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Introdução Na visão industrial o farmacêutico hospitalar era responsável pela produção artesanal ou semi-industrial de medicamentos como pode ser evidenciado na definição de Nogueira, 1961. “O Serviço de farmácia nos hospitais constitui um de seus departamentos mais importantes. É uma atividade que adquiriu especial significado em virtude de ser fator de alta cooperação no equilíbrio do orçamento hospitalar, contribuindo de modo decisivo na diminuição do custo leito/ dia”. O autor comenta que naquele período a farmácia hospitalar havia se transformado numa farmácia industrial (GOMES, M. ET AL 2006). O Professor José Sylvio Cimino assim a conceituava: “É a unidade tecnicamente aparelhada para prover clínicas e demais serviços dos medicamentos e produtos afins de que necessitam para o normal funcionamento”. A abordagem central da farmácia hospitalar nesta visão não é a produção dos medicamentos, mas, sim, atender as necessidades do perfil assistencial do hospital em relação aos medicamentos e outros produtos farmacêuticos. Esta fase pode ser denominada fase de provisão (Gomes, M. et AL 2006).A farmácia hospitalar evoluiu e na década de 1980 inicia-se a fase moderna. Nesta fase a farmácia hospitalar não ficou restrita aos aspectos técnico-científicos ligados ao medicamento, mas se responsabilizou, também, pelo Relatório de estágio supervisionado em Farmácia Hospitalar Página 1

Relatorio de estágio

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Page 1: Relatorio de estágio

Introdução

Na visão industrial o farmacêutico hospitalar era responsável pela produção

artesanal ou semi-industrial de medicamentos como pode ser evidenciado na definição

de Nogueira, 1961. “O Serviço de farmácia nos hospitais constitui um de seus

departamentos mais importantes. É uma atividade que adquiriu especial significado em

virtude de ser fator de alta cooperação no equilíbrio do orçamento hospitalar,

contribuindo de modo decisivo na diminuição do custo leito/ dia”. O autor comenta que

naquele período a farmácia hospitalar havia se transformado numa farmácia industrial

(GOMES, M. ET AL 2006).

O Professor José Sylvio Cimino assim a conceituava: “É a unidade tecnicamente

aparelhada para prover clínicas e demais serviços dos medicamentos e produtos afins de

que necessitam para o normal funcionamento”. A abordagem central da farmácia

hospitalar nesta visão não é a produção dos medicamentos, mas, sim, atender as

necessidades do perfil assistencial do hospital em relação aos medicamentos e outros

produtos farmacêuticos. Esta fase pode ser denominada fase de provisão (Gomes, M. et

AL 2006).A farmácia hospitalar evoluiu e na década de 1980 inicia-se a fase moderna.

Nesta fase a farmácia hospitalar não ficou restrita aos aspectos técnico-científicos

ligados ao medicamento, mas se responsabilizou, também, pelo gerenciamento das

atividades, buscando redução de custos, racionalização do trabalho e garantia do uso

adequado dos medicamentos (GOMES, M. ET AL 2006).

No termo de referência para implantação ou reestruturação de farmácias de

hospitais universitários consta uma definição que corresponde a visão moderna da

farmácia hospitalar: “ A farmácia hospitalar é um órgão de abrangência assistencial

técnico-científica e administrativa, onde se desenvolvem atividades ligadas à produção,

ao armazenamento, ao controle, à dispensação e a distribuição de medicamentos e

correlatos às unidades hospitalares, bem como à orientação de pacientes internos e

ambulatoriais visando sempre a eficácia da terapêutica, além da redução dos custos,

voltando-se, também, para o ensino e a pesquisa, propiciando um vasto campo de

aprimoramento profissional” (GOMES, M. ET AL 2006).

