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Maneio Sanitário em Vacas Leiteiras na Nguluzane Agro-pecuária Lda. DECLARAÇÃO DE HONRA Declaro por minha honra que a informação aqui contida foi por mim colhida e o trabalho feito de acordo com a metodologia descrita. ___________________________________________ (Maria Eunice Fernando Alfandêga) Maria Eunice Fernando Alfândega i

Relatorio de Estagio2

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Maneio Sanitário em Vacas Leiteiras na Nguluzane Agro-pecuária Lda.

DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra que a informação aqui contida foi por mim colhida e o trabalho feito de

acordo com a metodologia descrita.

___________________________________________

(Maria Eunice Fernando Alfandêga)

Maria Eunice Fernando Alfândega i

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DEDICATÓRIA

À minha mãe: Glória Nhagulunguana

Pelo amor, educação e amizade.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus pai todo poderoso por estar sempre presente em minha vida.

Ao meu supervisor dr. Lampeão pelo acompanhamento e orientação prestados durante a

realização do trabalho.

Á NGZ Agropecuária Ltd. e todos os funcuinarios desta pela permisão de realizar o estágio,

acompanhamento e disponibilização dos dados da empresa.

Ao meu saudoso pai e à minha mãe pela educação e por terem dado a conhecer a importância do

estudo.

Aos meus irmãos Carmen, Lu, Xavier e Zinho pela força, amizade, solidariedade, amor e

motivação.

Ao meu primo Elias e à sua família, pelo apoio prestado durante a minha formação.

Ao meu namorado Viriato pelo amor e apoio.

Aos meus colegas e amigos em especial: Chibale, Machamacha, Zito, Isilda, Adácio e Eunice

pela amizade e apoio durante a minha formação.

Ao meu quarteto (Uane, Clara, Helena e Maria) pelas batalhas juntos vencidas, noites em claro

partilhadas, tristezas e alegrias, exclusões, recorrências, exames e dispensas, o meu muito

obrigado pela amizade e companheirismo durante o curso.

E a todos que poderam contribuir para a realização deste trabalho e da minha formação o meu

muito obrigado e que Deus vos abençoe.

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LISTA DE SIGLAS

CCS – Contagem de Células Somáticas

NGZ – Nguluzane

TCM – Teste de Califórnia Mastite

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Figura 1: Vaca de raça Holstein-Frisian. 8

Figura 2:Vaca de raça Jersey 9

Figura 3: Infestação por carraças na região abdominal e toráxica. 27

Figura 4: Ilustração de como se trajam os aplicadores de carracicida. 28

Tabela 1. Relação dos banhos feitos e o resultado destes 28

Figura 5: Úbere de vaca com mastite, é visível a inflamação do úbere. 30

Figura 6: Tratamento da mastite. 31

Figura 7: Olho de uma vaca com queratoconjuntivite. 34

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GLOSSÁRIO

Blefaroespasmo – É uma contração espasmódica involutária e repetitiva do músculo orbicular (o

músculo circular que rodeia o olho) que provoca movimentos anormais do olho.

Bovinocultura - É a parte da zootecnia que trata do estudo e da criação de bovinos.

Carracicida – Substância usada para controlo de carraças.

Carraça – Ectoparasita hematófago, responsável pela transmissão de inúmeras doenças ao

homem e aos animais.

Higienização – Conjunto de medidas visando preservar a saúde dos animais sendo constituído

de limpeza e desinfeção.

Maneio Sanitário - Conjunto de actividades veterinárias regularmente planeadas e direcionadas

para a prevenção e manutenção da saúde dos rebanhos.

Ordenha – É o acto de tirar o leite do úbere da vaca.

Pododermatites – Processo inflamatório das porções distais dos membros locomotores dos

animais.

Vaca - É a fêmea do boi.

Vacina – É uma substância derivada, ou quimicamente semelhante, a um agente infeccioso

particular, causador de doença, que ao ser administrado protege o animal contra este.

Úbere – Glândula mamária.

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RESUMO

O tema Maneio Sanitário de Vacas Leiteiras na Nguluzane Agropecuária Lda. teve como

objectivo geral a análise do maneio sanitário na Nguluzane Agropecuária Lda. localizada em

Xai-Xai na província de Gaza, uma empresa que dentre várias actividades pecuárias cria gado

bovino leiteiro. O estudo foi realizado numa manada de vacas leiteiras da raça Jersey e Holstein

frisian.Teve como objectivos específicos: Identificar as medidas sanitárias preventivas e

curativas na Nguluzane Agropecuária Lda. que são as preventivas a vacianção, higienização das

instalações, da ordenha e do ordenhador,as medidas curativas, todas adoptadas logo após a

incidência de doenças no rebanho; Descrever as medidas sanitárias preventivas e curativas. Para

tal fez-se a observação e acompanhamento diário das actividades realizadas. Fez-se vacinação

contra as doenças de carácter obrigatório que são: brucelose, febre aftosa, carbúnculo hemático e

carbúnculo sintomático e dermatose nodular, limpeza diária do estábulo de ordenha que consistiu

na remoção de fezes deixadas pelos animais durante a ordenha, desinfecção das tetas antes e

depois da ordenha com soluções especialmente indicadas para cada etapa, verificou-se

ocasionalmente que os trabalhadores da ordenha lavavam as mãos antes da ordenha. Foram feitos

banhos carracicidas intercalados em 15 dias para o controlo de carraças, por meio de

pulverização e feito quando os animais apresentasem infestações maciças, houve diminuição do

numéro de carraças nos animais sempre que os banhos foram feitos. Tratou-se: uma vaca com

mastite clinica diagnosticada na base dos sinais clínicos que a vaca apresentou, para tal utilizou-

se um antibiótico indicado para o tratamento desta doença e houve melhoria do quadro clinico;

tratou-se também uma vaca com queratoconjuntivite que não apresentou melhoria, foram

verificados e tratados animais com pododermatites que poderão ter tido como causa a humidade

nos cercados onde as vacas eram mantidas, o tratamento consistiu na aplicação de uma solução

cicatrizante e era feito depois da ordenha. Conclui-se que a NGZ Agropecuária Lda. tem como

medidas sanitárias preventivas as vacinações e a higienização das instalações, da ordenha; as

medidas sanitárias curativas identificadas foram os banhos carracicidas, estes reduziam

consideravelmente a quantidade de carraças nos animais, tratamento de mastite resultando na

melhoria dos sinais clínicos, tratamento de pododermatites e queratoconjuntivite.

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ÍNDICE

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 1

1.1. Aspectos gerais 1

1.2. Problema de estudo 3

1.4. Objectivos 5

1.4.1. Objectivo geral 5

1.4.2. Objectivos específicos 5

1.5. Perguntas de pesquisa 5

CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6

2.1. Bovinocultura 6

2.1.1. Bovinocultura de leite 7

2.1.2. Sistemas de criação 9

2.1.3. Maneio sanitário de vacas leiteiras 11

2.2. Identificação das medidas sanitárias preventivas e curativas 11

2.3. Descrição das medidas sanitárias preventivas e curativas 12

2.3.1. Medidas sanitárias preventivas 12

2.3.2. Medidas sanitárias curativas 14

CAPÍTULO III: METODOLOGIA 20

3.1. Descrição da Área de Estudo 20

3.2. Procedimentos 21

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES 23

5.1. Conclusão 35

5.2. Recomendação 36

CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Aspectos gerais

A bovinocultura é a parte da zootecnia que trata do estudo e da criação de bovinos. A

bovinocultura tem múltiplas finalidades dentro da produção de matéria primas e trabalho. Como

actividade económica a bovinocultura se insere na pecuária, e como ciência se desenvolve dentro

das universidades, institutos de pesquisas e entre zootecnistas que a praticam no campo.

(SARCINELLI, 2007).

A bovinocultura, como arte de criar, demanda conhecimentos do bovino e do ambiente de

criação. Portanto necessário, por um lado, conhecer a reprodução, características raciais,

pastagens, principal fonte de alimentação; as doenças que os atacam e como preveni-las e

conhecer as construções e instalações para maneio (SARCINELLI, 2007).

Os bovinos dependem de vários factores que os rodeiam para expressar o seu pontencial genético

bem como para se manterem saudáveis. O maneio alimentar, higiénico-sanitário, e reprodutivo

são actividades que devem ser realizadas regularmente para garantir a produção leiteira

(CORRÊA et al. 2009)

O maneio sanitário é um conjunto de actividades realizadas numa unidade de produção viradas a

diminuir ou eliminar incidência de doenças num rebanho com vista manter o bem-estar dos

animais garantindo a produtividade (HOMMA et al., 2006).

