes e outras causas que possam afectar a saúde dos trabalhadores ao serviço da empresa. Ainda no mesmo artigo, é indicado que a entidade patronal deverá instruir os trabalhadores sobre os riscos do trabalho; as precauções que devem tomar; o significado dos sinais de segurança ou sistemas de alarme; os métodos de trabalho que oferecem maior garantia de segurança; o uso adequado dos instrumentos de trabalho; uso dos meios de protecção pessoal. O Artigo 17 estabelece que não deve ser permitido o trabalho em locais subterrâneos, salvo em face de exigências técnicas particulares e desde que disponham de meios adequados de ventilação iluminação e protecção contra a humidade. Aqui aplica-se para a abertura de poços de água, previsto nos subprojectos da Componente 2 do projecto. Os Capítulos VIII e IX deste diploma estabelecem disposições específicas para a protecção dos trabalhadores, nomeadamente em relação ao seguinte:

A necessidade de colocar à disposição dos trabalhadores, em locais facilmente acessíveis, quantidades suficientes de água potável;

O vestuário de trabalho deve ser concebido tendo em conta os riscos a que os trabalhadores possam estar expostos, ajustar-se bem ao corpo do trabalhador, sem prejuízo da sua comodidade e facilidade de movimentos, e não apresentar partes soltas;

Os trabalhadores expostos ao risco de traumatismo na cabeça devem usar capacetes adequados, resistentes, incombustíveis, com armação interior apropriada, câmara de ventilação e, sempre que necessário, abas que protejam a face e a nuca;

Os capacetes de segurança serão individuais e, na hipótese de terem de ser utilizados por outros trabalhadores, deverão ser substituídas as partes plásticas que se achem em contacto com a cabeça;

Nas operações que apresentem riscos de corte, abrasão, queimadura ou corrosão das mãos, devem os trabalhadores usar luvas especiais, de forma e materiais adequados;

Os trabalhadores que manipulem substâncias tóxicas, irritantes ou infectantes devem usar luvas de canhão alto, para proteger os antebraços aos quais devem ajustar-se perfeitamente na abertura do respectivo canhão;

Nos trabalhos a efectuar em presença de água ou humidade devem ser usadas botas altas;

Os trabalhadores expostos a riscos de inalação de poeiras gases ou vapores nocivos devem dispor de máscaras ou outros dispositivos, adequados à natureza do risco;

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Os trabalhadores expostos ao risco de queda livre devem usar cintos de segurança, de forma e materiais apropriados, com a necessária resistência, cabos de amarração e respectivos elementos de fixação;

Nos locais de trabalho deverão ser utilizadas, independentemente de protecções mecânicas e individuais cores de segurança destinadas a assinalar máquinas e equipamentos, delimitar zonas e advertir o pessoal do perigo que o cerca. 5.2 Quadro Institucional

5.2.1 Nível Nacional O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) criado pelo Decreto Presidencial 6/95 de 16 de Novembro, é responsável por todas as actividades de coordenação, assessoria, controlo e planeamento com vista a promoção ambiental, utilização sustentável dos recursos naturais e protecção da biodiversidade. Entretanto, em 2015 por Decreto Presidencial Nº 1/2015 de 16 de Janeiro de 2015, o MICOA é integrado no novo Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER). Compete ao mesmo ministério uma série de tarefas que variam de propor e dirigir a execução de políticas e estratégias ambientais, ao controlo dos vários projectos e actividades de desenvolvimento no que concerne ao desenvolvimento sustentável e às suas implicações e desempenho ambientais. Para a execução dos seus objectivos e competências, este Ministério encontra-se organizado em diferentes áreas de actividade distribuídas em diferentes direcções, das quais são consideradas relevantes para o processo de Avaliação de Impacto Ambiental as seguintes:

• Direcção Nacional do Ambiente, que tem de entre várias funções a responsabilidade de

propor políticas, legislação e normas para o uso correcto das componentes ambientais e de controlo da qualidade do ambiente; promover a gestão ambiental, integrada e sustentável das áreas marinhas e costeiras, rurais e urbanas; promover acções de conservação ambiental, visando em particular, a biodiversidade, gestão sustentável das áreas sensíveis ou protegidas e a reabilitação de áreas degradadas; desenvolver sistemas de gestão de informação ambiental;

• Direcção Nacional do Ordenamento do Território e Reassentamento, que tem de entre várias funções a responsabilidade de estabelecer normas, regulamentos e directrizes para as acções de ordenamento territorial; promover e monitorar a execução dos instrumentos de gestão territorial a nível nacional, provincial, distrital e das autarquias locais; assegurar a implementação das políticas e regulamentos de reassentamento e compensações a nível nacional.

O MITADER apresenta direcções provinciais estabelecidas em todas as capitais provinciais. As Direcções Provinciais, denominadas Direcções Provinciais da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural são responsáveis pela revisão e decisão sobre os relatórios de TdR específicos de EAS e sobre os procedimentos de boas práticas de gestão ambiental; a emissão de Licenças Ambientais para as actividades de categoria B e C; aprovar PGA para todos os projectos mineiros classificados como de categoria B, nos termos do Regulamento Ambiental para a Actividade Mineira. O nível de organização e a capacidade variam de província para província, mas no geral é relativamente fraco, pois tem falta de recursos humanos, financeiros e materiais, que limitam acima de tudo as actividades de inspecção.

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Ao nível Distrital, o papel da DPTADER é realizado pelo Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas (SDPI). Tal como acontece com as DPTADER, estas divisões beneficiarão de diversas sessões de capacitação tanto diretamente através do envolvimento sistemático nas missões de preparação e supervisão do projeto ou indiretamente por meio de oficinas de capacitação. No entanto, um esforço adicional seria necessário para aumentar a sua capacidade técnica, bem como para enfrentar a fragilidade de recursos financeiros e humanos. Dado que as obras de mão-de-obra intensiva serão planificadas a nível Municipal ou distrital, as autoridades provinciais do sector precisarão de coordenar com o INAS o tipo e natureza das actividades do subprojecto. Ao nível provincial, a reabilitação e manutenção das vias de acesso vicinais propostas é administrada pelo Departamento de Estradas e Pontes (DEP), sob a Direcção Provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (DPOPHRH), responsável pelas estradas secundárias e terciárias. A coordenação ambiental e social a nível sectorial ocorre na Unidade de Assuntos Sociais e Meio Ambiente (UASMA), estabelecida a nível nacional pela Administração Nacional de Estradas (ANE), sob tutela do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRI). Para o desenvolvimento da agricultura, ao nível da província, a Direcção Provincial da Agricultura e Segurança Alimentar (DPA), através dos Serviços Provinciais Agrários (SPA), e os Serviços Provinciais de Extensão Rural (SPER), é responsável pela definição de prioridades, organizar associações de agricultores, e conduzir o desenvolvimento da agricultura. A DPASA/SPA preside uma Equipa de Coordenação do Projecto a nível provincial para aprovar e monitorar os subprojectos locais. Os serviços de extensão lidam com as técnicas agrícolas específicas, tais como a rotação de culturas e a consociação de culturas. Para as obras de irrigação, a nível distrital a responsabilidade recai sob o Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE), através de um serviço de extensão. No geral, as direcções provinciais executam os planos e programas definidos pelas Direcções Nacionais (Lei 8/2003). O governo provincial monitora e ajuda a executar a implementação das actividades definidas a nível nacional do sector.

5.2.2 Nível Municipal A nível municipal, no caso de Maputo, a Direcção Municipal de Planificação Urbana e Meio Ambiente (DMPUA) tem o mandato para gerir o ambiente da cidade e planificar o desenvolvimento dos serviços urbanos e o desenvolvimento de áreas territoriais. Entre as suas várias funções, a DMPUA é encarregada de propor estratégias para a renovação e reassentamento urbano das populações e das actividades. A DMPUA compreende os seguintes departamentos:

Departamento de Planificação Urbana (DPU);

Departamento de Registo;

Departamento de Gestão Ambiental e Social (DGA); e

Departamento de Fiscalização Ambiental e Social (DIA). A responsabilidade da DGA como da DIA é basicamente assegurar que o regulamento ambiental e social adequado e as licenças sejam observadas, pois o MITADER, através da DNAB ou DPTADER é a entidade responsável pelo licenciamento ambiental. 5.2.3. Nível Distrital

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Os governos dos Distritos, sob tutela do administrador do distrito, são os principais responsáveis ao nível local pela coordenação e execução dos projectos de trabalhos públicos nas áreas rurais, o que inclui: identificação de áreas prioritárias dentro do distrito, seleção e preparação técnica dos subprojectos sustentáveis ambientalmente. A equipa técnica do distrito representada pelos serviços distritais das áreas relevantes para implementação do PASP deve selecionar e monitorar a implementação de actividades com impacto positivo para as comunidades, de interesse comunitário ou publico, enquadrados nos planos de desenvolvimento do distrito ou município e sobre tudo, não devem ter impacto adverso sobre o meio ambiente e devem ser previstas medidas de mitigação desse impacto negativo. Para tal o distrito com apoio das delegações e INAS, devem instruir o processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), com vista a obtenção da licença de Isenção Ambiental, de todos os distritos que implementam o PASP com os fundos do Banco Mundial. O processo de AIA deve conter

O Projecto assinado pelo Exmo. Sr. Director;

Requerimento devidamente preenchido com os dados do Sr. Administrador;

Ficha de Informação Preliminar Ambiental (FIAP); Para emissão da licença deve ser submetido o Documento com os Procedimentos de Boas Praticas Ambientais e Sociais do Projecto.

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6. QUADRO LEGAL NACIONAL VS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS DO BANCO MUNDIAL Embora tenha havido uma maior harmonização entre a legislação ambiental moçambicana e as Políticas de Salvaguardas do Banco Mundial, ainda há diferenças em alguns aspectos. No âmbito deste projecto, sempre que existir um conflito entre a legislação nacional e as políticas de salvaguardas do Banco Mundial, esta última prevalece. O quadro abaixo faz uma breve comparação entre alguma legislação moçambicana e a do Banco Mundial na realização de avaliação do impacto ambiental e social, identificando os conflitos existentes.

Tabela 6: Comparação entre Legislação Moçambicana relevante e do Banco Mundial

Item Legislação Moçambicana Requisitos de salvaguardas do BM

Lacunas/ conflitos

Categorização do projeto

O EIA é exigido pela Lei do Ambiente nº 20/97, de 7 de Outubro, e pelo Decreto nº 54/2015 de 31 de Dezembro. O regulamento para o processo de AIA classifica os projetos em quatro categorias: categorias A+ e A que exige um EIA completo sujeito a revisão por avaliadores profissionais. Categoria B onde não é exigido um EIA completa mas um estudo ambiental simplificado (EAS), a Categoria C que não exige nenhum estudo, bastando seguir regras básicas de boa gestão ambiental.

De acordo com a OP 4.01 (Avaliação Ambiental), é exigido um EIA completo para todos os projetos selecionados como Categoria A. Para projetos de Categoria B, é necessária alguma forma de avaliação ambiental, geralmente menos rigorosa do que um EIA completo e muitas vezes assumindo a forma de um Plano de Gestão Ambiental). Para além do rastreio, não são necessárias mais acções ESMF/ESIA ou ESMP ou RPF / RAP para um projecto de Categoria "C" e um projecto é classificado como Categoria FI se envolver investimento de fundos do Banco através de um intermediário financeiro.

Apesar de algumas pequenas diferenças, não existem conflitos entre os dois dispositivos legais

A autoridade ambiental deve fornecer uma autorização ambiental para projetos antes da avaliação.

A emissão de uma licença ambiental deve preceder qualquer outra licença exigida.

