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Projeto Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde, com Base nas Regiões de Saúde, a partir da Metodologia Proadess ICICT-003-FIO-15 Relatório de Atividades Francisco Viacava Coordenador Laboratório de Informação em Saúde – LIS ICICT - Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro, outubro de 2015

Relatório de Atividadesportalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/julho/22/4-Relatorio... · A Fiotec foi contratada para executar atividades de apoio logístico e ... de atenção

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Projeto

Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde, com Base nas Regiões de Saúde, a partir da Metodologia

Proadess

ICICT-003-FIO-15

Relatório de Atividades

Francisco Viacava Coordenador

Laboratório de Informação em Saúde – LIS ICICT - Fundação Oswaldo Cruz

Rio de Janeiro, outubro de 2015

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1. Introdução

O presente Relatório foi elaborado com base no projeto “Avaliação do Desempenho do

Sistema de Saúde, com Base nas Regiões de Saúde, a partir da Metodologia Proadess”, que será

executado com recursos financeiros repassados através Termo de Execução Descentralizada (TED)

93/2014 do Fundo Nacional de Saúde (FNS) 93/2014, publicado no DOU nº 236 de 05/12/2014.

A Fiotec foi contratada para executar atividades de apoio logístico e gestão financeira ao

desenvolvimento do projeto, através do contrato nº 01/2015 entre Icict/Fiotec (07/01/2015), o que

possibilitará a realização das etapas previstas no projeto. Essa contratação é parte integrante do

processo administrativo Icict/Fiocruz nº 25380.001953/2014-01.

Em 2001, a ABRASCO reuniu um grupo de pesquisadores para formular um modelo de

avaliação, o PROADESS (Projeto Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde), cujo marco

conceitual resultante foi publicado em 2003.

Atualmente, o modelo PROADESS, apresenta os indicadores na forma de uma Matriz de

dimensões e subdimensões de avaliação. Conceitualmente, considera-se que o desempenho do sistema

de saúde brasileiro deve ser analisado em um contexto político, social e econômico que traduza a sua

história e a sua conformação atual, seus objetivos e suas prioridades. Dentro deste contexto, a primeira

dimensão de avaliação está relacionada aos determinantes associados aos problemas de saúde tidos

como prioritários, evitáveis e passíveis de intervenção, a serem analisados considerando o seu impacto

em diferentes grupos sociais.

A caracterização dos problemas de saúde em termos de morbidade, mortalidade, limitação de

atividade física e qualidade de vida associada, conforma uma segunda dimensão da avaliação, que

permite conhecer a magnitude dos problemas e a sua expressão em diferentes regiões geográficas e

grupos sociais. Esse perfil de morbi-mortalidade, que expressa as necessidades de saúde, deve orientar

o desenho do sistema de saúde (terceira dimensão), em sua estrutura, ou seja, quais os recursos

humanos e materiais oferecidos, e condução, através de determinações legais, econômicas e financeiras.

O desenho do sistema de saúde condiciona as possibilidades de melhor ou pior desempenho dos

serviços de saúde, quarta dimensão e objeto último da avaliação.

Baseado em experiências internacionais e na literatura sobre avaliação de serviços de saúde,

tendo em vista os princípios do SUS, o modelo considera que a quarta dimensão, o desempenho dos

serviços, pode ser avaliada levando-se em conta a forma como o acesso é garantido pelo sistema; sua

efetividade, que depende dos resultados alcançados pelos diversos programas; a adequação com que os

serviços vêm sendo prestados, levando em conta o nível científico e tecnológico disponível; as formas de

garantir uma evolução da eficiência e a integração entre os níveis de atenção, ou seja, a continuidade do

processo. No modelo também se propõe que seja avaliada a forma como o sistema considera os direitos

das pessoas, a segurança do paciente nos diversos níveis de atenção e o nível de aceitabilidade sobre os

procedimentos propostos.

Os indicadores selecionados e calculados para cada dimensão e subdimensão podem ser

acessados a partir da Matriz de Indicadores que, para cada caso, abre diferentes possibilidades de gerar

informações por recortes geográficos, sexo, idade, escolaridade e renda. Os indicadores foram

construídos com base em dados dos sistemas nacionais de informação, censo demográfico e pesquisas

de base populacional, considerando, sempre que possível, uma série histórica com início em 1998, com

atualizações anuais. As definições, métodos de cálculo e fontes de informação são apresentados nas

Fichas Técnicas que integram cada indicador do PROADESS.

3

Com a publicação do Decreto 7508 em 2011, as Unidades da Federação foram solicitadas a

determinar a configuração das Regiões de Saúde a partir da agregação dos municípios que as compõem

e estabelecer um Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP), instrumento jurídico

contendo a formalização das responsabilidades da união, estados e municípios no nível regional. Para

acompanhar o andamento do processo de regionalização na área de saúde é necessário elaborar e

disponibilizar indicadores sobre as dimensões de subdimensões de avaliação, considerando como

unidades de análise as Regiões de Saúde. É necessário, igualmente, o desenvolvimento de estudos

analíticos sobre as necessidades de saúde da população e sobre o acesso e utilização intra e inter-

regional de serviços pelos residentes das Regiões de Saúde.

2. Objetivo Geral e Específicos do projeto

O Objetivo Geral visa a elaboração e disponibilização de indicadores de avaliação do

desempenho do sistema de saúde para unidades da Federação e para todas as Regiões de Saúde e a

produção de análises sobre o uso dos serviços e a sua coerência com o atual desenho das Regiões de

Saúde, subsidiando, desta forma, o planejamento e a gestão do SUS.

Os Objetivos Específicos são: Gerar informações atualizadas sobre as Regiões de Saúde,

relacionadas às condições de saúde e seus determinantes, à condução e estrutura do sistema de saúde

e ao desempenho da rede de serviços de saúde; Avaliar a suficiência da rede de assistência no

atendimento a demandas selecionadas; Avaliar a rede assistencial disponível nas Regiões de Saúde,

considerando suas características econômicas e sociais (IDH-M); Aprimorar a plataforma do PROADESS,

para apresentação dos resultados da pesquisa sobre Regiões de Saúde, voltada para gestores e

pesquisadores e Estimular o uso da informação em saúde para subsidiar a gestão do SUS.

