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Relatório de Sustentabilidade ’07

Relatório de Sustentabilidade - Portal do Porto de Lisboa · De Montante para o Presente 08 Indicadores Chave de Desempenho da APL 12 ... maior dimensão e maior capacidade de carga

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Relatóriode Sustentabilidade ’07

Relatório de Sustentabilidade’07

Índice1 Mensagem do Conselho de Administração 06

De Montante para o Presente 08

Indicadores Chave de Desempenho da APL 12

2 A nossa Visão de Sustentabilidade 14

2.1 Visão, missão e valores 15

2.1.1 Visão 15

2.1.2 Missão 15

2.1.3 Valores 15

2.2 Visão de sustentabilidade - princípios e estratégia da APL 16

2.2.1 Princípios da sustentabilidade 16

2.2.2 Estratégia 16

2.3 Enquadramento estratégico 18

2.4 O Plano Estratégico de Desenvolvimento

do Porto de Lisboa 2007-2025 22

3 Envolvimento dos Stakeholders 24

3.1 Colaboradores 30

3.2 Comunidade portuária 37

3.3 Clientes 38

3.4 Fornecedores 39

3.5 Universidades 39

3.6 Sociedade civil 40

4 Navegação Segura e Não Poluente 42

4.1 Responsabilidade ambiental e social no transporte marítimo 43

4.2 Navegação segura 45

4.3 Navegação não poluente - gestão de impactos no porto 46

4.3.1 Águas de lastro 46

4.3.2 Estaleiros navais e reparação de navios e embarcações 47

4.3.3 Movimentação de granéis sólidos 47

4.4 Navegação não poluente - gestão de impactos em alto-mar 48

4.4.1 Recolha dos resíduos produzidos a bordo de navios 48

4.4.2 Emissões atmosféricas 52

4.4.3 Abastecimento de água aos navios 52

5 Valorização do Estuário do Tejo 54

5.1 Conservação da biodiversidade no estuário do Tejo 55

5.2 Combate à erosão estuarina e costeira 57

5.3 Gestão de sedimentos dragados 58

5.4 Redução das descargas de águas residuais não tratadas no estuário 59

5.5 Limpeza das linhas de água 60

5.6 Monitorização da qualidade das águas superficiais do estuário 60

5.7 Desmantelamentos de embarcações abandonadas 61

5.8 Remediação do passivo ambiental

das actividades industriais portuárias 62

5.9 Arqueologia 64

6 Relação Porto-Cidades 66

6.1 Introdução 67

6.2 Uma história de requalificação e grandes investimentos 68

6.2.1 Qualificação ou integração 69

6.2.2 Preservação e valorização da identidade

ambiental e patrimonial 70

6.2.3 Promoção da apropriação pública da frente de água 72

6.2.4 Investimento em áreas verdes 73

6.2.5 Cooperação e parcerias – envolvimento com as autarquias 74

6.2.6 Investimentos Patrimoniais em 2007 75

6.3 Há vida no porto 77

6.3.1 Náutica de recreio 77

6.3.2 Cultura e formação 80

6.3.3 Lazer e Diversão 82

6.3.4 Outros eventos 83

6.4 Responsabilidade ambiental e social na relação com as comunidades 84

6.4.1 Gestão das zonas de areal 84

6.4.2 Gestão das águas de abastecimento 85

6.4.3 Ruído e qualidade do ar 87

6.4.4 Obras na área de jurisdição 87

6.4.5 Recolha de resíduos urbanos – limpeza urbana 88

7 APL no Presente 90

7.1 Descrição da empresa 91

7.2 Competências, área de jurisdição e património 93

7.2.1 Competências 93

7.2.2 Área de jurisdição 94

7.2.3 Património 94

7.3 Estrutura de governação 95

7.3.1 Enquadramento legal – estatuto orgânico 95

7.3.2 Organização interna e estrutura orgânica 95

7.3.3 Modelo de governo e membros dos órgãos sociais 96

7.4 Movimentos no porto de Lisboa 97

7.5 Impacto económico no país 98

7.5.1 Introdução 98

7.5.2 Impactos directos 99

7.5.3 Salários e benefícios para empregados 100

7.5.4 Impactos indirectos e induzidos 101

8 Sobre este Relatório 102

9 Anexos 104

9.1 Tabelas GRI 105

9.2 Glossário 111

I. Mensagemdo Conselhode Administração

Relatório de Sustentabilidade’07

07

É com enorme satisfação e orgulho que em nome da centenáriaAPL - Administração do Porto de Lisboa vos apresentamos deforma integrada e sistematizada o primeiro relatório da evoluçãodas nossas actividades no âmbito do DesenvolvimentoSustentável.

Com responsabilidades acrescidas no contexto portuárionacional dado o seu cariz multifuncional, as suas responsa-bilidades de gestão no plano terra das áreas que legalmentelhe estão cometidas e sobre um plano de água estuarinode reconhecida importância histórica, ambiental e urbano-social,a APL, SA desde sempre tem procurado integrar na suaactuação princípios de gestão associados a práticas ambientais,sociais e económicas, por se entender que elas constituemfactores fundamentais para o desenvolvimento e a consoli-dação da sua actividade.

O presente relatório procura sistematizar e quantificar estaspráticas, que resultam de um compromisso assente numconjunto de quatro pontos estratégicos – Envolvimentodos Stakeholders,Navegação Segura e Não Poluente,Valorização do Estuário do Tejo e Relação Porto -Cidades –, os quais decorrem da Missão da Empresa, que foiassumida como,

“A prestação de um serviço multifuncional de baseportuária orientada para o Cliente – nossa base desustentação – e segundo princípios de RacionalidadeOperacional e Económico-financeira, de Eficácia Sociale Ambiental e de acordo com as melhores práticasSegurança Marítima e Patrimonial”;

Daniel EsaguyVogal

Sandra AyresVogal

Manuel FrasquilhoPresidente

e integram o Plano Estratégico do porto de Lisboa, cujosProgramas e Acções estão a ser organizados visando o seudesenvolvimento e concretização no horizonte a curto e médioprazo.

