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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 1 Relatório de Gestão 2008/2009

Relatório de Gestão 2008/2009 - cnpat.embrapa.br · apoio para melhoria dos trabalhos de pes-quisa e de transferência de tecnologia. A Unidade foi agraciada nesses dois úl-timos

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 1

Relatório de Gestão 2008/2009

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Apresentação

poder transformador do conhe-cimento é o caminho que pode

promover a autodeterminação e viabilizar o crescimento econômico e o desenvolvim-ento com equilíbrio social e ambiental.

A Embrapa Agroindústria Tropical tem mandato nacional. Está localizada no Nor-deste brasileiro de onde recebe um apelo adicional face às disparidades existentes entre as Regiões brasileiras, bem como dos gaps existentes no mundo, a exemplo do continente africano.

Estruturada com laboratórios, campos experimentais e pessoas com formação transdisciplinar, pratica métodos de gestão participativa respaldados em planejamento estratégico articulado com a sociedade em geral e com os seus colaboradores exter-nos e internos. Nesse campo, o presente Relatório sintetiza os números orçamentári-os e financeiros e enaltece algumas conquis-tas decorrentes da gestão, pautadas pelo IV Plano Diretor da Unidade (2008 – 2011) e pelo Plano de Trabalho proposto ao assumir a Chefia da Unidade, que evidenciam o zelo e o esforço de aprimorar os mecanismos de apoio para melhoria dos trabalhos de pes-quisa e de transferência de tecnologia.

A Unidade foi agraciada nesses dois úl-timos anos com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Embra-pa, que possibilitou grandes melhorias na

sua infraestrutura, contratação e capacita-ção de pessoas, aquisição de novos equipa-mentos e demais suprimentos, viabilizando, desse modo, mudanças qualitativas signifi-cativas no apoio e suporte à realização e comunicação dos resultados de pesquisas.

Este Relatório contempla também uma mostra dos resultados obtidos pelo trabalho do seu corpo funcional e parceiros no biênio 2008/09. Foram dois anos muito intensos de articulação interna e externa, contemplando as diferentes áreas temáticas de pesquisa, con-forme pode ser visto no seu conteúdo que foi desenhado de forma objetiva e ilustrada com o intuito de facilitar a comunicação.

As articulações internas foram calca-das nos princípios de que a cooperação e a parceria são mecanismos multiplicadores de ações e de resultados. Desse modo, as ações de levantamento e priorização de demandas, de elaboração e execução de projetos de pesquisa, da realização de tes-tes e validações de tecnologias para obten-ção de produtos finalisticos, enfim, da busca de novos mecanismos para intensificar a formação de multiplicadores e de pessoas-chave que atuam na orientação dos agen-tes produtivos das cadeias de interesse da agroindústria tropical, são fatores funda-mentais para a consecução das metas e dos objetivos estratégicos perseguidos.

Por sua vez, buscou-se uma crescente

articulação externa, seja com organismos financiadores de pesquisa, como o Banco do Nordeste do Brasil; seja com esferas de construção de agendas e de políticas públicas, a exemplo de Câmaras Setoriais; seja com a esfera do parlamento estadual e federal; bem como junto a instituições ligadas à assistência técnica e extensão, cu-jos multiplicadores possuem a capilaridade para poder chegar junto aos diferentes e pulverizados agentes produtivos das ativi-dades agroindustriais.

É importante também destacar a bus-ca incessante da construção do futuro da Embrapa Agroindústria Tropical mediante o aprofundamento de conceitos integra-dores calcados na visão sistêmica dos pro-cessos produtivos, na caracterização e usos da biodiversidade, e no aproveitamento integral das matérias primas e produtos derivados, que juntos potencializam novos usos, processos e produtos que possam ser instrumentos de transformação dos indicadores de competitividade e de de-senvolvimento do país.

A Embrapa Agroindústria Tropical agradece a todos os parceiros institucio-nais, à Diretoria Executiva da Embrapa, ao seu corpo funcional e a todos que têm contribuído para construir uma Unidade mais voltada para atender às demandas da sociedade.

O

Vitor Hugo de OliveiraChefe-Geral da Embrapa Agroindústria Tropical

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 05

Índice

06 Gestão P&D

16 Melhoramento e Biologia Vegetal

20 Sistemas de Produção Vegetal

22Proteção de Plantas

26Pós-Colheita

28Processos Agroindustriais

36Gestão Sócio-Ambiental

40Transferência de Tecnologia

46 Comunicação

48 Visão de Futuro

Embrapa Agroindústria Tropical de cara nova

Gestão P&D

os últimos dois anos, a Embrapa Agroindústria Tropical ganhou

novas instalações, obteve mais recursos para pesquisa e transferência de tecnolo-gia, foi reequipada e recebeu o reforço de novos empregados.

O grande responsável pelas melhorias foi o programa PAC Embrapa, que injetou na Unidade R$ 1,7 milhão, em 2008, e R$ 2,9 milhões, em 2009. O montante liberado pelo programa em 2009 representou quase 40% do total de recursos disponíveis para a Unidade no ano (R$ 7,4 milhões).

A habilidade na aplicação dos recur-sos surpreendeu o presidente do Comitê Consultivo do PAC Embrapa, Luiz Gomes de Souza. Ele esteve na Unidade em maio de 2009, para participar da reinauguração do Campo Experimental de Pacajus e da inauguração da Unidade de Gerenciamento de Resíduos (Gerecamp), possíveis graças ao programa. Luiz Gomes parabenizou a equipe do centro de pesquisa pela aplica-ção eficaz dos recursos e completou que, de forma geral, as unidades estavam “fazen-do milagres” com as verbas liberadas.

O “milagre” visto por Luiz Gomes em Pacajus consistiu na recuperação total do antigo prédio da administração do campo experimental, construído em 1956, com R$ 140 mil. Com as características arquitetôni-cas preservadas, o prédio foi pintado, teve a cobertura substituída, ganhou banheiros

e piso novos, além de sala de reunião, re-feitório, copa e salas para pesquisadores e estagiários. Outras melhorias foram a subs-tituição das redes elétrica e hidráulica, um novo sistema de refrigeração e conexão com internet. Os recursos do programa possibilitaram ainda a conclusão do Gere-camp, cujo objetivo é evitar a contaminação humana e ambiental com resíduos de de-fensivos agrícolas.

O PAC modificou também o Campo Experimental do Curu, em Paraipaba, e a sede da Unidade, em Fortaleza. Em Parai-paba as melhorias consistiram na reforma do prédio da administração, do galpão de manejo de frutos e do viveiro. Além disso, foram construídos três galpões para abrigo de máquinas, veículos e implementos.

Já a sede da Unidade, em Fortaleza, teve a fachada recuperada, ganhou novos jardins e a reforma do auditório. Um es-paço de convivência, com feições de pra-ça, deixou o ambiente de trabalho mais agradável, favorecendo a integração entre os empregados. Receberam reformas e equipamentos os laboratórios de Cultura de Tecidos, Química de Produtos Naturais, Entomologia e Fitopatologia. A Unidade ganhou, ainda, novos laboratórios de Pa-tologia Pós-Colheita e de Microbiologia de Alimentos, um novo horto de plantas medicinais e aromáticas, novos veículos e equipamentos de informática.

Injeção de recursos do PAC promoveu importantes melhorias em todas as áreas da Unidade

N

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Gestão de Pessoas

Qualidade de Vida

Durante o biênio 2008/2009, em-pregados lotados na Embrapa Agroin-dústria Tropical, que aderiram ao Pro-grama de Demissão Incentivada (PDI), foram homenageados no auditório da Unidade pela equipe do Programa Re-Conhecer, chefias e demais empre-gados. Durante a solenidade, foram lidas mensagens de agradecimento, entregues placas de homenagens, cer-

tificados e o crachá Prata da Casa para todos aqueles que muito contribuiram para o crescimento da Embrapa.

Em julho de 2009, o Setor de Gestão de Pessoas (SGP) apresentou um seminá-rio sobre os mecanismos de retenção de talentos da Embrapa para os empregados lotados na Embrapa Agroindústria Tro-pical. O objetivo foi apresentar a todos os empregados os benefícios oferecidos

pela empresa, a estrutura do Departa-mento de Gestão de Pessoas (DGP), a gestão estratégica de pessoas e outras in-formações consideradas importante para o dia-a-dia dos empregados.

O Restaurante da Unidade passou por uma grande reforma e foi reinaugura-do em março de 2009. Um novo presta-dor de serviço foi contratado. A reaber-tura do espaço ocorreu ao som da MPB.

No biênio 2008-2009, diversas cam-panhas de conscientização dos trabalha-dores foram realizadas pela Unidade, seja na sede, seja nos campos experimentais. A preservação do meio ambiente ganhou fôlego com o fornecimento de cestas de coleta seletiva e canecos de porcelana a todos os empregados. Todo o material recolhido é destinado a associações de agentes ambientais. Duas semanas de qua-lidade de vida foram realizadas, adotando como temas segurança no trabalho, do-enças sexualmente transmissíveis (DSTs), alcoolismo, meio ambiente, equipamentos de prevenção individual (EPIs) , ergonomia e a importância da atividade física. Cerca de 150 pessoas, entre empregados, bol-sistas, estagiários e prestadores de serviço

participaram de cada uma das duas edi-ções do evento.

No mesmo período, a Comissão In-terna de Prevenção aos Acidentes (Cipa) realizou diversas inspeções de segurança, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho, além de elaborar um mapa de riscos e distribuir equipamentos de pro-teção individual. Foi elaborado, ainda, pela empresa Qualilog, o Programa de Preven-ção de Riscos Ambientais (PPRA) para a Unidade e os campos experimentais.

Na semana anterior ao Carnaval, a CIPA organizou uma campanha deno-minada de Blitz da Saúde. Foram feitas entregas de panfletos e preservativos na chegada dos empregados à Unidade. Os integrantes da comissão vestiram-se de

foliões e conscientizaram a todos que pas-savam sobre os temas AIDS e DSTs.

A Unimed Ceará renovou contrato e formalizou termo de cessão junto à Ca-sembrapa para atender os empregados lotados na Embrapa Agroindústria Tropical. Foram várias negociações da chefia com a Casembrapa para que os empregados e seus dependentes permanecessem com o direito de mais esta opção no que se refere a planos de saúde.

Esta foi mais uma conquista, tendo em vista que poucas Unidades dispõem de três opções como as oferecidas aos em-pregados da Embrapa, em Fortaleza: Uni-med, Cassi e Casembrapa, que se encon-tra em fase de credenciamento de clínicas e hospitais.

Gestão P&D

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 09

Treinamento de pessoal e formação de estudantes

A melhoria na qualificação de seus em-pregados foi uma das bandeiras da Unidade nos dois últimos anos. No período, foram realizados 10 capacitações de pessoal em áreas diversas, como Segurança de Labo-ratórios, Desenvolvimento de Competên-cias Estratégicas para Supervisores e Media Training. Somados, os cursos realizados no biênio contaram com a presença de 198 participantes.

No que se refere à formação pro-fissional, três empregados concluíram o pós-doutorado entre 2008-2009, quatro o doutorado e um o mestrado. A base dessa

capacitação é realizada tanto em universida-des e instituições de ensino do Brasil e do exterior. O foco é o avanço do conhecimen-to, fundamentado no domínio do instrumen-tal de análise em alinhamento com o estado da arte internacional.

A contribuição na formação de estu-dantes permanece sendo um dos desta-ques da Embrapa Agroindústria Tropical. Em 2009, por exemplo, 126 bolsistas de ensino superior, 36 de Iniciação Científica e 28 estagiários do ensino médio passaram pela Unidade. Desse total, 30 estudantes cursavam o mestrado, enquanto 17 faziam

o doutorado. O resultado dessa interação entre aluno e pesquisador pode ser cons-tatado pelo expressivo número de teses e dissertações publicadas que contam com a supervisão do corpo técnico-científico da Embrapa. Os ganhos são recíprocos: os bol-sistas atuam no desenvolvimento de pes-quisas realizadas na Unidade e desfrutam, em contrapartida, de uma oportunidade única de experiência profissional e acadê-mica. É gratificante acompanhar essa traje-tória e assistir à nova geração de pesquisa-dores do País obter conquistas importantes em sua vida profissional.