A OP 4.01 requer a aprovação e divulgação de EIAs pela autoridade governamental competente

Em ambos os processos, a divulgação ocorre antes da aprovação e, portanto, qualquer preocupação levantada é tratada

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Item Legislação Moçambicana Requisitos de salvaguardas do BM

Lacunas/ conflitos

antes da aprovação do projecto

Existem diretrizes e padrões nacionais para Saúde e Segurança Ocupacional (SST).

Legislação em matéria de SST; (Lei n.º 23/2007, de 1 de Agosto de 2007) e a implementação da responsabilidade dos Ministérios do Trabalho e da Saúde. As diretrizes de padrões de segurança para Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes estão em vigor (Decreto nº 18/2004 de 2 de junho de 2004 e a implementação é de responsabilidade do MITADER.

As diretrizes para SST fornecidas sob as Diretrizes de SST do Banco Mundial devem ser aplicadas para todos os projetos de infraestrutura.

Moçambique não preparou normas específicas para a emissões de ruído para diferentes indústrias. No entanto, este programa não é propenso a produzir esses tipos de emissões. Portanto, podem ser aplicadas as normas do Banco Mundial (diretrizes do IFC sobre SST e diretrizes ambientais, de saúde e segurança da IFC). Normas ambientais nacionais (Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho de 2004, desenvolvido para outras indústrias (as emissões atmosféricas, a indústria energética e o plástico existem e podem ser aplicadas).

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7. POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Visto que as actividades dos subprojectos não são conhecidas nesta etapa do projecto, o seu potencial impacto ambiental e social associado, bem como os requisitos específicos de saúde e segurança do trabalho ainda não podem ser determinados com precisão. No entanto, considerando as condições de financiamento e do tipo de apoio a projectos, os potenciais riscos ambientais e sociais podem ser previstos, em conjunto com algumas medidas de mitigação e requisitos de saúde e segurança dos trabalhadores. O projecto financiará trabalhos públicos com uso de mão-de-obra intensiva de pequena escala, focalizados, de curto prazo como um mecanismo para efectuar transferências para as comunidades pobres em época de baixa colheita. Embora as actividades dos trabalhos públicos não sejam ainda conhecidas nos distritos selecionados os tipos de actividades são necessariamente limitados, por serem com uso de mão-de-obra intensiva (isto foi confirmado também pela experiência do projecto piloto). As actividades são todas intensivas em mão-de-obra (mínimo 70%) e ultrapassarão raramente montantes totais de USD 15,000, incluindo menos de USD 5000 em materiais e/ou ferramentas e equipamento de protecção. Espera-se que as obras públicas consistem principalmente na reabilitação e manutenção de estradas e pontes, cuja intervenção é na maioria dos casos, limitada a limpeza, correções e construção e reabilitação de infra-estruturas de drenagem; a reparação e limpeza de pequenas infra-estruturas comunitárias, tais como armazéns, escolas, parques/praças, e cemitérios; a construção de pequenas instalações sanitárias, tais como fossas sépticas, latrinas melhoradas, canais e limpeza e manutenção de infraestrutura de esgoto; e a limpeza e recolha de lixo. Os impactos irão resultar da produção e potencial dispersão de detritos e resíduos de construção, gestão de resíduos líquidos e sólidos, riscos ocupacionais e industriais, erosão dos solos e degradação nas zonas de construção, poluição do ar pelo movimento de terra e resíduos das valas de drenagem, supressão vegetal e possibilidade de remoção de culturas e árvores. As actividades leves com potenciais menores impactos ambientais e sociais incluem sensibilizações no âmbito da saúde, incluindo campanhas de vacinação, sensibilização sobre saneamento do meio, cuidados domiciliares aos idosos. Os subprojectos não poderão incluir actividades de risco para os trabalhadores, nem atividades que exponham os trabalhadores a insalubridade, ou trabalho em desconformidade com as normas de saúde e segurança do Banco Mundial, notadamente as Directrizes de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do IFC (IFC Environmental Health and Safety Guidelines). Com base nas experiências do FI e do FA1, outros impactos e/ou riscos do projecto com o FA2, sobretudo em contexto de recuperação pós-desastres estariam associados à vulnerabilidade em que potenciais beneficiários se encontram. Tento este pormenor presente, riscos de violência baseada no género e riscos de exacerbação de conflitos deverão ser tomados. A tabela abaixo apresenta algumas dos potenciais actividades dos subprojectos que poderiam ser financiadas no âmbito do projecto, agrupadas por tipo dos potenciais impactos ambientais. Não existe uma lista de todas as actividades elegíveis para o programa de trabalhos públicos com uso de mão-de-obra intensiva, serão consideradas outras actividades desde que respeitem os critérios de seleção enviadas em anexo.

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Tabela 7: Lista de Potenciais Subprojectos

Lista de Potenciais Subprojectos20

CONSTRUÇÃO

Produção de blocos e tijolo queimado para construção;

Construção de latrinas melhoradas comunitárias

SANEAMENTO DO MEIO

Abertura e ampliação de pequenos de canais de drenagem;

Abertura de pequenos canais de irrigação;

Construção de pequenas represas;

Limpeza de parques e espaços públicos;

Recolha de resíduos sólidos domésticos;

MANUTENÇÃO DE VIAS DE ACESSO

Auxiliar a mão-de-obra não qualificada para a Reparação de pontecas

Auxiliar a mão-de-obra não qualificada para a Ampliação e manutenção de vias de acesso vicinais

AGRICULTURA

Multiplicação da rama de batata-doce

Multiplicação de estacas de mandioca

JARDINAGEM

Jardinagem nos parques, cemitérios e espaços públicos;

Limpeza de canais de drenagem;

Paisagismo nas áreas urbanas;

Poda e fertilização;

SERVIÇOS

Cuidado de idosos;

Cuidado de crianças;

Campanhas de sensibilização no âmbito da saúde e saneamento do meio.

7.1 Impactos Ambientais e Sociais Positivos Prevê-se que o impacto global do projecto seja positivo, particularmente porque os subprojectos, além de facilitar o acesso aos serviços sociais básicos, como a rede viária, água, etc, também proporcionam novos empregos e oportunidades de geração de renda para as famílias pobres. Seguidamente se apresenta uma lista dos mais importantes impactos ambientais positivos associados ao tipo de actividades dos subprojectos propostos: 7.1.1 Gestão de Resíduos e Saneamento No geral, todas as actividades de gestão de resíduos e de saneamento, trarão condições de saúde melhoradas das pessoas, através de:

2020 As infraestruturas ou actividades “pequenas” refere-se de forma qualitativa a aquelas que pela sua natureza, magnitude ou intensidade espera-se que causem impactos negativos negligenciáveis, insignificantes ou mínimos. Alguns paramentos quantitativos usados são definidos no Decreto 54/2015 sobre o Processo de Avaliação Ambiental, por exemplo “pequenos canais de irrigação” que tenham uma área cumulativa de 50 a 100 hectares.

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1 Redução dos riscos de doenças e vectores de doença, através da redução dos locais de

hospedagem de pragas. 2 Redução da exposição e os maus odores que podem gerar desconforto, dores de cabeça e

náuseas. 3 Redução das emissões de poeiras e partículas de matéria, que podem afectar a visão e criar

doenças respiratórias e pulmonares. 4 Redução da exposição a vistas desagradáveis, onde o lixo exposto pode induzir a náuseas e

desconforto. 5 Redução da exposição a bordas afiadas dos resíduos. 6 Redução da exposição à água e solos contaminados, directamente ou através da cadeia

alimentar, que podem transmitir doenças gástricas e respiratórias. 7.1.2 Vias de acesso Vicinais Impactos ambientais positivos e sociais no auxilio à mão-de-obra não qualificada para a manutenção e reparação de vias de acesso vicinais que estabelecem a ligação entre: Estradas terciárias dos Postos administrativos e outros centros populacionais, com maior impacto na redução da pobreza, relacionados com os ganhos de eficiência para o movimento de bens e pessoas, que têm implicações socioeconómicas, O bom estado de conservação das estradas vicinais é de fundamental importância para melhorar a trafegabilidade e garantir o escoamento da produção agropecuária, sobretudo, da agricultura familiar, bem como facilitar o transporte dos alunos e moradores da zona rural e em situação de emergência relacionadas com a saúde. 7.1.3 Saneamento do Meio Os impactos ambientais positivos e sociais na actividade de saneamento do meio, dizem respeito a:

1 Melhoria da saúde, como resultado de um melhor escoamento da aguas residuais, 2 A melhoria no saneamento pode gerar impactos positivos socioambientais, diminuição da

poluição de recursos hídricos, da contaminação de alimentos, e da transmissão de doenças (hepatite A, febre tifoide, febre amarela, malária, diarreia, cólera, amebíase) assim como a diminuição da taxa de mortalidade infantil.

3 Com a construção de Latrinas melhoradas contribuir para a saúde pública e o bem-estar da população.

4 Limpeza e coletas de resíduos, entre outras ações de melhoria das condições sociais de higiene pública, melhora a saúde da população.

5 A limpeza de canais de drenagem também tem efeitos sobre a saúde visto que a produção de gás metano, odores, e problemas relacionados com o lixo também diminuem.

6 limpeza de pequenas unidades de saúde, escolas e centros educativos, centros comunitários, prédios da administração, todos conduzem a comunidades melhores e mais saudáveis.

7.1.4. Fabrico de material de construção O fabrico de tijolo queimado será de grande utilidade uma vez que servirá para a construção de instalações comunitárias de saúde e a educação, da comunidade. As infra-estruturas de mercado e logísticas ajudam a melhorar o potencial económico da população local.

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7.1.5 Parques/ Praças e Jardins A jardinagem, o paisagismo, e o cuidado dos parques e espaços públicos trazem benefícios, tais como segurança pública, pois mais pessoas são atraídas, e o controle social é mais fácil. Além disso, as vistas agradáveis melhoram a qualidade de vida dos habitantes da cidade. Além disso, as plantas e as árvores ficam mais saudáveis com as práticas adequadas de poda e de fertilização. 7.1.6 Actividades Complementares As actividades suaves que não envolvem obras ou construção também têm potenciais benefícios ambientais e sociais. Campanhas de sensibilização para promoção da saúde, Cuidados de enfermagem, de idosos e de crianças trazem benefícios sociais, pois os mais vulneráveis podem ter as suas condições de vida melhoradas. 7.2 Impactos Ambientais e Sociais Potencialmente Adversos Prevê-se que o impacto global do projecto seja positivo. No entanto, haverá potenciais impactos ambientais negativos, relacionados com a fase de construção ou implementação. Os impactos adversos podem resultar da produção e potencial dispersão de detritos e resíduos de construção, gestão de resíduos sólidos, tóxicos talvez e também de construção além dos resíduos líquidos, riscos ocupacionais, erosão e degradação do solo nas zonas de construção, ruído e poluição do ar pelo movimento de veículos, materiais, resíduos e outros equipamentos. Os impactos potencialmente adversos podem ser agrupados de acordo com o tipo de riscos ambientais e sociais em anexo. 7.2.1 Poluição do ar As emissões podem ser geradas durante a remoção de resíduos. As partículas são especialmente prejudiciais, e a exposição pode agravar ou induzir as doenças respiratórias. A poeira também é prejudicial, inclusive, para as pessoas com condições de alergia. 7.2.3 Poluição da Água Os resíduos líquidos da limpeza e reabilitação de locais molhados podem respingar e contaminar o solo e corpos de água próximos. Além disso, a água da chuva estagnada em pneus velhos ou recipientes vazios pode se tornar num meio de acolhimento para a reprodução de insectos e propagação da doença. Risco de contaminação de águas superficiais e subterrâneas e solos por resíduos e/ou derrames ocasionais durante a multiplicação de batata-doce e estacas de mandioca. 7.2.4 Áreas de Empréstimo Durante a construção, abertura de áreas de empréstimo, reabilitação e limpeza das valas e ruas, os detritos e os resíduos são usualmente gerados, criando vistas indesejáveis e desagradáveis, mas por outro lado, gerando o potencial de desenvolver de vectores de doenças e poeiras. 7.2.5. Resíduos Sólidos Os resíduos de construção inadequadamente geridos podem gerar acidentes tanto para os trabalhadores como para os transeuntes. Outro tipo de resíduos, tais como embalagens e