Sendo este o nosso primeiro Relatório de Sustentabilidade,terá, naturalmente, algumas fragilidades e omissões,que procuraremos resolver em futuras edições, pelo querecomendamos vivamente a sua leitura e, desde já, solicitamose agradecemos as críticas que nos queiram transmitir.

O nosso compromisso com o futuro do porto de Lisboa comoporto de cariz multifuncional e de reconhecida importância nocontexto local, nacional, ibérico e internacional é uma realidadeque iremos consolidar e desenvolver com total respeito pelasua história e pelos princípios estratégicos, operacionaise de sustentabilidade que são enunciados.

Terminamos com um agradecimento sincero à nossa equipainterna e aos consultores que nos ajudaram na sua elaboração,pelo trabalho realizado e pelo profissionalismo e dedicação quepermitiram a elaboração deste relatório, que, estamos certos,passará a constituir a base de referência comportamentale profissional de todos os que, na APL, exercem com zelo e totaldedicação a sua actividade profissional.

De Montantepara o Presenteconhecer 43 séculos de porto e 100 anosde Administração

4

43 séculosde portoSéc. XXII a.C

Fenícios estabeleceram um porto comercial

na Margem Norte do rio Tejo

205 a.C

Conquista da cidade pelos Romanos

e seu baptismo como Olisipo

472 d.C.

Controlo da cidade pelos Suevos

e os Visigodos

714 d.C.

Mouros tomaram Lisboa e desenvolveram

o porto através das suas actividades

comerciais mediterrânicas e atlânticas

Séc. XI

Com o advento das Cruzadas, o tráfego

e o comércio marítimo sofreram consideráveis

acréscimos

28 de Junho de 1147

Afonso Henriques entrou no Tejo com uma

frota de 164 navios que transportavam um

exército de 13.000 cruzados

Séc. XIII

Evolução dos métodos de navegação:

utilização da bússola como auxiliar da

navegação, introdução do leme de cadaste,

trazendo mais estabilidade e maneabilidade

às embarcações. Constroem-se navios de

maior dimensão e maior capacidade de carga.

Primeiras linhas regulares do Mediterrâneo

para Inglaterra e Norte da Europa, pelo

Estreito de Gibraltar. Lisboa como escala

obrigatória

1384

Inicio da 2ª Dinastia - papel fundamental

na defesa da nacionalidade, cerco da cidade

com 13 galés e 40 naus castelhanas

Reinado de D. João I

Descobertas - Lisboa como porto-chave para

o comércio global. Lisboa tornou-se numa

cidade rica, Portugal ficou em evidência no

Mundo. Segurança e a vigilância da entrada

do estuário do Tejo reforçadas com a

construção de fortalezas: na margem

esquerda do Tejo: fortificações desde Cabeça

Seca (Bugio) até Almada.

Século XVI e XVII

O comércio luso-espanhol teve grande

desenvolvimento.

1580 a 1640

Domínio espanhol - realização de obras

de desassoreamento no rio Tejo;

desembarcam em Lisboa os produtos

do Brasil – madeiras, açúcar e o ouro

de Minas Gerais.

Terramoto de 1755

Destruição generalizada de Lisboa, levando

a uma reconstrução da cidade planeada

tendo em vista o comércio.

Século XIX

Introdução da máquina a vapor,

modernização do porto de Lisboa, sucessão

de vários estudos e projectos que culminaram

com a inauguração a 31 de Outubro de 1887,

por D.Luís I, das grandes obras do porto de

Lisboa.

16 de Julho de 1885

Carta de Lei que autoriza o Governo

a adjudicar a construção das obras do porto

de Lisboa. Projecto da autoria dos

engenheiros portugueses João Matos

e Adolfo Loureiro.

31 de Outubro de 1887

Inauguração das primeiras obras entre

a Torre de Belém e Santa Apolónia

por D. Luís I.

Até 1907

Exploração do porto esteve confiada

ao empreiteiro das obras H. Hersent.

11 Março de 1907

D. Carlos sancionou o Decreto das Cortes

Gerais de 18 de Fevereiro por Carta de Lei.

100 anosde APL8 de Maio

Inauguração de novo regime administrativo

do porto, entregando-se o porto a um

Conselho de Administração Autónomo,

cujo 1º Presidente do Conselho de

Administração foi o Par do Reino José Adolfo

de Mello e Sousa, e vogais do mesmo

conselho, Fernando Munró dos Anjos,

Pedro Gomes da Silva e o Conselheiro

Manuel Francisco de Vargas, respectivamente

representantes do comércio, das empresas

de navegação e das companhias de caminho

de ferro.

Foi proposto para o cargo de director

da exploração do porto o Engenheiro

da empresa Hersent, Luís Straus.

1907-1928EPL, Exploração do Porto de Lisboa,

começou a fazer face aos seus encargos

com receitas próprias, derivadas dos

melhoramentos nele feitos para a sua

valorização.

1910

Regime monárquico é substituído pelo

republicano, este é um período muito

conturbado e grandemente afectado pela

guerra de 1914-1918, no entanto

as primeiras atribuições do porto, previstas

nas Bases anexas à Carta de Lei foram

alargadas encontrando-se descritas

no Regulamento da Exploração Comercial

do Porto de Lisboa.

Acabamento da doca de Alcântara.

Compra da ponte giratória e de material

de apetrechamento portuário, tanto terrestre

como marítimo – a draga de Alcântara de

grande capacidade e os potentes

rebocadores Cabo Espichel, Cabo Sardão

e Cabo Raso – e de construção e reparação

navais.

Construção das docas secas e a reconstrução

da muralha norte da doca de Alcântara

Mudança de designação de EPL para AGPL

- Administração Geral do Porto de Lisboa.

4 de Dezembro de 1926

Publicada a Lei dos Portos, o primeiro diploma

em que se estabelece uma política nacional

portuária, assim, nos termos do art.º 2º al.

a), o porto de Lisboa ficou classificado como

pertencente à 1ª classe dos portos

“que interessam directamente à economia

geral do País”.