De acordo com ANÓNIMO (2008), diversos autores afirmam que em Moçambique a prática do

maneio sanitário correcto não é feita com rigorosidade, com excepção de alguns privados que

cumprem com esta. As práticas mais comuns entre os pequenos produtores são as vacinações de

carácter obrigatório e banhos carracicidas promovidos pelos serviços nacionais de pecuária.

Uma exploração leiteira necessita de cuidados higiénico - sanitários, pois o leite é um veículo

importante na transmissão de doenças representando um perigo para saúde pública. A produção

do leite no país é muito baixa cerca de dez milhões de litros por ano tanto comparada com o

período precedente à guerra de desestabilização quando se produzia cerca de treze milhões bem

como quando comparado com os países vizinhos. Como forma de contornar este cenário, os

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produtores têm contribuído bastante para a produção do leite e abastecimento dos mercados

locais, embora muita das vezes não se conheça o estado higiénico-sanitário deste (ANÓNIMO,

2008).

O presente trabalho debruça-se sobre o estudo do tema Maneio sanitário em vacas leiteiras na

Nguluzane Agropecuária Ltd., cujo objectivo geral é analisar o maneio sanitário das vacas

leiteiras na unidade de produção NGZ Agropecuária Lda., e os específicos são identificar as

medidas sanitárias preventivas e curativas na unidade de produção NGZ Agropecuária Lda. e

descrever as medidas sanitárias preventivas e curativas na unidade de produção NGZ

Agropecuária Lda. E para a sua realização e estruturação o trabalho foi dividido em seis capítulos

organizados na forma seguinte:

O primeiro capítulo é constituído pela introdução que contém os aspectos gerais da bovinocultura

e da bovinocultura leiteira, o problema de estudo, a justificação deste, a descrição dos objectivos

e as perguntas de partida.

O segundo capítulo que corresponde a revisão bibliográfica faz-se menção aos bovinos, sua

classificação taxonómica, à bovinocultura de leite, introduz-se as raças leiteiras, descrevendo as

características gerais e específicas destas, os sistemas de criação de bovinos e por fim ao maneio

sanitário das vacas leiteiras onde são descritas as vacinações, higienizações, banhos carracicidas,

mastite e seu controlo, queratoconjuntivite e pododermatites.

O terceiro capítulo sobre a metodologia estando este focando a descrição da área de estudo e aos

procedimentos utilizados para a realização do trabalho.

O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos sobre as medidas sanitárias e curativas e as

respectivas discussões.

O quinto capítulo insere as conclusões feitas do trabalho e as recomendações á instituição

acolhedora do estágio.

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No sexto capítulo é apresentada a bibliografia.

Assim, com o presente trabalho, pretende-se através da identificação e descrição das medidas

sanitárias preventivas e curativas analisar o maneio sanitário na unidade de produção NGZ Agro-

pecuária Ltd.

1.2. Problema de estudo

Há baixo rendimento na produção leiteira em Moçambique comparado com países como a África

de Sul com uma produção de cerca 2.7 bilhões de litros de leite por ano (MKHABELA &

MNDEME, 2010). O leite é um alimento importante na dieta humana, este é um alimento

nutritivo e completo. Sabe-se que, um litro de leite supre as necessidades proteicas de crianças até

seis anos de idade e mais de 50% dos requisitos proteicos de um adulto (FONSECA & SANTOS,

2000).

O desempenho da pecuária leiteira é função de vários factores, como genética e nutrição, mas

tudo depende, directamente, do estado de saúde dos animais (BRITO et al., 2009).

Animais de raças melhoradas não responderam a exigências requeridas quando submetidas a

condições inadequadas em relação a saúde. O bom cuidado do animal não só implica tratá-lo

quando está doente, mas também prevenir que não fique (BLAUW, 2008). Em rebanhos em que a

sanidade não está sob controlo, os potenciais genéticos dos animais ficam comprometidos, e até

nulos (BRITO et al., 2009).

A maioria das doenças pode ser prevenida com as mesmas medidas de maneio que produzem um

aumento de produção. Os animais doentes precisam de receber cuidados particulares. Deve-se

fornecer-lhes sombra, protecção contra o vento, água limpa e alimentos adequado (BLAUW,

2008).

Um maneio sanitário deficiente tem como consequência o mal-estar dos animais que tem efeito

na sua produtividade. Sem vacinação numa manada ou unidade de produção, há maior incidência

de doenças que podem perigar o bem-estar dos animais. As carraças têm importância na

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transmissão de doenças e traumatismos causados por picadas destas. Doenças como mastites,

causam prejuízos na produção das vacas; os ferimentos nos cascos ou patas podem diminuir o

tempo de pastagens e consequentemente a produção leiteira. O gado leiteiro tem importância na

transmissão de doenças através do leite, perigando desta forma a saúde pública.

Face ao exposto anteriormente, pode se conduzir a seguinte pergunta de partida.

Até que ponto o maneio sanitario na NGZ Agropecuária Lda. influencia no estado de saúde das

vacas leiteiras?

1.3. Justificação do problema de estudo

Mesmo que um animal doente possa ser curado, é possível que a doença lhe tenha afectado o

corpo e estes efeitos podem levar mais tempo do que a própria cura. Por conseguinte, as perdas de

produção podem continuar depois de, aparentemente, o animal se ter restabelecido (BLAUW,

2008).

É possível diminuir os custos de produção, principalmente com medicamentos, quando se

realizam medidas preventivas como esquema de limpeza, de desinfecção, vacinações, as quais

são aplicadas em função de um calendário previamente elaborado (RIBEIRO, 2000).

A prática de vacinações, banhos carracidas bem como o tratamento de doenças diminui a

incidência de doenças num rebanho. É necessário que não haja falta destas práticas, pois

garantem o bem-estar, a produção e produtividade dos animais aumentando o lucro do criador. O

desenvolvimento da actividade pecuária depende também da não ocorrência de doenças que

possam dizimar animais. A prevenção de doenças pode ser um passo para erradicação de doenças

num rebanho ou região.

A realização do estágio e do trabalho despertará atenção de quem é de dever sobre o maneio

sanitário da Ngluluzane Agropecuária Ltd. (NGZ), a melhorar os aspectos do maneio que não

estejam sendo feitos correctamente, este poderá incitar mais pesquisas nesta área.

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1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral

Analisar o maneio sanitário das vacas leiteiras na unidade de produção NGZ Agro-

pecuária Lda.

1.4.2. Objectivos específicos

Identificar as medidas sanitárias preventivas e medidas sanitárias curativas na unidade de

produção NGZ Agro-pecuária Lda;

Descrever as medidas sanitárias preventivas e as medidas sanitárias curativas na unidade

de produção NGZ Agro-pecuária Lda.

1.5. Perguntas de pesquisa Quais são as medidas de maneio sanitário praticadas na unidade de produção NGZ Agro-

pecuária Lda;

Como é feito o maneio sanitário na unidade de produção NGZ Agro-pecuária Lda.

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CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Bovinocultura

Segundo MOLENTO & BOND (2008), os bovinos constituem uma sub-família de mamíferos

artiodáctilos bovídeos, distribuídos por todos os continentes e com enorme importância

económica como fonte de leite e carne para o homem.

A domesticação de bovinos teve início há mais de 5 000 e 6 000 anos atrás (MOLENTO &

BOND, 2008). Os bovinos domesticados tinham várias serventias para o ser humano: como

animal de carga e a produção de leite em vida e carne ou couro após a morte (SARCINELLI 2007

& QUADROS, 2000).

Para CORRÊA et al. (2009), possui duas subespécies, a saber: Bos taurus taurus (gado taurino,

de origem europeia) e Bos taurus indicus (gado zebuíno, de origem asiática). Os híbridos

provenientes do cruzamento destas subespécies são muito usados para combinar a produtividade

do gado taurino com a rusticidade e adaptabilidade a meios tropicais do gado zebu.

Os bovinos são classificados cientificamente do seguinte modo:

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Mammalia

Ordem: Artiodactyla

Família: Bovidae

Subfamília: Bovinae

Género: Bos

Espécie: Bos taurus

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Subespécies: Bos taurus indicus e Bos taurus taurus (FELÍCIO, sd & SANTOS, 2007).

