38
CARUARU 2014 UNIFAVIP / DEVRY CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL WASHINGTON BERNARDINO DA SILVA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO: Sistema de Gestão Integrado a Qualidade de Processos na Área de Infraestrutura para Loteamentos Populares

Relatório de Estágio Versão 501

Embed Size (px)

DESCRIPTION

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Citation preview

Page 1: Relatório de Estágio Versão 501

CARUARU2014

UNIFAVIP / DEVRYCENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVILCURSO DE ENGENHARIA CIVIL

WASHINGTON BERNARDINO DA SILVA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO:

Sistema de Gestão Integrado a Qualidade de Processos na Área de Infraestrutura paraLoteamentos Populares

Page 2: Relatório de Estágio Versão 501

CARUARU2014

WASHINGTON BERNARDINO DA SILVA

SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO A QUALIDADE DE NA ÁREA DEINFRAESTRUTURA PARA LOTEAMENTOS POPULARES

Relatório apresentado ao Centro Universitáriodo Vale do Ipojuca, como requisito à disciplinaESTÁGIO SUPERVISIONADO, do curso deBacharelado em Engenharia Civil do CentroUniversitário do Vale do IpojucaOrientador: Prof. M.Sc Geovani Almeida daSilva.

Page 3: Relatório de Estágio Versão 501

Sumário

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4

1.1 Objetivo geral ................................................................................................................................ 4

1.2 Objetivos específicos...................................................................................................................... 4

2 ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................... 5

3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................... 6

3.1 Conceito de estágio supervisionado ............................................................................................. 8

3.2 Filosofia 5S................................................................................................................................... 9

3.3 Plano de ação 5W2H ................................................................................................................. 11

3.4 Programa brasileiro de qualidade habitacional PBQPH ...................................................... 12

3.4.1 Vantagens da implantação do PBQP-H ...................................................................................... 13

3.5 Série ISO 9000 ........................................................................................................................... 15

3.6 Método PDCA ........................................................................................................................... 16

3.7 Infraestrutura............................................................................................................................ 18

3.8 Classificação .............................................................................................................................. 19

3.8.1 Classificação segundo os Subsistemas Técnicos Setoriais: ........................................................ 19

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................................ 31

4.1 Analista de processos de infraestrutura.................................................................................. 31

4.1.1 Promover melhoria de processos ................................................................................................ 31

4.2 Supervisor de infraestrutura ........................................................................................................ 31

4.2.2 Limpeza do terreno ..................................................................................................................... 32

4.2.3 Piquetes de lotes e quadra ........................................................................................................... 32

4.2.4 Delimitação do empreendimento ................................................................................................ 33

4.2.5 Instalações provisórias do canteiro ............................................................................................. 33

4.2.6 Esgotamento sanitário ................................................................................................................. 34

4.2.7 Abastecimento de água ............................................................................................................... 35

4.2.8 Iluminação pública...................................................................................................................... 35

5 CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 38

Page 4: Relatório de Estágio Versão 501

4

1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular constitui uma experiência de agregação e aprimoramento de

conhecimentos e de habilidades que são primordiais para a vida profissional, que tem como

principal função incorporar teoria e prática. Tratando-se de experiências que contribuem para

formação e sócio-política e profissional, que oportuniza ao estudante o engajamento em

situações reais de vida e de trabalho, alicerçando a sua profissionalização e explorando as

competências básicas indispensáveis para uma formação profissional ética e corresponsável

pelo desenvolvimento humano, pela melhoria da qualidade de vida e aplicação destes

conhecimentos em prol da sociedade a qual está inserido.

O Estágio é entendido como meio vinculador da produção do conhecimento adquirido

em todo o processo de vivência acadêmica desenvolvido pelo perfil curricular do curso.

Portanto este relatório tem por finalidade apresentar os conhecimentos técnicos vistos

em sala de aula e aplica-los e aprimora-los na prática no que diz respeito ao curso de Engenharia

Civil, limitadamente ao setor de infraestrutura de loteamentos populares e ao cargo que ocupei

como analista de processos de infraestrutura.

1.1 Objetivo geral

Desenvolver os fundamentos adquiridos no decorrer do curso, aprimorando as

competências profissionais, técnicas e éticas convenientes e fundamentais para o êxito e

sucesso profissional.

1.2 Objetivos específicos

Aprimorar hábitos e atitudes profissionais;

Pesquisar métodos para melhoria de processos de infraestrutura para loteamentos populares;

Possibilitar o confronto entre o conhecimento teórico e a prática adotada;

Integrar o processo de ensino, pesquisa e aprendizagem.

Page 5: Relatório de Estágio Versão 501

5

2 ORGANIZAÇÃO

A Viana & Moura Construções foi criada em 16 de Setembro de 2003 em Belo Jardim

- Pernambuco inspirada na crença de que “com simplicidade e cooperação criamos um mundo

melhor”. Nosso objetivo é realizar o grande sonho das famílias nordestinas de ter a casa própria.

Proporcioná-lo nos deu a grande missão de: “Contribuir para a felicidade das pessoas,

entregando vilas encantadoras e sustentáveis.”

2.1 Cultura

Direcionados em um público-alvo bem definido, famílias com renda de um (1) a três

(3) salários mínimos, a Viana & Moura oferece casas populares com qualidade e preços

acessíveis a um público diferenciado das demais construtoras por se tratar de famílias de renda

baixa, famílias estas que podem concretizar o sonho da casa própria, oferecendo um dos metros

quadrados mais atrativos do Brasil, em paralelo a preocupação não se resume a preços, mas

também a qualidade do produto, com dedicação, comprometimento e apoio de ferramentas de

gestão consolidadas por indústrias de países desenvolvidos. Como a filosofia japonesa do 5S,

o método PDCA para melhoria de processos e a produção enxuta.

2.2 Campo de atuação

A organização está atuando nas cidades de Caruaru, Belo Jardim, Santa Cruz do

Capibaribe, Garanhuns e brevemente em Vitoria de Santo Antão, todas no estado de

Pernambuco. A construtora tem a atividade também no campo imobiliário com a própria

imobiliária, Viana & Moura Imobiliária, simplificando o processo de aquisição das vendas das

casas. Com sede do Escritório Central em Boa Viagem (Recife) que proporciona suporte às

obras com serviços de desenvolvimento humano, suprimentos, gestão, projetos e operações

financeiras.

Page 6: Relatório de Estágio Versão 501

6

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem por objetivo apresentar o referencial teórico das atividades

desenvolvidas no estágio, e fundamentar as contribuições para os processos de formação.

Assim, busquei no campo do conhecimento teórico as principais referências na definição das

atividades incumbidas dentro da organização.

O histórico brasileiro de habitação foi um processo que desencadeou de forma ainda

discreta e tímida na passagem do modelo agro - exportador para o modelo urbano- industrial de

desenvolvimento e seu processo de urbanização esteve intimamente ligado ao caráter capitalista

do pais.

A questão do desenvolvimento das forças produtivas, a urbanização e o problema

habitacional encontravam-se presentes no século XIX na Europa, para o Brasil o destaque

ocorre em meados do século XX, constituindo mais uma evidência dos problemas e impasses

decorrentes da forma de desenvolvimento capitalista no país, qual seja, o desenvolvimento

“tardio”. Esta relação entre a urbanização e o problema habitacional é melhor visualizada

quando se analisa a evolução dos sistemas urbanos brasileiros e, portanto, pelo fluxo migratório

campo-cidade que se acelera entre o final do século XIX e o final do século XX (principalmente

na segunda metade do século XX.

O crescimento da urbanização toma forma mais acentuada no Período de Getúlio Vargas

a partir de 1930 sendo marcado pela grande industrialização, em consequência desta fase vem

de forma diretamente proporcional a urbanização. O ponto culminante deste crescimento na

historia da urbanização brasileira ocorre nas décadas de 1950 e 1960, período marcado pelo

forte êxodo rural, consequência, entre outros fatores, da forte política de industrialização

adotada no governo de Juscelino Kubitschek.