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recipientes vazios e sujos podem gerar respingos e contaminação. O lixo orgânico também pode ser perigoso, pois podem desenvolver-se vectores de doenças. 7.2.5 Áreas Verdes Durante o alargamento de ruas, abertura de áreas de empréstimo a cobertura verde pode ser afectada, visto que novas áreas serão necessárias podem afectar as plantas e a relva. Isso pode também constituir um problema nas áreas de origem dos materiais de empréstimo. 7.2.6 Erosão dos solos Nas actividades de multiplicação de ramas de batata-doce e estacas de mandioca, abertura, alargamento e manutenção das vias de acesso, saneamento do meio e fabrico de tijolos, pode verificar alteração da formação física do terreno e consequente risco de erosão dos solos, assim como modificação da rede natural de drenagem pluvial, 7.2.7. Restrições de Tráfego e Segurança Durante a limpeza de estradas nas zonas urbanas, a sinalização, bem como desvios e restrições de tráfego são geralmente necessários para proteger os beneficiários e população circunvizinha. A deficiência na sinalização pode causar acidentes, especialmente quando há conflitos de modos (ou seja, pedestres, motos, ônibus, carros, carroças). Em alguns outros casos, pode ser necessária a alteração temporária dos acessos e caminhos para pedestres, que podem induzir o desconforto das lojas e moradores locais. 7.2.8 Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho As actividades de construção geram riscos diversos aos trabalhadores, impondo a adoção de medidas específicas para garantir as condições de higiene e segurança dos trabalhadores. Por princípio, o Projeto não financiará qualquer atividade que possa colocar os trabalhadores em risco, como manuseio de qualquer tipo de rede de eletricidade, trabalho em altura, escavações, trabalhos em áreas molhadas (alagadas), e qualquer tipo de trabalho em condições insalubres (contacto com resíduos infectantes e contaminados). Os riscos inerentes a actividades como manuseamento de ferramentas e equipamentos, deverão ser mitigados com treinamento adequado e equipamento de proteção individual (EPI). Todos os trabalhos deverão ser executados em conformidade com as normas de saúde e segurança do Banco Mundial, notadamente Directrizes de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, do IFC (IFC Environmental Health and Safety Guidelines). As medidas básicas de saúde e segurança, bem como a indicação dos Equipamentos de Proteção Individual requeridos para as diversas atividades serão detalhadas no Guião Ambiental e Social que será integrado no Manual de Operação do Projeto. A tabela abaixo apresenta um resumo das medidas de saúde e segurança que devem ser adotadas para as diversas actividades propostas para o Projeto. (*) Lista de atividades de risco que não podem ser incluídas nos subprojectos: trabalhos com instalações eléctricas de qualquer natureza; trabalho em local confinado; trabalho em área molhada (alagada, profundidade de água maior que 15cm); trabalho que exponha os trabalhadores ao contacto com material contaminado; escavações com profundidade superior a 1 (um) metro; e actividades executadas acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.

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Tabela 8: Potenciais subprojectos e medidas de saúde e segurança

Lista de Potenciais Subprojectos

CONSTRUÇÃO

Produção de blocos e tijolo queimado para construção;

Elegível, requerendo o uso de equipamentos de protecção individual adequado, excluindo actividades de risco listadas abaixo (*).

Construção de latrinas comunitárias melhoradas

SANEAMENTO DO MEIO

Abertura e ampliação de pequenos de canais de drenagem;

Elegível. Somente canais secos ou limpeza executada pelas laterais dos canais. Trabalhos em áreas molhadas (alagadas) não serão permitidos.

Abertura de pequenos canais de irrigação;

Construção de pequenas represas;

Limpeza de parques e espaços públicos; Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado, excluindo actividades de risco listadas abaixo (*).

Recolha de lixo e resíduos domésticos; Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado, excluindo actividades de risco listadas abaixo (*).

MANUTENÇÃO DE VIAS DE ACESSO

Auxiliar Reparação de pontecas Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado, excluindo actividades de risco listadas abaixo (*).

Ampliação e manutenção de vias de acesso vicinais

Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado, excluindo actividades de risco listadas abaixo (*).

AGRICULTURA

Multiplicação da rama de batata-doce Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado.

Multiplicação de estacas de mandioca Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado.

JARDINAGEM

Jardinagem nos parques, cemitérios e espaços públicos;

Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado

Paisagismo nas áreas urbanas; Elegível, requerendo o uso de equipamento de protecção individual adequado

Poda e fertilização; Elegível. Uso de equipamento de protecção individual adequado. Serviços de poda limitados até 2 (dois) metros de altura.

SERVIÇOS

Cuidado de idosos; Sem restrições.

Cuidado de crianças; Sem restrições.

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Campanhas de sensibilização no âmbito da saúde e saneamento do meio.

Sem Restrições

7.2.9. Afectação de património cultural O Projecto não accionou a Política de Salvaguardas de Patrimônio Cultural Físico. Portanto, não serão admitidas obras que envolvam a escavação e perfuração, aonde haja a possibilidade de descobertas de objectos de valor cultural e patrimonial. 7.2.10. Impacto Social As comunidades locais podem ser afectadas, devido à exposição a ruídos ou poluentes, restrições no tráfego e no acesso e potencial interesse em ser empregado em trabalhos de campo. Ao mesmo tempo a implementação do projecto no contexto pós-desastre pode exacerbar conflitos e diferenciações sociais resultantes do processo de selecção de beneficiários. 7.2.11. Reassentamento Involuntário Prevê-se que o impacto global do projecto seja positivo. No entanto, poderia haver algum potencial impacto negativo como por exemplo a necessidade de áreas para alargamento de ruas vicinais, podendo afectar terras para o cultivo, culturas, árvores e infra-estruturas. O deslocamento físico deve ser evitado. 7.2.12 Riscos da Exploração Sexual e Abuso, Trabalho Infantil e Violência Baseada no Género Exploração, abuso sexual e trabalho infantil são potenciais riscos previstos e que poderão ocorrer durante a implementação das actividades do projecto. Medidas ao nível do projecto e subprojectos deverão ser instituídas e implementadas para prevenir e responder potenciais casos de exploração e abuso sexual, incluindo trabalho infantil. Assim, devem ser definidas medidas para salvaguardar e proteger membros da comunidade, sobretudo grupos sociais mais vulneráveis, designadamente mulheres pobres, raparigas contra os impactos de abuso e exploração sexual, trabalho infantil, gravidez precoce, associados às actividades do projecto/subprojectos. Dado que determinados serviços do projecto poderão ser tercializados, o projecto deverá assegurar que as agências executantes destes serviços tercializados possuam um Código de Conduta dos Trabalhadores versando sobre estes riscos, bem como avaliar a sua capacidade de colocar em práticas estas questões para a salvaguarda dos grupos vulneráveis. Estas medidas devem abrangentes ao FI, FA1 e FA2.

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7.3 Análise dos impactos

Tabela 9: Matriz de Análise dos Impactos Directos, indirectos e Cumulativos

Actividade Impactos directos Impactos Indirectos Impactos Cumulativos21

Vias de acesso Vicinais

Transitabilidade e duração das infraestruturas

acesso aos serviços sociais básicos

maior impacto na redução da pobreza e aumento do bem-estar

Gestão de Resíduos e Saneamento

melhor escoamento das águas residuais

condições de saúde melhoradas das pessoas

Parques/ Praças e Jardins

Ambiente limpo e plantas cuidadas árvores podadas e saudáveis

Maior segurança pública

Remoção de resíduos

Emissões de poeiras doenças respiratórias

limpeza e reabilitação valas e ruas

Exposição os riscos de

higiene, saúde e

segurança

Restrições de Tráfego

e Segurança

contaminação de águas superficiais e subterrâneas e solos por resíduos e/ou derrames durante o armazenamento dos resíduos

Construção abertura de áreas de

empréstimo

resultando em erosão

acidentes tanto para os trabalhadores como para os transeuntes

Agricultura Perda de vegetação nativa Indução de novos negócios Mudança de uso de solos

7.4 Medidas de Mitigação A seguir apresenta-se um conjunto de medidas que podem atenuar os potenciais impactos ambientalmente e socialmente adversos que podem surgir como resultado da implementação de actividades dos subprojectos. A tabela abaixo relaciona os impactos gerais e as possíveis medidas de mitigação. Todos os subprojectos da Categoria B e C devem usar esta tabela como guia. O estudo ambiental simplificado (EAS) para projectos de Categoria B deve elaborar cuidadosamente medidas específicas de mitigação para os subprojectos específicos, como parte do PGAS a ser desenvolvido. Tabela 10: Potenciais Impactos e Medidas Mitigação

Elemento Impacto Medidas de Mitigação

Poluição do Ar Emissões de poeira Durante a remoção de resíduos e varreduras, deve-se proceder o isolamento e cobertura dos resíduos antes da sua remoção definitiva

Risco de contaminação de águas superficiais e

Interdição da deposição deliberada de quaisquer resíduos, ainda que provisória, nas margens, leitos

21 Impactos Directos - resultam de uma interacção directa entre uma actividade planeada do Projecto e o

ambiente receptor / receptores. Impactos Indirectos - resultam de outras actividades que tendem a acontecer

como consequência do Projecto. Impactos Cumulativos - agem em conjunto com outros impactos (incluindo

os de futuras actividades de terceiros já planeadas ou a decorrer em simultâneo) para afectar os mesmos

recursos e / ou receptores do Projecto.

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70

Elemento Impacto Medidas de Mitigação

Poluição da água

subterrâneas e solos por resíduos e/ou derrames ocasionais

de linhas de água, bem como em zonas de grande infiltração.

No caso de se verificar a existência de materiais de escavação com vestígios de contaminação, estes devem ser armazenados em local seguro.

Poluição de água estagnada Descarte de recipientes usados em locais apropriados

Emissão de efluentes Sanitários móveis devem ser adequadamente mantidos, localizados a pelo menos 50 m de distância dos corpos de água;

Evitar derrame durante a limpeza de sanitários móveis. Uso de revestimento ou material impermeável no local onde o sanitário móvel é fixado.

Resíduos Sólidos Dispersão de resíduos de construção nos locais de armazenamento

Cobertura permanente de resíduos e materiais de construção

Remoção diária de detritos Vedação das áreas de trabalho e sinalização adequada

Má gestão de resíduos Recolha permanente de resíduos na área de obra

Descarte de resíduos em locais autorizados pelas autoridades locais (Municipais ou Distritais)

Demarcação do local da obra

Falta de sinalização e delimitação das áreas de trabalho

Isolamento claro dos locais de actividades com grande circulação de veículos (por exemplo usando redes sinalizadoras laranja ou cones de proteção)

Os materiais de obra devem estar cobertos e organizados

As áreas de armazenamento de materiais e detritos devem ser localizadas em áreas onde o escoamento de águas pluviais é evitado

Estoques não mais alto do que 1,5m

Plano de contingência pronto e operacional adequada para protecção contra eventos de chuvas e evitar a erosão

Escavações de solos

Erosão dos Solos

Recuperar todas áreas degradadas (escavações) derivadas das obras através do nivelamento do terreno e restauração da cobertura vegetal.

A abertura e reabilitação de vias de acesso do subprojecto, poderá interceptar as linhas de drenagem naturais, concentrando o caudal pluvial, serão usadas medidas de drenagem que reduzam a energia do caudal pluvial

Nos locais de maior risco, colocar uma cobertura de relva para limitar o impacto das gotas da chuva e do escoamento superficial.