1928-1946Este foi um tempo marcado pela Ditadura

militar

23 de Julho de 1934

Remodelação da lei orgânica da AGPL –

Decreto-lei nº 24.208, de 23 de Julho

de 1934 – mantendo-se o principio

da independência dos serviços do porto de

qualquer outro serviço, pela íntima

e directa colaboração da administração com

o Governo. A autonomia não é completa,

quer sob o ponto de vista financeiro quer

administrativo, uma vez que continuam a

depender de resolução superior a prática dos

mais importantes actos de gerência.

Como órgãos da Administração do porto,

a par do conselho de administração e do

administrador geral, surgem as novas figuras

do director do porto e da junta consultiva.

Obras da 3ª secção, de Santa Apolónia

ao Poço do Bispo, o que permitiria

o alargamento da estação de caminhos-

-de-ferro e a insta-lação de novas indústrias

e o desenvolvimento do comércio.

1934

Desaparecimento do antigo direito de cais

e criou em sua substituição a taxa de porto,

tornando obrigatória, salvo algumas

excepções, a entrada das mercadorias

provenientes do estrangeiro e do Ultramar

nos entrepostos, sem considerar o seu regime

aduaneiro.

1936

Concessão do estaleiro Naval da AGPL

à CUF que substituiu a Sociedade

de Construções e Reparações Navais.

Inicio da construção dos três grandes

armazéns de betão armado sitos em

Alcântara-Norte, bem como as estações

fluviais de Belém e do Terreiro do Paço

e os edifícios do posto de polícia

da delegação aduaneira e do armazém

da Comissão Reguladora do Comércio

do Bacalhau.

É entregue à Administração Geral do Porto

de Lisboa a margem esquerda do Tejo,

ficando com jurisdição sobre todo estuário

do Tejo.

1939 e 1940

Diplomas que autorizaram a celebração dos

contratos para a construção das estações

marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde

de Óbidos, tendo sido entregue ao Arquitecto

Pardal Monteiro a tarefa de executar o

traçado das mesmas. No hall do 2º piso das

Gares podem admirar-se os catorze painéis

sobre o Tejo, representando lides ribeirinhas

e cenas portuárias, executados segundo a

técnica da pintura mural a fresco, pelo pintor

José de Almada Negreiros.

1942

Apetrechamento do Aeroporto Marítimo

de Cabo Ruivo pela AGPL (Dec. 32331

de 19 de Novembro de 1942), ponto

de amaragem para os hidroaviões

da Pan Am.

1946-1960Decreto-lei nº35.716 de 24 de Junho

de 1946, denominado Plano de

Melhoramentos do Porto de Lisboa: Obras

marítimas: doca de Pedrouços para o

serviço de peixe; conclusão da 1ª secção;

complemento da 3ª secção, entre Xabregas

e Poço do Bispo; conclusão da doca do

Poço do Bispo; doca dos Olivais e

regularização da margem até Beirolas;

adaptação das docas de Belém e do Bom

Sucesso; pontes-cais em Cabo Ruivo e

Beirolas; regularização de margem em

Paço de Arcos; canalização e saneamento

do troço marítimo do rio Jamor; obras

de abrigo e regularização de margem

no Alfeite; obras na Trafaria.

Obras e instalações terrestres, como

arruamentos e vias-férreas, armazéns e

outros edifícios diversos, incluindo

a sede dos serviços da Administração Geral

e instalações de pessoal;

apetrechamento do porto comercial, tanto

em equipamento terrestre como marítimo.

1948

Alteração da lei orgânica, pelo Decreto-Lei

nº 36.976, de 20 de Julho e alarga-se

a área de jurisdição da AGPL, que passa

a estender-se até Vila Franca de Xira,

adiantando-se como razão determinante o

facto de um ser prolon-gamento

e complemento natural do outro.

Instalação, na doca de Alcântara,

da Companhia Colonial de Navegação,

da Companhia de Navegação Carregadores

Açorianos e da Sociedade Geral de Comércio

Indústria e Transportes, bem como as

petrolíferas, em Cabo Ruivo,

da Sacor, da Sonap, da Shell. Na margem sul

inicia actividade o complexo industrial da

Quimigal e Lavradio, a Siderurgia Nacional,

no Seixal.

28-09-1950

Integração da Torre de Belém no património

afecto à AGPL.

Constituição heráldica das armas, bandeiras

e selo da AGPL, a instituição da denominada

“Medalha do Porto de Lisboa” e a criação do

ex-libris da mesma.

1960-1987O transporte marítimo sofreu grandes

modificações evoluindo no sentido

de uma maior especialização e aumento

de dimensões dos navios, reflectindo

a liberalização da economia mundial.

1965

O cais de Alcântara foi submetido a obras

de recuperação numa extensão de

1100 metros. Procedeu-se a novo avanço

sobre o rio, de 80 metros, assegurando

maiores profundidades de águas e aumen-

tando o terrapleno na ordem de nove

hectares, mantendo-se a vitalidade de uma

zona portuária sempre considerada a mais

nobre do porto de Lisboa.

Construção do estaleiro da Lisnave,

na Margueira, e apetrechado para a reparação

de grandes navios.

Outubro de 1970

Entrada em funcionamento do Terminal

de Contentores de Santa Apolónia,

apetrechado para o desembarque

e embarque de contentores, com gruas porta

contentores, incrementando-se eficácia e

consequentes ganhos.

O porto de Lisboa inaugura uma nova

e importante etapa acompanhando

a evolução do transporte de mercadorias –

o desenvol-vimento da contentorização. O

porto assume a função de ligação crucial

entre os meios de transportes marítimos,

fluviais e terrestres.

O Terminal de Contentores de Alcântara,

concessionado à Liscont, opera desde 1985

estando vocacionado para operações

de transhipment.

A partir dos anos 80 instalaram-se terminais

cerealíferos, agro alimentares, oleaginosas,

combustíveis e outros, tanto na margem Sul

como na margem Norte. Assiste-se a um

assinalável desenvolvimento sustentado na

margem Sul.

O tráfego de cruzeiros sempre mereceu

a atenção da AGPL, sobretudo a partir

de meados da década de 80, tendo vindo

a aumentar a oferta portuária em instalações

e serviços de apoio.