Tendo em vista que nos anos subsequentes os governantes brasileiros depararam - se

com a problemática da habitação, visto que a industrialização junto a urbanização era crescente

e então necessitava-se de habitações para a população que deslocavam -se para os grandes

centros urbanos, em decorrência deste crescimento acelerado surge os primeiros incentivos a

população. No governo de Juscelino Kubistchek o incentivo foi a oferta de crédito imobiliário

pelas Caixas Econômicas e pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS) ou por bancos

incorporadores imobiliários, em 1964 após o golpe militar o novo governo que se estabelece

Page 7: Relatório de Estágio Versão 501

7

cria o Sistema Financeiro de Habitação juntamente com o Banco Nacional de Habitação

(SFH/BNH).

Com toda essa necessidade de construir para toda essa população que se concentrava,

surge um novo problema, o crescimento desordenado, sem nenhum planejamento, e a falta de

qualidade das habitações.

Por decorrência da implantação do Plano Real a partir de 1994, mudanças estruturais

impostas à conjuntura econômica determinaram uma revisão profunda nestes conceitos. Com a

queda dos índices de inflação, o capital foi gradativamente redirecionado para atividades

produtivas em busca de taxas de retorno mais atraentes e, por consequência, o próprio mercado

consumidor acabou impondo ao setor produtivo nacional, exigências crescentes de padrões de

qualidade que acabaram por se tornar critério diferencial de grande peso diante de um cenário

mais competitivo. Por influência deste cenário, a partir de meados da década de 1990 vários

esforços começaram a ser empreendidos no setor através de programas em nível estadual, em

busca de maior produtividade e melhor qualidade do produto (JANUZZI; VERCESI, 2010).

De acordo com Januzzi e Cristiane (2010) os primeiros movimentos pela qualidade na

Construção Civil no Brasil surgiram no início da década de 90 decorrentes de um período de

mudanças em um setor caracterizado por grande competitividade. Embalado por esta atmosfera

de grandes mudanças, o governo federal lança o Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade (PBQP) envolvendo todos os setores industriais.

Tendo em vista a necessidade e importância da qualidade das habitações, a ONU –

organização das nações unidas desenvolveu conferências mundiais que estimularam países do

mundo todo a desenvolver programas internos de habitações.

A primeira conferência desenvolvida pela ONU no âmbito habitacional foi realizada em

Vancouver, Canada no período de 31 de maio a 11 de junho de 1976, alguns anos depois foi

realizada outra conferência, em Istambul, Turquia entre os dias 3 a 14 de junho de 1996, cujos

temas principais foram moradias adequadas para todos e desenvolvimento de assentamentos

humanos.

Em consequência da conferência de Istambul de 1996 surge no Brasil um aditivo do

programa PBQP, passando a ter um enfoque mais voltado para a construção civil PBQP-H –

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na construção habitacional.

Page 8: Relatório de Estágio Versão 501

8

O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um

instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil

quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é

organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da

qualidade do habitat e a modernização produtiva. Sendo a qualidade dos imóveis motivos de

satisfação dos receptores finais das construções tem - se atualmente a competitividade entre

empresas construtoras que usam do termo qualidade e buscam isso em suas construções para

adquirir novos clientes.

Segundo Picchi (1993) a qualidade no mundo todo tem recebido grande atenção como

fator de competitividade de empresas e economias nacionais. Neste processo os progressos se

dão de maneira diferenciada, seja em nível de países ou de setores industriais. Dentre os países,

o Japão é sempre mencionado como liderança no setor, exigindo das empresas ocidentais uma

grande revisão dos seus conceitos sobre qualidade. Em busca de qualidade, as empresas buscam

sistemas auxiliares que oriente chegar a satisfação dos clientes.

3.1 Conceito de estágio supervisionado

O trajeto formativo do engenheiro civil recebe influências de diversos fatores. E diante

da complexidade deste processo ao longo da formação acadêmica, esses nem sempre podem

ser suficientemente entendidos. Nesse caso cabe a esse contexto está o estágio supervisionado

visto como uma das variáveis que interagem nessa formação. Assim, ao se buscar

compreender a concepção atual acerca do estágio, vemos a existência da tentativa de articular

a atividade teórica em prática. Para Pimenta (2007 p. 44):

A produção da década anterior é indicativa dessa possibilidade, quando o estágio foidefinido como atividade teórica que permite conhecer e se aproximar da realidade.Mais recentemente, ao se colocarem no horizonte as contribuições da epistemologiada prática e se diferenciar o conceito de ação (que diz dos sujeitos) do conceito deprática (que diz das instituições), o estágio como pesquisa começa a ganhar solidez.

Page 9: Relatório de Estágio Versão 501

9

3.2 Filosofia 5S

O 5S é a base para aplicação de sistemas de qualidade. Requisito este indispensável para

que as empresas se mantenham competitivas no mercado e consigam atender às exigências do

comprador.

Segundo Cordeiro (2013), o 5S surgiu no Japão logo após a derrota na Segunda guerra

Mundial, quando o país se encontrava com a economia arrasada e necessitava lançar no

mercado produtos capazes de concorrer em preço e qualidade com os Estados Unidos e a

Europa.

Para Cordeiro (2013), apesar do 5S ser reconhecido mundialmente como originário do

Japão, suas práticas estão presentes em qualquer população, nação, sociedade, família ou

pessoa que pratique bons hábitos, que zele pela higiene, segurança, bem-estar, sensatez e

respeito ao próximo.

De acordo com silva (2010) este Programa normalmente é implementado como um

plano estratégico para que alguns aspectos fundamentais da empresa comecem a apresentar

melhorias rumo à qualidade total. As empresas além da busca de melhoria da qualidade e

produtividade visam melhorias na qualidade de vida do trabalhador.

O nome 5S é originado de cinco palavras japonesas que começam com “S”: Seiri,

Seiton, Seiso, Seiketso e Shitsuke. A principal vantagem do Programa 5S é a facilidade que ele

tem de provocar mudanças comportamentais em todos os setores das empresas.

Para silva (2010) as cinco palavras japonesas que dão o nome ao programa, tem os

seguintes significados.

SEIRI – SENSO DE ORGANIZAÇÃO

O principal objetivo da primeira etapa do programa 5S é tornar o ambiente de trabalho

mais útil e menos poluído, tanto visualmente como espacialmente. Para tal, deve-se classificar

os objetos ou materiais de trabalho de acordo com a frequência com que são utilizados para,

então, rearranjá-los ou colocá-los em uma área de descarte devidamente organizada. O resultado

Page 10: Relatório de Estágio Versão 501

10

desse primeiro passo do programa 5s é um ambiente de trabalho estruturado e organizado de

acordo com as principais necessidades de cada empresa.

SEITON – SENSO ORDENAÇÃO

O segundo passo do Programa 5S é uma continuação do primeiro. Seu conceito chave é

a simplificação. A partir da organização espacial previamente feita, essa etapa visa dar aos

objetos que são menos utilizados um local em que eles fiquem organizados e etiquetados.

Assim, agilizam os processos e há maior economia de tempo.

SEISO – SENSO DE LIMPEZA

O terceiro item consiste na limpeza e investigação minuciosa do local de trabalho em

busca de rotinas que geram sujeira ou imperfeições. Qualquer elemento que possa causar algum

distúrbio ou desconforto (como mal cheiro, falhas na iluminação ou ruídos) devem ser

consertados. O principal resultado é um ambiente que gera satisfação nos funcionários por

trabalharem em um local limpo e arrumado, além de equipamentos com menos possibilidades

de erros ou de quebra por conta da constante fiscalização e manutenção.

SEIKETSU – SENSO DE SAÚDE E HIGIENE

O quarto conceito consiste na manutenção dos três primeiros sensos (utilização,

ordenação e limpeza), gerando melhorias constantes para o ambiente de trabalho. Nessa etapa,

devem-se definir quem são os responsáveis pela continuidade das ações das etapas iniciais do

Programa 5S. Com um ambiente mais limpo, há grande chance de os funcionários também

buscarem maior cuidado com o visual e com a saúde pessoal, garantindo ainda mais equilíbrio

e bom desempenho no trabalho e contribuindo ainda mais para o andamento do processo rumo

à qualidade total.