Neste momento, o Brasil vive uma fase clínico-assistencial da farmácia hospitalar,

como expressão conceito da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar, estabelecido

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pela a legislação que regulamenta o exercício profissional nos serviços de atendimento

pré-hospitalar, na farmácia hospitalar e em outros serviços de saúde, de natureza pública

ou privada é a Resolução do CFF nº 492, de 26 de Novembro de 2008. De acordo com

esta resolução, “Farmácia hospitalar é uma unidade técnico-administrativa dirigida por

um profissional farmacêutico, ligada funcional e hierarquicamente a todas as atividades

hospitalares”.

Como unidade clínica o foco de sua atenção deve estar no paciente e nas sua

necessidades e no medicamento, como instrumento (Gomes, M. et AL 2006).

A Farmácia Hospitalar é um órgão de abrangência assistencial, técnico-científica

e administrativa, em que se desenvolvem atividades voltadas à produção,

armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e materiais

médico-hospitalares.

É também responsável pela orientação de pacientes internos e ambulatoriais,

visando sempre a eficácia da terapêutica, racionalização dos custos, voltando-se também

para o ensino e a pesquisa, propiciando assim um vasto campo de aprimoramento

profissional.

A partir disso o farmacêutico hospitalar está habilitado a assumir atividades

clínico-assistenciais podendo contribuir para a racionalização administrativa com

conseqüente redução de custos e uma melhor qualidade de vida do paciente. (SANTOS

et al, 2006).

A farmácia é um departamento do hospital que necessita de elevados valores

orçamentários e o farmacêutico hospitalar deve estar habilitado a assumir atividades

clínico-assistenciais, através de participação efetiva na equipe de saúde, contribuindo

para a racionalização administrativa com conseqüente redução de custos. Tem como

principal função garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, por meio do

uso seguro e racional de medicamentos e materiais médicos hospitalares, adequando sua

aplicação à saúde individual e coletiva, nos planos assistencial, preventivo, docente e

investigativo. Isto significa que não basta ao farmacêutico hospitalar fornecer

medicamentos, mas impõe, também, a obrigação de acompanhar sua correta utilização e

seus efeitos.

É de competência do farmacêutico hospitalar em conjunto com os demais

profissionais de saúde:

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Page 3: Relatorio de estágio

Assumir a coordenação técnica nas discussões para seleção e aquisição de

medicamentos, germicidas e correlatos, garantido sua qualidade e otimizando a terapia

medicamentosa”. Significa que o gestor farmacêutico, como supremo detentor de

conhecimento sobre os fármacos deve participar ativamente da seleção de

medicamentos padronizados e dos processos de aquisição.

Cumprir normas e disposições gerais relativas ao armazenamento, controle de

estoque e distribuição de medicamentos, correlatos, germicidas e materiais médicos

hospitalares. A central de abastecimento farmacêutico deve estar adequadamente

equipada para o cumprimento das Boas Práticas de Distribuição.

Estabelecer um sistema eficiente, eficaz e seguro de dispensação para pacientes

ambulatoriais e internados, de acordo com as condições técnicas hospitalares, onde ele

se efetive. O sistema de distribuição empregado deve poder garantir o abastecimento do

hospital nas 24 horas e, ao mesmo tempo, evitar desvios, caducidade e perdas por

armazenamento inadequado ou administração de medicamentos não prescritos.

Dispor de setor de farmacotécnica composto de unidade para manipulação de

fórmulas magistrais e oficinais; manipulação e controle de antineoplásicos;

reconstituição de medicamentos, preparo de misturas endovenosas e nutrição parenteral;

preparo e diluição de germicidas; fracionamento de doses; análises e controles

correspondentes; produção de medicamentos; outras atividades passíveis de serem

realizadas, segundo a constituição da farmácia hospitalar e as características do hospital.

O gestor farmacêutico deve ser capaz de apresentar aos administradores hospitalares os

benefícios da implantação deste setor.

Elaborar manuais técnicos e formulários próprios. Os manuais de normas e

procedimentos operacionais devem ser elaborados e implantados

para fins de treinamento, de uniformidade dos procedimentos e da assistência, além de

orientar sobre os diversos protocolos.

