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 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares RELATÓRIO DE GESTÃO 2006/2010 Práticas Integrativas e Complementares no SUS Angelo Giovani Rodrigues Antonia Maria Pereira Carmem De Simoni Marcos Antônio Trajano Marize Girão dos Santos Paulo Morais Tiago Pires de Campos Brasília – DF Fevereiro de 2011 1

RELATÓRIO DE GESTÃO 2006 / 2010 Práticas Integrativas e Complementares no SUS

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As Práticas Integrativas e Complementares se enquadram no que a Organização Mundial de Saúde denomina de Medicina Tradicional e Medicina Complementar e Alternativa (MT/MCA) e sobre este tema, a OMS recomenda aos seus Estados-membros a elaboração de Políticas Nacionais voltadas à integração / inserção da MT/MCA aos sistemas oficiais de saúde, com foco na atenção primária de saúde.Políticas públicas contemplam diretrizes e linhas estratégicas de atuação governamental, as quais orientam legislação, programas, projetos e atividades para o desenvolvimento econômico e social do país. Neste sentido, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS (Portaria MS nº 971, de 03/05/2006), elaborada por demanda da OMS e da população brasileira, assimcomo pela necessidade de normatização e harmonização dessas práticas na rede pública de saúde, traz diretrizes e ações para inserção de serviços e produtos relacionados à Medicina Tradicional Chinesa / Acupuntura, Homeopatia ePlantas Medicinais e Fitoterapia, assim como cria os observatórios de saúde para o Termalismo Social e da Medicina Antroposófica. A Política contempla ainda, responsabilidades dos entes federais, estaduais e municipais e traz entre os objetivos “contribuir ao aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação do acesso às práticas integrativas e complementares, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso”.

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  • MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno Sade

    Departamento de Ateno BsicaCoordenao Nacional de Prticas Integrativas e Complementares

    RELATRIO DE GESTO

    2006/2010

    Prticas Integrativas e Complementares no SUS

    Angelo Giovani RodriguesAntonia Maria Pereira

    Carmem De SimoniMarcos Antnio TrajanoMarize Giro dos Santos

    Paulo MoraisTiago Pires de Campos

    Braslia DFFevereiro de 2011

    1

  • SUMRIO

    Pgina

    APRESENTAO............................................................................................ 4

    1. HISTRICO............................................................................................... 5 1.1. A Organizao Mundial da Sade e a Medicina Tradicional e Complementar Alternativa..................................................................................................

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    1.2. Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no SUS................. 9

    2. PROGRAMAS E AES EM PRTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS, RELACIONADAS AOS CUIDADOS PRIMRIOS EM SADE.............................................

    2.1. Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.................................

    2.2. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos..............................

    2.3. Normatizao para Prticas Integrativas e Complementares no SUS-2006 2010...

    2.4.Regulamentao Estadual/Municipal para Prticas Integrativas e Complementares no SUS 2006 2010......................................................................................

    2.5. Ncleo de Apoio a Sade da Famlia........................................................

    2.6. Acompanhamento e Monitoramento das aes das PICs no SUS........................

    2.7 Assistncia Farmacutica em Fitoterapia e Homeopatia.................................

    2.8. Formao e Educao Permanente em Prticas Integrativas e Complementares....

    2.9. Pesquisa & Desenvolvimento em Prticas Integrativas e Complementares .........

    2.10. Controle Social................................................................................

    2.11. Seminrio Internacional de Prticas Integrativas e Complementares em Sade....

    2.12. Oficina de trabalho: avanos e desafios para as Prticas Integrativas e Complementares no SUS..................................................................................

    2.13. Publicaes....................................................................................

    2.14. Convnios......................................................................................

    2.15. Cooperaes nacionais e internacionais...................................................

    2.16. Aes de Divulgao..........................................................................

    2.17 Outras aes desenvolvidas pela Coordenao Nacional de Prticas Integrativas Captulo Sade Indgena...................................................................................

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    38

    3. CONCLUSES............................................................................................ 39

    4. RECOMENDAES......................................................................................

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS......................................................................

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    6. ANEXOS.................................................................................................. 44

    2

  • ANEXO I - Declarao de Pequim, oriunda do Congresso da Organizao Mundial de

    Sade sobre Medicina Tradicional, ocorrido em Pequim em novembro de 2008.

    Braslia, 2009

    ANEXO II - Diagnstico Situacional de Prticas Integrativas e Complementares no

    SUS 2008

    ANEXO III - Monitoramento da Insero das PICS no SUS

    ANEXO IV Medicina Antroposfica

    ANEXO V Termalismo

    ANEXO VI - Proposta de capacitao para profissionais de sade em Plantas

    Medicinais e Fitoterapia.

    ANEXO VII Diretrizes e aes da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e

    Complementares para Homeopatia no SUS.

    ANEXO VIII - Diretrizes e aes da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e

    Complementares para Plantas Medicinais e Fitoterapia no SUS.

    ANEXO IX - Diretrizes e aes da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e

    Complementares para Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura no SUS.

    ANEXO X - Recomendaes das oficinas de trabalho para as Prticas Integrativas e

    Complementares no SUS.

    ANEXO XI - Sade Indgena

    3

  • APRESENTAO

    As Prticas Integrativas e Complementares se enquadram no que a

    Organizao Mundial de Sade denomina de Medicina Tradicional e Medicina

    Complementar e Alternativa (MT/MCA) e sobre este tema, a OMS recomenda aos

    seus Estados-membros a elaborao de Polticas Nacionais voltadas

    integrao/insero da MT/MCA aos sistemas oficiais de sade, com foco na

    ateno primria de sade.

    Polticas pblicas contemplam diretrizes e linhas estratgicas de atuao

    governamental, as quais orientam legislao, programas, projetos e atividades para

    o desenvolvimento econmico e social do pas. Neste sentido, a Poltica Nacional

    de Prticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS (Portaria MS n 971,

    de 03/05/2006), elaborada por demanda da OMS e da populao brasileira, assim

    como pela necessidade de normatizao e harmonizao dessas prticas na rede

    pblica de sade, traz diretrizes e aes para insero de servios e produtos

    relacionados Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia e

    Plantas Medicinais e Fitoterapia, assim como cria os observatrios de sade para

    o Termalismo Social e da Medicina Antroposfica. A Poltica contempla ainda,

    responsabilidades dos entes federais, estaduais e municipais e traz entre os

    objetivos contribuir ao aumento da resolubilidade do Sistema e ampliao do

    acesso s prticas integrativas e complementares, garantindo qualidade, eficcia,

    eficincia e segurana no uso.

    A aprovao da Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares

    no SUS desencadeou o desenvolvimento de polticas, programas, aes e projetos

    em todas as instncias governamentais, pela institucionalizao destas prticas no

    SUS, restritas anteriormente a rea privada e/ou conveniada. Este relatrio de

    gesto contempla avanos nesses quatro anos de aprovao da PNPIC e os desafios

    para a consolidao das diretrizes desta Poltica Nacional, com vistas a otimizar

    tempo e recursos nas suas aes.

    Carmem De Simoni

    Coordenao Nacional de Prticas Integrativas e Complementares

    4

  • PRTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS: AVANOS E DESAFIOS

    1. HISTRICO

    1.1. A ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE E A MEDICINA TRADICIONAL E

    COMPLEMENTAR E ALTERNATIVA

    A Organizao Mundial da Sade (OMS), em parceria com o Fundo das Naes

    Unidas para a Infncia UNICEF promoveu a Conferncia Internacional sobre

    Ateno Primria em Sade em Alma-Ata, em 1978, pela necessidade de ao

    urgente dos governos, profissionais das reas de sade e desenvolvimento, bem

    como da comunidade mundial em proteger e promover a sade dos povos no

    mundo. A partir desta Conferncia, marco para a sade no mundo, a OMS passou a

    recomendar, entre outras, a incorporao da Medicina Tradicional1 na ateno

    primria em sade, pelo fato de grande parte da populao mundial depender das

    prticas tradicionais, em sua maioria plantas medicinais como recurso teraputico,

    no que se refere aos cuidados primrios em sade (OMS, 1978, 1979).

    A Declarao de Alma-Ata contempla entre suas recomendaes:

    formulao de polticas e regulamentaes nacionais referentes utilizao de

    remdios tradicionais de eficcia comprovada e explorao das possibilidades de se

    incorporar os detentores de conhecimento tradicional s atividades de ateno

    primria em sade, fornecendo-lhes treinamento correspondente (INTERNATIONAL

    CONFERENCE ON PRIMARY HEALTH CARE, 1978).

    Em virtude da relevncia do tema, a OMS instituiu no final da dcada de 70 o

    Programa de Medicina Tradicional que entre outras, tem formulado resolues no

    sentido de considerar o valor potencial da medicina tradicional em seu conjunto,

    para a expanso dos servios de sade regionais, assim como fornecer informaes

    e orientaes tcnicas a fim de propiciar as prticas de Medicina

    Tradicional/Medicina Complementar e Alternativa (MT/MCA) de forma segura e

    eficaz. Estas prticas esto cada vez mais popularizadas e valorizadas pelos pases

    e so incentivadas no somente pelos profissionais que atuam na rede bsica de

    1Abrange os conhecimentos, habilidades e prticas baseadas em teorias, crenas e experincias indgenas de diferentes culturas, explicveis ou no, utilizadas na manuteno da sade, to bem quanto em prevenes, diagnsticos ou tratamentos de doenas fsicas e mentais (WHO, 2005).

    5

  • sade dos pases em desenvolvimento, mas tambm naqueles onde a medicina

    convencional predominante no sistema de sade local (OMS, 2002).