Page 11: Relatório de Estágio Versão 501

11

SHITSUKE – SENSO DE DISCIPLINA

Quando o quinto e último processo do Programa 5S está em execução, quer dizer que

o programa está em andamento perfeito. A disciplina, que pode ser considerada a chave do

programa 5S, existe quando cada um exerce seu papel para a melhoria do ambiente de trabalho,

do desempenho e da saúde pessoal, sem que ninguém o cobre por isso.

3.3 Plano de ação 5W2H

Para Silva, Junior, Magela (2012) o 5W2H é basicamente um formulário para execução

e controle de tarefas onde são atribuídas as responsabilidades e determinado como o trabalho

deverá ser realizado, assim como o departamento, motivo e prazo para conclusão com os custos

envolvidos. É mais uma sigla, que se popularizou na linguagem empresarial. É um micro-ckeck-

list – para nos ajudar a lembrar dos sete pontos principais de um Plano de Ação.

De acordo com Shimada (2009) o 5w2h é um tipo de lista de verificação utilizada para

informar e assegurar o cumprimento de um conjunto de planos de ação, diagnosticar um

problema e delinear soluções. Essa técnica incidiu em equacionar o problema, descrevendo - o

por escrito, da forma como é sentido naquele momento particular.

Recebeu esse nome devido a primeira letra das palavras em inglês:

• 1 – What (o que será feito),

• 2 – Who (quem fará),

• 3 – When (quando será feito),

• 4 – Where (onde será feito),

• 5 – Why (por que será feito)

• 1 – How (como será feito)

• 2 – How Much (quanto custará)

Page 12: Relatório de Estágio Versão 501

12

3.4 Programa brasileiro de qualidade habitacional PBQPH

Em 1990, o Governo Federal lançou o PBQP, cujo principal objetivo era modernizar a

cadeia produtiva nacional, dar orientação e auxiliar as empresas no enfrentamento da abertura

comercial brasileira. Em uma de suas ações, foi feito um levantamento da situação habitacional

brasileira, que, como sabemos, deixava muito a desejar. A partir dos dados coletados,

estruturou-se o PBQP-H. Instituído pela Portaria MPO nº 1341, de 18 de dezembro de 1998,

como Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional (PBQP-

H), teve o seu escopo ampliado para Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do

Habitat, em 21 de julho de 2000.

O objetivo geral do PBQP-H é o de elevar os patamares da qualidade e produtividade

da construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização

tecnológica e gerencial, contribuindo para ampliar o acesso à moradia, em especial para a

população de menor renda. ²

A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se destacam:

avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais,

formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios,

avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação

entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a

melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos

recursos públicos. O objetivo, em longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva,

que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional

no país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social.²

Segundo Januzzi e Vercesi (2010) a estrutura do programa é baseada na série de normas

ISO 9000 e, desde a sua criação, o PBQP-H vem sofrendo atualizações periódicas que

acompanham as revisões das normas ISO de modo a manter a compatibilidade com esta norma,

sendo o seu formato atual baseado nas normas ISO 9001:2000. Dentro deste formato o

Programa adota a abordagem de processo para o desenvolvimento, implementação e melhoria

da eficácia do sistema de gestão de qualidade da empresa construtora.

Page 13: Relatório de Estágio Versão 501

13

Figura 1 Arranjo institucional

Fonte: Ministério das cidades

A figura 1 aborda o arranjo institucional na qual o programa PBQP- H rege, diversas

entidades fazem parte do Programa, representando segmentos da cadeia produtiva:

construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes, bem como a

comunidade acadêmica e entidades de normalização, além do Governo Federal.

3.4.1 Vantagens da implantação do PBQP-H

De acordo com Floriani e Machado os aspectos positivos da certificação na ISO

9001/2000 OU PBQP-H é a melhoria efetiva no controle dos processos, a diminuição do

retrabalho, dos desperdícios de materiais das condições de trabalho dos operários e, de maneira

especial, uma descentralização da tomada de decisão e um melhor fluxo de informações entre

escritórios e as obras.

O ministério das cidades aponta como principais consequências positivas em

decorrência da certificação das empresas para com o programa, os seguintes itens:

Page 14: Relatório de Estágio Versão 501

14

Moradia e infraestrutura urbana de melhor qualidade - A baixa qualidade de materiais

e obras da construção civil gera habitações e infraestrutura urbana inadequadas,

comprometendo a qualidade de vida da população, principalmente os segmentos de baixa renda.

A modernização do setor da construção civil gera, portanto, significativo impacto social, ao

ampliar o acesso a moradias de qualidade e tornar o habitat urbano um ambiente mais

sustentável.

Redução do custo com melhoria da qualidade - Com a redução do desperdício de

materiais e melhoria na qualificação das empresas construtoras, é possível reduzir custos das

unidades habitacionais e efetivamente obter melhorias na qualidade. Com isso, espera-se que

os recursos atualmente empregados nos financiamentos habitacionais possam atender a uma

parcela maior da população, contribuindo para a redução do déficit habitacional.

Aumento da produtividade - A implantação dos programas e sistemas da qualidade do

PBQP-Habitat resulta em significativa melhoria nos processos de produção de materiais de

construção e na execução de obras. A redução do desperdício, dos prazos de execução de obras

e do custo global do produto final são também consequência de um maior investimento na

própria estrutura organizacional e gerencial, melhorando as condições e relações de trabalho no

setor.

Qualificação de recursos humanos - Um dos maiores benefícios percebidos pelo setor

da construção civil com a adoção dos programas e sistemas da qualidade do PBQP-Habitat é o

envolvimento de seus recursos humanos com a melhoria contínua da qualidade. Isso passa pela

assimilação da cultura da qualidade por todos os níveis da organização, através de programas

de treinamento e capacitação.

Modernização tecnológica e gerencial - Um dos objetivos do PBQP-Habitat é criar um

ambiente propício à inovação e melhoria tecnológica, por meio do fortalecimento da

infraestrutura laboratorial e de pesquisa. Mas o Programa procura também estimular o

aperfeiçoamento de tecnologias de organização, métodos e ferramentas de gestão no setor.

Defesa do consumidor e satisfação do cliente - A adoção de políticas sistêmicas de

qualidade para a cadeia produtiva protege os direitos do consumidor de materiais de construção

e dos compradores de unidades habitacionais, ao garantir um maior grau de confiabilidade

desses produtos. Com isso, o setor pode implementar políticas de satisfação da clientela,

atendendo de forma mais efetiva as necessidades e expectativas da população

Page 15: Relatório de Estágio Versão 501

15

Para Januzzi e Vercesi (2010) o principal acordo do PBQP-H é com a Caixa Econômica

Federal - CEF que tem sido o principal agente e parceiro ao que se refere à utilização do poder

de compra. A CEF oferece financiamentos específicos para as empresas de Construção Civil

que aderiram ao PBQP-H e, desta forma, atua como indutora do processo. Além disso, como a

grande operadora dos recursos do Ministério das Cidades, tem tido grande responsabilidade na

aplicação eficaz dos recursos. Já foram realizados acordos setoriais em quase todos os Estados

e territórios brasileiros, estabelecendo metas regionais com o objetivo de estimular a evolução

dos níveis e a adesão.

3.5 Série ISO 9000

A ISO, cuja sigla significa International Organization for Standardization, é uma

entidade não governamental criada em 1947 com sede em Genebra - Suíça. O seu objetivo é

promover, no mundo, o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a

intenção de facilitar o intercâmbio internacional de bens e de serviços e para desenvolver a

cooperação nas esferas intelectual, científica, tecnológica e de atividade econômica.

Os membros da ISO (cerca de 90) são os representantes das entidades máximas de

normalização nos respectivos países como, por exemplo, ANSI (American National Standards

Institute), BSI (British Standards Institute), DIN (Deutsches Institut für Normung) e o

INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia). A série ISO 9000 compreende um conjunto de

algumas normas sendo estas : (ISO 9000 a ISO 9004), oficializadas em 1987.

ISO 9001: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba as áreas de

projeto/desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.

ISO 9002: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba a produção e a

instalação.

ISO 9003: esta norma é um modelo de garantia da qualidade em inspeção e ensaios finais.

Pode-se dizer que a ISO série 9000 é um modelo de três camadas em que a ISO 9001

engloba a ISO 9002 que, por sua vez, engloba a ISO 9003.

