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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle Secretaria Federal de Controle Interno Relatório de Avaliação da Integridade em Empresas Estatais nº 201601716 Empresa: Serviço Federal de Processamento de Dados - Serpro Supervisão dos Trabalhos Arantes José da Silva - CGU Luiz Augusto Penna Júnior- CGU Equipe de Auditoria Luciano Souza Gonçalves - Serpro Thiago Morais Furuchima - CGU Vladimir Sol Rebouças - Serpro Wilson Rodrigues Bongiovanni - Serpro

Relatório de Avaliação da Integridade em Empresas Estatais nº 201601716 · Dinheiro público é da sua conta 5 5 – Monitoramento do Programa, medidas de remediação e aplicação

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle

Secretaria Federal de Controle Interno

Relatório de Avaliação da Integridade

em Empresas Estatais nº 201601716

Empresa: Serviço Federal de Processamento de Dados - Serpro

Supervisão dos Trabalhos

Arantes José da Silva - CGU

Luiz Augusto Penna Júnior- CGU

Equipe de Auditoria

Luciano Souza Gonçalves - Serpro

Thiago Morais Furuchima - CGU

Vladimir Sol Rebouças - Serpro

Wilson Rodrigues Bongiovanni - Serpro

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Competência da CGU

Assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribui-

ções, quanto aos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Executivo, sejam atinentes à

defesa do patrimônio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à prevenção e

ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao incremento da transparência da gestão no

âmbito da administração pública federal.

Avaliação da Integridade

nas empresas estatais

No exercício de sua missão, a CGU tem incentivado a adoção de medidas de integridade

pelas empresas públicas e privadas, reconhecendo boas práticas e buscando o diálogo e a parceria

para promover ações voltadas à prevenção, detecção, pronta interrupção e remediação de atos de

fraude e corrupção.

Em 2014, entrou em vigor a Lei nº 12.846/2013, a qual estabelece que empresas, fundações

e associações passarão a responder civil e administrativamente por atos lesivos praticados em seu

interesse ou benefício que causarem prejuízos ao patrimônio público ou infringirem princípios da

administração pública ou compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

A referida norma atribuiu reconhecimento legal à importância da existência de mecanismos

e procedimentos internos de integridade, auditoria, incentivo à denúncia de irregularidades e apli-

cação efetiva de códigos de ética nas instituições.

Esse reconhecimento foi reforçado, ainda, pela aprovação da Lei nº 13.303/2016, que es-

tabelece o estatuto jurídico das empresas estatais, a qual instituiu a obrigatoriedade de adoção de

diversas medidas de integridade por aquelas empresas.

Em consonância com essa evolução do marco jurídico e tendo em vista sua missão de pre-

venir e combater a corrupção, bem como de aprimorar a gestão pública, a CGU desenvolveu me-

todologia específica para a avaliação da integridade nas empresas estatais.

Por meio da avaliação de integridade, o Ministério apresenta um diagnóstico acerca do

estágio evolutivo das políticas e procedimentos relacionados à ética e integridade nas empresas

estatais. Para fins deste trabalho, as políticas e medidas de integridade adotadas pelas empresas

são avaliadas sob três aspectos: existência, qualidade e efetividade.

A partir das fragilidades e das oportunidades de melhoria identificadas, a empresa estatal

terá elementos necessários para a elaboração de um plano de ação com vistas a promover o apri-

moramento de seus mecanismos de integridade. O desdobramento desse plano de ação será moni-

torado pela CGU.

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Sumário-Executivo

Objetivo da Avaliação

Avaliar as medidas de integridade existentes no Serpro e promover o seu aprimoramento,

com a finalidade de diminuir o risco de corrupção e fraudes, bem como aumentar a capacidade de

detecção e remediação das irregularidades que venham a ocorrer.

Temas avaliados

O art. 41 do Decreto nº 8.420/2015 definiu que “programa de integridade consiste, no

âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integri-

dade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de

ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irre-

gularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira”.

Tomando como referência os parâmetros elencados no art. nº 42 do Decreto nº 8.420/2015,

no presente trabalho foram analisados quinze temas, agrupados em cinco dimensões. Os quinze

temas foram avaliados em relação a três aspectos: existência, qualidade e efetividade:

Fonte: Elaborado pela CGU

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1 – Desenvolvimento do Ambiente de Gestão do Programa de Integridade

A primeira dimensão engloba as seguintes subdimensões:

I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo

apoio visível e inequívoco ao programa; e

II - independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplicação do pro-

grama de integridade e fiscalização de seu cumprimento.

2 – Análise Periódica de Riscos

Esta dimensão contempla a análise do perfil de risco da empresa estatal necessária à estruturação

do programa de integridade.

3 – Estruturação e Implantação das Políticas e Procedimentos.

A definição das políticas e procedimentos constitui a essência do programa de integridade. Esta

dimensão engloba as seguintes subdimensões:

I - padrões de conduta e código de ética aplicáveis a todos os empregados e administradores, in-

dependentemente de cargo ou função exercidos;

II - políticas e procedimentos de integridade aplicáveis a todos os empregados e administradores,

independentemente de cargo ou função exercidos;

III - registros e controles contábeis que assegurem a pronta elaboração e confiabilidade de relató-

rios e demonstrações financeiras da pessoa jurídica;

IV - diligências apropriadas para contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais

como, fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;

V – verificações, durante os processos de fusões, aquisições e outras operações societárias, do

cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurí-

dicas envolvidas;

VI - canais de denúncias de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a colaboradores.

VII - processo de tomada de decisões.

4 – Comunicação e Treinamento.

Esta dimensão trata dos aspectos relativos aos seguintes itens:

I - treinamentos periódicos e comunicação sobre o programa de integridade; e

II - transparência da pessoa jurídica.

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5 – Monitoramento do Programa, medidas de remediação e aplicação de penalidades.

A última parte do modelo adotado consiste nos seguintes itens:

I - monitoramento contínuo do programa de integridade, visando seu aperfeiçoamento na preven-

ção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos.

II - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações detectadas

e a tempestiva remediação dos danos gerados; e

III - aplicação de medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;

Todas essas dimensões deverão contemplar os seguintes atributos: existência (referente à

presença, na empresa estatal, de cada elemento que compõe as cinco dimensões); qualidade (refe-

rente à sua adequabilidade, de acordo com as melhores práticas) e efetividade (referente ao seu

efetivo funcionamento).

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Conclusões e Recomendações

Inicialmente é importante ressaltar que a integridade passou a ser tratada pelo Serpro, como

um programa institucional apenas em junho de 2016, de modo que o programa de integridade da

empresa encontra-se em estágio inicial de implantação.

A companhia possui algumas medidas de integridade (Código de Ética, Ouvidoria,

Comissão de Ética, etc.), mas estas encontram-se dispersas e não integradas no âmbito de um

programa formalmente estabelecido.

Desta forma, tendo em vista o estágio de maturação do recém implantado Programa de

Integridade do Serpro, o presente relatório tem cunho propositivo. Em complemento às sugestões

de melhorias propostas ao longo do relatório, sugere-se a célere adoção de medidas empresariais

as quais assegurem o cumprimento das disposições constantes da Lei nº 13.303/2016, como forma

de aprimoramento do nível de maturidade da integridade do Serpro.

A seguir, são apresentados os principais resultados da avaliação realizada.

Comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos,

evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao programa

Conforme supracitado, o Programa de Integridade do Serpro encontra-se em estágio inicial

de implantação, de modo que as medidas de integridade da empresa encontram-se dispersas entre

as diferentes unidades organizacionais.

Foi evidenciado, contudo, o intuito da companhia na busca por um ambiente corporativo

íntegro, haja vista a recente reestruturação organizacional ter estabelecido, dentre outras medidas,

a criação da Diretoria de Governança e Gestão, responsável pela instituição e o gerenciamento do

Programa de Integridade do Serpro. Ademais, recentes comunicações realizadas pela Diretora-

Presidente da empresa mostram alinhamento da Alta Direção com as práticas preconizadas em um

programa de integridade.

Com base nos questionários aplicados aos empregados, de um total de 405 respondentes,

319 (78%) concordam, parcial ou totalmente, que o Serpro está comprometido com a prevenção,

detecção e correção de atos de corrupção ou fraude.

Padrões de conduta e código de ética aplicáveis a todos os empregados e

administradores, independentemente de cargo ou função exercidos

O Serpro possui Código de Ética e de Conduta Empresarial que descreve a conduta e os

valores esperados de todos os colaboradores da empresa. Esse documento, aprovado pela Alta

Direção, foi escrito em linguagem adequada e pode ser facilmente acessado no Portal Corporativo

da companhia.

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Destaca-se, entretanto, que embora estejam declarados os princípios éticos que são

esperados de seus colaboradores, não há menção explícita às políticas de integridade da empresa,

ou qualquer outra questão diretamente ligada a prevenção de ilícitos de fraude e corrupção.

Para divulgação de seu conteúdo, o Serpro promove cursos específicos sobre o tema, que

são de realização obrigatória por todos os novos empregados. Não foram identificadas iniciativas

recentes de divulgação para os empregados que já fazem parte da companhia.

O questionário aplicado evidenciou que embora a maioria dos empregados da empresa

tenha conhecimento da existência do Código de Ética e Conduta Empresarial, muitos desconhecem

seu conteúdo.

Políticas e procedimentos de integridade aplicáveis a todos os empregados e

administradores, independentemente de cargo ou função exercidos

Foram analisadas as políticas da empresa no que se refere as seguintes questões: (i)

recebimento e oferecimento de hospitalidades, brindes e presentes; (ii) prevenção de atos de fraude

e corrupção; (iii) prevenção do nepotismo; (iv) realização de patrocínios e doações filantrópicas;

(v) prevenção de conflitos de interesse.

Embora o Programa de Integridade do Serpro esteja em fase inicial de implantação, foi

verificado que a empresa dispõe de políticas específicas para os supracitados temas, embora a

maioria necessite de melhorias específicas, as quais foram apontadas neste relatório.

Foram identificadas ainda fragilidades contundentes no que se refere a divulgação de seu

conteúdo, o que pode ser ratificado pela análise das respostas dos questionários encaminhados:

apenas 31% dos respondentes afirmaram ter conhecimento de campanhas específicas para

divulgação das políticas de integridade da companhia.

Treinamentos periódicos e comunicação sobre o programa de integridade

Em virtude do estágio inicial de implantação do programa de integridade, o Serpro não

dispõe de plano de comunicação formalmente instituído para as questões de integridade, de modo

que não foram realizadas comunicações específicas para o fomento da prevenção de atos de fraude

e corrupção nos últimos exercícios. Algumas ações pontuais foram identificadas, como a

divulgação de campanha referente ao tema Conflito de Interesses. Essa mesma situação, não dispor

de plano formalmente instituído, foi observada em relação ao plano de capacitação dos

empregados, sendo que, neste caso, a situação é agravada pela condição de restrição orçamentária

em que se encontra a empresa.

Análise periódica de riscos para realizar adaptações necessárias ao programa de

integridade

O Serpro dispõe de uma Política Corporativa de Gestão de Riscos – PCGR que define

termos afetos à gestão de riscos, os princípios norteadores da gestão de riscos empresarial, além

dos responsáveis e de um conjunto de determinações que delineiam a estratégia de gestão de riscos

da empresa.

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Contudo, a supracitada política não estabelece quaisquer regras, métodos e formas de

avaliação e tratamento de riscos, bem como não aborda periodicidade de monitoramento dos

riscos, fluxos de comunicação às diversas partes interessadas e não dispõe sobre a forma de

acompanhamento dos riscos corporativos, restringindo-se a menções aos modelos de referência

apresentados pelo COSO.

Ademais, não se verificou a existência de documentos nos quais estejam postos os riscos

empresariais, expressos em uma matriz de riscos organizacionais, bem como não foram

apresentados os respectivos planos de tratamento de riscos porventura existentes, os quais abordem

estratégias, providências e respostas que visem a aceitação, a eliminação, mitigação ou

transferência dos riscos mapeados pelo Serpro.

Diante do exposto, constatou-se que a maturidade da gestão de riscos organizacionais no

Serpro é baixa e, por conseguinte, carece de melhorias, especialmente quanto aos limites de

incerteza que a organização está disposta a assumir para atingir seus objetivos e o volume de riscos

que a entidade possa suportar, delimitados a partir do planejamento estratégico empresarial.

Registros e controles contábeis que assegurem a pronta elaboração e confiabilidade

de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa jurídica.

O Serpro não utiliza o COSO 2013 como framework para subsidiar a avaliação de seus

controles contábeis, embora o considere como referência para elaboração dos normativos e dos

processos que tratam do tema.

Verificou-se que os controles internos são periodicamente testados pelos Órgãos de

Fiscalização e Controle, as demonstrações contábeis são submetidas à avaliação de auditoria

independente e a eficácia operacional dos controles internos é avaliada pela Auditoria Interna.

O Serpro vem cumprindo parcialmente a Resolução SE/CGPAR nº 6, com a submissão das

demonstrações financeiras anuais à auditoria por auditores independentes, mas sem que o Estatuto

Social contemple tal obrigatoriedade.

Em relação aos treinamentos e capacitações do pessoal envolvido com as temáticas

financeira e contábil, não foi apresentado planejamento quanto ao Programa de Educação

Continuada para os colaboradores da área contábil, financeira e de patrimônio, embora

treinamentos pontuais tenham sido realizados nos últimos exercícios.

Embora não seja escopo deste trabalho, cumpre mencionar que desde 2011 a CGU vem

observando a dependência do Serpro em relação à transferência de recursos do Governo Federal.

Os relatórios 201108703, 201413241e 201504060 podem ser consultados no Portal da CGU para

mais detalhes sobre esta relevante questão.

Independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela

aplicação do programa de integridade e fiscalização de seu cumprimento

A partir do redesenho organizacional promovido pelo Serpro, em julho de 2016, foi criada

a Divisão de Integridade, subordinada ao Departamento de Compliance e Integridade e vinculada

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à Superintendência de Controles, Riscos e Compliance, responsável pelo estabelecimento do

Programa de Integridade do Serpro. As ações necessárias à efetiva implantação do programa de

integridade não puderam ser avaliadas em função da recente criação da supracitada Divisão de

Integridade.

Ressalta-se, contudo, que foram evidenciados riscos quanto à autonomia no desempenho

das atividades da área, posto que não há previsão, no arcabouço normativo avaliado, de quaisquer

relações de vínculo funcional ou subordinação – mesmo que indireta – entre a divisão responsável

pelo Programa e outros órgãos responsáveis pelas medidas de integridade vigentes, ou mesmo

previsão de fluxos de troca informações entre os supracitados órgãos.

Canais de denúncias de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a

funcionários e terceiros, e mecanismos destinados à proteção de denunciantes de boa-fé

A Ouvidoria-Geral do Serpro é a instância responsável por receber e tratar reclamações,

elogios, sugestões, solicitações e denúncias. Essas manifestações podem ser recebidas

pessoalmente, por correio eletrônico, por telefone e pelo Sistema de Ouvidoria do Serpro. A

Ouvidoria conta ainda com espaço específico no Portal Corporativo da empresa, podendo ser

acessado facilmente por qualquer pessoa, dispondo de meios para recebimento de denúncias,

inclusive anônimas, tanto do público interno, quanto do público externo.

No que se refere aos mecanismos utilizados pela entidade para incentivar seus

colaboradores a denunciarem atos contrários à ética e à integridade institucional, em que pese a

entidade ter informado que se valha de diversos meios para este fim (fixação de cartazes impressos

em murais; publicação de informativos eletrônicos; dentre outros), não foram identificadas

evidências dessas ações. Também não foram identificadas normas que estabeleçam medidas

específicas para prevenir a retaliação aos denunciantes.

A baixa maturidade da atuação do Serpro na promoção e incentivo à realização de

denúncias pode ser constatada a partir do consolidado das respostas dos questionários

encaminhados aos colaboradores da empresa, conforme será apresentado.

Aplicação de medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade

A unidade responsável pelas atividades correcionais no âmbito do Serpro é o Departamento

de Aplicação do Regime Disciplinar Empresarial (DPARD), o qual se encontra vinculado ao

Gabinete do Diretor-Presidente, e não como uma Corregedoria vinculada ao Chefe máximo da

entidade, conforme estabelece as Orientações para Implantação de Unidades de Corregedoria dos

Órgãos e Entidades do Poder Executivo Federal.

Diversos normativos estabelecem o regime disciplinar dos empregados do Serpro.

Contudo, não foi identificado normativo que discipline especificamente os ilícitos que envolvam

a prática de atos de fraude e corrupção. Destaca-se ainda a inexistência de indicadores específicos

para acompanhar o desempenho da atividade correcional do órgão.

Em virtude do estágio inicial de implantação do Programa de Integridade do Serpro, não

foi possível avaliar a integração entre o DPARD e a Instância de Integridade da empresa.

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Procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações

detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados

As medidas de integridade adotadas pelo Serpro ainda não estão agrupadas sob o formato

de um programa de integridade, de modo que a atuação da empresa para a pronta interrupção de

irregularidades e infrações detectadas ainda ocorrem de maneira esparsa, de acordo com as

competências e atribuições específicas de cada área, sem a participação da Instância de

Integridade.

A despeito disso, cabe ressaltar que auditorias especiais podem ser requeridas pelos

Conselhos Diretor/Fiscal ou pela própria CGU, as quais eventualmente podem culminar com a

identificação de indícios de irregularidades, que são encaminhadas ao titular da área responsável

pelo processo e/ou contrato, visando a posterior abertura de processo apuratório.

Diligências apropriadas para contratação e, conforme o caso, supervisão, de terceiros,

tais como, fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados

Tendo em vista que o Programa de Integridade do Serpro está em construção, foi verificado

que, de maneira geral, o processo de due diligence para a contratação de terceiros é incipiente. De

fato, a maioria das diligências promovidas pela empresa se referem a práticas gerais preconizadas

pela Administração Pública Federal na contratação por meio de licitação, tais como as verificações

de impedimento em virtude de sanção aplicada no âmbito da Lei nº 8.666/93 e as relacionadas ao

não cumprimento dos requisitos de regularidade fiscal e trabalhista, previstos nas legislações

federal, estaduais e municipais.

Registre-se, como boa prática, a utilização do Plano de Inserção da Contratada (PIC) –

reunião, registrada em ata, com os fornecedores para situá-los das responsabilidades e demais

informações necessárias para a execução do contrato.

Verificação, durante os processos de fusões, aquisições e outras operações societárias,

do cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas

pessoas jurídicas envolvidas

Tendo em vista que o capital social do Serpro é integralmente subscrito pela União,

conforme consta do art. 4º do Estatuto Social da empresa, as análises que seriam realizadas no

âmbito deste item perderam seu objeto.

Monitoramento contínuo do programa de integridade visando seu aperfeiçoamento

na prevenção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos

Devido ao estágio inicial de implantação do Programa de Integridade do Serpro, não foi

possível avaliar seu monitoramento contínuo. Neste sentido, a empresa deve: (i) instituir

mecanismos de monitoramento para verificar a efetiva implementação do programa de integridade,

de forma a possibilitar a identificação de pontos falhos que possam ensejar correções e

aprimoramentos; (ii) definir regras estabelecendo rotinas e processos de monitoramento do

programa de integridade; (iii) criar indicadores para acompanhar a aplicação e o funcionamento

das diversas medidas de integridade instituídas; (iv) definir estratégia coordenada de

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monitoramento com participação das áreas envolvidas com o programa de integridade; (v) reportar

indicadores e produtos do monitoramento para a Alta Direção (Conselhos e Diretoria) e com

posterior disponibilização no Portal Corporativo, com acesso a partir do sítio da internet.

Transparência da pessoa jurídica

O Serpro possui em seu Portal Corporativo página específica para a divulgação do Serviço

de Informação ao Cidadão (e-SIC). Os pedidos de solicitação podem ser realizados por e-mail,

telefone ou diretamente pelo sistema de informações e-SIC.

No que tange a transparência ativa, foi verificado que o Serpro disponibiliza diversas

informações, conforme determina a Lei de Acesso à Informação, embora necessite de melhorias

para o integral cumprimento dessa norma. Ademais, foi verificado que diversas informações

disponibilizadas estão desatualizadas ou são apresentadas em nível de detalhe insuficiente a sua

plena divulgação.

