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Coimbra Fevereiro 2011 Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra 1ºano Licenciatura em Cardiopneumologia Iniciação à Cardiopneumologia Electrocardiografia Aluna: Verónica da Silva Ribau 2010 000 111 Professor: Mestre Joaquim Pereira

Relatório de Electrocardiograma

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Coimbra Fevereiro 2011

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra

1ºano Licenciatura em CardiopneumologiaIniciação à Cardiopneumologia – Electrocardiografia

Aluna:Verónica da Silva Ribau

Nº 2010 000 111

Professor: Mestre Joaquim Pereira

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Índice

I- Ritmo..................................................................................................................................... 3

Natureza .................................................................................................................................... 3

Frequência ................................................................................................................................. 3

II- Auriculograma....................................................................................................................... 3

Morfologia ................................................................................................................................. 3

Duração ..................................................................................................................................... 4

Amplitude .................................................................................................................................. 4

III- Condução Auriculo-Ventricular ............................................................................................ 4

IV- Ventriculograma ................................................................................................................... 4

Complexo QRS ........................................................................................................................... 4Plano Frontal ............................................................................................................................. 5

Plano horizontal ........................................................................................................................ 5

Amplitudes ................................................................................................................................ 6

Voltagem do QRS no plano frontal ........................................................................................... 6

Voltagem do QRS no plano horizontal ...................................................................................... 7

Índice de Sokolow-Lyon ............................................................................................................ 7

Duração do QRS ........................................................................................................................ 7

Deflexão intrinsecóide .............................................................................................................. 8

V- Repolarização ventricular (ST-T) .......................................................................................... 8

Segmento ST .............................................................................................................................. 8

Onda T ....................................................................................................................................... 8

Onda U....................................................................................................................................... 9

Intervalo QT ............................................................................................................................... 9

VI- Conclusão .............................................................................................................................. 9

VII- Anexo I ................................................................................................................................ 11

VIII- Anexo II............................................................................................................................... 12

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I- Ritmo

NaturezaDa analisar da onda P deste electrocardiograma, verifica-se que esta não se

encontra em ritmo sinusal, apesar de a onda P, anteceder sempre o complexo QRS, serpositiva em todas as derivações, excepto na derivação aVR, onde é negativa, os

complexos QRS não estão equidistantes.

A onda P pode ser negativa nos casos em que AP se aproxima de +90 0, por isso

não se trata de uma anomalia.

FrequênciaA frequência cardíaca representa o número de batimentos cardíacos por

minuto. Pode ser determinada a partir de vários métodos, como a regra dos 3

segundos, a regra dos 300, a regra de R a R e a régua de electrocardiograma.

Dos diversos métodos para calcular a frequência, foi usado, neste caso, o

método dos 3 segundos que consiste em contar o número de complexos QRS

existentes em 3 segundos e multiplicar esse número por 20, obtendo-se: 20 × 4 = 80

bpm.Sendo que os valores normais de frequência cardíaca se encontram entre 50 e

100 bpm, podemos então concluir que o valor obtido é um valor normal (não

apresenta nenhuma patologia).

II- AuriculogramaA onda P traduz a despolarização das duas aurículas, e as componentes desta

têm amplitudes iguais. A análise da onda (auriculograma) compreende a avaliação da

sua morfologia, duração e amplitude em DII e V1. Deste modo:

MorfologiaEm DII, a onda P apresenta uma forma piramidal e bimodal com vértice

arredondado.

Em V1, a onda P é bifásica, correspondendo a parte positiva à despolarização

auricular direita e a parte negativa à despolarização auricular esquerda, com a

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componente positiva e negativa sensivelmente iguais (apesar de a parte negativa ser

ligeiramente maior que a positiva).

Duração Em DII a duração da onda P é de 0,12 segundos (sendo que cada quadradinho

corresponde a uma duração de 0,04 segundos, então 3 quadradinhos equivalem a 0,12

segundos). Podemos então afirmar que a onda P apresenta uma duração maior que o

normal, acima dos 0,10 segundos (os valores de normalidade são 0,08 a 0,10

segundos).

Amplitude Em DII, a onda P apresenta uma amplitude normal de 2 mm, já que não

ultrapassa os 2,5 mm.

III- Condução Auriculo-Ventricular

A condução auriculo-ventricular traduz o tempo que o estímulo demora a

percorrer todo o sistema de condução, desde que abandona o nódulo sinusal até que

inicia a despolarização ventricular, ou seja, começa no início da onda P e acaba no Q ou

no R.