Page 16: Relatório de Estágio Versão 501

16

A norma que será fonte de um estudo mais aprofundado será a norma ISO 9001, tendo

em vista que esta é a mais completa e a utilizada pela indústria da construção civil, em

consequência é a utilizada pela empresa em estudo.

3.6 Método PDCA

O Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Shewhart, Ciclo da Qualidade ou

Ciclo de Deming, é uma metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico,

análise e prognóstico de problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de

problemas. Poucos instrumentos se mostram tão efetivos para a busca do aperfeiçoamento

quanto este método de melhoria contínua, tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas

que agilizam a obtenção de melhores resultados com a finalidade de garantir a sobrevivência e

o crescimento das organizações (QUINQUIOLO, 2002).

Como pode ser observado na própria nomenclatura e também na Figura 2, o Ciclo

PDCA está dividido em 4 fases bem definidas e distintas, conforme melhor detalhado a seguir,

de acordo com CICLO PDCA (2005).

Primeira Fase: P (Plan = Planejar)

Esta fase é caracterizada pelo estabelecimento de um plano de ações e está dividida em

duas etapas:

a) a primeira consiste em definir o que se quer, com a finalidade de planejar o que será feito.

Esse planejamento envolve a definição de objetivos, estratégias e ações, os quais devem ser

claramente quantificáveis (metas);

b) a segunda consiste em definir quais os métodos que serão utilizados para se atingir os

objetivos traçados. Segunda Fase: D (Do = Executar)

Caracteriza-se pela execução do que foi planejado e, da mesma forma que a primeira fase, está

dividida em duas etapas:

a) Consiste em capacitar a organização para que a implementação do que foi planejado possa

ocorrer. Envolve, portanto, aprendizagem individual e organizacional;

b) Consiste em implementar o que foi planejado.

Page 17: Relatório de Estágio Versão 501

17

Figura 2. Ciclo PDCA

Fonte: CICLO DE DEMING OU CICLO PDCA (2005)

Terceira Fase: C (Check = Verificar)

Esta fase consiste em checar, comparando os dados obtidos na execução com o que foi

estabelecido no plano, com a finalidade de verificar se os resultados estão sendo atingidos

conforme o que foi planejado. A diferença entre o desejável (planejado) e o resultado real

alcançado constitui um problema a ser resolvido. Dessa forma, esta etapa envolve a coleta de

dados do processo e a comparação destes com os do padrão e a análise dos dados do processo

fornece subsídios relevantes à próxima etapa.

Quarta Fase: A (Action = Agir)

Esta fase consiste em agir, ou melhor, fazer as correções necessárias com o intuito de

evitar que a repetição do problema venha a ocorrer. Podem ser ações corretivas ou de melhorias

que tenham sido constatadas como necessárias na fase anterior. Envolve a busca por melhoria

contínua até se atingir o padrão, sendo que essa busca da solução dos problemas, por sua vez,

orienta para: a necessidade de capacitação; o preenchimento das lacunas de conhecimento

(CHOO, 2003) necessário à solução do problema, propiciando a criação de novos

conhecimentos e a atualizações do padrão.

Page 18: Relatório de Estágio Versão 501

18

3.7 Infraestrutura

Infraestrutura urbana pode ser conceituada como um sistema técnico de equipamentos

e serviços necessários ao desenvolvimento das funções urbanas, podendo estas funções ser

vistas sob os aspectos social, econômico e institucional. Sob o aspecto social, a infraestrutura

urbana visa promover adequadas condições de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e

segurança. No que se refere ao aspecto econômico, a infra-estrutura urbana deve propiciar o

desenvolvimento das atividades produtivas, isto é, a produção e comercialização de bens e

serviços. E sob o aspecto institucional, entende-se que a infraestrutura urbana deva propiciar os

meios necessários ao desenvolvimento das atividades político-administrativas, entre os quais

se inclui a gerência da própria cidade.

Em algumas cidades (pólos industriais e comerciais, sedes administrativas, capitais,

entre outras) a demanda por infra-estrutura urbana cresce significativamente. Nestes locais,

devese prever este acréscimo de demanda regional. A infra-estrutura urbana nem sempre se

restringe aos limites da cidade, devendo estar interligada a sistemas maiores. Exemplos disto

são alguns sistemas de abastecimento de água, como o da Grande São Paulo, que envolve toda

uma região do Estado; os sistemas de transporte metropolitano; os sistemas de produção e

distribuição de energia elétrica, que são nacionais; e os sistemas de telecomunicações, que são

internacionais.

Na realidade, o sistema de infra-estrutura urbana é composto de subsistemas, e cada um

deles tem como objetivo final a prestação de um serviço, o que é fácil de perceber quando se

nota que qualquer tipo de infra-estrutura requer, em maior ou menor grau, algum tipo de

operação e alguma relação com o usuário, o que caracteriza a prestação de um serviço. Por

outro lado, ainda que o objetivo dos subsistemas de infra-estrutura seja a prestação de serviços,

sempre há a necessidade de investimentos em bens ou equipamentos, que podem ser edifícios,

máquinas, redes de tubulações ou galerias, túneis, e vias de acesso, entre outros.

Um subsistema de abastecimento de água de uma cidade, por exemplo, possui uma

dimensão física, constituída por equipamentos de captação, reservatórios, estações de

tratamento e rede de distribuição. Por outro lado, esse mesmo subsistema também expressa a

prestação de um serviço, que é constituído de atividades de operação e manutenção, medição

de consumo e cobrança de tarifas, controle da qualidade da água e atendimento ao público, entre

outros.

Page 19: Relatório de Estágio Versão 501

19

3.8 Classificação

O sistema de infra-estrutura urbana pode ser classificado, para sua melhor compreensão,

de várias maneiras: subsistemas técnicos setoriais e posição dos elementos (redes) que

compõem os subsistemas, entre outros.

3.8.1 Classificação segundo os Subsistemas Técnicos Setoriais:

A engenharia urbana é a arte de conceber, realizar e gerenciar sistemas técnicos. O termo

Sistema Técnico tem dois significados: o primeiro enquanto rede suporte, isto é, uma dimensão

física, e o segundo enquanto rede de serviços. Nesta ótica, portanto, procura-se integrar, no

conceito de sistema técnico, sua função dentro do meio urbano, o serviço prestado à população

e seus equipamentos e rede física.

Esta conceituação facilita a identificação dos subsistemas urbanos, a partir dos

subsistemas técnicos setoriais. A classificação a seguir reflete a visão de como a cidade

funciona e todos os subsistemas técnicos a seguir relacionados são denominados, no seu

conjunto, de sistemas de infra-estrutura urbana: (Zmitrowicz, 1997, p.5).

a) Subsistema Viário: consiste nas vias urbanas;

b) Subsistema de Drenagem Pluvial;

c) Subsistema de Abastecimento de Água;

d) Subsistema de Esgotos Sanitários;

e) Subsistema Energético;

f) Subsistema de Comunicações.

a) Subsistema Viário; Segundo Puppi (1988), o subsistema viário urbano deve se amoldar à

configuração topográfica a ser delineada tendo-se em vista:

os deslocamentos fáceis e rápidos, obtidos com percursos os mais diretos possíveis, entre os

locais de habitação e os de trabalho e de recreação, e com comunicações imediatas do centro

com os bairros e destes entre si;

Page 20: Relatório de Estágio Versão 501

20

o propiciamento das melhores condições técnicas e econômicas para a implantação dos

equipamentos necessários aos outros subsistemas de infra-estrutura urbana;

a constituição racional dos quarteirões, praças e logradouros públicos;

a conjugação sem conflitos ou interferências anti-funcionais da circulação interna com a do

subsistema viário regional e interurbano; e

a limitação da superfície viária e seu desenvolvimento restrito ao mínimo realmente

necessário, em ordem a se prevenir trechos supérfluos e se evitarem cruzamentos arteriais

excessivos ou muito próximos.

Além disso, as vias, que constituem o subsistema viário, deverão conter as redes e

equipamentos de infra-estrutura que compõem seus demais subsistemas, em menor ou maior

escala.

O subsistema viário é composto de uma ou mais redes de circulação, de acordo com o

tipo de espaço urbano (para receber veículos automotores, bicicletas, pedestres, entre outros).

