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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO ESTADO DA BAHIA SR-05 DIVISÃO DE OBTENÇÃO DE TERRAS E IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE ASSENTAMENTO RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MERCADOS DE TERRAS REGIÃO 15.2 (Santa Rita de Cássia, Cotegipe, Angical e Wanderley) DATA DA PESQUISA: Setembro de 2016 DATA APROVAÇÃO PELA CÂMARA TÉCNICA: / / DATA APROVAÇÃO PELO COMITÊ DE DECISÃO REGIONAL: / / 1

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MERCADOS DE TERRAS REGIÃO … · de terras e pode ser utilizada para qualificar e aumentar o caráter técnico na tomada de decisões no processo de obtenção,

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO ESTADO DA BAHIA SR-05

DIVISÃO DE OBTENÇÃO DE TERRAS E IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE ASSENTAMENTO

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MERCADOS DE TERRAS

REGIÃO 15.2 (Santa Rita de Cássia, Cotegipe, Angical e Wanderley)

DATA DA PESQUISA: Setembro de 2016

DATA APROVAÇÃO PELA CÂMARA TÉCNICA: / /

DATA APROVAÇÃO PELO COMITÊ DE DECISÃO REGIONAL: / /

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Sumário1.INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

2.DESCRIÇÃO E DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DOS MERCADOS REGIONAIS DE TERRAS – MRT..............................................................................................................3

3.ANÁLISE DOS MERCADOS REGIONAIS DE TERRAS - MRT....................................4 3.1 Nome do Mercado Regional de Terras......................................................................4

Figura 1-Regiões de Preços de Terras, Zona 15 e subzona 15.1..............................4 3.2 Abrangência geográfica.............................................................................................5

Figura 2-Regiões Rurais da Bahia e região de abrangência da pesquisa.............5 3.3 Histórico da ocupação do Mercado Regional de Terra-MRT...................................5

3.4 Recursos naturais.......................................................................................................6Figura 3-Localização da região de abrangência da pesquisa em relação às bacias hidrográficas do estado da Bahia...........................................................................7Figura 4-Classes de solos mais frequentes na região de abrangência da pesquisa de mercado................................................................................................................8

3.5 Áreas legalmente protegidas.....................................................................................8Figura 5-Unidade de Conservação localizada na região de abrangência da pesquisa de mercado................................................................................................................8

3.6 Infraestruturas.............................................................................................................9Figura 6-Principais rodovias ferrovias na área de pesquisa.......................................9

3.7 Áreas Especiais..........................................................................................................9 3.7.1 Projetos de assentamento de reforma agrária.........................................................9

Tabela 1.Os municípios em questão destacam-se na região por ter diversos projetos;.......................................................................................................................................10

3.7.2 Áreas indígenas..................................................................................................................10Tabela 2.Municípios com aldeias indígenas...................................................................10

3.8 Principais atividades agropecuárias no MRT.........................................................10Tabela 3.Informações dos principais produtos das lavouras da região de abrangência da pesquisa em 2014...................................................................................10Tabela 4.Efetivo pecuário da região de abrangência da pesquisa em 2014.....11

3.9 Apresentação e análise dos resultados..................................................................11 3.9.1 Enquadramento dos dados de mercado nas tipologias de uso observadas............................................................................................................................................................... 11 3.9.2 Planilha de Preços Referenciais....................................................................................12

3.9.2.1 Elementos Expurgados da amostra...................................................................13Figura 7-Planilha de Preço Referencial Sub-Região 15.1.........................................14

4.EQUIPE RESPONSÁVEL...........................................................................................15

5.BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................16

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1.INTRODUÇÃO

A necessidade de adoção de instrumentos de caráter técnico nas tomadas de decisões de gestores, bem como subsidiar e qualificar a ação dos técnicos na execução dos procedimentos de Obtenção de Terra pelo INCRA foi criada a Planilha de Preços Referenciais – PPR. Esta planilha foi instituída no INCRA como um instrumento integrante de um conjunto maior de medidas, adotadas após a edição da Medida Provisória 1577 de 1997 (hoje MP 2183-56/2001) que introduziu uma forma de avaliar imóveis rurais para incorporação à reforma agrária diferente da que era até então praticada. Nesse contexto também foi criada a “Mesa Técnica”, hoje denominada de Grupo Técnico de Vistoria e Avaliação, e foi elaborada a primeira aproximação do Manual de Obtenção de Terras, atualmente na sua terceira edição.