3. Cronograma de Execução de Atividades

META ATIVIDADE

MÊS DE

INICIO FIM

DA ATIVIDADE

META 1 : Gerar informações atualizadas sobre as Regiões de Saúde, relacionadas às condições de saúde e seus determinantes, à condução e estrutura do sistema de saúde e ao desempenho da rede de serviços de saúde

1.1. Disponibilizar o Sistema PROADESS com informação atualizada para avaliar o desempenho do sistema de saúde

1 36

META 2: Avaliar a suficiência da rede de assistência no atendimento a demandas selecionadas

2.1. Identificar os fluxos de pacientes para uso de serviços de saúde intra e inter regiões de saúde

1 36

2.2. Elaboração de documento com estudos concluídos (descrição, análise e avaliação)

16 36

META 3: Avaliar a rede assistencial disponível nas Regiões de Saúde, considerando suas características econômicas e sociais (IDH-M)

3.1. Levantar dados para descrever e analisar a Rede Assistencial das Regiões de Saúde em relação à sua coerência com o atual desenho das Regiões de Saúde

1 36

3.2.Elaboração de documento com estudos concluídos (descrição, análise e avaliação)

16 36

META 4: Aprimorar a plataforma do PROADESS, para apresentação dos resultados da pesquisa sobre Regiões de Saúde, voltada para gestores e pesquisadores

4.1. Realizar estudo sobre suficiência das Regiões de Saúde para o atendimento de demandas selecionadas segundo as necessidades populacionais

8 36

4.2. Apresentar e discutir com gestores sobre dados da Região de Saúde

16 16

4.3. Elaboração de documento com estudos concluídos (descrição, análise e avaliação)

16 36

4

META 5: Estimular o uso da informação em saúde para subsidiar a gestão do SUS

5.1. Desenvolver e disponibilizar Plataforma de visualização amigável, com recursos de geoprocessamento para gestores e pesquisadores

16 36

4. Atividades realizadas no período

Com base no cronograma de atividades, que foi inicialmente projetado, apresentamos neste

Relatório, o desenvolvimento das atividades correspondentes a 2º parcela de execução do projeto.

ITEM ATIVIDADES REALIZADAS NO PERÍODO ANEXOS

1.1 Disponibilizar o Sistema PROADESS com informação atualizada para avaliar o desempenho do sistema de saúde

1, 2 e 3 2.1 Identificar os fluxos de pacientes para uso de serviços de saúde intra e inter regiões de saúde

3.1 Levantar dados para descrever e analisar a Rede Assistencial das Regiões de Saúde em relação à sua coerência com o atual desenho das Regiões de Saúde

4.1 Realizar estudo sobre suficiência das Regiões de Saúde para o atendimento de demandas selecionadas segundo as necessidades populacionais

META 1: Gerar informações atualizadas sobre as Regiões de Saúde, relacionadas às condições de saúde e seus determinantes, à condução e estrutura do sistema de saúde e ao desempenho da rede de serviços de saúde. Atividade 1.1. Disponibilizar o Sistema PROADESS com informação atualizada para avaliar o desempenho do sistema de saúde. Montagem do banco de indicadores municipais necessário para a geração sistemática dos indicadores

das Regiões de Saúde e das UFs.

Para dar continuidade à montagem do banco de dados municipal, a partir do qual se constroem

indicadores para as Regiões de Saúde, foram construídos algoritmos, em linguagem estatística R, a partir

dos quais fica garantida a redução no tempo de atualização e ampliada a possibilidade de controle da

qualidade dos indicadores gerados. Além disso, o sistema de algoritmos criado será utilizado para

atualizar automaticamente o banco de dados por novos dados, novas conformações de regiões de saúde

ou novos indicadores.

Uma nova base tecnológica também está sendo desenvolvida para criar os indicadores para os níveis

geográficos mais agregados, ou seja, unidades da federação, grandes regiões e Brasil a partir da base de

dados municipal, garantindo a consistência do banco de dados, tendo em vista que dados dos níveis mais

agregados podem ser usados como valores de referência para análise dos dados das regiões de saúde,

como na figura abaixo:

5

Um grande esforço tem sido feito para melhorar as fichas técnicas dos indicadores das UFs e das

Regiões de Saúde. Para tanto foram criadas planilhas no google drive para os dois níveis territoriais que

consideram:

• Aspectos conceituais:

Título e definição

Interpretação:

Método de Cálculo:

Fonte de dados:

Valor de Referência:

Periodicidade da fonte de dados:

Atualização do indicador:

Período Coberto:

Abrangência Geográfica:

Dimensão(ões) :

Bibliografia :

Limitações:

Observações:

• Avaliação das possibilidades de geração de tabelas considerando os possíveis filtros para

desagregação da análise: quintil de renda, sexo, escolaridade, situação urbano/rural e abrangência

geográfica;

• Verificação das séries históricas que constam das tabelas e gráficos que são gerados a partir do

novo banco de dados;

6

• Discussão sobre a validade dos indicadores já calculados, e identificação da necessidade de

redefinição em alguns casos sobre faixas etárias normalmente usadas em bases nacionais e

internacionais.

• Discussão sobre o sistema cartográfico que será utilizado, o que foi feito comparando i3geo e

Geoclip decidindo-se que o Geoclip seria o mais facilmente manuseado pelos usuários enquanto for

mantida a estrutura atual do sistema.

META 2: Avaliar a suficiência da rede de assistência no atendimento a demandas selecionadas. Atividade 2.1. Identificar os fluxos de pacientes para uso de serviços de saúde intra e inter regiões de saúde. Para a atenção primária optou-se pelo percentual de mulheres cujos partos hospitalares foram realizados na Região de Saúde de residência. A realização de mamografia para rastreamento e de angioplastia, estão sendo utilizados para a análise da capacidade da Região de Saúde na atenção secundária e terciária com o mesmo princípio, ou seja, a realização dos procedimentos na Região de Saúde de residência. No caso da mamografia parte-se da recomendação do INCA sob a qual mulheres de 50 a 69 anos devem realizar mamografia a cada 2 anos. Para tanto foram calculados os percentuais de procedimentos realizados no interior da Região de Saúde de residência e o percentual realizado em outras Regiões de Saúde (Mapas 01 – 03). O cálculo desses percentuais foi feito considerando-se todos os procedimentos no caso do parto hospitalar e da mamografia. No caso da angioplastia, o cálculo dos percentuais, não consideram Regiões de Saúde que tenham deixado de apresentar casos intra ou inter região de residência (em torno de 20 -30 regiões por ano). Em um segundo grupo de indicadores está sendo calculada a distância percorrida pelas pessoas para realizar os três procedimentos acima citados. Até o momento duas metodologias estão sendo apresentadas a consultores com o objetivo de entender se os indicadores devem ou não considerar a distância percorrida nos municípios onde residem quando no mesmo local foram feitos os procedimentos. A variada composição das regiões de saúde em termos do tipo munícipios incluídos provoca efeitos muito diferenciados.