Complementa este subsistema o subsistema de drenagem de águas pluviais (que será visto mais

adiante), que assegura ao viário o seu uso sob quaisquer condições climáticas.

De todos os subsistemas de infra-estrutura urbana, o viário é o mais delicado, merecendo

estudos cuidadosos porque (Mascaró, 1987):

é o mais caro dos subsistemas, já que normalmente abrange mais de 50% do custo total de

urbanização;

ocupa uma parcela importante do solo urbano (entre 20 e 25%);

uma vez implantado, é o subsistema que mais dificuldade apresenta para aumentar sua

capacidade pelo solo que ocupa, pelos custos que envolve e pelas dificuldades operativas que

cria sua alteração;

é o subsistema que está mais vinculado aos usuários (os outros sistemas conduzem fluídos, e

este, pessoas).

Pode-se encontrar nesse subsistema vias de diversas dimensões e padrões, em função

do volume, velocidade e intensidade do tráfego, sentido do fluxo (que pode ser unidirecional

ou bidirecional) e das interferências que pode ter o tráfego, tais como cruzamentos,

estacionamentos e garagens, entre outros. Em função desses fatores, as vias podem ser

classificadas da seguinte forma:

Page 21: Relatório de Estágio Versão 501

21

Vias Locais apresentam utilização mista, isto é, são utilizadas tanto por veículos como por

pedestres, sendo que os veículos são, predominantemente, os dos próprios moradores da rua;

Vias Coletoras ligam vias locais de setores ou bairros com as vias arteriais e servem também

ao tráfego de veículos de transporte coletivo;

Vias Arteriais são, em geral, denominadas avenidas, interligam áreas distantes; podem possuir

volume e velocidade de tráfego elevados e suas pistas são unidirecionais;

Vias Expressas são de alta velocidade, unidirecionais, não possuem cruzamentos e podem ter

também mais de duas pistas de rolamento e acostamento, não sendo indicadas para tráfego de

pedestres.

O perfil de via atual privilegia os veículos automotores e desconsidera o pedestre,

embora deva ser previsto, em algumas destas vias, o tráfego de veículos e pedestres. Assim, as

vias urbanas atuais constituem-se, basicamente, de duas partes diferenciadas pelas funções que

desempenham (Mascaró, 1987):

o leito carroçável, destinado ao trânsito de veículos e ao escoamento das águas pluviais através

do conjunto meio-fio x sarjeta e boca-de-lobo, e deste para a galeria de esgoto pluvial;

os passeios adjacentes ou não ao leito carroçável, destinados ao trânsito de pedestres e

limitados fisicamente pelo conjunto meio-fio x sarjeta.

Além dessas tipologias, tem-se as Ciclovias, que são vias destinadas ao trânsito de

bicicletas. Têm a função de proteger o trânsito destes veículos ao mesmo tempo em que os

removem das vias de maior movimento de automóveis. Possuem a limitação dos fatores

topográficos e da falta de espaço físico em áreas já urbanizadas.

Devido ao grande desembolso necessário para a implantação das vias que compõem este

subsistema, a manutenção das mesmas carece de um capítulo à parte. A manutenção pode ser

considerada de duas formas:

Manutenção Preventiva compõe-se de métodos e processos, geralmente de custos

relativamente baixos, que visa permitir o bom funcionamento da via durante sua vida útil para

Page 22: Relatório de Estágio Versão 501

22

a qual fora projetada. Pinturas periódicas das faixas, verificação e troca de placas de sinalização

danificadas, pequenos reparos nas pistas e limpeza da faixa de domínio fazem parte desta forma

de manutenção.

Manutenção Corretiva é necessária quando a via apresenta-se danificada por agentes de

tráfego (automóveis, ônibus, caminhões) ou por agentes naturais (inundações, escorregamentos

de aterros) que impeçam ou dificultem o trânsito normal na mesma. As patologias mais comuns

são: buracos na pista, destruição das proteções laterais, desplacamento e deterioração dos

pavimentos, entre outros.

b) Subsistema de Drenagem Pluvial: líquidas provenientes das chuvas que caem nas áreas

urbanas, assegurando o trânsito público e a proteção das edificações, bem como evitando os

efeitos danosos das inundações.

Nas cidades medievais, onde o tráfego maior era de pedestres, as águas pluviais

escoavam por sobre o pavimento das vias, geralmente em sua parte central. Com o passar do

tempo e o aumento das cidades, além do advento dos veículos automotores, este processo de

drenagem fora substituído pelo uso de galerias pluviais subterrâneas, onde as medidas e as

formas dessas galerias respondiam à dupla função de escoar os esgotos (parte inferior das

galerias) e as águas pluviais (seção plena durante as chuvas), além da previsão de uma área para

circulação de pessoas, permitindo realizar tarefas de inspeção e limpeza, na época de estiagem.

Este processo combinado de escoamento de águas pluviais e de esgotos, chamado de Sistema

Unificado, está sendo abandonado em todo o mundo, em função da dificuldade e impedimento

para o tratamento dos esgotos além de favorecer o surgimento de vetores e Doenças infecto-

contagiosas. (Mascaró, 1987).

O subsistema de drenagem de águas pluviais constitui-se, atualmente, de duas partes

(Mascaró, 1987):

ruas pavimentadas, incluindo as guias e sarjetas;

redes de tubulações e seus sistemas de captação.

Assim, tem-se:

Page 23: Relatório de Estágio Versão 501

23

Meios-fios ou guias: são elementos utilizados entre o passeio e o leito carroçável, dispostos

paralelamente ao eixo da rua, construídos geralmente de pedra ou concreto pré-moldado e que

formam um conjunto com as sarjetas. É recomendável que possuam uma altura aproximada de

15 cm em relação ao nível superior da sarjeta. Uma altura maior dificultaria a abertura das

portas dos automóveis, e uma altura menor diminuiria a capacidade de conduzir as águas nas

vias.

Sarjetas: são faixas do leito carroçável, situadas junto ao meio-fio, executadas geralmente em

concreto moldado in loco ou pré-moldadas. Formam, com o meio-fio, canais triangulares cuja

finalidade é receber e dirigir as águas pluviais para o sistema de captação.

Sarjetões: são calhas geralmente construídas do mesmo material das sarjetas e com forma de

“V”, situadas nos cruzamentos de vias e que dirigem o fluxo de águas perpendiculares. Um dos

pontos críticos desse sistema ocorre nos cruzamentos de ruas, onde as águas, dentro do possível,

não devem atrapalhar o tráfego.

Bocas de Lobo: são caixas de captação das águas colocadas ao longo das sarjetas, com a

finalidade de captar as águas pluviais em escoamento superficial e conduzí-las ao interior das

galerias. Normalmente, são localizadas nos cruzamentos das vias a montante da faixa de

pedestres, ou em pontos intermediários, quando a capacidade do conjunto meio-fio x sarjeta

fica esgotado.

Galerias: são canalizações destinadas a receber as águas pluviais captadas na superfície e

encaminhá-las ao seu destino final. São localizadas em valas executadas geralmente no eixo

das ruas, com recobrimento mínimo de 1,0 m. São, em geral, pré-moldadas em concreto, com

diâmetros variando entre 400 e 1500 mm.

Poços de Visitas: são elementos do subsistema de drenagem de águas pluviais que

possibilitam o acesso às canalizações, para limpeza e inspeção. São necessários quando há

mudança de direção ou declividade na galeria, nas junções de galerias, na extremidade de

montante, ou quando há mudança de diâmetro das galerias. As paredes são executadas,

geralmente, em tijolos ou concreto, o fundo em concreto e a tampa em ferro fundido.

Page 24: Relatório de Estágio Versão 501

24

Bacias de Estocagem são reservatórios superficiais ou subterrâneos que, ao acumular o

excesso de água proveniente de chuvas fortes, permitem o seu escoamento pelas galerias ou

canais existentes, em fluxos compatíveis com as suas capacidades, evitando extravasamentos

sobre os leitos viários nos fundos de vale.