Manter membro permanente nas comissões de sua competência, principalmente

na comissão de farmácia e terapêutica ou padronização de medicamentos; na comissão

de controle de infecção hospitalar; na comissão de licitação ou parecer técnico e na

comissão de suporte nutricional. A participação nestas comissões é indispensável para a

eficiência do trabalho farmacêutico, já que o monitoramento do uso racional de

medicamentos depende do estabelecimento de protocolos de dispensação, padronização,

aquisição e manipulação.

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Page 4: Relatorio de estágio

Atuar junto à Central de Esterilização na orientação de processos de desinfecção

e esterilização de materiais, podendo ser responsável pelo setor. As orientações e os

treinamentos sobre o uso de técnicas assépticas beneficiam o trabalho neste setor e

minimiza as possibilidades de contaminação.

Participar nos estudos de ensaios clínicos e no programa de farmacovigilância do

hospital. O monitoramento das reações adversas não dependentes do paciente, seja nos

ensaios clínicos ou na pós-comercialização do medicamento é útil também para as

avaliações da farmácia na revisão da padronização.

Exercer atividades formativas sobre materiais de sua competência, promovendo

cursos e palestras e criando um setor de Informações sobre Medicamentos, de acordo

com as condições do hospital.

Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica. Como vimos

anteriormente, a implantação destas atividades divulgam o papel do farmacêutico na

instituição e potencializam seu valor profissional.

Exercer atividades de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia farmacêutica, no

preparo de medicamentos e germicidas.

A participação do farmacêutico hospitalar nas comissões de Controle de

Infecção Hospitalar (CCIH) tem por objetivo desenvolver guia de utilização de

antimicrobianos, manual de germicidas, indicadores de controle de infecção e

sensibilidade dos antimicrobianos, consumo e taxa de letalidade; monitorização das

prescrições de antimicrobianos; controle de utilização de resistência antimicrobiana e

estabelecer rotina de dispensação de antimicrobianos; controle de custos; estímulo à

terapia seqüencial; elaboração de relatórios de consumo e educação permanente da

equipe de saúde.

É importante salientar que a participação do farmacêutico em qualquer uma

dessas atividades depende das características e complexidade da instituição na qual está

inserido.

A confiança é fundamental nas relações entre o farmacêutico-paciente e o

farmacêutico e os demais profissionais de saúde, não só na condução de uma orientação

técnica que traga benefícios à terapia nutricional, como também no manejo adequado do

paciente. O farmacêutico é o responsável em fornecer um sumário de todas as

informações clínicas relevantes a outros farmacêuticos que possam vir a assumir a

responsabilidade daquele paciente. (BISSON, 2003)

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Page 5: Relatorio de estágio

Objetivos

Conhecer o que é um Serviço de Farmácia Hospitalar e sua caracterização como

serviço clínico;

Conhecer os critérios para uma seleção racional dos medicamentos;

Aplicar na prática o conhecimento acerca do ciclo da assistência farmacêutica.

Conhecer a importância da correta aquisição, armazenamento e conservação dos

medicamentos, produtos relacionados a saúde e matérias primas;

Conhecer para saber utilizar a informação de medicamentos como base para a

resolução dos problemas farmacoterapêuticos dos pacientes e promover o uso

racional dos mesmos;

Conhecer a importância dos estudos de utilização dos medicamentos como

medida racionalizadora da prescrição.

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Page 6: Relatorio de estágio

Cenário de Estágio

Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano

Missão FESO: “promover a educação, a ciência e a cultura, constituindo-se num pólo

de desenvolvimento regional de modo a contribuir para a construção de uma sociedade

justa, solidária e ética”.

Missão HCTCO- “Prestar assistência integral à saúde com excelência e qualidade,

participando do processo de ensino, pesquisa e extensão, integrado ao SUS, consoante

às necessidades de saúde da população e à missão da FESO.”

O Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO) foi

inaugurado em 1970, e dois anos depois firmou-se convênio entre a Prefeitura de

Teresópolis e a FESO com o objetivo de atender de forma satisfatória às necessidades

da população.