7

Mapa 01 – Regiões de Saúde segundo o percentual de partos hospitalares realizados na Região de Saúde de Residência, Brasil, 2010

8

Mapa 02 – Regiões de Saúde segundo o percentual de mamografias realizadas na Região de Saúde de Residência, Brasil, 2010

9

Mapa 03 – Regiões de Saúde segundo o percentual de angioplastias realizadas fora da Região de Saúde

de Residência, Brasil, 2013

META 3: Avaliar a rede assistencial disponível nas Regiões de Saúde, considerando suas características econômicas e sociais (IDH-M). Atividade 3.1. Levantar dados para descrever e analisar a Rede Assistencial das Regiões de Saúde em relação à sua coerência com o atual desenho das Regiões de Saúde. A partir dos IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano municipais) foi criado o indicador IDHR (Índice de Desenvolvimento Humano Regional), cujo cálculo foi feito a partir dos valores municipais para cada uma das 3 dimensões (escolaridade, longevidade e renda) que foram agregados e ponderados pelas respectivas razões entre os tamanhos populacionais dos municípios e o total populacional da Região de Saúde nas faixas etárias específicas. O IDHR final foi obtido a partir da média geométrica (raiz cúbica da multiplicação) dos valores dos três componentes dos IDHMs.

10

Inicialmente foram calculados dados para as 17 Regiões de Saúde que compõem a amostra do projeto Região & Redes coordenado por Ana Luiza Viana da Faculdade de Medicina USP (ver anexo). Além disso, acompanhamos o desenvolvimento do projeto Região e Redes tendo participado da reformulação dos questionários das 3 grandes dimensões - Política, Organização e Estrutura - que foram aplicados nas Regiões Sul Barretos e Norte Barretos cujos resultados estão atualmente em discussão.

META 4: Aprimorar a plataforma do PROADESS para apresentação dos resultados da pesquisa sobre Regiões de Saúde, voltada para gestores e pesquisadores. Atividade 4.1 Realizar estudo sobre suficiência das Regiões de Saúde para o atendimento de demandas selecionadas segundo as necessidades populacionais. Com a elaboração dos cartogramas foi iniciada essa atividade que passará a ser desenvolvida amplamente depois da Atividade 1.1, ou seja, depois de completado o novo banco de dados. Entretanto há necessidade de reformular todo o sistema de consulta dos dados que atualmente é baseado em uma hierarquia dos níveis geográficos. É importante desenvolver um formato mais rápido para comparar Regiões de Saúde de diferentes UFs, o que implica numa reformulação completa do sistema de consulta para obtenção das informações.

11

Aspectos socioeconômicos, estrutura e desempenho dos serviços de

saúde nas Regiões de Saúde da amostra.

1. INTRODUÇÃO

Baseado em experiências internacionais e na literatura sobre a avaliação dos

serviços de saúde e tendo em vista os princípios do SUS, o modelo conceitual do

Projeto Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (PROADESS) considera que o

desempenho dos serviços pode ser avaliado levando-se em conta a forma como o acesso

é garantido pelo sistema; a sua efetividade, que depende dos resultados alcançados pelos

diversos programas; a adequação com que os serviços vêm sendo prestados, levando-se

em conta o nível científico e tecnológico disponível; a forma como o sistema considera

os direitos das pessoas; a segurança do paciente nos diversos níveis de atenção; o nível

de aceitabilidade sobre os procedimentos propostos, e a continuidade do processo de

atenção 1,2,3,4

.

Além disso, considera-se que o desempenho analisado segundo as dimensões acima

mencionadas depende da estrutura de financiamento do sistema de saúde, de modo a

atingir o objetivo final do sistema, que é a atenção às necessidades de saúde da

população. Neste sentido, é importante ter em mente que, do ponto de vista da avaliação

dos serviços de saúde, é importante identificar os limites colocados por determinantes

sociais, econômicos, ambientais e biológicos nas condições de saúde da população, que

só podem ser enfrentados por políticas públicas de mais amplo espectro.

A partir do Decreto nº 7.508 de 20115, que estabelece as Regiões de Saúde, o

PROADESS, que até 2012 calculava os indicadores para os níveis de Brasil, Grandes

Regiões e Unidades da Federação, passou a incorporar as Regiões de Saúde como

unidade de análise. Para tanto, os indicadores passaram a ser calculados por regiões e

ao mesmo tempo em que novos indicadores específicos para Regiões de Saúde vêm

sendo criados.

Com a finalidade de auxiliar o desenvolvimento da análise qualitativa e a

própria elaboração do questionário para o trabalho de campo do Projeto de Pesquisa

Multicêntrico Política, Planejamento e Gestão das Regiões e Redes de Atenção à Saúde

12

no Brasil (Projeto Região e Redes), foi realizada uma análise descritiva dos indicadores

para as 17 Regiões de Saúde que compõem a amostra do projeto utilizando os dados do

PROADESS e do Banco de Indicadores Regionais do projeto.

2. METODOLOGIA

De modo geral os indicadores foram calculados através da agregação dos dados

dos municípios pertencentes a cada Região de Saúde Entretanto, a carência de

informações de base municipal impediu o cálculo de indicadores para algumas

dimensões e subdimensões da matriz conceitual.

Inicialmente, são apresentados dados que apontam para características gerais de

situação socioeconômica, demográfica e financiamento do setor Saúde. A seguir,

analisam-se indicadores de oferta de recursos humanos e materiais e, na terceira parte,

indicadores do desempenho do sistema de saúde considerando acesso, efetividade e

adequação da atenção à saúde. Sempre que possível são usados indicadores relativos ao

desempenho na atenção primária assim como na média e alta complexidade,

destacando-se a amplitude de variação existente.

O quadro abaixo relaciona os indicadores a serem abordados, segundo

dimensões do PROADESS (Quadro). Os valores obtidos para a maioria dos indicadores

são estimativos dos valores médios das regiões de saúde, calculados de maneira

proporcional ao tamanho populacional dos municípios que as compõem. Os indicadores

foram baseados nos dados de diversos sistemas de informação governamentais

(SINASC, SIM e SIH) e fontes de dados oficiais (ANS e CNES). Dados do IBGE e do

SIOPS foram aqueles disponibilizados pelo Banco de Indicadores Regionais do projeto

Região e Redes.

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Quadro – Indicadores calculados para as regiões de saúde em análise, segundo as dimensões do PROADESS.

Determinantes de Saúde Sistema de Saúde Desempenho dos Serviços de Saúde

Aspectos socioeconômicos

Aspectos demográficos

Financiamento

Estrutura Recursos humanos Recursos físicos

Acesso Efetividade (condições

sensíveis à atenção primária)