Gestão do ConhecimentoA organização das informações sobre

as tecnologias geradas/adaptadas pela Uni-dade foi outra ação realizada. Até o mo-mento, foram organizadas e catalogadas as informações sobre 40 tecnologias da área agrícola e industrial, facilitando o processo de transferência de tecnologia. A constan-te incorporação de documentos à base de dados do Centro de Informações Tec-nológicas e Comerciais para Fruticultura Tropical (Ceinfo) é outra ação facilitadora desse processo.

No biênio 2008/2009, foram incorpo-rados cerca de 350 documentos (textos completos). A base de dados teve 10.155 acessos no período.

O cidadão também foi beneficiado com a organização das informações reali-zadas na Unidade, uma vez que o Serviço de Atendimento ao Cidadão – SAC conta com um banco de informações e de co-nhecimentos que possibilita maior rapi-dez nas respostas. No período de 2008 a 2009, o SAC realizou 2.668 atendimentos,

dos quais 1.712 (64,2%) foram atendidos a partir das informações existentes em seu banco de conhecimentos.

No que se refere à biblioteca da Unida-de, foram incorporados 2.534 documentos técnico- científicos de formatos diversos. A infraestrutura de software da base AINFO foi modernizada, estando atualmente em uso o AINFOWeb que permite uma atuali-zação diária, bem como uma maior facilida-de no uso, tanto para os usuários internos como externos.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200910

Gestão orçamentária financeira 2008-2009Em relação à execução orçamen-

tária, efetivamente 100% dos créditos orçamentários disponibilizados para o biênio 2008-2009 foram executados. Esse resultado foi fruto da competência profissional da equipe técnica adminis-trativa que, em conjunto com a equipe técnica-científica, possibilitou os avanços e realizações previstas no PDU da Uni-dade e no Plano de Trabalho da Chefia.

Em 2008 e 2009, foram disponibi-lizados para a Embrapa Agroindústria Tropical R$ 13.370.685 em créditos orçamentários, assim distribuídos: 68,34 % para custeio e 31,66 % para capital (investimento e obras). Desse montante, 86,18 % são oriundos do Tesouro Nacional e 13,82% prove-nientes de outras fontes via: Descen-tralização de créditos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – “Programa Mais Alimento”, BIRD (Agrofuturo), BID (Proeta), Convênio com o Governo do Estado do Ceará (ADECE) e Banco do Nordeste do Brasil. Dentre os recursos oriundos do Tesouro Nacional merecem desta-que os recursos liberados pelo PAC-Embrapa cujo aporte total foi de R$ 4.690.890 representando 35% do orçamento total executado nos dois anos, bem como os recursos prove-nientes de Emendas Parlamentares no total de R$ 500.000..

Também foram executados re-cursos financeiros captados junto às entidades de fomento à pesquisa cujo montante em 2008/2009 totalizou R$ 1.504.651, com destaque para os recursos captados junto ao Banco do Nordeste do Brasil, no total de R$ 690.787 correspondendo a 46% do total executado das receitas indire-tas aplicadas e FINEP no total de R$ 310.553 correspondendo a 21%, am-bos direcionados a projetos de P&D. Destaca-se ainda o pagamento de bol-sas de iniciação científica pelo CNPQ no total de R$ 254.098 que corres-pondeu a 17% dos recursos aplicados no biênio. (Vide tabelas)

Gestão P&D

A organização das informações exis-tentes em uma empresa é fundamental para que ela consiga alcançar os resul-tados esperados. E isso é ainda mais im-portante em uma empresa de pesquisa científica como a Embrapa, em que a in-formação e o conhecimento são os seus principais insumos e produtos. Dentro desse enfoque, a Embrapa Agroindústria Tropical tem buscado melhorar cada vez mais a organização e disponibilização de suas informações, tanto gerenciais quanto científicas. A Unidade passou a integrar a Redecomep (Gigafor), melhorando con-sideravelmente a transmissão de dados e informações via Internet, que chegou a 1Gibabyte de velocidade.

O lançamento da nova versão da In-tranet, em dezembro de 2008, é outro bom exemplo dessa preocupação em melhorar os fluxos de informação. Ela contém dados de todas as áreas da Uni-dade, tornando o acesso às informações mais rápido. A atualização de forma mais dinâmica do conteúdo possibilita maior agilidade na tomada de decisão sobre

colaboradores, P&D, campos experimen-tais, elaboração de projetos de pesquisa, orçamento e finanças, cumprimento das metas da Unidade e as ações e projetos do Plano Diretor da Unidade – PDU. Em outra frente, o sistema de autenticação das aplicações informatizadas, com o emprego de uma senha única para todos os aplicativos. Para dar conta dessa nova demanda, o quadro de empregados do setor de Tecnologia da Informação foi ampliado. Duas novas pessoas foram contratadas para atuar no desenvolvi-mento de sistemas.

Aliada a isso, deu-se início a um pro-cesso de renovação dos equipamentos de informática da Unidade, por meio da aquisição de 70 computadores (30% do total de máquinas que havia antes) e da aquisição de 25 monitores LCD, menos desconfortáveis aos olhos e mais econô-micos. Os campos experimentais de Paca-jus e Curu passaram a contar com Inter-net banda larga. A telefonia convencional foi reestruturada, com a implantação de sistema de comunicação via Voip.

Tecnologia da Informação

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 11

Gestão orçamentária financeira 2008-2009

Execução Orçamentária 2008/2009 (em R$ 1,00)

Ano Receita do tesouro Sub-total Receita outras fontes Sub-total Total geralcusteios Capital Direta Indireta

2008 4.036.827 1.373.480 5.410.307 532.742 701.773 1.234.515 6.644.822

2009 3.845.443 2.267.463 6.112.906 1.314.730 802.878 2.117.608 8.230.514

Total parcial 13.370.685

Receita indireta - outras fontes de fomento: exercício 2008

Receita/Patrocinador Bolsas (CNPq,

CAPES, etc) Projetos de P&D

Viagem (Diárias e Passagens)

total

Banco do Nordeste do Brasil S.A. 0 388.182 4.397 392.579

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 63.727 56.787 300 120.814

Financiadora de Estudos e Projetos 0 106.236 444 106.680

Fundação Arthur Bernardes 0 32.315 1.824 34.139

Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura 0 37.833 932 38.765

Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Agronegócio Brasileiro 0 0 243 243

Instituto Nacional do Semi-Árido - Celso Furtado 0 0 1.030 1.030

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 0 0 4.288 4.288

Universidade Federal Rural do Semi-Árido 0 0 1.805 1.805

Universidade Federal da Paraíba 0 0 1.430 1.430

Total 63.727 621.353 16.693 701.773

Receita/Patrocinador Bolsas (CNPq, CAPES, etc)

Projetos de P&D

Viagem (Diárias e Passagens)

total

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 190.371 0 617 190.988 Banco do Nordeste do Brasil S.A. 0 302.605 0 302.605 Comunidade Européia 0 55.472 0 55.472Financiadora de Estudos e Projetos 0 204.317 204.317Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura 0 36.710 0 36.710Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira 0 0 3.674 3.674 Instituto Nacional do Semi-Árido - Celso Furtado 0 0 683 683 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 0 0 1.057 1.057 Ministério da Integração Nacional 762 0 0 762 Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 0 4.432 0 4.432Universidade Estadual de Feira de Santana 0 0 1.221 1.221 Universidade Federal Rural do Semi-Árido 0 0 783 783 Universidade Federal da Paraíba 0 0 174 174 Total 191.133 603.536 8.209 802.878

Receita indireta - outras fontes de fomento: exercício 2009

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200912

Execução Orçamentária 2008

Execução Orçamentária 2009

Fonte Recursos de CusteioRecursos de Investimento

Recursos de Obras Total

Tesouro 2.826.601,17 274.239,59 480.000,33 3.580.841,09

PAC/Embrapa 1.121.957,76 269.240,00 350.000,00 1.741.197,76

Arrecadação 88.267,80 88.267,80

Convênios BNB 122.449,25 122.449,25

Agrofuturo 231.186,85 30.000,00 261.186,85

Proeta 149.105,68 149.105,68

Total 4.539.568,51 543.479,59 860.000,33 5.943.048,43

Fonte Recursos de CusteioRecursos de Investimento

Recursos de Obras Total

Tesouro 2.508.189,62 42.500,00 2.550.689,62

PAC/Embrapa 1.224.729,98 709.962,97 1.015.000,00 2.949.692,95

PAC/Embrapa Emendas 120.000,00 380.000,00 500.000,00

Programa Mais Alimentos 183.980,00 272.700,00 456.680,00

Arrecadação 112.522,95 112.522,95

Convênios BNB 56.485,77 107.373,00 163.858,77

Agrofuturo 430.875,57 181.860,00 612.735,57

Proeta 81.455,35 81.455,35

Total 4.598.239,24 1.434.395,97 1.395.000,00 7.427.635,21

Gestão P&D

Ações administrativas para redução de custosEnergia Elétrica

Substituição das centrais de ar-condicionado das salas de pesquisadores e laboratórios por Air-Splits eficientes e econômicos dimensionados para cada ambiente;

Redimensionamento da rede elétrica dos prédios da administração dos campos experimentais com substituição de toda fiação, quadro de distribuição, tomadas, interruptores e lâmpadas mais eficientes.

TelefoneModernização da central telefônica e implantação do VOIP na sede da Unidade e campos experimentais com custo zero

nas ligações interurbanas.

Água e EsgotoReativação de 04 poços e perfuração de 03 novos poços profundos propiciando autonomia no abastecimento de água na

sede da Unidade, com redução substancial nas faturas mensais de água.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 13

Investimentos em InfraestruturaOs recursos destinados a inves-

timentos em P&D totalizaram R$ 1.977.875 e possibilitaram a aquisição de equipamentos laboratoriais, máqui-nas e implementos, equipamentos de informática, veículos, entre outros ins-trumentos, com o objetivo de for talecer

a infraestrutura da Unidade para garan-tir condições adequadas ao desenvolvi-mento das ações de P&D. Para revita-lizar e modernizar as estruturas físicas foram investidos R$ 2.255.000 que pos-sibilitou a adequação dos laboratórios para atender às normas de Boas Práticas

Laboratoriais (BPL); além da adequação ambiental dos campos experimentais com a construção de Gerecamp e de-pósitos.Também foram aplicados recur-sos nas estruturas de apoio à pesquisa nos prédios administrativos da sede da Unidade e dos campos experimentais.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200914

Gestão P&D

Planejamento estratégicoA programação da Embrapa Agroin-

dústria Tropical segue as orientações do IV Plano Diretor da Unidade (2008-2011), cujos objetivos estratégicos, diretrizes e projetos estão em conformidade com o Plano Plurianual de Ação do Governo Fe-deral e o V Plano Diretor da Embrapa – PDE (2008-2011-2023).

Em sua elaboração, o IV PDU foi nor-teado pelas seguintes referências básicas: V Plano Diretor da Embrapa 2008 - 2011 - 2023; Relatório de Análise do Desempenho Organizacional Corporativo; Avaliação do III PDU; Avaliação do IV PDE; Cenários do Ambiente de Atuação das Instituições Públi-cas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável no Horizonte 2023; Síntese de Planos Gover-namentais nos aspectos que terão influência direta ou indireta, nos próximos quatro anos, na gestão da Embrapa.

Todas as ações da Embrapa Agroindús-

tria Tropical devem seguir as linhas traçadas no IV PDU. Para mostrar a aderência do que vem sendo feito no biênio 2008/2009 ao que foi proposto pelo Plano Diretor, apre-sentamos a seguir os objetivos estratégicos (OBJ) e as estratégias (EST), que estarão dis-postas, sob a forma de ícones, nas margens superiores e inferiores dos textos. De posse dessas informações, o(a) leitor(a) poderá re-lacionar cada ação apresentada nas páginas do relatório ao cumprimento do que foi es-tabelecido no PDU. Essa é uma forma de a Unidade prestar contas de seu trabalho, dan-do assim mais transparência às suas ações.

Com uma equipe multidisciplinar, forma-da por especialistas nas mais diversas áreas, a Unidade contribui para os diferentes seg-mentos da cadeia produtiva agroindustrial, tendo como princípio o trabalho por meio de parcerias, tanto internas como externas, potencializando os talentos, a infraestrutura de laboratórios e apoio logístico, bem como

a captação de recursos. O acompanhamento externo do cum-

primento do Plano Diretor ganha relevo com a atuação do Comitê Assessor Externo (CAE), que teve sua composição modificada no biênio 2008/2009.