Ressalta-se ainda que não foi evidenciado o cumprimento de todos os elementos e

determinações relacionadas à transparência ativa requeridas pela Resolução CGPAR nº 05/2015,

tais como: (i) extrato das atas de assembleias gerais, pautas (prévias e deliberadas) e as atas das

reuniões da alta direção não são publicadas na internet; (ii) dinheiro público é da sua conta; (iii) o

último Balanço Social publicado, data de 2010; (iv) o currículo profissional resumido dos

conselheiros não possui acesso direto.

Processo de tomada de decisões

O Serpro não possui normas ou políticas específicas que disciplinem o processo de tomada

de decisão da Alta Direção. As deliberações são devidamente registradas em atas, mas os

documentos e informações que subsidiam a decisão não se encontram armazenados em um

repositório único, estando distribuídas em diferentes locais (e-mail, pastas de trabalho, diretórios

na rede, etc.).

O Conselho Diretor da empresa é multidisciplinar, contando com profissionais qualificados

em Direito, Economia e Finanças, Relações Internacionais e Tecnologia da Informação.

Ressalvamos, contudo, que apenas dois membros possuem formação específica em TI.

Sugestões de Melhoria

A partir das análises realizadas, foram elaboradas diversas sugestões de melhoria. Ressalta-

se que a efetiva implementação da maioria das proposições feitas pressupõe a criação ou alteração

de normativos, de modo a propiciar adequado amparo legal as ações da empresa. Desta forma,

como resultado do trabalho realizado, sugere-se ao Serpro:

Instituir programa de integridade que contemple políticas e procedimentos destinados a

sistematizar e integrar ações de prevenção, detecção, interrupção e remediação de riscos e

de conformidade, dentre os quais os relacionados a atos de fraude e corrupção;

Implementar plano de comunicação que contemple medidas de integridade da Alta

Direção, direcionadas para os públicos interno e externo, com a finalidade de ressaltar a

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importância de se implementar e respeitar as medidas de integridade, bem como da

intenção do Serpro de contratar terceiros/fornecedores que adotem posturas alinhadas aos

princípios e normas de integridade. O plano deve estabelecer as informações a serem

comunicadas, o público-alvo, os meios de divulgação, a periodicidade, e os responsáveis;

Fazer constar, de forma clara, em todas as Descrições de Atribuições e Competências das

Unidades do Serpro, a obrigatoriedade de cumprimento do programa de integridade como

medida de fortalecimento e engajamento de todos ao programa;

Implementar modelo de acompanhamento integrado, por parte da Alta Direção, dos riscos,

ações, prazos, responsabilidades e decisões relativos ao programa de integridade.

Revisar o Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro para que contemple ações,

procedimentos e vedações relativos ao programa de integridade, fazendo menção explícita

às políticas de integridade da empresa, além da prevenção de ilícitos de fraude e corrupção;

Fazer constar do Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro menção e incentivo a

realização de denúncias, bem como sobre a proibição de retaliação a denunciantes;

Divulgar no Portal Corporativo, com acesso a partir do sítio da internet, os relatórios

produzidos pela Comissão de Ética do Serpro, ressalvados os casos de sigilo legalmente

instituídos;

Incluir no plano de comunicação empresarial rotina de divulgação periódica do Código de

Ética para os colaboradores, fornecedores e sociedade;

Estabelecer periodicidade para a revisão dos normativos que abordem as medidas de

integridade aplicáveis aos empregados;

Determinar a previsão de o presenteado comunicar a instância de integridade ao receber

brindes ou presentes, e que sejam registradas as informações sobre os itens recebidos;

Acrescer ao Código de Ética e Conduta Empresarial a previsão de oferta de brindes e

presentes em nome do Serpro, bem como os limites de valor, além da comunicação à

instância de integridade;

Contemplar nos normativos, claramente, que a entidade é contrária à corrupção;

Criar dispositivo que objetive prevenir a ocorrência de corrupção no contato de seus

colaboradores com terceiros, seja em processos licitatórios ou na execução de contratos

firmados;

Contemplar nos normativos procedimentos para evitar conflito de interesses sob a

perspectiva da contratação e/ou envolvimento de terceiros, de forma explícita;

Revisar os procedimentos e normas de patrocínios e doações filantrópicas com objetivo de

tornar claros em que circunstâncias a Diretoria emitirá parecer sobre a participação formal

nestes eventos, além dos respectivos critérios de seleção;

Contemplar nos normativos procedimentos e regras para evitar que a entidade utilize

agente de outra instituição pública como procurador, consultor, assessor ou intermediário

de seus interesses junto à administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Contemplar em normativos a definição de órgãos do Serpro cujos empregados e gerentes

são vedados de receber brindes e presentes;

Instituir plano de comunicação para as questões de integridade, de modo a fomentar a

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prevenção de atos de fraude e corrupção, incluindo-se o quadro externo de empregados;

Criar espaço específico no Portal Corporativo da empresa no sítio da internet, assim como

já é feito em relação ao tema ética, a fim de facilitar o acesso a todos os normativos

atinentes aos temas de integridade, de modo que qualquer informação possa ser encontrada

em um local único, de fácil acesso;

Desenvolver ações educacionais relacionadas às medidas de integridade vigentes, com

especial enfoque no Código de Ética e Conduta Empresarial, além de outras voltadas ao

programa de integridade, de caráter obrigatório, contemplando o tema “prevenção de

fraude e corrupção” para todos os empregados da empresa, bem como mecanismos de

aferição sobre a qualidade dos conteúdos ofertados;

Prever a participação direta e ativa da instância de integridade no planejamento da

capacitação sobre os temas de ética e integridade;

Adotar as melhores práticas internacionalmente reconhecidas para alicerçar a política de

gestão de riscos corporativos da empresa;

Adotar medidas as quais assegurem o cumprimento do disposto no art. 9º, §2º, da Lei nº

13.303/2016, quanto à vinculação do órgão responsável pela verificação de cumprimento

da gestão de riscos à Diretora-Presidente; quanto à liderança do órgão em referência por

Diretor Estatutário; quanto à inserção no Estatuto do Serpro das atribuições e mecanismos

que assegurem atuação independente do órgão em questão;

Considerar os resultados oriundos do processo de gestão de riscos organizacionais como

insumo do processo de melhoria contínua do programa de integridade empresarial;

Inserir a descrição das práticas de gestão de riscos e de controle interno no Estatuto do

Serpro, em observância ao disposto no art. 6º da Lei nº 13.303/2016;

Inserir medidas e procedimentos relativos à gestão de riscos de desvios, fraude e corrupção

ativa e passiva na política corporativa de gestão de riscos, as quais sejam acompanhados e

supervisionados pela instância responsável pelo programa de Integridade;

Revisar a Decisão de Diretoria SG-0135/2007, visando ratificar a validade das sistemáticas

e procedimentos, em busca de um maior alinhamento às melhores práticas preconizadas

pelo mercado, tais como as constantes em domínios do modelo Control Objectives for

Information Technology – Cobit 5, dentre outras consideradas relevantes;

Revisar a Política de Gestão de Riscos Corporativos – PCGR, de forma a contemplar o

limite de incerteza que a organização está disposta a assumir para atingir seus objetivos,

além do volume de riscos que a entidade pode suportar, expressos como a tolerância ao

risco, além dos métodos, periodicidade de monitoramento, ferramentas para o

acompanhamento dos riscos organizacionais, plano de comunicação às partes interessadas

e vinculação ao planejamento estratégico empresarial;

Instituir plano de educação continuada dirigido aos empregados da Superintendência de

Gestão Financeira, incluindo treinamentos relativos à prevenção e detecção de fraude,

corrupção e desvios;

Inserir no Estatuto Social a obrigatoriedade de submissão das demonstrações financeiras

anuais à auditoria por auditores independentes, bem como a previsão de contratação de

auditores independentes, conforme preconiza a Resolução SE/CGPAR nº 6, de 29/09/2015;

Considerar as metodologias de governança, a exemplo das diretrizes do COSO, como

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ferramenta de identificação de irregularidades nos registros contábeis da empresa;

Considerar no planejamento das atividades de auditoria, a avaliação da eficácia dos

controles internos relativos ao processo de produção das demonstrações contábeis;

Envidar esforços para a integração de seus sistemas internos com o sistema contábil, a fim

de reduzir a necessidade de utilização de planilhas eletrônicas preenchidas manualmente e

o repasse de informações manuais entre sistemas;

Alocar empregados do Serpro nos postos funcionais previstos para a Divisão de

Integridade, visando não apenas assegurar o cumprimento das atribuições específicas

constantes do documento DAC do órgão, mas também conferir maior celeridade na adoção

do programa de integridade pela empresa;

Avaliar a conveniência e oportunidade da realização de estudos que visem o

estabelecimento de futuros critérios de seleção e eventual substituição dos titulares dos

órgãos responsáveis pelas medidas de integridade;

Estabelecer fluxos de comunicação entre a Divisão de Integridade, a Diretoria de

Governança e os demais órgãos componentes da Alta Direção, os quais visem assegurar

que estas instâncias disponham de informações precisas e atualizadas acerca da

implantação e acompanhamento do programa de integridade, bem como de eventuais

processos de investigação de desvios ao seu cumprimento;

Realizar estudos que subsidiem a adoção de um conjunto de medidas voltadas ao

aprimoramento dos níveis de proteção aos empregados lotados em todos os órgãos

envolvidos com as medidas de integridade do Serpro;

Revisar os documentos regimentais e de atribuições e competências do conjunto de órgãos

envolvidos com a manutenção das medidas de integridade atuais e do futuro programa de

integridade, de modo a delimitar com clareza os fluxos de informações que regulem a ação

integrada dos órgãos responsáveis pelas medidas de integridade do Serpro, além de papeis

e responsabilidades, prazos a serem respeitados e aos repositórios de armazenamento de

dados e informações afetas à integridade empresarial;

Criar normativos internos que regulamentem os canais de atendimentos, de denúncia

anônima, de garantia do sigilo da identidade do denunciante ou de restrição de acesso a

essa informação;

Estabelecer canais de esclarecimento de dúvidas e prestação de informações sobre ética e

integridade;

Criar normativo que estabeleça medidas específicas para prevenir a retaliação aos

denunciantes (por exemplo, mudança de lotação, caso o denunciado seja colega ou chefe

do denunciante; afastamento temporário das atividades; previsão de adoção de medidas

contra qualquer pessoa que retalie ou ameace denunciantes, etc.);

Definir regras e procedimentos claros sobre como se dará a tramitação das denúncias

recebidas ou de suspeitas de irregularidades advindas de outras fontes;

Divulgar os canais de denúncias com informações relevantes sobre as formas de acessá-lo,

ao processo de apuração e às medidas de proteção ao denunciante, incluindo o público com

menor grau de instrução;

Desenvolver plano de comunicação com previsão de medidas específicas de divulgação de

informações relevantes sobre canais de denúncias para os públicos interno e externo, bem

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como ao incentivo a denunciarem irregularidades e atos contrários à ética e à integridade

institucional de que tenham conhecimento;

Aderir ao Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal – E-Ouv;

Definir fluxo para que ações de averiguação de suspeitas de fraude e corrupção promovidas

pela Unidade Correcional ou Ouvidoria sejam encaminhadas à Auditoria-Interna como

forma de subsidiar o planejamento das ações de auditoria;

Definir indicadores de apuração de denúncias;

Mapear os processos relacionados a atividade correcional, contemplando competências,

instrumentos, ritos e prazos;

Normatizar as atividades do DPARD, estabelecendo prerrogativas e autonomia de atuação;

Estabelecer em normativo as hipóteses de suspeição e impedimento em todas as etapas do

processo disciplinar;

Prever em normativo a inaplicabilidade do instituto do perdão tácito no âmbito da empresa;

Estabelecer em normativo a utilização do sistema CGU-PAD para registro de todos os

procedimentos de apuração de responsabilidade administrativa;

Aprimorar o controle de registros dos processos instaurados e penalidades aplicadas;

Estabelecer o acompanhamento das medidas correcionais pela instância de integridade;

Elevar o status do DPARD a Unidade Correcional e realizar o cadastramento no Sistema

de Correição do Poder Executivo Federal – SISCOR;

Estabelecer plano de comunicação sobre atos lesivos praticados por pessoa jurídica;

Definir indicadores e metas para as atividades desempenhadas no âmbito correcional;

Elaborar plano de capacitação para os empregados que atuam na atividade correcional;

Instituir mecanismos que permitam ao Serpro detectar e prontamente interromper os atos

de fraude, corrupção e desvios, bem como remediar os eventos danos sofridos. Os

mecanismos em referência poderão contemplar, dentre outros: a aplicação de multas

contratuais; a suspensão ou rescisão de contratos com terceiros; a abertura de Processos

Administrativos de Responsabilização, em observância ao disposto no art. 8º da Lei

12.846/2013;

Proceder a revisão e adequação dos normativos afetos ao tema, visando o aprimoramento

da segregação de funções na tomada de decisões relativas à interrupção e remediação de

infrações cometidas contra as medidas de integridade;

Inserir cláusulas relacionadas à integridade em todos os modelos de contratos de despesa;

Incluir temas da integridade na pauta das reuniões com fornecedores (Plano de Inserção da

Contratada), tais como ética, conflito de interesses, corrupção e fraude;

Estabelecer critérios para a classificação dos contratos firmados pelo Serpro, com base no

nível de exposição dos contratos a riscos de fraude, corrupção e desvios;

Submeter os empregados e terceiros responsáveis por contratos a verificações rotineiras

quanto a observância ao programa de integridade. A periodicidade e o escopo dessas

verificações devem variar com o grau de exposição a riscos do contrato. Por exemplo, a

empresa pode atribuir um perfil de risco ao contrato (alto, médio e baixo), variando a

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periodicidade e o escopo da diligência de acordo com o perfil do contrato;

Criar os procedimentos de guarda e arquivamento das diligências realizadas;

Desenvolver mecanismos para incentivar os fornecedores/terceirizados a denunciarem as

posturas contrárias à ética e integridade institucional;

Instituir mecanismos de monitoramento para verificar a efetiva implementação do

programa de integridade, de forma a possibilitar a identificação de pontos falhos que

possam ensejar correções e aprimoramentos;

Definir regras estabelecendo rotinas e processos de monitoramento do programa de

integridade;

Criar indicadores para acompanhar a aplicação e o funcionamento das diversas medidas de

integridade instituídas;

Definir estratégia coordenada de monitoramento com participação das áreas envolvidas

com o programa de integridade;

Reportar indicadores e produtos do monitoramento para a Alta Direção (Conselhos e

Diretoria) e com posterior disponibilização no Portal Corporativo, com acesso a partir do

sítio da internet;

Revisar os dados de transparência ativa disponíveis no sítio da internet, de modo a garantir

o alinhamento e a adequação às exigências previstas na Lei nº 12.527/2011 (LAI), no

Decreto nº 7.724/2012 e na Resolução CGPAR nº 05/2015;

Implementar rotina de verificação e atualização periódica das informações publicadas;

Divulgar no Portal Corporativo, com acesso a partir do sítio da internet as pautas e atas de

reunião dos Conselhos e da Diretoria Executiva, ressalvados os casos de sigilo legalmente

instituídos.

Abster-se de realizar doações de bens em ano eleitoral;

Tornar mandatória a apresentação de pareceres técnicos, emitidos como peças integrantes

do Processo Decisório da Diretoria do Serpro, os quais ratifiquem a adequação dos

equipamentos a serem doados quanto ao atendimento aos objetivos preceituados no

Programa Serpro de Inclusão Digital – PSID ou em outros programas governamentais de

cunho social, visando mitigar riscos de desvio de finalidade de uso dos equipamentos pelas

entidades donatárias.

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Sumário

1. Introdução..................................................................................................................................

2. Cenário corporativo...................................................................................................................

3. Objetivo e escopo da avaliação..................................................................................................

4. Resultados..................................................................................................................................

5. Conclusão...................................................................................................................................

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1. Introdução

A adoção de boas práticas corporativas é fator preponderante para diminuir o risco de

corrupção e fraudes e para aumentar a capacidade de detecção e remediação das irregularidades

que venham a ocorrer.

O desenvolvimento de um ambiente íntegro e capaz de prevenir, detectar e sanar fraudes e

atos de corrupção no âmbito das empresas estatais vinculadas ao Poder Executivo Federal exige

de tais entidades, dentre outras ações, a adoção de medidas e políticas internas de integridade,

auditoria, incentivo à denúncia de irregularidades e aplicação efetiva de códigos de ética e de

conduta.

Adicionalmente, as empresas devem se comprometer a divulgar sua legislação

anticorrupção aos funcionários e colaboradores, a fim de que sejam cumpridas integralmente.

Devem, ainda, vedar qualquer forma de suborno e trabalhar pela legalidade e transparência das

informações.

Para fins deste relatório, as seguintes definições foram observadas:

Alta Direção: Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização no mais

alto nível (ABNT, 2005), tal como o presidente da entidade e os diretores. No caso das

estatais, estão incluídos nesse conceito, também, os membros do Conselho Diretor;

Colaboradores: Compreendem os empregados do Serpro, além de terceirizados e

prestadores de serviço;

Medidas de Integridade: mecanismos e procedimentos adotados pela empresa para

prevenir, detectar e sanar fraudes, atos de corrupção e desvios de conduta. Caso tais

medidas tenham sido pensadas e implementadas de forma sistêmica, com aprovação da alta

direção, e sob coordenação de uma área ou pessoa responsável, tem-se um programa de

integridade;

Plano de Comunicação: Instrumento destinado ao registro da estratégia de comunicação

empresarial. O plano deve estabelecer as informações a serem comunicadas, o público-

alvo, os meios de divulgação, a periodicidade, e os responsáveis;

Políticas de Integridade: Normas internas que tratem dos temas pertinentes ao programa de

integridade, de forma a estabelecer não só o posicionamento da empresa em relação ao

tema, mas também regras sobre como devem agir os colaboradores em relação a ele,

condutas permitidas e proibidas, além dos procedimentos a serem seguidos;

Programa de Integridade: É um conjunto de medidas com o objetivo de prevenir, detectar

e remediar a ocorrência de fraude e corrupção nas empresas, pensadas e implementadas de

forma sistêmica, com aprovação da alta direção, e sob coordenação de uma área ou pessoa

responsável.

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2. Cenário corporativo

O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) é uma empresa pública vinculada

ao Ministério da Fazenda. Foi criado pela Lei nº 4.516/64, regido pela Lei 5.615/70, com o objetivo

de modernizar e dar agilidade a setores estratégicos da Administração Pública brasileira, tendo

como negócio a prestação de serviços em Tecnologia da Informação e Comunicações.

Ao longo de seus 50 anos, o Serpro desenvolve programas e serviços que permitem maior

controle e transparência sobre a receita e os gastos públicos, além de facilitar a relação dos

cidadãos com o governo. Dentre as várias soluções desenvolvidas com essas características

destacam-se a declaração do Imposto de Renda via Internet (ReceitaNet), a nova Carteira Nacional

de Habilitação, o novo Passaporte Brasileiro e os sistemas que controlam e facilitam o comércio

exterior brasileiro (Siscomex).

O mercado de atuação da empresa é o de finanças públicas, composto pelo Ministério da

Fazenda, que corresponde a significativa parcela do volume de negócios. Outro segmento

igualmente importante é o de ações estruturadoras e integradoras da Administração Pública

Federal, cuja gestão e articulação compete ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

3. Objetivo e escopo da avaliação

O objetivo do trabalho foi avaliar as medidas de integridade existentes no Serpro,

identificando as deficiências e as oportunidades de melhoria, com a finalidade de diminuir o risco

de corrupção e fraudes na companhia, bem como aumentar a capacidade de detecção e remediação

das irregularidades que venham a ocorrer.

Esse trabalho foi realizado conjuntamente pela CGU e pela Auditoria Interna do Serpro e

reflete o esforço da Administração Pública Federal na busca por um ambiente íntegro, pautado não

apenas na legalidade, mas também na adoção das melhores práticas internacionalmente

reconhecidas na luta contra a corrupção.

A análise realizada abrangeu verificações relacionadas aos seguintes temas:

Comprometimento da Alta Direção

da pessoa jurídica, evidenciado pelo

apoio visível e inequívoco ao Pro-

grama.

Padrões de conduta e código de

ética aplicáveis a todos os emprega-

dos e administradores, independen-

temente de cargo ou função exerci-

dos.

Aplicação de medidas disciplinares

em caso de violação do programa de

integridade.