Adequação

IDHR Percentual de jovens e idosos

Receita de

Impostos e

Transferências

Constitucionais

Oferta total de médicos

por mil habitantes Número de leitos

hospitalares por

1.000 habitantes

Percentual de

crianças vacinadas

com

tetravalente/pentavale

nte

Internação

Hospitalar por

Insuficiência

cardíaca

Percentual de partos

cesáreos

Percentual de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita <0,5 SM

Razão de dependência demográfica

Transferências do

SUS

Oferta de médicos de Saúde da Família por 100 mil habitantes

Oferta de

mamógrafos por

100 mil habitantes

Razão de Papanicolau em mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos

Mortalidade por

hipertensão em

indivíduos na faixa

etária de 50 a 64

anos

Mães de nascidos

vivos com 7 ou

mais consultas de

pré-natal

PIB per capita Percentual da população rural

Percentual de

população coberta

por plano de

saúde privado

Oferta de médico cardiologista por 100 mil habitantes

Oferta de aparelhos de

ultrassom por 100

mil habitantes

Taxa de angioplastia em pessoas com 20 anos ou mais

Proporção de

internações por

AVC que

realizaram

tomografia nos

primeiros 7 dias

Oferta de médico de ginecologia/obstetrícia por 100 mil habitantes

Oferta de tomógrafos

computadorizados

por 100 mil

habitantes

14

Os indicadores selecionados são ordenados segundo o IDHR (índice de

desenvolvimento humano regional) calculado para as regiões de saúde. O valor do

IDHR foi obtido respeitando-se o método de cálculo do IDHM elaborado pelo

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), composto pelas

seguintes dimensões: IDHM longevidade (expectativa de vida ao nascer), IDHM

educação (escolaridade da população adulta e fluxo escolar da população jovem) e

IDHM renda (renda per capita). Para a obtenção deste índice por regiões de saúde, os

valores municipais para cada uma das 3 dimensões foram agregados e ponderados pelas

respectivas razões entre os tamanhos populacionais dos municípios e o total

populacional da Região de Saúde nas faixas etárias específicas6. Para o cálculo do

IDHR final, é feita a média geométrica (raiz cúbica da multiplicação) dos valores dos

três componentes dos IDHMs7.

3. RESULTADOS

3.1. Aspectos socioeconômicos

Para caracterizar o nível socioeconômico de cada uma das regiões foram utilizados 3

indicadores: IDHR, grau de pobreza e PIB per capita (Gráfico 1).

NO caso do IDHR a variação observada foi de 0,610/0,620 (em Araguaia e

Juazeiro) a 0,790 em Belo Horizonte. Em 2010, as sedes dessas regiões obtiveram

IDHM um pouco mais alto (0,640; 0,677; e 0,81 respectivamente).

Além da Região de Saúde com sede em Belo Horizonte, mais 11 regiões tem IDHR

acima de 0,700, onde se localizam cerca de 30% dos municípios brasileiros. Entre 0,610

e 0,700 situam-se Teófilo Otoni, Juazeiro, Petrolina, Sobral e Araguaia. Considerando

0,700 como um limite, há 5 regiões mais carentes e 12 acima desse limite.

15

Fonte: Proadess

Pelo que pode ser observado no Gráfico 2, o grau de pobreza, medido pela

proporção de pessoas que vivem em domicílios cuja renda per capita é menor do que

meio salário mínimo, apresenta grande variabilidade. As Regiões de Saúde

Caxias/Hortênsias, 2° Região Metropolitana do Paraná, Norte-Barretos, Sul

Barretos e Belo Horizonte/N.Lima/Caeté apresentam os menores níveis de pobreza

(Gráfico 2).

Em 7 das 17 regiões (41,2%) o percentual de pobreza é da faixa 25 – 40% e as

maiores proporções de pobreza aparecem em 6 regiões (T.Otoni, Petrolina, Araguaia,

Entorno Sul-GO, Juazeiro e Sobral) e, no caso de Juazeiro e Sobral, a proporção

chega a cerca de 63% e 66%, respectivamente. Note-se que cinco dessas 6 regiões

(83,3%) com maior proporção de pobreza apresentam os menores valores no IDHR

(<0,700) (Gráfico 2).

16

Fonte: IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita, apresentado no gráfico 3, mede a

atividade econômica e o nível de riqueza de uma região. Observa-se que a região Norte-

RJ possui os maiores valores observados em PIB per capita. Nela situam-se Campos

dos Goytacazes e Macaé, fortes polos de exploração de petróleo e gás natural pela

Petrobrás, onde vivem 80% das pessoas da Região. Além do Norte-RJ, incluem-se

como lideranças do PIB per capita as regiões de Belo Horizonte, Caxias e Hortênsias,

Sul-Barretos e 2°Metropolitana – PR. Os municípios de Belo Horizonte, Caxias do

Sul e Curitiba são responsáveis por 75%, 82% e 54% da população das regiões acima

mencionadas, e certamente explicam os valores mais altos do PIB observados nessas

regiões. Como já se viu anteriormente são as regiões que também possuem os 3 valores

mais altos no IDHR. Ao contrário da região Norte-RJ, nessas três regiões a magnitude

de pobreza é menor do que 20%, indicando menores desigualdades entre os municípios

que as compõem (Gráfico 3).

Destaca-se a provável existência de grandes desigualdades sociais na Região

Norte-RJ, onde, apesar da grande magnitude do PIB e de um IDH de 0,724, cerca de

17

34% de população vive em domicílios com renda per capita inferior a 0,5 salário

mínimo.

Teófilo Otoni, Juazeiro, Sobral e Araguaia são as regiões com menores

valores do PIB per capita (entre 7 e 8 mil reais) e apresentam também os mais altos

valores no percentual da população residente em domicílios com renda domiciliar per

capita menor do que 0,5 SM (Gráficos 2 e 3).

Fonte: IBGE

3.2. Aspectos demográficos

Do ponto de vista da estrutura populacional, dados de 2012 indicam que a

população de jovens (0 a 14 anos) varia de 20,3 a 30,2% (Gráfico 4). Nas Regiões com

menor IDHR nota-se uma maior proporção de jovens. Mas isso também é observado no

Entorno Sul de GO e Entorno de Manaus cujos valores para IDHR estão acima de

0,700 - limite usado para considerar um bom grau de desenvolvimento. No caso da

população com 65 anos e mais, a variação observada foi de 3,4% no Entorno Sul de

Goiás a 9,7% em Sul-Barretos e Teófilo Otoni. No caso de Teófilo Otoni a proporção

de idosos é semelhante ao observado nas regiões com IDH mais alto (Gráfico 4).

18

Fonte: IBGE, Banco de Dados Projeto

A Razão de Dependência demográfica é um indicador que mede a participação relativa

do contingente populacional potencialmente inativo que deveria ser sustentado pela

parcela da população potencialmente produtiva. É calculada a partir da soma da

população de crianças e adolescentes (0 a 14 anos) e idosos (65 anos ou mais) dividida

pela população adulta ativa, predominantemente no mercado de trabalho (15 a 64

anos)8. Observa-se, no Gráfico 5, que as características são bastante diversas, com uma

maior concentração dos valores mais significativos nas regiões de baixo IDHR. Entre as

maiores taxas estão RSs caracterizadas pela participação importante de jovens como

aquelas situadas na região Norte do país: Araguaia e Entorno de Manaus; outras

marcadas pela relevância da emigração da população ativa, como as RSs situadas no

interior nordestino (Sobral, Juazeiro e Petrolina) e no Norte de Minas Gerais (Teófilo

Otoni, Malacacheta e Itambacuri); e há também as caracterizadas por um maior

envelhecimento da população como a RSs que incluem as capitais mineira e cearense.