Cobertura verde Remoção da cobertura verde Usar revestimento adequado para condicionar os materiais, detritos, equipamentos

Excepto na medida do necessário para o estabelecimento do local de construção e execução das obras de construção, a vegetação não poderá ser removida, danificada ou perturbada.

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Elemento Impacto Medidas de Mitigação

As árvores devem ser podadas em vez de removidas, sempre que possível.

Quando pretendido, a remoção deve ser compensada

Depois de deixar a área de obras, o acampamento e os locais de obra devem ser restaurados para condições originais

Restrições e tráfego

Restrições e desvio do tráfego Plano de Tráfego acordado com as autoridades e socializado com a comunidade

Sinalização adequada

Caminhos de pedestres devidamente segregados e sinalizados

Novas estradas de acesso a serem evitadas, se possível

As vias públicas devem ser mantidas sem lama e areia

Risco de acidentes Caminhos adequados para pedestres

Pessoal auxiliar de sinalização de trânsito nas passagens

Higiene e segurança no trabalho

Riscos ocupacionais Formação de procedimentos de perigosos e para emergências

Protocolos de segurança em vigor para tarefas de risco

Roupas adequadas e equipamentos de protecção individual e colectivo.

Planos de contingência e pacote de primeiros socorros

O equipamento de prevenção contra incêndios deve estar no local

Interferência nas Infraestruturas Sociais e Serviços

Sobrecarga da rede de serviços existente ou nova

Coordenação com o serviço público ou fornecedores de serviços é necessária

Em caso de danos, os reparos terão que ser suportados pelo proponente/empreiteiro do subprojecto

Afectação de património cultural

Descobertas acidentais de património cultural

Incluir procedimentos de descobertas acidentais de património cultural em PGAS

O proponente/empreiteiro deverá produzir uma descrição de todas as actividades de construção que irão ocorrer dentro ou perto de locais de sepulturas, cemitérios ou outras áreas culturais, históricas ou arqueologicamente sensíveis.

Se restos ou artefactos forem descobertos no local durante a terraplanagem, os procedimentos de descobertas ocasionais recomendam que o trabalho deve cessar e o empreiteiro do subprojecto deverá contactar imediatamente a autoridade competente.

Local de trabalho

Deve ter pacote de primeiros socorros e plano de contingência

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Elemento Impacto Medidas de Mitigação

Condições para o local de trabalho

Deve-se disponibilizar água potável para os beneficiários.

Pacote de sensibilização contra HIV/AIDS-IST com fornecimento de preservativos para minimizar o risco de transmissão de doenças (IST e VIH / SIDA, etc.)

Impacto Social Potencial de exposição a riscos sociais e ambientais

Reuniões de socialização

Definição do ponto e elemento de contacto para informações, solicitações e reivindicações

Definição do mecanismo de queixas e reclamação (Ver QPR)

Reassentamento involuntário

Deslocamento económico e físico involuntário

Seguir o previsto no Quadro da Política de Reassentamento 22 e Plano de Acção de Reassentamento para casos específicos de subprojectos

Aplicar as medidas aprovadas de compensação para casos de culturas e arvores

Evitar, sempre, o deslocamento físico e económico

Em caso de cedência voluntária, proceder como previsto no Protocolo para Doação Voluntária de Terra.

22Elaborado separadamente a este QGAS

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8. PROCEDIMENTOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS 8.1 Introdução Os procedimentos e requisitos estabelecidos pela lei moçambicana, ou seja, o Decreto 54/2015 que revoga o Decreto 45/2004 e Decreto 42/2008) está muito próximo das políticas ambientais e sociais de salvaguarda do Banco Mundial. Assim, a base para os procedimentos estabelecidos neste QGAS será assente nas medidas já presentes em Moçambique, conforme estabelecido e coordenado pelo MITADER. Haverá também uma Lista de Exclusão, que vai ajudar a definir a elegibilidade das actividades a serem financiadas pelo projecto. As fases do processo de avaliação do impacto ambiental e social são apresentadas abaixo. As etapas e os actores no processo de Reassentamento Involuntário estão listados no Quadro da Política de Reassentamento, elaborado em paralelo com o presente QGAS. 8.2 Processo para Avaliação Ambiental e Medidas de Mitigação O processo de avaliação ambiental e social e as medidas de mitigação relacionadas variam de acordo com os potenciais riscos ambientais e sociais associados com as actividades dos subprojectos a serem financiados. Dependendo da categoria ambiental e social, conforme determinado através do processo de avaliação ambiental e social, os potenciais subprojectos são rejeitados ou necessitam de seguir diferentes procedimentos de avaliação ambiental e social, ou seja, ESIA ou EAS. Depois da actividade de um projecto ser considerada elegível, são avaliados os potenciais impactos ambientais e sociais relacionados, a fim de projectar as medidas apropriadas de mitigação ou compensação a serem incluídas nos Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS). Quando a avaliação de impacto ambiental e social (ESIA) e o seu PGAS e/ou Plano de Reassentamento (PR) relacionado, forem aceites pelas autoridades ambientais e sociais, é emitida uma licença ambiental. O processo também envolve procedimentos de consulta e participação pública. Abaixo segue-se uma descrição de todas as etapas exigidas pelo processo. É necessária a monitoria e avaliação da implementação do PGAS e RAP. O INAS será responsável por uma primeira triagem para determinar a elegibilidade e definir o processo de AIA de acordo com a lei moçambicana e com as políticas de salvaguarda do Banco Mundial, para a qual os subprojectos considerados como sendo de Categoria B ou C são submetidos à DPTADER. A DPTADER expede uma Declaração de Isenção (para projectos de Categoria C) mediante aprovação de regras básicas de boa gestão ambiental, ou uma Licença Ambiental (para projectos de Categoria B) mediante aprovação de um relatório de EAS. Além do processo de Monitoria e Avaliação seguido pela DPTADER para subprojectos de Categoria B, o INAS irá também realizar uma supervisão global para operações tanto de Categoria B como da C. Uma Unidade Técnica Ambiental e Social (Os Especialistas Social e Ambiental irão trabalhar juntos para assegurar o cumprimento de salvaguardas a nível local). Cada distrito será responsável pela avaliação ambiental preliminar, pela interação com a DPTADER, e pela monitoria e supervisão da implementação dos PGASs. O Banco Mundial conjuntamente com MITADER irá aprovar o EAS e RAP, e fará uma vista geral do processo de monitoria e implementação a ser realizada pelo INAS.

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Figura 7: Fluxograma Indicando o Processo de AA

8.3 Triagem Ambiental e Social O processo de triagem ajuda a determinar se os subprojectos são elegíveis (ou seja, não foram incluídas na Lista de Exclusão), e para atribuir a categoria ambiental e social, e as políticas de salvaguardas a ser acionadas, que irá definir o tipo e a profundidade da avaliação ambiental e social necessária. A extensão do trabalho ambiental e social que pode ser necessário para os subprojectos antes da sua implementação dependerá do resultado do processo de triagem. Este processo deve incluir a triagem de possíveis impactos de reassentamento. O processo de triagem ambiental e social de subprojectos é o primeiro passo no processo de AA previsto no presente QGAS. O INAS receberá as propostas de subprojectos, em conjunto com a Ficha de Informação Ambiental Preliminar. O INAS irá realizar uma triagem inicial, preenchendo o Formulário de Triagem Ambiental e Social (Anexo 1). Se as actividades propostas não estão na Lista de Exclusão (ver secção seguinte abaixo), o subprojecto é atribuído uma Categoria Ambiental (A+, A, B, ou C), de acordo com os seguintes critérios gerais:

INAS recebe potenciais subprojectos dos Distritos e/ou

Municípios

TRIAGEM ambiental e

Social

Categoria A+ ou recaindo na Lista de Exclusão

Categoria B requer EAS EAS required

Não elegível para financiamento no âmbito do PROJECTO

Potencial Reassentamento

Sem Reassentamento*

Consulta Pública

EAS+PGAS é necessário

Monitoria e Avaliação

Categoria C Isentos de EIA e EAS

RAP também é exigido

Licença ambiental

Categoria A ou recaindo na

Lista de Exclusão

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a) Os projectos da Categoria A são aqueles susceptíveis de causar impactos significativos

devido às actividades propostas ou à sensibilidade da área. A Subsecção 4.1.2 acima lista o tipo de actividades consideradas como de Categoria A, de acordo com o regulamento de Moçambique. No entanto, como o Banco Mundial não tem uma lista positiva de actividades, a triagem e a lista deve determinar se as actividades propostas são susceptíveis de ter significativos impactos ambientais e sociais adversos que são sensíveis, diversos e sem precedentes.

b) Os projectos da Categoria B são aqueles com potenciais impactos negativos menos adversos

do que os projectos da Categoria A, e que podem ser mitigados. Na essência, os projectos de Categoria B são diferentes dos da Categoria A, pois os anteriores não afectam significativamente as populações humanas ou áreas ambientalmente sensíveis. Além disso, os impactos negativos são de curta duração, intensidade e extensão menor, de menor tamanho ou magnitude, e não são irreversíveis ou permanentes. De acordo com o regulamento de Moçambique, os projectos de Categoria B também incluem todas as outras actividades que não pertencem às listas explícitas definidas pelo Decreto 54/2015 para as Categorias A e C.

c) Os projectos da Categoria C não necessitam de Avaliação Ambiental e Social, mas estão

sujeitos ao cumprimento dos padrões encontrados nas directivas específicas de boa gestão ambiental. As actividades da Categoria C são listadas no Anexo IV do Decreto 54/2015; está incluída na Seção 4.1.2. uma lista curta contendo as actividades potenciais a serem financiados no âmbito do projecto

8.4. Lista de Exclusão (Lista Negativa) Durante o processo de triagem, o INAS irá determinar se as actividades do subprojecto recaem sob os critérios de exclusão apresentados a seguir. O projecto não poderá financiar qualquer actividade considerada ilegal ou contra a lei moçambicana, bem como actividades que não tenham as autorizações e licenças determinadas pela Lei de Moçambique. Importa reforçar que os projectos a financiar deverão ser de índole pública e de pequeno porte, classificados preferencialmente como Categoria C, segundo o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro. Além disso, o projecto não vai financiar subprojectos que resultem em:

1. Geração de impactos ambientais adversos significativos e de caráter sensível, diverso ou sem precedentes, e que possam afetar uma área mais extensa do que os locais ou instalações onde ocorrem as atividades físicas, (Subprojectos classificados como Categoria A pela Política Operacional OP 4.01 do Banco Mundial);

2. Conversão ou degradação substancial dos habitats naturais essenciais, compreendendo com tal, florestas e demais fitofissionomias nativas, habitats protegidos, habitats oficialmente propostos para protecção, e habitats de alto valor de conservação. Como definido na Política Operacional sobre Habitats Naturais OP/BP 4.04 do Banco Mundial;

3. Impactos adversos sobre os recursos culturais físicos, incluindo árvores ou locais sagrados, túmulos ou áreas de valor arqueológico. Como definido na Política Operacional sobre Recursos Culturais Físicos OP/BP 4.11 do Banco Mundial;

4. Atividades que requeiram o uso de produtos químicos para controle de pragas, como definido na Política Operacional sobre Gestão de Pragas OP/BP 4.09 do Banco Mundial;

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5. Obras em rio classificado como Canal Internacional ou seu afluente, como definido na Política Operacional sobre Bacias Internacionais OP/BP 7.50 do Banco Mundial;

6. Reassentamento involuntário definitivo de pessoas, e/ou perda definitiva de meios de vida (com a excepção da perda de pequenos cultivos ou árvores de fruto, e/ou cessação temporária de actividades econômicas);

7. Actividades que envolvam formas prejudiciais ou exploratórias de trabalho forçado/trabalho infantil23;

8. Actividades que envolvam atividades de risco para os trabalhadores, incluindo, entre outras, trabalhos com instalações elétricas de qualquer natureza, trabalho em local confinado, trabalho em área molhada (alagada), trabalho que exponha os trabalhadores ao contacto com material contaminado; escavações com profundidade superior a 1 (um) metro, e actividades executadas acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.