Procedimentos que assegurem a

pronta interrupção de irregularida-

des ou infrações detectadas e a tem-

pestiva remediação dos danos gera-

dos.

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Políticas e procedimentos de inte-

gridade aplicáveis a todos os empre-

gados e administradores, indepen-

dentemente de cargo ou função

exercidos.

Treinamentos periódicos e comuni-

cação sobre o programa de integri-

dade.

Análise periódica de riscos para re-

alizar adaptações necessárias ao

programa de integridade.

Registros e controles contábeis que

assegurem a pronta elaboração e

confiabilidade de relatórios e de-

monstrações financeiras da pessoa

jurídica.

Independência, estrutura e autori-

dade da instância interna responsá-

vel pela aplicação do programa de

integridade e fiscalização de seu

cumprimento.

Canais de denúncias de irregulari-

dades, abertos e amplamente divul-

gados a funcionários e terceiros, e

mecanismos destinados à proteção

de denunciantes de boa-fé.

Diligências apropriadas para contra-

tação e, conforme o caso, supervi-

são, de terceiros, tais como, fornece-

dores, prestadores de serviço, agen-

tes intermediários e associados.

Verificação, durante os processos de

fusões, aquisições e outras opera-

ções societárias, do cometimento de

irregularidades ou ilícitos ou da exis-

tência de vulnerabilidades nas pes-

soas jurídicas envolvidas.

Monitoramento contínuo do pro-

grama de integridade visando seu

aperfeiçoamento na prevenção, de-

tecção e combate à ocorrência de

atos lesivos.

Transparência da pessoa jurídica

Processo de tomada de decisões

Para que os resultados fossem alcançados, foram realizadas análises documentais, reuniões

com gestores da companhia e aplicação de questionários aos empregados da empresa.

Os questionários em referência foram enviados a 7261 (setecentos e vinte e seis)

empregados do Serpro, no período de 01/08/2016 a 11/09/2016, com a finalidade de verificar a

percepção acerca dos mecanismos de integridade existentes na empresa. Do total de questionários

encaminhados, 405 (56%) foram respondidos o que, de acordo com os parâmetros estatísticos

calculados, permite que os resultados que serão apresentados sejam extrapolados para o universo

de empregados da empresa.

A aplicação dos questionários foi realizada utilizando o software livre LimeSurvey, por

meio de página exclusiva na web disponibilizada pela CGU. Apenas os empregados selecionados

receberam e-mail com as instruções para responder as questões.

É importante destacar ainda que os supracitados questionários foram enviados apenas aos

empregados internos do Serpro, ou seja, os que desempenham suas funções nas dependências do

1 Dados estatísticos: nível de confiança de 95%, intervalo de confiança de 5% e 50% de não-respostas.

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Serpro, sob as regras e normas estabelecidas por este. Os empregados externos, ou seja,

contratados pelo Serpro, mas que atuam exclusivamente alocados em seus clientes, não foram

considerados na elaboração da amostra para responder ao questionário.

Para cada tema foram elaboradas questões de auditoria para avaliar o grau de maturidade

quanto a três dimensões: existência, qualidade e efetividade.

Por fim, é imperativo destacar que recente reestruturação organizacional promovida pela

Alta Direção da empresa acarretou mudanças significativas em diversas áreas relacionadas

diretamente aos temas de integridade, de modo que, ao longo da realização dos trabalhos, diversos

normativos encontravam-se em processo de revisão e atualização, como por exemplo o Código de

Ética e Conduta Empresarial, a Política Corporativa de Gestão de Riscos, bem como os relativos

a atuação do departamento correcional do Serpro. As análises apresentadas neste trabalho foram

feitas com base nos normativos vigentes à época, de modo que algumas conclusões apresentadas

podem perder seu objeto quando da publicação dos normativos revisados.

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4. Resultados

1. Comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos,

evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao Programa

Neste item, foi avaliado o comprometimento da Alta Direção da empresa com o programa

de integridade, que se reflete em sua atuação na discussão e aprovação de seu conteúdo, bem como

na participação em atividades relacionadas ao Programa e na supervisão da aplicação das políticas

de integridade.

Também foi avaliada a exigência do cumprimento do programa pelos públicos interno e

externo, bem como a demonstração deste compromisso com a integridade por meio do discurso

dos membros da Alta Direção. Por fim, buscou-se mensurar a percepção dos colaboradores da

empresa a respeito do efetivo comprometimento da Alta Direção com as medidas de integridade.

Inicialmente, é importante esclarecer que o Serpro ainda não possui um programa de inte-

gridade formalmente estabelecido, embora possua diversas medidas que tratem do tema, quais

sejam: Código de Ética e Conduta Empresarial, Comissão de Ética, Ouvidoria, Canal de Denún-

cias, Departamento de Aplicação do Regime Disciplinar Empresarial, Auditoria Interna além de

normativos internos que versam sobre o tema de maneira esparsa.

Em recente reestruturação organizacional promovida pela Alta Direção da empresa, foi

instituída a Diretoria de Governança e Gestão - DIGOG, responsável pela instituição e o gerenci-

amento do Programa de Integridade do Serpro.

Vinculada a DIGOG, compete à recém-criada Superintendência de Controles, Riscos e

Compliance – SUPCR, as seguintes atribuições e competências relativas ao programa de integri-

dade:

“1.1.1 - Prospectar e desenvolver estratégias de controles internos, gestão

de riscos, compliance e integridade, alinhadas a estratégia e ao planejamento do

Serpro. ”

“1.1.5 - Assessorar, estabelecer, disseminar, coordenar e gerir iniciativas

corporativas voltadas a compliance e integridade, inclusive as políticas, normas,

metodologias e sistemáticas, em consonância com a estratégia empresarial. ”

“1.1.7 - Gerir o Programa de Integridade do Serpro e promover ações

para sua implantação na empresa, de acordo com as leis e normativos vigentes. ”

“3.2 - Conhecer, fazer conhecer, cumprir e fazer cumprir o Programa de

Integridade do Serpro e as melhores práticas de integridade, para controle e for-

talecimento dos valores éticos da Empresa. ”

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A instituição da referida Superintendência de Controle, Riscos e Compliance, agregadas às

medidas de integridade existentes, evidencia o início da construção de um Programa de Integridade

institucional, cujo objetivo é sistematizar e integrar suas ações de prevenção, detecção, interrupção

e remediação de riscos e de conformidade, dentre os quais os relacionados a atos de fraude e cor-

rupção.

Em junho de 2016 foi apresentado a Diretoria Colegiada da empresa ações a serem imple-

mentadas pela DIGOG acerca do programa de integridade, a qual incluía “ações imediatas” a se-

rem desenvolvidas, dentre as quais estava a criação da Comissão de Integridade, instância respon-

sável pelo Programa de Integridade do Serpro, bem como elaboração de cronograma inicial de

trabalho.

A despeito da referida apresentação, não foi identificada nenhuma evidência da efetiva

criação dessa Comissão, nem do citado cronograma de trabalho. Além disso, não há evidências

comprobatórias da realização de reuniões programadas exclusivamente com o objetivo de abordar

as medidas de integridade.

Acerca das comunicações realizadas pela Alta Direção da empresa que evidenciem seu

engajamento com a adoção de uma postura proba e íntegra no Serpro, foram identificadas cinco

mensagens veiculadas na TV Serpro, em que a Diretora-Presidente da empresa, em 09 de junho

de 2016, fez menção explícita às medidas de integridade adotadas pelo Serpro, especialmente no

que se refere à promoção da transparência das ações da diretoria, bem como menção ao programa

de integridade a ser instituído.

O discurso da referida Diretora-Presidente está alinhado à busca de um ambiente corpora-

tivo íntegro no Serpro. Ressalta-se, porém, que devido à proximidade temporal entre as comuni-

cações apresentadas pela empresa e a análise realizada neste trabalho, não é possível inferir se essa

é uma postura que já vinha sendo adotada na companhia. É imperativo destacar que a manifestação

explícita da Alta Direção é imprescindível para o fortalecimento da cultura da empresa, de modo

que ações como as apresentadas devem fazer parte da rotina organizacional.

Destaca-se, ainda, entrevista da Diretora de Governança e Gestão, à TV Serpro em 06 de

julho de 2016, abordando o tema integridade, como forma de evidenciar o comprometimento do

corpo diretivo com a causa. De fato, é de extrema importância que toda a cúpula da empresa esteja

alinhada, de forma a incentivar que todos os colaboradores atuem em conformidade com as dire-

trizes do programa de integridade.

Um programa de integridade que não dispõe de comprometimento da alta direção na sua

estruturação e efetivo funcionamento tem pouco resultado prático na redução da fraude ou corrup-

ção na organização. Por consequência, a não demonstração de compromisso poderá, como resul-

tado, reduzir o comprometimento dos demais colaboradores, resultando em um programa de baixa,

ou nenhuma, efetividade.

Não houve comunicação de medidas de integridade da alta direção para público externo no

período de 2014 e 2015, com a finalidade de ressaltar a importância de se implementar e respeitar

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as medidas de integridade, bem como da intenção do Serpro de contratar terceiros/fornecedores

que adotem posturas alinhadas aos princípios e normas de integridade.

Acerca das medidas específicas para a promoção do comprometimento dos ocupantes de

cargos gerenciais com o programa de integridade, verifica-se que a principal ação adotada pela

empresa é a chamada Grade Básica do Gestor, um conjunto de cursos ministrados por meio de

uma plataforma de Ensino a Distância (EaD), que devem ser concluídos por todos os gerentes da

empresa, cujo conteúdo aborda temáticas voltadas para a promoção de comportamentos baseados

em padrões de integridade.

Entende-se que é uma boa prática que às normas que disciplinam a estrutura organizacional

do Serpro, especialmente a Norma OE-04.v10, faça constar de forma clara, em todas as Descrições

de Atribuições e Competência das unidades do Serpro, a obrigatoriedade de cumprimento do pro-

grama de integridade como medida de fortalecimento e engajamento de todos ao programa.

No que se refere à supervisão das medidas e políticas de integridade pela Alta Direção,

verifica-se que as diversas instâncias envolvidas com o tema (Auditoria, Ouvidoria, Departamento

de Aplicação de Regime Disciplinar), dão conhecimento de seus relatórios produzidos. No entanto,

o encaminhamento de informações e comunicações que as diferentes áreas expedem não é uni-

forme e sistematizado. Com isso, não foi evidenciado que exista acompanhamento integrado por

parte da Alta Direção dos riscos, ações, prazos, responsabilidades e decisões relativos ao programa

de integridade.

Não foram apresentados relatórios da Comissão de Ética do Serpro – CES na resposta apre-

sentada às solicitações de auditoria. As ementas disponíveis em https://www.serpro.gov.br/so-

bre/etica/ementa abordam apenas súmulas sobre resultados de apuração de infrações.

Ressalta-se ainda que a Resolução DE-010/2014, a qual aborda o Regimento Interno da

Comissão de Ética do Serpro, traz as seguintes determinações, as quais não foi evidenciado o

cumprimento:

“a) Art. 14, inciso VII: atribui aos membros da Comissão de Ética a res-

ponsabilidade geral sobre a elaboração de relatórios e documentos inerentes aos

processos sob a responsabilidade da CES;

b) Art. 15, inciso XII: atribui ao Secretário Executivo da CES a responsa-

bilidade por “elaborar anualmente e submeter à CES [e não aos Conselhos] Re-

latório de Gestão da CES, contendo as ações realizadas no exercício” (grifo

nosso);

c) Art. 17: Neste artigo há menção explícita sobre a periodicidade mensal

em reuniões de caráter ordinário e, sempre que necessário, para reuniões extra-

ordinárias. ”

Dessa forma, não é possível avaliar a efetividade das ações da referida comissão.

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Com base nos questionários aplicados, de um total de 405 respondentes, 319 (78%) res-

ponderam que concordam, parcial ou totalmente, que a empresa está comprometida com a preven-

ção, detecção e correção de atos de corrupção ou fraude, dos quais:

27% afirmaram que concordam totalmente;

51% afirmaram que concordam parcialmente.

Sugestões de Melhoria

Instituir programa de integridade que contemple políticas e procedimentos destinados a

sistematizar e integrar ações de prevenção, detecção, interrupção e remediação de riscos

e de conformidade, dentre os quais os relacionados a atos de fraude e corrupção;

Implementar plano de comunicação que contemple medidas de integridade da Alta

Direção, direcionadas para os públicos interno e externo, com a finalidade de ressaltar a

importância de se implementar e respeitar as medidas de integridade, bem como da

intenção do Serpro de contratar terceiros/fornecedores que adotem posturas alinhadas

aos princípios e normas de integridade. O plano deve estabelecer as informações a serem

comunicadas, o público-alvo, os meios de divulgação, a periodicidade, e os

responsáveis;

Fazer constar, de forma clara, em todas as Descrições de Atribuições e Competências

das Unidades do Serpro, a obrigatoriedade de cumprimento do programa de integridade

como medida de fortalecimento e engajamento de todos ao programa;

Implementar modelo de acompanhamento integrado, por parte da Alta Direção, dos

riscos, ações, prazos, responsabilidades e decisões relativos ao

programa de integridade.

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2. Padrões de conduta e código de ética aplicáveis a todos os empregados e

administradores, independentemente de cargo ou função exercidos

A avaliação deste item diz respeito ao código de ética da empresa, sua forma de divulgação

e aprovação pela alta direção, acessibilidade e facilidade de compreensão da linguagem em que

foi escrito. Também foi avaliado o seu conteúdo, de modo a verificar se contempla os temas

essenciais que deve trazer este tipo de documento.

O documento que descreve as condutas e os valores esperados dos colaboradores e

dirigentes do Serpro é o “Código de Ética e de Conduta Empresarial”. Esse documento foi

aprovado pela Alta Direção por meio da Resolução DE-012/2014, aprovado pelo Diretor

Presidente em 01/09/2014, e encontra-se em sua quarta versão, tendo sua última atualização sido

realizada em dezembro de 2014. A empresa informou ainda que está em curso processo de revisão

do Código vigente, com o intuito de incluir temas que mais suscitam conflitos e considerando o

contexto e as necessidades atuais da companhia.

O referido Código de Ética foi escrito em linguagem adequada a plena divulgação de seu

conteúdo e encontra-se disponível para todos os colaboradores da empresa, bem como para o

público externo, sendo facilmente acessado no Portal Corporativo da companhia.

No que se refere às iniciativas adotadas pela empresa para sua efetiva divulgação, cabe

destacar a inclusão de curso específico sobre o tema na grade obrigatória de capacitação dos novos

empregados da companhia. Essa ação educacional é realizada na modalidade de Ensino a Distância

(EaD) por meio da Universidade Corporativa do Serpro – UniSerpro Virtual, por meio do curso

“Ética e Serviço Público”, que tem como objetivo apresentar a dimensão ética da atividade

profissional aos empregados do Serpro. Nos últimos dois exercícios, 478 novos empregados foram

capacitados no tema Ética. Transcrevemos abaixo ementa de apresentação do citado curso:

“O curso Ética e Serviço Público destina-se a homogeneizar os

conhecimentos dos participantes sobre os fundamentos da Ética e sobre os

desafios do serviço público. O pressuposto dessa iniciativa é que a

excelência do exercício profissional é garantida não apenas pela

competência técnica, mas também pelo estímulo ao discernimento moral.”

É necessário ressaltar, contudo, que não foram identificadas iniciativas recentes de

divulgação do Código de Ética para os colaboradores que já fazem parte da companhia, ou seja,

embora a empresa tenha adotado medidas efetivas para divulgação do tema para os novos

empregados, a mesma postura não é adotada em relação aos empregados já existentes. As últimas

publicações sobre o tema na intranet da companhia ocorreram nos exercícios de 2011 e 2012, o

que evidencia o tratamento secundário que vem sendo dado ao assunto nos últimos anos.

Sobre as disposições do Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro, foi avaliado se

seu conteúdo contempla, no mínimo: (i) os princípios e os valores adotados pela entidade

relacionados a questões de ética e integridade; (ii) menção às políticas existentes na entidade para

prevenir fraudes e ilícitos, em especial as que regulam o relacionamento da entidade com o setor

público, e como acessá-las; (iii) as vedações expressas a determinados atos contrários ao interesse

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público, especificamente relacionados à prevenção de fraude e corrupção; (iv) a existência e a

utilização de canais de denúncias e de orientações sobre questões de integridade; (v) a proibição

de retaliação a denunciantes e os mecanismos para protegê-los; e (vi) as medidas disciplinares para

casos de transgressões às normas e às políticas da entidade.

Embora o Código de Ética e Conduta do Serpro declare os princípios éticos que são

esperados de seus colaboradores, esse documento não faz menção explícita às políticas de

integridade da empresa, ou qualquer outra questão diretamente ligada a prevenção de ilícitos de

fraude e corrupção.

Destaca-se ainda que embora o Serpro possua canal específico para a realização de

denúncias, nenhuma menção sobre sua existência ou incentivo a sua utilização constam do Código

de Ética e Conduta. Nenhuma referência é realizada também sobre a proibição de retaliação a

denunciantes, tampouco sobre os procedimentos existentes para protegê-los.

Ressalta-se também que não há qualquer menção sobre a existência da Comissão de Ética

do Serpro - CES, nem sobre a possibilidade de que essa apure eventuais transgressões às

disposições constantes do Código do Ética de Conduta. Ademais, nenhuma citação sobre as

possíveis medidas disciplinares que podem ser aplicadas aos transgressores desse Código consta

do documento.

Acerca da previsão de vedações expressas às práticas contrárias ao interesse público

especificamente relacionadas à prevenção de fraude e corrupção, constam do Código de Ética e

Conduta as seguintes proibições:

“3.2.1 - Reivindicar benefícios ou vantagens pessoais para si próprio ou

para terceiros, em decorrência de relacionamento comercial ou financeiro

firmado em nome do Serpro com clientes, órgãos governamentais,

instituições financeiras, fornecedores, entidades e outras empresas com as

quais o Serpro mantenha este relacionamento;

3.2.6 - Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,

cônjuge, companheiro ou parente, até o segundo grau civil;

3.2.9 - Pleitear, solicitar ou receber presentes, ou vantagens de qualquer

espécie, para si ou para terceiros, além da mera insinuação ou provocação

para o benefício que se dê, em troca de concessões ou privilégios de

qualquer natureza junto ao Serpro;

3.2.10 - Priorizar e preservar interesses pessoais, de clientes, órgãos

governamentais, instituições financeiras, fornecedores, entidades e outras

empresas, em detrimento dos interesses do Serpro.

3.2.11 - Obter vantagens, para si ou para terceiros, decorrente do acesso

privilegiado a informações do Serpro, mesmo que não acarretem prejuízo

para a Empresa.”

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Sobre as vedações, cabem as seguintes considerações:

O item 3.2.6, que veda a prática do nepotismo na companhia, não está aderente à

Súmula Vinculante nº 13, ao Decreto nº 7.203/2010 e à Lei nº 12.813/2013, que

proíbem:

o A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou

por afinidade, até o terceiro grau inclusive, da autoridade nomeante ou de

servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou

assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,

ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em

qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas;

o Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe o

agente público, seu cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou

afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele

beneficiada ou influir em seus atos de gestão.

Não consta do Código nenhuma vedação especificamente voltada contra a prática

de fraudes, inclusive em licitações e contratos públicos;

Não consta do Código nenhuma vedação à manutenção de situações de conflito de

interesses.

Não consta do Código nenhum instrumento de controle que assegure que as

vedações relacionadas no documento não sejam transgredidas.

Com base nos questionários aplicados, 321 colaboradores (79%) responderam que o Serpro

possui Código de Ética e Conduta, dos quais:

61% afirmaram nunca ter participado de eventos/capacitações sobre o conteúdo do

Código de Ética;

40% desconhecem seu conteúdo;

33% entendem, que as regras do Código de Ética não são cobradas e aplicadas pela

Alta Direção e pelos gestores do Serpro;

26% afirmaram nunca ter acessado o Código de Ética e Conduta.

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Sugestões de Melhoria

Revisar o Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro para que contemple ações,

procedimentos e vedações relativos ao programa de integridade, fazendo menção

explícita às políticas de integridade da empresa, além da prevenção de ilícitos de fraude

e corrupção;

Fazer constar do Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro menção e incentivo

a realização de denúncias, bem como sobre a proibição de retaliação a denunciantes;

Divulgar no Portal Corporativo, com acesso a partir do sítio da internet, os relatórios

produzidos pela Comissão de Ética do Serpro, ressalvados os casos de sigilo legalmente

instituídos;

Incluir no plano de comunicação empresarial rotina de divulgação periódica do Código

de Ética para os colaboradores, fornecedores e sociedade.