19

Duas RSs apresentaram razões de dependência inferiores a 40% e mais distantes

dos valores registrados nas outras RSs: Entorno Sul de Goiás e Caxias e Hortênsias.

Essas características expressam distintas dinâmicas demográficas, que resultam em

variadas estruturas demográficas por idade. Na primeira delas há uma maior

participação de crianças e jovens, porém a dos idosos é bastante reduzida em

comparação com as outras RSs, o que implica em uma menor dependência. A região

localizada na Serra Gaúcha tem uma das menores participações de crianças e jovens, o

que, mesmo com a relevante proporção de idosos, torna a taxa de dependência mais

reduzida. Cabe ressaltar que a RS Entorno Sul de Goiás se localiza em uma região para

qual se destinaram migrantes nas últimas décadas, o que resulta em um aumento da

participação da população adulta (15 a 64 anos).

Fonte: IBGE, Banco de Dados Projeto

Outra característica importante para se compreender o desempenho dos serviços

de saúde é a proporção de população urbana/rural (Gráfico 6). O indicador foi gerado a

20

partir do censo demográfico de 2010. As cinco regiões com menor IDHR apresentam

altos percentuais de população em situação rural. Como se sabe, a definição de área

rural/urbana dos municípios é de responsabilidade das prefeituras municipais e sempre

se admite que o limite urbano/rural é baseado em conceitos que variam com a gestão

municipal. De qualquer forma, vê-se que as cinco regiões de saúde com menor IDHR

são exatamente as que apresentam maior população (cerca de 35%) em área considerada

rural e possivelmente atendida com foco através da atenção primária devendo ser

encaminhada a serviços de média e alta complexidade (Gráfico 6).

Fonte: Censo 2010 - IBGE

3.3. Financiamento do setor Saúde

Dados sobre o financiamento do setor Saúde têm atualmente como fonte o sistema

SIOPS (Sistema de Informações sobre o Serviço Público), do Ministério da Saúde, a

partir do qual foram selecionados dois indicadores de 2012: Receita de Impostos e

Transferências Constitucionais e Transferências SUS. Outro indicador importante para

21

se caracterizar o financiamento é o percentual de população coberta por plano de saúde

privado apresentado pelo Banco de Indicadores do projeto.

Dadas as diferenças na situação socioeconômica das regiões em análise, existe uma

amplitude grande na variação dos Recursos captados através de impostos, cujo menor

valor per capita foi observado no Entorno Sul de Goiás (R$607,5) e o valor quase 4

vezes maior na Região de Saúde Norte-Rio de Janeiro (R$2.248,8). Além do Entorno

Sul de Goiás, os outros 5 municípios com pior situação socioeconômica apresentam

valores abaixo de R$1000,00. Entre os demais, há duas situações: os 5 municípios com

melhor situação socioeconômica recebem em torno de R$1.400- 1600,00 per capita de

recursos captados por impostos e os demais estão na faixa de R$1000 – 1200,00

(Gráfico 7).

Fonte: SIOPS

A complementaridade esperada sobre recursos provenientes de impostos, por

transferência de recursos SUS é observada nas regiões mais carentes de recursos

provenientes de impostos (Juazeiro, Petrolina, Sobral, Teófilo Otoni e Araguaia).

Menores recursos por transferência SUS podem ser observados no Entorno de Manaus

22

e na RS Carbonífera do Rio Grande do Sul. Nesses dois casos, os valores da

transferência SUS foram os mais baixos das 17 regiões (em torno de R$80 – 90,00 per

capita). Situação diversa foi a apresentada por Belo Horizonte para a qual as duas

fontes de recursos são relativamente mais altas do que nas demais regiões,

especialmente no caso das transferências SUS (R$484,30) (Gráfico 8).

Fonte: SIOPS

Parte da explicação desses indicadores de financiamento poderia ser devida à

composição público-privada do sistema de saúde em diferentes regiões. Novamente, há

concordância entre os indicadores socioeconômicos e a proporção da população coberta

por plano de saúde privado nos dois sentidos. Regiões mais desenvolvidas (Caxias e

Hortênsias, 2ª Metropolitana PR, Norte-RJ, Belo Horizonte e Fortaleza)

apresentam maior participação do setor privado indicada pelo percentual de pessoas

com plano de saúde (em torno de 60-70%) e, nas regiões mais carentes, o sistema

público é prioritário. Mas há exceções, como Carbonífera-RS, que tem bons

23

indicadores socioeconômicos e apenas 22,5% de população é coberta por plano de

saúde. Em Baixada Cuiabana, Norte-Barretos e Entorno de Manaus, esse percentual

está na faixa de 30-40%. Nesses casos, existe uma maior complementação público-

privada do sistema (Gráfico 9).

Fonte: ANS

3.4. Estrutura do Sistema de Saúde

Recursos humanos

Atualmente a fonte de dados com informações mais atualizadas para a análise de

oferta de recursos humanos e materiais é o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de

Saúde (CNES). No caso de recursos humanos, estão sendo apresentados indicadores

contemplando a oferta total de médicos por mil habitantes e de médicos nas

especialidades cardiologia, ginecologia/obstetrícia e saúde da família/comunitários por

100 mil habitantes.

24

No que se refere ao total de médicos por mil habitantes (Gráfico 10), das seis

regiões que apresentam menor PIB per capita, apenas uma (Petrolina-PE) tem pouco

mais de 1 médico por mil habitantes, o mínimo esperado para uma população local,

segundo a OMS. Para a RS de Belo Horizonte, o CNES tem registrado um volume de

médicos (4 por mil habitantes) que está acima do parâmetro adequado, mas é importante

lembrar que, nesta região, quase 70% da população é portadora de plano de saúde. O

mesmo se verifica para Caxias e Hortênsias-RS que chega a ter 3 médicos por mil

habitantes mas também tem 58% de beneficiários de planos de saúde.

Carbonífera, Foz do Iguaçu, Petrolina e Entorno de Manaus e Sul-Barretos

são regiões de saúde que apresentam pouco mais de 1 médico por mil habitantes,

enquanto que, para as demais, está registrado no CNES um número de médicos que

equivale a taxas entre 1 e 2 médicos por mil habitantes.

O percentual de médicos que desenvolvem atividades no SUS varia com as

condições socioeconômicas das Regiões de Saúde, sendo que, nas regiões mais

carentes, ainda que a frequência seja baixa, quase todos têm atividades no SUS. Esse

percentual é muito menor nas regiões mais desenvolvidas como Belo Horizonte, 2°

Metropolitana –R, e Caxias/Hortênsias-RS, onde a participação do setor privado é

preponderante (Gráfico 10).

25

Fonte: CNES

Quanto aos médicos classificados como especializados em Saúde da Família ou

Comunitários disponíveis ao SUS (Gráfico 11), as taxas por 100 mil habitantes são

muito baixas em Regiões de Saúde com altos valores de PIB, como Caxias e Hortênsias

e Norte-RJ, assim como em Araguaia, uma das regiões mais carentes da amostra. Por

outro lado, na região Belo Horizonte identifica-se a maior taxa desses profissionais.

