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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
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CARUARU2014
UNIFAVIP / DEVRYCENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA
COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVILCURSO DE ENGENHARIA CIVIL
WASHINGTON BERNARDINO DA SILVA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO:
Sistema de Gestão Integrado a Qualidade de Processos na Área de Infraestrutura paraLoteamentos Populares
CARUARU2014
WASHINGTON BERNARDINO DA SILVA
SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO A QUALIDADE DE NA ÁREA DEINFRAESTRUTURA PARA LOTEAMENTOS POPULARES
Relatório apresentado ao Centro Universitáriodo Vale do Ipojuca, como requisito à disciplinaESTÁGIO SUPERVISIONADO, do curso deBacharelado em Engenharia Civil do CentroUniversitário do Vale do IpojucaOrientador: Prof. M.Sc Geovani Almeida daSilva.
Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
1.1 Objetivo geral ................................................................................................................................ 4
1.2 Objetivos específicos...................................................................................................................... 4
2 ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................... 5
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................... 6
3.1 Conceito de estágio supervisionado ............................................................................................. 8
3.2 Filosofia 5S................................................................................................................................... 9
3.3 Plano de ação 5W2H ................................................................................................................. 11
3.4 Programa brasileiro de qualidade habitacional PBQPH ...................................................... 12
3.4.1 Vantagens da implantação do PBQP-H ...................................................................................... 13
3.5 Série ISO 9000 ........................................................................................................................... 15
3.6 Método PDCA ........................................................................................................................... 16
3.7 Infraestrutura............................................................................................................................ 18
3.8 Classificação .............................................................................................................................. 19
3.8.1 Classificação segundo os Subsistemas Técnicos Setoriais: ........................................................ 19
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................................ 31
4.1 Analista de processos de infraestrutura.................................................................................. 31
4.1.1 Promover melhoria de processos ................................................................................................ 31
4.2 Supervisor de infraestrutura ........................................................................................................ 31
4.2.2 Limpeza do terreno ..................................................................................................................... 32
4.2.3 Piquetes de lotes e quadra ........................................................................................................... 32
4.2.4 Delimitação do empreendimento ................................................................................................ 33
4.2.5 Instalações provisórias do canteiro ............................................................................................. 33
4.2.6 Esgotamento sanitário ................................................................................................................. 34
4.2.7 Abastecimento de água ............................................................................................................... 35
4.2.8 Iluminação pública...................................................................................................................... 35
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 37
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 38
4
1 INTRODUÇÃO
O Estágio Curricular constitui uma experiência de agregação e aprimoramento de
conhecimentos e de habilidades que são primordiais para a vida profissional, que tem como
principal função incorporar teoria e prática. Tratando-se de experiências que contribuem para
formação e sócio-política e profissional, que oportuniza ao estudante o engajamento em
situações reais de vida e de trabalho, alicerçando a sua profissionalização e explorando as
competências básicas indispensáveis para uma formação profissional ética e corresponsável
pelo desenvolvimento humano, pela melhoria da qualidade de vida e aplicação destes
conhecimentos em prol da sociedade a qual está inserido.
O Estágio é entendido como meio vinculador da produção do conhecimento adquirido
em todo o processo de vivência acadêmica desenvolvido pelo perfil curricular do curso.
Portanto este relatório tem por finalidade apresentar os conhecimentos técnicos vistos
em sala de aula e aplica-los e aprimora-los na prática no que diz respeito ao curso de Engenharia
Civil, limitadamente ao setor de infraestrutura de loteamentos populares e ao cargo que ocupei
como analista de processos de infraestrutura.
1.1 Objetivo geral
Desenvolver os fundamentos adquiridos no decorrer do curso, aprimorando as
competências profissionais, técnicas e éticas convenientes e fundamentais para o êxito e
sucesso profissional.
1.2 Objetivos específicos
Aprimorar hábitos e atitudes profissionais;
Pesquisar métodos para melhoria de processos de infraestrutura para loteamentos populares;
Possibilitar o confronto entre o conhecimento teórico e a prática adotada;
Integrar o processo de ensino, pesquisa e aprendizagem.
5
2 ORGANIZAÇÃO
A Viana & Moura Construções foi criada em 16 de Setembro de 2003 em Belo Jardim
- Pernambuco inspirada na crença de que “com simplicidade e cooperação criamos um mundo
melhor”. Nosso objetivo é realizar o grande sonho das famílias nordestinas de ter a casa própria.
Proporcioná-lo nos deu a grande missão de: “Contribuir para a felicidade das pessoas,
entregando vilas encantadoras e sustentáveis.”
2.1 Cultura
Direcionados em um público-alvo bem definido, famílias com renda de um (1) a três
(3) salários mínimos, a Viana & Moura oferece casas populares com qualidade e preços
acessíveis a um público diferenciado das demais construtoras por se tratar de famílias de renda
baixa, famílias estas que podem concretizar o sonho da casa própria, oferecendo um dos metros
quadrados mais atrativos do Brasil, em paralelo a preocupação não se resume a preços, mas
também a qualidade do produto, com dedicação, comprometimento e apoio de ferramentas de
gestão consolidadas por indústrias de países desenvolvidos. Como a filosofia japonesa do 5S,
o método PDCA para melhoria de processos e a produção enxuta.
2.2 Campo de atuação
A organização está atuando nas cidades de Caruaru, Belo Jardim, Santa Cruz do
Capibaribe, Garanhuns e brevemente em Vitoria de Santo Antão, todas no estado de
Pernambuco. A construtora tem a atividade também no campo imobiliário com a própria
imobiliária, Viana & Moura Imobiliária, simplificando o processo de aquisição das vendas das
casas. Com sede do Escritório Central em Boa Viagem (Recife) que proporciona suporte às
obras com serviços de desenvolvimento humano, suprimentos, gestão, projetos e operações
financeiras.
6
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem por objetivo apresentar o referencial teórico das atividades
desenvolvidas no estágio, e fundamentar as contribuições para os processos de formação.
Assim, busquei no campo do conhecimento teórico as principais referências na definição das
atividades incumbidas dentro da organização.
O histórico brasileiro de habitação foi um processo que desencadeou de forma ainda
discreta e tímida na passagem do modelo agro - exportador para o modelo urbano- industrial de
desenvolvimento e seu processo de urbanização esteve intimamente ligado ao caráter capitalista
do pais.
A questão do desenvolvimento das forças produtivas, a urbanização e o problema
habitacional encontravam-se presentes no século XIX na Europa, para o Brasil o destaque
ocorre em meados do século XX, constituindo mais uma evidência dos problemas e impasses
decorrentes da forma de desenvolvimento capitalista no país, qual seja, o desenvolvimento
“tardio”. Esta relação entre a urbanização e o problema habitacional é melhor visualizada
quando se analisa a evolução dos sistemas urbanos brasileiros e, portanto, pelo fluxo migratório
campo-cidade que se acelera entre o final do século XIX e o final do século XX (principalmente
na segunda metade do século XX.
O crescimento da urbanização toma forma mais acentuada no Período de Getúlio Vargas
a partir de 1930 sendo marcado pela grande industrialização, em consequência desta fase vem
de forma diretamente proporcional a urbanização. O ponto culminante deste crescimento na
historia da urbanização brasileira ocorre nas décadas de 1950 e 1960, período marcado pelo
forte êxodo rural, consequência, entre outros fatores, da forte política de industrialização
adotada no governo de Juscelino Kubitschek.