Ao longo dos anos o HCTCO vem crescendo e aprimorando a qualidade de seu

atendimento em termos de estrutura, tecnologia instalada e qualificação de seus

profissionais, e hoje é reconhecido como hospital de referência para diversos

municípios. Como hospital de ensino e credenciado pelo SUS, é uma instituição que

presta assistência à saúde da população, desenvolve atividades de capacitação de

recursos humanos e serve de campo para a prática de atividades curriculares na área da

saúde, constituindo um importante cenário de prática para os estudantes dos cursos da

área de Saúde.

Na organização do sistema de saúde de Teresópolis, é o único na cidade com

atendimento 24h de emergência, e dispõe 155 leitos, sendo 137 destinados ao SUS e 18

para convênios e particulares. São oferecidos, com alta qualidade, os serviços de

Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica (Cardiologia, Pneumologia e

Doenças Infecciosas e Parastárias), Ortopedia, Cirurgia Geral, Neurocirurgia,

Bucomaxilo, Unidade Intermediária Neonatal e Centro de Tratamento Intensivo de

Adultos.

O hospital conta ainda com ambulatórios especializados e serviços de apoio diagnóstico,

realizando procedimentos de média e alta complexidade e é referência nas áreas de

Traumatologia, Oftalmologia, Doenças Infecciosas e Parasitárias e Terapia Renal

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Substitutiva, suportando ainda o atendimento de um número expressivo de

politraumatizados oriundos da rodovia BR 116, em seu trecho privatizado entre Rio de

Janeiro e Além Paraíba.

Enfim, em vista de seus professores e técnicos, das instalações e equipamentos, e

da diversidade dos serviços que oferece, o HCTCO se constitui em um hospital-escola

que oferece aos estudantes da área de graduação, bem como aos da Residência Médica e

Multiprofissional um dos mais modernos e completos programas de formação em Saúde

do Brasil.

Dados da instituição hospitalar

Nome/Razão Social – Fundação Educacional Serra dos Órgãos – FESO

Nome/Fantasia – Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO)

Localização– Av. Delfim Moreira 2211- Vale do Paraíso- Teresópolis/RJ- Brasil

Natureza jurídica– Hospital de Ensino; Privado; Sem fins lucrativos

Complexidade/Porte – Terciária

Capacidade instalada

Nº de leitos: 137 (SUS) + 18 (PART.)

- Clínica médica – 40

- Clínica cirúrgica (cirurgia + ortopedia) – 48

- Obstetrícia – 18

- Pediatria – 20

- CTI – 5

- UI – 6

Unidade mantenedora- Fundação Educacional Serra dos Órgãos -FESO

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Page 8: Relatorio de estágio

Farmácia

Descrição do serviço de farmácia (atribuições, sistema de distribuição de medicamentos

implantado, organização, serviços informatizados, número de profissionais,

responsabilidades, participação da farmácia em comissões, divisão hierárquica,

atividades desenvolvidas pelo serviço)

Farmacêutico responsável - Sabrina de Aquino

Posição hierárquica da farmácia no organograma do hospital-Ligada a Direção de

Integração Ensino-Assistência.

Localização e área física da farmácia– Térreo do Hospital – próxima ao serviço de

Nutrição (prédio anexo).

Horário de funcionamento– 7 às 22 h (2ª a 2ª)

Recursos Humanos

Farmácia

4 plantonistas diurnos (2 por plantão)

1 diarista (auxiliar de farmácia)

1 supervisor de farmácia (diarista)

1 farmacêutica (diarista)

Almoxarifado – Funcionamento de 2ª a 6ª – 7 às 17 h

1 auxiliar de almoxarifado (diarista)

1 supervisor de almoxarifado (diarista)

1 farmacêutica (diarista)

Sistema de distribuição- Dose individualizada em alguns casos mista.