A PPR é um instrumento de diagnóstico, estudo, análise e se configura como uma importante ferramenta para o entendimento do comportamento dos mercados de terras e pode ser utilizada para qualificar e aumentar o caráter técnico na tomada de decisões no processo de obtenção, tanto na gestão, no caso de seu uso como critério de definição de alçadas decisórias, quanto na ação dos técnicos, como “balizador” no procedimento de avaliações de imóveis.

Entretanto, a PPR não deve ser elaborada isoladamente, fora de um contexto que a explique e a justifique; sendo assim, deve fazer parte de um documento de análise e não deve ser entendida apenas como uma mera planilha. Este Relatório de Análise de Mercados de Terras – RAMT, contém uma análise dos diferentes mercados observados na área de jurisdição da Superintendência Regional e apresenta ao final, como produto dessa análise, a PPR.

2.DESCRIÇÃO E DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA DOS MERCADOS REGIONAIS DE TERRAS – MRT.

A Câmara Técnica da SR-05 ao longo dos anos efetuou a delimitação de diversos mercados de terras ao longo dos trabalhos de elaboração de Planilhas de Preços Referenciais no estado da Bahia. Tal delimitação em muitos casos partiu das Microrregiões Homogêneas do IBGE e conforme os trabalhos se desenvolveram foram modificados de acordo com as especificidades dos mercados.

O ideal é que a delimitação seja determinada o mais próximo possível da realidade dos mercados de terras e que possa ser validado por meio técnicas estatísticas. Entre as técnicas disponíveis pode-se citar a Análise de Agrupamentos ou “Cluster” a qual foi utilizada para delimitar as regiões homogêneas para pesquisa de

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preços de terras no estado da Bahia. Neste trabalho foi utilizado um conjunto de variáveis representativas capazes de agrupar os municípios em mercados de terras, o que resultou em 28 regiões homogêneas. Esta delimitação será adotada neste trabalho.

3.ANÁLISE DOS MERCADOS REGIONAIS DE TERRAS - MRT

3.1 Nome do Mercado Regional de Terras

O trabalho de Delimitação de regiões homogêneas para pesquisa de preços de terras no estado da Bahia agrupou os seguintes municípios como uma região homogênea, Região 15: Cocos, Carinhanha, Feira da Mata, Iuiú, Malhada, Coribe, Serra do Ramalho, São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa, Riacho de Santana, Matina, Sítio do Mato, Santana, Serra Dourada, Brejolândia, Muquém do São Francisco, Wanderley, Cotegipe, Angical, Santa Rita de Cássia.

Figura 1- Regiões de Preços de Terras, Zona 15 e subzona 15.2.

Apesar de serem agrupados em uma mesma região homogênea, conforme dados oficiais tabulados para obtenção dos clusters, alguns municípios podem possivelmente não fazerem parte do mesmo mercado. Prevendo estas situações e

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mediante informações de trabalhos anteriores já realizados na região e em virtude do atendimento de demandas para avaliações, foi definido a Zona 15 como contendo 4 subzonas de valores, sendo este relatório referente a subzona 15.2 com os municípios de Santa Rita de Cássia, Cotegipe, Angical e Wanderley. Obviamente a partir do avanço da pesquisa de preços nos demais municípios da Zona 15, outras subzonas poderão ser formadas a partir dos mercados determinados, inclusive a inserção de outros municípios nesta subzona ou junção de 2 ou mais subzonas.