Tendo em vista que nos anos subsequentes os governantes brasileiros depararam - se
com a problemática da habitação, visto que a industrialização junto a urbanização era crescente
e então necessitava-se de habitações para a população que deslocavam -se para os grandes
centros urbanos, em decorrência deste crescimento acelerado surge os primeiros incentivos a
população. No governo de Juscelino Kubistchek o incentivo foi a oferta de crédito imobiliário
pelas Caixas Econômicas e pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS) ou por bancos
incorporadores imobiliários, em 1964 após o golpe militar o novo governo que se estabelece
7
cria o Sistema Financeiro de Habitação juntamente com o Banco Nacional de Habitação
(SFH/BNH).
Com toda essa necessidade de construir para toda essa população que se concentrava,
surge um novo problema, o crescimento desordenado, sem nenhum planejamento, e a falta de
qualidade das habitações.
Por decorrência da implantação do Plano Real a partir de 1994, mudanças estruturais
impostas à conjuntura econômica determinaram uma revisão profunda nestes conceitos. Com a
queda dos índices de inflação, o capital foi gradativamente redirecionado para atividades
produtivas em busca de taxas de retorno mais atraentes e, por consequência, o próprio mercado
consumidor acabou impondo ao setor produtivo nacional, exigências crescentes de padrões de
qualidade que acabaram por se tornar critério diferencial de grande peso diante de um cenário
mais competitivo. Por influência deste cenário, a partir de meados da década de 1990 vários
esforços começaram a ser empreendidos no setor através de programas em nível estadual, em
busca de maior produtividade e melhor qualidade do produto (JANUZZI; VERCESI, 2010).
De acordo com Januzzi e Cristiane (2010) os primeiros movimentos pela qualidade na
Construção Civil no Brasil surgiram no início da década de 90 decorrentes de um período de
mudanças em um setor caracterizado por grande competitividade. Embalado por esta atmosfera
de grandes mudanças, o governo federal lança o Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade (PBQP) envolvendo todos os setores industriais.
Tendo em vista a necessidade e importância da qualidade das habitações, a ONU –
organização das nações unidas desenvolveu conferências mundiais que estimularam países do
mundo todo a desenvolver programas internos de habitações.
A primeira conferência desenvolvida pela ONU no âmbito habitacional foi realizada em
Vancouver, Canada no período de 31 de maio a 11 de junho de 1976, alguns anos depois foi
realizada outra conferência, em Istambul, Turquia entre os dias 3 a 14 de junho de 1996, cujos
temas principais foram moradias adequadas para todos e desenvolvimento de assentamentos
humanos.
Em consequência da conferência de Istambul de 1996 surge no Brasil um aditivo do
programa PBQP, passando a ter um enfoque mais voltado para a construção civil PBQP-H –
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na construção habitacional.
8
O PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, é um
instrumento do Governo Federal para cumprimento dos compromissos firmados pelo Brasil
quando da assinatura da Carta de Istambul (Conferência do Habitat II/1996). A sua meta é
organizar o setor da construção civil em torno de duas questões principais: a melhoria da
qualidade do habitat e a modernização produtiva. Sendo a qualidade dos imóveis motivos de
satisfação dos receptores finais das construções tem - se atualmente a competitividade entre
empresas construtoras que usam do termo qualidade e buscam isso em suas construções para
adquirir novos clientes.
Segundo Picchi (1993) a qualidade no mundo todo tem recebido grande atenção como
fator de competitividade de empresas e economias nacionais. Neste processo os progressos se
dão de maneira diferenciada, seja em nível de países ou de setores industriais. Dentre os países,
o Japão é sempre mencionado como liderança no setor, exigindo das empresas ocidentais uma
grande revisão dos seus conceitos sobre qualidade. Em busca de qualidade, as empresas buscam
sistemas auxiliares que oriente chegar a satisfação dos clientes.
3.1 Conceito de estágio supervisionado
O trajeto formativo do engenheiro civil recebe influências de diversos fatores. E diante
da complexidade deste processo ao longo da formação acadêmica, esses nem sempre podem
ser suficientemente entendidos. Nesse caso cabe a esse contexto está o estágio supervisionado
visto como uma das variáveis que interagem nessa formação. Assim, ao se buscar
compreender a concepção atual acerca do estágio, vemos a existência da tentativa de articular
a atividade teórica em prática. Para Pimenta (2007 p. 44):
A produção da década anterior é indicativa dessa possibilidade, quando o estágio foidefinido como atividade teórica que permite conhecer e se aproximar da realidade.Mais recentemente, ao se colocarem no horizonte as contribuições da epistemologiada prática e se diferenciar o conceito de ação (que diz dos sujeitos) do conceito deprática (que diz das instituições), o estágio como pesquisa começa a ganhar solidez.
9
3.2 Filosofia 5S
O 5S é a base para aplicação de sistemas de qualidade. Requisito este indispensável para
que as empresas se mantenham competitivas no mercado e consigam atender às exigências do
comprador.
Segundo Cordeiro (2013), o 5S surgiu no Japão logo após a derrota na Segunda guerra
Mundial, quando o país se encontrava com a economia arrasada e necessitava lançar no
mercado produtos capazes de concorrer em preço e qualidade com os Estados Unidos e a
Europa.
Para Cordeiro (2013), apesar do 5S ser reconhecido mundialmente como originário do
Japão, suas práticas estão presentes em qualquer população, nação, sociedade, família ou
pessoa que pratique bons hábitos, que zele pela higiene, segurança, bem-estar, sensatez e
respeito ao próximo.
De acordo com silva (2010) este Programa normalmente é implementado como um
plano estratégico para que alguns aspectos fundamentais da empresa comecem a apresentar
melhorias rumo à qualidade total. As empresas além da busca de melhoria da qualidade e
produtividade visam melhorias na qualidade de vida do trabalhador.
O nome 5S é originado de cinco palavras japonesas que começam com “S”: Seiri,
Seiton, Seiso, Seiketso e Shitsuke. A principal vantagem do Programa 5S é a facilidade que ele
tem de provocar mudanças comportamentais em todos os setores das empresas.
Para silva (2010) as cinco palavras japonesas que dão o nome ao programa, tem os
seguintes significados.
SEIRI – SENSO DE ORGANIZAÇÃO
O principal objetivo da primeira etapa do programa 5S é tornar o ambiente de trabalho
mais útil e menos poluído, tanto visualmente como espacialmente. Para tal, deve-se classificar
os objetos ou materiais de trabalho de acordo com a frequência com que são utilizados para,
então, rearranjá-los ou colocá-los em uma área de descarte devidamente organizada. O resultado
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desse primeiro passo do programa 5s é um ambiente de trabalho estruturado e organizado de
acordo com as principais necessidades de cada empresa.
SEITON – SENSO ORDENAÇÃO
O segundo passo do Programa 5S é uma continuação do primeiro. Seu conceito chave é
a simplificação. A partir da organização espacial previamente feita, essa etapa visa dar aos
objetos que são menos utilizados um local em que eles fiquem organizados e etiquetados.
Assim, agilizam os processos e há maior economia de tempo.
SEISO – SENSO DE LIMPEZA
O terceiro item consiste na limpeza e investigação minuciosa do local de trabalho em
busca de rotinas que geram sujeira ou imperfeições. Qualquer elemento que possa causar algum
distúrbio ou desconforto (como mal cheiro, falhas na iluminação ou ruídos) devem ser
consertados. O principal resultado é um ambiente que gera satisfação nos funcionários por
trabalharem em um local limpo e arrumado, além de equipamentos com menos possibilidades
de erros ou de quebra por conta da constante fiscalização e manutenção.
SEIKETSU – SENSO DE SAÚDE E HIGIENE
O quarto conceito consiste na manutenção dos três primeiros sensos (utilização,
ordenação e limpeza), gerando melhorias constantes para o ambiente de trabalho. Nessa etapa,
devem-se definir quem são os responsáveis pela continuidade das ações das etapas iniciais do
Programa 5S. Com um ambiente mais limpo, há grande chance de os funcionários também
buscarem maior cuidado com o visual e com a saúde pessoal, garantindo ainda mais equilíbrio
e bom desempenho no trabalho e contribuindo ainda mais para o andamento do processo rumo
à qualidade total.