2.1.1. Bovinocultura de leite

Segundo CORRÊA et al. (2009), o tipo ideal pode ser definido como uma norma a ser seguida

combinando as características físicas que contribuem para a utilização de um animal para o

propósito específico. As diferentes partes exteriores da vaca leiteira recebem denominações

específicas. Para facilitar a avaliação do animal, considerando-se que o ponto de partida é o tipo

ideal, agrupa-se diversas partes em grandes regiões, as quais são: a aparência geral, a

produtividade leiteira, a capacidade corporal e o sistema mamário.

Desta forma podem se avaliar as diferentes regiões as quais devem apresentar as seguintes

características: o animal leiteiro deve ter a pele solta (flácida); não deve ter acúmulo de gordura

no peito, dorso e anca; quando a vaca estiver seca o úbere deve estar pregueado, pois isto indica

capacidade produtiva). Em seguida, apresenta-se a descrição de duas raças leiteiras de bovinos

explorados em regiões tropicais (SARCINELLI, 2007 e QUADROS, 2000), e na empresa NGZ

Agro-pecuária Lda.

i) Raça Holstein-Frisian

De acordo com AMARAL et al. (2004), é a raça mais difundida do mundo, presente em mais de

50 países. Adapta-se a todo tipo de clima: desértico, frio ou tropical, com eficiência produtiva e

resistência a doenças.

É muito precoce, tem uma desenvolvida aptidão leiteira e grande facilidade de adaptação

climática, e encontrada nos trópicos. É uma das raças com produções mais elevadas, mas a sua

percentagem de gordura e relativamente pouco elevada, raramente ultrapassando 3.5% (SÁ &

SÁ, sd).

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Da figura 1 pode-se ver que as características principais desta raça também designada holandesa

são: pelagem preto malhada, ou malhada de preto (SARCINELLI, 2007 e SÁ & SÁ, sd).

Corpulência grande, cabeça comprida, cornos pequenos, olhos bem aflorados, focinho largo,

pescoço comprido e delgado; barbela pequena, peito largo, cauda comprida com baixa inserção;

geralmente pernaltas, pele macia, úbere bem feito com pele fina e macia muito destacável; o

úbere é perfeitamente aderente ao corpo podendo atingir grande volume (PEDRICO et al., 2009).

Figura 1: Vaca de raça Holstein-Frisian.Fonte: FARELO, (2000)

ii) Raça jersey

A raça Jersey e originária da ilha de Jersey, localizada na Inglaterra (SARCINELLI, 2007 e SÁ &

SÁ, sd). A raça é uma das mais eficientes e é encontrada nos cincos continentes. É a segunda raça

leiteira criada no mundo, devidas as características de alta precocidade, tendo alta capacidade de

adaptar-se a vários tipos de climas, maneio e condições geográficas; tolerante ao calor (SÁ & SÁ

sd).

De acordo com PEDRICO et al. (2009), esta tem a cabeça bem proporcional, de comprimento

moderado, pescoço limpo, moderamente comprido; pés curtos, compactos e redondos; úbere

largo, alto e amplo de boa qualidade e pregueado, macio, de boa textura e pele pigmentada tal

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como pode se ver na figura 2. A Jersey possui um temperamento leiteiro bem evidenciado e

harmonia total entre as partes de seu corpo. Segundo SÁ e SÁ (sd), uma raça de pequena

corpulência; pelagem variando do amarelo claro ao escuro; cornos curtos; tem como principal

características a alta percentagem de gordura do seu leite, rodando aos 7-8%, considerada uma

raça mais manteigueira do que leiteira. É também uma raça adaptável aos climas tropicais.

Figura 2:Vaca de raça Jersey

Fonte: BORGES, (2002)

2.1.2. Sistemas de criação

2.1.2.1. Sistema intensivo

De acordo com MULLER (2002), Nesse sistema de criação os animais ficam confinados durante

todo o ano, recebendo alimentação adequada (volumoso, feno e ração), durante todo o período

produtivo, em comedouros localizados em instalações de confinamento. O sistema intensivo de

criação, ou seja, o confinamento de vacas leiteiras tem vantagens como a colocação de um

número bem maior de vacas na mesma propriedade, ou seja, uso racional e intensivo da terra e

pouco desgaste das vacas.

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Normalmente se consegue produção constante ao longo do ano, sem interferência significativa da

sazonalidade climática. Tem como desvantagens o maior investimento em instalações, a maior

incidência de problemas no casco, e contaminação devido a concentração. Por essas razões o

sistema intensivo deve ser recomendado para rebanhos compostos por 100 ou mais vacas em

produção e que apresentem média acima de 20kg de leite produzido por dia, por vaca (SÁ e SÁ,

sd).

2.1.2.2. Sistema semi-extensivo

Segundo PEDRICO et al. (2009), nesse sistema, no período seco do ano, ou seja, naquele em que

a oferta de alimentos é escassa, é feita a suplementação alimentar para os animais e no período

das chuvas, a alimentação é feita a pasto, adoptando-se pequeno suplemento de concentrado

durante e complementação de volumosos e concentrados após a ordenha. Conforme

(SARCINELLI, 2007), os animais podem ser divididos em lotes por categoria e produtividade.

Os vitelos podem ser descartados ao nascer, as vitelas e novilhas são criadas em piquetes

separados das demais categorias. É comum nesse processo, fazer-se a rotação de pastagens.

Para AMARAL et al. (2004), geralmente são feitas duas ordenhas diárias e em alguns casos, três,

espaçados em intervalos regulados em condições mais higiénicas e eficientes. As instalações são

bem higienizadas e o maneio profiláctico é realizado periodicamente com controlo de endo e

ectoparasitas e vacinações sistemáticas em todo rebanho. É feito controlo de coberturas, podendo,

as mesmas ser programadas.

A sala de ordenha é mais eficiente e possui um sistema para resfriamento e conservação do leite.

Os vitelos e novilhos têm suas instalações. Adopta-se também capineiras, currais de alimentação

e de espera (PEDRICO et al., 2009).

2.1.2.3. Sistema extensivo

Para FELÍCIO (sd), nesse sistema, não há muitos investimentos em instalações e equipamentos e

na maioria das vezes o gado é mestiço, rústico e de dupla aptidão (leite e carne). O produtor está

interessado em vacas que produzam vitelos destinados á engorda e ao abate ou crias de reposição

e o leite é um subproduto que aumenta a renda.

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Segundo SARCINELLI (2007), normalmente se faz apenas uma ordenha durante o dia, num

curral rústico em condições precárias e pouco higiénicas, após a vaca é solta em pasto cercado

juntamente com o vitelo. No pasto cercado normalmente há bebedouros e saleiros. Há

necessidade de uma creche onde os vitelos possam ser abrigados á noite.

Em geral não é feita suplementação alimentar de volumoso ou concentrado, apenas a

suplementação de minerais, as vacinações não são sistemáticas, não é feito o controlo a cobertura

e a eficiência reprodutiva é baixa (PEDRICO, et al., 2009).

2.1.3. Maneio sanitário de vacas leiteiras

RADELEFT (1967), afirma que o conceito de maneio abrange todas as tarefas desempenhadas

directamente com os animais, no intuito de criá-los, mantê-los e fazê-los produzir. Inclui-se nesta

conceituação a máxima produtividade e a eficiência do uso de instalações e equipamentos.

O maneio sanitário consiste num conjunto de actividades veterinárias regularmente planeadas e

direccionadas para prevenção e manutenção da saúde dos rebanhos (BRITO et al., 2009). Este,

deve ser eficiente a fim de evitar que os animais venham a contrair doenças que possam

prejudicar a sua produção leiteira e dessa forma causar prejuízos ao produtor.

Os componentes do maneio sanitário buscam evitar, eliminar ou reduzir ao máximo a incidência

de doenças no rebanho (DOMINGOS & LANGONI, sd citado por QUADROS & VIEIRA, 2010

& OLIVEIRA, 1999), para que obtenha um maior aproveitamento do material genético e

consequentemente aumento da produção e produtividade (DOMINGOS & LANGONI, citado por

QUADROS & VIEIRA, 2010), garantindo, ainda, a qualidade do leite consumido pelo homem e

utilizado pelas indústrias de lacticínios (OLIVEIRA, 1999).