1987-1998Período pós integração na União Europeia

(1986)

Reestruturação profunda do sistema

portuário de modo a tornar o porto eficiente

e eficaz para fazer face às exigências de

competitividade impostas pela integração e

a globalização.

31 de Dezembro de 1989

1º Plano Estratégico do Porto de Lisboa –

caminhos para a adaptação do porto aos

novos desafios que o mercado único europeu

iria colocar a partir de 1993. Foi considerado

que o desenvolvimento do porto de Lisboa

deveria abranger os seguintes vectores:

terminais de contentores e outros terminais

especializados de mercadoria; navegação

fluvial; áreas comerciais e industriais;

revitalização de frentes ribeirinhas; terminais

de cruzeiros e náutica de recreio.

Opções de desenvolvimento passariam pela

melhoria das condições de acesso ao porto;

como primeira medida foram estabelecidas

novas características geométricas do canal

de acesso, bem como a ampliação da

capacidade dos terminais de contentores.

Dezembro de 1994

Decreto-Lei nº 324/94, que estabelece as

bases gerais da concessão à iniciativa privada

de cais, terminais, equipamentos e espaços

portuários - modelo “Land-Lord Port”.

A concessão do Terminal de Contentores

de Santa Apolónia à Sotagus foi o ponto

de viragem da administração à

comercialização do porto “Land lord-port” ou

porto proprietário.

29 de Junho de 1994

Plano de Ordenamento da Zona Ribeirinha

– POZOR – compatibilização entre as

exigências específicas da actividade

portuária e as características e usos previstos

para as áreas urbanas adjacentes, na frente

ribeirinha compreendida entre Algés e a

Matinha.

De acordo com o Plano Director Municipal

de Lisboa e com o suporte legal do

DL nº 309/87, que lhe conferia poderes

para intervir em funções urbanas.

Aproximação do porto aos cidadãos em geral,

bem como um maior relacionamento com o

município.

1998-2007Decreto-Lei nº 336/98 de 3 de Novembro:

a Administração do Porto

de Lisboa passa a sociedade anónima de

capitais exclusivamente públicos,

passando a denominar-se APL –

Administração do Porto de Lisboa, S.A.

possibilitando-lhe uma gestão mais

dinâmica e flexibilizada com um maior

nível de autonomia e conjugando-se

actividades de prestação de serviços

de natureza empresarial com o seu

estatuto de autoridade portuária.

16 Julho 2001

Inauguração de uma estrutura arquitectónica

destinada a realizar

o controlo de uma vasta área marítima

e fluvial, com a valência, entre outras,

de controlo de tráfego marítimo

(VTS, “Vessel Traffic Service”). O porto

de Lisboa passa a estar apetrechado

ao nível dos principais portos europeus,

ganhando competitividade e

sustentabilidade.

Ano de 2007

Comemoração dos 100 Anos da sua gestão

autónoma, tendo sido dado ênfase a este

acontecimento, com um programa de eventos

planeados para assinalar esta efeméride.

Maio de 2007

Definição de um novo Plano Estratégico para

o período de 2007 a 2025.

12

Unid. 2007 2006 ∆ 2007 / 06

Envolvimento com os colaboradoresEfectivos no activo N.º 350 348 +1%

Acidentes de trabalho N.º 14 19 -26%

Acções de formação N.º 105 84 +25%

Energia consumida GJ 26 335 – –

Papel consumido Kg 7 200 – –

Navegação segura e não poluenteNavios com movimentação de águas de lastro N.º 296 351 -16%

Navios com recolha de resíduos N.º 1 972 1 111 +38%

Relação porto-cidadeExtensão de frente linha de jurisdição na jurisdição da APL km 205,4 – –

Extensão acessível ao público % 76% – –

Indicadores da actividadePassageiros de navegação marítima N.º 305 185 270 893 +13%

Movimento de contentores N.º 372 476 343 553 +8%

Carga M. Toneladas 13 979 12 764 +10%

Volume de negócios Milh. Euros 49 425 47 333 +4%

Indicadores Chavede Desempenho da APLÁrea de Jurisdição da APLEstende-se desde a linha situada entre a torre do Forte de SãoJulião da Barra e o Bugio, a jusante, até Vila Franca de Xira, amontante, e abrange o leito de rio, e salvo algumas excepções,50m de largura da margem das águas do mar e das águasnavegáveis ou flutuáveis.

Zonas Operacionais Portuárias

Torre VTS

Doca de Recreio

Terminal de Cruzeiros

Terminal de Carga Roll-On/Roll-Off

Terminal de Contentores

Terminal de Granéis Líquidos

Terminal de Carga Geral e Fraccionada

Terminal de Granéis Agro-Alimentares

Terminal de Oleaginosas

Terminal de Cimento

Estaleiros, Ponte-cais

Lisboa

Almada

Seixal

Barreiro Moita Montijo

Alcochete

Benavente

LouresOeiras Vila Franca de Xira

Estuário do Tejo

2. A nossaVisão deSustentabilidade

Relatório de Sustentabilidade’07

2.1 Visão, missão e valores

2.1.1 VisãoCom respeito pela sua diversidade e multifuncionalidade,o porto de Lisboa quer ser um porto moderno e eficiente,sobretudo nos segmentos de carga contentorizada, de granéisagro-alimentares, de lazer e turismo, e constituir um factorestruturante da Área Metropolitana de Lisboa, contribuindopara a construção de uma identidade ribeirinha nesta zona,para a sua afirmação como uma metrópole europeia e atlânticae para o reforço da competitividade da economia nacional.

2.1.2 MissãoA prestação de um serviço multifuncional de base portuáriaorientado para os clientes segundo princípios de racionalidadeoperacional e económico-financeira, de eficácia sociale ambiental e de acordo com as melhores práticas de segurançamarítima e patrimonial.