9. Actividades que requeiram o manuseio, armazenagem e transporte de produtos químicos perigosos, ou uso em escala comercial de produtos químicos perigosos, incluindo pesticidas. Os produtos químicos perigosos incluem a gasolina, querosene e outros produtos petrolíferos.

Entre as tipologias de projectos não elegíveis, cabe destacar:

Obras de barragens (e reservatórios), de qualquer porte;

Aterros sanitários, “lixeiras”, de qualquer porte;

Aterros de resíduos perigosos;

Construção e manutenção de grandes sistemas de irrigação e drenagem;

Obras de macro drenagem de maior porte, visando controlo de inundação, incluindo canalização de rios e riachos, perenes e/ou intermitentes;

Sistemas de geração de energia elétrica;

Obras que requeiram aterros sobre habitats protegidos, e/ou corpos hídricos;

Abertura de novas estradas;

Obras de infraestrutura para parcelamento urbano, (implantação de novos bairros);

Implantação de projectos industriais;

Implantação de projectos mineiros;

Obras diversas de infraestrutura portuária;

Construção e manutenção de sistemas de esgoto;

Obras que impliquem necessidade de desvio de algum curso de água;

Aquacultura e maricultura (em grande escala);

Projectos florestais;

Projectos agrícolas;

Projectos de transmissão energética, electrificação rural; 8.5 Preparação da AAS Após a triagem inicial a nível distrital e municipal, os subprojectos que poderiam ser considerados como de Categoria A+ ou A serão rejeitados ou considerados não elegíveis. Os subprojectos considerados como de Categoria B ou C serão submetidos à DPTADER, com a respectiva ficha de

23Trabalho infantil perigoso significa o emprego de crianças que é economicamente exploratório, ou é provável de ser

perigoso ou de interferir com a educação da criança, ou ser perigoso para a saúde da criança ou para o desenvolvimento

físico, mental, espiritual, moral ou social

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informação ambiental preliminar. Na DPTADER, os subprojectos terão uma segunda triagem, a oficial do governo, e será confirmada/atribuída a categoria ambiental e social. Se os subprojectos forem considerados de Categoria C, serão isentos de avaliação ambiental e social adicional, e estarão prontos para iniciar a implementação mediante aprovação pela DPTADER de regras básicas de boa gestão ambiental. No caso de subprojectos da Categoria B, é necessário um estudo ambiental simplificado (EAS). O EAS deve ser desenvolvido por um consultor24 devidamente autorizado, com base nos Termos de Referência (TDR), que são desenvolvidos pelo proponente, revistos pelo Banco Mundial e aprovados pela DPTDER. Os TDR devem levar em conta os potenciais impactos identificados no processo de triagem, e devem garantir o conteúdo mínimo conforme descrito no capítulo 4 acima. 8.6 Reassentamento Involuntário Não se prevê o reassentamento físico como resultado das actividades do subprojecto. No entanto, se houver restrições no acesso ou no uso da terra como resultado das actividades do subprojecto, pode ser necessário o desenvolvimento de um Plano de Acção de Reassentamento (PAR) abreviado. Portanto, um Quadro de Política de Reassentamento (QPR) foi elaborado pelo INAS.

8.7 Participação e Consulta Pública Nos termos do Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, a participação e consulta pública para os projectos de Categoria B é obrigatória. Portanto, para este projecto, considerando igualmente as políticas de salvaguardas do Banco Mundial, todas as AA também irão incluir um relatório sobre como a participação e consulta do público foi levada em conta. Essas consultas terão lugar especificamente para cada subprojecto como requerido. A participação do pública inclui um evento de consulta pública, que precisa de ser organizado pelo proponente do subprojecto com pelo menos 15 dias de antecedência. O processo implica a divulgação das informações sobre o subprojecto, permitindo que as partes interessadas forneçam comentários e sugestões. O relatório do EAS irá indicar a forma como os comentários e sugestões das partes interessadas foram tomadas em conta no processo de decisão. No âmbito do FI os distritos e conselhos municipais estiveram activamente envolvidos no processo de consulta, para ajudar a participação dos seus cidadãos. No âmbito do FA2, as consultas duas áreas selecionadas em cada uma das províncias poderá acolher reuniões de consulta pública para informar os potenciais beneficiários sobre o projecto e deles colher as suas opiniões relativamente aos riscos e impactos associados a estes. Contudo, dado o carácter de emergência (reconstrução pós-desastre) do projecto as consultas públicas poderão diferidas no imediato, e só deverão ter lugar até pelo menos até ao fim do primeiro quarto da implementação do projecto. 8.8 Revisão e Aprovação O INAS irá receber e analisar as propostas de subprojectos, os quais já terão uma declaração de isenção (categoria C) ou uma licença ambiental (categoria B). O INAS irá assegurar que os requisitos ambientais e sociais estejam devidamente incluídos nos documentos do concurso, como parte dos mecanismos de mitigação.

24ESIAs e EAS devem ser levadas a cabo por consultores que foram previamente autorizados pelo MITADER, de acordo

com o Decreto 54/2015

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8.9 Divulgação da Informação do Subprojecto De acordo com as diretrizes do Banco Mundial, antes que um subprojecto seja aprovado, os documentos aplicáveis (EIAS, PGAS e / ou PAR) devem ser disponibilizados para análise pública em um local acessível à população local (ex. DINAB / DPTADER / Município / SDPI, etc), num formato e linguagem de fácil entendimento. Devem igualmente ser transmitidos ao Banco Mundial para divulgação no InfoShop. 8.10. Relatórios Anuais de Monitoria e Revisão O monitoramento da conformidade da implementação do projecto com as medidas de mitigação estabelecidas nos PGAS e/ou PAR será realizado pelo INAS, com assistência das autoridades municipais e distritais responsáveis pela implementação do projecto de Protecção Social para Moçambique. As autoridades distritais e municipais devem supervisionar as atividades de monitoramento e devem informar anualmente sobre as atividades dos subprojectos durante o ano anterior. Um relatório de monitoramento anual elaborado pelo INAS em coordenação com os municípios e distritos deve ser submetido ao Banco Mundial. O monitoramento de conformidade inclui a análise no local de atividades para verificar se as medidas identificadas no PGAS e / ou PAR estão sendo implementadas. Este tipo de monitorização é semelhante às tarefas normais de um engenheiro de supervisão cuja tarefa é garantir que o empreiteiro está a atingir os padrões exigidos e a qualidade do trabalho. O MITADER, através das DPTADER e DNAB (ou um consultor) terá a responsabilidade de realizar a inspeção ambiental. Um relatório de inspeção anual deve ser submetido (juntamente com o relatório de monitoramento) ao Banco Mundial para revisão e aprovação. As revisões anuais podem ser realizadas por um consultor local independente, uma ONG ou outro prestador de serviços que não esteja envolvido na implementação do projecto de Protecção Social para Moçambique. A revisão anual deve avaliar o relatório anual de monitoramento das autoridades municipais e distritais e o relatório anual de inspeção da DPTADER / DNAB. O objetivo das revisões anuais é: i) avaliar o cumprimento dos procedimentos do QGAS, tirar lições aprendidas e melhorar o desempenho da implementação do QGAS no futuro; ii) avaliar a ocorrência de potenciais impactos cumulativos de atividades financiadas pelo projecto e outras atividades de desenvolvimento. 8.11 Monitoria e Avaliação Durante a implementação dos trabalhos públicos, o INAS será encarregado de monitorar e assegurar que o agente de execução do subprojecto elabore correctamente e submeta os relatórios sobre o cumprimento do PGAS à DPTADER. Embora os indicadores do PGAS serão seguidos, é uma boa prática para DPTADER verificar:

1. Deposição de poeira e emissões relacionadas com os materiais e resíduos de construção; 2. Os resíduos de construção devem ser sempre removidos imediatamente (isto é,

diariamente) e devidamente eliminados; 3. Os materiais e resíduos devem sempre ser cobertos para evitar a dispersão de partículas; 4. Número de acidentes de trabalho e acidentes de terceiros dentro ou perto das áreas de

obras; 5. Descargas de águas residuais; 6. Gestão, armazenamento e derrames de combustíveis e óleos;

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7. A qualidade da água em corpos de água nas proximidades; 8. Os níveis de ruído e horários de trabalho das máquinas; 9. Mecanismos de transporte de máquinas; 10. Número e tipo de reclamações; 11. Cruzamentos e caminhos de pedestres; 12. A gestão do tráfego; 13. O bloqueio de acesso a casas e empresas; 14. Locais de empréstimo de materiais; 15. Acampamentos e planos de contingência; 16. Remoção, gestão e compensação de áreas verdes e plantas; 17. Comunicações e consultas com a comunidade local;

8.12 Organização Institucional A seguir está uma tabela que apresenta os diferentes passos da AA e as respectivas entidades responsáveis. O proponente do subprojecto refere ao Distrital ou Conselho Municipal. Tabela 11: Esquema da organização organizacional

Actividades Distrito/Município

INAS DPTADER MITADER (CTAS)

Banco Mundial

1 Elaboração de Proposta, incluindo FIAP

2 Triagem ambiental e social (incluindo o uso da lista de exclusão)

3 Envio de FIAP e proposta de subprojecto à DPTADER (DCPA)

4 Pré-avaliação e atribuição de categoria ambiental (A+, A, B, C) e detalhe dos instrumentos de salvaguardas a serem preparados

5 Declaração de Isenção (Categoria C)

6 Desenvolvimento de TDR (Categoria B)

7 Aprovação de TDR (por DPTADER e Banco Mundial)

8 Elaboração EAS (incluindo PGAS) e consulta e participação pública

9 Plano de Reassentamento (só deslocamento econômico)

1

3

4

2 2 2

5b

6

7

Categoria B

Categoria C 5a

Reassentamento

7

8a 8a

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8.13 Formação e Capacitação No geral, a implementação das salvaguardas sociais e ambientais tem feito algum progresso com a contratação de um especialista em salvaguardas, bem como a alocação de três funcionários da INA para apoiar o nível nacional especializado. Recentemente, foi realizado um treinamento de salvaguardas para o pessoal do nível provincial, com o objetivo de criar a capacidade de implementação e gestão de salvaguardas locais. Apesar disso, a implementação de salvaguardas para o FA2 é uma oportunidade para fortalecer ainda mais as salvaguardas e abordar os aspectos operacionais relacionados à adesão / conformidade e coordenação com outras agências governamentais nos níveis provincial e distrital, garantindo a participação e o envolvimento dos beneficiários na implementação e gestão do projecto. Mais importante, o FA2 deve considerar fortemente a contratação de pessoal (Um Especialista Júnior) dedicado, devido ao aumento da vulnerabilidade nas áreas afectadas de Idai. Ao mesmo tempo, o Especialista se encarregará de capacitar o INAS ao nível das províncias abrangidas pelo FA2, e instituir sistemas previsíveis de gestão e implementação de salvaguardas. Ao contrário do FI e FA1, o FA2, dado que prevê a utilização / contratação de agências terceiras para prestar serviços de pagamentos, será importante assegurar que existe capacidade nestas organizações para implementar questões de salvaguardas, sobretudo as questões relativas a Violência Baseada e implementação de um Mecanismo de Gestão de Queixas e Reclamações.