2.2. Identificação das medidas sanitárias preventivas e curativasSegundo HOMMA et al. (2006), o maneio sanitário correcto deve iniciar com atenção para as

anotações das ocorrências dentro do rebanho. Somente com os dados passados é que pode-se

analisar e tomar iniciativas para suprimir ou implementar medidas que possam auxiliar o maneio

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sanitário do rebanho. Os procedimentos relacionados a sanidade dos animais podem ser divididos

basicamente em dois tipos de procedimentos:

Medidas sanitárias preventivas

Quando se objectiva prevenir a acção dos agentes patogénicos sobre os animais utiliza-se as

medidas de higiene e de profilaxia sanitária (higienização das instalações zootécnicas,

desinfecção do recém nascido e ingestão do colostro) (HOMMA et al., 2006); quando se pretende

manter os animais aptos a resistir a acção dos patógenos, são utilizadas medidas de profilaxia

médica (vacinações, desparisitações, testes serológicos, parasitologia de fezes) (DOMINGOS &

LANGONI, sd citado por QUADROS & VIEIRA, 2010 & HOMMA et al., 2006).

Medidas sanitárias curativas

Para DOMINGOS & LANGONI (sd) citado por QUADROS & VIEIRA (2010), são os

procedimentos a adoptar imediatamente após a incidência de problemas como: traumatismos,

doenças, infestações (carraças, larvas e moscas), deficiências nutricionais e intoxicações.

2.3. Descrição das medidas sanitárias preventivas e curativas

2.3.1. Medidas sanitárias preventivas2.3.1.1. Vacina

CARVALHO et al. (2002) e HOMMA et al. (2006), afirmam que, vacinar é um dos principais

procedimentos do maneio sanitário. A função das vacinas é propiciar a protecção dos animais

contra as doenças naturalmente ocorrentes na região onde o rebanho se encontra. As vacinações

devem ser encaradas como parte de um programa global de maneio e devem ser planeadas para o

atendimento das necessidades específicas de cada rebanho.

Factores como idade, sexo, espécie, região geográfica e tipo de maneio determinam as vacinas a

serem utilizadas (HOMMA et al., 2006). Para a criação leiteira, o plano básico para garantir a

sanidade dos animais, em termos de vacinação, é contra a febre aftosa, brucelose, tuberculose,

dermatose nodular e os carbúnculos (BRITO et al., 2009).

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2.3.1.2.Higienização

a) Das instalações

Conforme GONÇALVES (2008) e ROSA et al. (2009), a sala de ordenha, deve conter piso em

alvenaria, com distribuição de água que permita ao ordenhador lavar os tetos das vacas. Além

disso, periodicamente a sala deve ser lavada e desinfectada. Deve ter um bom escoamento de

água para facilitar a higienização. Esta higienização deve ser realizada após cada ordenha para

facilitar o trabalho e impedir a proliferação de moscas e microrganismos.

Antes do início da ordenha os equipamentos e utensílios devem estar organizados, higienizados e

em funcionamento. Após a ordenha os mesmos devem ser lavados, higienizados com intensidade

e guardados em local seguro e limpo (NETO et al., 2006).

b) Da ordenha

Segundo REIS (1998), o úbere no caso de conter sujidades como fezes e lama, adquiridas quando

o animal permanece em decúbito lateral, deve ser lavado com água corrente. Para COSER et al.

(2012); MENDONÇA et al. (2012) e REIS (1998), deve ser usada uma solução desinfectante

(pré-imersão) sem contacto manual com a teta, que também tem a função de estimular a descida

do leite, facilitando a ordenha. O tempo de contacto com o desinfectante não pode ser inferior a

30 segundos. De acordo com MASSEI et al. (2008), em seguida os tetos devem ser secados

intensamente, com papel toalha, uma para cada animal, deixando os mesmos preparados para o

início da ordenha.

CAMPOS (2000), afirma que, a colocação das teteiras deve ser feita até no máximo 90 segundos

após o início das tarefas, sem que haja entrada de ar e alinhada de maneira que não haja

impedimento do fluxo de leite. Para OLIVEIRA e BRANDESPIM (sd), a ordenha deve ser

realizada rapidamente. Imediatamente após a ordenha, os tetos devem ser totalmente imersos em

solução desinfectante limpa e com correcta concentração do princípio activo escolhido. Segundo

MACHADO (sd) e MENDONÇA et al. (2012), como desinfectante (pré e pos-imersão de tetos)

pode ser usado iodo, cloro ou clorexidine.

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c) Do ordenhador

Para NETO et al. (2006) e AMARAL et. (2004), o ordenhador pode se transformar num dos

maiores veículos usados para o transporte de microrganismos para o leite e úbere da vaca.

Recomenda-se bons hábitos de higiene no momento da ordenha tais como: manter as unhas e

cabelos cortados, usar boné para prender os cabelos, lavar as mãos antes do início de cada

ordenha com solução desinfectante, usar uniforme sempre limpo, realizar a ordenha contínua sem

interrupções e evitar hábitos como fumar, comer e cuspir.

Os ordenhadores devem ter acompanhamento médico, semestral ou anual para evitar a

transmissão e a contaminação de possíveis doenças dos animais como: tuberculose e brucelose,

principalmente (ROSA et al., 2009).

2.3.2. Medidas sanitárias curativas2.3.2.1. Controlo de carraças

A carraça é a principal parasita externa dos bovinos de leite, pois além de sugar o sangue,

transmite doenças (Babesiose e Anaplasmose) (CARVALHO, 2003 & VETBRANDS, 2007),

degrada o couro do animal, diminui a sua produção leiteira e em casos severos de infestação pode

levar o animal a morte (VETBRANDS, 2007; VIDOTTO, 2002 citado por MICHELETTI et al.,

2009).

Segundo JUNIOR et al. (2000), há muitos tipos de carraças. Embora não todos os tipos

transmitam doenças, debilitam o animal, devido à perda de sangue que provocam. Para

CARVALHO, (2003) para além disso, causam ferimentos que permitem às bactérias entrarem na

pele, levando a uma perda do seu valor económico. As carraças também podem atacar o úbere e

causar a perda duma teta, provocando assim uma redução da produtividade da vaca leiteira.

O método de controlo mais empregado a nível mundial é o químico, baseado em carracicidas de

diferentes bases (PATARROYO & SOSSAI, sd), pode ser realizado através de banhos ou

aplicação de produtos pour-on. O método escolhido só será eficiente se feito correctamente e se

as carraças não forem resistentes aos princípios activos utilizados (VETBRANDS, 2007).

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Geralmente usa-se um controlo estratégico que consiste em concentrar os banhos ou tratamentos

com carracidas em períodos desfavoráveis para o desenvolvimento de carraças. As condições

variam de região para região e este deve ser regional. O sistema estratégico mais usado é

realizado com uma de cinco ou seis banhos com carracicidas de contacto, intervalados de 21 dias

ou menos (BRITO et al., 2009; FURLONG, 2005 e FURLONG & PRATA, 2006).

Segundo FURLONG (2005), o carracicida deve ser aplicado nas quantidades recomendadas pelos

fabricantes, ser muito bem misturado, aplicar com pressão suficiente para penetrar entre os pelos

e molhar completamente o animal.

No preparo da solução e para obter melhores resultados deve-se diluir o carracicida numa

pequena quantidade de água e misturar-se muito bem. Só depois disso é que essa mistura deve ser

despejada no pulverizador, completando-se então com a quantidade de água necessária para a

quantidade de carracicida utilizada na solução misturando-se muito bem novamente (FURLONG

& PRATA, 2006).

2.3.2.2. Mastite

A mastite é a doença mais importante do gado leiteiro e que ocorre devido a uma soma de

factores decorrentes do maneio inadequado da propriedade (VETBRANDS, 2007). Segundo

CARMO et al. (2008) & NETO (2011), mastite é a inflamação da glândula mamária que se

caracteriza por apresentar alterações patológicas no tecido glandular e uma série de modificações

físico-químicas no leite. As mais comumente observadas são: alteração de coloração,

aparecimento de coágulos e presença de grande número de leucócitos.

Para TEIXEIRA (2008) e VERTBRANDS (2007), o esfíncter do teto é a primeira linha de defesa

contra a penetração dos microorganismos no úbere. A invasão ocorre geralmente durante o

processo de ordenha em que as bactérias na ponta do teto são introduzidas no interior do teto;

devido a uma admissão indesejada de ar na unidade de ordenha (remoção de teteiras antes de

fechar o vácuo ou ajuste incorreto da pressão). Após a ordenha o canal do teto permanece

dilatado por uma a duas horas o que permite a contaminação por microorganismos que estão no

ambiente.