3.2 Abrangência geográfica

O Brasil recentemente foi dividido em 104 regiões rurais pelo IBGE por meio do Projeto Regiões Rurais, o objetivo deste trabalho foi realizar uma regionalização aderente às diferenças geográficas que caracterizam o espaço rural brasileiro, mas também em sintonia com as terras legalmente delimitadas para fins de preservação cultural e ambiental e os grandes espaços urbanos do país.

A Bahia foi dividida em 10 regiões rurais, os municípios abrangidos por esta pesquisa ficaram situados na Região Rural da capital regional de Barreiras, tais informações podem ser visualizadas na Figura 2.

Figura 2- Regiões Rurais da Bahia e região de abrangência da pesquisa.

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3.3 Histórico da ocupação do Mercado Regional de Terra-MRT

A história das primeiras comunidades presentes no oeste da Bahia remonta às primeiras décadas do século XVII. Entradas e bandeiras partiam de Salvador em busca de ouro, prata, esmeraldas, diamantes e outras pedras preciosas no sertão, como as que os espanhóis tinham achado em seus domínios além dos Andes. Abordando os índios de lábios e bochechas ornados com tembetás coloridos, os primeiros povoadores da Bahia perguntavam-lhes onde havia ouro e prata; o nativo, que desconhecia esses metais, achando que se tratava de pedras coloridas comuns, tinha sempre respostas afirmativas. Daí as decepções e as queixas dos exploradores contra a suposta má-fé dos informantes.

Porém, o fator mais importante para a penetração das primeiras levas de migrantes naquelas regiões ainda inóspitas foi ogado. Os grandes rebanhos vindos do litoral iam avançando em direção às terras inexploradas, banhadas por pequenos rios de águas claras, córregos e regatos. Enfrentando dificuldades e constantes combates com os índios, os colonos foram pouco a pouco se apossando das terras da margem esquerda do rio São Francisco, estabelecendo núcleos de criação de gado, engenhos de cana-de-açúcar e agricultura em geral. Em meados do ano de 1600, os colonos chegaram ao rio Grande através de sua confluência com o rio São Francisco.

O primeiro afluente do rio Grande que encontraram foi o rio Preto, através do qual chegaram à área onde viria a ser fundada a Vila de Santa Rita; acredita-se que isso tenha ocorrido por volta de 1610. Com as conquistas de novas áreas para pastagem, os índios locais foram combatidos e, em muitos casos, foi feito um trabalho de catequização. Cinco eram os povos indígenas que habitavam o oeste da Bahia antes da chegada dos portugueses: os Acroás e os Xacriabás, que habitavam as margens do Iaçu, nome dado por eles ao rio Grande; os Aricobés, que viviam um pouco mais ao norte, na região onde hoje é Angical (município que fica ao sul de Santa Rita de Cássia); os Craós, no Alto Rio Preto, entre Goiás e o Maranhão; e por fim os Xerentes, que tinham sua principal aldeia localizada no lugar Pontal, na Serra do Boqueirão, próximo ao local onde o rio Preto deságua no rio Grande, no município de Mansidão.

Com a chegada dos colonizadores no início do século XVII, esses índios tiveram suas terras invadidas e tomadas à força. Depois de muitos combates, a população indígena ficou bastante reduzida, contudo não chegaram a ser exterminados. Assustados, os silvícolas foram mudando suas aldeias de lugar, sempre margeando rio acima; sabe-se que fixaram moradia pela última vez na região num lugar denominado Aldeia, localizado às margens do rio Preto, no atual município de Formosa do Rio Preto, então distrito de Santa Rita de Cássia. Os Xerentes, já "civilizados", hoje em dia habitam o norte do estado do Tocantins.

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Entre os líderes dessas campanhas de desbravamento destacam-se Domingos Afonso Sertão, o Mafrense, e Francisco Dias D'Ávila Caramuru, neto de Garcia D'Ávila, o Conde da Torre. Em meados do século XVII, esses dois sertanistas, que ambicionavam se apossar das terras a oeste do rio São Francisco, conseguiram de D. Afonso VI, então rei de Portugal, uma permissão formal para fazer guerra contra os índios. Ambos ganharam patente militar, sendo Francisco Dias D'Ávila nomeado coronel comandante e Domingos Afonso capitão do exército.