Numa parceria pioneira com a Secreta-ria de Gestão Estratégica (SGE), a Embrapa Agroindústria Tropical realizou, no dia 11 de dezembro de 2009, um workshop de mo-nitoramento e avaliação do IV PDU (foto abaixo). Os trabalhos foram divididos em duas partes. Na primeira, os participantes avaliaram sua percepção com relação à aná-lise dos ambientes, tanto interno quanto ex-terno, e das atividades já realizadas pela Uni-dade, tanto com relação às diretrizes, quanto aos objetivos e ações gerenciais. Na segunda etapa, foram formados grupos para analisar as ações realizadas, as não atendidas, corrigir distorções e atender às novas demandas sur-gidas após o fechamento do Plano Diretor.

De olho no PDU

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 15

Objetivo Estratégico 1 (OBJ 1)

Garantir a competitividade e sustentabilidade da agricultura brasileira

Estratégia 1 (EST 1)Intensificar as pesquisas orientadas

para saltos de produtividade,melhoria da qualidade e aumento do valor agregado de produtos com vistas à competitividade e sustentabilidade da agricultura, levando em conta as características de cada bioma.

Estratégia 2 (EST 2)Ampliar o esforço de PD&I para

adaptação dos sistemas produtivos e mitigação dos impactos previstos nos cenários das mudanças climáticas.

Estratégia 3 (EST 3)Desenvolver novas tecnologias

e processos para produção e agroindustrialização de alimentos seguros, diversificados e nutritivos, visando atender às exigências de mercado.

Estratégia 4 (EST 4)Garantir a coleta, conservação,

caracterização, revigoração, organização e disponibilização da informação de recursos genéticos como base para o desenvolvimento de novos caracteres e novas variedades.

Estratégia 5 (EST 5)Ampliar a PD&I para a inserção

produtiva das comunidades tradicionais, dos povos indígenas e dos pequenos e médios empreendimentos com sustentabilidade e competitividade.

Objetivo Estratégico (OBJ 2)

Prospectar a biodiversidade para o desenvolvimento de produtos diferenciados e com alto valor agregado para exploração de novos segmentos de mercado (alimentares, aromáticos, essências, fármacos, biocidas, fitoterápicos e cosméticos)

Estratégia 6 (EST 6)Intensificar a prospecção, caracterização

e conservação de espécies da biodiversidade brasileira, para geração de produtos prétecnológicos e tecnológicos, com alto valor agregado e foco nas demandas de mercado.

Estratégia 7 (EST 7)Desenvolver tecnologias para sistemas

de produção e agroindustrialização de produtos de elevado valor agregado, com ênfase em arranjos produtivos com pequenos e médios empreendimentos.

Objetivo Estratégico 3 (OBJ 3)

Atingir um novo patamar tecnológico competitivo em agroenergia e biocombustíveis

Estratégia 8 (EST 8)Desenvolver tecnologias para

aproveitamento de co-produtos e resíduos.

Objetivo Estratégico 4 (OBJ 4)

Intensificar o desenvolvimento de tecnologias para o uso sustentável dos biomas e integração produtiva das regiões brasileiras

Estratégia 9 (EST 9)Implementar PD&I para assegurar

a sustentabilidade sócioeconômico-ambiental dos sistemas de produção nos diferentes biomas e para conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

Objetivo Estratégico 5 (OBJ5)

Contribuir para o avanço da fronteira do conhecimento e incorporar novas tecnologias, inclusive as emergentes

Estratégia 10 (EST 10)Intensificar PD&I em temas de ciência e

tecnologia estratégicos para o Brasil.

Estratégia 11 (EST 11)Intensificar PD&I para redução da

dependência de insumos agropecuários não renováveis e para aproveitamento de resíduos.

OBJ 1 Esta sigla se refere a um objetivo ou a uma estratégia presente no IV PDU

Como acompanhar o cumprimento das ações previstas no IV Plano Diretor da unidade

Este número está relacionado a um objetivo ou a uma estratégia especificos

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200916

m 2009, a micropropagação de mudas clo-nadas de bananeira atingiu uma etapa decisi-

va em seu desenvolvimento. A empresa Bioclone, par-ticipante do Programa de Incubação de Agronegócios da Embrapa, (Proeta) entregou seu primeiro lote de quatro mil mudas clonadas de bananeira do grupo Ca-vendish, tipo exportação, ao mercado. A ação encerra o ciclo de inovação tecnológica, que teve sua origem na pesquisa científica.

O método da clonagem, que tem início na retira-da de uma parte central (o ápice caulinar) dos rizo-mas da bananeira, é responsável por um aumento de até 25% na produção de frutos, se comparado com a técnica tradicional.

A partir de apenas um rizoma é possível gerar até 200 mudas, em um processo conhecido como micro-propagação. No método convencional, a proporção é de um rizoma para uma nova muda, podendo chegar a cinco ou dez em um período de um ano. O desen-volvimento da espécie in vitro, ou seja, em laboratório, garante ainda o fornecimento de mudas mais seguras, uniformes e livres de microrganismos, diminuindo os gastos com defensivos agrícolas.

Parceria entre pesquisa e iniciativa privada gera resultados surpreendentes

E

Do laboratório para o campo

Clonadas sob condições

ótimas de higiene, as mudas de

bananeira chegam ao campo mais

homogêneas e apresentando maior

produtividade que as tradicionais

Melhoramento e Biologia Vegetal

OBJ1 (EST1)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 17

No segundo semestre de 2009, a Bioclone assinou um acordo com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e tornou-se a primeira empresa privada a validar o biorreator, um equipamento desenvolvido por aquela Unidade que é capaz de mul-tiplicar mudas de plantas com muito mais higiene, segurança e economia.

O biorreator funciona a partir de um sistema de frascos de vidro interligados por tubos de borracha flexível, pelos quais as plantas rece-bem ar e solução nutritiva por asper-são ou borbulhamento. Esse equipa-mento contém os materiais a serem

reproduzidos como células, tecidos ou órgãos, e visa produzir plantas de forma semi-automática, com moni-toramento e controle das condições de cultivo, além de uma menor ma-nipulação das culturas.

A expectativa é que a partir de agora o tempo necessário para a pro-dução de mudas clonadas seja ainda menor, reduzindo os custos de mão-de-obra e elevando a produtividade. Além dos benefícios econômicos, será possível aos pesquisadores da Embra-pa elaborarem o primeiro protocolo de produção de mudas micropropaga-das em larga escala no Brasil.

O projeto do estudante do curso de Agronomia da Universidade Fede-ral do Ceará (UFC), José Dionis Matos Araújo, foi o vencedor da 9ª edição do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica para Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará (BI-TEC 2009). Com o título “Métodos alternativos de redução de custos na produção de mudas micropropagadas

de bananeira”, a proposta apresenta como resultado 16% de redução nos custos de produção de mudas pro-pagadas in vitro. O trabalho contou com a supervisão dos pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical, em mais uma amostra de como a in-teração entre a iniciativa privada e a pesquisa científica pode gerar resulta-dos surpreendentes.

Biorreator

Prêmio

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200918

Melhoramento e Biologia Vegetal

Embrapa Agroindústria Tropical mantém dois Bancos Ativos de

Germoplasma (BAG): o de Caju e o de Es-pécies Ornamentais. Entre 2008 e 2009, to-dos os dados de passaporte do BAG Caju foram encaminhados ao Sistema Brasileiro de Informações em Recursos Genéticos (Sibragen), um sistema de informação baseado em banco de dados centralizado e disponibilizado para acesso via Internet.

O BAG Caju é composto por mais de 600 acessos. Os dados de passaporte con-têm informações básicas sobre a cultura, como quem cultivou, forma de obtenção, localização geográfica e forma de conserva-ção. O banco contempla uma grande diver-sidade de cajueiros, sendo que alguns deles datam da década de 50. Com a medida, os pesquisadores ganham em facilidade e con-hecimentos sobre a espécie. Além disso, o País preserva uma de suas riquezas estraé-gicos: seus recursos genéticos.

O BAG de espécies ornamentais, mantido no campo, congrega mais de 300 acessos de plantas coletadas nos estados

do Pará, Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Foram coletados ou introduzidos germoplasmas de espécies das famílias: Heliconiaceae, Bro-meliaceae, Araceae, Costaceae, Marantaceae, Zingiberaceae e Cactaceae.

Além da manutenção do germo-plasma existente em condições de cultivo em campo, algumas espécies estão sendo conservadas in vitro. A caracterização dos acessos vem sendo realizada por meio de descritores das plantas, das diferentes es-pécies/famílias botânicas, elaborados e ou adaptados a partir de espécies agronômicas conhecidas.

Em paralelo aos trabalhos de identifi-cação botânica de plantas e de caracteriza-ção morfológica, estão sendo conduzidos vários trabalhos de propagação in vitro, controle de contaminação em explantes diversos, indução de callus e aclimatação de mudas. Foram estabelecidos protoco-los para propagação in vitro de abacaxi or-namental, helicônias, bastão do imperador e antúrios entre outros.

Bancos Ativos de Germoplasma da Unidade são uma riqueza estratégica para o País

A

Bancos da diversidadeOBJ1 (EST4)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 19

Novos clones de cajueiro

Em parceria com a Companhia de Óleos do Nordeste (Cione), a Embrapa lançou os primeiros clones de cajueiro comum para plantio comercial - o BRS 274 (Jacaju) e o BRS 275 (Dão). As no-vidades buscam atender a uma demanda por castanhas de caju de tamanho maior, voltadas para a exportação. Eles também podem ser explorados comercialmente pela indústria de sucos.

O clone BRS Dão traz uma outra no-vidade: ele é o primeiro clone de cajueiro híbrido, gerado a partir do cruzamento do cajueiro comum com o clone de um cajueiro anão-precoce (CCP 1001). Após a seleção dos descendentes, foi realizada a multiplicação vegetativa da planta para obtenção do clone. A avaliação dos clo-nes foi feita em experimento instalado na Fazenda Jacaju, de propriedade da Cione, no município de Beberibe (CE).

O clone BRS Jacaju, por sua vez, ori-ginou-se da seleção de uma planta matriz de cajueiro comum, na Fazenda Uruanã, de propriedade da Cione, em Beberibe. A clonagem e avaliação da cultivar também foram realizadas na Fazenda Jacaju.

O objetivo dos dois lançamentos é modificar, a médio e longo prazo, o qua-dro atual da cajucultura, com a produção de matéria-prima de melhor qualidade, trazendo benefícios a todos os partici-pantes da cadeia produtiva. Os novos cajueiros têm uma altura intermediária, chegando a 5,3 metros de altura, em mé-dia, na idade de oito anos. Uma planta de cajueiro comum tem uma altura média estimada entre 8 e 15 metros.

Bancos da diversidadeOBJ1 (EST1, EST4, EST5)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200920

Sistemas de Produção Vegetal

cultivo protegido é uma das al-ternativas de maior viabilidade

técnica e econômica para aumentar a pro-dutividade, melhorar a qualidade e reduzir o uso de agrotóxicos na produção de cul-tivos hortícolas.

Nos últimos anos, houve uma redução da área de produção de tomate na Serra da Ibiapaba - principal região produtora de hor-taliças no Ceará. Entre as principais causas dessa redução destacam-se o aumento da incidência de pragas e doenças e o uso indis-criminado de agrotóxicos, que tem elevado consideravelmente os custos de produção, diminuindo a rentabilidade da cultura.

Em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil, a Embrapa Agroindústria Tropical iniciou, em 2008, um projeto para o aperfei-çoamento tecnológico do cultivo protegido de tomate e pimentão no Estado do Ceará. O trabalho inclui identificação dos fatores ambientais favoráveis ou limitantes à produ-ção em estufas e telados nas condições da Serra da Ibiapaba. Teste de um sistema auto-mático de controle da irrigação para o cul-

tivo do tomateiro em susbtrato de fibra de coco e a identificação das principais pragas e doenças em cultivos e estratégias de controle também fazem par-te das ações.

Os resultados obtidos até o momento apontam que a produti-vidade do tomate utilizando o siste-ma de cultivo protegido em substrato de fibra de coco foi de 130t/ha, bem superior à produtividade média alcançada no Estado do Ceará, que é de 54t/ha.