O traçado da rede de canalizações que compõem este subsistema é função das

características topográficas e do subsistema viário da área a ser drenada. O dimensionamento

da rede (canalizações, guias e sarjetas) assim como dos equipamentos de infra-estrutura

necessários ao funcionamento desse subsistema depende:

do ciclo hidrológico local: quanto mais chuva, maior é o subsistema;

da topografia: quanto maiores os declives, mais rápido se dão os escoamentos;

da área e da forma da bacia: quanto maior a área, mais água é captada;

da cobertura e impermeabilização da bacia: quanto menos água for absorvida pelo terreno,

mais deve ser esgotada;

do traçado da rede: interferências com as redes de outros subsistemas.

c) Subsistema de Abastecimento de Água: O provimento de toda a população de água

aprazível aos sentidos e sanitariamente pura, bastante para todos os usos, é a finalidade de um

subsistema de abastecimento de água. A qualidade e a quantidade da água são, pois, as duas

condições primordiais a serem observadas (Puppi, 1981). Só a água potável, isto é, a que perfaz

determinados requisitos físicos, químicos e biológicos, tem garantia higiênica. Entre nós, é a

única a ser oferecida à população, para todos os usos, mesmo para aqueles em que águas de

qualidade inferior poderiam ser admitidas sem riscos sanitários.

A água destinada à bebida e alimentação é a que apresenta maior exigência de qualidade,

sendo elevado seu custo de potabilização. Este problema tem sido resolvido, em alguns casos,

pelo uso de purificadores domiciliares, solução parcial e elitista do problema. Em outros casos

(pouco comum no Brasil), pela construção de duas redes de água, uma potável e outra para rega,

enchimento de piscinas, uso industrial, incêndio, entre outros (Mascaró, 1987).

O subsistema de abastecimento de água compõe-se, geralmente, das seguintes partes:

Captação o processo de captação consiste de um conjunto de estruturas e dispositivos

construídos junto a um manancial para a captação de água destinada a esse subsistema. Os

mananciais utilizados para o abastecimento podem ser as águas superficiais ou subterrâneas.

Page 25: Relatório de Estágio Versão 501

25

No caso das águas superficiais (rios, lagos e córregos) com capacidade adequada, a captação é

direta. Naqueles cuja vazão é insuficiente em alguns períodos do ano, torna-se necessário

construir reservatórios de acumulação. Os mananciais subterrâneos são mais caros, devendo-se

evitar sua utilização indiscriminadamente (Mascaró, 1987).

Adução o processo de adução é constituído pelo conjunto de peças especiais e obras de arte

destinado a ligar as fontes de água bruta (mananciais) às estações de tratamento, e estes aos

reservatórios de distribuição. Para o traçado das adutoras levam-se em conta fatores como:

topografia, características do solo e facilidades de acesso. De um modo geral, procura-se evitar

sua passagem por regiões acidentadas, terrenos rochosos e solos agressivos, como os pântanos,

que podem prejudicar a durabilidade de certos tipos de tubulações. Também devem ser evitados

trajetos que impliquem em obras complementares custosas ou que envolvam despesas elevadas

de operação e manutenção. Os materiais normalmente utilizados em adutoras são concreto,

ferro fundido, aço e, em menor escala, cimento amianto (Mascaró, 1987). O cimento amianto

foi o primeiro material com fibras para a construção civil a ser empregado, permanecendo em

uso até hoje, apesar da possibilidade de apresentar riscos à saúde, quando o amianto é

manuseado inadequadamente. (Agopyan & Derolle, 1988).

Recalque quando o manancial ou o local mais adequado para a captação estiverem a um nível

inferior que não possibilite a adução por gravidade, é preciso o emprego de um equipamento de

recalque, constituído por um conjunto de motor, bomba hidráulica e acessórios (Puppi, 1981).

Os sistemas de recalque são muito utilizados atualmente, seja para captar a água de mananciais,

seja para reforçar a capacidade das adutoras, ou para recalcar a água a pontos distantes ou

elevados, acarretando o encarecimento do subsistema de abastecimento de água (Mascaró,

1987). Em cidades de topografia acidentada, é recomendável usar redes divididas em partes

independentes, de forma a poder aproveitar a adução por gravidade para partes delas,

recalcando-se a água somente onde for necessário.

Tratamento os recursos hídricos mais indicados para o suprimento de uma cidade,

principalmente as águas naturais de superfície, raramente satisfazem todos os requisitos do

ponto de vista qualitativo. Entretanto, se não forem potáveis, são potabilizáveis, isto é, podem

ter as suas qualidades melhoradas dentro dos padrões higiênicos recomendados mediante um

tratamento parcial ou completo, de acordo com a procedência das impurezas e com a

intensidade da poluição ou da contaminação. Assim, a necessidade e abrangência dos processos

de tratamento recomendáveis são definidas através dos dados relativos à qualidade da água no

Page 26: Relatório de Estágio Versão 501

26

manancial e sua variação durante o ano (Mascaró, 1987). O tratamento da água é dispendioso

e deverá compreender apenas os processos imprescindíveis à obtenção da qualidade desejada,

a custos mínimos. Estes processos de tratamento podem ser: sedimentação simples, aeração,

coagulação, decantação, filtração, desinfecção, alcalinização, fluoretação, amolecimento,

remoção de impurezas, entre outros.

Distribuição é constituída pelos reservatórios, que recolhem a água aduzida e a tratada, e pela

rede de tubos que a conduzem para o consumo, ou rede de distribuição. Embora a água possa

ser conduzida diretamente da adutora à rede de distribuição, a utilização de reservatórios é

prática usual e geral. Oferece diversas vantagens, entre as quais destacam-se: um melhor e mais

seguro provimento para o consumo normal e para as suas variações, o atendimento de consumos

de emergência e/ou consumos esporádicos, como o do combate a incêndios; a manutenção de

uma pressão suficiente em todos os trechos da rede de distribuição, entre outros (Mascaró,

1987). Por outro lado a rede de distribuição é a parte propriamente urbana e a mais dispendiosa

de todo esse subsistema.

Com os seus ramais instalados ao longo das ruas e logradouros públicos, a

interdependência entre a rede hidráulica e a rede viária requer um cuidadoso estudo no

planejamento urbanístico. No caso mais geral, que é o de sua instalação em uma cidade ou zona

urbana pré-existente, seu traçado está previamente definido, ficando subordinado à

configuração das vias públicas, nem sempre favorável a um melhor escoamento. Estas redes

são constituídas por uma seqüência de tubulações de diâmetros decrescentes, com início no

reservatório de distribuição. Peças de conexão dos trechos ou ramais, válvulas, registros,

hidrantes, aparelhos medidores e outros acessórios necessários completam-na.

Os materiais mais frequentemente empregados nas tubulações que compõem este

subsistema são o ferro fundido, o P.V.C. (e, ainda, o cimento-amianto). Eles são utilizados em

função das qualidades mínimas necessárias ao funcionamento das redes (pressões interna e

externa, qualidade da água transportada principalmente antes do tratamento, entre outras),

acarretando, assim, menores custos de instalação e operação. Outro aspecto importante para se

obter economia na execução e manutenção das redes é a profundidade de colocação das

tubulações. Recomenda-se que estas tubulações não sejam colocadas em grandes

profundidades, já que as de esgotos devem estar sempre abaixo da rede de distribuição de água,

por razões de segurança e higiene (Puppi,1981).

Page 27: Relatório de Estágio Versão 501

27

d) Subsistema de Esgoto Sanitário: repulsiva aos sentidos, imprestável mesmo a usos

secundários, e nociva, em conseqüência da poluição e da contaminação. O seu imediato

afastamento e um destino tal que não venha a comprometer a salubridade ambiental são

providências que não podem ser postergadas (Puppi, 1981).

Este subsistema constitui-se no complemento necessário do subsistema de

abastecimento de água. Porém, as divergências são flagrantes e profundas, considerando que

funcionam em sentido inverso, iniciando um onde o outro termina. A cada trecho da rede de

distribuição de água deve corresponder o da rede coletora de água servida, ambas com exercício

em marcha. Os fluxos, contudo, são opostos e de características diversas: o de água potável sob

pressão, em conduto forçado e com vazão decrescente; o de esgoto, sob pressão atmosférica,

em conduto livre e com vazão crescente.