Neste caso, o intervalo PR tem uma duração de 0,16 segundos (4 quadradinhos

0,04 segundos), o que se considera normal, pois está compreendido entre 0,12 e

0,20 segundos (valores normais).

IV- Ventriculograma

Complexo QRS Os complexos QRS não são equidistantes, com intervalos de valores que variam

entre os 16 mm e 22 mm, o que significa que há arritmia sinusal.

Todos os complexos QRS são precedidos por uma onda P positiva, excepto em

aVR onde esta é negativa.

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Dentro da mesma derivação (exemplo DII), os intervalos PQ e PR são iguais e os

complexos QRS apresentam algumas variações na sua morfologia. A menor amplitude

é de 11 mm e a maior é de 12 mm. Todos têm a mesma duração.

Plano Frontal Determinação do eixo eléctrico:

Na derivação DI somam-se algebricamente R e S:

R+S = 6 + (-2) = 4

Na derivação DIII somam-se algebricamente R e S:

R+S = 6 + (0) = 6

Verificação: Em DII:R+S = 11 + (0) = 11

De seguida marcaram-se os valores obtidos no lado correspondente do

Triângulo de Einthoven e dos pontos obtidos em DI e DIII baixaram-se perpendiculares

às respectivas derivações. Depois traçou-se o vector que vai desde o centro do círculo

(triângulo) até ao ponto cruzamento das duas perpendiculares descritas. Conseguimos

ler a direcção do eixo eléctrico no ponto em que a linha que perlonga o vector se vai

encontrar com a circunferência, concluímos que a direcção do eixo é de 66 0.

No Plano Frontal, o eixo eléctrico deve situar-se entre -30 0 e 1100, neste caso,

situa-se nos 66 0. Assim estamos perante um valor normal, ou seja, não se verifica um

Desvio Axial Esquerdo (pois o eixo não se situa para além dos -300) nem um Desvio

Axial Direito (pois o eixo não se situa para além dos 1100).

O esquema presente no anexo I mostra o esquema da direcção do eixo

eléctrico.

Plano horizontal No Plano Horizontal, que consiste na série precordial, verifica-se o normal

crescimento progressivo das ondas R e a diminuição das ondas S, desde V1 a V6.

Em V1, a morfologia é rS, e em V6 é qS, o que está de acordo com os

parâmetros normais.

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A zona normal de transição, em que os R são iguais aos S, situa-se entre V3 e

V4. Neste caso, não há igualdade de amplitude entre as duas ondas nem em V3 (as R

são menores que as S) nem em V4 (as R são maiores que as S).

Todas as ondas Q observadas não excedem 0,03seg de duração nem têm uma

profundidade superior a 25% da amplitude do R correspondente, estando tudo de

acordo com parâmetros de normalidade.

Amplitudes Em V1, R = 1 mm o que está de acordo com o normal pois R deve apresentar

um valor inferior a 5 mm e S= 11 mm, logo 0,09 (valores normais: <1).

Em V2, R = 3 mm e S = 12 mm

Em V3, R = 3 mm e S = 5 mm

Em V4, R = 9 mm e S = 1 mm

Em V5, R = 9 mm (normal R <27mm ) e S = 1 mm

Em V6, R = 12 mm e S = 0,5 mm

Em aVL, R = 2 mm (normal R <13mm ) e S= 1 mm

Em aVF, R = 7 mm (normal R <21mm ) e S= 0 mm

Voltagem do QRS no plano frontalEste parâmetro corresponde ao cálculo da amplitude do QRS, desde o vértice

da onda R até ao vértice da onda S. Assim:

7 mm em DI, corresponde a 0,7 mV

11 mm em DII, corresponde a 1,1 mV

5 mm em DIII, corresponde a 0,5 mV

9 mm em aVR, corresponde a 0,9 mV

4 mm em aVL, corresponde a 0,4 mV

7 mm em aVF, corresponde a 0,7 mV

Os valores encontrados para as Voltagens do QRS no plano Frontal encontram-se

dentro dos parâmetros normais e isto porque, são superiores a 0,7 mV.

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Pelo facto de existirem dois valores abaixo do normal (em DII e aVL) não se justifica

falar de baixa voltagem.

Voltagem do QRS no plano horizontalEste parâmetro é calculado da mesma forma que o plano frontal. Assim:

12 mm em V1 corresponde a 1,2 mV

15 mm em V2 corresponde a 1,5 mV

9 mm em V3 corresponde a 0,9 mV

11 mm em V4 corresponde a 1,1 mV

11 mm em V5 corresponde a 1,1 mV

12 mm em V6 corresponde a 1,2 mV

Consideram-se valores normais por serem superiores ao valor mínimo de 1 mV,

pelo facto de existir um valor abaixo do normal (em V3) não se justifica falar de baixa

voltagem.