O sistema automático de controle de irrigação baseado em sensores Irrigas - de-senvolvido pela Embrapa – foi efetivo no manejo da irrigação, com economia de água em relação ao manejo com freqüência ajus-tada pelo produtor.

O controle com base nas informações obtidas com o monitoramento e a evolução da população das pragas chegou a uma re-dução de 90% no número de pulverizações com agrotóxicos.

O

Cultivo protegido

Novo sistema aumenta produtividade do tomate, diminui gasto com a água e reduz em 90% as pulverizações com agrotóxicos

Cultivo ganha novos métodos

OBJ1 (EST1)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 21

A Embrapa Agroindústria Tropical, aten-dendo uma das atividades do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento iniciou a coordenação do Programa de Produção Integrada de Flores Tropicais, que são cer-tificadas por empresas credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normali-zação e Qualidade Industrial (Inmetro) que realizam auditorias nas propriedades que aderem ao sistema.

A colocação em prática das diretrizes para a Produção Integrada oferece possi-bilidade de produção sustentável em toda cadeia produtiva de flores e plantas orna-mentais, respeitando o ambiente e a saúde dos trabalhadores.

A produção integrada, além de ser uma proposta de agricultura sustentável sob o ponto de vista ecológico, social e econômico, é uma possibilidade de sobrevivência e ga-rantia de concorrer com os mercados exter-nos, pois as normas técnicas são aceitas pela sociedade e pelos distribuidores. Os merca-dos mundiais, além da qualidade, passaram a exigir controles sobre todo o sistema de produção, incluindo a análise de resíduos e o estudo sobre o impacto ambiental para rea-lizarem suas importações, ou seja, o sistema

de produção deve permitir a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva de flores.

Deve-se considerar também que a produção integrada hoje é um objetivo político da Comunidade Econômica Euro-peia, que apoia os produtores que dese-jam passar do sistema convencional para o integrado. A potencialidade deste sistema deriva de uma visão conjunta e integrada do manejo dos cultivos junto aos ecossis-temas em que ela se desenvolve, respei-tando-se o ambiente e conseguindo-se uma alta qualidade das produções e ga-rantias de uma melhor qualidade de vida.

O programa de produção integrada de flores, em desenvolvimento entre a Embrapa Agroindústria Tropical, o Governo do Estado do Ceará e Associações de produtores e ex-portadores de flores, realizou o I Seminário Estadual da Produção Integrada de Flores no Brasil, que contou com palestras de diversas entidades envolvidas no setor, experiência de produtor e visita técnica a duas proprie-dades de flores e plantas ornamentais na Serra de Guaramiranga, no Ceará.

As normas técnicas – que serão valida-das no campo junto aos produtores – estão em fase de elaboração.

Flores com produção integrada

OBJ1 (EST1, EST3, EST4)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200922

Proteção de Plantas

uscar métodos alternativos no controle de pragas e doenças,

que possam equacionar baixo impacto am-biental, preservação da estrutura da planta, baixo risco à saúde humana e viabilidade econômica para o produtor tem sido um dos focos de atuação da Embrapa Agro-indústria Tropical nesta área.

Nesse sentido, a indução de resistência é uma técnica que reúne uma série de van-tagens, na medida em que ativa mecanismos de defesa presentes na própria planta, utili-zando agentes externos que não alteram seu genoma. A Unidade já vem testando a técnica em culturas como o melão e o caju.

Experimentos têm como objetivo preservar as plantas contra pragas e doenças, e que, ao mesmo tempo, causem o menor dano possível ao meio ambiente e à saúde humana

B

Mais resistentes, mais protegidas

OBJ1 (EST1, EST5) OBJ2 (EST6, EST7)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 23

Caju

Doenças como antracnose, mofo-preto e podridão-preta-da-haste do cajueiro têm sido observadas em níveis quase epidêmicos em pomares nos Estados da Bahia, Ceará, Piauí e Tocantins. O manejo da doença por meio de poda dos ramos afetados e aplica-ção de fungicidas não surtiu o efeito deseja-do. Nesse sentido, a Embrapa Agroindústria Tropical está testando o emprego de dife-rentes indutores de resistência no combate a essas doenças, avaliando freqüência e núme-ro de aplicações.

Ameaça da resinosePrincipal doença do cajueiro no semiári-

do nordestino, a resinose é uma ameaça para a exploração da cajucultura. O ecossistema da região torna as plantas altamente vulne-ráveis à doença. Diversos estudos têm sido desenvolvidos pela Unidade para determinar o efeito de práticas agronômicas associadas ao avanço da doença e o manejo apropriado para o combate, além da seleção de genóti-pos de cajueiro resistentes.

A produção de mudas de cajueiro livres do patógeno é uma prática de exclusão efi-caz no controle da resinose, pois o agente causador da doença é transmitido pelas se-mentes e propágulos do cajueiro, sem apre-sentar sintomas. A Embrapa Agroindústria Tropical recomenda a seleção da semente

para a produção do porta-enxerto livre de qualquer sintoma da doença e de clones re-sistentes e com a preparação do substrato que inclui desinfestação, seleção e plantio das castanhas. Garfos e propágulos devem ser obtidos de plantas sadias e vigorosas, pulverizadas com fungicidas sistêmicos. Cui-dados também devem ser tomados duran-te a enxertia.

Para a erradicação da doença no pomar, é preciso eliminar ramos e árvores infectadas por meio de podas de limpeza, que devem ser feitas logo após a colheita dos frutos.

A proteção é um princípio que consis-te no estabelecimento de barreiras entre o patógeno e o hospedeiro. A equipe de pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical já constatou a eficácia da aplicação de calcário e gesso agrícola na redução da severidade da resinose.

Uma das maiores descobertas em rela-ção ao manejo da resinose foi a identificação da variabilidade genética da população de cajueiro, que culminou com o lançamento e a indicação dos clones BRS-226 e Embrapa 51, resistentes e adaptados às condições de predisposição à doença.

A aplicação de indutores de resistência é uma alternativa potencial que começa a ser avaliada pela Embrapa Agroindústria Tropical para o controle da resinose.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200924

Proteção de Plantas

Melão

O melão já é a segunda fruta na pauta de exportação brasileira, com uma produção de quase 500 mil tone-ladas, segundo dados do Instituto Bra-sileiro de Fruticultura (Ibraf), de 2007. Os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte são os maiores produtores na-cionais e somam mais de 300 mil tone-ladas de frutos produzidos. alcançando US$ 316 milhões. Apesar da sua gran-de importância econômica, as doenças constituem um dos maiores entraves ao desenvolvimento da meloicultura. Além do risco de perda na produção, a inci-dência de doenças pode significar um aumento na utilização de defensivos. As-sim, empregar recursos da própria plan-ta em sua defesa, por meio da indução de resistência, é uma forma mais natural de proteção, que pode evitar a elevação de custos ambientais, econômicos e so-ciais na sua produção.

Com o objetivo de encontrar in-dutores de resistência alternativos aos benzotiadiazoles para o combate ao míldio, a Embrapa Agroindústria Tro-pical comparou com o acibenzolar-S-

metil seis outros produtos (quitosana, ácido salicílico, fosfito, óleo essencial de alecrim-pimenta, nim e triacon-tanol). A menor severidade de inci-dência da doença foi alcançada com o acibenzolar-S-metil, o triacontanol e o fosfito e o resultado é promis-sor como alternativa para o controle químico da doença. Em outra frente, pesquisadores dos Laboratórios de Química de Produtos Naturais, de En-tomologia, de Fitopatologia e do Hor-to de Plantas Medicinais da Unidade também estão realizando pesquisas com óleos essenciais e extratos ve-getais, visando ao desenvolvimento de um biopesticida para o controle dos principais patógenos do meloeiro.

Além de redução do custo de produção agrícola, o desenvolvimento de compostos bioativos pode trans-formar-se em nova fonte de renda. O novo produto também vai proporcio-nar a redução na manipulação de agen-tes químicos sintéticos nocivos à segu-rança alimentar, além de diminuir os impactos negativos à biodiversidade.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 25

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200926

Pós-Colheita

Em busca de saúde nas frutas tropicais.

De olho nos funcionais

OBJ1 (EST3, EST5)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 27

uando um alimento possui a du-pla função de nutrir e de auxiliar

de alguma forma na prevenção de doen-ças ele pode ser caracterizado como fun-cional, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Estudos científicos revelam que a alta ingestão de frutas está relacionada á diminuição no ín-dice de mortalidade por causa de doenças vasculares e cânceres. Seu principal papel na saúde humana é sua capacidade de re-duzir os impactos danosos dos radicais li-vres no organismo, exercendo uma função antioxidante.

Pelo fato de estarem expostas a uma grande quantidade de radiação solar, as frutas tropicais conteriam mais antioxi-dantes e em maior qualidade. Por conta disso, muitos produtos são vendidos nos Estados Unidos e na Europa como fun-cionais, ainda que seus atributos bioativos (referentes à sua funcionalidade) perma-neçam desconhecidos.

O Brasil possui cerca de 500 espécies de frutas nativas. Muitas delas têm um grande potencial bioativo, mas são pouquíssimas es-tudadas. É dentro desse campo de pesqui-sa que a área de Pós-Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical atua: na identificação dos nutrientes das frutas tropicais nativas e do modo como elas se expressam. Só assim será possível dizer com segurança ao consu-midor os resultados que ele deverá obter ao consumir determinado produto.

Uma pesquisa, com recursos do Ban-co do Nordeste, deverá gerar informações sobre as propriedades antioxidantes das principais variedades de frutas tropicais da Região Nordeste. O objetivo é atribuir ale-gações funcionais às frutas frescas comer-cializadas no mercado interno ou exporta-das. Com esse tipo de estudo será possível criar misturas de frutas que contemplem todos os componentes bioativos necessá-rios à saúde em um só composto, além de poder informar com mais clareza ao consu-

midor os ganhos efetivos que determinado alimento pode lhe proporcionar.

Outro projeto, envolvendo Brasil e Portugal, pretende estudar os efeitos das tecnologias de produção na evolução dos compostos da fruta com propriedades fun-cionais. O estudo tenciona desenvolver um sistema de produção que auxilie o desen-volvimento de novos produtos destinados aos mercados europeu e brasileiro. Fazem parte dessa iniciativa a Embrapa Agroindús-tria Tropical, a Universidade Católica Portu-guesa e a empresa portuguesa Frulact.

Além disso, a busca pela identificação funcional das frutas tropicais vem resul-tando em diversas teses e dissertações no meio acadêmico. Já foram temas de traba-lhos científicos a acerola, o caju, o pequi, a goiaba, o açaí e a carnaúba, por exemplo. Essas contribuições fornecem mais infor-mações aos pesquisadores sobre o tema, aprofundando o conhecimento existente acerca da funcionalidade das frutas tropicais.

Q

INCT/Frutas TropicaisEm junho de 2009, foi criado o Insti-

tuto Nacional de Ciência e Tecnologia - Frutas Tropicais (INCT-FT), uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia. Sua meta é “Avançar no desenvolvimento de tecnologias voltadas para o processamen-to de frutos tropicais e colocar o Brasil em lugar de destaque no cenário exportador mundial”. O comitê gestor é formado pela Universidade Federal de Sergipe, a Uni-versidade Federal do Ceará e a Embrapa Agroindústria Tropical.

Estão previstos recursos de R$ 4,5 milhões para os próximos três anos, que serão destinados para a compra de equipamentos, contratação de bolsistas e realização de simpósios e workshops. O INCT-FT vai focar sua atuação no de-

senvolvimento de produtos promissores utilizando frutas tropicais e subtropicais de larga produção (abacaxi, mamão, caju, manga e acerola), de escala produtiva média (cajá, umbu, sapoti, mangaba, açaí e cupuaçu) e de frutas exóticas de pe-quena escala de produção (guajuru, pul-sar, seriguela, jambo e cajarana) na Região Nordeste. O alvo é a exportação de pro-dutos de alto valor agregado.

A expectativa do Comitê Gestor é que, em 18 meses, cinco produtos se-jam lançados. No caso de tecnologias estratégicas, o Instituto vai acompanhar a obtenção de patentes. A idéia é apre-sentar esses produtos nos simpósios e workshops que serão realizados com os recursos do INCT-FT.