Outros bandeirantes que também passaram pela região foram: o paulista Domingos Jorge Velho; Antônio Guedes de Brito, fundador da Casa da Ponte e Regente do São Francisco; Antônio Dias Adorno; e o mameluco pernambucano Tamacuana, cuja profissão era "sertanear".

Após o período das invasões holandesas no litoral nordestino, houve um grande aumento no número de incursões pelo sertão baiano, que passaram a se processar em escala maior, correspondendo essa expansão, em grande parte, à necessidade de se ampliar a indústria do pastoreio para atender ao consumo cada vez maior de carne dos grandes mercados da costa.

Somado a isso, foi nessa época que se deu a crise do ciclo da cana-de-açúcar, decorrente do aumento da produção de açúcar nas Antilhas, com o qual o açúcar brasileiro não conseguiu competir no mercado internacional. Os grandes engenhos ficaram sem capitais para investir e com dificuldades para aquisição de mão de obra devido ao êxodo de escravos e homens livres que se deslocavam do Nordeste para o Brasil Central a fim de trabalharem na cata de ouro e diamantes. Essa crise fez então renascer nos colonos o desejo de explorar o interior da nova terra.

Combates constantes se seguiram, mas os colonos continuaram avançando, estabelecendo-se pouco a pouco na região, que na época era conhecida como Sertão de Rodelas. Navegando pelos rios Preto e Grande, eles iam penetrando cada vez mais nos vales, chegando até a lagoa de Parnaguá, no atual estado do Piauí.

Ao longo do caminho, no rastro que esses sertanistas deixavam atrás de si após sua passagem, foram surgindo arraiais e vilarejos, dentre eles o Arraial de Santa Rita do Rio Preto.

3.4 Recursos naturais

Os municípios pesquisados estão inseridos na região da sub-bacia hidrográficas do Rio Grande (Figura 3).

O clima da região dos municípios, segundo thornthwaite é C1dA` Subúmido a seco, pequeno excedente hídrico, megatérmico (EP >1140mm), chuvas de primavera/verão. A vegetação é uma área de tensão ecológica com contato entre

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Cerrado, Caatinga arbórea arbustiva e Floresta Estacional Decidual.

Figura 3- Localização da região de abrangência da pesquisa em relação às bacias hidrográficas do estado da Bahia.

É possível verificar na Figura 4 que os solos predominantes na região de abrangência da pesquisa é o Latossolo vermelho amarelo distrófico e Neossolo Quartzarênico.

Podem ser irrigados sem restrições. Como limitações ao uso apresentam Baixa fertilidade e alta suscetibilidade à erosão.

Podem ser utilizados para agricultura irrigada e de sequeiro, pastagem, pecuária extensiva e preservação ambiental.

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Figura 4- Classes de solos mais frequentes na região de abrangência da pesquisa de mercado.

3.5 Áreas legalmente protegidas

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Figura 5- Unidade de Conservação localizada na região de abrangência da pesquisa de mercado.

3.6 Infraestruturas

A principal via de interligação dos municípios pesquisados com as demais regiões do estado é a BR242, através da qual é possível chegar ao oeste do estado e também à BR116 para daí alcançar as demais regiões do país. A BR242 é uma importante via de escoamento de produtos agrícolas produzidos no oeste do estado (Figura 6).

Figura 6- Principais rodovias ferrovias na área de pesquisa.

A BA130 faz a interligação da BR242 com a BA052 mais conhecida como estrada do Feijão, outra importante via de escoamento de produtos agrícolas do estado.

A BR135 faz ligação com a BR242 e divisa com o Piauí, escoando a produção de Santa Rita da Cássia.

Cotegipe está interligado à BR242 pela BA 449 e Wanderley pela BA839.