2.1.3 ValoresA APL é portadora de um conjunto de valores e competênciasque, em equipa, usamos em favor da afirmação e da conso-lidação desta instituição que todos temos orgulho em servire dignificar.Assim, na APL regemos a nossa actuação pessoal e profissionalpelos seguintes valores e comportamentos:• A lealdade, a ética e o respeito pelo esforço de todos,

e de cada um, em função das suas capacidades, das suascompetências e das responsabilidades cometidas à APL;

• A transparência de acções, actuações e decisões;• O respeito pelo esforço de cada colaborador, pelas suas

expectativas e pelo seu empenho e dedicação;• A visão global dos objectivos partilhados, de acordo com

as orientações e políticas da empresa;• A capacidade crítica, a criatividade e a capacidade de inovar,

como formas estruturadas de desenvolvimento e sobrevi-vência da empresa;

• O respeito e a preocupação de cooperação activa comos clientes da APL, dentro dos princípios de racionalidadee da equidade.

O nosso código de ética está publicado em www.portodelisboa.pt.

15

2.2 Visão de susten-tabilidade – princípiose estratégia da APL

2.2.1 Princípios da sustentabilidadeNa Administração do Porto de Lisboa entendemos que con-seguiremos atingir um nível de desenvolvimento sustentáveldo negócio da empresa, se formos capazes de asseguraras melhores práticas de desempenho da actividade portuária,quer ao nível dos colaboradores e da organização quer ao níveldos clientes, fornecedores e demais parceiros que connoscotrabalham, em cumprimento dos princípios da responsabilidadesocial, ambiental e transparência, num profundo respeito pelosinteresses das gerações actuais e futuras.Com este compromisso pretendemos alcançar um estatuto dereferência no conjunto de portos europeus e, por consequência,constituir-nos como um pólo aglutinador de vontades e de criaçãode riqueza para as empresas que directa ou indirectamenteintervêm no negócio portuário.O princípio da responsabilidade SOCIAL consubstancia-seem iniciativas destinadas a manter uma relação de bem-estare partilha com os colaboradores, clientes, fornecedorese comunidades locais.Os colaboradores são uma prioridade, reconhecemo-los comosuporte e mais-valia que representam, tendo presente o perma-nente reconhecimento das variadas capacidades profissionais.O porto de Lisboa e o estuário do Tejo são o traço comum queliga 11 municípios, desde há séculos geminados com a vivênciadas suas gentes. É neste contexto que pretendemos continuara enriquecer esta relação, constituindo um espaço abertoà comunidade e apoiando iniciativas nas áreas da educação,desporto, cultura e lazer.Como responsáveis pela gestão do porto, ambicionamosenvolver os nossos clientes e fornecedores, encorajando-osa partilhar os nossos princípios. Por isso, queremos mostrar-lhesde forma inequívoca e transparente como gerimos os compro-missos assumidos, com vista à formulação de objectivos clarose partilhados que melhorem o desempenho integrado do porto.

O princípio da responsabilidade AMBIENTAL visa uma cadavez melhor integração do porto nas envolventes urbanae natural, permitindo o desenvolvimento da nossa actividadee a integração mútua de interesses, num contexto futurosempre mais exigente.O porto de Lisboa integra-se no estuário do Tejo, a maior zonahúmida da Europa Ocidental, que apresenta importantes valoresnaturais, espécies e habitats a preservar. Este estuáriocongrega a maior área metropolitana do país, com cerca de 25%da população nacional, cuja qualidade de vida é de primordialimportância. Esta realidade é razão necessária e suficiente paraque a APL adopte uma atitude proactiva na defesa do ambienteestuarino.O princípio da sustentabilidade ECONÓMICA visa garantira autonomia orçamental, consagrada nos estatutos,e a capacidade da APL criar valor para as gerações actuaise futuras. Enquanto entidade administrante, a APL devepromover a competitividade do porto e a sua crescenteimportância socioeconómica a nível ibérico, privilegiandoa racionalização dos seus recursos, a rentabilidade dos capitaispróprios e, naturalmente, a sua capacidade de investirna permanente modernização do porto de Lisboa.O princípio da TRANSPARÊNCIA é o modo natural e abertocomo desenvolvemos as nossas actividades, como encaramosas nossas ambições e como comunicamos os resultados quevamos alcançando.É também a forma como pomos em discussão aberta as ideiase projectos de participação comum e ponderada entre o portoe as comunidades envolventes.

2.2.2 EstratégiaAcreditamos que as gerações futuras têm o legítimo direitode poder usufruir de um porto de nível europeu, ou mundial,com um ambiente que lhes proporcione estabilidade e asmelhores condições de vida e de emprego. Pretendemos,por isso, desenvolver um porto de qualidade internacional,com impacto regional positivo ao nível socioeconómico,e que possa representar um atractivo para a instalação deactividades diversas, suportado num bom ambiente de trabalhoe em condições de operacionalidade sustentável.O nosso compromisso com o desenvolvimento sustentáveltraduz-se nas seguintes bandeiras:A. Envolvimento dos Stakeholders;B. Navegação Segura e Não Poluente;C. Valorização do Estuário do Tejo;D. Relação Porto – Cidades.

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Relatório de Sustentabilidade’07

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Bandeiras para a Sustentabilidade

Valorização doEstuário do Tejo Relação Porto-cidades

Envolvimento comos Stakeholders

Princípios, bandeiras e indicadores chave da APL para a sustentabilidade

Navegação Segurae Não Poluente

Princípios para a Sustentabilidade

ResponsabilidadeAmbiental

ResponsabilidadeSocial

SustentabilidadeEconómica

Transparência

Águas de Lastro

Recolha deResíduos Navios

MonitorizaçãoAmbiental

RemediaçãoPassivo Ambiental

Controlo de ErosãoIntegração

Porto-cidades

Comunicação comos Stakeholders

Formação dosColaboradores

Satisfaçãodo Cliente

Indicadores chave de desempenho

A. Envolvimento dos StakeholdersConsideramos que os colaboradores e os parceiros são funda-mentais para o desenvolvimento do porto nas suas múltiplasvertentes. Por essa razão, investimos na comunicação bidirec-cional com os colaboradores e com os parceiros, promovendoa sua informação, formação e participação activa na vidada empresa.Conscientes da relevância do desempenho e da atitudeda comunidade portuária no desenvolvimento do negócioportuário, é nosso propósito definir estratégias que suportemo crescimento do negócio, incorporando os objectivos, anseios,apoios e propostas dos nossos parceiros.O envolvimento com as comunidades é motivo de uma bandeiraespecífica: a relação porto-cidades.Estamos atentos às expectativas de todos os restantesstakeholders, através de canais de comunicação sempre abertose que queremos aprofundar.