10 Plano de Reassentamento (deslocamento físico)

11 Aprovação de Licença

Ambiental (Categoria B)

12 Implementação PGAS

M&E

11 11

10

8b 8b

9 9

8b

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9. MECANISMO DE QUEIXAS E RECLAMAÇÕES Gestão de casos e Reclamações refere-se a todo processo de assistência aos beneficiários e membros da comunidade, estabelecendo as regras para receber, avaliar e tomar decisões sobre queixas reclamações que vierem a ser recebidas no âmbito do PASP e PASD. O INAS criou um Mecanismo de Gestão de Casos, onde o beneficiário pode apresentar suas preocupações e obter respostas rápidas dentro da sua própria comunidade. O mecanismo é uma ferramenta informática ligada a um dispositivo móvel onde as famílias e indivíduos mais vulneráveis na comunidade podem apresentar suas (preocupações) queixas e reclamações que imediatamente serão encaminhadas aos INAS e por sua vez obterá respostas a curto prazo sem que o beneficiário se desloque ao INAS. Pretende-se com esta ferramenta, criar um ambiente suporte às famílias e membros da comunidade, assegurar que todas as reclamações recebidas são tratadas de forma justa e transparente, com confidencialidade no que se refere ao reclamante e ao objecto da reclamação. As queixas podem ser apresentadas as Portas de Entrada que são intervenientes comunitários responsáveis pela recepção de reclamações. As Portas de Entrada serão definidas por cada Delegação segundo a disponibilidade destes actores em cada comunidade, e os diferentes contextos locais, poderão ser apresentadas igualmente aos técnicos do INAS (central e delegações), Prestador de Serviços de Pagamento, Permanentes e líderes comunitários. As manifestações podem ser apresentadas oralmente (Gravação de voz), carta (por escrito), nas reuniões comunitárias e as portas de entrada ou outra pessoa competente que fará o registo através de formulário. Podem reclamar sobre os seguintes aspectos: Acesso inclusivo aos serviços do projecto (não discriminação); exposição à poluição; falta de remoção e exposição aos resíduos retirados durante as actividades; processo de compensação/reclamações; impactos sobre benfeitorias das comunidades (machambas, árvores, infra-estruturas); interferência com as actividades comunitárias (usos culturais, recreação, relação com os trabalhadores, pressão sobre os serviços locais); falta de comunicações e consultas com a comunidade local; condições de higiene e saúde dos beneficiários, entre outros. As decisões sobre a reparação das reclamações deverão ser atempadas e serem comunicadas sistematicamente com prazos indicados a todos os níveis e estruturas o mais célere possível. Todo este processo de gestão de casos e reclamações detalhado, pode ser consultado no Manual referente produzido pelo INAS para os programas

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Figura 8: Fluxograma de tratamento de reclamações

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10. ORÇAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO DO QGAS O custo do projecto teve em conta fundos necessários para a implementação de actividades relacionadas com a aplicação das ferramentas de salvaguardas (gestão ambiental e social), incluindo reforço de capacidade. O custo total do FI e FA1 para a implementação do QGAS de 2013 a 2020 é de 1.672.567,63 dólares. Tabela 12: Orçamento estimado- FI e FA1

Item Valor estimado (USD)

Assistência técnica 70.819,68

Preparação e implementação de QGAS 10.000

Divulgação 10.000

Formação e capacitação 12.000

Supervisão 35.000

Equipamento de protecção zona rural 1.358.289,23

Zona urbana 176.462,40

Total 1.672.567,63

O orçamento descrito acima não foi alocado nos termos propostos, sendo a maior das questões o orçamento para formação e capacitação, equipamento de protecção e supervisão. A assistência técnica será necessária para a concepção de instrumentos de gestão e implementação de salvaguardas, incluindo manuais de formação, concepção, Divulgação e Implementação do Mecanismo de Queixas e Reclamações. Sendo assim, o orçamento proposto para o FA2 para implementação de salvaguardas é de 890 000 USD. Tabela 13: Resumo do Orçamento para salvaguardas ambientais e sociais do FA 2

Ord Item

Valor estimado (USD) FA2

1 Assistência técnica 35.000

2 Preparação e implementação de QGAS 5.000

3 Divulgação 5.000

4 Formação e capacitação 35,000

5 Supervisão 20,000

6 Concepção, Divulgação e Implementação do Mecanismo de queixas e Reclamações

40.0000

7 Equipamento de protecção 750.000

Total 890 000

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BIBLIOGRAFIA National Report on Implementation of the Convention on Biological Diversity in Mozambique, REPUBLIC OF MOZAMBIQUE, Ministry for the Coordination of Environmental Affairs Maputo, June 2009 Mozambique’s Infrastructure. A Continental Perspective, Carolina Domínguez-Torres Cecilia Briceño-Garmendia. The World Bank, Africa Region, Sustainable Development Unit September 2011 Mozambique Biodiversity and Tropical Forests 118/119 Assessment, USAID September 2008 Cities and Climate Change Project, Environmental and Social Management Framework (ESMF) Republic of Mozambique, Ministry of State Administration (MAE) Administration of Water and Sanitation Infrastructure (AIAS) October 2011 Sustainable Irrigation Development Project (PROIRRI), Environmental and Social Management Framework. Republic of Mozambique, Ministry of Agriculture (ESMF). Final Report. Natasha Ribeiro and Aniceto Chaúque Maputo, October 2010 Environmental And Social Management Framework Update Municipality of Maputo, Municipal Council Maputo Municipal Development Program Mozambique Phase Ii Involuntary Resettlement Sourcebook Planning and Implementation in Development Projects 2004 The International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 World Bank Environmental and Social Safeguards Internet: www.worldbank.org Environmental Assessment Sourcebook and Updates Internet: www.worldbank.org Environmental, Health, and Safety Guidelines Internet: www.worldbank.org Roads and the Environment Handbook, 1997 Internet: www.worldbank.org

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ANEXO I – Formulário de Triagem Ambiental e Social 1 NOME DA ACTIVIDADE PROPOSTA: _________________________________ ______________________________________________________________ 2 TIPO DE ACTIVIDADE:

Nova

Reabilitação/Manutenção

Expansão

3 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE: Conselho Municipal ………………….. Distrito……………………………………………… 4 ENDEREÇO/PESSOA DE

CONTACTO__________________________________________________________________________________________________________________________________________

5 LOCAL DA ACTIVIDADE: Cidade: . Distrito Municipal no:_____ Bairro (s): ______________________________________________________ Coordenadas do local do serviço: _____________________________________ (Mapa anexado com a localização da actividade) . 6 ZONAMENTO:

Zona Residencial

Industrial

Serviços

Verde

Área urbana

Área suburbana

Assentamento informal

7 DESCRIÇÃO DO SUB-PROJECTO:

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7.10 Objectivo: 7.11 Obras envolvidas: Breve descrição das obras do projecto (mencionar os materiais a serem usados, tecnologias de construção e operação) 7.12 Duração: Duração estimada da fase de construção do projecto: ___ ____ dias/meses 7.13 Tipo, fonte e quantidade de matéria-prima a ser usada: 7.14 Produtos químicos a serem usados: 7.15 Fonte de água e abastecimento de energia:

AdeM Furo Camião cisterna

EDM Gerador

7.16 Fonte e quantidade de combustível e lubrificantes a serem usados: 8 ALTERNATIVAS DE LOCALIZAÇÃO: 9 BREVE INFORMAÇÃO SOBRE OS ASPECTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO LOCAL E ÁREAS

CIRCUNVIZINHAS: 9.1 Características físicas da área da obra:

Planície costeira

Inclinação íngreme

Área alta

Área baixa

9.2 Sustentabilidade ambiental e social da área:

Área do Site Área a redor

Área propensa a inundações

Cursos de água

Erosão aparente

Mangal, vegetação da duna ou pantanal

9.3 Uso da terra 10 Uso da terra no local e área circundante

Área do Site Área a redor

Residencial

Comércio e Serviços

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Área do Site Área a redor

Indústria

Agricultura

Laser&desportos

Escola

Centro de Saúde

Património ou local sagrado

Outro:

11 Uso da terra de acordo com o instrumento de planificação da cidade: 12 Principais infra-estruturas existentes na área circunvizinha:

Escola

Posto de Saúde

Rede de abastecimento de água/pontos de água

Rede de esgotos

Rede de drenagem

Estrada pavimentada

Electricidade

Telecomunicações

Outro:

13 Subprojectos não elegíveis 13.1 Lista de Exclusão Será que o subprojecto se enquadra em qualquer uma das categorias listadas abaixo? Marque com X se sim.

Geração de impactos ambientais adversos significativos e de caráter sensível, diverso ou sem precedentes, e que possam afectar uma área mais extensa do que os locais ou instalações onde ocorrem as atividades físicas, (Subprojectos classificados como Categoria A pela Política Operacional sobre Avaliação Ambiental OP/BP 4.01 do Banco);

Conversão ou degradação substancial dos habitats naturais essenciais, compreendendo com tal, florestas e demais fitofissionomias nativas, habitats protegidos, habitats oficialmente propostos para protecção, e habitats de alto valor de conservação. Como definido na Política Operacional sobre Habitats Naturais OP/BP 4.04 do Banco Mundial;

Impactos adversos sobre os recursos culturais físicos, incluindo árvores ou locais sagrados, túmulos ou áreas de valor arqueológico. Como definido na Política Operacional sobre Recursos Culturais Físicos OP/BP 4.11 do Banco Mundial;

Atividades que requeiram o uso de produtos químicos para controle de pragas, como definido na Política Operacional sobre Gestão de Pragas OP/BP 4.09 do Banco Mundial;

Obras em rio classificado como Canal Internacional ou seu afluente, como definido na Política Operacional sobre Bacias Internacionais OP/BP 7.50 do Banco Mundial;

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Reassentamento involuntário definitivo de pessoas, e/ou perda definitiva de meios de vida (com a excepção da perda de pequenos cultivos ou árvores de fruto, e/ou cessação temporária de actividades econômicas);

As actividades relacionadas à produção ou actividades que envolvam formas prejudiciais ou exploratórias de trabalho forçado/trabalho infantil perigoso;

Actividades que envolvam atividades de risco para os trabalhadores, incluindo, entre outras, trabalhos com instalações elétricas de qualquer natureza, trabalho em local confinado, trabalho em área molhada (alagada), trabalho que exponha os trabalhadores ao contato com material contaminado; escavações com profundidade superior a 1 (um) metro, e atividades executadas acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda.

o Atividades que requeiram o manuseio, produção, comércio, armazenagem e ou transporte de

volumes significativos de produtos químicos perigosos, ou uso em escala comercial de produtos químicos perigosos, incluindo pesticidas. Os produtos químicos perigosos incluem a gasolina, querosene e outros produtos petrolíferos.

o Produção ou actividades que incidem sobre as terras de propriedade ou reivindicadas judicialmente, sem o consentimento documentado completo de tais povos.

o Obras de barragens (e reservatórios), de qualquer porte; o Aterros sanitários, “lixeiras”, de qualquer porte; o Aterros de resíduos perigosos; o Construção de sistemas de irrigação e drenagem; o Obras de macro drenagem de maior porte, visando controlo de inundação, incluindo canalização

de rios e riachos, perenes e/ou intermitentes; o Sistemas de geração de energia elétrica; o Obras que requeiram aterros sobre habitats protegidos, e/ou corpos hídricos; o Aberturas de novas estradas; o Obras de infraestrutura para parcelamento urbano, (implantação de novos bairros); o Implantação de projetos industriais; o Implantação de projetos mineiros; o Obras diversas de infraestrutura portuária; o Construção de sistemas de esgoto; o Obras que impliquem necessidade de desvio de algum curso de água; o Aquicultura e maricultura (em grande escala); o Projectos florestais; o Projectos agrícolas; o Projectos de transmissão energética, electrificação rural; NOTA: Se alguma das categorias acima é marcada, a actividade do subprojecto não é elegível ao financiamento ao abrigo do Projecto. 13.2 Subprojecto ambientalmente e socialmente sensível (Categoria A) Por favor, indicar se as actividades do projecto recaem sobre os tipos de subprojectos abaixo. Marcar com uma X caso recaiam. Pode ser marcado mais de um.\

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Tipo de Subprojecto Sensível Ambientalmente25 Sim

INFRA-ESTRUCTURA

i. Todas as actividades que implicam reassentamento populacional;

ii. Todas as estradas principais fora de zonas urbanas;

iii. Pontes rodoviárias e ferroviárias de mais de 100 metros de extensão;

iv. Condutas de água de mais de 0.5 m de diâmetro e com mais de 10 km comprimento;

v. Barragens e açudes com uma área inundada equivalente ou superior a 5 ha;

vi. Aterros sanitários com capacidade para mais de 150.000 habitantes;

vii. Barragens e represas com albufeiras de área inundável equivalente ou maior que 5ha

DESMATAMENTO

viii. Desbravamento, parcelamento e exploração de cobertura vegetal nativa com áreas individuais ou cumulativas superiores a 100 ha;

ix. Todas as actividades de desflorestamento com mais de 50 ha; reflorestação e florestação de mais de 250 ha

AGRICULTURA

x. Actividades de parcelamento para agricultura de mais de 350ha com regadio e de 1,000 ha sem regadio;

xi. Reconversão de terra agrícola para fins comerciais, industriais ou urbanísticos;

xii. Reconversão de áreas equivalentes ou de mais de 100 ha de terra agrícola sem cultivo há mais de 5 anos para a agricultura intensiva;

xiii. Introdução de novas culturas e espécies exóticas;

xiv. Sistemas de irrigação para áreas com mais de 350ha.