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Segundo NETO (2011) e PELEGRINO et al. (2008), ao se instalar na glândula mamária, os

microorganismos nutrem dos componentes do leite e se multiplicam até atingirem números

elevados; durante esse processo são produzidas toxinas ou outras substâncias que causam

destruição do tecido mamário.

As bactérias ao entrarem em contacto com as células de defesa do organismo (leucócitos), são

englobadas e destruídas; essa é a segunda linha de defesa do organismo. Se as bactérias não são

totalmente destruídas, elas continuam a se multiplicar e as células secretoras danificadas libertam

substâncias que levam a inflamação do úbere causando uma dilatação dos vasos sanguíneos que

permitem a passagem de substâncias como cloro e sódio que conferem ao leite o sabor salgado e

enzimas que causam alterações na proteína e gordura (NETO, 2011).

A medida que a infecção persiste, os ductos permanecem obstruídos e o leite preso faz com que

as células secretoras revertam para um estado de descanso (não produção) e o alvéolo começa a

encolher. As libertações de substâncias geradas pelos leucócitos levam a completa destruição das

estruturas alveolares, que são substituídas por tecido conjuntivo e cicatricial. A destruição do

tecido secretório de leite é a terceira linha de defesa para acabar com a infecção. Devido à lesão

no tecido mamário as células produtoras de leite se tornam menos eficiente e desta forma há uma

diminuição na produção de leite (LARANJA & MACHADO, 1994).

Para TEIXEIRA et al. (2008), as mastites podem ser divididas, consoante a evidência ou não de

sinais clínicos:

Mastites clínicas: observa-se a presença de sinais clínicos como grumos no leite, úbere

inflamado, doloroso e quente (CARMO et al., 2008 & TEIXEIRA et al. 2008), Em casos

severos a vaca pode apresentar sinais sistêmicos como febre, pulso rápido, perda de

apetite e brusco declínio na produção de leite (VERTBRANDS, 2007).

Mastites subclínicas: a infecção do úbere não evidencia sinais externos sendo

identificadas somente através do recurso a provas laboratoriais ou de campo como a CCS

ou realização do teste californiano de mastite (TCM), entre outros (CARMO et al., 2008

& TEIXEIRA et al., 2008).

Maria Eunice Fernando Alfândega 16

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a) Controlo da Mastite

Para FURLONG (2005) e TEIXEIRA (2008), o controlo da mastite é baseado na adopção de um

conjunto de acções voltadas para a prevenção de novas infecções e redução da duração das

infecções já existentes no rebanho. O sucesso no controlo da mastite requer a utilização de

práticas que reduzam a exposição dos orifícios dos tetos aos microorganismos infecciosos

Segundo CARMO et al. (2008), O maneio adequado da ordenha focalizando os cuidados com os

animais, a limpeza, higiene e desinfecção dos tetos antes e após a ordenha são medidas que

evitam a contaminação do úbere e previnem a ocorrência da mastite clínica e subclínica.

Outras medidas importantes são: manter as vacas em ambiente limpo e seco; tratar todos os casos

clínicos; tratar todos os quartos mamários no início do período de secagem da vaca; manter de pé

após a ordenha, pois o orifício do teto permanece aberto por até 2 horas e assim uma porta de

entrada para microrganismos; descartar as vacas com infecção crónica e manutenção adequada

dos equipamentos (NETO, 2006 & TEIXEIRA, 2008).

Aplicar uma bisnaga de antibiótico próprio para vaca seca em cada teto após a última ordenha da

lactação (dia da secagem) (MENDONÇA et al., 2012; NETO, 2006 & TEIXEIRA, 2008)

Vacas em Lactação: após o parto deve-se esgotar o colostro, durante os 5 primeiros dias, e

certificar que o animal não tem mastite; tosquear a glândula mamária a cada 30 dias; antes da

ordenha lavar bem o úbere e colocar a solução anti-séptica e enxugar com o papel toalha teto por

teto (MENDONÇA et al., 2012).

Fazer o teste da caneca de fundo preto diariamente, no momento da ordenha, em todas as vacas

retirar os três primeiros jactos de leite de cada teto na caneca, observando se há alguma alteração

no aspecto do leite. Após a ordenha deve-se observar se todo o leite foi esgotado e aplicar uma

solução iodada nos tetos (LARANJA & MACHADO, 2012 e NETO, 2006).

Maria Eunice Fernando Alfândega 17

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Segundo MENDONÇA et al. (2012) e WATTIAUX (2006), deve-se fazer a cada 15 dias o teste

de CMT; Separar e tratar as vacas que apresentarem alteração no leite como presença de grumos,

leite amarelado, leite aguado, pois estes são sinais típicos de mastite clínica.

Segundo TEIXEIRA et al. (2008), para fazer a desinfecção, deve-se utilizar frasco do tipo sem

retorno, que não permite o retorno da solução para o interior do frasco. Não forçar o conjunto de

ordenha (teteiras) na tentativa de extrair mais leite; isso pode provocar lesões nos tetos e

aumentar as chances de ocorrência de mastite. Realizar a manutenção periódica do equipamento

de ordenha, com técnico especializado.

2.3.2.3. Pododermatites

As pododermatites são as inflamações assépticas dos tecidos do casco, caracterizadas por

distúrbios de locomoção. Quanto à intensidade dos sinais, podem ser classificadas em aguda,

subaguda ou crônica (MATSUMOTO & OLIVEIRA, 1998).

A importância dos cascos na locomoção do animal é vital e qualquer problema que o animal

venha apresentar irá comprometer sua locomoção, consequentemente gerar estresse ao animal

diminuindo a ingestão de alimentos, com perda de peso e diminuição da produção de leite e até

mesmo comprometimento da capacidade reprodutiva do animal (VETBRANDS, 2007).

Para CAMPOS (2000), o processo é iniciado principalmente por ferimentos produzidos por

pedras, vegetação grosseira e rugosidade excessiva do piso que, associados à presença de

humidade do solo. A região afectada apresenta aumento de temperatura, edema, inflamação,

aumento de volume e dor, levando o animal a mancar.

Com a evolução deste processo, há deformação dos cascos infeccionados. As medidas profiláticas

para os problemas podais são muitas, incluindo-se os processos de higiene, manutenção dos

animais em ambientes secos e sem superlotação (OLIVEIRA, 2006 & RIBEIRO, 2000). O uso de

soluções quimioterapeuticas em pedilúvios pelo menos uma vez ao dia, a avaliação rotineira dos

cascos e o casqueamento são as principais medidas para a prevenção das infecções podais

(VERTBRANDS, 2007)

Maria Eunice Fernando Alfândega 18

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2.3.2.4. Queratoconjuntivite

Segundo CAMPOS (2000), a queratoconjuntivite infecciosa bovina, é uma das doenças oculares

mais relevantes de bovinos em todo o mundo. Tem como agente etiológico a Moraxella bovis,

uma bactéria Gram-negativa, amplamente disseminada e altamente contagiosa.

Sua transmissão ocorre pelo contacto directo, descarga nasal ou ocular e, especialmente, por

vectores mecânicos, como moscas. Acomete animais de todas as idades, independentemente da

idade, sexo e raça, sendo que em propriedades endémicas, a incidência é mais elevada nos

animais jovens (MELDAU, 2001).

COSTA et al. (2008), diz que os sinais clínicos mais comuns caracterizam-se por lacrimejamento

Intenso, blefaroespasmo e fotofobia. Em alguns casos, a doença causa opacidade, ulceração e

ruptura da córnea que podem evoluir para cegueira temporária ou irreversível, e nesse caso os

animais têm que ser descartados. As lesões podem ocorrer em um ou em ambos os olhos, sendo

que, neste caso, o comprometimento é muito mais expressivo. Os prejuízos ocasionados pela

queratoconjuntivite são representados pela redução no ganho de peso e na produção de leite,

gastos com tratamentos repetitivos, desvalorização comercial e eventuais descartes de animais

que apresentam sequelas oculares graves

O tratamento é feito por meio da administração de antibióticos via parenteral ou uso de produtos

tópicos. Antes da introdução da terapêutica, é necessário realizar um antibiograma para ver qual

produto é adequado para o caso. O tratamento deve ser iniciado o mais depressa possível, na

tentativa de impedir o surgimento de lesões irreparáveis na córnea. No início da lesão,

recomenda-se aplicar corticosteróides em associação com o antibiótico tópico no saco conjuntival

diariamente, até que ocorre a resolução do quadro (MELDAU, 2001).