OBJ1 (EST3, EST5) OBJ5 (EST10)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200928

Processos Agroindustriais

Qualidade com endereço

certo

OBJ1 (EST3, EST5)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 29

indicação geográfica é uma forma de agregar valor e credibilidade a

um produto ou serviço, conferindo-lhes um diferencial de mercado em função das carac-terísticas de seu local de origem. Desta forma, quando pensamos em produtos de qualida-de única, levando em consideração as carac-terísticas naturais, como o mesoclima de sua origem, os fatores humanos, e ainda o tipo de processamento para obtenção do produto seja ele industrial e/ ou artesanal, podemos ter a indicação de saber de onde o produto é proveniente. Em suma, é uma garantia quanto à origem de um produto e/ou suas qualida-des e características regionais.

No âmbito nacional, esta oportunidade se dá por meio do registro no Instituto Na-cional de Propriedade Industrial (INPI), da “Indicação Geográfica”, que se divide em “In-dicação de Procedência” e “Denominação de Origem”. As Indicações Geográficas são uma forma especial de direito de propriedade in-telectual, visando, principalmente, distinguir a origem de um produto ou serviço por meio da qualidade diferenciada e/ou da excelência da sua manufatura, e também pela reputação obtida numa determinada área geográfica pela comercialização ou obtenção de um de-terminado produto.

A Embrapa Agroindústria Tropical iniciou um projeto em 2007 tendo como produto principal o queijo coalho, que é um produto regional com tradições arraigadas e tem po-tencial para preservação de sua identidade. Este produto já tem uma parcela significativa no mercado, sendo consumido em todo ter-

ritório brasileiro, com destaque para Região Nordeste.

Como proposta-piloto o projeto atua na região do Jaguaribe (CE), onde a região tem destaque na produção de queijo coalho. O trabalho é realizado com parcerias de várias instituições e com os produtores de quei-jos organizados em uma associação. Como resultado deste trabalho, foi realizado o ma-peamento das queijarias envolvidas, a iden-tificação dos fluxogramas dos processos de produção de queijo, monitoramento da qua-lidade do leite à luz da IN 51 (MAPA, 2002), controle sanitário dos queijos, capacitação sensorial dos produtores de queijos, de for-ma a elaborar um caderno de especificação.

O Projeto está na fase de desenvolvimen-to da história do queijo, formalização da deli-mitação geográfica da área e outros assuntos relacionados à atual legislação de lácteos.

Foram realizados também vários eventos com promoções de concursos da promoção e divulgação do queijo. Como destaque, a Embrapa Agroindústria Tropical coordenou e sediou, em novembro de 2009, o Encontro da Cadeia Produtiva de Queijo Coalho do Nordeste: Indicação Geográfica, Qualidade e Segurança, com palestras nacionais e inter-nacionais e ainda ações de interação entre os participantes, com exposição de queijos, equipamentos e ingredientes e outros pro-dutos relacionados com o segmento.

O Encontro teve a participação de produtores, extensionistas, estudantes e profissionais das instituições envolvidas no processo.

AEmbrapa e parceiros desenvolvem projeto que busca a indicação geográfica do queijo coalho da região de Jaguaribe (CE) para agregar valor e credibilidade a um produto tipicamente nordestino

>> Durante o evento, os participantes puderam experimentar queijos coalho

de diferentes regiões do Brasil e do Exterior.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200930

Estudo aponta que

fonte de nutrientes

possui uma boa

resistência térmica.

Descoberta abre

oportunidades para

novos produtos

Descobertas sobre a vitamina

Cvitamina C, que é uma fonte rica de antioxidantes – responsáveis

por prevenir o envelhecimento precoce e os radicais livres – também era tida até agora como um componente de grande instabilidade. Estudos desenvolvidos pela Embrapa Agroindústria Tropical, em par-ceria com o centro de pesquisa francês Cirad (Centro de Cooperação Internatio-nal em Pesquisa Agronômica para o De-senvolvimento), apontam, contudo, que esta fonte de nutrientes possui uma boa resistência térmica.

A fruta escolhida para a condução dos testes foi o caju, por possuir uma grande quantidade de vitamina C na sua compo-sição – em torno de 300mg/100g – além de ser um produto com muitas possibi-lidades de aproveitamento pela indústria de alimentos. O foco do estudo foi pes-quisar até que ponto o processamento industrial utilizando o calor comprometia a integridade da vitamina C.

O trabalho, que foi conduzido no Ci-rad, faz parte do projeto “Agregando valor a frutas tropicais subutilizadas com grande potencial de comercialização”, aprovado em 2006 pelo Programa de Cooperação Internacional em Pesquisa e Desenvolvi-mento Tecnológico da União Européia, que destinou 1,7 milhão de euros para estudos com nove frutas tropicais - açaí, amora silvestre, caju, camu-camu, garam-bullo, naranjilla ou lulo, pupunha, pitaia e tomate de árvore. Participam do projeto Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Brasil, Costa Rica, Equador e México.

A

Processos Agroindustriais

OBJ1 (EST1)

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 31

Até então, os dados disponíveis com relação à resistência térmica da vitamina C só chegavam a tratamentos térmicos até 120°C. Assim, nos estudos da Embrapa Agroindústria Tropical foi testado o com-portamento da vitamina C em tempera-turas compatíveis com processamentos industriais, como a fritura, que alcança temperaturas de 180°C.

Os testes foram realizados com temperaturas que variaram de 100°C a 180°C, utilizando tempos diferentes de tratamento, para verificar a degradação da vitamina C nas várias simulações. Os re-sultados surpreenderam os pesquisadores: a uma temperatura de 100°C, depois de duas horas de tratamento térmico, ainda havia mais de 70% da vitamina C inicial. A 140°C, depois de 15 minutos – que é um tratamento muito drástico - 50% da vita-mina C ainda continuava presente.

Os estudos não são definitivos e ainda é preciso um aprofundamento quanto às variáveis desse comportamento como, por exemplo, se algum componente do caju exerce um tipo de proteção contra a de-gradação ou se é uma característica própria da vitamina C. A Unidade pretende traba-lhar com outras frutas ricas em vitamina C ou desenvolver um sistema-modelo, com uma solução de vitamina C pura, e verificar se o comportamento será o mesmo.

Pesquisadores da Embrapa Agroin-dústria Tropical montaram uma base de dados com a relação temperatura/tempo e o comportamento da vitamina C, que poderá servir de referência para as indús-trias de alimento para saber, por exemplo, qual a melhor condição de processo para impactar o menos possível as característi-cas do produto.

Resistência

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200932

Processos Agroindustriais

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 33

s embalagens de alimentos e be-bidas respondem por mais da me-

tade do mercado mundial de embalagens, e são planejadas para descarte imediato após o consumo do produto, gerando um grande volume de lixo. Os programas de reciclagem não têm tido o impacto espe-rado, devido aos altos custos e, no caso de materiais plásticos, às dificuldades relaciona-das à separação de polímeros, já que cada material (ex: PVC, PET, polietileno) precisa ser reciclado separadamente.

Os problemas ambientais resultantes do excesso de geração de lixo pelas em-balagens de alimentos têm motivado um crescente interesse em embalagens “am-bientalmente corretas” - biodegradáveis ou comestíveis. São classificados como bio-degradáveis os materiais de embalagem a serem descartados após consumo do pro-duto, e que serão degradados (geralmente em poucas semanas ou meses) por ação microbiana, uma vez no solo ou outro am-biente propício. Já os materiais comestíveis não são sequer descartados, sendo ingeri-dos juntamente com o alimento, e degrada-dos no sistema digestivo.

Os filmes e revestimentos comestíveis são elaborados a partir de biopolímeros, como polissacarídeos (ex: amido, pectina, quitosana) e proteínas (ex: gelatina, proteí-na de soja, proteína de soro de leite). Vários materiais comestíveis têm sido utilizados para elaboração de filmes para embalagem de alimentos, podendo substituir (pelo me-nos parcialmente) os polímeros sintéticos

Filmes e revestimentos comestíveis apresentam-se como bons substitutos de materiais sintéticos. Pesquisas da Embrapa geram seus primeiros resultados

A

em algumas aplicações, reduzindo assim a quantidade de polímeros sintéticos neces-sária para proteger os produtos.

Purês de frutas têm sido utilizados para formação de filmes comestíveis, cujas propriedades mecânicas e de barreira são atribuídas aos polissacarídeos presentes em sua composição. Essas propriedades, importantes na formação de filmes, são combinadas às propriedades sensoriais da fruta. A produção de filmes é uma forma promissora de utilização do excedente de produção de frutas, podendo reduzir as perdas econômicas e favorecer toda a ca-deia produtiva.

Nesse sentido, a Embrapa Agroindústria Tropical começou a desenvolver estudo de efeitos de nanofibras de celulose sobre o desempenho de filmes comestíveis à base

de polpa de manga. Os filmes apresenta-ram melhores propriedades mecânicas e melhor barreira ao vapor de água quando adicionados das nanofibras.

Outro trabalho foi feito com filmes à base de quitosana (polissacarídeo produzi-do a partir de quitina, que é um resíduo de processamento de crustáceos, especial-mente camarão). Os primeiros resultados apontaram que as nanofibras de celulose, quando adicionadas aos filmes, aumenta-ram a resistência dos filmes à tração, mas reduziram um pouco sua flexibilidade.

Em 2009, a Unidade iniciou um estudo para elaboração e caracterização de filmes à base de purê de acerola, adicionados ou não de nanocristais de celulose provenien-tes de diferentes fontes e tratamentos, a exemplo de algodão e coco.

> Novos materiais poderão ser usados como alimento evitando serem descartados

Embalagens com sabor

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200934

Processos Agroindustriais

O Brasil possui elevada biodiversida-de de plantas aromáticas. Só na Região do Semiárido, mais de 500 espécies já foram identificadas como produtoras de essên-cias. Sua utilização vai desde a indústria da perfumaria, cosmética e farmacêutica, até o setor alimentício e de bebidas.

Mesmo assim, poucos trabalhos fi-toquímicos têm sido desenvolvidos no país, no intuito de avaliar o potencial olfativo dessas matérias-primas. Como consequência, a flora oleífera tem sido subutilizada, perdendo-se oportunida-

des de criação de empregos na agroin-dústria de óleos essenciais, por exemplo.

Durante a elaboração do IV Plano Diretor da Unidade (PDU), a Embrapa Agroindústria Tropical já tinha detectado a tendência do aumento na demanda por matérias-primas nos ramos da indústria de sabores e fragrâncias. E nesse sentido, ações foram formuladas para atender a um dos objetivos estratégicos formula-dos, no sentido de desenvolver processos agroindustriais para atender as demandas de mercado de óleos essenciais e extratos.

Biodiversidade é essencial

A lista de frutas nativas e exóticas com potencial para processamento de doces e geléias inclui espécies de todas as regi-ões do Brasil. Apesar do número elevado de diferentes frutas, apenas uma pequena parte é aproveitada para esse fim, tanto no mercado interno quanto no externo.

Entre suas linhas de ação, a Embrapa Agroindústria Tropical enfatiza a agregação de valor e de novos usos para produtos regionais. A carnaubeira, por exemplo, é a árvore símbolo do Estado do Ceará, adaptada principalmente às áreas secas da região. Seus frutos, quando começam a mudar de coloração – passando de esver-deada a roxo-escura – adquirem um sabor adocicado. Grande parte desses frutos é desperdiçada na época da safra, por causa do período de vida útil da fruta in natura, e principalmente por falta do seu aprovei-tamento processado.

Nesse sentido, pesquisadores da Em-brapa Agroindústria Tropical desenvolve-ram tecnologia para produção de geléia com frutos de carnaubeira, com análises físico-químicas de pH, sólidos solúveis e acidez total titulável e vitamina

Geléia com a carnaúba

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 35

Biodiversidade é essencial

Um dos desafios da Análise Sensorial é determinar a respos-ta do mercado em relação a um novo produto. Uma grande quan-tidade de informação é gerada por esta técnica, já que é necessária a utilização de um número expres-sivo de consumidores. Além disso, diversas propriedades sensoriais são avaliadas em um mesmo teste.

Outro papel fundamental é a análise das propriedades sensoriais que caracterizam a qualidade do alimento. Os resultados desse tipo de teste – que traça o perfil sen-sorial do alimento – pode guiar o desenvolvimento de produtos, ex-plicar a diferenciação de produtos similares e acompanhar sua degra-dação durante o armazenamento, auxiliando na determinação de sua validade. Dessa forma, um grande número de informação é gerada, pois todas as características do ali-mento devem ser analisadas, como aparência, cor, aroma, textura, den-tre outras.