ENERGIA

xv. Armazenamento de combustíveis líquidos, ou sólidos à superfície;

xv. Indústrias de fabrico de briquetes, hulha e lenhite com capacidade de produção igual ou superior a 150 ton/dia

xvi. Linhas de transmissão e distribuição de energia a partir de 60 kV

TRATAMENTO DA ÁGUA

xvii. Armazenamento, transporte, tratamento e deposição de resíduos hospitalares, de unidades sanitárias de nível central, geral, provincial, distrital e clínicas com serviços de maternidade e cirurgia geral

xviii. Instalações de tratamento de águas se esgotos/residuais com capacidade superior a 150000 habitantes

NOTA: Se alguma das categorias acima é marcada, a actividade do subprojecto não é elegível para financiamento do projecto. 13.3 Sítios Ambientalmente e Socialmente sensíveis (Categoria A) Por favor indique se as actividades do subprojecto recaem sob qualquer das áreas sensíveis abaixo. Marque com uma X se sim. Pode ser marcado mais de 1 tipo.

25Como classificado no Decreto 45/2004

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Áreas Ambientalmente Sensíveis26 Sim

i. Pequenas ilhas

ii. Zonas de erosão eminentes

iii. Zonas expostas à desertificação

iv. Zonas de valor arqueológicos

v. Local histórico e cultural a preservar

vi. Áreas de protecção de nascentes e mananciais de abastecimento;

vii. Reservatórios de água subterrânea

viii. Regiões sujeitas a níveis alto de desenvolvimento ou onde existam conflitos na distribuição e uso de recursos naturais

xix. Áreas ao longo de cursos de água ou áreas usadas como fonte de abastecimento de água para o consumo das comunidades

x. Zonas contendo recursos de valor como por exemplo aquáticos, minerais, plantas medicinais, etc

xi. Zonas propensas a calamidades naturais

NOTA: Se alguma das categorias acima é marcada, a actividade do subprojecto não é elegível para financiamento do projecto 14 Categoria do subprojecto Triagem para verificar se o subprojecto é categoria C ou B, em acordo com Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro. Categoria B – Requer Não Objecção da equipe de salvaguardas do Banco. Categoria C- Autorização do projeto diretamente pela equipe de salvaguardas do cliente (INAS).

6 -CATEGORIZAÇÃO DOS SUBPROJECTOS

A ser preenchido pela equipe de salvaguardas do INAS

OP4.01

Categoria A O subprojecto provavelmente terá impactos ambientais e sociais adversos significativos sensível, diversificada (abrangente) ou sem precedentes.

Este projecto não pode ser financiado. Ilegível a proposta do subprojecto ou fazer recomendações para melhoria para reduzir o âmbito do subprojecto e o risco para uma Categoria B.

Categoria B O subprojecto tem impactos ambientais adversos em potencial em populações humanas ou áreas ambientalmente importantes - incluindo zonas húmidas, florestas, pastagens e outros habitats naturais - são menos adversas do que as dos projetos da Categoria A. Esses impactos são específicos do local, poucos, se algum deles, são irreversíveis; e na maioria dos casos, medidas de mitigação podem ser planejadas mais prontamente do que para projetos de Categoria A.

26 Classificação do Decreto 54/2015

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Categoria C O subprojecto tem impactos ambientais ou sociais relacionados à construção e à operação insignificantes.

CATEGORIZAÇÃO INDICATIVA DE ACORDO COM O EIAR (DECRETO N.º 54/2015) - A CONFIRMAR PELA (DPTADER)

Categoria A e A + O subprojecto tem pelo menos uma atividade na lista de Categoria A ou A + que pode ter impactos ambientais ou

sociais potencialmente significativos, significativos em âmbito nacional ou em grande escala. Este projecto não pode ser financiado. Declinar a proposta do subprojecto ou fazer recomendações para melhoria para

reduzir o âmbito do subprojecto e o risco para uma Categoria B.

Categoria B O subprojecto tem pelo menos uma atividade na lista da Categoria B que pode ter impactos ambientais ou sociais potencialmente moderados.

Categoria C O subprojecto não tem nenhum impacto nas categorias A e B e provavelmente não terá ou terá pouco impacto

ambiental ou social, com os impactos positivos superando os impactos negativos. Tem atividades incluídas na lista da Categoria C

INSTRUMENTO DE SALVAGUARDA REQUERIDO

Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS). Os impactos potenciais requerem avaliação e medição específicas do projeto. Isso é necessário para qualquer subprojecto em que haja impactos significativos (conforme identificado na lista de verificação de triagem acima) e / ou a Atividade seja a Categoria A ou A +.

A natureza e a escala da avaliação e a mitigação do impacto estão relacionadas à natureza e escala do projeto e seus possíveis impactos. Todas as AIAS incluem um PGAS (marque a caixa abaixo):

Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) Todos os subprojectos com uma AIAS também exigem um PGAS. Um PGAS autônomo (sem uma AIAS) é necessário quando um subprojecto tem potenciais impactos adversos que não são significativos (conforme determinado na lista de verificação acima), mas requerem mitigação e gerenciamento. Em muitos casos, as medidas de mitigação são padronizadas e podem ser facilmente adaptadas para o subprojecto (estabelecimento do local de trabalho, limpeza e restauração da terra, controle de poeira, etc.);

Guia de Boas Práticas de Gestão Ambiental e Social (ESM GPG) Para subprojectos com impactos insignificantes ou baixos. Inclui medidas de mitigação padronizadas que podem ser prontamente adaptadas para o subprojecto

Acordo Comunitário e Plano de Ação (CA & AP)

O subprojecto causará restrições no acesso e uso de recursos naturais na área de conservação legalmente

designada ou afetará adversamente os meios de subsistência. (ver estrutura do processo)

Plano de Reassentamento (RP) abreviado ou Plano de Compensação (PC) se o subprojecto causar perdas menores de propriedade.

(Consulte o Quadro de Política de Reassentamento);

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAL (IAIAS) PREVISTO

Avaliação de Impactos Ambiental e Social Simplificada (AIASS) e Plano de Gestão Ambiental (PGAS)

A serem desenvolvido por um Consultor Ambiental Independente registado no MITADER como consultor

ambiental.

X

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Manual de Boas Práticas para a Gestão Ambiental e Social Inclui códigos de conduta a serem

aderidos pelo subprojecto durante as fases de construção e operação.

Nome: ____________________________ Título: ______________________________________

Assinatura: Data: _____/_____/_____

Contribuidores adicionais (quando aplicável)

Nome:_________________________________

Título:______________________________________

Nome:_________________________________ Título_________________________________

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ANEXO II - CONSULTAS E PARTICIPAÇÕES PÚBLICAS REALIZADAS NO AMBITO DA PREPARAÇÃO INICIAL DO QGAS E DO QPR Introdução Durante a preparação do projecto-mãe de protecção social foram mantidas diferentes consultas e foram feitas visitas de campo para a preparação dos documentos de salvaguardas sociais e ambientais. A visita de campo a Chicualacuala permitiu observar a tipologia de subprojectos potenciais para o programa e potenciais medidas de mitigação a serem propostas. Consultas foram mantidas em duas fases (Junho e Outubro, 2012) com representantes governamentais, parceiros de desenvolvimento, comunidades, sociedade civil e sector privado. Os contributos recebidos ao longo das consultas foram reflectido na versão final do Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS), tal como no Quadro de Política Reassentamento Involuntário (QPR). Visita de campo a Chicualacuala Uma visita de campo ao distrito de Chicualacuala foi organizada nos dias 11 a 13 de Junho de 2012. O objectivo de visita foi visitar alguns locais onde o projeto-piloto de trabalhos públicos estava sendo implementado e manter consultas com representantes governamentais e beneficiários. Ao longo da visita foram visitados projectos de reabilitação de estradas e se conseguiu apreciar o tipo de medidas de mitigação que poderiam aplicar a subprojectos semelhantes. Ao longo da visita foram feitas consultas com diferentes representantes governamentais, nomeadamente:

- O Delegado Provincial do Instituto Nacional de Acção Social - Técnicos provinciais do Instituto Nacional de Acção Social - Um técnico do Serviço Distrital de Saúde Mulher e Acção Social - O Director do Serviço Distrital de Actividades Económicas - O Director do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas - O Técnico de gestão Ambiental do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas - O Director do Serviço Distrital de Educação - O Secretario Permanente Distrital - Dois Chefes de Postos Administrativos do Distrito de Chicualacuala

Principais assuntos discutidos: Os principais comentários recebidos durante a visita estiveram relacionados com o tipo de subprojectos a desenvolver, e tiveram como objectivo orientar a equipa de preparação dos marcos e ao Banco Mundial com relação as diferentes actividades potenciais a executar, e com relação aos potenciais impactos ambientais e sociais das intervenções. Em geral, os delegados e técnicos locais expressaram que os subprojectos previstos não têm grandes impactos ambientais negativos e, devido a pequena escala e ao uso intensivo de mão-de-obra dos subprojectos e consideram que, pela mesma razão, programa não irá financiar trabalhos que geram reassentamento involuntário. Expressaram seu parecer sobre a conveniência de ter a Gestão Ambiental, Planeamento e Infra-estruturas dentro do mesmo serviço distrital.