B. Navegação Segura e Não PoluenteO transporte marítimo é a forma de transporte que apresentaos melhores desempenhos em termos de sustentabilidadeambiental e energética, assumindo os portos uma importânciaestratégica no desenvolvimento de sistemas de transporteintegrados e mais eficientes.Estamos empenhados em garantir a qualidade e a segurançado tráfego marítimo portuário, pelo que nos posicionámosna vanguarda da utilização de meios tecnológicos de apoioà navegação. Esta aposta permite-nos garantir o respeito pelosambientes marinho e portuário e pelas comunidadesenvolventes, potenciando o desenvolvimento do negócio.É nossa firme intenção assegurar, de forma cada vez maiseficaz e eficiente a prestação de serviços à navegação de modoa prevenir e minimizar incidentes de poluição marinha,bem como incrementar o controlo sobre as recolhas de resíduosde navios, as descargas de águas de lastro, a movimentaçãode mercadorias perigosas e as emissões gasosas de navios.Queremos simultaneamente modernizar e adequar a nossacapacidade de resposta a situações de emergência, enquadradosno Sistema Nacional de Protecção Civil.

C. Valorização do Estuário do TejoAtentos às principais características biofísicas do estuário do rioTejo, o maior plano marítimo-fluvial da Europa e um dos de maiorvalor ecológico, constituindo um património cuja valorização,em todas as suas vertentes, é fundamental, pretendemos terum conhecimento cada vez mais aprofundado do equilíbriodinâmico deste sistema e adoptar práticas de gestão quepromovam a sua preservação e qualificação. Merecem a nossaparticular atenção as questões relacionadas com o equilíbriohidrodinâmico das barras do Tejo e zonas costeiras adjacentese o incremento da qualidade ambiental do estuário, em sentido lato.Pretendemos, em estreita colaboração com as restantes enti-dades com responsabilidades no estuário, minimizar o passivoambiental existente, estabelecer compromissos com baseem estratégias de gestão amigas do ambiente e potenciaro turismo.

D. Relação Porto – CidadesTendo em conta a realidade geográfica do porto de Lisboa,pretendemos integrar, de forma qualificada, as áreas portuáriase urbanas, tendo em atenção as necessidades da actividadeportuária e os anseios das populações.O estabelecimento de protocolos e de acordos de parceria comos municípios, consolida e exponencia os bons resultados quepaulatinamente temos vindo a obter, sobretudo através daparticipação na elaboração dos diversos instrumentos de gestãoterritorial, por nós entendidos como fundamentais com vistaà articulação de objectivos e propósitos.Pretende-se promover a utilidade social do espaço sob juris-dição portuária, privilegiando as utilizações de interesse público,fortalecendo a identificação do cidadão com o porto, comos seus desígnios, as suas aspirações e os seus objectivosde desenvolvimento futuros.

2.3 Enquadramentoestratégico

No contexto actual, estão a ocorrer, por um lado, rápidas trans-formações ao nível do comércio mundial e das característicasdos fluxos de mercadorias que circulam no mercado globalizadoatravés das cadeias logísticas mundiais. Por outro lado, temocorrido uma dispersão dos centros de produção, acompanhadapor uma dispersão dos centros de decisão sobre as alternativasde transporte e distribuição. Neste contexto, os portos deixaramde ser um elo estável da cadeia de transportes e de mantertráfegos cativos, para se confrontarem com desafios permanentesde manutenção e captação de novos fluxos de mercadorias.A nível comunitário, as políticas de transporte e distribuiçãotêm evoluído, provocando impactos sobre a actividade portuáriae criando oportunidades que é forçoso aproveitar, ou ameaçasque importa prevenir. Os diversos instrumentos, estratégiase programas disponibilizados deverão ser aproveitados pelaAPL e pelos seus parceiros para melhorar os níveis de serviçoe a capacidade competitiva da região de Lisboa e do país.

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Relatório de Sustentabilidade’07

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Livro Branco da EUsobre os Transportes

Fraquezas Identificadas

• Crescimento desigual dos váriosmodos de transporte;

• Congestionamento;• Danos ambientais;• Acidentes decorrentes.

Números do diagnóstico Europeu:

• 7 500 km de estradascongestionadas, correspondendo a10% da rede rodoviária;

• 16 000 km de vias férreascongestionadas, correspondendo a20% da rede ferroviária;

• 1 900 milhões de litros de combustívelgastos por causa dos atrasos notransporte aéreo a nível global;

• 28% das emissões de CO2 sãoatribuíveis ao sector dos transportes;

• 50% de aumento destas emissõesentre 1990 e 2010 (atingindo os1113 milhões de toneladas de CO2 );

• 84% das emissões do sector devem-se ao transporte rodoviário como oprincipal responsável.

Medidas previstas no Livro Branco:

Promover os transportes marítimo efluvial - considerados os dois modoscapazes de fazer face aocongestionamento de determinadasinfra-estruturas rodoviárias e à falta deinfra-estruturas ferroviárias. Criação deverdadeiras “auto-estradas do mar”, quepressupõem uma melhor conexão dosportos marítimos à rede ferroviária efluvial e uma melhoria da qualidade dosserviços portuários.“O transporte marítimo é o modo poucooneroso e mais respeitador do ambientedo que a estrada (…). Em termos deeficiência energética um quilograma depetróleo permite deslocar numa distânciade 1 km, 50 t em camião, 97 t num vagãoe 127 t por via aquática.”- Colocar a investigação e a tecnologia aoserviço dos transportes não poluentes eeficientes.