O Laboratório de Análise Sen-sorial da Embrapa Agroindústria Tropical está ganhando investi-mento na sua modernização e na compra de equipamentos e softwa-res, como é o caso do FIZZ, que permite uma maior variedade de testes sensoriais, possibilitando a criação de novos testes e perguntas abertas nos questionários, além de possuir um pacote estatístico espe-cialmente desenvolvido para o tra-tamento dos dados de análise.

Analisar é preciso

Em 2009, a Embrapa Agroindústria Tropical iniciou um projeto com outras Unidades e empresas brasileiras do setor de essências e fragrâncias. A meta é ava-liar, pelo menos, 500 espécies do Semiá-rido até 2011.

As pesquisas fitoquímicas estão sendo realizadas no Laboratório de Química de Produtos Naturais (maquete abaixo), que está ampliando sua base para refinar a infra-estrutura dos métodos espectrométricos. O estudo tem como principais objetivos identificar e produzir produtos aromáticos

que possam ser utilizados em larga escala pelas indústrias de aromas e fragrâncias.

A geração de novas essências está fo-cada na redução de importações de insu-mos, que aumentaram em mais de 30% nos últimos cinco anos.

A equipe de pesquisadores trabalha na perspectiva de agregar valor às es-pécies não utilizadas pelas comunidades rurais, que pode representar uma nova e importante fonte de renda, além de pro-porcionar a redução de riscos de extinção de espécies do Semiárido.

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200936

Gestão Sócio-Ambiental

enorme problema causado pelos resíduos gerados nas grandes ci-

dades e pelas indústrias, uma dor de ca-beça para governantes e a população em geral, pode ser reduzido graças a iniciativas que têm como meta o reaproveitamen-to integral dos produtos. O que antes era descartado como lixo, pode ser agora em-pregado novamente como matéria-prima. Um dos projetos desenvolvidos pela Em-brapa Agroindústria Tropical, nesses dois últimos anos, avalia as possibilidade de se obter energia a partir dos resíduos orgâni-cos da agroindústria. O estudo conta com recursos da Embrapa, do CNPq, do Ban-co Interamericano de Desenvolvimento, e de empresas privadas. Um Laboratório de Gestão Ambiental foi instalado na sede da Unidade para se analisar a viabilidade da

produção de biogás a partir da casca do coco verde, bagaço de caju, pseudocaule da bananeira, resíduos da produção de biodiesel, entre outros.

Em 2008, o óleo diesel comercializado no País passou a conter 2% de biodiesel. Em 2013, esse índice deverá ser elevado para 5%. O glicerol, um dos subprodutos da produção de biodiesel, tornou-se um pro-blema ambiental nesse novo contexto de exapnsão do novo combustível. Estima-se que, em 2008, 80 mil toneladas de glicerol foram produzidas, enquanto em 2013, esse número terá saltado para 250 mil tonela-das/ano. O que fazer com esse resíduo?

Uma solução bastante eficaz é o seu reaproveitamento. O glicerol pode ser transformado em biogás, podendo ser revertido, assim, em geração de energia

elétrica ou térmica para a própria usina de biodiesel, o que diminuiria seus custos de produção. Além do aspecto econômico, a inovação beneficiará diretamente o meio ambiente, por meio da redução da emis-são de gases do efeito estufa.

Desde 2009, a Unidade estuda a via-bilidade técnica e econômica da utilização do glicerol como biomassa para produção de energia através do biogás. Para tanto, um reator anaeróbio (UASB) foi construí-do, em escala de laboratório. Ele está sen-do operado com diferentes cargas orgâ-nicas, para estudar a melhor configuração para degradação do glicerol, otimizando a produção do novo combustível. A inten-ção é que, encerrada essa etapa, a pesqui-sa possa ser feita em escala real, em uma usina de biodiesel.

Na natureza, tudo se aproveita!

O

Novos conhecimentos estão permitindo o reuso de materiais que até pouco tempo tinham como destino o lixo. Saiba quais são as matérias-primas de amanhã

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 37

Ourtro exemplo disso é a produção do suco de caju, que gera como subproduto o bagaço, item que representa aproximada-mente 20% do peso do pedúnculo, resultan-do em aproximadamente 300 mil toneladas de resíduo por ano e, em consequência, gerando prejuízos econômicos e sérios im-pactos ambientais. A Embrapa Agroindustrial Tropical avalia, atualmente, a viabilidade téc-nica e econômica da utilização do bagaço do caju como biomassa para produção de biogás e energia. Isto está sendo feito por meio de testes de atividade anaeróbia, re-ator em escala de laboratório e reator em escala piloto. O Laboratório de Efluentes e Qualidade de Água do Instituto de Ciências do Mar (Labomar – UFC) realizará testes de atividade metanogênica. Pretende-se, ao final do projeto, ter melhor conhecimento sobre a produção de biogás a partir do bagaço do caju, que hoje é desperdiçado. Além disto, espera-se que o biogás produzido reduza custos com energia.

Bagaço do Caju

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200938

Gestão Sócio-Ambiental

O uso de fibras sintéticas para o reforço de plásticos é uma técnica bastante usada na indústria para a obtenção de materiais mais resistentes. Recentemente, os resíduos sóli-dos vêm sido empregados em substituição aos recursos fósseis. Destacam-se, nessa área, os nanocristais de celulose, mais conhecidos como nanofibras. Eles são componentes ve-getais com alto teor de lignina (material co-nhecido por sua elasticidade e resistência) e possuem propriedades extremamente pro-missoras. A Embrapa Agroindústria Tropical estuda o desenvolvimento de um plástico biodegradável feito a partir do amido de tri-go e que seja reforçado com nanofibras de coco imaturo, extraídas a partir das fibras do fruto já usado e descartado.

As fibras de coco verde possuem

composição, propriedades e estrutu-ra que as tornam apropriadas para uso como enchimento ou reforço de novos materiais. As vantagens de seu uso estão relacionadas à sua baixa densidade, baixo custo, características renováveis e comple-ta biodegradabilidade. Além disso, as fibras naturais conferem dureza e resistência aos materiais, são facilmente recicláveis e, por não serem quebradiças como fibras de vi-dro, não se quebram facilmente durante o processamento.

Além da ampliação do mercado, o de-senvolvimento de novos usos para a fibra da casca do coco verde transforma o con-ceito de resíduo em matéria-prima, resul-tando na biodegradabilidade de novos ma-teriais e na redução do impacto ambiental.

Amostras do bioplástico foram produzidas em laboratório.

Pesquisas estão sendo realizadas no sentido de caracterizar suas propriedades. Um estudo feito pela Unidade em parce-ria com a Universidade Estadual Paulista, a Universidade de Albany e a Embrapa Ins-trumentação Agropecuária demonstrou que nanofibras de celulose obtidas a par-tir das fibras de coco imaturo podem ser potencialmente usadas como reforço em nanocompósitos.

Suas características mecânicas e térmi-cas foram testadas. O material poderá ser empregado principalmente na elaboração de embalagens e também na confecção de alguns artefatos onde plásticos sintéticos ge-ralmente são utilizados.

Os mil e um usos do coco

Ceará

Rio Grande do Norte

Paraíba

Pernambuco

Alagoas

Sergipe

Bahia

Mato Grosso

Espírito Santo

Rio de Janeiro

São Paulo

Estados com máquinas de beneficiamento de coco verde e seco (em número de unidades)

5

2

1

1

1

2

2

1

1

1

5

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 39

Como se viu no exemplo anterior, os avanços da nanotecnologia prometem modificar radicalmente o modo de produ-ção de alguns produtos. Essa nova área do conhecimento, contudo, traz em si limites e desafios, exigindo uma série de estudos e uma regulamentação específica para seu uso. A definição corrente de nanotecno-logia refere-se a ela como “um conjunto de atividades ou mecanismos que operam em uma escala extremamente pequena, nem sempre controláveis ou perceptíveis, mas que tem implicações no mundo real”.

Para que o desenvolvimento tecno-

lógico nessa área ocorra conjuntamente com a sustentabilidade ambiental, é preci-so conhecer melhor as interações da na-notecnologia com o meio ambiente, tendo em vista a redução de seus possíveis im-pactos negativos, bem como a ampliação de seus aspectos positivos.

A Embrapa Agroindústria Tropical, por meio da metodologia Ambitec-Ciclo de Vida, busca avaliar esses impactos no pro-cesso de aproveitamento de dois tipos de resíduos: a casca do coco verde e o algo-dão. Ao contrário de algumas avaliações já existentes, o novo método analisa a cadeia

de produção como um todo, avaliando a ocorrência de impactos desde o momen-to da obtenção do material. Conhecer os possíveis riscos toxicológicos em nível nano de produtos inovadores é uma das tarefas a serem executadas pelos pesquisadores.

A Unidade integra duas grandes redes nacionais de pesquisa voltadas à nanotec-nologia: a Agronano e a Biofibras. Sua mis-são, em ambas, consiste em identificar e analisar, do ponto de vista socioambiental, os impactos causados pela nova geração de tecnologias que serão disponibilizadas aos produtores.

Avaliação de impactos

O objetivo do Projeto Vigilantes da Água, coordenado pela Embrapa Agroin-dústria Tropical, é monitorar a qualidade de fontes de água utilizadas para consumo humano, baseando-se na capacitação e formação de agentes ambientais perten-centes às próprias comunidades. Daí o seu nome “vigilantes”, visando a redução dos níveis de contaminação por Escherichia coli e a proteção das fontes de abastecimen-to. Atualmente, essas são as comunidades atendidas no Ceará: Muquém-Jardim (Ibi-cuitinga), Santa Bárbara (Jaguaretama) e Neblina (Morada Nova). Cerca de 1,2 mil pessoas são beneficiadas, nessas três áreas. Uma parceria com o Projeto Mata Bran-

ca vai permitir a ampliação para outros municípios. A meta é ter pelo menos um projeto piloto em cada uma das 11 bacias hidrográficas do Estado.

São empregados princípios de edu-cação ambiental e técnicas didáticas de análise da qualidade da água, por meio de oficinas de capacitação que permi-tem a obtenção de informações sobre possíveis problemas de poluição e de-gradação das fontes de água que abaste-cem as comunidades.

Para a análise da água, eles recebem kits de monitoramento certificados pelo programa Global Watch Water (GWW), nos quais são avaliados coliformes fecais

na água de consumo humano. O projeto recebeu recursos do PAC Embrapa para sua expansão e a aquisição dos kits.

Os Vigilantes da Água organizam en-contros nas comunidades, utilizam os resultados das análises para mobilizar as famílias para os problemas diagnosticados, seus impactos sobre a saúde e o bem-estar das pessoas, bem como discutir soluções visando recuperar e proteger as fontes de água. Os resultados do monitoramento podem ser medidos pelo envolvimento e participação comunitária, que se refletem na perceptível redução dos casos de do-enças de veiculação hídrica nas comunida-des em que o projeto já foi implantado.

Vigilantes da Água

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Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200940

Transferência de Tecnologia

transferência de tecnologia cons-titui uma etapa crucial entre os

resultados da pesquisa e o público usuário de tecnologia. O número de pesquisado-res é normalmente diminuto e espacial-mente concentrado quando comparado com o universo de usuários de tecnologias ou agentes produtivos. Por isso, fica claro que a pesquisa não tem capilaridade para atender diretamente aos usuários finais. Desse modo, para se efetivar a transferên-cia de tecnologia é fundamental incorpo-rar um terceiro elemento nesse processo: o multiplicador ou agente de extensão.

Diante disso, a Embrapa Agroindústria Tropical tem feito todo um esforço para desenvolver mecanismos de disseminação das inovações tecnológicas junto a diferen-

tes atores que possam atuar na multipli-cação desses conhecimentos. Parte desses conhecimentos podem ser acessados di-retamente mediante consulta ao site da Unidade, às publicações (documentos da série Embrapa, livros, revistas, artigos téc-nicos, folderes, entre outras), e juntos aos próprios meios de comunicação (jornais, revistas especializadas, rádio, TV).

Em grande medida, no entanto, as ações do Núcleo de Inovação Tecnológica – NIT da Embrapa Agroindústria Tropical estão centradas na gestão orientada para capa-citação tecnológica, articulação institucional e organização da produção. Na seqüência, esses itens serão detalhados para eviden-ciar os avanços realizados pela Unidade em relação à transferência de tecnologia.