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3. Políticas e procedimentos de integridade aplicáveis a todos os empregados e

administradores, independentemente de cargo ou função exercidos

Nessa seção, foram avaliadas as políticas e procedimentos instituídos pela empresa para

responder aos riscos de fraude e corrupção identificados, analisando se tais políticas e

procedimentos possuem conteúdo mínimo adequado e estão sendo aplicadas conforme o previsto.

Buscou-se evidenciar se o Serpro possui políticas e procedimentos de integridade

referentes ao recebimento e ao oferecimento de hospitalidade, brindes e presentes, contendo as

proibições aplicáveis a seus colaboradores, de acordo com os preceitos da Lei n° 12.813/2013; à

prevenção da ocorrência de atos de corrupção (ativa ou passiva) ou fraudes; à prevenção do

nepotismo na indicação de funções de confiança e cargos comissionados e na contratação de

terceiros; à realização de patrocínios e doações filantrópicas; à prevenção de conflitos de interesse

no relacionamento com agentes de outras instituições públicas; e à prevenção de conflitos de

interesses entre os interesses privados de seus colaboradores e o interesse público. O conteúdo das

políticas e procedimentos, bem como sua aplicação, também foram objeto de verificações.

A Resolução GP-019, assinada pelo Diretor-Presidente e em vigor desde 23/11/2010, é a

norma que regulamenta o plano de carreiras do Serpro – PGCS. Possui capítulos específicos que

versam sobre princípios, gestão de pessoas, deveres, direitos, obrigações e vedações aplicáveis aos

empregados e administradores, além do regime disciplinar.

No entanto, o Serpro dispõe ainda de outros dois planos de carreira vigentes: o Regimento

de Administração de Recursos Humanos – RARH2 e o Plano de Avaliação e Classificação de

Cargos e Salários – PACCS, para os quais não se verificou a existência de normativos análogos à

Resolução GP-019/2010, os quais abordem explicitamente as vedações aplicáveis aos empregados

a eles subordinados.

Observou-se, como potencial oportunidade de melhoria, avaliar a pertinência de orientar à

gestão sobre a revisão da Resolução GP-019/2010, para que contemple os demais planos de

carreira, além das vedações sobre fraude e corrupção.

Recebimento e ao oferecimento de hospitalidade, brindes e presentes

O código de ética e conduta do Serpro é o documento formalmente aprovado que estabelece

políticas e procedimentos quanto ao recebimento e oferecimento de hospitalidade, brindes e

presentes. Está estabelecido o limite de R$ 100,00 (cem reais) para recebimento de presentes e

brindes, acima desse valor os colaboradores devem recusar o recebimento.

Não foi evidenciado normativo ou procedimento que determine previsão de o presenteado

solicitar autorização ou comunicar a uma ou mais instâncias da entidade ao receber o brinde ou

presente, ou ainda de que sejam registradas as informações sobre os brindes e presentes recebidos.

Quanto aos brindes oferecidos pela entidade, não identificamos regramento ou vedações a

fim de evitar que o oferecimento de brindes e presentes a servidores, colaboradores ou empregados

públicos seja utilizado como forma de pagamento para obter vantagem indevida (corrupção).

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Prevenção da ocorrência de atos de corrupção (ativa ou passiva) ou fraudes

O Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro explicita as vedações e traz condutas

que são inaceitáveis a seus dirigentes e colaboradores. A seguir apresentamos alguns dispositivos

atinentes ao tema:

“3.1.9 - Abster-se de utilizar influências internas ou externas, para a

obtenção de vantagens pessoais e funcionais.

3.1.10 - Eximir-se de fazer uso do cargo, da função de confiança ocupada

ou da condição de empregado do Serpro para obter vantagens para si ou para

terceiros.”

“3.2.1 - Reivindicar benefícios ou vantagens pessoais para si próprio ou

para terceiros, em decorrência de relacionamento comercial ou financeiro

firmado em nome do Serpro com clientes, órgãos governamentais, instituições

financeiras, fornecedores, entidades e outras empresas com as quais o Serpro

mantenha este relacionamento.

3.2.9 - Pleitear, solicitar ou receber presentes, ou vantagens de qualquer

espécie, para si ou para terceiros, além da mera insinuação ou provocação para

o benefício que se dê, em troca de concessões ou privilégios de qualquer natureza

junto ao Serpro.”

É importante destacar que todas as unidades devem ter claramente registrado em

normativos que são contrárias à corrupção. Nesse sentido, não foi evidenciado política que enuncie

claramente essa expressão. Não há dispositivo que objetive prevenir a ocorrência de corrupção no

contato de seus colaboradores com terceiros (corrupção passiva), seja em processos licitatórios ou

na execução de contratos firmados pela entidade.

Prevenção do nepotismo na indicação de funções de confiança e cargos comissionados

e na contratação de terceiros

O Código de Ética e Conduta Empresarial aborda a prevenção do nepotismo na perspectiva

de manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou

parente, até o segundo grau civil.

No entanto, não foram evidenciados esforços em se prevenir as seguintes hipóteses de

contratação:

Contratação e/ou envolvimento de terceiros, de forma explícita;

Pessoas que possuam grau de parentesco em linha reta, colateral ou por afinidade,

até o terceiro grau com a máxima autoridade administrativa da entidade ou com

ocupante de cargo em comissão ou função de confiança de direção, chefia ou

assessoramento para cargo em comissão ou função de confiança, função temporária

ou estágio;

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Pessoas jurídicas nas quais haja administrador ou sócio que tenha poder de direção

e, concomitantemente, seja familiar de detentor de cargo em comissão ou função

de confiança;

Pessoas que atuem na área responsável pela demanda ou contratação de terceiros;

Autoridade hierarquicamente superior a pessoa referida no item anterior.

Realização de patrocínios e doações filantrópicas

O Serpro possui normativos que dispõem sobre os critérios para seleção dos

beneficiários/patrocinados, bem como sobre regras para o acompanhamento da aplicação dos

valores repassados.

Em análise às informações dos patrocínios realizados nos exercícios de 2014 e 2015

disponíveis no sítio da intranet, em relação à Norma CO/008 e à Instrução Normativa SECOM/PR

nº 09 – IN 09, foram identificadas as seguintes constatações:

Não foi evidenciado o cumprimento do que preconiza a IN 09, art. 35, da Secretaria

de Comunicação da Presidência da República, quanto a prestação de contas do

patrocínio, em que o patrocinador deverá exigir do patrocinado, exclusivamente, a

comprovação da realização da iniciativa patrocinada e das contrapartidas previstas

no contrato;

Embora o normativo interno CO/008 defina que a participação do Serpro em

eventos externos apresenta cunho estratégico (subitem 4.8.2.1) e atribua à

Coordenação Estratégica de Comunicação Empresarial (CECOM) a análise sobre

a participação institucional do Serpro em eventos desta natureza (subitem 4.8.2),

com posterior validação da Diretoria (subitem 4.8.3), não se mostram claros em que

circunstâncias a Diretoria emitirá parecer sobre a participação formal nestes

eventos, muito embora haja evidências esparsas em relatórios, que indicam a

tomada de decisão em reuniões do colegiado;

Não se mostram claros também os critérios de seleção de eventos alinhados ao

planejamento estratégico da empresa (subitem 4.1), de forma associada aos

respectivos benefícios esperados com a realização do evento, tais como a

perspectiva de desenvolvimento de regiões mais pobres do país, a colaboração com

a política de inclusão digital do Governo Federal, a perspectiva de obtenção de

isenções fiscais autorizadas pela legislação vigente, dentre outras. Ressalta-se que

o último Plano Plurianual de Comunicação foi elaborado para o exercício de 2010.

Não foram evidenciados normativos ou procedimentos quem enunciem claramente a

vedação de que patrocínios ou doações filantrópicas sejam utilizados como forma de pagamento

de vantagem indevida a agente público ou que sejam aplicados em desacordo com os princípios

de integridade da entidade; critérios para verificação do histórico de envolvimento dos

beneficiários/patrocinados com corrupção ou fraude; de medidas de integridade e controles

internos adotados por eles; a existência de parentesco ou outras formas de ligação entre os

beneficiários/patrocinados e colaboradores da entidade; e a necessidade dos patrocínios serem

referendados pelas instâncias responsáveis pelo programa de integridade.

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Prevenção de conflitos de interesse no relacionamento com agentes de outras institui-

ções públicas

Identificou-se no arcabouço normativo do Serpro a Norma GP 077, que aborda o tema

conflito de interesses no relacionamento com agentes de outras instituições públicas, além da

Resolução DE-012/2014, itens 3.2.1, 3.1.15, 3.2.1 referente ao Código de Ética e Conduta

Empresarial, as quais demonstram a existência de diretrizes contrárias ao surgimento ou

manutenção de situações que coloquem em posição de conflito de interesses agentes públicos de

outras instituições públicas.

A norma veda que seus colaboradores busquem obter informação privilegiada, por meio

do contato com agentes ou ex-agentes públicos ou ainda que seja contatado agente público para

atividade que, em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou emprego

que ocupa ou ocupou (nos casos em que houver previsão de quarentena).

No entanto, não foram evidenciados normativos ou procedimentos que definam regras para

evitar que a entidade utilize agente de outra instituição pública como procurador, consultor,

assessor ou intermediário de seus interesses junto à administração pública direta ou indireta de

qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Também, não foi identificado procedimento para evitar que empregados da entidade que

também ocupem emprego, cargo ou função em outra instituição pública pratiquem ato em

benefício de interesse próprio em razão de atividade exercida ou informações obtidas, em uma ou

outra entidade.

Prevenção de conflitos de interesses entre os interesses privados de seus colaboradores

e o interesse público

A norma GP 077 e a Resolução DE-012/2014, itens 3.1.16 e 3.2.10, enunciam claramente

a posição contrária da entidade ao surgimento ou manutenção de situações que configurem conflito

com os interesses privados de seus colaboradores. Estão previstas na norma a prevenção do uso,

pelos colaboradores, de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiros, obtida em

razão de suas atividades na entidade.

Foi identificado que o normativo veda que seus empregados exerçam atividade que

implique prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócios com pessoa física ou

jurídica que tenha interesse em suas decisões ou de colegiado do qual estes participem ou que

exerçam, direta ou indiretamente, atividade que, em razão da sua natureza, seja incompatível com

as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se como tal, atividades desenvolvidas em áreas

ou matérias correlatas. Além disso, veda que atuem, ainda que informalmente, como procuradores,

consultores, assessores ou intermediários de interesses privados nos órgãos ou entidades da

administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios.

Também são vedados aos colaboradores que pratiquem na entidade ato em benefício de

interesse de pessoa jurídica de que participem, ou de que participem seus cônjuges, companheiros

ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, além de evitar

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que seus empregados prestem serviços, ainda que eventuais, a pessoa jurídica cuja atividade seja

controlada, fiscalizada ou regulada pela entidade.

Imperativo mencionar ainda a inexistência de política específica para a prevenção da

ocorrência de atos de corrução, ativa e passiva, no contato entre os representantes da empresa e

terceiros, bem como de política que discorra acerca da prevenção de atos de fraude e corrupção na

participação em processos licitatórios, como fornecedor, e na execução de contratos

administrativos, como contratado.

De modo geral, ainda que a companhia possua diretrizes atinentes ao tema integridade, em

regra, não foram identificados mecanismos capazes de garantir que a política esteja atingindo seus

objetivos.

Quanto à percepção dos empregados, foi verificado que apenas 31% dos respondentes

entendem que o Serpro realiza campanhas para a divulgação do programa de integridade e suas

políticas. Apesar deste pequeno número, constatou-se que quase 70% afirmam que passaram a

compreender melhor a importância das políticas de integridade a partir das campanhas realizadas

pela empresa. É importante destacar ainda que apenas 18% dos empregados afirmaram ter

participado de treinamentos sobre o programa e as políticas de integridade.

Especificamente em relação às políticas de integridade vigentes na empresa, do total de

respondentes, temos que:

56% desconhecem as medidas e/ou políticas relacionados à prevenção da

ocorrência de atos de corrupção (ativa e passiva);

55% desconhecem as medidas e/ou políticas relacionados ao recebimento e

oferecimento de brindes e presentes;

50% desconhecem as medidas e/ou políticas relacionados à prevenção do

nepotismo;

45% desconhecem as medidas e/ou políticas relacionados à realização de

patrocínios e doações filantrópicas;

40% desconhecem as medidas e/ou políticas relacionados à prevenção de conflitos

de interesses.

Sugestões de Melhoria

Estabelecer periodicidade para a revisão dos normativos que abordem as medidas de

integridade aplicáveis aos empregados;

Determinar a previsão de o presenteado comunicar a instância de integridade ao receber

brindes ou presentes, e que sejam registradas as informações sobre os itens recebidos;

Acrescer ao Código de Ética e Conduta Empresarial a previsão de oferta de brindes e

presentes em nome do Serpro, bem como os limites de valor, além da comunicação à

instância de integridade;

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Contemplar nos normativos, claramente, que a entidade é contrária à corrupção;

Criar dispositivo que objetive prevenir a ocorrência de corrupção no contato de seus

colaboradores com terceiros, seja em processos licitatórios ou na execução de contratos

firmados;

Contemplar nos normativos procedimentos para evitar conflito de interesses sob a

perspectiva da contratação e/ou envolvimento de terceiros, de forma explícita;

Revisar os procedimentos e normas de patrocínios e doações filantrópicas com objetivo

de tornar claros em que circunstâncias a Diretoria emitirá parecer sobre a participação

formal nestes eventos, além dos respectivos critérios de seleção;

Incluir nos normativos procedimentos e regras para evitar que a entidade utilize agente

de outra instituição pública como procurador, consultor, assessor ou intermediário de

seus interesses junto à administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Fazer constar em normativos a definição de órgãos do Serpro cujos empregados e

gerentes são vedados de receber brindes e presentes.

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4. Treinamentos periódicos e comunicação sobre o programa de integridade

Com relação à comunicação, foi avaliada a existência e a aplicação de uma estratégia

relacionada aos temas de integridade, para o fomento da postura ética a todos os colaboradores da

empresa, a prevenção de situações de conflito de interesses, de corrupção e de fraude. Também foi

avaliada a disponibilidade das normas de integridade e suas atualizações para que todos os

colaboradores possam consultá-las. Além disso, a avaliação buscou mensurar se, como resultado

das ações de comunicação, os colaboradores compreendem a importância do programa de

integridade e sabem identificar seus principais temas.

No que tange aos treinamentos, enfocaram-se as capacitações sobre temas de ética e

integridade aplicadas pela empresa, avaliando quais as capacitações existentes, se o seu

planejamento e execução contam com a participação da área responsável pelo programa de

integridade, se há estratégia de estímulo para incentivar a participação dos funcionários nos

treinamentos, bem como qual a percepção dos colaboradores sobre esses treinamentos. Avaliou-

se, ainda, a existência de mecanismos para assegurar que todos os funcionários e dirigentes sejam

alcançados pelas capacitações de conteúdo de interesse geral e que as capacitações específicas

alcancem o público de interesse para cada tema.

Os treinamentos periódicos e a estratégia de comunicação adotada na abordagem dos temas

relacionados à ética e integridade são essenciais na promoção de uma cultura ética na organização

e no debate sobre os temas correlatos ao programa de integridade, salutares para os empregados,

gerentes, diretores, conselheiros, fornecedores, consultores, parceiros, dentre outros. Alguns

instrumentos contribuem para aproximar tais temas ao cotidiano dos colaboradores, tais como e-

mail, folhetins/jornais/revistas institucionais, vídeos, campanhas internas, página eletrônica. De

igual importância, revestem-se as ações educacionais ligadas à ética e à integridade.

Em relação à comunicação, avaliou-se:

A existência e a aplicação de diretrizes, políticas e medidas para o fomento da

promoção da integridade a todos os colaboradores da empresa, em especial da

prevenção de situações de conflito de interesses, de corrupção e de fraude;

A existência de comunicações voltadas à promoção da postura ética e de temas

relacionados à integridade, bem como a promover a disseminação e a

disponibilização das normas de integridade e suas atualizações pra que todos os

colaboradores possam consultá-las; e

O resultado das ações de comunicação em relação à compreensão dos

colaboradores acerca da importância do programa de integridade e das ideias

relacionadas a seus principais temas.

Em relação aos treinamentos, avaliou-se:

O plano de treinamentos sobre temas relacionados à integridade, verificando as

capacitações existentes, em especial se seu planejamento e execução contam com a

participação da área responsável pela gestão do programa de integridade;

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A existência de diretrizes e políticas voltadas ao estímulo à participação dos

colaboradores nos treinamentos;

A existência de medidas para assegurar que todos os colaboradores sejam

alcançados pelas capacitações.

É importante destacar que em virtude da fase incipiente em que se encontra a implantação

do Programa de Integridade do Serpro, a empresa não possui um plano de comunicação

formalmente instituído para as questões de integridade, de modo que não foram realizadas nos

últimos exercícios comunicações específicas para o fomento da prevenção de atos de fraude e

corrupção.

Comunicação

Quanto à comunicação, a empresa conta com apoio especializado e área dedicada,

responsável pela coordenação dos processos de Comunicação Institucional: a Coordenação

Estratégica de Comunicação Empresarial (CECOM), cuja estrutura está hierarquicamente ligada

à Diretoria, e abrange as áreas de conhecimento de jornalismo, publicidade e propaganda e relações

públicas.

A companhia informou ter espaço específico sobre o tema Ética, disponível no endereço

eletrônico https://www.serpro.gov.br/sobre/etica - Portal Corporativo, destinado à divulgação de

todas as informações a respeito do tema “ética” na empresa, incluindo, mas não se limitando a: (i)

Código de Ética e Conduta Empresarial do Serpro; (ii) Comissão de Ética do Serpro; (iii) principais

normativos atinentes ao tema; e (iv) canais de ouvidoria. A página eletrônica sobre “Ética” está

ativa e tem fácil localização, tanto na versão desktop, quanto mobile.

O Serpro apresentou o Plano de Comunicação exclusivo sobre o tema Ética, relativo aos

meses de agosto e setembro de 2011, com os seguintes objetivos:

Incluir o tema “Ética” na pauta cotidiana dos públicos de relacionamento;

Dar clareza às atribuições e ao papel da Comissão de Ética do Serpro;

Dar transparência e publicidade aos atos da Comissão de Ética, bem como ao

Código de Conduta, com informações acessíveis e trabalhadas de acordo com o

perfil dos empregados;

Promover a reflexão dos empregados do Serpro sobre seu papel profissional,

pessoal e intransferível no desenvolvimento da cultura ética na instituição.

As ações planejadas no referido Plano culminaram nas seguintes ações:

Publicação no Primeira Leitura (informativo interno via e-mail corporativo, para

todo o corpo funcional) de nota sobre palestra de Ética;

Publicação de matéria sobre a palestra no Direto (informativo interno via e-mail

corporativo, para gerentes);

Exibição de papel de parede sobre o tema, em todas as estações de trabalho;

Afixação de banner temático na Sede e nas regionais, nas entradas principais;

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Envio de e-mail marketing com uma pergunta e resposta sobre ética e, ao final, um

link para a página da ética com várias outras perguntas e respostas;

Distribuição de cartilha e marcadores de livro em eventos sobre Ética.

Muito embora não exista Plano de Comunicação específico para divulgação e fomento da

adoção de postura ética nos últimos dois exercícios (2014 e 2015), como informado pela empresa,

constatou-se a existência de incentivos pontuais do Serpro aos colaboradores, especificamente

quanto ao tema Conflito de Interesses, sobretudo pelo canal de comunicação interna Primeira

Leitura, com a divulgação da campanhas e ações orientativas.

Observa-se, ainda, a existência de Código de Ética e Conduta Empresarial (Norma DE

012/2014, que substituiu a DE 002/2010), além de norma que trata especificamente sobre Conflito

de Interesse (Norma GP 077), o que demonstra um movimento positivo da empresa no sentido de

trazer para o arcabouço normativo temas relativos à integridade.

A empresa informou que a Comissão de Ética do Serpro pretende dar início a uma nova

campanha ainda em 2016, contemplando informações referentes ao início e desenvolvimento do

projeto de revisão participativa do Código de Ética, bem como realização de ações que fomentem

a ampla discussão do tema no ambiente organizacional. A empresa informou também não ter Plano

de Comunicação específico para os temas fraude e corrupção.