    Posteriormente, a Organizao publicou a Estratgia da OMS para a

    Medicina Tradicional para 2002-2005, que contempla diagnstico, desafios e

    potencialidades da MT, assim como o papel e objetivos da Organizao no campo

    da MT/MCA. Neste documento, a OMS se props a respaldar os pases de modo a: -

    integrar a MT/MCA nos sistemas nacionais de sade, desenvolvendo e

    implementando polticas e programas nacionais (dos 191 Estados-membros apenas

    25 possuam polticas nacionais de MT); - promover a segurana, eficcia e

    qualidade da MT/MCA, ampliando a base de conhecimento sobre estas medicinas e

    fomentando a orientao sobre pautas normativas e de controle de qualidade; -

    aumentar a disponibilidade e acessibilidade das MT/MCA, com nfase ao acesso

    pelas populaes pobres e; - fomentar o uso racional das MT/MCA tanto pelos

    provedores quanto pelos consumidores (OMS, 2002).

    Em continuao aos esforos da OMS em promover a MT/MCA e sua

    integrao aos sistemas oficiais de sade, em maio de 2005, a OMS publicou o

    documento National Policy on Traditional Medicine and Regulation of Herbal

    Medicines onde discute a situao mundial a respeito das Polticas Nacionais de

    MT/MCA e Medicamentos oriundos de plantas medicinais. No diagnstico mundial

    promovido pela Organizao, aplicado aos seus 191 Estados-membros, verificou que

    dos 141 pases que responderam ao questionrio enviado, 32% (45) afirmaram

    possuir Poltica Nacional de MT/MCA em seu pas, representando aumento

    significativo em relao ao diagnstico anterior (WHO, 2005).

    Em continuidade aos estudos com Polticas Nacionais de MT/MCA nos seus

    Estados-membros, sobre o tema Integrao da Medicina Tradicional nos Sistemas

    Nacionais de Sade, a Organizao Mundial de Sade promoveu uma reunio, em

    Genebra Sua, no perodo de 12 a 14 de junho de 2006, precedida por

    diagnstico situacional, realizado por meio de questionrio enviado aos pases

    membros. Sob coordenao do Departamento de Cooperao Tcnica para Drogas

    Essenciais e Medicina Tradicional da OMS, a reunio objetivou discutir o status da

    Medicina Tradicional e Complementar Alternativa (MT/MCA) nos Sistemas Oficiais

    de Sade dos pases membros e os passos para integrao da MT/MCA nos sistemas

    nacionais de sade. Ressalta-se que o Brasil passou a fazer parte do grupo de pases

    que possuem Polticas Nacionais de MT/MCA, no ano de 2006, com a aprovao da

    6

  • Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no SUS (Portaria N

    971 de 03 de maio de 2006), apresentada nesse evento. Posteriormente, em

    novembro de 2006, a Organizao Mundial de Sade e o governo da Lombardia

    Itlia promoveram em Milo, Itlia, uma reunio tcnica com especialistas de

    diversos Estados-membros, onde se discutiu documentos tcnicos contendo as

    diretrizes para capacitao (treinamento) bsica e segurana em Fitoterapia, nas

    reas de Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda, Naturopatia, Medicina Unani

    (RODRIGUES & BARBANO, 2007).

    Sobre a Medicina Tradicional Chinesa, o governo da China, em parceria com

    a Organizao Mundial de Sade, promoveu em 2007, a Conferncia Internacional

    de Medicina Tradicional Chinesa para cooperao em Cincia e Tecnologia,

    ocorrida nos dias 28 e 29 de novembro, em Beijing/China. O evento contou com

    presena de ministros de estado e tcnicos de diversos pases, que discutiram os

    temas: - situao atual da MTC no mundo; - desafios e direo das pesquisas em

    MTC; - leis, regulamentaes e propriedade intelectual em MTC; - controle de

    qualidade de produtos da MTC; - pesquisa clnica e aplicao em MTC (incluindo

    diagnoses de MTC e Acupuntura); - globalizao da indstria em MTC: experincia,

    problemas e solues correspondentes.

    Nos debates foi ressaltada a contribuio e impacto positivo da Medicina

    Tradicional Chinesa sade no mundo, na poca, presente em mais de 100 pases,

    assim como a importncia da integrao da MTC com a Medicina Ocidental e da

    harmonizao das legislaes nos pases onde a MTC est inserida.

    Os temas abordados e as propostas da Conferncia tm interface com as

    Polticas Brasileiras, como a proposta de integrao da MT/MCA nos sistemas

    oficiais de sade, a promoo de cooperao nacional e internacional das

    experincias das Prticas Integrativas e Complementares nos campos da ateno,

    da educao permanente e da pesquisa em sade, formas de validao de

    produtos/frmulas da MTC, entre outros. Especificamente para Plantas Medicinais

    e Fitoterapia, destaca-se a importncia de se conhecer as tcnicas de controle de

    qualidade dos produtos e processos da MTC, assim como a forma de validao

    destes produtos voltados industrializao, pois assim como na MTC, a Medicina

    Tradicional/Popular e a fitoterapia ocidental se baseiam no uso de

    7

  • produtos/frmulas compostas, que demandam adequao ou validao de tcnicas

    e protocolos de pesquisa para desenvolvimento/validao de produtos.

    Da Conferncia Internacional de Medicina Tradicional Chinesa para

    cooperao em Cincia e Tecnologia resultou a Declarao de Beijing de

    Cooperao Internacional em Medicina Tradicional Chinesa em Cincia e

    Tecnologia e a Criao de Comit de Especialistas para o Programa Internacional

    de Medicina Tradicional Chinesa para Cooperao em Cincia e Tecnologia

    (RODRIGUES, 2007).

    Posteriormente, em novembro de 2008, a OMS promoveu o WHO Congress

    on Traditional Medicine, em Pequim, China, que contou com a presena de

    ministros de estado e tcnicos de diversos pases que debateram sobre a situao e

    propostas para a MT no mundo. Deste evento resultou a Declarao de Beijing,

    onde os participantes do congresso, considerando as recomendaes de Alma Ata,

    os documentos e recomendaes da OMS, a importncia da MT/MCA para a sade

    da populao, entre outros, elaboraram a seguinte declarao:

    Declarao de Beijing

    I. O conhecimento da medicina tradicional, tratamentos e prticas devem ser

    respeitados, preservados, e amplamente divulgados, respeitando as

    circunstncias de cada pas.

    II. Os governos tm responsabilidade pela sade de sua populao e devem

    formular polticas nacionais, regulamentos e normas, como parte dos

    sistemas nacionais de sade abrangentes para garantir a adequada, segura e

    efetiva utilizao da medicina tradicional.

    III. Reconhecendo os progressos realizados por muitos governos na integrao

    da medicina tradicional aos seus sistemas nacionais de sade, solicitamos a

    todos os que ainda no fizeram a tomar medidas.

    IV. A medicina tradicional deve ser desenvolvida com base na investigao e

    inovao, em sintonia com a "Estratgia Global e do Plano de Ao para a

    Sade Pblica, Inovao e Propriedade Intelectual", adotados quando da 61

    Assemblia Mundial da Sade em 2008. Governos, organizaes internacionais

    e outras partes interessadas devem colaborar na execuo da estratgia e do

    plano global de ao.

    8

  • V. Os governos devem estabelecer sistemas de qualificao, acreditao ou

    licenciamento dos praticantes da medicina tradicional. Praticantes da

    medicina tradicional devem atualizar os seus conhecimentos e competncias

    com base nos requisitos nacionais.

    VI. A comunicao entre a medicina tradicional e a convencional deve ser

    reforada nos programas de formao adequados e ser incentivada para

    profissionais de sade, estudantes de medicina e pesquisadores relevantes

    (traduo de parte do material produzido no evento, disponvel no ANEXO I).

    O mais recente evento promovido pela Organizao Mundial de Sade foi o II

    Workshop sobre Medicina Tradicional ocorrido em Shangai, China, de 21 a 24 de

    junho de 2010. Para discutir o tema Prestao de Servios e Avaliao em

    Medicina Tradicional nos Sistemas de Sade, e elaborar recomendaes para a MT

    no mundo, participaram 14 pases convidados pela OMS, onde se incluiu o Brasil

    como nico representante da Amrica Latina. Na oportunidade o Ministrio da

    Sade do Brasil, apresentou a Poltica Nacional de Prticas Integrativas e

    Complementares do SUS (PNPIC) e os avanos na integrao dessas prticas ao SUS.

    A programao incluiu ainda visitas a centros de referncia e servios de sade que

    atuam com a Medicina Tradicional Chinesa e Acupuntura.

    1.2. POLTICA NACIONAL DE PRTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO

    SUS

    No Brasil, a partir da dcada de 80 diversas aes e programas de

    fitoterapia, homeopatia e acupuntura, termalismo e tcnicas alternativas de sade

    mental foram implantadas na rede pblica de sade, principalmente a partir da

    publicao da Resoluo CIPLAN, em maro de 1988, que regulamentava essas

    prticas no servio pblico. Estas experincias e programas municipais e estaduais

    ocorrem de forma diferenciada com relao aos produtos e servios ofertados aos

    usurios, ou seja, em diferentes nveis de complexidade. Alguns estados e

    municpios possuem normas/regulamentao especfica para funcionamento dos

    servios e relao de medicamentos (fitoterpicos e/ou medicamentos

    homeopticos).

    Visando conhecer essas experincias com as Prticas Integrativas e

    Complementares no SUS, para formulao da Poltica Nacional, o Ministrio da

    9

  • Sade, por meio do Departamento de Ateno Bsica, realizou em 2004 um

    diagnstico nos 5560 municpios, onde 1342 responderam ao questionrio e em 232

    deles detectou-se a existncia de alguma prtica integrativa e/ou complementar

    inserida no sistema pblico de sade, representando 26 estados e um total de 19

    capitais.