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SHITSUKE – SENSO DE DISCIPLINA
Quando o quinto e último processo do Programa 5S está em execução, quer dizer que
o programa está em andamento perfeito. A disciplina, que pode ser considerada a chave do
programa 5S, existe quando cada um exerce seu papel para a melhoria do ambiente de trabalho,
do desempenho e da saúde pessoal, sem que ninguém o cobre por isso.
3.3 Plano de ação 5W2H
Para Silva, Junior, Magela (2012) o 5W2H é basicamente um formulário para execução
e controle de tarefas onde são atribuídas as responsabilidades e determinado como o trabalho
deverá ser realizado, assim como o departamento, motivo e prazo para conclusão com os custos
envolvidos. É mais uma sigla, que se popularizou na linguagem empresarial. É um micro-ckeck-
list – para nos ajudar a lembrar dos sete pontos principais de um Plano de Ação.
De acordo com Shimada (2009) o 5w2h é um tipo de lista de verificação utilizada para
informar e assegurar o cumprimento de um conjunto de planos de ação, diagnosticar um
problema e delinear soluções. Essa técnica incidiu em equacionar o problema, descrevendo - o
por escrito, da forma como é sentido naquele momento particular.
Recebeu esse nome devido a primeira letra das palavras em inglês:
• 1 – What (o que será feito),
• 2 – Who (quem fará),
• 3 – When (quando será feito),
• 4 – Where (onde será feito),
• 5 – Why (por que será feito)
• 1 – How (como será feito)
• 2 – How Much (quanto custará)
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3.4 Programa brasileiro de qualidade habitacional PBQPH
Em 1990, o Governo Federal lançou o PBQP, cujo principal objetivo era modernizar a
cadeia produtiva nacional, dar orientação e auxiliar as empresas no enfrentamento da abertura
comercial brasileira. Em uma de suas ações, foi feito um levantamento da situação habitacional
brasileira, que, como sabemos, deixava muito a desejar. A partir dos dados coletados,
estruturou-se o PBQP-H. Instituído pela Portaria MPO nº 1341, de 18 de dezembro de 1998,
como Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional (PBQP-
H), teve o seu escopo ampliado para Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do
Habitat, em 21 de julho de 2000.
O objetivo geral do PBQP-H é o de elevar os patamares da qualidade e produtividade
da construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização
tecnológica e gerencial, contribuindo para ampliar o acesso à moradia, em especial para a
população de menor renda. ²
A busca por esses objetivos envolve um conjunto de ações, entre as quais se destacam:
avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da qualidade de materiais,
formação e requalificação de mão-de-obra, normalização técnica, capacitação de laboratórios,
avaliação de tecnologias inovadoras, informação ao consumidor e promoção da comunicação
entre os setores envolvidos. Dessa forma, espera-se o aumento da competitividade no setor, a
melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos
recursos públicos. O objetivo, em longo prazo, é criar um ambiente de isonomia competitiva,
que propicie soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional
no país, atendendo, em especial, a produção habitacional de interesse social.²
Segundo Januzzi e Vercesi (2010) a estrutura do programa é baseada na série de normas
ISO 9000 e, desde a sua criação, o PBQP-H vem sofrendo atualizações periódicas que
acompanham as revisões das normas ISO de modo a manter a compatibilidade com esta norma,
sendo o seu formato atual baseado nas normas ISO 9001:2000. Dentro deste formato o
Programa adota a abordagem de processo para o desenvolvimento, implementação e melhoria
da eficácia do sistema de gestão de qualidade da empresa construtora.
13
Figura 1 Arranjo institucional
Fonte: Ministério das cidades
A figura 1 aborda o arranjo institucional na qual o programa PBQP- H rege, diversas
entidades fazem parte do Programa, representando segmentos da cadeia produtiva:
construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes, bem como a
comunidade acadêmica e entidades de normalização, além do Governo Federal.
3.4.1 Vantagens da implantação do PBQP-H
De acordo com Floriani e Machado os aspectos positivos da certificação na ISO
9001/2000 OU PBQP-H é a melhoria efetiva no controle dos processos, a diminuição do
retrabalho, dos desperdícios de materiais das condições de trabalho dos operários e, de maneira
especial, uma descentralização da tomada de decisão e um melhor fluxo de informações entre
escritórios e as obras.
O ministério das cidades aponta como principais consequências positivas em
decorrência da certificação das empresas para com o programa, os seguintes itens:
14
Moradia e infraestrutura urbana de melhor qualidade - A baixa qualidade de materiais
e obras da construção civil gera habitações e infraestrutura urbana inadequadas,
comprometendo a qualidade de vida da população, principalmente os segmentos de baixa renda.
A modernização do setor da construção civil gera, portanto, significativo impacto social, ao
ampliar o acesso a moradias de qualidade e tornar o habitat urbano um ambiente mais
sustentável.
Redução do custo com melhoria da qualidade - Com a redução do desperdício de
materiais e melhoria na qualificação das empresas construtoras, é possível reduzir custos das
unidades habitacionais e efetivamente obter melhorias na qualidade. Com isso, espera-se que
os recursos atualmente empregados nos financiamentos habitacionais possam atender a uma
parcela maior da população, contribuindo para a redução do déficit habitacional.
Aumento da produtividade - A implantação dos programas e sistemas da qualidade do
PBQP-Habitat resulta em significativa melhoria nos processos de produção de materiais de
construção e na execução de obras. A redução do desperdício, dos prazos de execução de obras
e do custo global do produto final são também consequência de um maior investimento na
própria estrutura organizacional e gerencial, melhorando as condições e relações de trabalho no
setor.
Qualificação de recursos humanos - Um dos maiores benefícios percebidos pelo setor
da construção civil com a adoção dos programas e sistemas da qualidade do PBQP-Habitat é o
envolvimento de seus recursos humanos com a melhoria contínua da qualidade. Isso passa pela
assimilação da cultura da qualidade por todos os níveis da organização, através de programas
de treinamento e capacitação.
Modernização tecnológica e gerencial - Um dos objetivos do PBQP-Habitat é criar um
ambiente propício à inovação e melhoria tecnológica, por meio do fortalecimento da
infraestrutura laboratorial e de pesquisa. Mas o Programa procura também estimular o
aperfeiçoamento de tecnologias de organização, métodos e ferramentas de gestão no setor.
Defesa do consumidor e satisfação do cliente - A adoção de políticas sistêmicas de
qualidade para a cadeia produtiva protege os direitos do consumidor de materiais de construção
e dos compradores de unidades habitacionais, ao garantir um maior grau de confiabilidade
desses produtos. Com isso, o setor pode implementar políticas de satisfação da clientela,
atendendo de forma mais efetiva as necessidades e expectativas da população
15
Para Januzzi e Vercesi (2010) o principal acordo do PBQP-H é com a Caixa Econômica
Federal - CEF que tem sido o principal agente e parceiro ao que se refere à utilização do poder
de compra. A CEF oferece financiamentos específicos para as empresas de Construção Civil
que aderiram ao PBQP-H e, desta forma, atua como indutora do processo. Além disso, como a
grande operadora dos recursos do Ministério das Cidades, tem tido grande responsabilidade na
aplicação eficaz dos recursos. Já foram realizados acordos setoriais em quase todos os Estados
e territórios brasileiros, estabelecendo metas regionais com o objetivo de estimular a evolução
dos níveis e a adesão.
3.5 Série ISO 9000
A ISO, cuja sigla significa International Organization for Standardization, é uma
entidade não governamental criada em 1947 com sede em Genebra - Suíça. O seu objetivo é
promover, no mundo, o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a
intenção de facilitar o intercâmbio internacional de bens e de serviços e para desenvolver a
cooperação nas esferas intelectual, científica, tecnológica e de atividade econômica.