Sobre a disponibilização e divulgação dos normativos relativos aos temas de integridade,

as normas podem ser acessadas por meio do sistema SINOR – Informações Normativas, que

organiza todos os normativos da empresa, o qual pode ser facilmente acessado por qualquer

colaborador a partir da intranet corporativa.

Como forma de complementar as funcionalidades da importante ferramenta que a empresa

possui, configura-se uma boa prática, a fim de facilitar o acesso a todos os normativos atinentes

aos temas de integridade, a criação de um espaço específico no Portal Corporativo da empresa,

assim como já é feito em relação ao tema ética, de modo que qualquer informação poderá ser

encontrada em um local único, de fácil acesso.

No que se refere à comunicação junto ao público externo dos temas relacionados a

integridade, com exceção do Código de Ética, o qual pode ser acessado no Portal Corporativo da

empresa, também não foram identificadas divulgações sobre os assuntos de integridade.

Treinamento

Com relação ao treinamento dos empregados, a empresa apresentou 03 (três) Planos de

Capacitação referentes ao ano de 2015, a saber: Plano de Capacitação de Novos Empregados –

PCNE 2015, cuja grade prevê cursos sobre Ética, Gestão Pública, Comissão de Ética do Serpro;

Plano de Capacitação Institucional de Negócios – PCINE 2015, cuja grade prevê o curso Ética;

Eventos Educacionais Externos – 2015. Vale ressaltar que a empresa não apresentou a relação de

eventos associados aos referidos Planos.

Considerando-se os dois últimos anos, o Serpro informou que a contingência/restrição

orçamentária impediu que o plano de capacitação fosse analisado/aprovado de forma integral.

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As principais ações promovidas pelo Serpro para a capacitação de seus colaboradores nos

temas de integridade foram realizadas por meio de cursos ofertados na modalidade EaD, com a

utilização da Universidade Corporativa do Serpro – Uniserpro, além daquelas ações de capacitação

que não demandaram custos, as quais também foram devidamente viabilizadas.

Os temas compreendem compliance, segurança da informação, comissão de ética do

Serpro, Lei de Acesso à Informação, governança, postura empresarial, ética, regime disciplinar

empresarial e gestão pública.

Após análise dos cursos e treinamentos realizados nos últimos dois exercícios, bem como

dos quantitativos de capacitações, conforme informado pela empresa, foi identificada a pequena

abrangência dos cursos ofertados em relação aos diversos temas relacionados à integridade, de

modo que não foram encontradas capacitações sobre os temas: (i) prevenção do nepotismo; (ii)

prevenção do conflito de interesses; e (iii) recebimento de brindes e presentes.

Dos cursos oferecidos, verifica-se que a quantidade de participantes não atinge o número

previsto. Destaca-se ainda que as ações educacionais com o tema “prevenção da corrupção e

fraude” tiveram um público-alvo inexpressivo em relação ao total de empregados da empresa, uma

vez que previam a participação de apenas dez empregados, dos quais apenas dois efetivamente

concluíram a ação.

Especificamente com relação à gerência intermediária, a conclusão das ações educacionais

ofertadas, no contexto da Grade Básica do Gestor (Programa de Desenvolvimento Gerencial), é

critério obrigatório para habilitação no processo de promoção por mérito (vinculado ao Processo

de Avaliação de Desempenho).

De modo a incentivar a participação dos empregados em ações educacionais, são utilizados

os seguintes meios:

Canais de Comunicação disponibilizados pela Empresa, que contemplam peças da

seguinte natureza: Informativos diários, Matérias, e-mail marketing, TV Serpro;

Convite, encaminhado por intermédio do Sistema de Gestão Acadêmica –

SISGAD, constando das informações e orientações necessárias à participação do

empregado;

Correio eletrônico e/ou Sistema de Emissão e Controle de Correspondências –

SISCOR, acionamento aos empregados, gestores e representantes das áreas nos

assuntos de capacitação.

A Universidade tem por prática acionar o corpo funcional para participar das ações

educacionais corporativas por intermédio de Convite, não imprimindo caráter de obrigatoriedade.

Entretanto, cabe destacar que, quanto ao Plano de Capacitação para Novos Empregados, é

obrigatório que concluam as ações educacionais definidas na Grade de Capacitação estruturada

para atender este público.

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Em relação ao mapeamento/planejamento das ações educacionais, a empresa informou que

a prática vigente analisa o público-alvo a ser contemplado, de forma a definir as especificações

das ações de aprendizagem. São utilizados os critérios abaixo para o mapeamento de público:

Público-alvo (considerando processos, projetos, atividades, análise documental,

perfil, competências, objetivos de aprendizagem, etc);

Atividades diretamente relacionadas ao tema (por exemplo, os empregados que

integram a Comissão de Ética da Empresa, tem participação priorizada em Eventos

Educacionais Internos e Externos que abordam o assunto);

Direcionamento Organizacional.

Atualmente, a Universidade está mapeando os conhecimentos vinculados ao tema

Integridade, com propósito de estruturar um plano de acompanhamento das ações educacionais

internas e externas com este foco.

A fim de identificar a satisfação dos empregados em relação à estrutura dos cursos, carga

horária e conteúdo, é aplicado formulário de Entrevista de Opinião (Avaliação de Reação). O

certificado de participação é disponibilizado para a impressão após o preenchimento e entrega do

referido formulário. Não houve menção expressa da empresa quanto à aplicação de teste de

retenção de conhecimentos, muito embora alguns cursos exijam a realização de testes de

conhecimento ao término dos estudos.

Existe, ainda, o Relatório Consolidado da Entrevista de Opinião (equivalente a Avaliação

de Reação), extraídos do Sistema de Gestão Acadêmica – SISGAD, que visa identificar a média

do conjunto de respostas dos participantes com a finalidade de prover à área gestora os insumos

necessários ao aprimoramento da ação educacional.

Ressalta-se novamente que, em virtude do estado inicial de implantação do Programa de

Integridade do Serpro, ainda não existe participação direta e ativa da área responsável pelo

Programa no planejamento e execução da capacitação sobre os temas de ética e integridade, de

modo que as poucas ações educacionais existentes são fruto de atuações esparsas promovidas por

áreas diversas sem o planejamento integrado de uma instância de integridade institucional.

Como boa prática realizada pelo Serpro, cabe destacar a previsão da realização de ações

educacionais de cunho obrigatório para todos os novos empregados, no âmbito do Programa de

Capacitação de Novos Empregados, as quais incluem ações específicas para o tema ética.

Adicionalmente, conforme já disposto na seção 4.2 do presente relatório, dos empregados

os quais afirmaram conhecer o Código de Ética e Conduta, 61% indicaram nunca ter participado

de eventos/capacitações acerca do tema.

No que tange à percepção dos empregados quanto aos treinamentos promovidos pelo

Serpro, cerca de 69% informaram que nunca participaram de eventos de capacitação sobre o

programa e as políticas de integridade.

Quanto a campanhas de divulgação do papel e da importância do programa de integridade,

68% dos respondentes afirmaram desconhecer a realização de ações com tal finalidade.

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Sugestões de melhoria

Instituir plano de comunicação para as questões de integridade, de modo a fomentar a

prevenção de atos de fraude e corrupção, incluindo-se o quadro externo de empregados;

Criar espaço específico no Portal Corporativo da empresa no sítio da internet, assim

como já é feito em relação ao tema ética, a fim de facilitar o acesso a todos os normativos

atinentes aos temas de integridade, de modo que qualquer informação possa ser

encontrada em um local único, de fácil acesso;

Desenvolver ações educacionais relacionadas às medidas de integridade vigentes, com

especial enfoque no Código de Ética e Conduta Empresarial, além de outras voltadas ao

programa de integridade, de caráter obrigatório, contemplando o tema “prevenção de

fraude e corrupção” para todos os empregados da empresa, bem como mecanismos de

aferição sobre a qualidade dos conteúdos ofertados;

Prever a participação direta e ativa da instância de integridade no planejamento da

capacitação sobre os temas de ética e integridade.

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5. Análise periódica de riscos para realizar adaptações necessárias ao

programa de integridade

Nessa seção, o sistema de gerenciamento de riscos da entidade foi analisado com o objetivo

de verificar se o programa de integridade foi elaborado a partir da avaliação de riscos da entidade,

tratando sobre os principais riscos de fraude, corrupção e desvios identificados. Também buscou-

se verificar se o programa de integridade passa por atualizações periódicas a partir do sistema de

gerenciamento de riscos da entidade.

A análise das políticas de gestão de riscos compreendeu a obtenção de documentos nos

quais estivessem expressas as diretrizes e orientações para todo o processo organizacional de

Gestão de Riscos, abordando o apetite a riscos, a tolerância a riscos que o Serpro possa suportar,

os critérios, metodologias empregadas e formas de avaliação dos riscos corporativos, além dos

responsáveis, periodicidade de monitoramento, comunicação às partes interessadas e ferramentas

para o acompanhamento dos riscos.

O Serpro dispõe de uma Política Corporativa de Gestão de Riscos – PCGR, instituída pela

Resolução DE-012/2013, aprovada pelo Diretor-presidente e vigente desde 20/09/2013. O

documento em referência contempla um glossário com a definição de termos afetos à gestão de

riscos, os princípios norteadores da gestão de riscos empresarial, além dos responsáveis e de um

conjunto de determinações que delineiam a estratégia de gestão de riscos da empresa.

Destacam-se positivamente os esforços demonstrados pela gestão empresarial no

concernente à persecução do alinhamento da política de gestão de riscos interna às normas ABNT

NBR ISO 31000:2009 e ABNT NBR ISO/IEC 31010:2012, as quais são internacionalmente

reconhecidas na definição de princípios, diretrizes e técnicas de avaliação de riscos

organizacionais.

Entretanto, em que pese constarem do glossário da política as definições relativas ao apetite

por riscos e à tolerância a riscos, a política em referência não aborda os efetivos limites de incerteza

aos quais o Serpro está disposto a assumir para atingir seus resultados, devidamente expressos

como parte do apetite a riscos da empresa, nem há quaisquer referências no corpo do documento

sobre os graus de riscos toleráveis pela empresa.

A PCGR não estabelece quaisquer regras, métodos e formas de avaliação e tratamento de

riscos, bem como não aborda periodicidade de monitoramento dos riscos, fluxos de comunicação

às diversas partes interessadas e não estabelece ferramental para acompanhamento dos riscos

corporativos, restringindo-se a menções condicionais aos modelos de referência apresentados pelo

Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway – COSO, os quais se apresentam dentre

os principais modelos internacionais aplicáveis à gestão de riscos2.

O instrumento normativo em questão deve ser revisado e atualizado, em razão das

alterações na estrutura organizacional pelas quais o Serpro passou recentemente, na busca pelo

atendimento ao disposto na Lei nº 13.303/2016 quanto à descrição das práticas de gestão de riscos

2Fonte: Tribunal de Contas da União – TCU. Acórdão 2467/2013 – Elaboração de indicadores para levantamento situacional da gestão de riscos na Administração Pública Federal.

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e de controle interno no Estatuto do Serpro, bem como por um maior alinhamento às diretrizes e

objetivos constantes do planejamento estratégico empresarial, e visando a inserção de medidas que

assegurem o adequado mapeamento, tratamento e acompanhamento dos riscos de fraude e

corrupção ativa e passiva na empresa.

Complementarmente à política de gestão de riscos vigente na entidade, foi apresentada a

Decisão de Diretoria SG-0135/2007, vigente desde 01/12/2007. O referido instrumento normativo

aborda um glossário e um conjunto de definições afetas à gestão de riscos de segurança da

informação, de forma a proteger os ativos da empresa contra ameaças naturais, acidentais ou

intencionais.

O documento normativo em pauta define três sistemáticas de avaliação e tratamento de

riscos, delineadas com foco em diferentes níveis de gestão de riscos de segurança, baseadas na

complexidade e criticidade dos respectivos processos, sistemas e recursos computacionais

envolvidos no escopo de abordagem. Os critérios procedimentais e o respectivo ferramental de

apoio à execução de cada sistemática também se encontram detalhados no normativo e em seu

anexo, além da definição de responsáveis para a realização das atividades.

Todavia, identificou-se a necessidade de revisão do teor do normativo em referência,

visando ratificar a validade das sistemáticas e procedimentos previstos no documento, como

também na persecução de um maior alinhamento às medidas constantes de arcabouços de melhores

práticas mais recentes, tais como as constantes em domínios do modelo Control Objectives for

Information Technology – Cobit 53, dentre outros.

Ainda nesta seção foram avaliados os documentos que detalham o desenho do subprocesso

“Gerir Riscos de Segurança da Informação”, subordinado ao Processo de Segurança – PROSEG,

e o subprocesso “Gestão de Riscos Operacionais”, subordinado ao Processo de Gestão Financeira

– PGF.

Relativamente ao subprocesso “Gerir Riscos de Segurança da Informação”, o mapeamento

reflete as sistemáticas previstas na Decisão SG-0135/2007 e detalha procedimentos de

identificação, avaliação e tratamento de riscos, além da previsão de reuniões e fluxo de

comunicação às partes interessadas. O subprocesso prevê a produção dos seguintes documentos,

dentre os principais entregáveis na gestão de riscos de segurança:

Planos de Tratamento de Riscos;

Relatórios de Análise de Riscos – RAR;

Relatórios Operacionais de Riscos – ROR;

Relatórios de Gerenciamento de Riscos Simplificado – GRS.

Entretanto, os documentos em referência apresentam enfoque específico no subconjunto

de riscos de segurança da informação e, por conseguinte, embora este enfoque seja de caráter

fundamental à estrutura de avaliações de riscos da empresa, sua abrangência é diversa da prevista

3 O Acórdão 3117/2014 TCU-Plenário, o qual aborda o levantamento situacional da Governança em Tecnologia da Informação nas entidades da Administração Pública Federal,

apresenta o modelo Cobit 5 como uma das principais referências internacionais em modelo de boas práticas em governança de TI.

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na política corporativa de gestão de riscos vigente, no que concerne ao escopo de identificação,

análise e monitoramento de todos os riscos que possam impactar os objetivos e resultados

empresariais.

Ademais, muito embora os gestores do Serpro tenham indicado a realização de análises de

riscos em escopos de processos específicos, alicerçados nos normativos apresentados, não foram

encaminhados quaisquer documentos nos quais estejam abordados os processos críticos elegíveis

à realização da análise de riscos de segurança, ou ainda relatórios ou outros documentos

comprobatórios da efetiva aplicação das sistemáticas em escopos afetos às atividades

desenvolvidas pelo Serpro.

Em análise ao subprocesso “Gestão de Riscos Operacionais”, subordinado ao Processo de

Gestão Financeira – PGF, observou-se que os procedimentos mapeados preveem a produção de

relatórios de riscos interáreas, além de um conjunto de documentos de riscos operacionais a serem

divulgados às partes interessadas.

Porém, de forma análoga ao constatado com a Decisão SG-0135/2007, não foram

encaminhados quaisquer relatórios ou outros documentos comprobatórios da efetiva aplicação dos

procedimentos de gestão de riscos em escopos afetos às atividades de gestão financeira do Serpro.

Em síntese, restaram constatadas lacunas quanto ao efetivo mapeamento e monitoramento

dos riscos realizados pela empresa, seja a partir da atualização de matrizes de acompanhamento

de riscos, ou ainda por relatórios periódicos emitidos pelas áreas responsáveis pelo

acompanhamento de riscos pela empresa. Não foi possível estabelecer quaisquer vínculos entre o

conjunto de documentos e procedimentos apresentados com um modelo de avaliação de riscos

organizacionais associado à estratégia empresarial, a qual possa subsidiar o desenvolvimento e o

posterior aprimoramento do Programa de Integridade do Serpro.

Não se verificou a existência de documentos nos quais estejam postos os riscos

empresariais, expressos em uma matriz de riscos organizacionais, bem como não foram

apresentados os respectivos planos de tratamento de riscos porventura existentes, os quais

abordassem estratégias, providências e respostas aos riscos, expressas como parte da manifestação

formal da empresa em aceitar, eliminar, mitigar ou mesmo na transferir os riscos mapeados no

âmbito da empresa, incluindo-se aqueles relativos a fraude e corrupção.

No contexto da auditoria de integridade, o mapeamento e a avaliação dos riscos relativos a

fraude e corrupção são de extrema importância, pois tornam a definição das medidas e das políticas

de integridade a serem implementadas pela empresa mais racionais, econômicas, integradas e

alinhadas às estratégias corporativas do Serpro.

Conforme já enfatizado ao longo deste relatório, o Programa de Integridade do Serpro

encontra-se em estágio inicial de implantação, de modo que a empresa não conta com um

mapeamento dos riscos relacionados à fraude e corrupção que possam atentar contra a sua

integridade. Assim, as políticas de integridade vigentes no âmbito da empresa não foram

elaboradas a partir dos riscos a que a empresa está exposta, mas, ao contrário, construídos de

maneira ad hoc na organização, sem a supervisão da instância de integridade.

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Diante do exposto, constatou-se que a maturidade da gestão de riscos organizacionais no

Serpro é baixa e, por conseguinte, carece de melhorias as quais possam aprimorar a gestão de

riscos, com especial enfoque no conjunto de melhorias constantes do quadro a seguir:

Sugestões de Melhoria

Adotar as melhores práticas internacionalmente reconhecidas para alicerçar a política de

gestão de riscos corporativos da empresa;

Adotar medidas as quais assegurem o cumprimento do disposto no art. 9º, §2º, da Lei nº

13.303/2016, quanto à vinculação do órgão responsável pela verificação de cumprimento

da gestão de riscos à Diretora-Presidente; quanto à liderança do órgão em referência por

Diretor Estatutário; quanto à inserção no Estatuto do Serpro das atribuições e

mecanismos que assegurem atuação independente do órgão em questão;

Considerar os resultados oriundos do processo de gestão de riscos organizacionais como

insumo do processo de melhoria contínua do programa de integridade empresarial;

Inserir a descrição das práticas de gestão de riscos e de controle interno no Estatuto do

Serpro, em observância ao disposto no art. 6º da Lei nº 13.303/2016;

Inserir medidas e procedimentos relativos à gestão de riscos de desvios, fraude e

corrupção ativa e passiva na política corporativa de gestão de riscos, as quais sejam

acompanhados e supervisionados pela instância responsável pelo programa de

integridade;

Revisar a Decisão de Diretoria SG-0135/2007, visando ratificar a validade das

sistemáticas e procedimentos, em busca de um maior alinhamento às melhores práticas

preconizadas pelo mercado, tais como as constantes em domínios do modelo Control

Objectives for Information Technology – Cobit 5, dentre outras consideradas relevantes;

Revisar a Política de Gestão de Riscos Corporativos – PCGR, de forma a contemplar o

limite de incerteza que a organização está disposta a assumir para atingir seus objetivos,

além do volume de riscos que a entidade pode suportar, expressos como a tolerância ao

risco, além dos métodos, periodicidade de monitoramento, ferramentas para o

acompanhamento dos riscos organizacionais, plano de comunicação às partes

interessadas e vinculação ao planejamento estratégico empresarial.

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6. Registros e controles contábeis

Foram avaliados os mecanismos (normativos e sistemas) utilizados pela empresa para

garantir a fidedignidade das informações contábeis e evitar fraudes, verificando-se se os controles

internos contábeis são periodicamente testados e se abarcam as transações que oferecem maior

risco de distorção da demonstração contábil4. Também foi avaliada a adequabilidade dos recursos

(materiais, humanos, capacitação, etc.) disponíveis para o setor de contabilidade e as medidas

adotadas pela empresa para identificar e investigar mudanças nos padrões de ativos, passivos,

receitas ou despesas que possam indicar risco de corrupção ou violação às suas normas de

integridade.

Por fim, foi avaliado se, quando o ativo, passivo, receita ou despesa não é mensurado pelo

custo histórico, a avaliação feita é devidamente justificada e de fácil verificação, bem como, a

depender do caso, realizada por profissional competente.

O Serpro, empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda, tem o capital social

integralmente subscrito pela União, e não está sob a jurisdição da SOX (Sarbanes Oxley Act).