Tecnologia mais acessívelOs avanços da pesquisa tornam-se disponíveis aos agentes produtivos por meio dos multiplicadores capacitados com novos conhecimentos

A

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 41

Tecnologia mais acessível No biênio 2008-2009, a Em-brapa Agroindústria Tropical pro-moveu uma série de avanços na difusão do conhecimento técnico-científico, por meio de diversas ações de Transferência de Tecno-logia. A Unidade cumpre, assim, com o desafio de disponibilizar para a sociedade ferramentas para a transferência de conhecimento e tecnologias a técnicos, pequenos e médios empreendedores.

Em dezembro de 2009, foi inaugurada a Unidade Didática de Processamento de Frutos Tropicais, no Campo Experimental de Paca-jus (CEP). Com uma área total de 780m², o espaço foi configurado sobre duas plataformas: a platafor-ma de processamento de frutas e a plataforma de beneficiamento de castanha de caju. O objetivo é for-mar técnicos, multiplicadores e pro-dutores do Brasil e do exterior em processamento de frutos tropicais, além de testar equipamentos e de-senvolver processos industriais.

O projeto inclui ainda salas de apoio à Unidade Didática e uma Unidade Artesanal de Processa-mento e Depósito de Armazena-mento de Castanhas e Sementes. Os recursos para a construção da Unidade vieram de emendas par-lamentares, que aportaram R$ 500 mil para a Embrapa. A obra con-tou ainda com recursos dos pro-gramas PAC Mais Alimentos e PAC Transferência de Tecnologia.

A grade dos cursos a serem oferecidos contempla os seguintes temas: processamento de doces e geleias, desidratação de frutas e hor-taliças, processamento de polpas e sucos de frutas, processamento de cajuína, xaropes e licores, elaboração de produtos filtrados por membra-nas, beneficiamento de castanha de caju e caramelização e fritura de amêndoa de castanha de caju.

Unidade Didática

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200942

Transferência de Tecnologia

Missões técnicas

Tanzânia

Período: abril de 2009

Objetivo: Promover o desenvolvimento de tecnologias de pós-colheita da castanha de caju naquele

país, como forma de agregar valor aos produtos da cajucultura e promover o desenvolvimento social

dos produtores.

Guiana

Período: abril de 2009

Objetivo: visitar áreas definidas como prioritárias para o desenvolvimento do agronegócio,

onde já ocorre a exploração comercial do cajueiro, tendo em vista a implementação da produção e

aproveitamento industrial de caju nas savanas da Guiana.

Haiti

Período: 2008 e 2009

Objetivo: cumprir atividades do projeto de Transferência de Tecnologias em Sistemas de

Produção e Processamento de Caju para o Haiti, com objetivo instalar a minifábricas de castanha de

caju doada pelo Governo do Brasil e fazer a capacitação de pessoal responsável pelo funcionamento

da fabrica e coloca-la em funcionamento. No ano seguinte, a missão buscou articular com técnicos

do Ministério de Agricultura do Haiti a elaboração de um projeto bilateral no fortalecimento da

cajucultura, com a expansão de pomares em outras regiões do país que apresentem condições de

cultivo e do processamento industrial do caju.

Conhecimento sem fronteirasReferência na área da agroindústria tropical, a Unidade mantém um intenso e

estratégico fluxo de troca de conhecimentos com outros países, seja por meio de missões técnicas ou por cursos de capacitação realizados em nossas instalações. Nos parágrafos seguintes, conheça mais sobre a atuação internacional da Embrapa Agroindústria Tropical:

Para chegar a quem mora dis-tante e necessita de conhecimentos técnicos, a Embrapa Agroindústria Tropical criou, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), a Unidade Móvel de Transferência de Tecnologia Agroindustrial. O veícu-lo servirá de apoio para a realização de cursos destinados à transferên-cia de tecnologia na área da agroin-dústria tropical.

A iniciativa complementa o pro-grama Cozinha Brasil – Alimentação Inteligente, uma ação do Conselho Nacional do Sesi em parceria com os ministérios de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Educa-ção e da Saúde, que tem como prin-cipal objetivo ensinar a população em geral como preparar e consumir alimentos com baixo custo e alto va-lor nutritivo, evitando o desperdício de fontes nutritivas.

Na unidade didática móvel serão oferecidos treinamentos em produção de farinhas, frutas desidratadas, doces, geleias e pol-pas, ou seja, produtos com uma maior vida de prateleira e que possam ser aproveitados para consumo direto ou na produção de pratos constantes das receitas do Cozinha Brasil.

Unidade Móvel Jamaica

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 43

Visitas feitas à Unidade

País de origem: Panamá

Período: julho de 2008

Técnicos e empresários conheceram os trabalhos desenvolvidos no agronegócio caju por meio

de visitas ao Campo Experimental de Pacajus, Central de Exportação de amêndoas da Copacaju e

produtores de mudas de cajueiro no município de Cascavel - CE.

País de origem: Moçambique

Período: novembro de 2009

Curso Internacional sobre processamento agroindustrial de frutas tropicais(manga, mamão, abacaxi e

caju) para sete técnicos, com o objetivo de capacitá-los em processamento e embalagens de frutas tropicais

para obtenção de sucos, doces, frutas desidratadas e cristalizadas; processamento e envase de água de coco.

País de origem: Benim e Nigéria

Período: outubro de 2008

Missão de sete técnicos do Benim e da Nigéria para conhecer regiões produtoras de caju e contatos

com pesquisadores e tecnicos relacionados com as areas de melhoramento vegetal e tecnologia de

processamento de frutas e produtos adequados ao consume humano e animal.

País de origem: Colômbia

Período: novembro de 2009

Missão de seis técnicos e pesquisadores da Corporacion Colombiana de Investigacion Agropecuaria

da Colombia (Corpoica) para visitas técnicas à Embrapa com objetivo de conhecer os avanços

tecnologicas na cajucultura no melhoramento genetico e na produção de mudas, além de buscar

parcerias para trabalhos conjuntos com a instituição colombiana.

País de origem: Jamaica

Período: maio de 2008

Missão de quatro técnicos do Ministério da Agricultura para receber capacitação em processamento

industrial de caju e coco, pós-colheita de frutas tropicais e nas boas práticas de fabricação. Foram realizadas

visitas técnicas a industrias de alimentos e contato com pesquisadores da Embrapa e de universidades.

O processamento agroindus-trial apresenta-se como uma ex-celente alternativa de agregação de valor às frutas tropicais e está associado a vários fatores, den-tre eles, à qualidade da matéria-prima, à produção dentro de pa-drões técnicos e à utilização das boas práticas de fabricação, tendo em vista assegurar a qualidade do produto final. Há, no entanto, uma grande carência de profissionais especializados nesse segmento.

Pensando nisso, a Rede Nor-te/Nordeste de Fruticultura (Re-nofrut), coordenada pela Embra-pa Agroindústria Tropical, realizou durante todo o ano de 2009 um curso de capacitação em proces-samento de frutas tropicais para 27 profissionais do setor. A ideia é criar uma rede de multiplicadores de forma que eles possam estar aptos a atender as demandas de produtores e empresas na orien-tação e solução de problemas de tecnologia de industrialização de frutas relacionados à conservação, qualidade e embalagem.

O curso foi dividido em qua-tro módulos, com carga horária total de 144 horas. Os temas abordados foram: “Introdução à Tecnologia de Processamento de Frutas”, “Processamento e Con-servação - Parte 1”, “Processa-mento e Conservação - Parte 2” e Gestão e Comercialização”.

Renofrut

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200944

Transferência de Tecnologia

uxiliar na implantação de um novo sistema produtivo tam-

bém é uma forma de se transferir co-nhecimentos e informações à sociedade. Nesse sentido, a Embrapa Agroindústria Tropical atua em diversas frentes, sejam elas tecnológicas ou geográficas. Comum a toda essa diversidade de ações, está o desejo de contribuir para o desenvolvi-mento local, gerando, em contrapartida, muito mais empregos e renda.

A Região dos Inhamuns, no sertão central do Ceará, foi cenário de um es-forço de revitalização de uma cultura produtiva tradicional: o queijo coalho de Tauá. O projeto priorizou a realização de um diagnóstico sobre a produção de leite e no detalhamento de itinerários técnicos de sistemas de criação, por meio de um

estudo propositivo, com vista a melhorar a qualidade do queijo de coalho daquela re-gião. A meta é que as boas práticas imple-mentadas no Inhamuns sirvam de exem-plo para comunidades vizinhas e possam ser dissseminadas para outros municípios.

Para tanto, duas unidades de referên-cia para a melhoria da qualidade do quei-jo foram construídas no local. Cursos, se-minários e visitas de demonstração foram realizados como modelo de multiplicação para associações e grupos de produtores interessados em adotar as tecnologias. Os treinamentos das boas práticas de mane-jo na ordenha e na fabricação do queijo beneficiaram cerca de 180 produtores, técnicos e multiplicadores locais com o repasse de informações e conhecimentos nos cuidados do ambiente da ordenha,

equipamentos utilizados, e na fabricação do queijo coalho. Foi também incorpo-rado no processo o uso da embalagem plástica e etiquetagem do queijo para a comercialização.

A técnica de preservação do queijo maturado foi repassada, mediante o pro-cesso de cura em temperatura ambiente, com o armazenamento em prateleiras. No processo natural de conservação, o queijo é armazenado sob refrigera-ção em temperatura media de 6º C. O peso médio de um quilo foi padroniza-do, bem como o formato retangular do produto. As melhorias possibilitaram um incremento de 20% no preço do queijo produzido nas comunidades beneficiadas, em comparação aos preços cobrados pe-los demais produtores da região.

Organização = emprego + renda

Comunidade de Tiasol, em Tauá, começa a colher os frutos obtidos pela melhoria na fabricação do queijo coalho e da aposta na organização dos pequenos produtores

A

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 45

Organização = emprego + rendaA Pan Flora Ltda., do Ceará, tornou-

se a primeira empresa de base tecnológica agropecuária a se graduar no programa de incubação de agronegócios da Embrapa, o Proeta. Durante os dois anos de incu-bação, a Pan Flora desenvolveu protoco-los tecnológicos de micropropagação de fruteiras e plantas ornamentais tropicais. No período, além do acompanhamento tecnológico da Embrapa Agroindústria Tropical, o proprietário da empresa, José Walter Gadelha, participou de vários cur-sos de capacitação gerencial, seminários, workshops e feiras de negócios. Uma bio-fábrica foi projetada no município de Aqui-raz (CE) com o apoio técnico da Unidade Em 2008, deu-se início às ações de expan-

são do Proeta para as demais Unidades da Embrapa da região nordeste, por meio da realização de visitas de um consultor do programa. Em 2009, foram realizados eventos em todas as Unidades da Embra-pa da região nordeste, juntamente com a Assessoria de Inovação Tecnológica (AIT), da Embrapa Sede, visando à divulgação do programa e prospecção de tecnologias para comporem o portfólio para incuba-ção de agronegócios.

Com a ampliação do Proeta para to-das as Unidades da Região Nordeste, teve-se um conseqüente aumento na quantida-de de incubadoras parceiras conveniadas ao programa. Isso se deve ao fato de que existe uma grande probabilidade de em-

preendedores locais identificarem-se com as tecnologias da Unidade da Embrapa da sua região, devido à proximidade dos te-mas de pesquisa com a realidade local. O Nordeste apresenta, atualmente, um total de nove incubadoras parceiras.

A newsletter “Info Proeta” foi cria-da para atender toda essa demanda por informações tanto por parte de parcei-ros quanto do público de interesse do programa, que se apresenta em contínua expansão. Atualmente, o Proeta mantêm 16 empresas ligadas ao programa, sen-do uma graduada, 11 incubadas e quatro pré-incubadas. Além disso, 23 tecnologias estão disponíveis em convênio com 24 in-cubadoras parceiras.

Proeta gradua sua primeira empresa

A crescente preferência dos merca-dos importadores, como Europa e Es-tados Unidos, por uvas apirênicas (sem sementes), em substituição às tradicionais uvas com sementes é o principal moti-vador do desenvolvimento dos sistemas de produção e da expansão dessa cultu-ra. A queda sistemática das exportações

de uva despertou os estrategistas em agronegócios para essa nova realidade. O Estado do Ceará é privilegiado por ter áreas com potencial e uma forte estrutu-ra de exportação. As ações desse projeto pretendem conquistar etapas de conhe-cimentos, promovendo o desenvolvimen-to e a competitividade da viticultura no

Estado do Ceará através da adaptação, validação e difusão de tecnologia para a produção de uvas sem sementes. Para isso pretende-se introduzir cultivares e implantar áreas para validar tecnologias já consagradas, promovendo ajustes necessá-rios aos manejos locais, em áreas potenciais do Baixo Jaguaribe, Cariri e Vale do Acaraú.