Os membros da ISO (cerca de 90) são os representantes das entidades máximas de
normalização nos respectivos países como, por exemplo, ANSI (American National Standards
Institute), BSI (British Standards Institute), DIN (Deutsches Institut für Normung) e o
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia). A série ISO 9000 compreende um conjunto de
algumas normas sendo estas : (ISO 9000 a ISO 9004), oficializadas em 1987.
ISO 9001: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba as áreas de
projeto/desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.
ISO 9002: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba a produção e a
instalação.
ISO 9003: esta norma é um modelo de garantia da qualidade em inspeção e ensaios finais.
Pode-se dizer que a ISO série 9000 é um modelo de três camadas em que a ISO 9001
engloba a ISO 9002 que, por sua vez, engloba a ISO 9003.
16
A norma que será fonte de um estudo mais aprofundado será a norma ISO 9001, tendo
em vista que esta é a mais completa e a utilizada pela indústria da construção civil, em
consequência é a utilizada pela empresa em estudo.
3.6 Método PDCA
O Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Shewhart, Ciclo da Qualidade ou
Ciclo de Deming, é uma metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico,
análise e prognóstico de problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de
problemas. Poucos instrumentos se mostram tão efetivos para a busca do aperfeiçoamento
quanto este método de melhoria contínua, tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas
que agilizam a obtenção de melhores resultados com a finalidade de garantir a sobrevivência e
o crescimento das organizações (QUINQUIOLO, 2002).
Como pode ser observado na própria nomenclatura e também na Figura 2, o Ciclo
PDCA está dividido em 4 fases bem definidas e distintas, conforme melhor detalhado a seguir,
de acordo com CICLO PDCA (2005).
Primeira Fase: P (Plan = Planejar)
Esta fase é caracterizada pelo estabelecimento de um plano de ações e está dividida em
duas etapas:
a) a primeira consiste em definir o que se quer, com a finalidade de planejar o que será feito.
Esse planejamento envolve a definição de objetivos, estratégias e ações, os quais devem ser
claramente quantificáveis (metas);
b) a segunda consiste em definir quais os métodos que serão utilizados para se atingir os
objetivos traçados. Segunda Fase: D (Do = Executar)
Caracteriza-se pela execução do que foi planejado e, da mesma forma que a primeira fase, está
dividida em duas etapas:
a) Consiste em capacitar a organização para que a implementação do que foi planejado possa
ocorrer. Envolve, portanto, aprendizagem individual e organizacional;
b) Consiste em implementar o que foi planejado.
17
Figura 2. Ciclo PDCA
Fonte: CICLO DE DEMING OU CICLO PDCA (2005)
Terceira Fase: C (Check = Verificar)
Esta fase consiste em checar, comparando os dados obtidos na execução com o que foi
estabelecido no plano, com a finalidade de verificar se os resultados estão sendo atingidos
conforme o que foi planejado. A diferença entre o desejável (planejado) e o resultado real
alcançado constitui um problema a ser resolvido. Dessa forma, esta etapa envolve a coleta de
dados do processo e a comparação destes com os do padrão e a análise dos dados do processo
fornece subsídios relevantes à próxima etapa.
Quarta Fase: A (Action = Agir)
Esta fase consiste em agir, ou melhor, fazer as correções necessárias com o intuito de
evitar que a repetição do problema venha a ocorrer. Podem ser ações corretivas ou de melhorias
que tenham sido constatadas como necessárias na fase anterior. Envolve a busca por melhoria
contínua até se atingir o padrão, sendo que essa busca da solução dos problemas, por sua vez,
orienta para: a necessidade de capacitação; o preenchimento das lacunas de conhecimento
(CHOO, 2003) necessário à solução do problema, propiciando a criação de novos
conhecimentos e a atualizações do padrão.
18
3.7 Infraestrutura
Infraestrutura urbana pode ser conceituada como um sistema técnico de equipamentos
e serviços necessários ao desenvolvimento das funções urbanas, podendo estas funções ser
vistas sob os aspectos social, econômico e institucional. Sob o aspecto social, a infraestrutura
urbana visa promover adequadas condições de moradia, trabalho, saúde, educação, lazer e
segurança. No que se refere ao aspecto econômico, a infra-estrutura urbana deve propiciar o
desenvolvimento das atividades produtivas, isto é, a produção e comercialização de bens e
serviços. E sob o aspecto institucional, entende-se que a infraestrutura urbana deva propiciar os
meios necessários ao desenvolvimento das atividades político-administrativas, entre os quais
se inclui a gerência da própria cidade.
Em algumas cidades (pólos industriais e comerciais, sedes administrativas, capitais,
entre outras) a demanda por infra-estrutura urbana cresce significativamente. Nestes locais,
devese prever este acréscimo de demanda regional. A infra-estrutura urbana nem sempre se
restringe aos limites da cidade, devendo estar interligada a sistemas maiores. Exemplos disto
são alguns sistemas de abastecimento de água, como o da Grande São Paulo, que envolve toda
uma região do Estado; os sistemas de transporte metropolitano; os sistemas de produção e
distribuição de energia elétrica, que são nacionais; e os sistemas de telecomunicações, que são
internacionais.
Na realidade, o sistema de infra-estrutura urbana é composto de subsistemas, e cada um
deles tem como objetivo final a prestação de um serviço, o que é fácil de perceber quando se
nota que qualquer tipo de infra-estrutura requer, em maior ou menor grau, algum tipo de
operação e alguma relação com o usuário, o que caracteriza a prestação de um serviço. Por
outro lado, ainda que o objetivo dos subsistemas de infra-estrutura seja a prestação de serviços,
sempre há a necessidade de investimentos em bens ou equipamentos, que podem ser edifícios,
máquinas, redes de tubulações ou galerias, túneis, e vias de acesso, entre outros.
Um subsistema de abastecimento de água de uma cidade, por exemplo, possui uma
dimensão física, constituída por equipamentos de captação, reservatórios, estações de
tratamento e rede de distribuição. Por outro lado, esse mesmo subsistema também expressa a
prestação de um serviço, que é constituído de atividades de operação e manutenção, medição
de consumo e cobrança de tarifas, controle da qualidade da água e atendimento ao público, entre
outros.
19
3.8 Classificação
O sistema de infra-estrutura urbana pode ser classificado, para sua melhor compreensão,
de várias maneiras: subsistemas técnicos setoriais e posição dos elementos (redes) que
compõem os subsistemas, entre outros.
3.8.1 Classificação segundo os Subsistemas Técnicos Setoriais:
A engenharia urbana é a arte de conceber, realizar e gerenciar sistemas técnicos. O termo
Sistema Técnico tem dois significados: o primeiro enquanto rede suporte, isto é, uma dimensão
física, e o segundo enquanto rede de serviços. Nesta ótica, portanto, procura-se integrar, no
conceito de sistema técnico, sua função dentro do meio urbano, o serviço prestado à população
e seus equipamentos e rede física.