Valores em torno de 10-11 profissionais por 100 mil habitantes foram obtidos para as

demais regiões carentes (Entorno Sul-GO, Baixada Cuiabana, Juazeiro, Petrolina,

Sobral e Teófilo Otoni) (Gráfico 11).

26

Fonte: CNES

É possível que grande parte dessas contradições deva-se à dificuldade de

definição conceitual dessa categoria de profissionais. Ou seja, quando se chega ao nível

de especialização dos profissionais, os informantes podem expressar o vínculo com o

trabalho mais do que a especialização strictu sensu. Entretanto, quando se especificam

especialidades mais tradicionais, o quadro continua pouco significativo no caso da

Ginecologia/Obstetrícia (Gráfico 12), mas torna-se um pouco mais associado ao nível

de desenvolvimento da Região de Saúde na área de Cardiologia (Gráfico 13). A maior

oferta de médico nas três categorias é sempre apresentada pela RS de Belo Horizonte-

Nova Lima-Caetés.

27

Fonte: CNES

Fonte: CNES

28

Recursos físicos

Para verificar a oferta de recursos físicos, foi possível obter através do CNES a

existência de leitos hospitalares e equipamentos na área de imagem.

Quanto aos leitos hospitalares (Gráfico 14), segundo o Decreto 7.5085, cada

Região de Saúde deve apresentar pelo menos um hospital. Segundo o Ministério da

Saúde, o parâmetro para leitos por mil habitantes é da ordem de 2,5-3,09. A oferta de

leitos é muito relacionada ao desenvolvimento econômico e social das Regiões de

Saúde.

Assim como se observa para o total de médicos, o número de leitos hospitalares

também é maior nas Regiões de Saúde com melhores condições econômicas e sociais

(2° Metropolitana-PR, Norte-Barretos, Norte-RJ, Belo Horizonte-Nova Lima-

Caetés e Fortaleza) e deficiente nas mais carentes. Nota-se, entretanto, que Sobral-CE

e Araguaia-PA apresentam maiores taxas de leitos por 1000 habitantes do que as

demais regiões carentes. Outra discrepância se observa no caso da região Carbonífera-

RS que apresentou bons indicadores socioeconômicos, mas tem apenas 1,4 leitos por

1000 habitantes. O Entorno Sul de Goiás apresenta o menor valor nessa taxa (0,6

leitos/1000 habitantes) (Gráfico 14).

29

Fonte: CNES

No que diz respeito a oferta de equipamentos, foram selecionados os

indicadores: Mamógrafos, Aparelhos de ultrassom e tomógrafos computadorizados. Nos

três casos, foram considerados todos os modelos de equipamentos.

Quando se observa o indicador mamógrafos por 100 mil habitantes (Gráfico 15),

parece existir uma correlação muito maior com as condições socioeconômicas das

regiões. Os maiores valores são observados em Norte-Barretos– SP e Norte-RJ e o

inverso acontece para as regiões mais carentes nas quais a oferta é menor do que 2

aparelhos por 100 mil habitantes. A diferença na oferta das regiões Norte-Barretos– SP

(4,6) e Sul-Barretos-SP (2,8) merece ser esclarecida seja pela cobertura público-privada

ou pela organização dos serviços (Gráfico 15).

30

Fonte: CNES

Analisando-se o gráfico 16, em que o eixo horizontal representa as regiões de

saúde ordenadas pelo IDHR de forma crescente, observa-se que a taxa de mamógrafos

por 100 mil habitantes tende a crescer com o IDHR, enquanto a disponibilidade dos

equipamentos para o SUS é inversamente proporcional ao IDHR das Regiões (Gráfico

16).

31

A oferta de aparelhos de ultrassonografia por 100 mil habitantes, também é

muito correlacionada com as condições socioeconômicas das Regiões de Saúde. No

entanto, alguns aspectos merecem ser investigados, como por exemplo, a alta taxa do

indicador verificada na Região Foz do Iguaçu, maior do que em todas as demais

regiões (Gráfico 17). Analisando-se o Gráfico 18, verifica-se a mesma tendência

observada para o equipamento mamógrafo, mas com algumas diferenças, como

acontece na Norte-Barretos e Sul-Barretos, onde a disponibilidade ao SUS é maior

(Gráfico 18).

32

Fonte: CNES

33

Já no caso dos tomógrafos computadorizados, as menores frequências garantem

altos percentuais de disponibilidade ao SUS ou ausência de equipamentos (Gráficos 19

e 20).

Fonte: CNES

34

3.5. Desempenho do Sistema de Saúde

Acesso

No campo da saúde, o acesso é concebido como o conjunto de circunstâncias

de diversas naturezas, que viabiliza ou obstaculiza a entrada de cada indivíduo na rede

de serviços, em seus diferentes níveis de complexidade, bem como em suas diversas

modalidades de atendimento. Dito de outra forma, o acesso está relacionado com as

facilidades e dificuldades em obter tratamento desejado, estando, portanto,

intrinsicamente ligado às características da oferta e da disponibilidade de recursos. Na

matriz conceitual do PROADESS, acesso é definido como a capacidade do sistema de

saúde em prover o cuidado e o serviço necessários, no momento certo e no lugar

adequado. Dados secundários mais disponíveis estão, normalmente, mais relacionados

35

ao uso de serviços do que propriamente ao acesso, que é obtido de forma mais precisa

através de inquéritos populacionais.

Para analisar o acesso aos serviços de saúde foram selecionados dois

indicadores para atenção primária - cobertura de Papanicolau e de vacinação

tetravalente - e um indicador para o nível de maior de complexidade - taxa de

angioplastia em pessoas com 20 anos ou mais.

No caso da atenção primária, a análise dos indicadores aponta para situações

diversas nas Regiões de Saúde mais carentes, entre as quais Juazeiro-BA e Sobral-CE,

que têm menos de 90% de cobertura na vacinação tetra e pentavalente em crianças,

em 2013. Entretanto, taxas menores de cobertura também são observadas em regiões

com melhor padrão socioeconômico, como o Entorno-Sul de Goiás, Baixada Cuiabana,

e Norte-RJ (Gráfico 21).

Fonte: PNI-DATASUS

Quanto à razão de Papanicolau em mulheres de 25-64 anos, calculada pela

quantidade de exames realizados pelo SUS, a situação é mais difícil ainda de ser

36

analisada já que o exame poderia ser feito e pelo setor privado em mulheres cobertas

por plano de saúde como deve ser o caso de Belo Horizonte e Norte-RJ e Fortaleza.

Entretanto, regiões de bom padrão socioeconômico, nas quais o mesmo poderia

acontecer como Norte-Barretos e Sul-Barretos e Foz do Iguaçu, estão os valores mais

altos do indicador (Gráfico 22).