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3.7 Áreas Especiais

3.7.1 Projetos de assentamento de reforma agrária

Tabela 1. Os municípios em questão destacam-se na região por ter diversos projetos;

Município Nome dos Projetos

Santa Rita de CássiaAntônio Conselheiro II/Arco Verde/Beira Rio/Fazenda Reunidas

Esplanada/Primavera Capefe/Senhor do Bonfim.

Cotegipe Beira Rio II/Rio Grande II/São Francisco de Assis

Wanderley Campo Alegre

Angical Angical I

3.7.2 Áreas indígenas

Tabela 2. Municípios com aldeias indígenas.

Município Nome dos Povos

Angical Terra Indígena Atikúm de Angical

Santa Rita de Cássia Terra Indígena Atikúm de Santa Rita de Cássia

3.8 Principais atividades agropecuárias no MRT

Em função das restrições climáticas na região só é possível cultivar algumas culturas em áreas irrigadas muito provavelmente utilizando as águas da Rio Grande.

Na região de Angical e Cotegipe, as áreas de baixio são propícios ao cultivo de cana-de-açúcar e alho.

Nos municípios de Wanderley e Cotegipe destaca-se a produção de milho em algumas áreas de solos mais argilosos e com pluviosidade >1100mm.

Em função das condições peculiares de algumas propriedades e da maior renda proporcionada pelas áreas situadas nestas condições, isto provavelmente se refletirá nos preços das terras, o qual deverá estar associado à sua capacidade de gerar receitas.

Tabela 3. Informações dos principais produtos das lavouras da região de abrangência da pesquisa em 2014.

Município VariávelAlho

(tonelada)

Banana (tonela

da)

Arroz (Ton.)

Cana-de-açúcar

(toneladas)

Feijão (Ton.)

Milho (Ton.)

Mandioca (Ton.)

Algodão (Ton.)

AngicalÁrea colhida (ha) - 24 3.100 1.030 6.590 650

Quantidade produzida (ton.)

480 155.000 413 11.467 7.020

CotegipeÁrea colhida (ha) 44 12 1.050 540 8.514 800

Quantidade produzida (ton.)

352 240 42.000 299 15.325 6.400

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Município VariávelAlho

(tonelada)

Banana (tonela

da)

Arroz (Ton.)

Cana-de-açúcar

(toneladas)

Feijão (Ton.)

Milho (Ton.)

Mandioca (Ton.)

Algodão (Ton.)

WanderleyÁrea colhida (ha) 27 45 999 9.334 500 1.342

Quantidade produzida (ton.)

621 1.350 775 31.362 5.400 4.368

Santa Rita de Cássia

Área colhida (ha) 18 100 200 2.150 1.880 500 0

Quantidade produzida (ton.)

39642

3.600 732 2.482 3.000 0

Fonte: SEI-BA – Produção Agrícola Municipal

No que se refere aos rebanhos, a Tabela abaixo lista os principais existentes na região: bovino, caprino, suíno, galinhas e ovino. Neste aspecto também se destacam os municípios de Wanderley (maior rebanho bovino) e Cotegipe (maior rebanho caprino e ovino).

Tabela 4. Efetivo pecuário da região de abrangência da pesquisa em 2014.

Município Bovino Caprino Ovino Suíno Galinhas

Angical 93.751 725 2.675 2.034 18.560

Cotegipe 97.528 1.551 3.356 1.537 15.470

Wanderley 113.172 1.185 2.454 994 11.530

Santa Rita de Cássia 86.923 275 1.177 4.231 20.000

Fonte: SEI-BA,- Pesquisa pecuária municipal.

3.9 Apresentação e análise dos resultados

Com a intenção de agilizar os trabalhos de campo e a identificação de imóveis recém-negociados foi realizado contato com os respectivos Setores de Tributos dos municípios da região de interesse e solicitado informações de negócios realizados no período situado entre Julho de 2014 e Setembro de 2016.