    Ainda de acordo com o diagnstico de 2004, as Prticas Integrativas e

    Complementares mais frequentes foram as prticas complementares (62,9%) e a

    fitoterapia (50%), seguidas pela homeopatia (35,8%), acupuntura (34,9%) e

    medicina antroposfica (1,7%). Sobre a presena de lei ou ato municipal

    normatizando as aes e servios apenas 6% (16) dos estados/municpios

    responderam positivamente. Verificou-se ainda que as aes de todas as prticas

    integrativas e complementares acontecem preferencialmente na ateno bsica e

    na estratgia Sade da Famlia, em menor ocorrncia na ateno especializada,

    hospitais, servios de sade mental, entre outros (BRASIL, 2006c). A ateno

    bsica caracteriza-se por um conjunto de aes de sade, no mbito individual e

    coletivo, que abrangem a promoo e a proteo da sade, a preveno de

    agravos, o diagnstico, o tratamento, a reabilitao e a manuteno da sade

    (Poltica Nacional de Ateno Bsica, 2006). A Ateno Bsica tem a Sade da

    Famlia como estratgia prioritria para sua organizao, de acordo com os

    preceitos do Sistema nico de Sade e considera o sujeito em sua singularidade, na

    complexidade, na integralidade e na insero scio-cultural. neste contexto que

    as Prticas Integrativas e Complementares esto inseridas, o que justifica a maior

    insero na Ateno Bsica, acrescidas das aes de promoo e preveno da

    sade, contempladas nestas Prticas.

    A partir desse diagnstico e atendendo demanda da OMS, de formulao de

    Polticas Nacionais de MT/MCA visando integr-las aos sistemas oficiais de sade,

    demanda da populao brasileira pela valorizao das prticas tradicionais e

    necessidade de normatizao destas prticas inseridas no SUS, o Ministrio da

    Sade aprovou por meio da Portaria GM n 971, de 03 de maio de 2006 a Poltica

    Nacional de Prticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, com diretrizes

    e aes para insero de produtos e servios relacionados Medicina Tradicional

    Chinesa/Acupuntura, Homeopatia e Plantas Medicinais e Fitoterapia, assim como

    para observatrios de sade do Termalismo Social e da Medicina Antroposfica

    (BRASIL, 2006d). Ainda em 2006 e em consonncia com os movimentos mundiais, o

    Brasil edita as Polticas Nacionais de Ateno Bsica e Promoo da Sade que

    10

  • junto com a PNPIC compe um forte arcabouo legal para existncia das Prticas

    Integrativas e Complementares no SUS.

    Assim como preconizado pela OMS, a Poltica Nacional de Prticas

    Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS contempla as definies para as

    Prticas Integrativas e Complementares e se orienta pelas definies da OMS para

    MT/MCA; o papel do governo ou as responsabilidades institucionais para

    desenvolvimento da Poltica; estratgias para garantia de segurana e qualidade

    dos servios e produtos; recomendaes para elaborao ou adequao da

    legislao para produtos e processos; estratgia para educao e formao dos

    profissionais de sade; diretrizes para promoo do uso racional dos produtos,

    entre outras.

    O campo da PNPIC contempla sistemas mdicos complexos2 e recursos

    teraputicos3, os quais so tambm denominados pela Organizao Mundial de

    Sade OMS de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA)

    (WHO, 2002). Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular

    os mecanismos naturais de preveno de agravos e recuperao da sade por meio

    de tecnologias eficazes e seguras, com nfase na escuta acolhedora, no

    desenvolvimento do vnculo teraputico e na integrao do ser humano com o meio

    ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens

    abrangidas nesse campo so a viso ampliada do processo sade-doena e a

    promoo global do cuidado humano, especialmente do autocuidado (BRASIL,

    2006d).

    A Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares traz como

    objetivos:

    - Incorporar e implementar as Prticas Integrativas e Complementares no

    SUS, na perspectiva da preveno de agravos e da promoo e recuperao da

    sade, com nfase na ateno bsica, voltada para o cuidado continuado,

    humanizado e integral em sade.

    - Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema e ampliao do

    acesso s Prticas Integrativas e Complementares, garantindo qualidade,

    eficcia, eficincia e segurana no uso.

    2 Compreende-se por Sistemas Mdicos Complexos as abordagens do campo da MNPC que possuem teorias prprias sobre o processo sade/doena, diagnstico e teraputica. LUZ.T.M, Novos Saberes e Prticas em Sade Coletiva, So Paulo, Editora Hucitec, 20033 Compreende-se por recursos teraputicos aqueles instrumentos utilizados nos diferentes sistemas mdicos complexos.

    11

  • - Promover a racionalizao das aes de sade, estimulando alternativas

    inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentvel de

    comunidades.

    - Estimular as aes referentes ao controle/participao social, promovendo

    o envolvimento responsvel e continuado dos usurios, gestores e

    trabalhadores, nas diferentes instncias de efetivao das polticas de sade

    (BRASIL, 2006d).

    Entre as diretrizes gerais da Poltica Nacional cabe destacar:

    Estruturao e fortalecimento da ateno em PNPIC no SUS.

    Esta diretriz traz, entre as aes, a articulao com a Poltica Nacional de

    Ateno a Sade dos Povos Indgenas e demais polticas do Ministrio da Sade,

    com vistas, principalmente articulao com as aes da Medicina Tradicional

    Indgena, como preconiza a OMS.

    - Desenvolvimento de estratgias de qualificao em PNPIC para

    profissionais no SUS, em conformidade com os princpios e diretrizes

    estabelecidos para Educao Permanente.

    - Divulgao e informao dos conhecimentos bsicos da PNPIC para

    profissionais de sade, gestores e usurios do SUS, considerando as

    metodologias participativas e o saber popular e tradicional.

    - Estmulo s aes intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o

    desenvolvimento integral das aes.

    - Promoo de cooperao nacional e internacional das experincias da

    PNPIC nos campos da ateno, da educao permanente e da pesquisa em

    sade (BRASIL, 2006d).

    A Poltica contempla ainda diretrizes especficas insero de servios e

    produtos relacionados Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia e

    Plantas Medicinais e Fitoterapia, alm das responsabilidades institucionais para as

    trs esferas de governo e preconiza atuao multiprofissional e participao

    popular em todas as etapas de implementao desta Poltica Nacional.

    12

  • 2.0 PROGRAMAS E AES EM PRTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO

    SUS, RELACIONADAS AOS CUIDADOS PRIMRIOS EM SADE

    O processo de formulao da PNPIC e sua aprovao promoveram debate

    nacional sobre o tema e instituram demandas e aes para incremento do acesso

    da populao a servios de qualidade e eficazes dessas prticas no SUS. No mbito

    internacional, o Brasil passou a integrar os Estados-membros da OMS com Polticas

    Nacionais em Medicina Tradicional e Complementar e Alternativa, com vistas

    integrao destas prticas aos sistemas oficiais de sade.

    2.1. Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos

    A Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos veio atender a

    demanda por diretrizes que abrangessem toda a cadeia produtiva de plantas

    medicinais e fitoterpicos, uma vez que as aes transcendem o setor sade. A

    Poltica Nacional, projeto conjunto entre rgos governamentais e no

    governamentais, foi elaborada por Grupo de Trabalho Interministerial, constitudo

    por representantes dos ministrios da Sade (coordenao); Casa Civil; Integrao

    Nacional; Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior; Desenvolvimento

    Agrrio; Cincia e Tecnologia; Meio Ambiente; Agricultura, Pecuria e

    Abastecimento; Desenvolvimento Social e Combate a Fome e por representantes da

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria e Fundao Oswaldo Cruz (BRASIL, 2005).

    Em 22 de junho de 2006, a Poltica Nacional de Plantas Medicinais e

    Fitoterpicos foi aprovada na forma do Decreto Presidencial n. 5.813, que tambm

    instituiu o grupo de trabalho interministerial para elaborar o Programa Nacional de

    Plantas Medicinais e Fitoterpicos, em conformidade com as diretrizes da Poltica

    Nacional (BRASIL, 2006b).

    A Poltica Nacional traz como objetivo garantir populao brasileira do

    acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterpicos, promovendo o

    uso sustentvel da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da

    indstria nacional.

    13

  • Entre as diretrizes contempladas no documento destaca-se a diretriz 09:

    Garantir e promover segurana, eficcia e qualidade no acesso a plantas

    medicinais e fitoterpicos. Na implementao desta diretriz, caber, entre

    outros: Implementar a Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos no

    mbito do SUS em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela Poltica

    Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no SUS e pela Poltica Nacional

    de Assistncia Farmacutica (BRASIL, 2006b), o que demonstra a interao entre

    as trs polticas nacionais, dentro dos princpios e diretrizes do Sistema nico de

    Sade.

    A Poltica Nacional preconiza para sua implantao a formulao de

    Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e instituio de Comit

    Nacional, formado por representantes de rgos governamentais e no-

    governamentais para monitoramento e avaliao das aes da Poltica (BRASIL,

    2008).

    2.2. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos

    Em conformidade com as recomendaes da Poltica Nacional e com vistas

    implementao das suas diretrizes foi institudo um Grupo de Trabalho

    Interministerial (GTI), formado por representantes dos ministrios da Sade

    (coordenao); Casa Civil; Integrao Nacional; Desenvolvimento, Indstria e

    Comrcio Exterior; Desenvolvimento Agrrio; Cincia e Tecnologia; Cultura; Meio

    Ambiente; Agricultura, Pecuria e Abastecimento; Desenvolvimento Social e

    Combate a Fome e por representantes da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria e

    Fundao Oswaldo Cruz (Portaria n. 2.311/Ministrio da Sade, de 29 de setembro

    de 2006, republicada em 22 de fevereiro de 2007), com o objetivo de elaborar o

    Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos (BRASIL, 2006, 2007).