Maria Eunice Fernando Alfândega 19

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CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3.1. Descrição da Área de Estudo

A NGZ Agropecuária Lda. é uma empresa localizada em Mbalanine Patrice Lumumba, a 7 km da

cidade de Xai-Xai província de Gaza. Esta, dedica-se a criação e venda de gado bovino de corte,

criação de gado leiteiro, leite e subprodutos destes - iogurte, gado equino e caprino.

A empresa está situada numa zona baixa, com temperatura média de 32 o C, os solos

predominantes na propriedade variam de arenosos a argilosos. O local, possui pequenas valas

naturais que alimentam alguns pastos naturais, e servem de fonte de água aos animais quando

pastam nesses locais. Na região não há propriedades que exploram gado de leite com excepção de

pequenos criadores. As vacas leiteiras estudadas não são misturadas com o resto dos animais da

propriedade e animais de fora. A empresa dispõe de uma vedação eléctrica o que não permite a

saída de animais e a entrada de animais estranhos. Em casos de aquisição de novos animais estes

são submetidos a uma quarentena.

A estrutura administrativa da empresa está organizada da seguinte forma: director geral; um

gerente também técnico agro-pecuário; acessor do técnico responsável pelo tratamento

veterinário dos animais da empresa, não dispõe de formação técnica veterinária, conta com a

experiencia adquirida neste local. O sector da ordenha manual possui dois trabalhadores sem

formação técnica sobre o maneio do gado leiteiro.

Os dois trabalhadores do sector da ordenha manual são responsáveis por controlar os animais, seu

estado de saúde dos animais, controlar o cio e cobertura dos animais, registo de ocorrências no

rebanho, registo e controlo da produção, maneio da alimentação e das pastagens onde as vacas

leiteiras se alimentam, limpeza do local da ordenha e as redondezas, levar os animais a pastagem

e traze-los para ordenha.

A empresa dispõe de 2 máquinas de ordenha uma do tipo lactoductos fixo ou pipemilk, a

higienização desta máquina é feita automaticamente e outra do tipo balde de pôr no solo duplo

Maria Eunice Fernando Alfândega 20

Maneio Sanitário em Vacas Leiteiras na Nguluzane Agro-pecuária Lda.

que é usado em casos de avaria da primeira e a higienização desta é feita manualmente com uso

de detergente.

3.2. Procedimentos

O estudo foi feito na manada de vacas Holstein frisian e Jersey, durante dois meses. O estágio foi

exclusivamente qualitativo e consistiu na observação e prática de actividades realizadas na NGZ

Agropecuária com especial atenção para o maneio sanitário das vacas leiteiras da ordenha

manual.

A observação foi feita numa manada de vinte e cinco (25) vacas, deste total 22 estavam em

lactação no início do estágio tendo diminuindo para 18 no final. As restantes vacas encontravam-

se secas. Estas são criadas num sistema semi-intensivo.

Para a descrição das medidas sanitárias preventivas usou-se os registos da empresa sobre a

vacinação do gado, comparando-o ao recomendado pelos autores consultados e ao calendário do

SDAE, sobre a vacinação. Fez-se um acompanhamento e registo diário das limpezas feitas no

estábulo de ordenha, a higiene dos trabalhadores e higiene da ordenha. Observação e

acompanhamento de todos os banhos carracicidas feitos, a hora em que foram feitos, o produto

usado, como foram preparados e o estado dos animais após a aplicação do banho.

Para a descrição das medidas sanitárias curativas, fez-se o registo das ocorrências de doenças nas

vacas através de:

Observação de todo o tratamento dado aos casos de pododermatites ocorridos, o

medicamento usado e o método de aplicação. Fez-se uma observação do ambiente para

isolar a causa das pododermatites;

Às mastites, foi feito o acompanhamento do tratamento feito, o método e o remédio dado,

a situação do animal após o tratamento;

Para o caso de queratoconjuntive registado, fez-se o acompanhamento do tratamento e

também uma análise do ambiente da vaca que encontrava-se seca para descobrir a causa

desta.

Maria Eunice Fernando Alfândega 21

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Fez-se a captação de imagens para ilustrar as actividades realizadas.

Maria Eunice Fernando Alfândega 22

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CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, fazse a análise e discussão simultânea dos resultados obtidos durante o estágio.

A empresa NGZ tem como medidas sanitárias preventivas as vacinações; teste de tuberculina e

teste de reacção a brucelose e higienização do local da ordenha bem como dos utensílios da

ordenha. DOMINGOS & LANGONI, (sd) citado por QUADROS & VIEIRA, 2010 & HOMMA

et al. 2006, mencionam ainda a desparasitações e parasitologia de fezes.

As vacas foram vacinadas contra febre aftosa, carbúnculo hemático, carbúnculo sintomático e

dermatose nodular. Este procedimento vai de acordo com o calendário de vacinações de doenças

de declaração obrigatória apresentado pelo Serviços Distritais de Actividades Económicas pelo

(SDAE) e com os autores CARVALHO et al., (2002) e HOMMA et al., (2006), que afirmara

que, vacinar é um dos principais procedimentos do maneio sanitário. BRITO (sd) concorda com

estes e acrescenta que, para a criação leiteira, o plano básico para garantir a sanidade dos animais,

em termos de vacinação, é contra a febre aftosa dermatose nodular, carbúnculos, teste de

tuberculina e rastreio de brucelose.

Foi feito um teste de tuberculina intradermotuberculinização de comparação (IDC), o teste

consistiu em inocular tuberculinas na derme da pele da tábua do pescoço e interpretação das

reacções baseadas na observação clínica e no aumento registado na espessura da prega da pele

nos pontos de inoculação (DIRECÇÃO GERAL DE VETERINÁRIA, 2005).

Segundo KANTOR & RITACCO, 1994 citado por DELLALIBERA et al. 2008, afigura-se

importante a realização do teste de tuberculina pois um animal tuberculoso pode apresentar de 10

a 25% de queda na capacidade produtiva, além de ser uma fonte de infecção para outros animais

e para o homem. No entanto, não existem dados sobre o impacto da tuberculose na produção de

leite, porém um estudo, realizado em 1988 na Argentina, mostra que as perdas na produção

leiteira oriunda de vacas tuberculosas chegam a 18%, havendo um decréscimo no número e na

duração de lactação nesses animais, quando comparados com vacas sadias.

Maria Eunice Fernando Alfândega 23

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Fez-se colecta de sangue para rastreio de brucelose nas vacas leiteiras. Para LAGE et al. (2008),

numa unidade de produção leiteira, as perdas advindas da infecção por brucelose estão

relacionadas à baixa eficiência reprodutiva dos animais, com consequente diminuição da

produção do rebanho. A ocorrência de abortos acarreta um aumento do intervalo entre partos que

leva à diminuição da produção de leite. Estima-se que a diminuição da produção de carne e leite

seja da ordem de 25%.

A sala de ordenha contém piso em alvenaria, de fácil escoamento, a água esta distribuída de tal

forma que alcança toda a sala facilitando a limpeza e ao ordenhador lavar as tetas das vacas

quando necessário. Este procedimento vai de encontro com o que foi referido por GONÇALVES

(2008) e ROSA et al. (2009), de que a sala de ordenha deve ser de alvenaria, de fácil escoamento

e a água estar bem distribuída.

GONÇALVES (2008) e ROSA et al. (2009), afirmam ainda que, a sala deve ser desinfectada

periodicamente, contrastando com o que acontece na unidade de produção do caso em estudo

(NGZ), pois não foi verificado durante o período de estágio a desinfecção periódica da sala de

ordenha.

 

Foi feita limpeza do local todos os dias após cada ordenha onde eram removidas fezes e urina dos

animais com pás e vassouras e a seguir passava-se água corrente para limpar os restos. Para

NETO et al. (2006), o local de ordenha deve ser mantido limpo sem resíduos que possam

prejudicar a integridade dos animais e contaminar o leite como se verificou na NGZ.

As canecas usadas na sala de ordenha, os panos, coadores, baldes, bilhas eram higienizados,

organizados e mantidos em funcionamento antes do início da ordenha. Após a ordenha estes eram

lavados e deixados para secar em local seguro e limpo. Os recipientes que continham as soluções

desinfectantes eram limpos e arrumados no armazém da sala de ordenha. A máquina de ordenha

era higienizada automaticamente com os detergentes e desinfectantes recomendados pelo

fabricante da máquina.