Esta conceituação facilita a identificação dos subsistemas urbanos, a partir dos
subsistemas técnicos setoriais. A classificação a seguir reflete a visão de como a cidade
funciona e todos os subsistemas técnicos a seguir relacionados são denominados, no seu
conjunto, de sistemas de infra-estrutura urbana: (Zmitrowicz, 1997, p.5).
a) Subsistema Viário: consiste nas vias urbanas;
b) Subsistema de Drenagem Pluvial;
c) Subsistema de Abastecimento de Água;
d) Subsistema de Esgotos Sanitários;
e) Subsistema Energético;
f) Subsistema de Comunicações.
a) Subsistema Viário; Segundo Puppi (1988), o subsistema viário urbano deve se amoldar à
configuração topográfica a ser delineada tendo-se em vista:
os deslocamentos fáceis e rápidos, obtidos com percursos os mais diretos possíveis, entre os
locais de habitação e os de trabalho e de recreação, e com comunicações imediatas do centro
com os bairros e destes entre si;
20
o propiciamento das melhores condições técnicas e econômicas para a implantação dos
equipamentos necessários aos outros subsistemas de infra-estrutura urbana;
a constituição racional dos quarteirões, praças e logradouros públicos;
a conjugação sem conflitos ou interferências anti-funcionais da circulação interna com a do
subsistema viário regional e interurbano; e
a limitação da superfície viária e seu desenvolvimento restrito ao mínimo realmente
necessário, em ordem a se prevenir trechos supérfluos e se evitarem cruzamentos arteriais
excessivos ou muito próximos.
Além disso, as vias, que constituem o subsistema viário, deverão conter as redes e
equipamentos de infra-estrutura que compõem seus demais subsistemas, em menor ou maior
escala.
O subsistema viário é composto de uma ou mais redes de circulação, de acordo com o
tipo de espaço urbano (para receber veículos automotores, bicicletas, pedestres, entre outros).
Complementa este subsistema o subsistema de drenagem de águas pluviais (que será visto mais
adiante), que assegura ao viário o seu uso sob quaisquer condições climáticas.
De todos os subsistemas de infra-estrutura urbana, o viário é o mais delicado, merecendo
estudos cuidadosos porque (Mascaró, 1987):
é o mais caro dos subsistemas, já que normalmente abrange mais de 50% do custo total de
urbanização;
ocupa uma parcela importante do solo urbano (entre 20 e 25%);
uma vez implantado, é o subsistema que mais dificuldade apresenta para aumentar sua
capacidade pelo solo que ocupa, pelos custos que envolve e pelas dificuldades operativas que
cria sua alteração;
é o subsistema que está mais vinculado aos usuários (os outros sistemas conduzem fluídos, e
este, pessoas).
Pode-se encontrar nesse subsistema vias de diversas dimensões e padrões, em função
do volume, velocidade e intensidade do tráfego, sentido do fluxo (que pode ser unidirecional
ou bidirecional) e das interferências que pode ter o tráfego, tais como cruzamentos,
estacionamentos e garagens, entre outros. Em função desses fatores, as vias podem ser
classificadas da seguinte forma:
21
Vias Locais apresentam utilização mista, isto é, são utilizadas tanto por veículos como por
pedestres, sendo que os veículos são, predominantemente, os dos próprios moradores da rua;
Vias Coletoras ligam vias locais de setores ou bairros com as vias arteriais e servem também
ao tráfego de veículos de transporte coletivo;
Vias Arteriais são, em geral, denominadas avenidas, interligam áreas distantes; podem possuir
volume e velocidade de tráfego elevados e suas pistas são unidirecionais;
Vias Expressas são de alta velocidade, unidirecionais, não possuem cruzamentos e podem ter
também mais de duas pistas de rolamento e acostamento, não sendo indicadas para tráfego de
pedestres.
O perfil de via atual privilegia os veículos automotores e desconsidera o pedestre,
embora deva ser previsto, em algumas destas vias, o tráfego de veículos e pedestres. Assim, as
vias urbanas atuais constituem-se, basicamente, de duas partes diferenciadas pelas funções que
desempenham (Mascaró, 1987):
o leito carroçável, destinado ao trânsito de veículos e ao escoamento das águas pluviais através
do conjunto meio-fio x sarjeta e boca-de-lobo, e deste para a galeria de esgoto pluvial;
os passeios adjacentes ou não ao leito carroçável, destinados ao trânsito de pedestres e
limitados fisicamente pelo conjunto meio-fio x sarjeta.
Além dessas tipologias, tem-se as Ciclovias, que são vias destinadas ao trânsito de
bicicletas. Têm a função de proteger o trânsito destes veículos ao mesmo tempo em que os
removem das vias de maior movimento de automóveis. Possuem a limitação dos fatores
topográficos e da falta de espaço físico em áreas já urbanizadas.
Devido ao grande desembolso necessário para a implantação das vias que compõem este
subsistema, a manutenção das mesmas carece de um capítulo à parte. A manutenção pode ser
considerada de duas formas:
Manutenção Preventiva compõe-se de métodos e processos, geralmente de custos
relativamente baixos, que visa permitir o bom funcionamento da via durante sua vida útil para
22
a qual fora projetada. Pinturas periódicas das faixas, verificação e troca de placas de sinalização
danificadas, pequenos reparos nas pistas e limpeza da faixa de domínio fazem parte desta forma
de manutenção.
Manutenção Corretiva é necessária quando a via apresenta-se danificada por agentes de
tráfego (automóveis, ônibus, caminhões) ou por agentes naturais (inundações, escorregamentos
de aterros) que impeçam ou dificultem o trânsito normal na mesma. As patologias mais comuns
são: buracos na pista, destruição das proteções laterais, desplacamento e deterioração dos
pavimentos, entre outros.
b) Subsistema de Drenagem Pluvial: líquidas provenientes das chuvas que caem nas áreas
urbanas, assegurando o trânsito público e a proteção das edificações, bem como evitando os
efeitos danosos das inundações.
Nas cidades medievais, onde o tráfego maior era de pedestres, as águas pluviais
escoavam por sobre o pavimento das vias, geralmente em sua parte central. Com o passar do
tempo e o aumento das cidades, além do advento dos veículos automotores, este processo de
drenagem fora substituído pelo uso de galerias pluviais subterrâneas, onde as medidas e as
formas dessas galerias respondiam à dupla função de escoar os esgotos (parte inferior das
galerias) e as águas pluviais (seção plena durante as chuvas), além da previsão de uma área para
circulação de pessoas, permitindo realizar tarefas de inspeção e limpeza, na época de estiagem.
Este processo combinado de escoamento de águas pluviais e de esgotos, chamado de Sistema
Unificado, está sendo abandonado em todo o mundo, em função da dificuldade e impedimento
para o tratamento dos esgotos além de favorecer o surgimento de vetores e Doenças infecto-
contagiosas. (Mascaró, 1987).
O subsistema de drenagem de águas pluviais constitui-se, atualmente, de duas partes
(Mascaró, 1987):
ruas pavimentadas, incluindo as guias e sarjetas;
redes de tubulações e seus sistemas de captação.
Assim, tem-se:
23
Meios-fios ou guias: são elementos utilizados entre o passeio e o leito carroçável, dispostos
paralelamente ao eixo da rua, construídos geralmente de pedra ou concreto pré-moldado e que
formam um conjunto com as sarjetas. É recomendável que possuam uma altura aproximada de
15 cm em relação ao nível superior da sarjeta. Uma altura maior dificultaria a abertura das
portas dos automóveis, e uma altura menor diminuiria a capacidade de conduzir as águas nas
vias.
Sarjetas: são faixas do leito carroçável, situadas junto ao meio-fio, executadas geralmente em
concreto moldado in loco ou pré-moldadas. Formam, com o meio-fio, canais triangulares cuja
finalidade é receber e dirigir as águas pluviais para o sistema de captação.
Sarjetões: são calhas geralmente construídas do mesmo material das sarjetas e com forma de
“V”, situadas nos cruzamentos de vias e que dirigem o fluxo de águas perpendiculares. Um dos
pontos críticos desse sistema ocorre nos cruzamentos de ruas, onde as águas, dentro do possível,
não devem atrapalhar o tráfego.