A Superintendência de Gestão Financeira (SUPGF) está subordinada à diretoria de

Administração e conta com 5 departamentos, quais sejam: de Riscos Financeiros e Fundo

Multipatrocinado; de Gestão Tributária; de Gestão Contábil; de Gestão Financeira; e de

Faturamento e Cobrança. A área contábil da empresa conta com 6 empregados, sendo 4 analistas

de gestão financeira com formação em Ciências Contábeis, além de 2 estagiários em contabilidade.

Quanto à estrutura de controle interno, a SUPGF não utiliza o COSO 2013 como

framework, embora o considere como referência para elaboração dos normativos e dos processos

que tratam do tema. O Manual de Auditoria vigente, por exemplo, norteia a avaliação dos controles

internos a partir dos seguintes componentes: ambiente de controle, avaliação de risco,

procedimentos de controle, informação e comunicação, e monitoramento, alinhado, portanto, ao

COSO 2013.

A empresa informou que, como parte do processo de evolução organizacional, foi criada

em julho/2016 a Diretoria de Governança e Gestão, e a Superintendência de Controles, Riscos e

Compliance que, tomando por base as normas legais que direcionam as ações de governança,

integridade, controle interno, gestão de riscos e compliance, iniciou o desenvolvimento de

políticas, normas e metodologias corporativas para a gestão de riscos e controles internos.

Conforme informado pelos gestores, os documentos e normativos em elaboração consideram as

normas legais e as boas práticas de governança, incluindo o framework COSO 2013, com

alinhamento aos diversos elementos que ele utiliza.

Os controles internos do Serpro são periodicamente testados pelos Órgãos de Fiscalização

e Controle – Interno e Externo, as demonstrações contábeis são submetidas à avaliação de auditoria

4 Deve-se sublinhar que não se trata de auditoria contábil ou de avaliação da eficácia dos controles internos da com-

panhia.

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independente e a eficácia operacional dos controles internos é avaliada pela Auditoria Interna (de

acordo com cronograma definido no Plano Anual de Atividades da Auditoria Interna - PAINT).

Com base nas análises feitas pelas equipes de auditoria nos trabalhos realizados, constantes

dos relatórios finais, a Auditoria Geral do Serpro apresenta em seu Relatório Anual de Atividades

de Auditoria Interna (RAINT) o nível de maturação dos controles internos, identificando as áreas

que apresentaram falhas relevantes e indicando as ações promovidas para regularização ou

mitigação dos riscos delas decorrentes.

Especificamente quanto ao teste periódico da eficácia dos seus controles internos relativos

às demonstrações contábeis, verificou-se que a entidade não efetuou nos últimos dois anos

auditorias com este escopo. Todavia, foram efetuadas auditorias em áreas relacionadas à temática

financeira e que afetam os registros contábeis, como por exemplo: Contas a Pagar, Faturamento,

Pessoal, Tributário, Imobilizado.

Na avaliação de risco a auditoria independente considerou os controles internos relevantes

para a elaboração e a adequada apresentação das demonstrações contábeis para planejar os

procedimentos de auditoria, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses

controles internos.

Não constam indicações por parte das auditorias interna e independente quanto a falta de

confiabilidade, oportunidade ou tempestividade dos registros contábeis. No entanto, a auditoria

interna identificou vulnerabilidades que poderiam afetar tais elementos, sobretudo a ausência de

integração de sistemas, que compele as áreas a utilizarem alternativas como planilhas eletrônicas

de apoio e ajustes de informações manualmente.

A entidade realiza acompanhamento mensal das contas contábeis utilizando como

instrumento as análises de variação horizontal e vertical, de modo a acompanhar o aumento ou

redução dos saldos das contas, seja em relação ao período anterior, seja em relação ao total dos

saldos das contas contábeis.

Ademais, a página da SUPGF na intranet conta, ainda, com Matriz de Riscos Operacionais

Financeiros, elaborado pela Divisão de Riscos Operacionais Financeiros (Divisão da própria

SUPGF) em que os riscos do Departamento Contábil estão mensurados e os controles utilizados

são descritos e avaliados. Como sistema contábil a empresa utiliza o SIAFI e tem folha de

pagamento executada pelo próprio Serpro, portanto sem a utilização de serviços de terceiros.

O Serpro vem cumprindo parcialmente a Resolução SE/CGPAR nº 6, de 29/09/2015, com

a submissão das demonstrações financeiras anuais à auditoria por auditores independentes, muito

embora ainda não haja previsão no Estatuto Social (exigência da referida resolução). Consta norma

interna em que o Conselho Diretor do Serpro delibera o encaminhamento anual das demonstrações

contábeis para as auditorias interna e independente, cujos pareceres são apreciados pelos

Conselhos Diretor e Fiscal.

Em relação aos treinamentos e capacitações do pessoal envolvido com as temáticas

financeira e contábil, não foi apresentado planejamento quanto ao Programa de Educação

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Continuada para os colaboradores da área contábil, financeira e de patrimônio. Conforme relato,

já exposto no procedimento “Comunicação e Treinamento”, o Plano de Capacitação do Serpro não

foi analisado/aprovado de forma integral, sobretudo pela situação de contingenciamento/restrição

orçamentária dos últimos anos.

Ainda que não tenha Plano de Capacitação analisado/aprovado, houve a participação de

colaboradores em congressos temáticos e treinamentos pontuais nas áreas de contabilidade,

especialmente CPC/IFRS, além de compliance, orçamento e tributação, além da participação em

congressos e encontros relacionados a temas de contabilidade e controle.

A empresa informou, ainda, que os profissionais da área contábil do Serpro responsáveis

pelas demonstrações contábeis estão inseridos, a partir de janeiro de 2016, no Programa de

Educação Profissional Continuada do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), de acordo com

a NBC PG 12 (R1) e que esta capacitação será concluída até o final de 2016.

Em relação à mensuração dos ativos e passivos, os registros contábeis são realizados por

profissionais da área contábil, sendo a avaliação efetuada de acordo com o caso concreto e

considerando os documentos que deram origem ao ato.

A empresa detém ativos financeiros que se encontram mensurados ao valor justo e

classificados como recebíveis disponíveis para venda. Atualmente, estudos estão sendo realizados

para a venda desses ativos. A partir de 1991, a empresa passou a estimar as perdas prováveis,

devido a considerável queda do valor das cotas, demonstrando o ativo pelo seu valor justo. Os

valores são, mensalmente, obtidos pela própria contabilidade. Por se tratar de informação de

conhecimento público, não há necessidade de parecer de especialista.

Os relatórios finais dos trabalhos da Auditoria-Geral e seus respectivos achados são

encaminhados, no mês subsequente ao encerramento, aos Conselhos Fiscal e Diretor. Além disso,

após o encerramento dos trabalhos de auditoria, o Auditor-Geral apresenta os principais achados

aos Conselhos supracitados, nas reuniões destes colegiados, com o respectivo registro em ata. O

acompanhamento da implementação das ocorrências e recomendações relativas aos controles

internos contáveis é realizado periodicamente pela auditoria interna e compõe, anualmente, o

RAINT.

Os relatórios fornecidos pela auditoria independente nos últimos cinco anos não apontaram

deficiências significativas de controles, insuficiências materiais ou atos de fraude.

Por fim, embora não seja escopo deste trabalho, cumpre mencionar que desde 2011, a CGU

vem observando a dependência do Serpro em relação à transferência de recursos do Governo

Federal. O relatório 201108703, referente ao exercício de 2010, já apontava para a dependência

da empresa em relação à transferência de recursos do Governo Federal e indicava a fragilidade da

empresa, tendo por base faturamento ou resultado.

No exercício de 2015, esta CGU realizou duas auditorias sobre o assunto e emitiu os

seguintes relatórios: relatório 201413241 que trata da situação de dependência financeira da

empresa, sob a ótica da legislação vigente, em especial a Lei Complementar 101/2000 e a

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Resolução 43/2001 do Senado Federal; e o relatório 201504060 que apresentou os resultados dos

exames realizados no processo anual de contas do Serpro.

Sugestões de Melhoria

Instituir plano de educação continuada dirigido aos empregados da Superintendência de

Gestão Financeira, incluindo treinamentos relativos à prevenção e detecção de fraude,

corrupção e desvios;

Inserir no Estatuto Social a obrigatoriedade de submissão das demonstrações financeiras

anuais à auditoria por auditores independentes, bem como a previsão de contratação de

auditores independentes, conforme preconiza a Resolução SE/CGPAR nº 6, de

29/09/2015;

Observar as metodologias de governança, a exemplo das diretrizes do COSO, como

ferramenta de identificação de irregularidades nos registros contábeis da empresa;

Considerar no planejamento das atividades de auditoria, a avaliação da eficácia dos

controles internos relativos ao processo de produção das demonstrações contábeis;

Envidar esforços para a integração de seus sistemas internos com o sistema contábil, a

fim de reduzir a necessidade de utilização de planilhas eletrônicas preenchidas

manualmente e o repasse de informações manuais entre sistemas.

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7. Independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável

pela aplicação do programa de integridade e fiscalização de seu cumprimento

Esse item tem como objetivo verificar se há uma área específica na empresa responsável

pela condução do programa de integridade, bem como a adequação dos recursos (humanos,

financeiros, espaço físico, materiais, capacitações, etc.) que lhe são disponibilizados, suas

competências e a forma e a abrangência de sua atuação. Adicionalmente, foi analisado se a área

responsável pelo programa dispõe da necessária autonomia para desenvolver, implantar e

monitorar adequadamente o programa e as políticas de integridade.

A partir do redesenho organizacional promovido pelo Serpro, em julho de 2016, foi criada,

através da Decisão de Diretoria de número OE-055/2016, a Divisão de Integridade, subordinada

ao Departamento de Compliance e Integridade e vinculada à Superintendência de Controles,

Riscos e Compliance – SUPCR/CRCOI/CRINT, responsável pela implantação e manutenção do

Programa de Integridade do Serpro.

O documento de Descrição de Atribuições e Competências – DAC da supracitada Divisão

de Integridade aborda um conjunto de atribuições específicas voltadas à implementação e

manutenção de estratégias e políticas necessárias ao desenvolvimento do programa de integridade

do Serpro, definidos nos seguintes termos:

“1.1.1 - Implementar as estratégias de integridade.

1.1.2 - Desenvolver, implantar e monitorar metodologias e processos

relacionados a integridade.

1.1.3 - Elaborar a política de integridade.

1.1.4 - Desenvolver e implantar o Programa de Integridade do Serpro.”

Sob a perspectiva da composição dos recursos humanos previstos para o órgão, em que

pese a expectativa de alocação de um total de 04 (quatro) empregados, cumpre notar que a Divisão

de Integridade dispõe de apenas duas empregadas efetivamente lotadas em seu quadro, fato que

evidencia riscos quanto a capacidade do órgão em cumprir as atribuições específicas

supramencionadas e, em última análise, comprometer a efetividade do estabelecimento do

programa de integridade, no âmbito organizacional.

É imprescindível, portanto, que o Serpro adote as medidas cabíveis visando a alocação de

empregados nos postos funcionais previstos por ocasião da estruturação da SUPCR tão logo

possível, de modo a permitir à área dar cumprimento à implantação do Programa de Integridade

do Serpro, de forma célere.

Quanto ao posicionamento do órgão na estrutura hierárquica empresarial, foram

evidenciados riscos quanto à autonomia no desempenho das atividades de desenvolvimento,

implantação e monitoramento do programa de integridade da empresa, posto que não há previsão,

no arcabouço normativo avaliado, de quaisquer relações de vínculo funcional ou subordinação –

mesmo que indireta – entre a Divisão responsável pelo programa de integridade e outros órgãos

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responsáveis pelas medidas de integridade vigentes, ou ainda previsão de fluxos de troca

informações entre os supracitados órgãos.

Embora essa questão não seja necessariamente um óbice para o desempenho das atividades

da área, o atual posicionamento hierárquico da Divisão de Integridade representa grande risco para

sua efetiva atuação, haja vista não terem sido identificados normativos que estabeleçam o

necessário relacionamento entre o órgão em questão e outros órgãos atualmente responsáveis pelas

medidas de integridade existentes.

Ainda em relação à estruturação, todas as atividades da instância de integridade são

exercidas na Sede, em Brasília, inexistindo representantes da área nas diversas regionais do Serpro.

A atuação da área nas regionais da empresa não pôde ser avaliada, em função do estágio inicial de

implantação do Programa.

Não foram identificados quaisquer fluxos de comunicação da Divisão de Integridade à

Diretoria de Governança do Serpro – DIGOG e outros órgãos componentes da Alta Direção da

empresa, o que acarreta potenciais riscos quanto ao envolvimento tempestivo destas instâncias,

especialmente se observado sob o prisma de um acompanhamento mais próximo dos indicadores

do programa de integridade.

A falta de integração dos fluxos de comunicação também foi observada para os demais

órgãos responsáveis pelas medidas de integridade atualmente vigentes no Serpro, pois, muito

embora as atribuições e competências da Auditoria-Geral, da Comissão de Ética, do Departamento

de Aplicação do Regime Disciplinar – DPARD também se encontrem postas em documentos

formais, não foram evidenciadas quaisquer instruções relativas à integração das áreas,

evidenciando, em última análise, a perda da potencial sinergia oriunda do esforço conjunto dos

órgãos em questão, na persecução do objetivo da manutenção de um ambiente empresarial íntegro.

Apresenta-se como recomendável ao Serpro, desta forma, proceder à revisão dos

documentos regimentais e de atribuições e competências do conjunto de órgãos envolvidos com a

manutenção das medidas de integridade atuais e no futuro programa de integridade, de modo a

delimitar com clareza não apenas os fluxos de informações que regulem a ação integrada dos

órgãos em referência e aos relatórios e outros documentos a serem compartilhados, mas também

os papeis e responsabilidades, os prazos a serem respeitados e os repositórios de armazenamento

de informações sobre a integridade empresarial.

Relativamente à atuação da empresa no sentido de assegurar a proteção dos colaboradores

da área responsável pelo programa de integridade contra constrangimentos e punições arbitrárias

decorrentes do exercício de suas atribuições, destaca-se que o Serpro não dispõe de normativos ou

mesmo de atividades voltados ao estabelecimento de medidas protetivas dos membros da Divisão

de Integridade.

Visando colaborar com o aprimoramento dos níveis de proteção dos empregados lotados

em áreas envolvidas com as medidas de integridade, recomenda-se a realização de estudos pelo

Serpro no sentido de se estabelecer um conjunto de atividades voltadas a tal finalidade, os quais

poderão compreender, dentre outros elementos, os seguintes pontos:

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A manutenção de períodos fixos de mandato para os responsáveis pela área de

integridade e critérios rigorosos para sua substituição;

O impedimento à demissão sem justa causa, por ao menos um ano após a saída dos

empregados da área de integridade;

Garantias à permanência dos empregados na área enquanto houverem investigações

ou outros processos em andamento.

Por fim, é importante destacar que as ações necessárias à efetiva implantação do programa

de integridade não puderam ser avaliadas em função da recente criação da Divisão de Integridade.

Diante do exposto, a equipe de auditoria sugere a adoção do conjunto de melhorias

constantes do quadro a seguir:

Sugestões de Melhoria

Alocar empregados do Serpro nos postos funcionais previstos para a Divisão de

Integridade, visando não apenas assegurar o cumprimento das atribuições específicas

constantes do documento DAC do órgão, mas também conferir maior celeridade na

adoção do programa de integridade pela empresa;

Avaliar a conveniência e oportunidade da realização de estudos que visem o

estabelecimento de futuros critérios de seleção e eventual substituição dos titulares dos

órgãos responsáveis pelas medidas de integridade;

Estabelecer fluxos de comunicação entre a Divisão de Integridade, a Diretoria de

Governança e os demais órgãos componentes da Alta Direção, os quais visem assegurar

que estas instâncias disponham de informações precisas e atualizadas acerca da

implantação e acompanhamento do programa de integridade, bem como de eventuais

processos de investigação de desvios ao seu cumprimento;

Realizar estudos que subsidiem a adoção de um conjunto de medidas voltadas ao

aprimoramento dos níveis de proteção aos empregados lotados em todos os órgãos

envolvidos com as medidas de integridade do Serpro;

Revisar os documentos regimentais e de atribuições e competências do conjunto de

órgãos envolvidos com a manutenção das medidas de integridade atuais e do futuro

programa de integridade, de modo a delimitar com clareza os fluxos de informações que

regulem a ação integrada dos órgãos responsáveis pelas medidas de integridade do

Serpro, além de papeis e responsabilidades, prazos a serem respeitados e aos repositórios

de armazenamento de dados e informações afetas à integridade empresarial.

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8. Canais de denúncias de irregularidades, abertos e amplamente

divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados à proteção de

denunciantes de boa-fé

Foram avaliados os canais disponibilizados pela empresa para o recebimento de denúncias,

quanto a sua existência e adequabilidade, bem como a atuação da empresa no incentivo à

realização de denúncias e na proteção aos denunciantes de boa-fé. Buscou-se mensurar, também,

a percepção dos colaboradores sobre a realização de denúncias à empresa. Por fim, foi avaliada a

existência de canal para esclarecimento de dúvidas e prestação de informações sobre questões de

integridade.

A Ouvidoria-Geral do Serpro é a instância responsável por receber e tratar reclamações,

elogios, sugestões, solicitações e denúncias, atuando em estrita conformidade com a Instrução

Normativa nº 01/2014/OGU. Essas manifestações podem ser recebidas pessoalmente, por correio

eletrônico, por telefone e pelo Sistema de Ouvidoria do Serpro.

A Ouvidoria conta ainda com espaço específico no Portal Corporativo da empresa,

podendo ser acessado facilmente por qualquer pessoa, dispondo de meios para recebimento de

denúncias, inclusive anônimas, tanto do público interno, quanto do público externo.

Consta da supracitada página sua Missão, Visão e Negócio, conforme abaixo:

Missão: garantir a efetividade dos canais de atendimento ao público e o devido

tratamento das suas manifestações acerca dos serviços e soluções do Serpro.

Visão: contribuir com a satisfação do público interno e externo em relação à atuação

e aos serviços prestados pelo Serpro.

Negócio: intermediar as manifestações dos públicos internos e externos com as

áreas responsáveis pelo processo relatado e com as áreas de gestão e controle, com

vistas a obter satisfação e conformidade dos processos executados pelo Serpro.

Em relação ao amparo legal, o Serpro não possui normativos internos que regulamentem

canais de atendimentos, de denúncia anônima, de garantia do sigilo da identidade do denunciante

ou de restrição de acesso a essa informação. Também não dispõe de fluxo e procedimentos claros

sobre como se dará a tramitação das denúncias recebidas ou de suspeitas de irregularidade

advindas de outras fontes. Foi informado, contudo, que a Ouvidoria-Geral do Serpro observa as

Instruções Normativas vigentes dos órgãos de Controle Externo e Interno e os dispositivos legais

vigentes.

Em relação a existência de canais de esclarecimento de dúvidas e prestação de informações

sobre ética e integridade, a empresa informou que inexiste atualmente via específica para esses

fins. Ressaltou, porém, que “um canal de denúncia exclusivo está em fase de estudo e

implementação que, por meio de um atendimento qualificado, possibilitará a realização de

denúncia de fraude e corrupção”.

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O Serpro informou que também se encontra em fase de elaboração normativo que disponha

acerca das regras e procedimentos específicos para tramitação das informações, dúvidas e

denúncias que versem sobre assunto diretamente ligado à integridade, os quais sejam oriundos de

outras fontes, tais como suspeitas de irregularidades que podem ser descobertas em auditorias

internas ou externas, em processo de monitoramento do programa de integridade, dentre outros.

No que se refere aos mecanismos utilizados pela entidade para incentivar seus

colaboradores a denunciarem atos contrários à ética e à integridade institucional, em que pese a

entidade ter informado que se valha de diversos meios para este fim (fixação de cartazes impressos

em murais; publicação de informativos eletrônicos; dentre outros), não foram identificadas

evidências dessas ações. Também não foram evidenciadas informações relevantes de divulgação

das medidas de proteção ao denunciante.

A ineficácia da atuação do Serpro na promoção e incentivo quanto à realização de

denúncias pôde ser constatada a partir do consolidado das respostas dos questionários

encaminhados aos colaboradores da empresa, conforme será apresentado.

Tendo em vista que os supracitados questionários foram respondidos apenas por

empregados efetivos dos Serpro, foram realizados procedimentos adicionais a fim de avaliar a

percepção de outro público da empresa, qual seja, os empregados terceirizados.