Com a informação dos imóveis negociados e de seus proprietários, buscou-se identificar o endereço e o número de telefone dos mesmos com posterior entrevista aos que foram encontrados. Durante a entrevista buscou-se obter o maior número de informações possíveis a respeito do acesso, benfeitorias e qualidade da terra, não foi possível, devido ao pequeno espaço de tempo oferecido à equipe para realização do trabalho, a visita aos imóveis pesquisados..

Seguindo-se esta metodologia foram coletados 28 dados de mercado, sendo 15 amostras em Santa Rita de Cássia, 05 em Cotegipe, 06 em Wanderley e 02 em Angical.

3.9.1 Enquadramento dos dados de mercado nas tipologias de uso observadas.

A pesquisa de mercado apontou duas divisões entre ou usos dos imóveis da

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região sendo alguns utilizados exclusivamente para pecuária apresentando solos mais fracos e um regime pluviométrico mais irregular ou com chuvas mais concentradas num determinado período e outros com aptidão para pecuária e agricultura temporária de grãos, principalmente milho. Desta forma os imóveis pesquisados foram enquadrados no primeiro nível categórico como sendo de Terra para Pecuária (21 amostras) e de Terra para Agropecuária (07 amostras). Para o segundo nível categórico, o qual apenas foi determinado para a tipologia Terra para Pecuária, observou-se que pelas técnicas adotadas e recursos empregados, estavam divididas em Pastagens com Suporte Forrageiro de até 0,6 UA(unidade animal)/ha/ano e Pastagens com Suporte Forrageiro de 0,6 a 1,0 UA/ha/ano.

Com relação ao terceiro nível categórico, os dados obtidos ainda não são suficientes para defini-los. Espera-se que com a continuidade da coleta dos dados de mercado seja possível chegar a este nível.

3.9.2 Planilha de Preços Referenciais.

Para elaboração da PPR houve alteração da metodologia proposta no Módulo V do Manual de Obtenção de Terras aprovada pela NE112/2014. Foi observado que tal metodologia ao fixar o limite do coeficiente de variação em 30% obriga ao expurgo de muitos dados de mercado corretos, o que acabava por afetar a representatividade das estimativas. Entende-se que o expurgo dos dados de mercado apenas se justifica quando tais valores são considerados valores extremos, discrepantes ou “outliers” para utilizar um termo comum da estatística. Em virtude deste fato foi proposta, discutida em Câmara Técnica e aprovada para utilização nos trabalhos a seguinte metodologia:

1) Identificação de outliers com auxílio do BoxPLot;

2) Retirada dos outliers identificados;

3) Cálculo da média e do Coef. de Variação;

4) Campo de arbítrio com amplitude variando entre o 1º quartil como limite inferior e o 3º quartil como limite superior;

Obs.: Nesta metodologia o Coeficiente de Variação não é fixado, mostrará a variabilidade existente no mercado.

O resultado do trabalho é apresentado no anexo. Pode-se observar a PPR atualizada da região trabalhada onde foram determinadas as tipologias de uso nos respectivos níveis categóricos.

O preço médio das terras na região para o nível Geral é de R$1.654,09 sendo que o Valor da Terra Nua médio é de R$860,40. O coeficiente de variação ficou entre 52,43% (VTI/HA) a 26,64%(VTN/HA), e o limite do campo de arbítrio ficou

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determinado entre R$1.405,98 a R$1.902,20 para o VTI/HA e entre R$731,34 a R$989,46 para o VTN/HA.

Dentre os elementos coletados valores extremos foram de R$/500,00 R$/ha para o menor valor e 3.600,00 R$/ha para o maior valor do imóvel.

3.9.2.1 Elementos Expurgados da amostra

Após análise pela metodologia do Diagrama de Caixa (boxplot), alguns elementos foram expurgados da amostra para os seguintes níveis categóricos:

1. Nível Categórico Terra para Agropecuária – para o Valor da Terra Nua por hectare (VTN/ha) foram expurgados dois elementos como valores extremos (boxPlot) sendo eles o elemento da ficha nº 14 com VTN de 2.622,95 R$/ha, e o elemento da ficha nº 19 com VTN de 1.800,00 R$/ha.