Estratégias Sectoriais Temáticaspara a Sustentabilidade

Plano Estratégico da APL

Estratégia deSustentabilidade da APL

Livro Branco da EUsobre os Transportes

Livro Verde parauma futura PolíticaMarítima da União

Orientações Estratégicaspara o Sector

Marítimo-Portuário

Estratégia Europeiapara o Desenvolvimento

Sustentável

Estratégias Regionaispara a Sustentabilidade

Estratégia Nacionalpara o Desenvolvimento

Sustentável

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Orientações Estratégicaspara o Sector Marítimo-Portuário

Objectivos Estratégicos para o Sector Marítimo-Portuário, para o horizonte de 2015:

• Aumentar fortemente a movimentação de mercadorias nosportos nacionais;

• Garantir que os portos nacionais se constituem umareferência para as cadeias logísticas da fachada atlântica daPenínsula Ibérica;

• Assegurar padrões, de nível europeu, nas vertentes deambiente, de segurança e de protecção no sector marítimo-portuário;

• Melhorar o equilíbrio económico-financeiro dos portos nacionais;• Promover o ensino, a qualificação profissional e a

Investigação, Desenvolvimento & Inovação; e• Apoiar o posicionamento competitivo da frota nacional assim

como a manutenção e o reforço de tripulações nacionais.

Vectores para o perfil estratégico do porto de Lisboa:

• Desenvolvimento da sua vocação como porto multifuncional;• Consolidar a sua posição na carga geral, aumentando a actual

capacidade pela optimização e modernização das infra-estruturas existentes;

• Reforçar a posição no segmento dos granéis sólidosalimentares enquanto primeiro porto nacional e segundoibérico;

• Afirmar-se como referência logística através da ligação àplataforma portuária polinucleada de Castanheira doRibatejo/Bobadela, potenciada, nomeadamente, pelautilização da via fluvial, e, futuramente, à plataforma urbananacional do Poceirão;

• Afirmar-se como porto de cruzeiros de referência nas rotasturísticas internacionais; e

• Afirmar-se como referência de integração urbanística,conciliando a sua actuação com a gestão territorial dosmunicípios da área de jurisdição.

Livro Verde:Para uma Futura Política Marítima da União

Para 90% do comércio externo e mais de 40% do comérciointerno da UE, o transporte é efectuado por via marítima. AUnião Europeia, com 40% da frota mundial, éincontestavelmente o líder deste sector global. Anualmente, 3,5mil milhões de toneladas de mercadorias e 350 milhões depassageiros transitam pelos portos marítimos europeus. Cercade 350 000 pessoas trabalham nos portos e nos serviçosassociados, que, no seu conjunto, geram um valor acrescentadode aproximadamente 20 mil milhões de euros.

Com o aumento do volume do comércio mundial e odesenvolvimento do transporte marítimo de curta distância edas auto-estradas marítimas, a perspectiva para este sector éde crescimento contínuo.O sector europeu dos cruzeiros desenvolveu-se fortemente nosúltimos anos, registando uma taxa de crescimento anualsuperior a 10%. O sector da náutica de recreio registou umaumento constante nos últimos anos, prevendo-se que o seucrescimento anual na União Europeia seja de 5 a 6%.

Relatório de Sustentabilidade’07

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Estratégia Europeia para oDesenvolvimento Sustentável

Os transportes sustentáveis foram considerados uma dasquatro áreas de intervenção prioritárias, tendo a UE identificadocomo objectivos neste âmbito a redução dos níveis de tráfego,congestionamento, ruído e poluição, bem como incentivar o usode transportes que respeitem o ambiente, nomeadamentesubstituindo o transporte rodoviário pela ferrovia, pelotransporte marítimo e pela maior utilização de meios detransporte públicos de passageiros.

Estratégia Portuguesapara o Desenvol-vimento Sustentável

Fraquezas

• Um equipamento em infra-estruturasde transporte de mercadorias epessoas sem conexão com asprincipais rotas mundiais, acentuandoos efeitos negativos de uma posiçãoperiférica na Europa.

• Um modelo de mobilidade assentesobretudo no modo rodoviáriocausando impactos fortementenegativos no ambiente e na qualidadede vida e gerando, devido aocongestionamento, necessidadespermanentes de novos investimentosem infra-estruturas.

Pontos Fortes

Uma dotação climática e paisagísticafavorável à atracção de pessoas eactividades

Ameaças

• Praias fluviais de baixa qualidade;• Elevados níveis de erosão da orla

costeira;• Limitações possíveis no espaço da UE

ao principal modo de transporte demercadorias do comércio externo dePortugal: o meio rodoviário.

Oportunidades

Intensificação dos fluxos de turismo.

Desafios

• Assegurar ao território (…) um acessofácil a rotas de transporte de merca-dorias e passageiros que permitamcontactos fáceis com as regiões domundo em que se vai concentrar opotencial de crescimento a nível mundial;

• Procurar soluções menos poluentespara os transportes.

Objectivos, Vectores e Linhasde Orientação• Favorecer a consolidação de um sector

de transporte de mercadorias maisorganizado em torno de operadoresespecializados e multimodais e menosintensivo em consumo de combustíveis;

• Reduzir o impacto da condição periféricade Portugal no contexto europeuatravés (…) da melhoria ou criação deinfra-estruturas que assegurem umacesso às redes de comunicação etransportes mundiais, nomeadamente(…) o transporte marítimo (…).

Foram definidos programas de actuação para 2007-2025,dos quais se destacam, no âmbito da estratégia desustentabilidade:• Desenvolvimento e estruturação da componente logística

e portuária;

• Reordenamento e desenvolvimento físico do porto;• Desenvolvimento da intermodalidade;• Desenvolvimento de factores complementares

da competitividade;• Desenvolvimento do recreio náutico;• Desenvolvimento do turismo de cruzeiros.

2.4 O Plano Estratégico deDesenvolvimento do Portode Lisboa 2007-2025

A nossa estratégia de sustentabilidade está de acordo como nosso plano estratégico. Definimos prioridades de acçãoprofundamente enraizadas num conhecimento dos nossospontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças.

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Pontos Fortes, PontosFracos, Oportunidadese Ameaças

Pontos Fortes

Um mercado de 3 milhões de habitantese um tecido diversificado e modernode empresas no hinterland imediato.Existência de uma visão estratégicapara o porto de Lisboa.Disponibilidade de excelentes infra-estruturas físicas (qualidade e extensãodo cais e docas do porto de Lisboa).Configuração do estuário do Tejo(condições de entrada na barra, extensasáreas de “parqueamento” e a qualidadedo sítio enquanto abrigo contra asintempéries oceânicas).Serviços de Apoio.Grande potencial de complementaridadecom o porto de Setúbal.Valorização urbanística da frenteribeirinha de Lisboa e outros concelhosda AML..