Bocas de Lobo: são caixas de captação das águas colocadas ao longo das sarjetas, com a
finalidade de captar as águas pluviais em escoamento superficial e conduzí-las ao interior das
galerias. Normalmente, são localizadas nos cruzamentos das vias a montante da faixa de
pedestres, ou em pontos intermediários, quando a capacidade do conjunto meio-fio x sarjeta
fica esgotado.
Galerias: são canalizações destinadas a receber as águas pluviais captadas na superfície e
encaminhá-las ao seu destino final. São localizadas em valas executadas geralmente no eixo
das ruas, com recobrimento mínimo de 1,0 m. São, em geral, pré-moldadas em concreto, com
diâmetros variando entre 400 e 1500 mm.
Poços de Visitas: são elementos do subsistema de drenagem de águas pluviais que
possibilitam o acesso às canalizações, para limpeza e inspeção. São necessários quando há
mudança de direção ou declividade na galeria, nas junções de galerias, na extremidade de
montante, ou quando há mudança de diâmetro das galerias. As paredes são executadas,
geralmente, em tijolos ou concreto, o fundo em concreto e a tampa em ferro fundido.
24
Bacias de Estocagem são reservatórios superficiais ou subterrâneos que, ao acumular o
excesso de água proveniente de chuvas fortes, permitem o seu escoamento pelas galerias ou
canais existentes, em fluxos compatíveis com as suas capacidades, evitando extravasamentos
sobre os leitos viários nos fundos de vale.
O traçado da rede de canalizações que compõem este subsistema é função das
características topográficas e do subsistema viário da área a ser drenada. O dimensionamento
da rede (canalizações, guias e sarjetas) assim como dos equipamentos de infra-estrutura
necessários ao funcionamento desse subsistema depende:
do ciclo hidrológico local: quanto mais chuva, maior é o subsistema;
da topografia: quanto maiores os declives, mais rápido se dão os escoamentos;
da área e da forma da bacia: quanto maior a área, mais água é captada;
da cobertura e impermeabilização da bacia: quanto menos água for absorvida pelo terreno,
mais deve ser esgotada;
do traçado da rede: interferências com as redes de outros subsistemas.
c) Subsistema de Abastecimento de Água: O provimento de toda a população de água
aprazível aos sentidos e sanitariamente pura, bastante para todos os usos, é a finalidade de um
subsistema de abastecimento de água. A qualidade e a quantidade da água são, pois, as duas
condições primordiais a serem observadas (Puppi, 1981). Só a água potável, isto é, a que perfaz
determinados requisitos físicos, químicos e biológicos, tem garantia higiênica. Entre nós, é a
única a ser oferecida à população, para todos os usos, mesmo para aqueles em que águas de
qualidade inferior poderiam ser admitidas sem riscos sanitários.
A água destinada à bebida e alimentação é a que apresenta maior exigência de qualidade,
sendo elevado seu custo de potabilização. Este problema tem sido resolvido, em alguns casos,
pelo uso de purificadores domiciliares, solução parcial e elitista do problema. Em outros casos
(pouco comum no Brasil), pela construção de duas redes de água, uma potável e outra para rega,
enchimento de piscinas, uso industrial, incêndio, entre outros (Mascaró, 1987).
O subsistema de abastecimento de água compõe-se, geralmente, das seguintes partes:
Captação o processo de captação consiste de um conjunto de estruturas e dispositivos
construídos junto a um manancial para a captação de água destinada a esse subsistema. Os
mananciais utilizados para o abastecimento podem ser as águas superficiais ou subterrâneas.
25
No caso das águas superficiais (rios, lagos e córregos) com capacidade adequada, a captação é
direta. Naqueles cuja vazão é insuficiente em alguns períodos do ano, torna-se necessário
construir reservatórios de acumulação. Os mananciais subterrâneos são mais caros, devendo-se
evitar sua utilização indiscriminadamente (Mascaró, 1987).
Adução o processo de adução é constituído pelo conjunto de peças especiais e obras de arte
destinado a ligar as fontes de água bruta (mananciais) às estações de tratamento, e estes aos
reservatórios de distribuição. Para o traçado das adutoras levam-se em conta fatores como:
topografia, características do solo e facilidades de acesso. De um modo geral, procura-se evitar
sua passagem por regiões acidentadas, terrenos rochosos e solos agressivos, como os pântanos,
que podem prejudicar a durabilidade de certos tipos de tubulações. Também devem ser evitados
trajetos que impliquem em obras complementares custosas ou que envolvam despesas elevadas
de operação e manutenção. Os materiais normalmente utilizados em adutoras são concreto,
ferro fundido, aço e, em menor escala, cimento amianto (Mascaró, 1987). O cimento amianto
foi o primeiro material com fibras para a construção civil a ser empregado, permanecendo em
uso até hoje, apesar da possibilidade de apresentar riscos à saúde, quando o amianto é
manuseado inadequadamente. (Agopyan & Derolle, 1988).
Recalque quando o manancial ou o local mais adequado para a captação estiverem a um nível
inferior que não possibilite a adução por gravidade, é preciso o emprego de um equipamento de
recalque, constituído por um conjunto de motor, bomba hidráulica e acessórios (Puppi, 1981).
Os sistemas de recalque são muito utilizados atualmente, seja para captar a água de mananciais,
seja para reforçar a capacidade das adutoras, ou para recalcar a água a pontos distantes ou
elevados, acarretando o encarecimento do subsistema de abastecimento de água (Mascaró,
1987). Em cidades de topografia acidentada, é recomendável usar redes divididas em partes
independentes, de forma a poder aproveitar a adução por gravidade para partes delas,
recalcando-se a água somente onde for necessário.
Tratamento os recursos hídricos mais indicados para o suprimento de uma cidade,
principalmente as águas naturais de superfície, raramente satisfazem todos os requisitos do
ponto de vista qualitativo. Entretanto, se não forem potáveis, são potabilizáveis, isto é, podem
ter as suas qualidades melhoradas dentro dos padrões higiênicos recomendados mediante um
tratamento parcial ou completo, de acordo com a procedência das impurezas e com a
intensidade da poluição ou da contaminação. Assim, a necessidade e abrangência dos processos
de tratamento recomendáveis são definidas através dos dados relativos à qualidade da água no
26
manancial e sua variação durante o ano (Mascaró, 1987). O tratamento da água é dispendioso
e deverá compreender apenas os processos imprescindíveis à obtenção da qualidade desejada,
a custos mínimos. Estes processos de tratamento podem ser: sedimentação simples, aeração,
coagulação, decantação, filtração, desinfecção, alcalinização, fluoretação, amolecimento,
remoção de impurezas, entre outros.
Distribuição é constituída pelos reservatórios, que recolhem a água aduzida e a tratada, e pela
rede de tubos que a conduzem para o consumo, ou rede de distribuição. Embora a água possa
ser conduzida diretamente da adutora à rede de distribuição, a utilização de reservatórios é
prática usual e geral. Oferece diversas vantagens, entre as quais destacam-se: um melhor e mais
seguro provimento para o consumo normal e para as suas variações, o atendimento de consumos
de emergência e/ou consumos esporádicos, como o do combate a incêndios; a manutenção de
uma pressão suficiente em todos os trechos da rede de distribuição, entre outros (Mascaró,
1987). Por outro lado a rede de distribuição é a parte propriamente urbana e a mais dispendiosa
de todo esse subsistema.
Com os seus ramais instalados ao longo das ruas e logradouros públicos, a
interdependência entre a rede hidráulica e a rede viária requer um cuidadoso estudo no
planejamento urbanístico. No caso mais geral, que é o de sua instalação em uma cidade ou zona
urbana pré-existente, seu traçado está previamente definido, ficando subordinado à
configuração das vias públicas, nem sempre favorável a um melhor escoamento. Estas redes
são constituídas por uma seqüência de tubulações de diâmetros decrescentes, com início no
reservatório de distribuição. Peças de conexão dos trechos ou ramais, válvulas, registros,
hidrantes, aparelhos medidores e outros acessórios necessários completam-na.