    Este GTI, orientado pelas diretrizes e linhas de ao da Poltica Nacional,

    elaborou a proposta de Programa Nacional, que foi submetida consulta pblica e,

    aps consolidao das contribuies, s instncias superiores para avaliao e

    aprovao.

    O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos foi aprovado em

    09 de dezembro de 2008, por meio da Portaria Interministerial N 2.960, que

    tambm cria o Comit Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos, com

    representantes de rgos governamentais e no governamentais, estes com

    representantes de todos os biomas brasileiros (BRASIL, 2008a).

    14

  • O Programa Nacional, em conformidade com as diretrizes da Poltica

    Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e de Prticas Integrativas e

    Complementares no SUS, traz aes, gestores, rgos envolvidos, prazos e origem

    dos recursos para implementao destas aes com abrangncia de toda a cadeia

    produtiva. Sobre a insero das plantas medicinais e fitoterpicos e

    desenvolvimento do servio no SUS, cabe destacar as seguintes aes:

    - Estruturar e fortalecer a ateno em Fitoterapia, incorporando o uso de

    plantas medicinais e fitoterpicos nos diferentes nveis de complexidade do

    Sistema, dentro da lgica de apoio, participao e co-responsabilizao com

    as ESF, com nfase na ateno bsica, por meio de aes de preveno de

    doenas e de promoo e recuperao da sade.

    - Estabelecer critrios tcnicos para o uso de plantas medicinais e

    fitoterpicos, em todos os nveis de complexidade, de modo a garantir a

    oferta de servios seguros, efetivos e de qualidade, avaliando as iniciativas

    j existentes nas unidades federadas.

    - Apoiar tcnica ou financeiramente projetos de qualificao de

    profissionais para atuao na rea de informao, comunicao e educao

    popular, que atuem nas -- Estratgias de Sade da Famlia e Agentes

    Comunitrios de Sade.

    - Estabelecer intercmbio tcnico-cientfico e cooperao tcnica visando o

    conhecimento e a troca de informaes decorrentes das experincias no

    campo da ateno sade, formao, educao permanente e pesquisa com

    unidades federativas e com pases, onde esteja integrada ao servio pblico

    de sade (BRASIL, 2008a).

    O Programa Nacional o principal instrumento para orientao dos gestores

    federais na implantao das diretrizes da Poltica Nacional, assim como subsidia o

    trabalho do Comit Nacional no monitoramento e avaliao das aes. Cabe

    ressaltar que a Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos documento

    de Estado e j o Programa instrumento de governo para implantao das aes,

    com prazos e responsabilidades, necessitando portanto reviso e atualizao a cada

    gesto do governo federal.

    15

  • 2.3. Normatizao para Prticas Integrativas e Complementares no SUS - 2006 -

    2010

    A implementao das diretrizes e aes da Poltica Nacional de Prticas

    Integrativas e Complementares no SUS, assim como da Poltica Nacional de Plantas

    Medicinais e Fitoterpicos, demanda normas e regulamentos para oferta de

    produtos e servios de qualidade, seguros e eficazes. Neste sentido, cabe destacar:

    RDC n 219/ANVISA, de 22 de dezembro de 2006. Aprova a incluso do

    uso das espcies vegetais e parte(s) de espcies vegetais para o preparo

    de chs constante da Tabela 1 do ANEXOdesta Resoluo em

    complementao as espcies aprovadas pela Resoluo ANVISA RDC n.

    267, de 22 de setembro de 2005.

    Decreto Presidencial n 5.813, de 22 de junho de 2006, que aprova a

    Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e d outras

    providncias.

    Portaria GM n 853, Ministrio da Sade, de 17 de novembro de 2006,

    que em seu artigo 1 contempla incluir na Tabela de

    Servios/classificao do Sistema de Cadastro Nacional de

    Estabelecimentos de Sade SCNES de Informaes do SUS, o servio de

    cdigo 068 Prticas Integrativas e Complementares.

    Portaria GM 2.311/Ministrio da Sade, de 29 de setembro de 2006,

    republicada em 22 de fevereiro de 2007, que nomeia grupo de trabalho

    interministerial para elaborar o Programa Nacional de Plantas Medicinais e

    Fitoterpicos.

    Portaria N 1996/GM, Ministrio da Sade, de 20 de agosto de 2007.

    Dispe sobre as diretrizes para a implementao da Poltica Nacional de

    Educao Permanente em Sade e d outras providncias.

    RDC n 67/ANVISA, de 08 de outubro de 2007. Dispe sobre o

    Regulamento Tcnico sobre Boas Prticas de Manipulao de Preparaes

    Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmcias e seus Anexos.

    16

  • Portaria N 16/MS/SCTIE, de 19 de dezembro de 2007. Dispe sobre a

    Consulta Pblica do Programa Nacional de Plantas Medicinais e

    Fitoterpicos.

    Portaria N 3237/GM, do Ministrio da Sade, de 24 de dezembro de

    2007. Aprova as normas de execuo e de financiamento da assistncia

    farmacutica na ateno bsica em sade e define o Elenco de Referncia

    de medicamentos e insumos complementares para a Assistncia

    Farmacutica na Ateno Bsica.

    Portaria GM N 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em 04 de

    maro de 2008. Cria os ncleos de Apoio Sade da Famlia NASF.

    Portaria SAS/MS N 154 de 18 de maro de 2008. Institui o Cadastro

    Nacional de Estabelecimentos de Sade, o manual e o Sistema SCNES.

    Resoluo N 477 de 28 de maio de 2008, do Conselho Federal de

    Farmcia. Dispe sobre as atribuies do farmacutico no mbito das

    plantas medicinais e fitoterpicos e d outras providncias.

    Portaria n 1274/GM, Ministrio da Sade, de 25 de junho de 2008.

    Institui Grupo Executivo para o Programa Nacional de Plantas Medicinais e

    Fitoterpicos.

    RDC N 87/ANVISA, de 21 de novembro de 2008. Altera o regulamento

    tcnico sobre Boas Prticas de Manipulao em Farmcias.

    RDC N 95/ANVISA, de 11 de dezembro de 2008. Regula o texto de bula

    de medicamentos fitoterpicos.

    Portaria Interministerial n 2.960, de 09 de dezembro de 2008. Aprova o

    Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos e cria o Comit

    Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.

    17

  • Instruo Normativa N 05/ANVISA, de 11 de dezembro de 2008.

    Determina a publicao da "Lista de medicamentos fitoterpicos de

    registro simplificado".

    RDC N 95/ANVISA, de 11 de dezembro de 2008. Regula o texto de bula

    de medicamentos fitoterpicos.

    Portaria SAS N 84, de 25 de maro de 2009. Adequa o servio

    especializado 134 Servio de Prticas Integrativas e sua classificao 001

    Acupuntura.

    Instruo Normativa N 10, de 17 de agosto de 2009. Aprova a relao

    dos medicamentos isentos de prescrio que podero permanecer ao

    alcance dos usurios para obteno por meio de auto-servio em

    farmcias e drogarias.

    Portaria N 2982/GM, do Ministrio da Sade, de 26 de novembro de

    2009. Aprova as normas de execuo e de financiamento da Assistncia

    Farmacutica na Ateno Bsica e define o Elenco de Referncia de

    medicamentos e insumos complementares para a Assistncia

    Farmacutica na Ateno Bsica.

    RDC N 14, de 31 de maro de 2010. Dispe sobre o registro de

    medicamentos fitoterpicos.

    RDC N 10, de 09 de maro de 2010. Dispe sobre a notificao de drogas

    vegetais junto ANVISA.

    Instruo Normativa N 05, de 31 de maro de 2010. Estabelece a lista

    de referncias bibliogrficas para avaliao de segurana e eficcia de

    medicamentos fitoterpicos.

    RDC N 17, 16 de abril de 2010. Dispe sobre as Boas Prticas de

    Fabricao de Drogas Vegetais sujeitas a notificao.

    18

  • Portaria GM n 886, de 20 de abril de 2010. Institui a Farmcia Viva no

    mbito do Sistema nico de Sade (SUS).

    Portaria GM 1.102, de 12 de maio de 2010. Constitui comisso tcnica e

    multidisciplinar de elaborao e atualizao da Relao Nacional de

    Plantas Medicinais e Fitoterpicos COMAFITO.

    2.4. Regulamentao Estadual/Municipal para Prticas Integrativas e

    Complementares no SUS

    Alguns estados e municpios elaboraram polticas e/ou regulamentao para

    o servio de prticas integrativas e complementares na rede pblica de sade,

    orientados pela Poltica Nacional. O documento da PNPIC referencial para estados

    e municpios formularem suas polticas, assim como a estratgia de formulao e

    aprovao adotadas pelo governo federal. Sobre as iniciativas estaduais/municipais

    voltadas a normatizao do servio de prticas na ateno primria de sade,

    pode-se citar:

    Cear

    Decreto N 30.016, de 30 de dezembro de 2009. Regulamenta a Lei Estadual N

    12.951, de 07 de outubro de 1999, que dispe sobre a Poltica de Implantao da

    Fitoterapia em Sade Pblica no Estado do Cear.

    Esprito Santo

    Resoluo N 543/2008 do Conselho Estadual de Sade do Esprito Santo. Aprova a

    Proposta de Institucionalizao da Poltica das Prticas Integrativas e

    Complementares: homeopatia, acupuntura e fitoterapia, no Estado do Esprito

    Santo.

    Lei N 7.684 da Cmara Municpal de Vitria, Estado do Esprito Santo, de 03 de

    junho de 2009. Dispe sobre a institucionalizao da Poltica Municipal de Plantas

    Medicinais e Medicamentos Fitoterpicos e d outras providncias.