Neste sentido, quatro empregados terceirizados foram abordados (dois contínuos, um

responsável pela limpeza e uma copeira) e questionados individualmente se tinham conhecimento

sobre como proceder caso tivessem conhecimento de algo errado acontecendo no ambiente do

Serpro. Além de constatar que nenhum deles tinha conhecimento dos canais de denúncias da

empresa, chamou a atenção o sentimento de medo que os avaliados possuem quanto a possíveis

retaliações bem como sobre a perspectiva de ineficácia quanto a efetiva apuração das denúncias.

Ainda nesta seara, não foram identificadas normas que estabeleçam medidas específicas

para prevenir a retaliação aos denunciantes (por exemplo, mudança de lotação, caso o denunciado

seja colega ou chefe do denunciante; afastamento temporário das atividades; previsão de adoção

de medidas contra qualquer pessoa que retalie ou ameace denunciantes, etc.). Porém, a esse

respeito, é importante ressaltar que nos registros de denúncias analisados, não consta a

identificação do denunciante, de modo que, em princípio, a entidade adota procedimentos para

garantia desse sigilo.

Sobre o encaminhamento dado às denúncias recebidas nos últimos exercícios, verifica-se

que o controle realizado atualmente pela empresa impossibilita saber o tratamento específico

dispensado em cada acionamento, de forma que não foi possível analisar o tratamento das

denúncias realizadas.

A respeito da atuação da Auditoria Interna da empresa, especificamente no que se refere a

apuração de denúncias oriundas dos canais de Ouvidoria, cumpre destacar que os normativos

vigentes no Serpro não preveem a possibilidade de a Instância de Integridade (ou qualquer outro

órgão da empresa) demandar diretamente a Auditoria Interna para investigação de possíveis atos

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de fraude e corrupção. Atualmente, o Conselho Diretor e o Conselho Fiscal são os únicos

legitimados a demandarem diretamente ações para Auditoria Interna da companhia.

Por fim, cumpre destacar que o Serpro não aderiu ao e-ouv, conforme consulta realizada

no endereço http://www.ouvidorias.gov.br/cidadao/lista-de-ouvidorias/adesoes-ao-e-ouv, em

31/08/2016.

Quanto à percepção do total de respondentes do questionário supracitado, 70% afirmaram

que a empresa possui canal de denúncias, dentre os quais:

83% concordam parcial ou totalmente que o canal de denúncias é de fácil acesso a todos

os empregados;

72% afirmaram que, caso tivessem conhecimento de possíveis violações às normas ligadas

à ética e integridade, saberiam quais canais utilizar para a realização de denúncias;

57% desconhecem a existência de canais de denúncias anônimas disponíveis.

Ainda em relação as respostas dadas pelos empregados aos questionários encaminhados,

especificamente no que tange à percepção destes quanto a segurança em utilizar os canais

apropriados para a realização de denúncias, do total de 405 respondentes, foi verificado que:

62% se sentem inseguros para realizarem denúncias, pois acreditam que poderiam sofrer

retaliações;

50% discordam, parcial ou totalmente, de que a empresa estabelece medidas preventivas

quanto a retaliação aos denunciantes.

Por sua vez, no que se refere a percepção do total de empregados respondentes quanto ao

incentivo na realização de denúncias, foi verificado que:

54,81% afirmaram nunca viram ou não se lembram de terem visto manifestações da

empresa incentivando a realização de denúncias, mas acreditam que a direção espera e

deseja que estes casos sejam denunciados por aqueles que deles tomem conhecimento;

25,68% responderam que nunca viram ou não se lembram de terem visto manifestações

da empresa incentivando a realização de denúncias e acreditam que a direção não deseja

que estes casos sejam denunciados;

15,80% responderam que já viram manifestações da empresa incentivando a realização de

denúncias e acreditam que a direção espera e deseja que estes casos sejam denunciados

por aqueles que deles tomem conhecimento;

3,70% responderam que já viram manifestações da empresa incentivando a realização de

denúncias, mas acreditam que a direção não deseja realmente que estes casos sejam

denunciados.

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Sugestões de Melhoria

Criar normativos internos que regulamentem os canais de atendimentos, de denúncia

anônima, de garantia do sigilo da identidade do denunciante ou de restrição de acesso a

essa informação;

Estabelecer canais de esclarecimento de dúvidas e prestação de informações sobre ética

e integridade;

Criar normativo que estabeleça medidas específicas para prevenir a retaliação aos

denunciantes (por exemplo, mudança de lotação, caso o denunciado seja colega ou chefe

do denunciante; afastamento temporário das atividades; previsão de adoção de medidas

contra qualquer pessoa que retalie ou ameace denunciantes, etc.);

Definir regras e procedimentos claros sobre como se dará a tramitação das denúncias

recebidas ou de suspeitas de irregularidades advindas de outras fontes;

Divulgar os canais de denúncias com informações relevantes sobre as formas de acessá-

lo, ao processo de apuração e às medidas de proteção ao denunciante, incluindo o público

com menor grau de instrução;

Desenvolver plano de comunicação com previsão de medidas específicas de divulgação

de informações relevantes sobre canais de denúncias para os públicos interno e externo,

bem como ao incentivo a denunciarem irregularidades e atos contrários à ética e à

integridade institucional de que tenham conhecimento;

Aderir ao Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal – E-Ouv;

Definir fluxo para que ações de averiguação de suspeitas de fraude e corrupção

promovidas pela Unidade Correcional ou Ouvidoria sejam encaminhadas à Auditoria

Interna como forma de subsidiar o planejamento das ações de auditoria;

Definir indicadores de apuração de denúncias.

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9. Aplicação de medidas disciplinares em caso de violação do programa de

integridade

Tendo em vista que o programa de integridade define normas, políticas e procedimentos

de integridade, é necessário que também estejam estabelecidas as medidas disciplinares a serem

aplicadas aos colaboradores nos casos de violações, o que é objeto de avaliação nessa seção.

Assim, buscou-se avaliar se a entidade apura, de forma consistente, todos os indícios de

corrupção, inclusive os praticados por pessoa jurídica, que tenham sido detectados no âmbito do

programa de integridade, aplicando tempestivamente as sanções administrativas cabíveis.

A avaliação deste tema incluiu também a verificação da existência de unidade correcional

e análise quanto a adequabilidade de sua estrutura, corpo funcional e prerrogativas para apuração

de responsabilidades administrativas.

Verificou-se, ainda, a adequação dos fluxos e procedimentos de apuração correcional da

entidade, observando se eles garantem a tempestiva e imparcial apuração de responsabilidade e a

aplicação das sanções administrativas cabíveis, alcançando inclusive pessoa jurídica. Analisou-se

ainda a percepção dos colaboradores com relação à efetiva apuração de denúncias de violações às

normas de integridade.

A unidade organizacional responsável pelas atividades correcionais no âmbito do Serpro é

o Departamento de Aplicação do Regime Disciplinar Empresarial (DPARD), criado como órgão

vinculado ao Gabinete do Diretor-Presidente, por meio da Decisão de Diretoria OE-005/2013, de

18/01/2013, conforme registro em Atas do Conselho Diretor.

Vale observar que o DPARD foi criado sob a forma de Departamento, vinculado ao

Gabinete do Diretor-Presidente, e não como uma Corregedoria vinculada ao Chefe máximo da

entidade, conforme estabelece as Orientações para Implantação de Unidades de Corregedoria dos

Órgãos e Entidades do Poder Executivo Federal. Ademais, ressalta-se que o referido órgão de

correição está cadastrado no Órgão Central do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal

como uma unidade seccional, segundo classificação proposta pelo Decreto nº 5.480/2005.

Conforme consta da Descrição de Atribuições e Competências compete ao DPARD, dentre

outras, as seguintes atribuições:

1.1.2 - Receber representações e denúncias encaminhadas pelos cidadãos,

empregados, usuários, órgãos ou entidades, oriundas da Ouvidoria, da Comissão

de Ética do Serpro e outros;

1.1.3 - Emitir juízo de admissibilidade quanto à pertinência de representações e

de denúncias relativas à atuação de dirigentes e empregados do Serpro;

1.1.4 - Recomendar a instauração, de ofício ou por determinação superior, de

procedimentos disciplinares junto ao titular da Unidade Organizacional envolvida

no processo;

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1.1.5 - Orientar as atividades das comissões disciplinares (processos de

sindicância, processos administrativos disciplinares) no âmbito do Serpro, quanto

ao cumprimento dos preceitos normativos e legais pertinentes;

1.1.6 - Encaminhar para julgamento da autoridade instauradora competente os

processos apuratórios relacionados à área sob sua supervisão;

1.1.8 - Acompanhar o andamento dos expedientes, referentes a processos

disciplinares, em curso junto aos órgãos de controle interno e externo;

1.1.9 - Definir, padronizar, sistematizar e aprimorar os procedimentos relativos

aos processos disciplinares, no âmbito do Serpro, em consonância com os termos

da norma que regulamenta o tema;

1.1.10 - Acompanhar o andamento dos processos encaminhados pela autoridade

julgadora ao Ministério Público e à Advocacia-geral da União, dos casos que

configurem improbidade administrativa.

1.1.12 - Apresentar, periodicamente, ao Diretor-Presidente, aos Conselhos

Diretor e Fiscal, relatório situacional dos processos de sindicância e processos

administrativos disciplinares em andamento.

O DPARD dispõe de quadro funcional próprio, contando atualmente com cinco

empregados sendo: um Gerente de Departamento; dois Chefes de Divisão; e dois Colaboradores.

A designação do titular desse órgão observa regramentos específicos do Serpro, os quais

não estabelecem mandato fixo para seu desempenho. Ademais, embora o empregado que

atualmente desempenhe essa função atenda aos requisitos estabelecidos no art. 8º do Decreto

5.480/2005, sua nomeação não é aprovada pela Corregedoria-Geral da União.

Em relação aos demais empregados, tendo em vista que os planos de cargos vigentes

atualmente no Serpro não contemplam cargos com especialização em correição, o candidato

interessado em ingressar na equipe do DPARD, é selecionado utilizando como referência o

documento denominado “Plano de Desenvolvimento do Perfil Profissional para atuar em

Processos Disciplinares”, o qual prescreve uma série de competências e conhecimentos

considerados recomendados e essenciais para se trabalhar no órgão de correição da empresa.

No que tange aos treinamentos realizados pelo corpo funcional do DPARD, foi verificado

que nos últimos dois exercícios, apenas o titular da área participou de eventos de capacitação. O

restante do quadro funcional não participou de treinamentos atinentes aos temas de correição.

Em relação ao amparo normativo, os documentos que estabelecem o regime disciplinar dos

empregados do Serpro, versando sobre as condutas que ensejam sanções disciplinares e

administrativas, o modo de apuração de responsabilidade e as penalidades cabíveis, são os

seguintes:

RARH – Regime de Administração de Recursos Humanos;

PGCS – Plano de Gestão de Carreiras do Serpro;

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Código de Ética e de Conduta Empresarial;

Norma GP/077 – Conflito de Interesses;

Norma GA/006 – Procedimentos para aplicação de sanções administrativas nas

fases de seleção do contratado e gestão contratual;

Norma OE/005 – Regime Disciplinar – Apuração de responsabilidades e aplicação

de penalidades.

Foi verificado ainda que as penalidades estabelecidas na Norma OE/005 vinculam as

transgressões cometidas pelos empregados, disciplinadas nos outros dispositivos, à gravidade da

conduta praticada.

Embora a supracitada Norma OE/005 estabeleça o modo de apuração das transgressões

identificadas, inexiste na empresa fluxo específico que defina a apuração de indícios de violações

às normas do programa de integridade, uma vez que este encontra-se em estágio inicial de

implantação no Serpro. Neste sentido, também não foi identificada previsão formal de

acompanhamento das medidas correcionais pela Instância de Integridade da empresa. A

companhia informou que os necessários normativos estão sendo elaborados a fim de disciplinar

estas questões.

A responsabilidade pela emissão do juízo de admissibilidade é dos integrantes da equipe

do DPARD, conforme expressamente estabelecido na Descrição de Atribuições e Competências

(DAC) do referido órgão.

1.1.3 – Emitir juízo de admissibilidade quanto a pertinência de representações e

de denúncias relativas à atuação de dirigentes e empregados do Serpro.

Destaca-se, contudo, que não foram identificados regramentos que disciplinem a forma

com que esse juízo será emitido, com a devida motivação fundamentada em documento idôneo e

sua produção por agente imparcial. Ademais, não foram evidenciadas as regras acerca da suspeição

e impedimento no processo.

No que se refere aos prazos para conclusão dos trabalhos apuratórios, não foi identificada

previsão taxativa de dias para a término das tarefas, nem sobre os limites prescricionais para a

aplicação das sanções.

Sobre a divulgação do trabalho do DPARD, não foram identificadas iniciativas (como

cartazes, links na intranet, e-mails, etc.) de comunicação aos colaboradores da empresa acerca das

implicações do não atendimento aos preceitos éticos e às normas da empresa. Também não foram

evidenciadas iniciativas com vistas a dar transparência ativa aos ritos, procedimentos e sanções

aplicadas pelo órgão.

A fim de analisar o desempenho da unidade correcional do Serpro, foram solicitados os

seguintes indicadores:

Tempo médio de encaminhamento para unidade correcional dos indícios detectados

no âmbito do programa de integridade;

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Percentual de casos analisados após decurso de prazo de prescrição;

Tempo médio dos procedimentos de apuração;

Percentual de sanções administrativas prescritas em casos de corrupção ou ato

lesivo praticado por pessoa física ou jurídica;

Percentual de sanções administrativas anuladas por decisão judicial em casos de

corrupção ou ato lesivo praticado por pessoa física ou jurídica;

Percentual de processos julgados com ao menos 1 sanção aplicada em casos de

corrupção ou ato lesivo praticado por pessoa física ou jurídica.

Com exceção do indicador “tempo médio dos processos de apuração”, o qual apresentou

desempenho bastante superior à média do Poder Executivo Federal, nenhum outro indicador foi

implementado pela companhia. Apesar disso, a empresa informou que “gere, quantitativa e

qualitativamente, a evolução da atuação da área correcional por meio da elaboração periódica

de controles e gráficos que demonstram os resultados inerentes à atuação sobre os assuntos juízo

de admissibilidade, conflito de interesses (análises e pedidos), PADs, sindicâncias e penalidades

aplicadas por tipo, área etc.”

Por fim, cumpre mencionar que, em virtude do estágio inicial de implantação do programa

de integridade no Serpro, não foi possível avaliar a integração entre o DPARD e a Instância de

Integridade da empresa.

A percepção dos empregados da empresa em relação ao tema mostrou que:

34% acreditam que as denúncias são apuradas pela empresa, com bons resultados;

31% acreditam que apenas parte das denúncias são apuradas pela empresa,

dependendo dos envolvidos ou outras características do fato denunciado;

22% acreditam que as denúncias são apuradas pela empresa, porém de forma

inadequada (não se chega à verdade dos fatos, responsáveis não são punidos, etc.);

8% acreditam que apenas parte das denúncias são apuradas pela empresa, pois não

há capacidade para apurar todas;

5% acreditam que as denúncias não são apuradas pela empresa.

Sugestões de Melhoria

Mapear os processos relacionados a atividade correcional, contemplando competências,

instrumentos, ritos e prazos;

Normatizar as atividades do DPARD estabelecendo prerrogativas e autonomia de

atuação;

Estabelecer em normativo as hipóteses de suspeição e impedimento em todas as etapas

do processo disciplinar;

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Prever em normativo a inaplicabilidade do instituto do perdão tácito no âmbito da

empresa;

Fazer constar em normativo a utilização do sistema CGU-PAD para registro de todos os

procedimentos de apuração de responsabilidade administrativa;

Aprimorar o controle de registros dos processos instaurados e penalidades aplicadas;

Estabelecer o acompanhamento das medidas correcionais pela instância de integridade;

Elevar o status do DPARD a Unidade Correcional e realizar o cadastramento no Sistema

de Correição do Poder Executivo Federal – SISCOR;

Estabelecer plano de comunicação sobre atos lesivos praticados por pessoa jurídica;

Definir indicadores e metas para as atividades desempenhadas no âmbito correcional;

Elaborar plano de capacitação para os empregados que atuam na atividade correcional.

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10. Procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades

ou infrações detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados

Em caso de violação ao programa de integridade, tanto a irregularidade cometida, quanto

os danos por ela gerados, devem ser objeto de procedimentos que especificamente visem à sua

pronta interrupção e tempestiva solução.

Assim, neste item foi analisado se a empresa dispõe de mecanismos destinados à

interrupção de irregularidades detectadas, bem como à tempestiva remediação da irregularidade

cometida por um de seus colaboradores e à reparação dos danos por ela gerados. Também se

avaliou se esses mecanismos estão sendo consistentemente aplicados pela empresa e se as

ocorrências são registradas e comunicadas à alta direção.

O item também inclui a avaliação dos normativos e protocolos internos da empresa que

dizem respeito à investigação de possíveis irregularidades por meio da atuação da auditoria interna

e seu acompanhamento pela área responsável pelo programa de integridade.

Primeiramente, é importante destacar que as medidas de integridade adotadas pelo Serpro

ainda não estão agrupadas sob o formato de um programa de integridade, de modo que a atuação

da empresa para a pronta interrupção de irregularidades e infrações detectadas ainda ocorrem de

maneira esparsa, de acordo com as competências e atribuições específicas de cada área, sem a

participação da Instância de Integridade.

A empresa informou que a partir da instituição do programa de integridade do Serpro, em

elaboração, um conjunto de medidas com o objetivo de prevenir, detectar e remediar a ocorrência

de fraude e corrupção na empresa serão planejadas e implementadas de forma sistêmica, sob

coordenação da área responsável pelo programa de integridade.

Feita essa ressalva, foi verificado que o Serpro adota medidas pontuais para a interrupção

e remediação das irregularidades identificadas.

No âmbito da análise de conflitos de interesse, por exemplo, foram evidenciadas medidas

de detecção parcial, interrupção e remediação das situações conflitantes. Quando detectada

condição que configure conflito de interesses, o empregado é chamado a decidir qual atividade

deseja continuar a exercer: a pública ou a privada. Contudo, conforme já ressaltado, essas medidas

são realizadas de modo descentralizado, sem participação da Instância de Integridade.

Outra questão que merece destaque é a inexistência de norma que discipline o fluxo

específico para o processo de interrupção e remediação de irregularidades, de modo que a

sequência das atividades para detecção, cessação, correção e prevenção dos atos de fraude e

corrupção não se mostra clara, especialmente no que se refere à segregação dessas funções.

Também não está claro como se dará a troca de informações entre os diversos órgãos

responsáveis pelas medidas de integridade, tais como Ouvidoria-Geral, DPARD, Auditoria-Geral

e a instância de integridade, bem como no que tange à comunicação das ocorrências identificadas

à Alta Direção da companhia.

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Por fim, no que se refere a atuação da Auditoria Interna na investigação de possíveis

irregularidades, foi verificado que não existe previsão normativa para a ação desse órgão na

investigação de suspeitas de violações ao programa de integridade.

O Manual de Auditoria – Diretrizes e Normas, que normatiza as atividades do órgão, versa

acerca do tratamento de impropriedades e irregularidades, nos seguintes termos:

“Apesar de não ser o objetivo primordial das atividades da Auditoria-Geral a

busca de impropriedades ou de irregularidades, o auditor deve estar consciente

da probabilidade de, no decorrer dos exames, defrontar-se com tais ocorrências.

Compete-lhe, assim, prestar especial atenção as transações ou situações que

apresentem indícios de irregularidades e, quando obtida evidência, comunicar o

fato ao Coordenador responsável pelo trabalho de auditoria, elaborar a

Ocorrência e registrar no SISAUD. ”

A despeito disso, cabe ressaltar que auditorias especiais podem ser requeridas pelos

Conselhos Diretor/Fiscal ou pela própria CGU, as quais eventualmente podem culminar com a

identificação de indícios de irregularidades, que são encaminhadas ao titular da área responsável

pelo processo e/ou contrato, visando a posterior abertura de processo apuratório, a critério deste.

Sugestões de Melhoria

Instituir mecanismos que permitam ao Serpro detectar e prontamente interromper os atos

de fraude, corrupção e desvios, bem como remediar eventuais danos sofridos. Os

mecanismos em referência poderão contemplar, dentre outros: a aplicação de multas

contratuais; a suspensão ou rescisão de contratos com terceiros; a abertura de Processos

Administrativos de Responsabilização, em observância ao disposto no art. 8º da Lei

12.846/2013;

Proceder a revisão e adequação dos normativos afetos ao tema, visando o aprimoramento

da segregação de funções na tomada de decisões relativas à interrupção e remediação de

infrações cometidas contra as medidas de integridade.

