Relatório de Campo - Grupo 1 - Rafael U;Elisa R;Caroline V; Rubens C

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Campus Caçapava do sul

Geofísica 2º Semestre

Mineralogia

Relatório de campo

2º Saída de campo de Mineralogia dia 30/10/2011

Caroline Vieira Marçal.

Elisa Rodrigues.

Rafael Ubirajara Rocha Ferreira.

Ruben Cruz Siqueira

Novembro/2011



Introdução

As interações vulcano-sedimentares se da na medida em que um magma interage com

um ambiente sedimentar ativo em deposição ou muito recente, gerando feições que

caracterizam sua íntima relação. Derrames de fluxos piroclásticos e intrusões rasas

(dique e sill) podem gerar tais feições, desde que encontrem em seu caminho sedimento

inconsolidado ou muito pouco consolidado, característico de ambiente sedimentar ainda

em fase de deposição, mesmo em porções que já sofreram algum soterramento.

Diversas formas de interações entre um ambiente sedimentar ativo e um magma podem

ficar registrados, como feições característica do corpo específico que lhe deu origem.

Estas feições podem ser agrupadas por tipo genético como registro de migração de lavas

sobre o sedimento inconsolidado, migração e deposição de sedimentos sobre os

derrames e feições de intrusões rasas.

Roteiro

1ª Parada - O1pp - PONTO 4. Formação Pedra Pintada: Arenito,

secundariamente conglomerado e pelito de ambiente desértico com predominância de

dunas eólicas. Coordenadas 246227 E / 6596172 N.

2ª Parada – Ponto 5. Formação próxima à barragem: Local entre a formação Passo do

correio e Rodeio velho, arenito estratificado,

3ª Parada - O1βrv - PONTO 6. Formação Suíte Rodeio Velho : Basalto alcalinocom derrames tipo ''Pahoehoe'', contendo estruturas em corda, tipo ''a a '', tubos de lava e

intercalações com arenitos eólicos.Os pontos 4,5 e 6 pertencem ao Grupo Guaritas e

Bacia do Camaquã; O Grupo Guaritas teve início no Ordoviciano Médio (472 milhões

de anos) à Ordoviciano Inferior (488 milhões de anos.).

Figura 1 - Figura 1 – Mapa litológico - Rio Grande do Sul (esq.), Paradas 1 e 2 (dir).

*OBS: O mapa foi editado tendo 8.33% e 300% respectivamente, de sua escala original de 1:750.000.



Estudo da formação

Formação Pedra Pintada

Evento ígneo com interações vulcânico-sedimentares. Ocorrência de intrusão rasa

derrame de lava, fluxo piroclásticos; derrame tipo Pahoehoe e aa com grande conteúdode voláteis. Capacidade de fusão do sedimento na temperatura de solidificação do

magma/lava.

Encontra-se no campo:

a) Rochas sedimentares;

b) Rolamentos de rochas vulcânicas e vulcano-sedimentares.

Rochas vulcano-sedimentares com vesículas (Figura 3), resultado de um derrame quente

e de um magma muito rico em gases, que encontram o arenito não consolidado ou mal

consolidado, proporcionando esta característica.

Figura 2 - Afloramento de rocha.

Figura 3 - Vesículas em rochavulcano-sedimentar.



Frente de derrame.

O derrame quente pode ser observado segundo o plano de estratificação, marcado por

presença de sills e discks, ilustrado na Figura 4.

Observando a Figura 4 é possível compreender como a lava desloca-se após sair pelos

dicks e sills, assim formando o plano estratigráfico de corte vertical.

Formação próxima à barragem

Este afloramento contém uma parte vulcânica, que é possível encontrar amídalas que

são compostas por Quartzo e uma rocha vulcânica que indica a frente de derrame,

apresentando vesículas orientadas coforme a Figura 5.

Ainda no ponto 5, temos planos de estratificação cruzada (Figura 6), identificando como

um ambiente eólico, no qual as dunas foram formadas conforme a direção do vento.

Figura 4 – Derrame sill e dique

Figura 5 - Rocha Ígnea indicando a frente de derrame



O arenito presente nesta área possui coloração vermelha e branca, como podemos ver na

Figura 7, que caracteriza os diferentes eventos ocorridos no local.

Figura 7 - Arenito com duas cores, vermelho e branco.

Figura 6 - Estratificação cruzada.



Análise de amostras de campo

Figura 8 - Amostra SD5C

Local: Formação Pedra Pintada

Textura: Apresenta cor mesocrata amarronzada, com muitas vesículas com 0,3 cm – 1

cm de diâmetro. e Apresenta matriz de arenito, granulação média/grossa com cristais de

quartzo no tamanho de grãos de pó.