Os materiais mais frequentemente empregados nas tubulações que compõem este
subsistema são o ferro fundido, o P.V.C. (e, ainda, o cimento-amianto). Eles são utilizados em
função das qualidades mínimas necessárias ao funcionamento das redes (pressões interna e
externa, qualidade da água transportada principalmente antes do tratamento, entre outras),
acarretando, assim, menores custos de instalação e operação. Outro aspecto importante para se
obter economia na execução e manutenção das redes é a profundidade de colocação das
tubulações. Recomenda-se que estas tubulações não sejam colocadas em grandes
profundidades, já que as de esgotos devem estar sempre abaixo da rede de distribuição de água,
por razões de segurança e higiene (Puppi,1981).
27
d) Subsistema de Esgoto Sanitário: repulsiva aos sentidos, imprestável mesmo a usos
secundários, e nociva, em conseqüência da poluição e da contaminação. O seu imediato
afastamento e um destino tal que não venha a comprometer a salubridade ambiental são
providências que não podem ser postergadas (Puppi, 1981).
Este subsistema constitui-se no complemento necessário do subsistema de
abastecimento de água. Porém, as divergências são flagrantes e profundas, considerando que
funcionam em sentido inverso, iniciando um onde o outro termina. A cada trecho da rede de
distribuição de água deve corresponder o da rede coletora de água servida, ambas com exercício
em marcha. Os fluxos, contudo, são opostos e de características diversas: o de água potável sob
pressão, em conduto forçado e com vazão decrescente; o de esgoto, sob pressão atmosférica,
em conduto livre e com vazão crescente.
O subsistema de esgotos sanitários compreende, geralmente, a rede de canalizações e
órgãos acessórios, órgãos complementares e dispositivos de tratamento dos esgotos, antes de
seu lançamento no destino final. Assim, tem-se:
Redes de Esgotos Sanitários:são formadas por canalizações de diversos diâmetros e funções,
entre as quais se destacam por ordem crescente de vazão e de seqüência de escoamento: ligações
prediais, coletores secundários, coletores primários, coletores tronco, interceptores e
emissários. Canalizações especiais, por vezes, podem ser necessárias, como os sifões invertidos
e outras. A escolha dos materiais utilizados nas tubulações das redes deve levar em
consideração as condições locais (solo), as facilidades de obtenção e disponibilidade dos tubos,
e os custos dos mesmos. Normalmente, são utilizados tubos de seção circular, cujos materiais
mais comuns são: cerâmica, concreto simples ou armado, cimento-amianto, ferro-fundido e
P.V.C. (Mascaró, 1987).
Ligações Prediais: são constituídas pelo conjunto de elementos que têm por finalidade
estabelecer a comunicação entre a instalação predial de esgotos de um edifício e o sistema
público correspondente.
Poços de Visita: destinam-se à concordância, inspeção, limpeza e desobstrução dos trechos
dos coletores; para isso devem ser instalados nas extremidades das canalizações, nas mudanças
de direção, de diâmetro e de declividade, nas intersecções e a cada 100 m, aproximadamente,
nos trechos longos.
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Tanques Fluxíveis: ou de descarga automática periódica, servem para a lavagem dos coletores
em trechos de pequena declividade e onde haja a possibilidade de depósitos e riscos de
obstruções. Estão cada vez mais em desuso por possibilitarem a contaminação da rede de água
potável e por razões de ordem econômica.
Estações Elevatórias: são indispensáveis em cidades ou áreas com pequena declividade e
onde for necessário bombear os esgotos até locais distantes. A construção destas estações só se
justifica quando não é possível o esgotamento por gravidade. Estas estações têm custo inicial
elevado e exigem despesas de operação e manutenção permanentes.
Estações de Tratamento: são instalações destinadas a eliminar os elementos poluidores,
permitindo que as águas residuárias sejam lançadas nos corpos receptores finais em condições
adequadas. O tratamento das águas residuárias exige, para cada tipo de esgoto (doméstico,
industrial, entre outros), um processo específico, devendo ser realizado na medida das
necessidades e de maneira a assegurar um grau de depuração compatível com os corpos d’água
receptores. Estas estações são geralmente concebidas de modo a possibilitar a sua execução em
etapas, não somente em termos de vazão, mas também em função do tratamento. Assim, os
processos mais comuns para tratamentos de esgotos são: gradeamento, desarenação, flutuação,
sedimentação, coagulação, irrigação, filtração, desinfecção, desodorização, digestão, entre
outros.
e) Subsistema de Energético: É constituído fundamentalmente por dois tipos de energias: a
elétrica e a de gás. São as duas formas de energia que mais se usam nas áreas urbanas no mundo,
por serem de fácil manipulação, limpas e relativamente econômicas. A utilização destas duas
fontes de energia vem aumentando desde o começo deste século, tendo se acentuado este
crescimento a partir de 1973, com a crise do petróleo. A nível mundial, nas malhas urbanas, a
energia elétrica destina-se à iluminação de locais e movimentação de motores, e a energia do
gás à produção de calor (como cozinhar, esquentar água, aquecer ambientes) (Mascaró, 1987).
Com relação às redes que compõem este subsistema, a elétrica pode ser aérea ou
subterrânea, sendo esta última solução a mais cara. Nas áreas urbanas de baixa densidade e nas
de pouco poder aquisitivo, a rede elétrica aérea é a solução obrigatória pelo seu menor custo,
embora produza poluição visual e apresente menor segurança que a subterrânea. A rede de gás
é sempre subterrânea e apresenta estruturas, materiais e diâmetros das tubulações similares aos
29
da rede de água. Devido à sua periculosidade, sua localização é a mais isolada possível em
relação às demais redes subterrâneas e às edificações.
f) Subsistema de Comunicações: Este subsistema é, sem dúvida, o que mais se desenvolve
atualmente, a uma velocidade muito grande. Depois do acelerado processo de “encurtamento”
de distâncias via aumento da velocidade de transporte (melhoria das vias e mais potência dos
veículos), chega a vez de “diminuir” o mundo, melhorando drasticamente a comunicação.
Compreende a rede telefônica e a rede de televisão a cabo. As conexões São feitas por
condutores metálicos, e, mais recentemente, de fibras óticas, cabos terrestres ou submarinos e
satélites. As redes de infra-estrutura que compõe este subsistema (cabeamento e fios), seguem
especificações similares aos do sistema energético; os satélites fazem parte da engenharia
aeroespacial.
A substituição dos deslocamentos humanos pela transferência de arquivos digitais levou
à criação do termo superestrada da informação, ou superinfovia. Por ela, caso sejam superados
problemas de padronização e sejam investidos os bilhões de dólares necessários à sua
implantação, trafegarão vídeos, músicas, serviços de diversos tipos e mensagens.
A Era da Informação expressão cunhada para caracterizar o aumento da importância dos novos
meios de comunicação - deve muito ao computador, à indústria de programas e aos satélites de
comunicação (Toni, 1995).
Uma das maiores batalhas na guerra global das telecomunicações vem sendo travada no
Brasil, o maior mercado da América Latina. O país tem 150 milhões de habitantes e apenas
11 milhões de linhas telefônicas (dados de 1995). A guerra entre as sete grandes fabricantes
mundiais - AT&T, Ericson, Alcatel, Siemens, NEC, Motorola e Northern Telecom - começou
aproximadamente em 1992, e mesmo assim já provocou redução de 50% no preço dos telefones.