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11. Diligências apropriadas para supervisão de fornecedores, prestadores de

serviço, agentes intermediários e associados

Neste tema, foi verificado se a empresa realiza diligências apropriadas para a supervisão

de fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados. A avaliação incluiu,

ainda, a verificação quanto ao registro, por parte da estatal, de seu compromisso com a ética e com

os padrões de integridade e quanto à exigência de compromisso recíproco do contratado, no ato da

contratação. Verificou-se, ainda, se a entidade monitora o cumprimento das cláusulas contratuais

relacionadas à integridade.

Este tipo de verificação prévia visa à contratação de fornecedores e prestadores de serviços

que sejam aderentes aos princípios éticos da empresa, com menor risco de se envolverem em

situações antiéticas ou ilegais, que podem, até mesmo, comprometer a imagem da empresa

contratante.

Também é objetivo dessa seção verificar se a entidade classifica seus contratos de acordo

com a exposição aos riscos de fraude e corrupção e se adota controles e procedimentos específicos

nos contratos com terceiros, levando em consideração a exposição desses contratos a esses riscos.

Tendo em vista que o Programa de Integridade do Serpro está em construção, foi verificado

que, de maneira geral, o processo de due diligence para a contratação de terceiros é incipiente.

De fato, a maioria das diligências promovidas pela empresa se referem a práticas gerais

preconizadas pela Administração Pública Federal na contratação por meio de licitação, tais como

as verificações de impedimento em virtude de sanção aplicada no âmbito da Lei nº 8.666/1993 e

as relacionadas ao não cumprimento dos requisitos de regularidade fiscal e trabalhista, previstos

nas legislações federal, estaduais e municipais.

A fim de garantir que não sejam contratados terceiros com registros impeditivos, a empresa

informou que nos editais das contratações promovidas há cláusula expressa que veda a participação

de empresas falidas, em recuperação judicial, extrajudicial ou de insolvência, em dissolução ou

em liquidação, além de empresas sancionadas conforme a Lei nº 8.666/1993 e/ou a Lei nº

10.520/2002

Adicionalmente a essas verificações, o Serpro informou que adota procedimentos com

vistas a dar amplo conhecimento dos compromissos da empresa com a ética e a integridade no

âmbito do Plano de Inserção da Contratada (PIC), reunião registrada em ata entre contratante e

contratado, sendo informadas ao contratado, dentre outros, as regras sobre sigilo das informações

a que este tiver acesso durante a execução do contrato.

“Após a assinatura do contrato, o Gestor e fiscal(is) fará(ão) reunião inicial com

o(s) representante(s) da CONTRATADA apresentando o Plano de Inserção da

Contratada na forma da norma interna GA-011, ocasião em que transmitirá ao

preposto indicado pela CONTRATADA as normas internas de segurança, de ética,

de acesso às dependências, de confidencialidade e prestará os esclarecimentos

relativos às questões operacionais e de gerenciamento do contrato, fornecendo as

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cópias dos documentos Normativos internos do Serpro e firmando a competente

Ata de Reunião”.

Ressalta-se, contudo, que em análise às atas do PIC não foram identificadas orientações

quanto a adoção das práticas de integridade da empresa.

A empresa informou ainda que a partir de outubro de 2016 passará a constar nos Contratos

Padrão de Serviços Contínuos com Dedicação de Mão de Obra, na Cláusula de Obrigações da

Contratada, as seguintes condições:

3.2.2 - Seleção, Postura e Conduta Profissional

3.2.2.1 - A contratada deverá selecionar trabalhadores qualificados e idôneos

para a prestação dos serviços, com conhecimento em temas relativos a segurança

do trabalho e sustentabilidade ambiental.

3.2.2.2 - É vedado à CONTRATADA prestar serviços por meio de familiar(es) de

empregado(s) do Serpro quando este(s) exerça(m) cargo em comissão ou função

de confiança, situação considerada nepotismo e sujeita a apuração de

responsabilidades.

3.2.2.2.1 - De acordo com Decreto 7.203/2010 considera-se familiar: o cônjuge, o

companheiro ou o parente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou

afinidade até o terceiro grau.

3.2.2.3 - Responsabilizar-se pelo cumprimento, por parte de seus empregados, das

normas disciplinares e Código de Ética determinados pelo Serpro.

3.2.2.4 - Garantir e responsabilizar-se pelo comportamento moral e profissional

de seus empregados, cabendo-lhe responder integralmente por todos os danos ou

atos ilícitos resultantes de ação ou omissão dos mesmos, inclusive por

inobservância de ordens do Serpro.

3.2.2.5 - Garantir a manutenção do respeito e cortesia no relacionamento entre

colegas e com os empregados do Serpro.

3.2.2.6 - Manter os ambientes destinados aos empregados devidamente limpos,

asseados e organizados.

Em relação aos procedimentos utilizados pela empresa para verificar o histórico das

empresas a serem contratadas, no que tange a ações judiciais transitadas em julgado, pelo

cometimento de práticas antiéticas, ou atos de fraude e corrupção, o Serpro informou que realiza

consulta ao Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade Administrativa e

Inelegibilidade (CNCIAI).

Ainda em relação aos contratos, foi verificado que a empresa não realiza classificação de

seus contratos de acordo com a exposição a riscos de fraude e corrupção. Essa classificação é

importante pois fomenta a adoção de medidas adicionais de acompanhamento e supervisão nos

casos classificados como de maior risco.

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Por fim, é importante ressaltar que nos acordos para contratação de terceiros inexiste

cláusulas que vedem expressamente a prática de atos de corrução (cláusulas anticorrupção),

embora existam medidas pontuais nesse sentido, conforme apresentado.

Como registro de boa prática adotada pelo Serpro, cabe destacar o uso do sistema interno

Histórico de Aquisições - HISAQ, em que são registradas informações sobre os contratos e seus

respectivos fornecedores, subsidiando a empresa na gestão dos contratos ao longo de todo seu ciclo

de vida.

Sugestões de Melhoria

Inserir cláusulas relacionadas à integridade em todos os modelos de contratos de

despesa;

Incluir temas da integridade na pauta das reuniões com fornecedores (Plano de Inserção

da Contratada), tais como ética, conflito de interesses, corrupção e fraude;

Estabelecer critérios para a classificação dos contratos firmados pelo Serpro, com base

no nível de exposição dos contratos a riscos de fraude, corrupção e desvios;

Submeter os empregados e terceiros responsáveis por contratos a verificações rotineiras

quanto a observância ao programa de integridade. A periodicidade e o escopo dessas

verificações devem variar com o grau de exposição a riscos do contrato. Por exemplo, a

empresa pode atribuir um perfil de risco ao contrato (alto, médio e baixo), variando a

periodicidade e o escopo da diligência de acordo com o perfil do contrato;

Criar os procedimentos de guarda e arquivamento das diligências realizadas;

Desenvolver mecanismos para incentivar os fornecedores/terceirizados a denunciarem

as posturas contrárias à ética e integridade institucional.

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12. Verificação, durante os processos de fusões, aquisições e outras operações

societárias, do cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de

vulnerabilidades nas pessoas jurídicas envolvidas

Neste item, seriam analisadas, quanto à existência e adequação, as regras e procedimentos

da empresa relacionados à realização de verificações previamente a fusões, aquisições ou outras

operações societárias, objetivando identificar eventual histórico, por parte da empresa alvo (a ser

adquirida, com a qual a estatal pretende se fundir, etc), de envolvimento com corrupção ou outros

tipos de condutas ilegais ou antiéticas.

Tendo em vista que o capital social do Serpro é integralmente subscrito pela União,

conforme consta do art. 4º do Estatuto Social da empresa, as supracitadas verificações não foram

realizadas.

Art. 4o O capital social do Serpro é de R$ 613.618.808,15 (seiscentos e treze

milhões, seiscentos e dezoito mil, oitocentos e oito reais e quinze centavos),

integralmente subscrito pela União.

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13. Monitoramento contínuo do programa de integridade visando seu

aperfeiçoamento na prevenção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos

Monitorar a aplicação do programa de integridade significa verificar se esse está sendo

devidamente aplicado e se está sendo efetivo e eficaz. O monitoramento é um processo contínuo

e representa importante ferramenta de auxílio na administração da empresa, por meio do qual ficará

evidenciado se as políticas e os procedimentos criados são suficientes e satisfatórios. Trata-se de

atividade a ser realizada de forma constante, como parte da rotina da organização.

Além desse monitoramento contínuo, no dia a dia da empresa, também podem ser

realizadas avaliações independentes, por meio de auditorias focadas na avaliação do

funcionamento de determinadas políticas ou mecanismos do programa de integridade. Estas

avaliações independentes podem ser realizadas pela auditoria interna da empresa ou por auditoria

externa.

Devido ao estágio inicial de implantação do Programa de Integridade do Serpro, não foi

possível avaliar seu monitoramento contínuo, de modo que as sugestões de melhoria abaixo

apresentadas visam auxiliar a empresa no estabelecimento de boas práticas para sua realização.

Sugestões de Melhoria

Instituir mecanismos de monitoramento para verificar a efetiva implementação do

programa de integridade, de forma a possibilitar a identificação de pontos falhos que

possam ensejar correções e aprimoramentos;

Definir regras estabelecendo rotinas e processos de monitoramento do programa de

integridade;

Criar indicadores para acompanhar a aplicação e o funcionamento das diversas medidas

de integridade instituídas;

Definir estratégia coordenada de monitoramento com participação das áreas envolvidas

com o programa de integridade;

Reportar indicadores e produtos do monitoramento para a Alta Direção e com posterior

disponibilização no Portal Corporativo, com acesso a partir do sítio da internet.

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14. Transparência da pessoa jurídica

Foram analisadas as rotinas adotadas pela entidade para divulgação ativa e passiva de

informações relevantes ao público interno e externo. Avaliou-se o cumprimento de dispositivos da

Lei nº 12.527/2011 e do Decreto nº 7.724/2012, bem como da Resolução CGPAR nº 05/2015,

observando, adicionalmente, se a empresa promove a divulgação das pautas e atas das reuniões da

alta direção.

O Serpro possui em seu Portal Corporativo página específica para a divulgação do Serviço

de Informação ao Cidadão (e-SIC). Os pedidos de solicitação podem ser realizados por e-mail,

telefone ou diretamente pelo sistema de informações e-SIC. O protocolo de requerimentos é

devidamente efetuado via sistema, independente do meio utilizado pelo cidadão (telefone, carta,

e-mail, ouvidoria) para a requisição.

Ademais, foi verificado que o Serpro disponibiliza acesso a diversas informações da

empresa, conforme determina a Lei de Acesso à Informação, por meio do seu Portal Corporativo.

O endereço reúne as informações que são de interesse da sociedade não classificadas como

sigilosas.

No entanto, não foi evidenciado o cumprimento de todos os elementos e determinações

relacionadas à transparência ativa contidas na Lei nº 12.527/2011 e no Decreto nº 7.724/2012:

Os indicadores referentes à atuação da UNISE (Universidade Corporativa) estão

desatualizados, as informações que constam do Portal referem-se ao exercício de

2014;

Não foram identificadas informações referentes aos principais indicadores de

resultado da companhia;

As informações sobre repasses ou transferências de recursos financeiros realizados

por meio dos Termos de Cooperação e Congêneres estão desatualizadas. A

referência mais atual data de maio de 2011;

Em relação a execução orçamentária e financeira, as informações das despesas não

apresentam detalhamento, o que dificulta o entendimento e não atende ao

preconizado na legislação;

No que se refere a Grandes Obras, as informações estão desatualizadas. A

referência mais atual data de junho de 2009;

Quanto a Diárias e Passagens, as informações divulgadas carecem de detalhamento.

Em relação aos contratos firmados pela empresa, foi verificado que o Serpro divulga em

seu Portal Corporativo as informações sobre contratos firmados na condição de contratante.

Contudo, não foram evidenciadas informações atinentes a divulgação dos contratos em que a

empresa figure na condição de contratada (contratos com outras instituições da Administração

Pública).

As informações sobre benefícios constantes do sítio da internet estão atualizadas e

contemplam informações de “despesas com tíquete”, “despesas com auxílio creche/escolar”,

“despesas com auxilio filho PNE” e “despesas com vale-transporte”.

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Com relação às informações sobre a remuneração dos empregados da empresa, foi

verificado que os valores divulgados estão agrupados por unidade organizacional, e são

mensalmente atualizados. Existe ainda a possibilidade de consulta nominal ou por CPF. Nesta

consulta, é possível verificar se o empregado recebe jetons. Os proventos de aposentadoria e

pensões daqueles que estiverem na ativa não são discriminados.

Não foi evidenciado o cumprimento de todos os elementos e determinações relacionadas à

transparência ativa requeridas pela Resolução CGPAR nº 05/2015:

Extrato das atas de assembleias gerais, pautas (prévias e deliberadas) e as atas das

reuniões da Alta Direção não são publicadas na internet;

O último Balanço Social publicado data de 2010;

O currículo profissional resumido dos conselheiros não possui acesso direto.

Sugestões de Melhoria

Revisar os dados de transparência ativa disponíveis no sítio da internet, de modo a

garantir o alinhamento e a adequação às exigências previstas na Lei nº 12.527/2011

(LAI), no Decreto nº 7.724/2012 e na Resolução CGPAR nº 05/2015;

Implementar rotina de verificação e atualização periódica das informações publicadas;

Divulgar no Portal Corporativo, com acesso a partir do sítio da internet, as pautas e atas

de reunião dos Conselhos e da Diretoria Executiva, ressalvados os casos de sigilo

legalmente instituídos.

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15. Processo de tomada de decisões

Nesse item foi verificado se o processo de tomada de decisões pela Alta Direção segue

regras adequadas e consistentes, é baseado em estudos técnicos e dispõe de mecanismos que visem

reduzir a assimetria de informação entre o nível operacional e o decisório.

Além disso, essa seção tem como objetivo analisar os parâmetros de governança aplicáveis

ao Conselho Diretor da entidade, verificando se ele possui membros com experiência,

conhecimento, reputação ilibada e disponibilidade necessária para o cumprimento de suas

atribuições, bem como se possui composição multidisciplinar e parcela dos membros

independentes, não sendo presidido pelo Diretor-presidente da entidade.

No Serpro, os limites de alçada estão dispostos na Resolução DE-008/2015 – Delegação

Direta de Poderes a Titulares de Cargos de Direção e Chefia e compreendem os seguintes tópicos:

Aquisições ou locação de bens, materiais e serviços, execução e repactuação de

contratos;

Autorização de adiantamentos, realização ou reembolso de despesas;

Homologação de contratações, assinaturas, aditamentos e rescisões de instrumentos

contratuais de despesas, termos de cooperação, acordos e instrumentos congêneres;

Movimentações e transferência de recursos entre contas bancárias do Serpro;

Pagamentos relativos a pessoal, encargos trabalhistas, tributários e previdenciários,

incluindo-se aqueles relativos ao Fundo de Previdência Complementar – Serpros;

Propostas e contratos comerciais de prestação de serviços pelo Serpro a seus

clientes externos;

Relevar multas a fornecedores e encargos moratórios.

Em análise aos limites de alçada constantes do normativo em pauta, constatou-se que o

Serpro não estabelece critérios, situações e valores para definir o que sejam “grandes operações”

no âmbito da organização, expressas como parte da execução de procedimentos os quais envolvam

grande vulto de recursos orçamentários ou financeiros, destinados ao tratamento de investimentos,

alienações, contratos de despesas, transformações societárias e concessões ou tomada de

financiamentos, bem como não estabelece quaisquer limites de alçada para alienações dos bens da

empresa.

O Serpro dispõe também da Norma GA-018/2015 – Planejamento das Contratações, a qual

atribui ao Grupo Técnico de Estudos Preliminares – GTEP a responsabilidade pela realização de

estudos prévios à tomada de decisões, voltados exclusivamente a subsidiar a elaboração de

Projetos Básicos e Termos de Referência. Não foram identificadas outras formas de estudos

preliminares formalmente previstas e conduzidas pela organização.

Quanto à existência de políticas ou normas as quais estabeleçam regras de encaminhamento

e tramitação de registros das pautas a serem deliberadas nas reuniões da Alta Direção, ou mesmo

normas que estabeleçam critérios de inclusão de assuntos não previstos em pauta, verificou-se que

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a entidade não dispõe de dispositivos formalmente estabelecidos, nos quais constem o regramento

de procedimentos e prazos que assegurem às partes interessadas a comunicação tempestiva sobre

os processos objeto de voto, ou mesmo sobre a inclusão de assuntos extrapauta.

Ademais, nas atas de reuniões encaminhadas a equipe de auditoria, não foram identificados

registros relativos às manifestações individuais de voto por Conselheiros e Diretores do Serpro, de

modo a formalizar as situações de conflito ou divergências de opiniões nas deliberações, como

também nas circunstâncias em que haja discordância quanto a manifestações expressas nos estudos

técnicos e pareceres apresentados, acompanhadas das respectivas fundamentações.

No concernente ao ferramental de apoio à tomada de decisões, a empresa não dispõe de um

repositório único para armazenamento das atas de reuniões, do histórico de e-mails trocados com

Conselheiros e Diretores da empresa, além do histórico de documentos os quais subsidiem a

condução do Processo Decisório da Diretoria do Serpro.

Relativamente ao Conselho Diretor, restou demonstrado que a composição do grupo de

Conselheiros é multidisciplinar, posto contar com profissionais qualificados em Direito, Economia

e Finanças, Relações Internacionais e Tecnologia da Informação. Por outro lado, não foram

evidenciadas quaisquer vedações formais à nomeação de representantes de órgãos reguladores,

dirigentes estatutários de partidos políticos e titulares de mandatos no Poder Legislativo como

membros do Conselho Diretor.

Como parte da tomada de decisões na empresa, foram examinados os processos de

alienação de bens de Tecnologia da Informação ocorridos ao longo dos exercícios de 2014 e 2015,

com foco em doações de equipamentos para atendimento a Programas Sociais do Governo Federal.

Dentre os processos avaliados, cabe menção à Decisão de Diretoria 0057/2015, a qual

concedeu autorização para o desfazimento de equipamento sintetizador de voz, equipamento de

segurança de rede e dois subsistemas de discos, dentre outros, todos considerados inservíveis ao

Serpro, destinando-os à doação a Programas Sociais do Governo.

A aludida decisão não contou com pareceres de áreas técnicas da empresa, os quais

assegurassem às entidades donatárias o atendimento a condições mínimas necessárias ao

cumprimento da finalidade social a que se destinam as doações desta natureza. Tais pareceres

mostram-se especialmente relevantes, em virtude da especificidade técnica e complexidade de

configuração e operação dos equipamentos, acrescidas dos respectivos custos operacionais e de

futuras manutenções dos bens.

Em decorrência do exposto, os controles relativos ao processo de doação de bens de

Tecnologia da Informação visando o atendimento a Programas Sociais do Governo ou ainda às

diretrizes do Programa Serpro de Inclusão Digital – PSID apresentam as seguintes oportunidades

de melhoria:

Sugestões de Melhoria

Abster-se de realizar doações de bens em ano eleitoral;

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Tornar mandatória a apresentação de pareceres técnicos, emitidos como peças

integrantes do Processo Decisório da Diretoria do Serpro, que ratifiquem a adequação

dos equipamentos a serem doados quanto ao atendimento aos objetivos preceituados no

Programa Serpro de Inclusão Digital – PSID ou em outros programas governamentais

de cunho social, visando mitigar riscos de desvio de finalidade de uso dos equipamentos

pelas entidades donatárias.

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5. Conclusão

A partir das fragilidades apontadas neste relatório, bem como considerando as sugestões

de melhoria aqui propostas e as providências já adotadas pelo gestor, recomenda-se ao Serpro que:

Elabore plano de ação contendo as providências que serão adotadas pela empresa

com vistas a promover o aprimoramento de seus mecanismos de integridade. Além

das atividades previstas, o plano deve apresentar um cronograma e os responsáveis

por cada atividade. Ressalta-se que os desdobramentos desse plano serão acompa-

nhados periodicamente pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.

Conforme acordado durante as Reuniões de Busca Conjunta de Soluções, o plano de ação

deverá ser encaminhado a CGU até 24/01/2017.