Mineralogia: quartzo e feldspato potássico, Por apresentar uma cor avermelhada

caraterística de um feldspato de origem detrítica. Como trata-se de uma rocha

sedimentar podemos dizer que as vesículas foram formadas por gases que ao entrar em

contato com o arenito consolidado ou mal consolidado, mas neste caso os gases não

criaram geodos, apenas “cozinhou o arenito”.

Figura 9 – Amostra SD6BA

Local: Formação próxima à barragem

Textura: Cor melanocrata marrom escuro, matriz afanitica de textura porfirítica com

vesículas com 0,2 cm – 1 cm de diâmetro e amidalas com 1,5 cm – 3,5 cm de diâmetro.

Mineralogia: contém mais plagioclásio que sílica na matriz, à também presença de

carbonato e quartzo preenchendo as amígdalas. Como na região houve um

derramamento de lava acredita-se que seja um andesito com formação de geodos que

cristalizaram posteriormente ocupando as vesículas.



Figura 10 - Amostra CEP63A

Local: Formação próxima à barragem.

Amídala constituída por dois tipos de Quartzo (1) Calcedônia ; (2) Quartzo α ou β, não

se sabe ao certo. No local encontra-se muitas amídalas que desprenderam das rochas

Figura 11 - Amostra SDB1


Textura: Cor avermelhada com granulação média-grossa, matriz de grãos de rochas

ígneas e possivelmente silte.

Mineralogia: Por apresentar uma coloração muito avermelhada acredita-se que tenha

ocorrido mais depósito de feldspato potássico do que de outros minerais.

Figura 12 - Amostra SD6B2


Textura: cor branca com pigmentos vermelhos, grãos muito pequenos menores que

“1mm”, matriz de grãos de rochas ígneas depositados por eventos eólicos.

Mineralogia: Muito quartzo e presença de feldspato gerando a cor branca.



Conclusão

A Formação Pedra Pintada, apresenta intercalamento de basalto entre o arenito,

conforme a Figura 3, demonstrando a câmara magmática que gerou o magma e que este

ascendeu, e em certa altura e encontrou maior facilidade de penetrar através do

arenito nos planos de estratificação formando diques intercalados, isto pode ser

observado na amostra, Figura 8, onde é possível verificar que os poros formados por

gases e pela constituição da rocha que foi definida como cozimento do arenito pela alta

temperatura.

O que comprovamos nas formações intercaladas ao longo do caminho onde os

diques de basaltos cortam as rochas sedimentares e em raros momentos o

basalto está quase em paralelo com os planos de estratificação da rocha sedimentar onde

o magma entrou como um manto ou sills, pois a estrutura neste caso é concordante com

a rocha por onde ele está avançando, na estrada do passo do correio em direção ao

arroio Carajás. Que nos levou a base da formação guaritas, onde é possível observar o

fluxo da lava, assim como eventos eólicos gerando uma rocha sedimentar bandeada,

Figura 7, e presença de estratificação cruzada, Figura 6. Na Figura 5, trata se de uma

rocha vulcânica com vesículas que nos indica o movimento do fluxo do derrame

magmático ocorrido na época, onde se confirma, devido ao posicionamento das

vesículas que estavam com gases em seu interior e se encontram alinhadas ao fluxo

desta rocha indicando a direção do fluxo que com certeza é de cima para baixo em

direção ao arroio conforme a topografia atual, inclusive indicando em que sentido se

encontraria os cones vulcânicos o que na carta topográfica é evidente e está marcado.

Na Figura 6, encontramos bem evidente os planos de estratificação cruzada no arenito

da base da formação pedra pintada, esta estratificação em diferentes direções significa

que foi um ambiente predominante eólico e um dos últimos eventos do preenchimento

da bacia do Camaquã onde iniciou com a formação Maricá (marina), e agora sugere este

ambiente totalmente eólico de dunas que sedimentaram esta região gerando a formação pedra

pintada.

Bibliografia

Delia del Pilar M. A; Farid C. Jr. & Adriane Machado. (2011)Late to Post-Orogenic Brasiliano-

Pan-African Volcano-Sedimentary Basins in the Dom Feliciano Belt, Southernmost Brazi -Brazil & Portugal.

MUSEU DE MINERAIS E ROCHAS HEINZ EBERT

< www.rc.unesp.br/museudpm/ >.

Mapa Geológico do Rio Grande do sul. Caçapava do Sul: 2006. 1 mapa escala

1:750000.

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