Fonte: SIA

Quanto ao acesso para internações de alta complexidade, como é o caso das

angioplastias, a alta taxa observada em Sobral-CE é conhecida no Nordeste e deve-se à

implantação de um hospital especializado em cirurgias de revascularização cardíaca.

Valores muito baixos foram observados em Araguaia, Juazeiro e Entorno Sul de

Goiás e evidenciam o baixo acesso a esse tipo de procedimento cirúrgico (Gráfico 23).

37

Fonte: SIH- DATASUS

Efetividade

A definição de efetividade proposta pelo PROADESS (2003)2 baseia-se no grau

com que a assistência, os serviços e as ações atingem os resultados esperados

considerando três abordagens: mortes evitáveis, incidência de algumas doenças

evitáveis e internações evitáveis.

A internação por condições que podem ser controladas pela atenção primária é

um indicador tradicionalmente usado para avaliar a efetividade desse nível de atenção.

Há uma série grande de condições assim consideradas pelo Ministério da Saúde10. No

caso específico das internações por insuficiência cardíaca, a validade do indicador é

grande já que as internações hospitalares da população residente devem ser evitadas

pelo controle da pressão arterial e tratamento ambulatorial da insuficiência cardíaca

decorrente da hipertensão. Uma taxa muito elevada do indicador é observada para

38

Araguaia a região mais carente da amostra. Na região de Teófilo Otoni a taxa também

é bastante superior ao que se verifica para as demais Regiões de Saúde (Gráfico 24).

Fonte: SIH - DATASUS

Um outro indicador da efetividade do sistema de saúde é a mortalidade por

hipertensão em idade precoce (50-64 anos). No Gráfico 25, nota-se que altas taxas

foram detectadas em regiões de distinta situação socioeconômica, como por exemplo,

Entorno Sul de Goiás, Baixada Cuiabana e Norte-RJ. Por outro lado, baixas taxas

são observadas para Carbonífera-RS e Foz do Iguaçu-PR, que têm melhor padrão

socioeconômico, assim como em regiões mais carentes, como Juazeiro-BA, Petrolina-

PE e Araguaia-PA. A validade do indicador tem restrição na medida em que a

hipertensão é frequentemente adotada como causa básica do óbito em diversas

situações.

39

Fonte: SIM - DATASUS

Adequação

Uma categoria importante quando discute desempenho do sistema de saúde

refere-se à adequação do cuidado prestado. A adequação do cuidado é

frequentemente considerada em relação à disponibilidade de serviços segundo as

necessidades da população11. Essas necessidades podem ser definidas em termos de

quantidade, distribuição espacial e emprego das melhores práticas, evitando a

ocorrência de consequências negativas à saúde dos pacientes12. A partir do proposto

pela Joint Comission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO)13, define-se

no PROADESS que a adequação pode ser avaliada através do grau com que os cuidados

prestados às pessoas estão baseados nos conhecimentos técnico-científicos bem

fundamentados existentes.

O percentual de partos cesáreos, o percentual de mães de nascidos vivos que

tiveram 7 ou mais consultas de pré-natal e o percentual de internações por acidente

vascular cerebral (AVC) que receberam uma tomografia nos primeiros 7 dias de

40

internação são importantes indicadores para se avaliar o grau de adequação da

assistência à saúde nas Regiões de Saúde.

O elevado percentual de partos cesáreos, analisado no gráfico 25, é uma

característica do sistema de saúde brasileiro mesmo na atenção financiada pelo

serviço público ou privado contratado pelo SUS. No entanto, é interessante observar

que, entre as 17 regiões de saúde da amostra, os menores valores foram observados

no Entorno de Manaus e em duas regiões mais carentes – Teófilo Otoni e Juazeiro.

Por outro lado, percentuais acima de 60% foram observados em Caxias, Sul e Norte

Barretos, Fortaleza e Norte-RJ (Gráfico 26).

Fonte: SINASC - DATASUS

No que se refere ao atendimento do pré-natal, os indicadores do SINASC

mostram que é baixo o percentual de mães que receberam 7 ou mais consultas em

Regiões de Saúde carentes como Juazeiro e Araguaia, mas o mesmo se verifica

também em Fortaleza e Entorno de Manaus (Gráfico 27).

41

Fonte: SINASC - DATASUS

No que diz respeito a procedimentos de maior complexidade, como se pode

observar no gráfico 27, a proporção de internações por AVC que realizaram tomografia

nos primeiros 7 dias é muito inferior ao esperado, já que a tomografia é necessária até

mesmo para caracterizar a natureza do AVC (isquêmico ou hemorrágico). É importante

notar que, mesmo em regiões com maiores recursos como Norte-RJ,

Caxias/Hortências-RS e, sobretudo, em Sul-Barretos-SP, essa proporção é muito

abaixo do esperado (Gráfico 28).

42

Fonte: SIH - DATASUS

43

3.6.

44

Tabela 1 - Indicadores demográficos e socioeconômicos das Regiões de Saúde em análise

Gerais

Demográficos e Socioeconômicos

Financiamento

Região de Saúde IDHR Tipo Classes de Tamanho

Populacional

Razão 10%

ricos/40%

pobres

Rendi.

médio dom.

per capta

Razão de

Dependência

R. Impostos

e

Tranferências

Const. -

2012 por

habitante

R.

Transferências

SUS por

habitante -

2012

ARAGUAIA_PA 0,6099 1 Entre 300 e 500 mil 20,1 395,8 55,5 730,27 197,6

JUAZEIRO_BA 0,6201 1 Entre 300 e 500 mil 19,7 330,6 45,0 690,96 221,6

SOBRAL_CE 0,6439 1 Entre 500 mil e 1 mihão 17,9 298,0 55,8 845,93 310,0

T_OTONI_MALACAC_ITAMBACUR_MG 0,6475 1 Entre 300 e 500 mil 14,5 423,0 50,3 798,20 326,1

PETROLINA_PE 0,6712 2 Entre 300 e 500 mil 17,1 478,0 52,3 664,16 208,5

CARBONIFERA_RS 0,7033 3 Entre 300 e 500 mil 13,0 647,0 42,0 1.212,48 93,2

ENTORNO_SUL_GO 0,7035 2 Entre 500 mil e 1 mihão 12,2 543,7 39,4 607,49 137,1

ENTORNO MANAUS _AM 0,7182 4 Acima de 2 milhões 23,7 663,2 51,4 1.047,67 78,7

NORTE_RJ 0,7236 5 Entre 500 mil e 1 mihão 13,0 720,3 44,0 2.248,76 230,2

FOZ_DO_IGUAÇU_PR 0,7457 3 Entre 300 e 500 mil 13,1 788,8 43,0 1.206,13 257,1

FORTALEZA_CE 0,7492 5 Acima de 2 milhões 18,4 780,4 55,9 1.026,40 297,3

BAIXADA_CUIABANA_RS 0,7596 4 Entre 500 mil e 1 mihão 15,7 898,1 41,1 1.025,85 339,3