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Consultas publicas com representantes Governamentais: MICOA (actual MITADER), MGCAS, INAS, INGC e Município de Maputo Uma primeira versão do QGAS foi partilhada e discutida com representantes do MICOA (actual MITADER), MGCAS, INAS, INGC e do Município de Maputo. De forma mais específica o documento foi apresentado e discutido com os seguintes organismos:

- Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial (DINAPOT, actual Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento)

- Direcção de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA, actual DNAB) - Direcção de desenvolvimento de Zonas Áridas e Semiáridas (DARIDAS) - Direcção Nacional de Acção Social - Departamento de Programas de Desenvolvimento do INAS - Direcção Municipal de Acção Social de Maputo - Direcção Municipal de Salubridade e Cemitérios

O primeiro draft do documento foi apresentado no dia 11 de Junho. Com os contributos recebidos foi preparada uma segunda versão do documento que também foi partilhada com as mesmas instituições no mês de Outubro. Os comentários resultantes desta segunda consulta foram inseridos na versão final do documento. Comentários e considerações recebidas durante as reuniões de consulta: No caso das reuniões com pessoal das Direcções Municipais de Maputo, os comentários recebidos foram similares aos comentários em Chicualacuala, no sentido de prever impactos menores, considerando o nível ou escala reduzida das actividades, a natureza temporal dos subprojectos e o uso intensivo de mão-de-obra. Mencionaram a importância de ter políticas e programas pré-estabelecidos sobre segurança industrial e saúde ocupacional. Nas discussões com a Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental (DNAIA, actual DNAB) centraram-se sobre os instrumentos legais presentes no País, especialmente os requerimentos de licença ambiental. DNAIA (actual DNAB) recomendou utilizar os canais estabelecidos pela lei para a determinação da categoria dos subprojectos. Também recomendou usar as direcções provinciais de coordenação ambiental (DPCA actual DPTADER) para fortalecer o processo de pré-avaliação ambiental e social das actividades. No caso do INAS, as discussões versaram principalmente sobre a distribuição de responsabilidades institucionais, considerando o seu rol relativamente limitado, e considerando que os proponentes dos subprojectos são as municipalidades ou distritos, e os que tem a maior capacidade de fiscalização. Isto por quanto o vinculo legal dos beneficiários com os distritos e municípios será necessário para a administração de fundos. Consultas publicas com parceiros de desenvolvimento, sociedade civil e sector privado Uma oficina de consulta foi organizada no dia 24 de Outubro com representantes dos parceiros de desenvolvimento, sociedade civil e sector privado. A oficina teve uma alta participação e serviu para a divulgação do documento e para receber contribuições para a sua melhoria. O documento foi divulgado com antecedência para conseguir receber os comentários dos parceiros que não pudessem participar fisicamente da oficina. Os participantes virtuais e físicos das consultas foram:

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- O Programa Mundial para a Alimentação das Nações Unidas (PMA) - O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNICEF) - O Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF) - DFID - A Embaixada da Irlanda - CARE Moçambique - Habitáfrica - Solaráfrica

Similar ao caso das consultas com o Governo, tanto a nível central como provincial e municipal, as consultas com as ONGs serviram para contextualizar o tipo de projecto e os subprojectos a desenvolver. A ênfase do projecto é solucionar a pobreza a famílias que dependem grandemente dos ciclos de produtividade agrícola, e as actividades a desenvolver nos subprojectos são muito pequenos e intensivos em mão de obra. Os programas de Habitáfrica ou do PMA tem similaridade, e servem não só para assegurar a alimentação e sustento das famílias, mais também como uma forma de educar sobre formas de autoconstrução e sobre formas de organização comunitária.

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ANEXO III TERMOS DE REFERENCIA PRELIMINARES PARA EAS O proponente do subprojecto deve realizar as seguintes actividades para a elaboração de um Estudo Ambiental Simplificado. O estudo deve ser feito por um consultor devidamente acreditado pelo MITADER. Metodologia e recursos Este capitulo deve incluir uma descrição da metodologia e recursos a utilizar para o desenvolvimento do EAS e deve no mínimo incluir:

Metodologia para identificação e avaliação de impactos ambientais e sociais nas fases de construção, operação e fim do projecto (desativação)

Descrição do processo de participação pública

Identificação do proponente

Identificação da equipe responsável pela elaboração do EAS

Outra informação adicional necessária Conteúdo do EAS

Resumo não técnico O consultor deve apresentar a informação de maneira fácil de ser entendida

Localização e descrição da actividade Deve se ter clareza sobre as actividades a incluir dentro dos subprojectos, fazendo especial ênfase naquelas de construção, ou mobilização de materiais

Quadro legal para a actividade, incluindo a relação aos planos de uso da terra nas áreas de influência directa e indirecta O consultor deve ter clareza sobre a propriedade da terra, e sobre os planos de uso, com o fim de identificar impactos diretos e indiretos

Avaliação ambiental e social da actividade relacionada com a situação ambiental e social de referência A avaliação deve começar com a descrição da situação original ou linha de base, sobre a qual se descreve os impactos potenciais.

Identificação e avaliação de impactos ambientais O consultor deve identificar todos os impactos potenciais, nas áreas de influência directa e indirecta, tanto positivos como negativos, mostrando clareza perante as seguintes condições: duração, reversibilidade, abrangência dos impactos, possibilidade de mitigação, permanência, e possibilidade de serem cumulativos.

Plano de Gestão Ambiental e Social, incluindo a monitoria, programa de educação ambiental e planos de contingência. O consultor deve fornecer o Plano de Gestão Ambiental e Social, que deve permitir evitar ou mitigar todos os impactos potenciais do subprojecto. O PGAS será o instrumento principal de monitoramento e avaliação.

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Relatório sobre a participação de participação pública. Anexo IV - Formulário de Monitoria da Implementação de Salvaguardas Ambientais e Sociais

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1. DADOS DO SUBPROJECTO

Distrito:

Posto Administrativo

Município localidade:

Bairro:

Técnicos contactados

Actividades Desenvolvidas:

2- GESTÃO DE RESÍDUOS SOLIDOS

2.1. Verifica-se uma boa recolha de resíduos sólidos resultantes da implementação das actividades ? Sim ( ) Não ( ) _______________________________________________________________________________________ 2.2. Nos locais de actividades há um aterro, local adequado para deposição do lixo ou a um sistema de recolha? Sim ( ) Não ( )

3. EROSÃO DO SOLO E DESMORONAMENTO DE TERRA

Probabilidade ou ocorrência de erosão e desmoronamento devido as intempéries e actividades relacionadas com a execução das actividades. 3.1. Focos de Ocorrência de erosão e desmoronamento de terra? Sim ( ) Não ( )

3.2. Constata-se movimentação de terra, escavações e áreas degradadas referentes execução das actividades? Sim ( ) Não ( )

4. DESMATAMENTO, SUPRESSÃO VEGETAL E QUEIMADAS DESCONTROLADAS

Durante a limpeza da área respeitou-se a vegetação existente retirando apenas a vegetação que interfira directamente na abertura espaços para estrada vicinais e machambas. 4.1. Há retirada excessiva da vegetação para abertura de estradas vicinais (mais do que o estipulado na faixa de rodagem) ou ? Sim ( ) Não ( )

4.2. Há retirada excessiva da vegetação e queimada descontrolada para abertura de Machambas? Sim ( ) Não ( ).

5. DRENAGEM E ESCOAMENTO SUPERFICIAL

5.1. Verificou-se a probabilidade de ocorrência de alagamentos e de má drenagem das águas pluviais? Sim ( ) Não ( )

5.2. há trabalho de construção de valas de Drenagem ou outro tipo acção para facilitar o escoamento das águas pluviais? Sim ( ) Não ( )

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Anexo V. Especificações Técnicas para Aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ESPECIFICAÇÕES TECNICAS PARA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLECTIVA PARA O PASP

5.3. Risco de contaminação de águas superficiais e subterrâneas e solos por resíduos e/ou derrames ocasionais Sim ( ) Não ( )

6. BIODIVERSIDADE E AREAS PROTEGIDAS

6.1. existe a possibilidade do excessivo derrube de florestas para a prática da agricultura, ampliação de estradas, entre outras acções que provocam impactos sobre o meio ambiente, Sim ( ) Não ( )

7. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

7.1. Os trabalhadores utilizam os equipamentos de Protecção individual Sim ( ) Não ( )

Criadas todas as condições de higiene e segurança de trabalho no local da obra para os trabalhadores 7.2. Nos trabalhos públicos nas estradas urbanas existe proteção colectiva? Sim ( ) Não ( )__________

8.4. Estão criada as condições saneamento básico e disponibilidade de água para os beneficiários? Sim ( ) Não ( )_____________

8. ASPECTOS SOCIAIS

8.1. verifica-se impacto e perda de machambas das comunidades na execução das actividades Sim ( ) Não ( )_____________

8.2. verifica-se impacto e perda de arvores das comunidades Sim ( ) Não ( )_____________

9. DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS DA AVALIAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL

- licença de Isenção Ambiental emitido pelo DPTADER - Comprovativo da submissão do processo no DPTADER

ATENÇÃO: DOCUMENTOS POR ANEXAR:

1. Fotos dos Diversos problemas ambientais constatados e os aspectos positivos relevantes no distrito.

2. Em anexo poderá constar outras informações adicionais que não possam caber no formulário e também outros aspectos ambientais que não estão listados neste documento mas que possam ser detectadas durante a supervisão.

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OBJECTIVO- O presente documento tem por objetivo subsidiar a aquisição de Equipamento de Proteção Individual e Colectiva para uso dos beneficiários do PASP, envolvidos em actividades relacionadas com o Saneamento do meio público, nas zonas rurais e urbanas, abertura e manutenção de vias de acessos vicinais nas zonas rurais e abertura de campos para actividade agrícolas dentre elas, multiplicação de batata-doce e estacas de mandioca.

Item ESPECIFICAÇÃO OBJECTIVO

FIGURA ILUSTRATIVA ACTIVIDADE CORRESPONDENTE

OBSERVAÇÕES

01 Respirador purificador de ar com peça semifacial filtrante

Protege contra a inalação de poeiras e gases, evitando problemas respiratórios e náuseas decorrentes do odor proveniente do lixo e outras substancias.

- Produção de blocos de construção;

- limpeza de parques e espaços públicos - Recolha de resíduos sólidos

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Luvas de borracha

Utilizada quando existe contato com ácidos, álcalis, resíduos líquidos contaminados

- Reabilitação e limpeza de canais de drenagem; - Multiplicação de Ramas de batata doce - Reabilitação de pequenos canais de água

Deve ser utilizada em canais, ou limpeza executada pelas

laterais dos canais. Trabalhos no interior áreas molhadas não

serão permitidos.

Luvas de Couro ou Raspa

Utilizada contra os materiais que possam ferir o beneficiário, como cacos de vidro, agulhas, pregos,

- Produção de blocos de tijolos de adobe queimado de construção; - Limpeza nos mercados; - Reparação de pontecas -Reabilitação e manutenção de estradas; limpeza de parques e espaços públicos - Recolha de resíduos sólidos

Calçado de segurança tipo bota

impermeável, confecionada em

Serve para a protecção dos membros inferiores contra humidade,

Reabilitação e limpeza de canais de drenagem;

Deve ser utilizada nos canais, ou limpeza executada pelas

laterais dos canais.

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PVC, preta, cano longo.

resíduos líquidos e produtos químicos.

- Reabilitação de pequenos canais de água; - Multiplicação de ramas de batata doce

Trabalhos no interior áreas molhadas

(alagadas) não serão permitidos

Sapato de segurança preta, sem bico de aço, em napa ou tecido.

Serve para realizar actividades em áreas que, em geral, apresentem riscos de natureza leve, uniformizando e garantindo conforto e proteção aos pés do usuário.

- Produção de blocos de construção; -Reabilitação e limpeza de mercados; - Reparação de pontecas;

-Reabilitação e manutenção de

estradas; - limpeza de parques e espaços públicos - Recolha de resíduos

O colete de proteção com tecido combinado retro refletivo com material fluorescente,

fornece visibilidade tanto no uso diurno como no uso noturno

-Reabilitação de mercados; - Reparação de pontes;

-Reabilitação e manutenção de

estradas; - limpeza de parques e espacoes publicos.

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Bonés Proteção da cabeça do usuário contra os raios solares

- Reabilitação de edifícios comunitários, - Produção de blocos de construção; -Reabilitação E limpeza de mercados; - Reparação de pontecas

-Reabilitação e manutenção de

estradas; - limpeza de parques e espacoes publicos

Proteção Coletiva nas zonas Urbanas

Cones de sinalização

Proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Como exemplo para os serviços de limpeza urbana, utilizados na varredura de ruas, cujo objectivo é alertar os motoristas da presença de trabalhadores na rua

-Reabilitação e manutenção de

estradas; - limpeza de parques e espacoes publicos

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