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Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Laboratório de Física Experimental II
CALOR ESPECÍFICO
Introdução:
Equivalente em água do calorímetro
Equivalente em água de um corpo é a massa de água que, trocando a mesma
quantidade de calor que esse corpo, sofre a mesma variação de temperatura.
Sendo o calor especifico da água, 1 cal/g°C decorre que o equivalente em água de um
corpo é numericamente igual à sua capacidade térmica.
Se um corpo tem capacidade térmica igual a 30 cal/°C , o seu equivalente em água é
30g. Isso significa que o corpo, em questão, ou os 30g de água, ao receberem a mesma
quantidade de calor, sofrem a mesma variação de temperatura.
O instrumento que serve para medir a quantidade de calor é o calorímetro. Este é
constituído por um recipiente onde se coloca água; possui uma tampa que permite fechá-lo
perfeitamente; está isolado termicamente, o melhor possível, do ambiente exterior. Um
termômetro, que fica sempre imerso, assinala a temperatura da água contida no calorímetro.
O ideal seria que o aparelho não trocasse calor, de modo algum com o ambiente. Na
prática, porém, o isolamento do recipiente que contém a água apenas reduz a um mínimo a
troca de calor. Quando se emerge um corpo quente na água do calorímetro, ele aquece tanto a
água quanto o recipiente, a parte imersa do termômetro e a camada de material isolante
térmico em contato com o recipiente. Nota-se, assim, que nem todo o calor é utilizado para
aquecimento da água. Costuma-se imaginar, então, que tudo se passa como se houvesse um
pouco mais de água do que a realmente contida dentro do calorímetro. É possível, desse
modo, determinar uma quantidade de água ideal, equivalente àquela parte do calorímetro que
é aquecida. Para medir essa quantidade de calor cedida ao calorímetro, e então determinar seu
equivalente em água, o processo é simples: junta-se ao aparelho uma quantidade conhecida de
calor, vertendo-se, por exemplo, uma determinada massa de água a certa temperatura. Dessa
maneira, é fácil calcular de que quantidade deverá aumentar essa temperatura. O aumento
real, entretanto, será menor, pois o calor dissipa-se nas paredes do recipiente, do termômetro,
da camada de material isolante, etc.
Para conseguir boas medidas, é necessário homogeneizar a temperatura da água do
calorímetro, antes de ler o termômetro. Usa-se um agitador, uma pequena haste de vidro ou
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metal colocado dentro do calorímetro e cujo equivalente em água é avaliado juntamente com
os do termômetro e do recipiente.
Calor específico
Quando há troca de calor entre dois ou mais corpos ocorre variação de temperatura
de ambos (salvo o caso de um deles ser muito maior ou considerado como fonte de calor).
Este calor trocado pode ser expresso (em uma primeira aproximação e no caso de só haver
variação de temperatura) como:
Q = mcΔT
m = massa do corpo
c = calor específico do material
ΔT = variação de temperatura
A questão maior para se determinar o calor específico de um material é ter o
controle da quantidade de calor trocada entre os diferentes corpos quando se realiza
experimentos. Evidentemente que aproximações devem ser feitas, e é assim, por mais críticas
que possam ser feitas, que a ciência caminha.
Conforme já citado acima, o calorímetro é um equipamento utilizado para
isolar termicamente (não permitir troca de calor com o meio ambiente) uma substância a qual
desejamos estudar. Ao fornecermos calor a uma substância dentro do calorímetro, ambos
absorvem calor e embora este último não seja aquecido (não tenha igual variação de
temperatura) como a substância em estudo, damos um tratamento semelhante.
Qf = Qs + Qc
Qf = Calor fornecido
Qs = Calor absorvido pela substância = mcΔT
Qc = Calor absorvido pelo calorímetro = CΔT
Objetivo:
Determinar experimentalmente o calor específico de uma substância utilizando um
calorímetro.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Laboratório de Física Experimental II
Materiais Utilizados:
01 Calorímetro;
01 Termômetro;
01 Bécher;
01 Tripé;
01 Tela de Amianto;
01 Bico de Bunsen;
01 Fósforo;
01 Corpo de Prova;
01 Balança;
01 Proveta;
01 Linha;
Água.
Procedimentos
1ª parte – determinação do calor específico dos materiais (latão e ferro)
A fim de se calcular o calor específico dos materiais (latão e ferro), cuja massa era de
91,8g e 122,5g respectivamente, o materiaias foram deixados imerso em água a uma
temperatura de 100ºC, devido ao fato de que ambos entram em equilíbrio térmico. Para que
não houvesse perda de calor, a substância em teste foi colocada rapidamente no calorímetro,
juntamente com 250 g de água a uma temperatura de 100ºC. registrando, após alguns
minutos, a temperatura de equilíbrio do sistema. Agitou-se a água e após alguns minutos,
quando o sistema já se encontrava em equilíbrio térmico, mediu-se a temperatura final. Segue
dados referentes aos materiais colhidos no laboratório:
Dados colhidos:
LATÃO FERRO
M água 250g 250g
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Laboratório de Física Experimental II
M corpo 91,8g 122,5g
To água 25,5 ºC 24,5 ºC
To corpo 100 ºC 100 ºC
T equilíbrio 27 ºC 28,6 ºC
Resultados:
1ª parte – determinação do calor específico do latão
Utilizando a massa equivalente em água do calorímetro calculada, obteve-se o calor
específico do latão, conforme prescrito abaixo:
Qágua + Qcorpo = 0
m.c.ΔT (água) = - mcΔT (corpo)
250 . 1 . (27 - 25,5) = 91,8 . c . (27 – 100)
c latão = 0,056 cal/(g.ºC)
2ª parte – determinação do calor específico do ferro
Utilizando a massa equivalente em água do calorímetro calculada, obteve-se o calor
específico do ferro, conforme prescrito abaixo:
Qágua + Qcorpo = 0
m.c.ΔT (água) = - mcΔT (corpo)
250 . 1 . (28,6 - 24,5) = 122,5 . c . (28,6 – 100)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Laboratório de Física Experimental II
c ferro = 0,117 cal/(g.ºC)
Conclusão:
O calor específico calculado do latão (c = 0,056 ° C−1), com dados obtidos na aula
experimental, não se aproximou do valor encontrado na literatura, cujo valor é c = 0,092 °C−1.
A discrepância dos valores teórico e experimental ocorreu devido à imprecisão dos aparelhos
utilizados, à perda de calor do bastão de latão, o que influencia na variação de temperatura e
consequentemente no calor específico do bastão de latão.
Já na segunda parte da experiência, o calor específico calculado do ferro (c = 0,117
° C−1), com dados obtidos na aula experimental, se aproximou do valor encontrado na
literatura, cujo valor é c = 0,119° C−1. Neste caso quase não houve discrepância nos
resultados.