    Minas Gerais

    Portaria N 1444, de 24 de maro de 2008, da Secretaria de Estado da Sade de

    Minas Gerais. Institui Comisso para elaborar a Poltica Estadual de Prticas

    Integrativas e Complementares no SUS, do Estado de Minas Gerais.

    19

  • Resoluo N 1885, de 27 de maio de 2009, da Secretaria Estadual de Sade do

    Estado de Minas Gerais. Aprova a Poltica Estadual de Prticas Integrativas e

    Complementares.

    Par

    Decreto Estadual, n 2618 de 25/11/2010, que aprova a Poltica Estadual de

    Plantas Medicinais e Fitoterpicos e d outras providncias

    Rio de Janeiro

    Lei Estadual n 5471, de 10 de junho de 2009, estabelece no mbito do Estado do

    Rio de Janeiro, a criao do Programa de Terapias Naturais.

    Rio Grande do Sul

    Projeto de Lei N 108/2006, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do

    Sul. Institui a Poltica Intersetorial de Plantas Medicinais e de Medicamentos

    Fitoterpicos no Estado do Rio Grande do Sul e d outras providncias.

    Lei N 2636, de 10 de janeiro de 2007. Institui a Poltica Intersetorial de Plantas

    Medicinais e de medicamentos Fitoterpicos no Municpio de Gravata.

    Santa Catarina

    Instruo Normativa/SMS n 4, de 12 de novembro de 2010

    Estabelece normas gerais para a insero das PICs na rede municipal de sade de

    Florianpolis.

    Portaria n 047/SMS, de 12 de novembro de 2010. Implantar normas gerais para o

    desenvolvimento das Prticas Integrativas e Complementares na Rede Municipal de

    Sade de Florianpolis, em consonncia com as diretrizes da Poltica Nacional de

    Prticas Integrativas e Complementares, conforme a Instruo Normativa em anexo

    nesta portaria.

    So Paulo

    Lei N 14.682, de 30 de janeiro de 2008. Instituiu no mbito do Municpio de So

    Paulo, o Programa Qualidade de Vida com Medicinas Tradicionais e Prticas

    Integrativas em Sade. Em seu pargrafo nico consta: o programa ora institudo

    no "caput" deste artigo ser realizado nos hospitais e postos de sade da rede

    pblica, nas escolas municipais, em praas, ruas, avenidas, parques, escolas e

    reas verdes da cidade.

    20

  • Decreto N 49.596, de 11 de junho de 2008. Regulamenta a Lei n 14.682, de 30

    de janeiro de 2008, que institui, no mbito do Municpio de So Paulo, o Programa

    Qualidade de Vida com Medicinas Tradicionais e Prticas Integrativas em Sade. No

    Art. 2 consta constituem objetivo principal do Programa as atividades de

    promoo e recuperao de sade, por meio de medicinas tradicionais,

    homeopatia, alimentao saudvel, plantas medicinais. O art. 4, em seu 3

    pargrafo contempla: a Secretaria Municipal da Sade implementar

    atendimento em acupuntura e homeopatia e desenvolver aes de incentivo ao

    uso de plantas medicinais, com a participao e o apoio de outras Secretarias que

    desenvolvem atividades afins.

    Lei N 14.903, de 06 de fevereiro de 2009. Dispe sobre a criao do Programa de

    Produo de Fitoterpicos e Plantas Medicinais no Municpio de So Paulo e d

    outras providncias. Em seu Art. 1 contempla: fica criado no Municpio de So

    Paulo o Programa Municipal de Produo de Fitoterpicos e Plantas Medicinais, com

    o objetivo de proporcionar populao acesso a medicamentos naturais eficazes,

    com orientao e uso corretos. No Art 1, 1 contempla para definio desta lei,

    utiliza-se das Diretrizes da Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos.

    Vale ressaltar que se consideram medicamentos fitoterpicos, para fins desta lei,

    aqueles resultantes de procedimentos realizados atravs do uso de plantas

    medicinais frescas ou dessecadas sob a forma de infuses, tinturas, xaropes, ps,

    supositrios, pomadas, cremes, elixires, cpsulas gelatinosas, entre outras.

    Projeto de Lei n 770, de 2010 DOE de 24/11/10 p.20 seo Leg. n 221 - Institui,

    no mbito do Estado de So Paulo, a Poltica Estadual de Prticas Integrativas e

    Complementares no Sistema nico de Sade e d outras providncias.

    Decreto n 51.435, de 26 de abril de 2010. Regulamenta a Lei n 14.903, de 6 de

    fevereiro de 2009, que institui o Programa de Produo de Fitoterpicos e Plantas

    Medicinais no Municpio de So Paulo.

    2.5. Ncleos de Apoio Sade da Famlia NASF.

    Os Ncleos de Apoio Sade da Famlia - NASF foram institudos com o

    objetivo de ampliar a abrangncia e o escopo das aes da ateno bsica, bem

    como sua resolubilidade, apoiando a insero da estratgia de Sade da Famlia na

    rede de servios e o processo de territorializao e regionalizao a partir da

    ateno bsica.

    21

  • A Portaria GM N 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em 04 de maro

    de 2008, que institui o NASF considera, entre outros, a Poltica Nacional de

    Prticas Integrativas e Complementares - PNPIC no SUS, a Portaria n 971/GM, de

    03 de maio de 2006, que regulamenta o desenvolvimento das aes que

    compreendem o universo de abordagens denominado pela Organizao Mundial da

    Sade - OMS de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa - MT/MCA, a

    Homeopatia, a Acupuntura, a Fitoterapia e o Termalismo Social/Crenoterapia.

    Profissionais que atuam com as Prticas Integrativas e Complementares

    foram contemplados no NASF como citado no Art. 3 2 onde determina que para

    efeito de repasse de recursos federais, podero compor os NASF 1 as seguintes

    ocupaes do Cdigo Brasileiro de Ocupaes - CBO: Mdico Acupunturista;

    Assistente Social; Profissional da Educao Fsica; Farmacutico; Fisioterapeuta;

    Fonoaudilogo; Mdico Ginecologista; Mdico Homeopata; Nutricionista; Mdico

    Pediatra; Psiclogo; Mdico Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional.

    A Portaria contempla ainda as seguintes aes das Prticas Integrativas e

    Complementares como forma de orientao aos profissionais nos ncleos:

    - desenvolver aes individuais e coletivas relativas s Prticas Integrativas e

    Complementares;

    - veicular informaes que visem preveno, minimizao dos riscos e

    proteo vulnerabilidade, buscando a produo do auto-cuidado;

    - incentivar a criao de espaos de incluso social, com aes que ampliem o

    sentimento de pertinncia social nas comunidades, por meio das aes

    individuais e coletivas referentes s Prticas Integrativas e Complementares;

    - proporcionar Educao Permanente em Prticas Integrativas e

    Complementares, juntamente com as ESF, sob a forma da coparticipao,

    acompanhamento supervisionado, discusso de caso e demais metodologias da

    aprendizagem em servio, dentro de um processo de Educao Permanente;

    - articular aes, de forma integrada s ESF, sobre o conjunto de prioridades

    locais em sade que incluam os diversos setores da administrao pblica;

    - contribuir para a ampliao e a valorizao da utilizao dos espaos

    pblicos de convivncia como proposta de incluso social e combate

    violncia;

    22

  • - identificar profissionais e/ou membros da comunidade com potencial para o

    desenvolvimento do trabalho educativo em Prticas Integrativas e

    Complementares, em conjunto com as ESF;

    - capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunitrios de Sade - ACS,

    para atuarem como facilitadores/monitores no processo de divulgao e

    educao em sade referente s Prticas Integrativas e Complementares;

    - promover aes ligadas s Prticas Integrativas e Complementares junto aos

    demais equipamentos pblicos presentes no territrio - escolas, creches etc; e

    - realizar atividades clnicas pertinentes a sua responsabilidade profissional

    (Portaria GM N 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em 04 de maro

    de 2008).

    N m e r o d e P r o f is s io n a is N A S F , p o r C a t e g o r ia O c u p a c io n a l e C a r g a H o r r i a , B r a s i l0 2 0 0 4 0 0 6 0 0 8 0 0 1 0 0 0 1 2 0 0 1 4 0 0 1 6 0 0

    A s s is te n t e S o c ia l

    F a r m a c u t i c o

    F is io t e r a p e u ta (2 0 -3 9 h rs )

    F is io te ra p e u t a ( 4 0 h r s )

    F o n o a u d i l o g o

    M d ic o a c u p u n tu r is t a (2 0 -3 9 h r s )

    M d ic o a c u p u n tu r is t a (4 0 h rs )

    M d ic o g in e c o lo g is t a (2 0 -3 9 h r s )

    M d ic o g in e c o lo g is t a ( 4 0 h r s )

    M d ic o h o m e o p a ta ( 2 0 -3 9 h rs )

    M d ic o h o m e o p a t a (4 0 h rs )

    M d ic o p e d ia t r a (2 0 -3 9 h rs )

    M d ic o p e d ia t r a ( 4 0 h r s )

    M d ic o p s iq u ia t ra (2 0 -3 9 h rs )

    M d ic o p s iq u ia t r a ( 4 0 h r s )

    N u t r ic io n i s ta

    P ro f is s io n a l d e E d u c a o F s ic a

    P s ic lo g o

    T e r a p e u t a O c u p a c io n a l ( 2 0 -3 9 h r s )

    T e r a p e u ta O c u p a c io n a l ( 4 0 h r s )

    O u t r o s p ro f is s io n a is

    CBO

    N m e r o d e P r o f is s io n a is

    C r e d e n c ia d o sN o C r e d e n c ia d o s

    23

  • 24

    EQUIPES DE NASF E PROFISSIONAIS PICs CADASTRADOS* BRASIL.