O subsistema de esgotos sanitários compreende, geralmente, a rede de canalizações e

órgãos acessórios, órgãos complementares e dispositivos de tratamento dos esgotos, antes de

seu lançamento no destino final. Assim, tem-se:

Redes de Esgotos Sanitários:são formadas por canalizações de diversos diâmetros e funções,

entre as quais se destacam por ordem crescente de vazão e de seqüência de escoamento: ligações

prediais, coletores secundários, coletores primários, coletores tronco, interceptores e

emissários. Canalizações especiais, por vezes, podem ser necessárias, como os sifões invertidos

e outras. A escolha dos materiais utilizados nas tubulações das redes deve levar em

consideração as condições locais (solo), as facilidades de obtenção e disponibilidade dos tubos,

e os custos dos mesmos. Normalmente, são utilizados tubos de seção circular, cujos materiais

mais comuns são: cerâmica, concreto simples ou armado, cimento-amianto, ferro-fundido e

P.V.C. (Mascaró, 1987).

Ligações Prediais: são constituídas pelo conjunto de elementos que têm por finalidade

estabelecer a comunicação entre a instalação predial de esgotos de um edifício e o sistema

público correspondente.

Poços de Visita: destinam-se à concordância, inspeção, limpeza e desobstrução dos trechos

dos coletores; para isso devem ser instalados nas extremidades das canalizações, nas mudanças

de direção, de diâmetro e de declividade, nas intersecções e a cada 100 m, aproximadamente,

nos trechos longos.

Page 28: Relatório de Estágio Versão 501

28

Tanques Fluxíveis: ou de descarga automática periódica, servem para a lavagem dos coletores

em trechos de pequena declividade e onde haja a possibilidade de depósitos e riscos de

obstruções. Estão cada vez mais em desuso por possibilitarem a contaminação da rede de água

potável e por razões de ordem econômica.

Estações Elevatórias: são indispensáveis em cidades ou áreas com pequena declividade e

onde for necessário bombear os esgotos até locais distantes. A construção destas estações só se

justifica quando não é possível o esgotamento por gravidade. Estas estações têm custo inicial

elevado e exigem despesas de operação e manutenção permanentes.

Estações de Tratamento: são instalações destinadas a eliminar os elementos poluidores,

permitindo que as águas residuárias sejam lançadas nos corpos receptores finais em condições

adequadas. O tratamento das águas residuárias exige, para cada tipo de esgoto (doméstico,

industrial, entre outros), um processo específico, devendo ser realizado na medida das

necessidades e de maneira a assegurar um grau de depuração compatível com os corpos d’água

receptores. Estas estações são geralmente concebidas de modo a possibilitar a sua execução em

etapas, não somente em termos de vazão, mas também em função do tratamento. Assim, os

processos mais comuns para tratamentos de esgotos são: gradeamento, desarenação, flutuação,

sedimentação, coagulação, irrigação, filtração, desinfecção, desodorização, digestão, entre

outros.

e) Subsistema de Energético: É constituído fundamentalmente por dois tipos de energias: a

elétrica e a de gás. São as duas formas de energia que mais se usam nas áreas urbanas no mundo,

por serem de fácil manipulação, limpas e relativamente econômicas. A utilização destas duas

fontes de energia vem aumentando desde o começo deste século, tendo se acentuado este

crescimento a partir de 1973, com a crise do petróleo. A nível mundial, nas malhas urbanas, a

energia elétrica destina-se à iluminação de locais e movimentação de motores, e a energia do

gás à produção de calor (como cozinhar, esquentar água, aquecer ambientes) (Mascaró, 1987).

Com relação às redes que compõem este subsistema, a elétrica pode ser aérea ou

subterrânea, sendo esta última solução a mais cara. Nas áreas urbanas de baixa densidade e nas

de pouco poder aquisitivo, a rede elétrica aérea é a solução obrigatória pelo seu menor custo,

embora produza poluição visual e apresente menor segurança que a subterrânea. A rede de gás

é sempre subterrânea e apresenta estruturas, materiais e diâmetros das tubulações similares aos

Page 29: Relatório de Estágio Versão 501

29

da rede de água. Devido à sua periculosidade, sua localização é a mais isolada possível em

relação às demais redes subterrâneas e às edificações.

f) Subsistema de Comunicações: Este subsistema é, sem dúvida, o que mais se desenvolve

atualmente, a uma velocidade muito grande. Depois do acelerado processo de “encurtamento”

de distâncias via aumento da velocidade de transporte (melhoria das vias e mais potência dos

veículos), chega a vez de “diminuir” o mundo, melhorando drasticamente a comunicação.

Compreende a rede telefônica e a rede de televisão a cabo. As conexões São feitas por

condutores metálicos, e, mais recentemente, de fibras óticas, cabos terrestres ou submarinos e

satélites. As redes de infra-estrutura que compõe este subsistema (cabeamento e fios), seguem

especificações similares aos do sistema energético; os satélites fazem parte da engenharia

aeroespacial.

A substituição dos deslocamentos humanos pela transferência de arquivos digitais levou

à criação do termo superestrada da informação, ou superinfovia. Por ela, caso sejam superados

problemas de padronização e sejam investidos os bilhões de dólares necessários à sua

implantação, trafegarão vídeos, músicas, serviços de diversos tipos e mensagens.

A Era da Informação expressão cunhada para caracterizar o aumento da importância dos novos

meios de comunicação - deve muito ao computador, à indústria de programas e aos satélites de

comunicação (Toni, 1995).

Uma das maiores batalhas na guerra global das telecomunicações vem sendo travada no

Brasil, o maior mercado da América Latina. O país tem 150 milhões de habitantes e apenas

11 milhões de linhas telefônicas (dados de 1995). A guerra entre as sete grandes fabricantes

mundiais - AT&T, Ericson, Alcatel, Siemens, NEC, Motorola e Northern Telecom - começou

aproximadamente em 1992, e mesmo assim já provocou redução de 50% no preço dos telefones.

É preciso instalar 10 milhões de linhas no país, e o sistema de transmissão de dados

precisa ser duplicado, o que exige investimentos de US$ 20 bilhões. Há um mercado

inexplorado para TV a cabo, estimado em 6 milhões de usuários, mas o maior negócio em

implantação é o de telefones celulares. Há 450 mil pessoas à espera de sua linha só na cidade

de São Paulo. O governo dá os primeiros passos para quebrar o monopólio estatal nas

telecomunicações, aceitando projetos que promovam aumento da rede, por meio de sociedades

entre empresas privadas e estatais, ou através do repasse deste setor para a iniciativa privada

(Lobato, 1995).

Page 30: Relatório de Estágio Versão 501

30

Nos anos 60, o Departamento de Defesa dos EUA apoiou uma pesquisa sobre

comunicações e redes que poderiam sobreviver a uma destruição parcial, em caso de guerra

nuclear. O protocolo da Internet foi desenvolvido para isso. Capaz de conectar todos os tipos

de computadores, foi adaptada para redes de pesquisas acadêmicas durante os anos 70. A

Internet é a “mãe” das redes de computadores. Há aproximadamente 4 milhões de servidores

interconectados. Estes servidores fazem parte de redes em universidades, de computadores do

governo e computadores comerciais, além de milhões de pessoas. A Internet é uma vasta

estrutura de informações com espaço ilimitado. Está presente em várias comunidades. Os dados

estão separados fisicamente no espaço, mas reunidos pela rede (Ó Marcaigh, 1995).

Page 31: Relatório de Estágio Versão 501

31

4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Das diversas atividades desenvolvidas na organização pude adquirir experiência em

duas funções no mesmo setor de infraestrutura, (Analista de Processos de Infraestrutura e

Supervisor de Infraestrutura), e esses por sua vez contribuem para a gama de aprendizagens

dentro da Engenharia Civil.

4.1 Analista de processos de infraestrutura

A infraestrutura é um conjunto de instalações necessárias às atividades humanas, tais

como esgotamento sanitário, abastecimento de água, energia elétrica, coleta e direcionamento

de águas pluviais, pavimentação, passeio, área de lazer, instalações provisórias, entre outros.