O projeto busca a estruturação de uma rede de cooperação para o fortale-cimento de perímetros irrigados, com a criação de mecanismos para a estrutura-ção de estratégias para o desenvolvimen-to agrícola, ações de atualização técnica de extensionistas e abertura de novos canais de informação tecnológica. Os beneficiá-rios são, na fase inicial do projeto, os irri-

gantes dos Perímetros Irrigados de Araras Norte, Baixo Acaraú, Curu/Paraipaba, Icó/ Lima Campos, Tabuleiro de Russas, São Gonçalo e Tabuleiros Litorâneos, podendo, ao final do projeto, haver ampliação das áreas atendidas.

DemonstraçãoA Embrapa Agroindústria Tropical

desenvolve tecnologia de clarificação de

suco de caju por meio de membrana, per-mitindo que os aditivos sejam adicionados em menor quantidade, o que melhora a qualidade do suco obtido. Pensando na disseminação dessa prática, ações de de-monstração do processo de clarificação vêm sendo desenvolvidas com associa-ções e cooperativas no Ceará e no Rio Grande do Norte.

Produção de uvas apirênicas

Fruticultura nos perímetros irrigados

Comunicação

comunicação na Embrapa Agroin-dústria Tropical é considerada um

importante instrumento de inteligência com-petitiva e está integrada às ações e estratégias direcionadas para os ambientes interno e ex-terno e ao processo de tomada de decisão. Nesse sentido, a Unidade criou a Assessoria de Comunicação Social (ACS) – vinculada di-retamente à chefia geral e substituindo a Área de Comunicação Empresarial (ACE) - como forma de agilizar os fluxos de informação, propor e executar ações para reforçar o ca-ráter proativo do processo de comunicação.

No âmbito interno, a ênfase foi dada na internalização de conceitos importantes para a Unidade, programas de interação entre empregados e ações para reforçar a comunicação interpessoal nas equipes.

O site institucional foi reformulado, com mudanças não só no design, como também na forma de atualização. Cada área de atua-ção da Unidade passou a ter o seu próprio espaço, com acesso a vídeos, documentos em PDF e links externos.

A nova configuração imprimiu mais agili-dade ao fluxo de informações, na medida que descentralizou, facilitou o acesso e aumentou a quantidade de dados disponíveis.

Internet 2.0Dando continuidade à política de

estreitar sua relação com a sociedade, a Embrapa Agroindústria Tropical entrou de vez no universo das novas mídias. Além do Agroblog Tropical, a Unidade conta agora com um perfil no Twitter (www.twitter.com/embrapacnpat) e uma página de vídeos no Youtube (www.you-tube.com/cnpat).

CapacitaçãoA Embrapa Agroindústria Tropical

também investiu na interação do seu cor-po técnico-científico com a imprensa, por meio da realização de um curso de midia training. A capacitação teve como princi-pal meta fornecer elementos para que os empregados aprimorassem o relaciona-mento com a mídia, em especial a TV.

Durante o curso, pesquisadores e ana-listas puderam entrar em contato – tanto teórico quanto prático - com as técnicas de entrevistas e a linguagem jornalística. O novo conhecimento trouxe resultados po-sitivos no que se refere ao fortalecimento da imagem da Embrapa e à melhoria de sua relação com os públicos de interesse.

Comunicando mais e melhorEm dois anos, a Unidade amplia seus canais de comunicação com a sociedade, capacita empregados para lidar com a imprensa e ingressa no mundo 2.0

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A

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Comunicando mais e melhor

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O conceito de Embrapa

& Você é uma inovação

a partir da internet 2.0

.

O leitor fica sempre

em contato com as

novidades da empresa

pelos mais diversos

canais: twitter, blog,

revista e um canal de

vídeos no youtube.

O site foi dividido em seis áreas

de atuação. As informações

sobre cada uma delas pod

em vir

no formato de vídeo, sites ou

documentos em PDF.

Mudanças no Site aproximam Unidade do seu público

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 47

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200948

Visão de Futuro

avanço científico e tecnológico tem viabilizado a aceleração das

transformações que estão ocorrendo diu-turnamente no mundo atual. O contexto dessa nova realidade encerra, dentre outras, a comunicação em tempo real, o encurta-mento das distâncias, soluções e mitigações para as mudanças climáticas globais, a busca de novas ordens econômicas e políticas, a inserção social e digital, o embate entre a produção e a preservação ambiental.

Nessa nova realidade, o papel de uma instituição de ciência, tecnologia & inovação se torna mais premente, haja vista a ne-cessidade de se manter na vanguarda do estado da arte, de evitar a obsolescência do saber e de se promover a agregação de valor ao conhecimento, ou seja, ultimar resultados de pesquisas traduzidos em tecnologias, processos, produtos e servi-ços finalísticos. Da mesma forma, deve-se

promover a renovação e atualização de equipamentos laboratoriais e de campos experimentais em consonância com os re-ferenciais de normatização e de qualidade. Além disso, precisa-se também instituir me-canismos de gestão calcados na melhoria de processos, nos avanços dos softwares e das demais ferramentas de tecnologia da informação, da gestão do conhecimento e da comunicação.

A Embrapa Agroindústria Tropical tem se esmerado na leitura das mudanças e ten-dências do ambiente externo e na articula-ção com parceiros nacionais e internacio-nais com o intuito de cumprir o seu Plano Diretor e de alinhar uma agenda institucio-nal estratégica. As políticas públicas recen-tes (Ciência & Tecnologia, Mais Alimentos, PAC Embrapa, Territórios da Cidadania, entre outras) tem constituído um lastro im-portante para viabilizar essas ações.

Visão de futuroConheça as futuras inovações que estão sendo gestadas pela Embrapa Agroindústria Tropical, tendo em vista a nova realidade que se desenha

A

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/2009 49

A agenda de uma instituição de pes-quisa constitui uma busca incessante do avanço do conhecimento que se traduz em resultados de ordem incremental e, algumas vezes, em inovação radical. O planejamento de pesquisa busca sempre um futuro desejado, o que torna o pre-sente sempre passível de melhorias. As

principais linhas de pesquisa contemplam esforços em: biotecnologia vegetal, quími-ca de produtos naturais, nanotecnologia, controle biológico, alimentos funcionais, fisiologia de pós-colheita, segurança dos alimentos, sistemas de produção agrope-cuária, entre outras.

Essas linhas de pesquisa estão embasa-

das na formação de pessoas (no Brasil e no exterior), na estruturação da capacidade analítica, e na capacidade de articulação e formação de redes com parceiros, colabo-radores e usuários. Um dos grandes desa-fios do mundo contemporâneo é, ao lado do desenvolvimento sustentável, a transfor-mação do conhecimento em riqueza.

O desdobramento dos trabalhos nessas áreas do conhecimento vislumbra um futuro promissor para a agroindústria tropical. O modelo tradicional de agregação de valor às matérias-primas com foco na redução dos desperdícios e no incremento da vida útil dos produtos será robustecido com a imple-

mentação de modelos conceituais como o de biorefinaria, que compreende a conver-são integral de recursos da biodiversidade e dos resíduos agroindustriais em fontes de macromoléculas e em produtos processa-dos com elevado valor agregado.

Nesse aspecto é importante desta-

car o fortalecimento das ações visando à valorização de produtos não alimentares. Esse eixo de atuação complementa o es-forço da Unidade que era concentrado nos produtos alimentares e permite via-bilizar ações orientadas para o aproveita-mento integral da biomassa.

Outro aspecto a se destacar é a insta-lação de um laboratório avançado de quí-mica de produtos naturais. O avanço aqui se dá na forma e no conteúdo. Quanto à forma, a novidade é dispor o laboratório

para atender a demanda por serviços mul-tiusuários. No que concerne ao conteúdo, busca-se incrementar o potencial de uso da biodiversidade, visando o incremento do agronegócio de produtos bioativos

(medicinais, aromáticos, cosméticos, condi-mentares, biopesticidas), com foco na sau-dabilidade dos produtos, alinhando susten-tabilidade ambiental com potencialidade econômica e social.

Avanços nos processos agroindus-triais ainda estarão sendo implementados a exemplo da micro, ultra e nanofiltração, identificação de atributos funcionais, de-senvolvimento de produtos oriundos de bioprocessos, utilização de técnicas como ultravioleta pulsado e água eletrolisada, lio-filização, extrusão, dentre tantos outros. A aplicação de novos conhecimentos no de-

senvolvimento de embalagens inteligentes ou ativas, biofilmes, técnicas de nanoen-capsulamento também são contemplados nesse contexto.

Da mesma forma, o aprofundamen-to das técnicas relacionadas com a pós-colheita e os sistemas de produção vis-lumbram novas conquistas em relação a adequação, produtividade, padronização e

qualidade de matérias-primas agroindus-triais e produtos para o consumo final (in natura e processados).

É nesse ambiente criativo e colabora-tivo que a Embrapa Agroindústria Tropical cultiva os conhecimentos que brotarão para descortinar os dias melhores que a sociedade brasileira poderá colher num futuro próximo.

Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200950 Embrapa Agroindústria Tropical | Relatório 2008/200950

Embrapa Agroindústria Tropical > vista aérea

Embrapa Agroindústria Tropical

Vitor Hugo de OliveiraChefe-GeralAndréia Hansen OsterChefe-Adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e InovaçãoCláudio Rogério Bezerra TorresChefe-Adjunto de AdministraçãoLucas Antonio de Sousa LeiteChefe-Adjunto de Comunicação e Negócios

EQUIPE EDITORIALAndréia Hansen OsterCláudio Rogério Bezerra TorresEduardo Santos GalasLucas Antonio de Sousa LeiteRicardo Moura Braga CavalcanteTeresa Cristina da Silva FerreiraVitor Hugo de Oliveira

JORNALISTAS RESPONSÁVEISRicardo Moura (DRT 1681/CE JP)Teresa Ferreira (DRT 812/CE JP)Verônica Freire (MTB 01225JP)

TEXTOEmbrapa Agroindústria Tropical

PROJETO GRÁFICOAlessandro Muratore

FOTOSCláudio Norões / Arquivo Embrapa Agroindústria Tropical / Dijauma Honório

CAPAAlessandro Muratore

IMPRESSÃOMoto Gráfica1ª edição1ª impressão 2010Tiragem: 1.000 exemplares

Exemplares desta publicação podem ser solicitados na:Embrapa Agroindústria TropicalRua Dra. Sara Mesquita 2.270, PiciCEP 60511-110 Fortaleza, CECaixa Postal 3761Fone: (85) 3391-7100Fax: (85) 3391-7109Home page: www.cnpat.embrapa.brE-mail: [email protected]: www.cnpat.embrapa.br/blogTwitter: www.twitter.com/embrapacnpat

EXPEDIENTE

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COMITÊ DE PUBLICAÇÕESPresidente: Antonio Teixeira Cavalcanti Júnior. Secretário-executivo: Marco Aurélio da Rocha MeloMembros: Diva Correia, Ingrid Vieira Machado de Moraes, Antonio Calixto Lima, Ana Cristina Portu-gal Pinto de Carvalho, Adriano Lincoln Albuquerque Mattos e Ebenézer de Oliveira Silva.

Todos os direitos reservadosA reproducão não-autorizada desta publicação, notodo ou em parte, constitui violação dos direitosautorais (Lei nº 9.610).

Dados internacionais de Catalogação na Publicação ICIPEmbrapa Agroindústria Tropical

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Embrapa Agroindústria Tropical. Relatório de gestão 2008-2009 / Embrapa Agroindústria Tropical. – Fortaleza, 2010. 52 p. : il. color. 28 cm. – (Documentos/ Embrapa Agroindústria Tropical, ISSN 1677-1915; 125). 1. Gestão – Relatório. 2. Pesquisa – Desenvolvimento – Inovação. 3. Transferência de Tecnologia. I. Título. II. Série. CDD 630.72 (21. ed.)______________________________________________________________

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