    UF Competncia CNES 10/2010N de equipes de NASF Mdico

    acupunturista (20-39hrs)

    Mdico acupunturista

    (40hrs)

    Mdico homeopata (20-39hrs)

    Mdico homeopata

    (40hrs) Situao do cadastro** ENASF Total

    TOCom credenciamento 12 0 1 0 0Sem credenciamento 0 0 0 0 0Total 12 0 1 0 0

    MACom credenciamento 72 0 1 0 0Sem credenciamento 3 0 0 0 0Total 75 0 1 0 0

    RNCom credenciamento 33 0 1 0 0Sem credenciamento 2 0 0 0 0Total 35 0 1 0 0

    PBCom credenciamento 87 0 1 1 0Sem credenciamento 0 0 0 0 0Total 87 0 1 1 0

    BACom credenciamento 102 0 0 1 1Sem credenciamento 8 0 0 0 0Total 110 0 0 1 1

    MGCom credenciamento 217 3 2 7 2Sem credenciamento 2 0 0 0 0Total 219 3 2 7 2

    RJCom credenciamento 45 0 0 1 0Sem credenciamento 1 0 0 0 0Total 46 0 0 1 0

    SPCom credenciamento 119 4 0 3 4Sem credenciamento 1 0 0 0 0Total 120 4 0 3 4

    MSCom credenciamento 32 0 1 1 0Sem credenciamento 0 0 0 0 0Total 32 0 1 1 0

    Bra

    sil Com credenciamento 1288 7 7 14 7

    Sem credenciamento 37 0 0 0 0Total 1325 7 7 14 7

    Fonte: SCNES *Foram considerados todos os profissionais da equipe mnima cadastrados no CNES.**O termo "Cadastro" refere-se s equipes cadastradas no CNES

  • 2.6. Acompanhamento e Monitoramento das aes das PICs no SUS

    2.6.1 Relativo insero das PICs

    Em 2008, prvio ao Seminrio Internacional de PICS, o MS realizou o segundo

    diagnstico nacional para monitorar a insero das PICS no SUS (ANEXO II).

    Desde a edio da PNPIC, muitas aes foram desencadeadas para aprimorar

    o acompanhamento e monitoramento, tanto dos servios como das aes relativas

    s PICS no SUS. Para tal foram editadas portarias e desenvolvido instrumentos

    orientativos aos gestores municipais, que se encontram publicados na pgina do

    DAB www.saude.gov.br/dab.

    O monitoramento da evoluo da insero das PICS no SUS, por meio das

    informaes de base nacional, que incluem o acompanhamento das sries histricas

    dos servios, das aes das PICS no SUS e do repasse de recursos encontram-se no

    (ANEXO III).

    2.6.2 Observatrio de Sade em Medicina Antroposfica

    Relativo s aes referentes ao Observatrio da Sade para a Medicina

    Antroposfica (MA), constante na Portaria GM n 1600, destaca-se o primeiro

    monitoramento das aes desta Medicina no SUS, em 2009. Aps debate com

    instituies e profissionais relacionados Medicina Antroposfica, formatou-se

    instrumento luz das diretrizes da PNPIC, e embasados na conceituao de Avedis

    Donabedian que prope um modelo unificado de avaliao. Neste sentido, foram

    considerados os seguintes aspectos: estruturao de servios; qualificao,

    pesquisa, e outras, e monitoramento e avaliao. O instrumento foi construdo de

    forma modular e o documento final foi transcrito para o modelo de formulrio

    utilizado no SUS, FORMSUS (www.formsus.datasus.gov.br) para tabulao final

    (ANEXO IV).

    2.6.3 Observatrio de Sade em Termalismo Social/Crenoterapia

    A Portaria GM 971, de 03 de Maio de 2006, incentiva a criao de observatrios

    de Sade onde haja experincias relacionadas ao termalismo/crenoterapia no mbito

    do pblico.

    25

  • Em se tratando do uso das guas minerais como recurso teraputico, deve-se

    considerar a gua como um recurso intrnseco ao cuidado humano, seja para uso

    externo, ingesto, infuso sangunea, umidificao do ambiente e das vias areas,

    dentre outros usos.

    Para tal a Coordenao Nacional de Prticas Integrativas e Complementares,

    buscou parceria com o Departamento Nacional de Produtos Minerais, com as

    Associaes e profissionais que atuam junto a rea, para mapear a situao das

    guas termais no Brasil, quer do ponto de vista de sua composio fsico qumica,

    quer relativo temperatura na fonte das guas termais encontradas em diversos

    municpios brasileiros.

    Para facilitar a compreenso, elaborou-se um documento com glossrio

    termal, classificaes fsico-qumicas, usos teraputicos, assim como fontes termais

    por municpio e estado, disponvel no ANEXO V deste relatrio.

    2.6.4 Outras aes monitoradas

    A partir da Poltica Nacional de Promoo da Sade, o MS incentivou por

    meio de editais, projetos que tinham como um dos temas a atividade fsica e

    prticas corporais.

    Em pesquisa realizada pelo MS junto Rede de Promoo da Sade

    identificou-se que de um total de 1000 projetos aprovados, 118 eram relativos a

    prticas corporais integrativas como Lian Gong, Shiatsu, entre outras.

    2.7. Assistncia Farmacutica em Fitoterapia e Homeopatia

    O Ministrio da Sade visando consolidao das Relaes Nacionais de

    Plantas Medicinais e de Fitoterpicos constituiu a Comisso Tcnica e

    Multidisciplinar de elaborao e atualizao da Relao Nacional de Plantas

    Medicinais e Fitoterpicos COMAFITO, por meio da Portaria GM 1.102, de 12 de

    maio de 2010. Esta comisso coordenada pelo Departamento de Assistncia

    Farmacutica, da Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos, possui

    representaes do Ministrio da Sade (Secretaria de Cincia, Tecnologia e

    Insumos Estratgicos: Departamentos de Assistncia Farmacutica, do Complexo

    Industrial e Inovao em Sade e de Cincia e Tecnologia; Secretaria de Ateno a

    Sade; Secretaria Executiva; Fundao Oswaldo Cruz; Agncia Nacional de

    Vigilncia Sanitria; Farmacopia Brasileira); Sociedade Cientfica e cinco

    26

  • representantes de Universidades. As Relaes Nacionais de Plantas Medicinais e de

    Fitoterpicos se propem a orientar gestores e profissionais de sade em relao s

    espcies de plantas medicinais e fitoterpicos a serem disponibilizados pelo

    Sistema, de forma a garantir produtos seguros e eficazes.

    Quanto oferta de medicamentos fitoterpicos e homeopticos, o Ministrio

    da Sade aps pactuao com os Estados e Municpios, incluiu no Elenco de

    Referncia da Assistncia Farmacutica na Ateno Bsica (Portaria n 4.217, de

    29/12/2010, que aprova as normas de financiamento e execuo do Componente

    Bsico da Assistncia Farmacutica, e revoga a portaria n 2982, de 26/11/09), os

    produtos da farmacopeia homeoptica brasileira e 08 medicamentos fitoterpicos

    passveis de financiamento com recursos tripartite com dispensao no SUS. So

    eles: a Alcachofra (Cynara scolymus); Aroeira (Schinus terebinthifolius); Cscara-

    sagrada (Rhamnus purshiana); Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia); Garra-do-

    diabo (Harpagophytum procumbens); Guaco (Mikania glomerata); Isoflavona de

    Soja (Glycine max); Unha-de-gato (Uncaria tomentosa).

    27

  • PACTUAO MEDICAMENTOS FITOTERPICOS

    Estados que pactuaram medicamentos fitoterpicos

    PACTUAO MEDICAMENTOS HOMEOPTICOS

    Estados que pactuaram medicamentos homeopticos

    Fonte: DAF/SCTIE/MS acesso em novembro de 2010.

    28

  • 2.8. Formao e Educao Permanente

    O Ministrio da Sade, responsvel pela Poltica de Educao na Sade,

    conta com as seguintes estratgias para formao/educao dos profissionais de

    sade: o Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS); o Programa Nacional de

    Telessade; o Programa de Educao Permanente pelo Trabalho para a Sade PET

    Sade; Cursos de Especializao e Mestrado Profissionalizante; entre outros.

    Aliado a isto se deve considerar as estratgias de capacitao promovidas pelos

    estados e municpios em conformidade com a Poltica Nacional. Atualmente,

    importante demanda para educao permanente em Prticas Integrativas e

    Complementares a definio de contedos mnimos para capacitao/formao

    dos profissionais de sade envolvidos no servio, sendo o primeiro voltado

    sensibilizao de todos os profissionais de sade e os demais especficos para cada

    categoria profissional.

    Com relao a plantas medicinais e fitoterapia, existem vrias iniciativas

    locais de capacitao de profissionais de sade como: Braslia-DF, Fortaleza-CE,

    Vitria-ES, So Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Foz do Iguau-PR (Programa Cultivando

    gua Boa da Itaipu Binacional), dentre outros. O Ministrio da Sade, por meio de

    cooperao horizontal, participa como responsvel por mdulos do tema

    Fitoterapia na Sade Pblica, nesses cursos de capacitao, e tem incentivado,

    por meio destas polticas pblicas, a incluso de disciplinas de interesse do SUS nos

    currculos dos cursos de graduao na rea da sade. Alm disso, nos cursos de

    especializao promovidos pelo MS tem-se inserido mdulos sobre fitoterapia e

    outras prticas integrativas e complementares e existe proposta de contedo de

    curso multidisciplinar de capacitao para profissionais da Sade da Famlia, NASF

    e gestores do SUS, elaborada pela Coordenao Nacional de Prticas Integrativas e

    Complementares (ANEXO VI). Estas estratgias de capacitao/formao de

    profissionais de sade buscam principalmente a promoo do uso racional de

    plantas medicinais e dos fitoterpicos no SUS.