Índice de Sokolow-Lyon Este índice é calculado a partir da soma da onda S de maior amplitude em V1

com a onda R de maior amplitude em V5 ou V6. Assim:

Maior onda “ ” de V = 11 mm

Maior onda “ ” de V5 = 11 mm

S (V1) + R (V5) = 11 + 11 = 22 mm

O valor calculado é normal porque é inferior a 45 mm, para um indivíduo com

idade inferior a 20 anos.

Duração do QRS Este índice deve ser calculado nas derivações onde melhor se desenham os

seus componentes.

Assim a duração do QRS em DII, no complexo, é de 0,08 segundos (2 x 0,04) o

que é um valor normal visto que se encontra compreendido entre os valores denormalidade de 0,06 e 0,10 segundos.

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Deflexão intrinsecóide A deflexão intrinsecóide traduz o tempo de activação ventricular e mede-se

desde o início do QRS até ao vértice de R. Assim:

Precordiais direitas (V1) = 0,03 seg (valores normais <0,03 seg )

Precordiais esquerdas (V4) = 0,05 seg (valores normais <0,05 seg )

Como os valores obtidos se encontram no limite superior considerado normal,

a activação ventricular ocorre de forma normal.

V-

Repolarização ventricular (ST-T)

Segmento ST Este parâmetro é estudado através da medição do tempo gasto desde o fim da

onda S até ao início da onda T.

Ao nível do segmento ST, podemos verificar que este se encontra na linha de

base (isoeléctrica), excepto em V4, por erros técnicos, traduzindo uma repolarização

normal. Não existe, portanto, supra ou infra desnivelamentos. E a sua duração é cerca

de 0.12 seg (3 mm).

Onda T A onda T representa a repolarização ventricular, esta é feita do epicárdio para o

endocárdio, no sentido oposto ao da despolarização, deste modo a polaridade desta

onda é diferente do complexo QRS.

Como a repolarização é mais lenta do que a despolarização, a onda Tapresenta-se assimétrica e arredondada em todas as derivações, sendo que o seu

ramo ascendente é mais lento que o descendente, sendo por isso, normal.

A onda T é positiva em DI, DII, DIII, aVL, aVF, V2, V3, V4, V5 e V6.

Em aVR e V1 é negativa.

Todos estes parâmetros ocorrem dentro da normalidade.

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Onda U A onda U é uma onda inconstante que sucede a onda T.

Pode-se visualizar esta onda, principalmente, a nível de V3 e V4 visto ser uma

onda de baixa intensidade.

Este electrocardiograma não apresenta onda U, nem em V3 e nem em V4. A

possível causa de não aparecer em V4 é o registo ter sido mal feito, havendo um

deslocamento da linha base (isoeléctrica) – deslocação do estilete.

Intervalo QT Traduz a duração total da sístole eléctrica ventricular e varia inversamente com

a frequência cardíaca.O intervalo QT, em DII, é um índice que permite o cálculo dessa duração pelo

que deve ser comparado com o QTc.

Desta forma:

QT = 8 × 0,04 = 0,32 segundos

e ndo

O valor calculado de 0,44 segundos é considerado normal por não ultrapassar,

apesar de ser igual ao limite superior máximo admitido, que é de 0,44 segundos.

VI- Conclusão

De acordo com a análise deste electrocardiograma, conclui-se que se encontra

dentro dos limites de normalidade para a idade, com excepção de alguns parâmetros

como: em V1 a onda P não é equifásica; a maior duração da onda P em DII; os

complexos QRS não são equidistantes, variando os seus valores de distância de 16 mm

a 22 mm, isto é um indicador de arritmia sinusal, e amplitude entre 11 mm e 12 mm;

na voltagem do plano frontal existem dois valores abaixo do normal (em DII e aVL) mas

não se justifica falar de baixa voltagem; na voltagem do plano horizontal existe um

valor abaixo do normal (em V3) mas, também, não se justifica falar de baixa voltagem;

na deflexão intrinsecóide o valor obtido encontra-se no limite superior considerado

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normal; a ausência da onda U em V3 e V4 (sendo uma provável justificação, o erro

técnico cometido em V4) e o intervalo QT ser igual ao limite superior máximo admitido

(0,44 segundos).

Todos os valores no limite de normalidade devem despertar a nossa atenção.

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VII- Anexo I

(Direcção do eixo eléctrico)

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VIII- Anexo II

(Electrocardiograma)