Divisão do Setor de Farmácia

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Chefe – Sabrina de Aquino

Plantonistas – Lígia Fabiana Gonçalves Correa; Luciane Quintanilha Lopes Machado;

Luciane Carreiro de Souza; Simone Barbosa Nogueira.

Diarista – Angelita Gonçalves de Lima; Jorge Luiz Gaspar (Supervisor);

Divisão do Setor de Almoxarifado

Leonardo dos Santos Calazaus (auxiliar)

Waldec Ribeiro Rodrigues (supervisor)

Comissões do hospital que a Farmacêutica participa:

Comissão de Farmácia Terapêutica – CFT

Função: Presidente

Farmacêutico obrigatório

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH

Função: Membro

Farmacêutico obrigatório

Comissão de Padronização de Materiais Hospitalares

Não é obrigatória

Comissão de Avaliação e Terapêutica de Nutrição Enteral e Parenteral – CATNEP

Função: Membro

Farmacêutico obrigatório

Comissão de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – CGRS

Função: Membro

Farmacêutico obrigatório

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Page 10: Relatorio de estágio

Atividades Desenvolvidas

Seleção- Durante o período de estágio eu não participei de nenhuma atividade que

abrangesse a seleção, mas em teoria é importante saber que o objetivo da seleção é

implantar políticas de utilização de medicamentos com base em correta avaliação,

seleção e emprego terapêutico no hospital, promover a atualização e a reciclagem de

temas relacionados à terapêutica hospitalar, reduzir custos, visando a obter a

disponibilidade dos medicamentos essenciais à cobertura dos tratamentos necessários

aos pacientes.

O processo de seleção de medicamentos surgiu, portanto, com o objetivo de

assegurar uma terapêutica eficaz, racional e de baixo custo. Para garantir o uso racional

de medicamentos (URM) é necessário elaborar uma lista de medicamentos

padronizados e desenvolver, de maneira contínua, a educação dos profissionais de

saúde, proporcionando uma reflexão crítica sobre a escolha e a utilização dos

medicamentos.

A padronização de medicamentos em um hospital deve ser o resultado concreto

do processo de seleção de medicamentos desenvolvido na instituição, devendo

caracterizar-se como um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo,

visando a disponibilidade dos medicamentos essenciais à cobertura do tratamento dos

pacientes.

O processo de seleção e padronização de medicamentos é composto por várias

etapas, dentre elas a análise do nível assistencial e da infra-estrutura de tratamento

existente no hospital, e a avaliação do padrão de utilização de medicamentos na

instituição.

A Comissão de Farmácia e Terapêutica, composta por representantes do serviço

médico, farmacêutico, de enfermagem e da administração, é responsável pelo

desenvolvimento e supervisão de todas as políticas e práticas de utilização de

medicamentos no hospital, assessorando a Diretoria Clínica e servindo como elo de

ligação entre a farmácia e a equipe de saúde.

Programação - A programação representa tem por objetivo a garantia da

disponibilidade dos medicamentos previamente selecionados nas quantidades adequadas

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e no tempo oportuno para atender às necessidades de uma população-alvo, por meio de

um serviço ou de uma rede de serviços de saúde, considerando-se um determinado

período de tempo.

A programação deve ser feita com base em uma lista de medicamentos essenciais,

estabelecida e consensuada na etapa de seleção. Nessa lista, os medicamentos devem

encontrar-se listados por nome genérico, forma farmacêutica e apresentação, e

elencados, preferencialmente, pelo nível de complexidade no qual serão utilizados (por

exemplo, uso ambulatorial, uso hospitalar, uso hospitalar restrito etc.).

Aquisição- A aquisição de medicamentos representa uma das atividades do ciclo da

assistência farmacêutica, constituindo-se num conjunto de procedimentos articulados

que visam a selecionar o licitante com a proposta mais vantajosa para satisfazer uma

determinada necessidade e, assim, legitimar a administração a contratar o particular. Ela

objetiva contribuir para o abastecimento de medicamentos em quantidade adequada e

qualidade assegurada, ao menor custo possível, dentro da realidade do mercado,

apoiando e promovendo uma terapêutica racional, em área e tempo determinados.