É preciso instalar 10 milhões de linhas no país, e o sistema de transmissão de dados
precisa ser duplicado, o que exige investimentos de US$ 20 bilhões. Há um mercado
inexplorado para TV a cabo, estimado em 6 milhões de usuários, mas o maior negócio em
implantação é o de telefones celulares. Há 450 mil pessoas à espera de sua linha só na cidade
de São Paulo. O governo dá os primeiros passos para quebrar o monopólio estatal nas
telecomunicações, aceitando projetos que promovam aumento da rede, por meio de sociedades
entre empresas privadas e estatais, ou através do repasse deste setor para a iniciativa privada
(Lobato, 1995).
30
Nos anos 60, o Departamento de Defesa dos EUA apoiou uma pesquisa sobre
comunicações e redes que poderiam sobreviver a uma destruição parcial, em caso de guerra
nuclear. O protocolo da Internet foi desenvolvido para isso. Capaz de conectar todos os tipos
de computadores, foi adaptada para redes de pesquisas acadêmicas durante os anos 70. A
Internet é a “mãe” das redes de computadores. Há aproximadamente 4 milhões de servidores
interconectados. Estes servidores fazem parte de redes em universidades, de computadores do
governo e computadores comerciais, além de milhões de pessoas. A Internet é uma vasta
estrutura de informações com espaço ilimitado. Está presente em várias comunidades. Os dados
estão separados fisicamente no espaço, mas reunidos pela rede (Ó Marcaigh, 1995).
31
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Das diversas atividades desenvolvidas na organização pude adquirir experiência em
duas funções no mesmo setor de infraestrutura, (Analista de Processos de Infraestrutura e
Supervisor de Infraestrutura), e esses por sua vez contribuem para a gama de aprendizagens
dentro da Engenharia Civil.
4.1 Analista de processos de infraestrutura
A infraestrutura é um conjunto de instalações necessárias às atividades humanas, tais
como esgotamento sanitário, abastecimento de água, energia elétrica, coleta e direcionamento
de águas pluviais, pavimentação, passeio, área de lazer, instalações provisórias, entre outros.
4.1.1 Promover melhoria de processos
Promover as melhorias de processos, com auxílio de ferramentas gerenciais como o
método PDCA, visando a melhor qualidade e menor custo (materiais e mão de obra) na área de
Infraestrutura. Identificar e padronizar as melhores práticas entre as unidades gerenciais,
visando à qualidade, o custo e a produtividade dos Grupos Autônomos de Infraestrutura;
Liderar os projetos de gestão e de inovação técnica de processos de Infraestrutura;
Agregar os fundamentos científicos, tecnológicos e metodologias gerenciais aos
projetos delegados.
4.2 Supervisor de infraestrutura
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A infraestrutura é um conjunto de instalações necessárias às atividades humanas, tais
como esgotamento sanitário, abastecimento de água, energia elétrica, coleta de águas pluviais,
pavimentação, passeio, área de lazer, instalações provisórias, entre outros.
4.2.1 Gestão da infraestrutura
Programar, acompanhar e inspecionar os serviços por meio de ferramentas de gestão
como o cronograma, POP’s (procedimento operacional padrão da infraestrutura), projetos,
sistema eletrônico (Viana e Moura sistema de gestão) para fazer as requisições de materiais e
preenchimento de gráficos.
4.2.2 Limpeza do terreno
A limpeza e preparação do terreno para a execução da obra é de responsabilidade do
supervisor de infraestrutura que contrata uma empresa terceirizada para fazer o desmatamento
e retirada do material vegetal, sendo assim a fiscalização desse serviço é muito importante.
4.2.3 Piquetes de lotes e quadra
A marcação dos limites das quadras e lotes com piquetes é feita por uma empresa
terceirizada, acompanhada pelo supervisor, que confere a marcação por plantas e projetos
conforme aspecto da figura 3.
Figura 3 – Piqueteamento do Loteamento
Fonte: Viana&Moura Construções
33
4.2.4 Delimitação do empreendimento
Cerca do terreno é executada pelos colaboradores, de acordo com os projetos que
delimitam o empreendimento, essa cerca é composta de arame farpado e estacas de madeiras
conforme a figura 4, com a função de isolar todo canteiro de obras evitando a movimentação
de pessoas externas da empresa assim como animais.
Figura 4 – Cerca do Empreendimento
Fonte: Autor
4.2.5 Instalações provisórias do canteiro
As instalações provisórias dos Containers de BWC, escritórios, suprimento, ambulatório
e reuniões, são de responsabilidade da equipe de infraestrutura é a responsável também pela
locação e organização, assim como, instalações de energia, água e área de vivência e vestiário
como se pode observar na figura 5 a montagem da estrutura de madeira da área de vivência.
Figura 5 – Área de Vivência
Fonte: Autor
34
4.2.6 Esgotamento sanitário
A empresa trabalha com dois sistemas de esgotamento sanitário, sistema fossa-filtro e
lançamento na rede de esgoto da concessionaria (COMPESA). No empreendimento é feito toda
a rede coletora (figura 6) de esgoto com tubos de PVC e conduzido para a fossa-filtro (figura
7) ou ao emissário para distribuir na rede da concessionária.
Figura 6 – Esgotamento Sanitário
Fonte: Autor
Figura 7 – Sistema Fossa-Filtro
Fonte: Autor
35
4.2.7 Abastecimento de água
O abastecimento da água é feito através de uma adutora até o empreendimento e
internamente por redes distribuidoras que levam água a cada uma das residências. Executamos
mais de 3800,00 m de rede de adutora e distribuidora conforme a figura 8.
Figura 8 – Escavação de Rede de Abastecimendo de Água
Fonte: Autor
4.2.8 Iluminação pública
A distribuição de energia pública é acompanhada pela infraestrutura para que seja
executada de acordo com o projeto e inspecionada a locação de postes, luminárias,
transformadores e o funcionamento de energia elétrica.
36
Figura 9 – Rede distribuidora de energia
Fonte: Autor
37
5 CONCLUSÕES
Ao iniciar a faculdade, todos se deparam com muitas teorias que serão utilizadas quando
profissionais formados, no entanto alguns sentem grande dificuldade de imaginar estes
conhecimentos sendo aplicados na prática, e muitos outros não tem a oportunidade de vivenciar
a pratica simultaneamente com a teoria, o que seria um processo ideal para assimilar ao máximo
o conhecimento necessário para a formação.
O estágio teve a função de proporcionar esta interação, juntar toda a teoria vivenciada
na academia e usar na prática de forma o mais coerente possível, assim o aluno se prepara para
a formação, e sente segurança para enfrentar o mercado de trabalho, este que está exigindo cada
vez mais experiências profissionais já no início da carreira profissional.
Foi alcançado com o presente trabalho e a amplitude do estágio, experiências ímpares e
verifiquei a importância do conhecimento prático fazendo um link com os conhecimentos
advindos em sala de aula, conhecimentos dos materiais que podem ser utilizados como
instrumentos na construção civil, além do intrínseco conhecimento adquirido a respeito do
comportamento, tipos, processo, funcionamento, logística, gestão de pessoas, orçamento,
admissões e demissões, além das particularidades das funções que desempenhei em cada etapa
deste estágio.
Esse relatório deixa um legado importante, para minha vida acadêmica e pessoal, que é
a exposição no que se refere às atividades que me proporcionaram melhor conhecimento para
o meu desenvolvimento profissional e, com isso, posso desempenhar cada vez melhor as
atividades a mim delegadas, além de adquirir subsídio suficiente para tomar decisões gerenciais
sejam elas, material adequado para nos servir na construção, terraplanagem, produção,
contratação de pessoas, entre outras.
Portanto os conhecimentos advindos no estágio realizado mostraram considerável
complexidade no que se diz respeito às nossas atividades como engenheiros, e de como é
importante sabermos todo o funcionamento da construção civil para podermos tomar as
decisões mais sensatas em um tempo hábil, e além de tudo nos prepararmos para nossa carreira
profissional.
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