4.1.1 Promover melhoria de processos

Promover as melhorias de processos, com auxílio de ferramentas gerenciais como o

método PDCA, visando a melhor qualidade e menor custo (materiais e mão de obra) na área de

Infraestrutura. Identificar e padronizar as melhores práticas entre as unidades gerenciais,

visando à qualidade, o custo e a produtividade dos Grupos Autônomos de Infraestrutura;

Liderar os projetos de gestão e de inovação técnica de processos de Infraestrutura;

Agregar os fundamentos científicos, tecnológicos e metodologias gerenciais aos

projetos delegados.

4.2 Supervisor de infraestrutura

Page 32: Relatório de Estágio Versão 501

32

A infraestrutura é um conjunto de instalações necessárias às atividades humanas, tais

como esgotamento sanitário, abastecimento de água, energia elétrica, coleta de águas pluviais,

pavimentação, passeio, área de lazer, instalações provisórias, entre outros.

4.2.1 Gestão da infraestrutura

Programar, acompanhar e inspecionar os serviços por meio de ferramentas de gestão

como o cronograma, POP’s (procedimento operacional padrão da infraestrutura), projetos,

sistema eletrônico (Viana e Moura sistema de gestão) para fazer as requisições de materiais e

preenchimento de gráficos.

4.2.2 Limpeza do terreno

A limpeza e preparação do terreno para a execução da obra é de responsabilidade do

supervisor de infraestrutura que contrata uma empresa terceirizada para fazer o desmatamento

e retirada do material vegetal, sendo assim a fiscalização desse serviço é muito importante.

4.2.3 Piquetes de lotes e quadra

A marcação dos limites das quadras e lotes com piquetes é feita por uma empresa

terceirizada, acompanhada pelo supervisor, que confere a marcação por plantas e projetos

conforme aspecto da figura 3.

Figura 3 – Piqueteamento do Loteamento

Fonte: Viana&Moura Construções

Page 33: Relatório de Estágio Versão 501

33

4.2.4 Delimitação do empreendimento

Cerca do terreno é executada pelos colaboradores, de acordo com os projetos que

delimitam o empreendimento, essa cerca é composta de arame farpado e estacas de madeiras

conforme a figura 4, com a função de isolar todo canteiro de obras evitando a movimentação

de pessoas externas da empresa assim como animais.

Figura 4 – Cerca do Empreendimento

Fonte: Autor

4.2.5 Instalações provisórias do canteiro

As instalações provisórias dos Containers de BWC, escritórios, suprimento, ambulatório

e reuniões, são de responsabilidade da equipe de infraestrutura é a responsável também pela

locação e organização, assim como, instalações de energia, água e área de vivência e vestiário

como se pode observar na figura 5 a montagem da estrutura de madeira da área de vivência.

Figura 5 – Área de Vivência

Fonte: Autor

Page 34: Relatório de Estágio Versão 501

34

4.2.6 Esgotamento sanitário

A empresa trabalha com dois sistemas de esgotamento sanitário, sistema fossa-filtro e

lançamento na rede de esgoto da concessionaria (COMPESA). No empreendimento é feito toda

a rede coletora (figura 6) de esgoto com tubos de PVC e conduzido para a fossa-filtro (figura

7) ou ao emissário para distribuir na rede da concessionária.

Figura 6 – Esgotamento Sanitário

Fonte: Autor

Figura 7 – Sistema Fossa-Filtro

Fonte: Autor

Page 35: Relatório de Estágio Versão 501

35

4.2.7 Abastecimento de água

O abastecimento da água é feito através de uma adutora até o empreendimento e

internamente por redes distribuidoras que levam água a cada uma das residências. Executamos

mais de 3800,00 m de rede de adutora e distribuidora conforme a figura 8.

Figura 8 – Escavação de Rede de Abastecimendo de Água

Fonte: Autor

4.2.8 Iluminação pública

A distribuição de energia pública é acompanhada pela infraestrutura para que seja

executada de acordo com o projeto e inspecionada a locação de postes, luminárias,

transformadores e o funcionamento de energia elétrica.

Page 36: Relatório de Estágio Versão 501

36

Figura 9 – Rede distribuidora de energia

Fonte: Autor

Page 37: Relatório de Estágio Versão 501

37

5 CONCLUSÕES

Ao iniciar a faculdade, todos se deparam com muitas teorias que serão utilizadas quando

profissionais formados, no entanto alguns sentem grande dificuldade de imaginar estes

conhecimentos sendo aplicados na prática, e muitos outros não tem a oportunidade de vivenciar

a pratica simultaneamente com a teoria, o que seria um processo ideal para assimilar ao máximo

o conhecimento necessário para a formação.

O estágio teve a função de proporcionar esta interação, juntar toda a teoria vivenciada

na academia e usar na prática de forma o mais coerente possível, assim o aluno se prepara para

a formação, e sente segurança para enfrentar o mercado de trabalho, este que está exigindo cada

vez mais experiências profissionais já no início da carreira profissional.

Foi alcançado com o presente trabalho e a amplitude do estágio, experiências ímpares e

verifiquei a importância do conhecimento prático fazendo um link com os conhecimentos

advindos em sala de aula, conhecimentos dos materiais que podem ser utilizados como

instrumentos na construção civil, além do intrínseco conhecimento adquirido a respeito do

comportamento, tipos, processo, funcionamento, logística, gestão de pessoas, orçamento,

admissões e demissões, além das particularidades das funções que desempenhei em cada etapa

deste estágio.

Esse relatório deixa um legado importante, para minha vida acadêmica e pessoal, que é

a exposição no que se refere às atividades que me proporcionaram melhor conhecimento para

o meu desenvolvimento profissional e, com isso, posso desempenhar cada vez melhor as

atividades a mim delegadas, além de adquirir subsídio suficiente para tomar decisões gerenciais

sejam elas, material adequado para nos servir na construção, terraplanagem, produção,

contratação de pessoas, entre outras.

Portanto os conhecimentos advindos no estágio realizado mostraram considerável

complexidade no que se diz respeito às nossas atividades como engenheiros, e de como é

importante sabermos todo o funcionamento da construção civil para podermos tomar as

decisões mais sensatas em um tempo hábil, e além de tudo nos prepararmos para nossa carreira

profissional.

Page 38: Relatório de Estágio Versão 501

38

REFERÊNCIAS

BASS, B. M. From transactional to transformational leadership: Learning to share thevision. Organizational Dynamics, v..8, Issue 3, p. 19–31, 1990.

Borges, Alberto de Campos; Montefusco, Elizabeth; Leite, Lopes. Práticas das PequenasConstruções. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1998. 323p

BURNS, J.M. Leadership. New York: Harper, 1978.

CAMPOS, Vicente Falconi. Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-Dia. NovaLima: INDG Tecnologia e Serviços Ltda.,2004.

CORDEIRO, Fernanda. Implantação do programa 5s em canteiro de obra, 2013.

Dissertação (engenharia civil) - Universidade Federal de Santa Catarina. 2013.

Goldman, Pedrinho. Introdução ao Planejamento e Controle de Custos na Construção CivilBrasileira. São Paulo: Pini. 2004. 176p

GONZALES, Edinaldo Favareto. Aplicando o 5S na construção Civil. 2. ed. Florianópolis:UFSC, 2009.

JANUZZI, Ulysses; VERCESI, Cristiane. Sistema de gestão da qualidade na construção

civil: um estudo a partir da experiência do PBQP-H junto às empresas construtoras da

cidade de londrina, 2010. Dissertação (engenharia civil) – Universidade tecnológica federal

do Paraná. 2010.

KOUZES, James M. e POSNER, Barry Z. O desafio da Liderança. Rio de Janeiro:

Campus,1991. p. 31-255MASCARÓ, J. L; YOSHINAGA, M. Infra-estrutura urbana. Porto Alegre. Editora +4, 2005- 207p.PIMENTA, S. G; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2007.

SHIMADA, Marcia. Centro tecnológico da zona leste faculdade de tecnologia da zona leste– aplicação do QFD no gerenciamento logístico no serviço de entrega em uma rede demateriais de construção, 2009. Dissertação (tecnólogo em logística) – faculdade de tecnologiada zona leste. 2009.

SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo:Prentice Hall, 2008.YUKL G. (2002). Leadership in organizations, Delhi, India; Pearson Educatio

ZMITROWICZ, W. ; DE ANGELIS NETO, G. Infra-Estrutura Urbana. São Paulo, TextoTécnico, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1997.