2. Nível Categórico Terra Pecuária com Suporte de 0,6UA até 1,0UA/ha – para o Valor da Terra Nua por hectare (VTN/ha) foi expurgado um elemento com valores extremos (boxPlot) sendo ele o elemento da ficha nº 26 com VTN de 1.350,00 R$/ha.

Não foram coletadas informações a respeito da velocidade de venda dos imóveis pois para a maioria dos elementos de pesquisa coletados o entrevistado não sabia informar corretamente por quanto tempo o imóvel ficou em oferta, ou quando sabia a informação era imprecisa. Em virtude deste fato não é possível fornecer informações a respeito da liquidez para o referido mercado.

Para obter informações a respeito da liquidez de forma mais precisa é necessário realizar um monitoramento constante do mercado com coleta de dados das ofertas e posterior acompanhamento até o momento em que os imóveis são transacionados.

3.9.2.2 O município de Angical

Apesar do município de Angical possuir mais de 50% da sua área ocupada por um projeto de assentamento do INCRA, o qual deu origem a Unidade Avançada do Oeste, possui mais de 900 famílias assentadas e é um dos mais antigos da Bahia, podemos afirmar, em tese, que há venda de terras dentro deste assentamento, contudo, existem áreas agrícolas em negociação no restante do município, sendo que para este presente trabalho utilizou-se da pesquisa nas áreas restantes do município que na ocasião foram coletadas 2 amostras, 1 negócio realizado e 1 oferta.

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4.EQUIPE RESPONSÁVEL

O presente trabalho foi realizado nos períodos de 29 de Agosto a 10 de Setembro de 2016 com a pesquisa de campo para a elaboração do Relatório de Análise do Mercado de Terras da Sub-região 15.2. A equipe foi composta pelo Perito Federal Agrário Luciano Louzada de Oliveira e Ezequiel Gomes da Silva.

Salvador, 26 de Setembro de 2016

Ezequiel Gomes da Silva Luciano Louzada de OliveiraEngenheiro AgrônomoPerito Federal Agrário

Engenheiro AgrônomoPerito Federal Agrário

CREA 58.437/D CREA 36.715/DINCRA/SR-05/BA INCRA/SR-05/BA

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5.BIBLIOGRAFIA

ALVARES, C. A. et al. Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.

BRASIL, I. B. G. E. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário IBGE (2006). Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br>; Acessado em: 05/10/2015.

BRASIL, I. B. G. E. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Pecuária Municipal (2014). Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/>; Acessado em: 05/10/2015.

BRASIL, I. B. G. E. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal (2014). Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/>; Acessado em: 05/10/2015.

IBGE – Cidades. Itaberaba: Histórico. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=291470&search=||infogr%E1ficos:-informa%E7%F5es-completas. Acessado em: 20/08/2015.

IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal (2014). Efetivo dos rebanhos por tipo de rebanho. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/csv.php?lang=&idtema=135&codmun=292170, Acessado em: 13/08/2015.

IBGE - Produção Agrícola Municipal (2014). Produção Agrícola Municipal - Lavoura Permanente. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/csv.php?lang=&idtema=136&codmun=292170, Acessado em: 13/08/2013.

INCRA. Manual para elaboração de Relatório de Análise de Mercados de Terras – RAMT e de Planilha de Preços Referenciais - PPR. Divisão de Análise e Estudo do Mercado de Terras (DTO-2). Brasília – DF 2012.

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Estatísticas dos Municípios Baianos: Salvador: SEI, 2014.

Anexos ao Relatório de Análise de Mercados de Terras-RAMT

a) Ordem de serviço;

b) Fichas dos elementos de pesquisa utilizados;

c) Ata da Câmara Técnica;

d) Cálculo do custo por famílias

e) PPR subzona 15.2

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