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Conforme NETO et al. (2006), estes procedimentos são os necessários numa unidade de

produção de leite, visto que a higienização diminui a presença de microorganismos no leite,

transmitidos às vacas durante a ordenha, como também valoriza o produto aumentando deste

modo para o produtor a margem do lucro.

Na unidade NGZ, para a higienização do úbere antes da ordenha, era feita limpeza com água

corrente se as vacas apresentassem fezes ou lama difíceis de remover com o desinfectante. NETO

et al. (2006) e REIS (1998), também confirmam que o úbere no caso de conter sujidades como

fezes e lama, adquiridas quando o animal permanece em decúbito lateral deve ser lavado com

água corrente.

MENDONÇA et al. (2012) afirmam nos seus estudos que, o tempo de permanência de um

desinfectante deve ser de 30 segundo. Este procedimento não vai de encontro com o seguido na

unidade NGZ, pois nesta, o desinfectante tinha um período de permanência médio de 20

segundos, tempo relativamente menor comparando com o referido pelos autores.

Os autores acima referidos afirmam que quando o tempo de permanência de desinfectante for

menor do que o recomendado, não se eliminam os microrganismos patogénicos, podendo deste

modo contaminar o leite e aumentar a probabilidade de contaminação do úbere.

Em seguida, as tetas eram secas com papel toalha, um para cada. A secagem das tetas aqui feita é

recomendada por REIS (1998). As teteiras são colocadas logo após a secagem das tetas, evitando-

se o máximo possível a entrada de ar e alinhando-as de modo a não impedir o fluxo de leite

conforme CAMPOS (2000).

Após a ordenha as vacas eram tratadas com tintura de iodo. MACHADO (sd) e MENDONÇA

(2012) concordam com o uso de desinfectante utilizado na NGZ referindo que esta prática evita a

contaminação do úbere.

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Os ordenhadores da NGZ, apresentavam-se vestidos a civis, ou seja, sem uniformes, de bonés,

botas, unhas e cabelos cortados. NETO et al. (2006), sustenta esta prática, enfatizando a sua

importância uma vez que estas reduzem a ocorrências de ferimentos nas tetas das vacas pelas

unhas; a poluição do leite pelos cabelos dos ordenhadores.

Os ordenhadores nem sempre higienizavam as mãos antes da ordenha. Por vezes estes usavam as

canecas utilizadas na ordenha para tomar o leite ordenhado, fumavam no local da ordenha o que

contradiz com as boas práticas de produção numa unidade leiteira. AMARAL et al. (2004),

afirma que o uso de desinfectante na higienização das mãos antes do início de cada ordenha

diminui a contaminação do leite, usar uniformes e não fumar no local da ordenha faz com que se

obtenha um leite menos contaminado, práticas que não se verificam na NGZ.

Os ordenhadores não têm acompanhamento médico no entanto, esta prática afigura-se importante

uma vez que evita a transmissão de doenças zoonóticas como a tuberculose e brucelose (ROSA et

al., 2009).

As medidas sanitárias curativas observadas na NGZ foram banhos carracicidas, tratamento de

vaca com mastite, pododermatite e queratoconjuntivite. De acordo com DOMINGOS &

LANGONI sd citado por QUADROS & VIEIRA (2010) afirmam ainda que estas medidas devem

ser tomadas logo após a incidência de problemas como: traumatismos, doenças, infestações por

(carraças, larvas e moscas), deficiências nutricionais e intoxicações.

O controlo de carraças para as vacas leiteiras foi feito por meio de banhos carracidas. Os

tratamentos aconteciam quando os animais apresentavam infestações maciças tal como pode se

ver na figura 3.

Maria Eunice Fernando Alfândega 26

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Figura 3: Infestação por carraças na região abdominal e toráxica.

Os animais foram tratados num intervalo de quinze (15) dias, com Milbitraz TR, com o princípio

activo Amitraz 12.5% m/v, produzido pela BAYER HEALTH ANIMAL, um carracicida de

contacto. O carracida usado foi dissolvido numa proporção de 5g para 15 l de água. No preparo

da solução dilui-se uma pequena quantidade do produto numa pequena quantidade de água e

depois de bem misturado adicionou-se o resto da quantidade de água correspondente. Utilizou-se

um pulverizador de dorso para aplicação do produto.

Esta metodologia é referida por FURLONG (2005) e FURLONG & PRATA (2006) e o modo de

aplicação do carracicida é o recomendado pelo fabricante no entanto, a NGZ não obedeceu as

regras de protecção do aplicador, ou seja, os aplicadores não usavam mascaras, luvas, fatos-

macacos perigando a sua própria saúde (CHICONELA et al., 1999). De acordo com o mesmo

autor como consequência, os funcionários perigam-se a adquirir câncer, mutações genéticas,

diarreias bem como morte imediata caso os produtos sejam de elevada toxicidade (aguda).

Maria Eunice Fernando Alfândega 27

Maneio Sanitário em Vacas Leiteiras na Nguluzane Agro-pecuária Lda.

Figura4: Ilustração de como se trajam os aplicadores de carracicida.

Da figura pode se ver a falta de equipamentos de protecção da saúde do aplicador, tais com,

luvas, mascaras e fatos-macacos. Estando o aplicador exposto ao produto, através da absorção do

mesmo pela pele dos braços, inalação e ingestão (CHICONELA et al., 1999)

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Maneio Sanitário em Vacas Leiteiras na Nguluzane Agro-pecuária Lda.

Tabela 1. Relação dos banhos feitos e o resultado destes

Da tabela entende-se o estado da infestação dos animais antes e depois da aplicação dos banhos.

Data Banho Observação

29 de Novembro – 2 de

Dezembro de 2011

____ As vacas apresentavam um máximo de 5

carraças/animal.

5 – 10 de Dezembro de

2011

______ Aumento da infestação, e em regiões críticas como

ânus e úbere.

12 Dezembro de 2011 Feito banho _____

12-16 de Dezembro

de2011

______ Redução de carraças, quase nenhum animal sem

carraças. Com o decorrer do tempo presença e

aumento de carraças.

19-23 de Dezembro de

2011

_____ Aumento da infestação.

27 de Dezembro de

2011

Feito banho ______

27-30 de Dezembro de

2011

_____ Redução do número de carraças

2-7 de Janeiro de 2012 __ Contagem máxima de carraças: 3

11 de Janeiro de 2012 Feito banho ____

12-14 de janeiro de

2012

__ Animais com carraças até 5.

16-21 de Janeiro de

2012

___ Contagem progressiva do número de carraças

23-26 de Janeiro de

2012

___ Aumento da infestação com presença no úbere e ânus,

visível sangue de carraças que arrebentaram as

bolsas.

27 de janeiro de 2012 Feito banho __________

28 de janeiro de 2012 _____ Redução das carraças.

Maria Eunice Fernando Alfândega 29

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Foi identificada e tratada uma vaca com mastite clínica, no momento do diagnóstico esta

encontrava-se seca. A vaca apresentava inflamação do úbere como ilustra a figura 5. Ao exame

físico, observou-se que o animal sentia dor a palpação, o úbere encontrava-se ligeiramente duro,

fez-se uma mungição em três tetos e observou-se que o conteúdo apresentava-se com ligeiros

coagulos e traços de sangue. Fez-se de seguida a leitura da temperatura que era de 41oc.

Figura 5. Úbere de vaca com mastite, é visível a inflamação do úbere.

A vaca foi contida numa manga de tratamento e exprimiu-se o conteúdo mamário que

apresentava-se pastoso com grumos e com traços de sangue tal como pode se ver na figura 6.

Peso embora o método tenha sido eficaz, a forma como este foi executado permite a propagação

de microrganismos patogénicos, caso estes estejam presentes no conteúdo exprimido podendo

deste modo ocorrer novas contaminações de mastite.

Maria Eunice Fernando Alfândega 30

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.

Figura 6: Tratamento da mastite.