    2.9. Pesquisa e Desenvolvimento

    O desenvolvimento das Polticas Nacionais de Ateno Bsica, de Prticas

    Integrativas e Complementares e de Plantas Medicinais e Fitoterpicos, cujas

    discusses iniciaram em 2003 at a aprovao em 2006, promoveu o investimento

    em projetos de pesquisa com as prticas integrativas e complementares pelo

    29

  • Ministrio da Sade, por meio do Departamento de Cincia e Tecnologia (DECIT),

    em parceria com o CNPq, FINEP e UNESCO, em conformidade com a Agenda

    Nacional de Prioridades de Pesquisa em Sade. Outra forma de apoio a projetos

    pelo Ministrio da Sade por meio de fomento descentralizado pesquisa nos

    Estados, pelo Programa Pesquisa para o SUS: gesto compartilhada em sade

    (PPSUS).

    O valor total investido nos projetos com plantas medicinais - fitoterapia foi

    de R$10,56 milhes, somando recursos do MS/SCTIE/DECIT e instituies parceiras

    citadas. Quanto modalidade de fomento foram 23 projetos de fomento nacional,

    01 de contratao direta e 55 de fomento descentralizado pelo Programa de

    Pesquisa para o SUS (PPSUS). Ressalta-se a importncia dos direcionamentos das

    Polticas Nacionais, da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Sade e da

    Relao Nacional de Plantas Medicinais de Interesse para o SUS RENISUS,

    publicada pelo Departamento de Assistncia Farmacutica, em 2009, como

    estratgia para priorizar recursos e pesquisas em uma lista positiva de espcies

    vegetais medicinais, com vistas ao desenvolvimento de produtos/medicamentos

    fitoterpicos. Para a homeopatia foram 03 pesquisas financiadas entre 2003-2008,

    num total de R$77.237,10, sendo 01 por contratao direta, 01 por fomento

    descentralizado- PPSUS e 01 por fomento nacional. A acupuntura foi contemplada

    com 04 projetos de pesquisa financiadas pelo DECIT de 2003-2008, num total de

    R$60.000,00, sendo os 04 apoiados por modalidade de contratao direta.

    A mais recente iniciativa do Ministrio da Sade, por meio do Departamento

    de Ateno Bsica, da Secretaria de Ateno Sade, foi a criao da Rede de

    Pesquisa em Ateno Primria Sade, instituda com o objetivo de

    proporcionar canal de comunicao e articulao entre pesquisadores,

    profissionais, usurios e gestores da APS no Brasil, por meio da divulgao de

    estudos e pesquisas realizadas na rea e promover a melhoria da utilizao dos

    resultados visando a qualificao da gesto da APS. As Prticas Integrativas e

    Complementares esto entre as reas a serem apoiadas pela Rede de Pesquisas.

    Estudos de custo/efetividade dos servios de PICs na rede pblica assim como a

    discusso de problemas/lacunas e definio de prioridades de pesquisas pelos

    gestores em parceria com os pesquisadores iro proporcionar ampliao do acesso

    e melhoria da qualidade dos servios.

    30

  • 2.10. Controle Social

    O Conselho Nacional de Sade instituiu em 2007, por meio da Resoluo N

    371, a Comisso Intersetorial de Prticas Integrativas do Controle Social no

    SUS CIPICSUS, com representao de rgos governamentais (Ministrio da Sade,

    ANVISA, etc..) e no governamentais das reas do conhecimento envolvidas com as

    Prticas Integrativas e Complementares e, como as demais comisses, assessora o

    Plenrio do CNS e articula polticas, programas e atores na implementao das

    diretrizes da Poltica Nacional.

    2.11. Seminrio Internacional de Prticas Integrativas e Complementares em

    Sade

    O Ministrio da Sade e a Secretaria de Ateno Sade (SAS), por meio do

    Departamento de Ateno Bsica (DAB), em parceria com a Organizao Pan-

    Americana de Sade (OPAS), realizaram, em Braslia (DF), entre os dias 13 e 15 de

    maio de 2008, o 1 Seminrio Internacional de Prticas Integrativas e

    Complementares em Sade.

    O evento aconteceu aps dois anos da aprovao da Poltica Nacional de

    Prticas Integrativas e Complementares em Sade (PNPIC), que foi construda

    dentro do contexto nacional e estimulada pela Organizao Mundial de Sade

    (OMS). Pela primeira vez, o tema foi debatido pelo Governo Federal, com a

    presena de outros cinco pases e representantes da OMS. O Seminrio foi um

    espao para o intercmbio de experincias exitosas de modelos institudos em

    outros pases nos sistemas oficiais de ateno sade. Foram apresentadas e

    debatidas experincias do Brasil, China, Cuba, Bolvia, Mxico e Itlia, contribuindo

    para o aprimoramento do modelo brasileiro.

    Participaram do evento cerca de 300 pessoas dentre convidados

    internacionais, representantes de agncias internacionais, experts e tcnicos de

    organismos internacionais representao da OPAS/OMS, autoridades sanitrias,

    representantes de associaes e sociedades cientficas, docentes e pesquisadores

    das instituies de ensino e pesquisa em sade, gestores das trs esferas de gesto,

    coordenadores de sade municipais e estaduais, Conselho Nacional de Secretarias

    Municipais de Sade (CONASEMS), entidades de classe profissional, Conselho

    Nacional de Sade, reas tcnicas do Ministrio da Sade e profissionais de sade.

    31

  • Como recomendaes do seminrio internacional pode-se citar:

    - incrementar o intercmbio internacional no campo das PICs; - ampliao do

    escopo das PICs na PNPIC com novas modalidades de prticas de eficcia

    comprovada; - divulgao das experincias bem sucedidas em curso nos estados e

    municpios, alm daquelas de outros pases; realizar eventos de integrao e

    intercmbio; - incremento qualitativo e quantitativo da insero das PICs no SUS;

    - formao e capacitao de recursos humanos; divulgao sobre uso racional das

    PICs; - ampliao de recursos para pesquisa nas diferentes etapas do processo de

    produo e consumo de PICs e instituio de Centro Colaborador em Medicina

    Tradicional/ Medicina Complementar Alternativa no Brasil.

    Relatrio disponvel no link:

    http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/geral/relatorio_1o_sem_pnpic.pdf

    2.12. Oficina de trabalho: Avanos e desafios para as Prticas Integrativas e

    Complementares no SUS

    A Coordenao Nacional de Prticas Integrativas e Complementares do

    Departamento de Ateno Bsica/SAS/MS, promoveu no ms de novembro de 2010

    trs oficinas para discusso dos avanos e desafios na implementao da Poltica

    Nacional de Prticas Integrativas e Complementares, quatro anos aps a sua

    aprovao. As oficinas para discusso das aes da homeopatia, fitoterapia e da

    MTC/Acupuntura ocorreram no perodo de 10 a 12, 17 a 19 e 25 a 26 de novembro,

    respectivamente. Os produtos finais de cada oficina integram as

    recomendaes/propostas para a consolidao das diretrizes da PNPIC.

    Previamente s oficinas foram elaborados dois instrumentos de subsdio s

    discusses, os quais foram enviados aos convidados para anlise e contribuies. O

    primeiro continha um sistematizado das aes propostas na poltica nacional, das

    aes realizadas e do estado da arte das mesmas (ANEXOS VII, VIII e IX) e o

    segundo tratava-se de documento para avaliao das diretrizes da poltica nacional

    para cada rea.

    As oficinas contaram com representantes dos trs nveis de gesto, de todas

    as regies do pas, coordenadores de programas municipais, gestores e profissionais

    de sade, pesquisadores, professores de universidades, associaes de classe,

    ANVISA, Departamento de Assistncia Farmacutica, Secretaria de Gesto do

    Trabalho e Educao em Sade, Secretaria de Ateno a Sade, entre outros.

    32

  • A estratgia de discusso adotada nas oficinas foi a diviso dos temas nos

    seguintes eixos: formao e educao permanente, organizao e estruturao de

    servios e pesquisa. Em todos os trs eixos foram destacadas as propostas para

    financiamento das aes. As propostas das oficinas foram consolidadas para compor

    este relatrio de gesto (ANEXO X).

    33

  • 2.13. Publicaes

    No esforo de proporcionar maior capilaridade e direcionamento nacional

    para as aes relativas s PICS no SUS foram produzidas publicaes, que dada a

    importncia e relevncia nacional e internacional ganharam tradues especficas,

    a saber:

    Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no SUS

    http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pnpic_publicacao.pdf

    http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/publicacoes/geral/pnpic_ingles.pdf

    http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/publicacoes/geral/pnpic_espanol.pdf

    http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnpic_mandarim.pdf

    Poltica Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_fitoterapicos.pdf

    34

  • A Fitoterapia no SUS e o Programa de Plantas Medicinais da Central de

    Medicamentos

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/fitoterapia_no_sus.pdf

    Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterpicos

    http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/matriz_versao_publicada.pdf

    BRASIL. Ministrio da Sade. Prticas Integrativas e Complementares em Sade:

    uma realidade no SUS. Revista Brasileira Sade da Famlia. Ano IX, Ed. Especial

    (Maio 2008). Braslia: Ministrio da Sade, 2008. 76p.