Armazenamento- O armazenamento visa assegurar a qualidade dos medicamentos

através de condições adequadas de armazenamento e de um controle de estoque eficaz,

bem como a garantir a disponibilidade dos medicamentos em todos os locais de

atendimento ao usuário. (COSENDEY, 2000)

Durante o estágio, vi que os medicamentos devem estar em condições de temperatura

adequadas, que não devem ser expostos ao sol e até mesmo a luminosidade devido a

alguns serem fotossensíveis, eu observei também que as caixas que contem os

medicamentos e correlatos não podem ficar em contato ao chão e que também as pintura

das paredes são de tinta lavável, pois de acordo com a farmacêutica é de mais fácil

limpeza.

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Distribuição- É atividade do ciclo de assistência farmacêutica que consiste no

fornecimento de medicamentos às unidades usuárias, em quantidade, qualidade e

tempo adequado, para posterior dispensação ou administração na população

usuária.

No HCT, no sistema de distribuição a farmácia distribui alguns medicamentos

mediante solicitação e em outros por cópia da prescrição médica, deste modo, parte é

sistema coletivo, parte individualizada. Em grande maioria o sistema de distribuição

funciona através da dose individualizada. O acondicionamento dos comprimidos é feito

no interior de embalagens plásticas que são identificadas com etiquetas contendo o

nome do fármaco, dose, validade e lote do medicamento para a posterior dispensação.

Dispensação- O processo de dispensação deve garantir que o medicamento de

qualidade adequada seja entregue ao paciente correto, na dose prescrita, na quantidade

adequada, que sejam fornecidas as informações suficientes para o uso correto e que seja

embalado de forma a preservar a qualidade do produto.

No HCT, era o procedimento que eu mais gostava de realizar, pois neste

procedimento eu tinha a oportunidade de conhecer mais sobre os medicamentos, pois eu

sempre perguntava para as funcionárias do setor qual a utilidade do medicamento. Além

disso, eu sempre levava os medicamentos até os setores. Em teoria a dispensação é um

elemento chave para que possamos realizar a atenção farmacêutica, mas infelizmente

não acontece desta maneira, pois infelizmente a farmacêutica do estabelecimento cuida

da parte administrativa sem poder ter contato com os pacientes.

Atividades Clínicas- Durante a minha passagem no HCT eu não realizei nenhuma

atividade clínica.

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Conclusão

Este estágio despertou em mim uma nova área de atuação de nossa profissão, ele

foi bastante proveitoso e gratificante, aprendi noções de administração hospitalar,

interpretação de prescrições médicas, como se relacionar com diversos setores da área

hospitalar dentre outros assuntos além de vivenciar o ambiente profissional. Eu senti

muita falta da questão da Atenção Farmacêutica, já que o tema do meu NAI neste

período abordou a questão da Atenção Farmacêutica no âmbito hospitalar, algo que na

prática não ocorre pelo menos no hospital onde eu estagiei.

O estágio prestou uma orientação no que diz respeito à Farmácia Hospitalar,

onde pude acompanhar e aprender as atividades cotidianas da farmácia através da

orientação dos profissionais do estabelecimento.

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Referências Bibliográficas

_Gomes, M. et al. CIÊNCIAS FARMECÊUTICAS – Uma abordagem em Farmácia Hospitalar. 1ª edição. Editora Atheneu. São Paulo, 2006.

_ Santos, G. A. A. GESTÃO DE FARMÁCIA HOSPITALAR. Ed. Senac. São Paulo, 2006.

_Marcelo Polacow. FARMÁCIA CLÍNICA & ATENÇÃO FARMACÊUTICA. Porto Alegre: Medfarma Livraria e Editora, 2003.

COSENDEY, M. A. E. ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA FARMÁCIA BÁSICA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO EM CINCO ESTADOS DO BRASIL, 2000. Tese de doutorado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz.

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