A NGZ utilizou uma tintura de iodo para desinfectar os quartos afectados. Após isto aplicou-se

em cada teto 5g de uma seringa do antibiótico penstrep 300D produzido pela BAYER HEALTH

ANIMAL e com o princípio activo procaina penicellina G. Fez-se massagem para espalhar o

medicamento pelo úbere. A vaca foi tratada durante dois dias alternados

O fabricante recomenda que exprima-se o conteúdo mamário antes de aplicar o antibiótico, este

também recomenda tratar três vezes em 24 horas para que todos os traços da infecção sejam

eliminados e assim evitar que se desenvolvam infecções crónicas, tal não foi observado na NGZ

onde a vaca foi tratada duas vezes e em dias alternados. CARMO et al. (2008), afirma que o

tratamento de mastites com antibióticos deve obedecer as recomendações do fabricante para

melhores resultados.

As medidas observadas na NGZ para o controlo da mastite foram lavagem dos tetos com água no

caso de estes aparecerem com lama ou outro tipo de sujidade que não seja eliminada com o

desinfectante pré-deeping. Quando não se verificam estes casos os animais são desinfectados com

uma solução Delavel, um desinfectante para tetas com o princípio activo álcool etílico, produzido

pela DELAVEL. A solução é expumada num recipiente apropriado, passado nas tetas e deixado

actuar por um período médio de 20 segundos. Após isto as tetas foram limpas com um papel

Maria Eunice Fernando Alfândega 31

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toalha para cada teta. Após a ordenha as vacas foram tratadas com uma solução desinfectante

contendo iodo a 5%, onde os tetos são imersos ate a base.

Era utilizado um frasco do tipo sem retorno para a desinfecção das tetas antes e depois da

ordenha, pois não permite o retorno da solução para o interior do frasco e isto diminui a

probabilidade de propagação de microrganismos entre as vacas, faz-se a manutenção do

equipamento o que concorda com a afirmação como recomenda, (TEIXEIRA et al., 2008).

As vacas eram mantidas em um ambiente seco, excepto em dias em que estas tinham que pastar

em cercados com água. O caso de mastite diagnosticado foi tratado e mostrou melhoria. Depois

da ordenha foi verificado que os animais não permaneciam em pé. Segundo NETO (2006), e

TEIXEIRA (2008) manter os animais em ambiente limpo e seco, tratar os casos de mastite

diagnosticados, favorece a prevenção da mastite concordando com a prática da NGZ. Os mesmos

autores recomendam manter em pé os animais depois da ordenha, pois o orifício do teto

permanece aberto até 2 horas após a ordenha, sendo uma porta de entrada para os

microrganismos.

Após o parto as vacas eram esgotadas o colostro durante os primeiros cinco dias e oferecido aos

vitelos e era feito o teste da caneca de fundo preto para diagnóstico de mastite clinica. O teste

consiste no exame em uma bandeja ou caneca de fundo escuro, dos primeiros jatos de leite antes

da ordenha, em que se observa a presença de resíduos como grumos, filamentos, coágulos, pus e

sangue (CARMO et al., 2008). Este método de controlo da mastite era também usado em todas

vacas na lactação, esta medida concorda com NETO (2006).

As vacas não eram tratadas ao entrar para secagem como refere MENDONÇA et al (2012),

NETO (2006) e TEIXEIRA (2008) e não se fazia a tosquia da glândula mamária a cada 30 dias

como recomenda (MENDONÇA et al., 2012), este acrescenta dizendo que a tosquia da glândula

mamária é uma prática que deve ser feita regularmente pois ajuda na higienização desta.

Foram verificados casos de pododermatites com pequena frequência na manada de vacas leiteiras.

Estas inflamações podem ter sido devido a humidade acentuada e por vezes com àgua nos

Maria Eunice Fernando Alfândega 32

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piquetes onde as vacas eram alimentadas. CAMPOS (2000), a humidade é uma das causas dos

problemas dos cascos em bovinos. As vacas permaneciam em cercados com humidade elevada

durante o dia e por vezes nas noites. Nos três casos verificados, os animais apresentaram inchaço,

dor ao toque, claudicavam e o local afectado apresentava-se quente. Depois de algumas horas

apareciam ferimentos na área afectada. Estes eram frequentes na região interdigital do animal.

Os animais foram tratados com uma solução cicatrizante que contém iodo como substancia activa

produzido pela BAYER HEALTH ANIMAL, indicada para o tratamento de pododermatites, a

solução foi pulverizada sobre a região afectada. O tratamento não era regular, e era feito depois

da ordenha enquanto os animais estivessem ainda contidos, era feita a inspecção dos cascos,

segundo OLIVEIRA (2006) e RIBEIRO (2000), esta medida ajuda na prevenção de

pododermatites.

A propriedade não dispõe de pedilúvios para a prevenção da doença. De acordo com

VERTBRANDS (2007), o uso regular de pedilúvios numa exploração leiteira previne a

ocorrência de pododermatites.

Foi tratada uma vaca, com sinais clínicos de queratoconjuntivite infecciosa bovina no olho

esquerdo. Na figura 7 pode-se ver que a vaca apresentava lacrimação intensa, blefaroespasmo,

coloração amarelada e não enxergava, estes sinais se assemelham aos descritos por COSTA et

al., (2008).

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Figura7: Olho de uma vaca com queratoconjuntivite.

O tratamento consistiu na aplicação de Germixyn no olho afectado, um germicida com o princípio

activo iodo, produzido pela BAYER HEALTH ANIMAL e indicado para o tratamento de

doenças oculares inclusive a doença em estudo, foi aplicado uma vez por dia durante três dias.

Fez-se administração na dose única de 30ml do antibiótico Overbiotic L.A. com a substância

activa Oxitetraciclina 20% produzido pela OVER e administrado via intramuscular. Não houve

melhoria do quadro clínico.

Maria Eunice Fernando Alfândega 34

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CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

5.1. Conclusão

As medidas sanitárias preventivas realizadas na NGZ Agro-Pecuária foram a vacinação, contra

febre aftosa, carbúnculo hemático, carbúnculo sintomático, dermatose nodular, rastreio de

brucelose e teste de tuberculinação. Higienização do estábulo de ordenha que consistiu na

remoção de fezes e urina deixados pelos animais quando passam pela ordenha, limpeza dos

utensílios usados na ordenha com água e detergente e secados naturalmente, Higienização da

máquina de ordenha automática.

As medidas sanitárias curativas observadas na NGZ Agro-Pecuária foram os banhos carracicidas

e tratamento de doenças. Os banhos carracicidas foram feitos com Milbitraz TR, diluído na

proporção indicada pelo fabricante e aplicado como recomendado pelos autores consultados

embora não se usasse material de protecção pessoal, após o tratamento verificou-se uma redução

da infestação.

Foram tratados animais contra a pododermatite, conjuntivite, mastite. Após realizados banhos

carracicidas verificou-se uma redução no número de carraças nos animais. As doenças tratadas

mostraram melhoria.

O tratamento de doenças nem sempre seguiu as indicações dadas pelos fabricantes, o fabricante

da “penstrep 300D” medicamento usada para o tratamento da mastite recomenda o tratamento

três vezes em 24 horas, e foi feito duas vezes em dois dias alternados. O tratamento da

pododermatite não foi regulado, pois este era feito ocasionalmente embora este fizesse efeito

quando aplicado. A vaca tratada contra queratoconjuntivite foi tratada três dias e não houve cura

da doença.

As doenças diagnosticadas não foram relacionadas com a falta de higienização e vacinação, os

banhos carracicidas aplicados diminuíram o nível de infestação por carraças. As medidas

curativas que foram aplicadas no tratamento da mastite, e pododermatite foram eficazes, não foi

observada melhoria no tratamento da queratoconjutivite.

Maria Eunice Fernando Alfândega 35

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5.2. Recomendação

À NGZ Agro-Pecuária Lda, recomenda-se:

Registar ocorrências no rebanho indicando as datas e os procedimentos tomados;

Sensibilizar os trabalhadores em geral e principalmente os da ordenha mecânica sobre a

importância da higienização no local de ordenha;

Sensibilizar os trabalhadores sobre os perigos de fumar no local da ordenha;

Seguir a indicação dos fabricantes dos medicamentos usados para o tratamento de

doenças;

Consultar um veterinário para diagnóstico e tratamento de doenças;

Fazer o California Mastite Teste (CMT), a cada 15 dias para o controlo da mastite;

Evitar alimentar as vacas em locais húmidos para prevenir problemas dos cascos;

Capacitar os trabalhadores em matéria de maneio do gado leiteiro de modo a melhorar a

produção;

Usar uniformes para permitir melhor controlo do vestuário dos trabalhadores;

Usar material como luvas, fatos-macacos, mascaras na aplicação de qualquer pesticida em

especial os que são aplicados com uso de pulverizador.

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