    35

  • Relatrio do 1 Seminrio Internacional de Prticas Integrativas e

    Complementares em Sade, ocorrido em Braslia, de 13 a 15 de maio de 2008.

    http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/geral/relatorio_1o_sem_pnpic.pdf

    Plantas Medicinais e Fitoterapia na Ateno Bsica

    InfoDAB 2010, de 07 de outubro de 2010.

    http://189.28.128.100/dab/docs/geral/plantas_fitoterapia_ab.pdf

    Prticas Integrativas e Complementares no SUS: ampliao do acesso

    Informe de ateno Bsica, N 53

    Ano IX, julho/agosto de 2009

    http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/informes/psfinfo53.pdf

    Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no SUS

    Informe de ateno Bsica, N 35

    Ano VII, maio/junho de 2006 ISSN 1806-1192

    http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/informes/psfinfo35.pdf

    36

  • 2.14. Convnios

    O Departamento de Ateno Bsica iniciou em 2007, a formao de

    profissionais da ESF, com foco nos Agentes Comunitrios de Sade, que atuavam

    nas reas definidas pelo PRONASCI, por meio da metodologia da Terapia

    Comunitria, como ao relacionada s PICs e firmou para tal dois convnios entre

    o Ministrio da Sade e a Fundao Cearense de Pesquisa e Cultura (Convnios

    3363/07 e 2397/08).

    A terapia comunitria uma metodologia de escuta do sofrimento, de

    interveno junto comunidade. Tem como Propsito a Promoo da Sade.

    Utiliza como mtodo o acolhimento respeitoso, a construo de vnculos solidrios,

    a valorizao das experincias de vida dos participantes, o resgate da identidade, a

    restaurao da auto-estima. Como estratgia tem o foco na ao centrada na

    reflexo do sofrimento causado pelas situaes estressantes por meio de Rodas de

    Terapia Comunitria. Os resultados so a formao de vnculos/REDES, o

    empoderamento das pessoas, a ampliao da percepo dos problemas e das

    possibilidades de resoluo junto comunidade. Formaram-se mais de 2000

    profissionais em 150 municpios brasileiros distribudos em todos os estados da

    federao.

    O Ministrio da Sade, tambm em 2007, firmou convnio com o municpio

    de Rio Branco (convnio 2523/07) para o curso de especializao em Homeopatia

    voltado a profissionais mdicos da ESF, com o objetivo de ampliao da oferta

    desta prtica no SUS. Situao atual: convnio em vigncia.

    2.15. Cooperaes Nacionais e Internacionais

    No sentido de ampliar o escopo das aes e cumprir a diretriz geral da PNPIC

    que dispe sobre a Promoo de cooperao nacional e internacional das

    experincias da PNPIC nos campos da ateno, da educao permanente e da

    pesquisa em sade (BRASIL, 2006d), a Coordenao Nacional de Prticas

    Integrativas e Complementares, promove apoio institucional a estados e municpios

    na formulao e implementao de polticas, programas e projetos em PICs, como

    exemplo os Estados do Esprito Santo e Minas Gerais, que tiveram suas polticas

    estaduais aprovadas em 2008 e 2009, respectivamente.

    No tocante s Cooperaes Internacionais, a Coordenao Nacional de

    Prticas Integrativas e Complementares contribuiu com a participao de experts

    37

  • em eventos e reunies tcnicas promovidos pela OMS em relao a MT/MCA, em

    misses internacionais na Argentina, Peru, China, Repblica do Congo, Repblica

    Democrtica do Congo, Burkina Faso, Mxico e Moambique, sendo firmado acordo

    de cooperao com Mxico sobre PICS e a Interculturalidade e Moambique com

    relao formao de profissionais de sade em Terapia Comunitria. As

    atividades dessas cooperaes esto em andamento com prazo de finalizao

    previsto para 2011.

    2.16. Aes de divulgao em Prticas Integrativas e Complementares

    Foram inmeras as aes de divulgao para PICs, com a participao de

    tcnicos da Coordenao Nacional em diversos eventos nacionais e internacionais.

    Entre as demais aes de divulgao cabe destacar:

    2007 elaborao de BITS para integrar o escopo de aes do DISQUE SADE - 0800

    611997.

    2008 - criao pgina no website DAB - www.saude.gov.br/dab com informaes

    referentes s PICs, legislao e publicaes disponveis.

    2008 - parceria com a rdio cmara, na criao de SPOTS para rdio relativos a

    todas as PICs, tambm disponveis no site do DAB. Programas como os realizados

    pelo Canal Sade deram visibilidade e incentivaram a ampliao das PICS no SUS.

    Houve ainda interesse da mdia televisiva onde a Coordenao Nacional

    participou como fonte para alguns programas da emissora Rede Globo em 2009

    (Globo Reprter PICs (23/01/09), Globo Reprter - guas termais (10/07/09) e o

    Globo Reprter - Plantas Medicinais (06/10)).

    2.17. Outras aes desenvolvidas pela Coordenao Nacional de Prticas

    Integrativas

    Sade Indgena

    Em 2008, a Coordenao Nacional de PICs incorporou a execuo das aes,

    no mbito do DAB/SAS referentes Sade Indgena no SUS. O histrico e as aes

    desenvolvidas encontram-se no ANEXO XI.

    38

  • 3. CONCLUSES

    A Poltica Nacional de Prticas Integrativas e Complementares no SUS trouxe

    avanos para a sade no pas, pela normatizao e institucionalizao das

    experincias com essas Prticas na rede pblica e como indutora de polticas,

    programas e legislao nas trs instncias de governo, fato comprovado pelo

    aumento significativo de aes, programas e polticas nos estados e municpios

    brasileiros aps a aprovao desta Poltica. Alm disso, vem cumprir aos objetivos

    primordiais da OMS e das Conferncias Mundiais para MT/MCA, de promover a

    integrao destas prticas aos sistemas oficiais de sade, desenvolver

    legislao/normatizao para oferta de servios e produtos de qualidade, propiciar

    o desenvolvimento dos conhecimentos na rea, bem como a qualificao dos

    profissionais envolvidos com prticas complementares.

    As diretrizes e aes da PNPIC demonstram convergncia e sintonia com

    outras polticas nacionais, como as Polticas Nacionais de: Ateno Bsica,

    Promoo da Sade, Educao Permanente, Assistncia Farmacutica, Plantas

    Medicinais e Fitoterpicos, Povos e Comunidades Tradicionais, de Biodiversidade, a

    Poltica Industrial Tecnolgica e de Comrcio Exterior, entre outras, e as aes

    decorrentes destas polticas so imprescindveis para melhoria da ateno sade

    da populao e ampliao das opes teraputicas aos usurios do SUS.

    Como perspectiva importante para ampliao e melhoria das aes em PICs,

    vale ressaltar a criao dos Ncleos de Apoio a Sade da Famlia, em 2008, que

    possibilita e cria meios para que gestores municipais incluam, entre os profissionais

    de sade, mdicos homeopatas e profissionais habilitados para o exerccio de MTC/

    acupuntura.

    Entretanto, so desafios para implementao da Poltica Nacional, a

    formao e qualificao de profissionais em nmero adequado para atuarem no

    SUS; monitoramento e avaliao dos servios, considerando as diretrizes gerais da

    poltica, a institucionalizao da avaliao da Ateno Bsica, as especificidades de

    cada componente e os nveis do sistema; fornecimento dos insumos (medicamento

    homeoptico/ fitoterpicos /Agulhas para MTC - Acupuntura); a estruturao dos

    servios na rede pblica; o desenvolvimento/adequao de legislao especfica

    para os servios no SUS e o investimento em P&D para desenvolvimento de

    processos e produtos.

    39

  • Como preconizado pela PNPIC, ao se implantar aes e/ou programas

    estaduais/municipais com as prticas, deve-se levar em considerao, entre

    outros, as normas, programas e diretrizes do SUS e das Polticas Nacionais,

    regulamentao da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), demanda da

    populao, interesse e envolvimento dos gestores e profissionais de sade,

    capacidade de produo e fornecimento de matria-prima, estrutura fsica

    existente, recursos financeiros, possibilidade de parcerias com instituies e

    existncia de regulamentaes e/ou polticas.

    Cabe destacar que a incluso das PICS no SUS desde sua concepo est

    relacionada qualificao da ateno, e amplia o acesso aos cidados brasileiros s

    prticas/recursos antes restritas rea privada e/ou conveniada.

    40

  • 4. RECOMENDAES

    - Institucionalizar a Coordenao Nacional de Prticas Integrativas e

    Complementares no mbito do Ministrio da Sade.

    - Incluir aes e recursos especficos voltadas a ensino, servio e pesquisa das

    Prticas Integrativas e Complementares, no PPA 2012-2016 e LOAs-MS.

    - Definio, no mbito do MS, de incentivo para estados e municpios no sentido de

    estimular a insero das Prticas Integrativas e Complementares no SUS.

    - Estruturar e fortalecer a ateno em Prticas Integrativas e Complementares no

    SUS, nos diferentes nveis de complexidade do Sistema, dentro da lgica de apoio

    institucional, participao e co-responsabilizao com as ESF, com nfase na

    ateno bsica, por meio de aes de preveno de doenas e de promoo e

    recuperao da sade.

    - Definir estratgias e diretrizes para capacitao de profissionais de sade em

    Prticas Integrativas e Complementares no SUS.

    - Definir instrumento de monitoramento e avaliao dos programas

    municipais/estaduais de Prticas Integrativas e Complementares no SUS.

    - Instituir no Brasil, em parceria com a OPAS/OMS, um Centro Colaborador em

    Medicina Tradicional e Complementar e Alternativa.

    - Apoiar elaborao de Projeto de Lei para criao de Marco Legal para as PICs no

    Brasil.

    41

  • 5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BRASIL. Decreto presidencial, de 17 de fevereiro de 2005. Cria grupo de trabalho

    interministerial para elaborao da Poltica Nacional de Plantas Medicinais e

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  • 6. ANEXOS

    44

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