SUL_BARRETOS_SP 0,7636 4 Até 300 mil 9,4 797,4 41,6 1.344,02 171,6

NORTE-BARRETOS_SP 0,7668 5 Até 300 mil 9,1 802,7 43,9 1.597,19 216,6

CAXIAS E HORTENSIAS_RS 0,7790 5 Entre 500 mil e 1 mihão 9,0 1156,1 38,1 1.505,82 253,2

2ª RS METROPOLITANA-PR 0,7829 5 Acima de 2 milhões 10,6 1142,4 41,7 1.512,60 240,3

B_HORIZONTE_N_LIMA_CAETE_MG 0,7899 5 Acima de 2 milhões 13,3 1238,2 49,7 1.411,49 484,3

45

Tabela 2 - Indicadores da Estrutura do Sistema de Saúde das Regiões de Saúde em análise

Região de Saúde IDHR Tipo % Beneficiár

ios de Planos de Saúde - 2013

Leitos/ 1000 hab

Médicos/1000

hab Dez

2013

Médicos de Saúde

da Família

/100 mil hab 2012

Ginecologista/Obstetra/100 mil hab 2012

Cardiologista/100 mil hab 2012

Mamógrafos por 100

mil habitantes

- 2012

Equipamentos de ultrasson

ografia /100 mil

hab - 2012

Tomógrafos

comp./ 100 mil

hab, 2012

ARAGUAIA_PA 0,6099 1 5,2 2,4 0,37 3,8 1,2 1,0 1,0 10,6 0,8

JUAZEIRO_BA 0,6201 1 10,9 1,8 0,88 11,3 4,9 2,6 0,6 8,1 0,9

SOBRAL_CE 0,6439 1 4,8 2,3 0,72 11,7 1,1 2,6 1,3 9,4 0,6

T_OTONI_MALACAC_ITAMBACUR_MG 0,6475 1 11,2 1,9 0,90 4,7 3,5 4,1 2,8 14,2 1,9

PETROLINA_PE 0,6712 2 20,6 1,4 1,23 9,1 10,2 4,3 1,3 16,1 0,9

CARBONIFERA_RS 0,7033 3 22,5 1,4 1,16 5,0 3,7 3,0 3,2 12,5 2,2

ENTORNO_SUL_GO 0,7035 2 15,7 0,6 0,63 10,1 2,8 2,2 1,2 3,3 0,3

ENTORNO MANAUS _AM 0,7182 4 43,6 1,6 1,23 7,7 11,6 4,5 1,5 10,1 1,3

NORTE_RJ 0,7236 5 56,1 2,8 2,21 3,8 15,4 11,9 4,4 22,7 3,6

FOZ_DO_IGUAÇU_PR 0,7457 3 21,3 2,0 1,21 5,0 4,2 6,2 2,5 26,1 1,2

FORTALEZA_CE 0,7492 5 56,3 3,0 1,97 6,6 11,8 9,7 2,5 20,5 2,3

BAIXADA_CUIABANA_RS 0,7596 4 33,6 2,5 1,94 7,4 12,5 10,5 3,3 16,7 3,2

SUL_BARRETOS_SP 0,7636 4 47,6 2,2 1,13 5,0 2,1 4,2 2,8 12,7 1,4

NORTE-BARRETOS_SP 0,7668 5 38,6 3,3 2,46 7,8 5,0 11,8 4,6 18,2 2,9

CAXIAS E HORTENSIAS_RS 0,7790 5 57,6 2,5 2,99 3,4 11,4 13,5 3,7 17,3 3,0

2ª RS METROPOLITANA-PR 0,7829 5 65,9 2,5 2,49 10,2 13,1 12,0 2,2 16,4 1,8

B_HORIZONTE_N_LIMA_CAETE_MG 0,7899 5 67,1 2,9 4,04 15,8 23,8 25,4 3,9 18,4 2,1

46

Tabela 3 – Indicadores de desempenho da assistência à saúde das Regiões de Saúde em análise

Acesso Efetividade Adequação

Região de Saúde IDHR Tipo Papa

nicolau

Tetra/pent

avalente

2013

Angioplas

tia

Internação

Insuf cardiaca

2012

Mortalidade

por

hipertensão

50 - 64

Pré-natal

% parto

cesáreo

2012

AVC com

Tomografia

ARAGUAIA_PA 0,6099 1 0,480 91,6 2,1 1.327,6 22,0 25,6 47,0 9,7

JUAZEIRO_BA 0,6201 1 0,517 86,0 16,7 370,4 14,0 39,5 38,5 30,0

SOBRAL_CE 0,6439 1 0,520 86,8 136,4 342,6 30,2 73,9 41,0 23,7

T_OTONI_MALACAC_ITAMBACUR_MG 0,6475 1 0,760 96,2 37,9 658,9 34,0 52,8 35,2 22,0

PETROLINA_PE 0,6712 2 0,340 94,4 34,5 223,6 14,6 56,8 40,7 68,6

CARBONIFERA_RS 0,7033 3 0,526 103,2 112,9 350,7 17,3 73,0 56,5 20,0

ENTORNO_SUL_GO 0,7035 2 0,340 71,0 25,1 254,6 59,9 56,5 40,4 35,7

ENTORNO MANAUS _AM 0,7182 4 0,480 101,3 31,0 340,4 32,5 36,4 20,1 8,9

NORTE_RJ 0,7236 5 0,300 86,4 49,1 359,3 58,7 75,3 66,1 31,4

FOZ_DO_IGUAÇU_PR 0,7457 3 0,680 103,3 115,9 315,3 20,1 72,7 57,5 8,3

FORTALEZA_CE 0,7492 5 0,400 92,3 71,0 456,9 32,1 40,8 66,6 28,2

BAIXADA_CUIABANA_RS 0,7596 4 0,420 86,1 39,6 467,7 65,8 64,5 59,2 66,8

SUL_BARRETOS_SP 0,7636 4 0,770 98,3 39,7 479,8 37,2 80,1 83,5 2,0

NORTE-BARRETOS_SP 0,7668 5 0,700 96,6 47,4 267,8 31,9 87,9 86,2 76,1

CAXIAS E HORTENSIAS_RS 0,7790 5 0,439 107,9 88,5 238,2 24,9 83,4 70,1 16,7

2ª RS METROPOLITANA-PR 0,7829 5 0,530 103,8 111,2 317,8 27,6 82,2 57,2 60,0

B_HORIZONTE_N_LIMA_CAETE_MG 0,7899 5 0,400 95,8 49,6 212,1 43,3 70,8 51,3 75,2

47

REFERÊNCIAS

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4 Viacava F, Ugá MAD, Porto S, Laguardia J, Moreira RS. Avaliação de desempenho do sistema de saúde:

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11 Vuori H. A qualidade da saúde. Divulgação em Saúde para o Debate 1991; 3: 17-25.

48

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