Pontos Fracos

Acessibilidades locais terrestresconstituem o principal obstáculoao desenvolvimento do porto de Lisboaem harmonia com a reabilitação urbana.Acessibilidades ferroviárias ao hinterland.Falta de um conceito de plataformaslogísticas.Fraca competitividade internacional.

Oportunidades

Afirmar-se como o porto do Sudoesteda Península.Política da União Europeia (apostana navegação de cabotagem como meiode descongestionar a rodovia).Potencial de articulação aeroportuária(complementaridades entre transportesmarítimo e aéreo).Desenvolvimento do turismode cruzeiros.Desenvolvimento da náutica de recreio.Grande potencial de requalificaçãourbanística e paisagística.

Ameaças

Marcada carência de identificação entrea cidade e o porto.Conflitos interinstitucionais e outros(municípios - controlo físico da frenteribeirinha, entre diferentes utentes).Outras alternativas portuáriasda fachada atlântica e mediterrâneado Sudoeste Europeu.

3. Envolvimentodos Stakeholders

Relatório de Sustentabilidade’07

Os nossos stakeholders são parte determinante na prossecuçãodas nossas estratégias.A qualidade dos serviços que prestamos depende do desempenhodos nossos colaboradores e do envolvimento da comunidadeportuária nos objectivos e na estratégia da empresa.Os colaboradores e a comunidade portuária são, assim, focoe parte activa na concretização das nossas bandeiras e namaterialização dos nossos princípios de sustentabilidade.A eficácia no cumprimento da nossa missão depende da arti-culação contínua com os nossos clientes, directos e indirectos,portuários e não portuários.Os nossos fornecedores apoiam-nos na concretização da nossamissão e na operacionalização dos nossos princípios.

A nossa relação estreita com as autoridades públicas esta-belece-se pelas nossas responsabilidades estatutárias e onosso desejo de cooperar no desenvolvimento das instituições.A nossa relação com a sociedade civil é multifacetada. A nossaeficiência enquanto autoridade portuária poderá permitir umcontrolo da parcela do custo dos bens à chegada ao consumidorfinal. Enquanto gestor de uma área que confina com a de onzemunicípios, somos responsáveis por fornecer, sempre que as con-dições de segurança o permitam, um espaço aberto à comunidadeapoiando iniciativas nas áreas da educação, do desporto, da culturae do lazer. Esta relação mais directa com a sociedade civil é umadas nossas bandeiras de sustentabilidade – relação porto-cidades –e é aprofundada no capítulo deste relatório com o mesmo título.

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Envolvimento com os Stakeholders

Autoridades e OutrasEntidades Públicas Tutela

Envolvimento com os Stakeholders

Outros Portos

Clientes dosTransportes Fluviais

Clientes de CruzeirosClientes da

Náutica de Recreio

Sociedade Civil

Comunidade Portuária

Colaboradorese seus Representates

FornecedoresClientes Não PortuáriosClientes PortuáriosPlataformasLogísticas

Consumidores Finais

Utilizadores daZona Ribeirinha

Universidades

“A APL é dialogante, demonstra interesse nosproblemas dos seus stakeholders e procura dara resposta.”João Rodrigues,Presidente da IBEROL

Na relação com todas estas partes interessadas pautamo-nospelo princípio da transparência, de forma a podermos consolidaruma relação de confiança mútua e desenvolvimento comum.Nesse sentido, mantemos uma comunicação bidireccionalconstante, que pretendemos que seja adaptada a cada um dosstakeholders com quem interagimos.

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Relatório de Sustentabilidade’07

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Portal da APL • • • • • • • • • • • • • •Intranet • •Webletters mensal • • • • • • • • • • •Brochuras informativas • • • • • • • • • • • • •Participação/Patrocínio em feirase eventos sectoriais • • • • • • • • • • •Programa de visitas técnicasaos diversos departamentos da APL • • • • • • • •Projecto Porto de Lisboa aberto às escolas • • • •Convites para eventos internos • • • • • • • • • • • • •Reuniões periódicas • • • • • • • •Inquéritos de Satisfação • • • •Protocolos de Investigação em matéria de I&D •Consulta para selecção e avaliação de fornecedores •Painéis informativos nas instalações das empresas •Seminários • • • • • • • • • • • •Encontros de Quadros • •Organização de dias temáticos • • • • • • • • •Relatório e Contas (Anual) • • • • • • • • •Divulgação periódica de análise da evoluçãoda actividade da Sociedade • • • • •Colaboração em iniciativas de compensaçãode emissões (carbono zero) • • • • •Atendimentos personalizados das solicitaçõesde accionistas, investigadores, jornalistas,investigadores e estudantes • • • • • •Assembleia-Geral de Accionistas •Relatório de Sustentabilidade • • • • • • • • • • • • •Placares de Sinalética • • • •Iniciativa Porto Aberto • • • • • • • • • • • • •Celebração de datas especiais para a empresa:Dia do Porto de Lisboa, Dia do Mar, • • • • • • • • • • • •PCom - Plataforma Comum de Gestão Portuária • •Regata anual “Troféu Porto de Lisboa” • • • • •

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Formas de interacção

Formas de interacção com os stakeholders

Portal

Em 2006 foi criada uma plataforma de disponibilização de infor-mação e serviços nas vertentes interna (acesso só para funcio-nários) e externa (acesso para qualquer pessoa em qualquerparte do mundo) e ainda na de parceiros de negócio (acesso

a pessoas/ entidades autenticadas a conteúdos ou aplicaçõesde negócio).O acesso externo ao portal foi crescendo gradualmenteao longo dos meses e no fim do ano de 2007 tínhamos cercade 680 mil hits no total das páginas e 260 mil nas dez páginasmais visitadas.

Comemorações dos 100 anosComemorar com os stakeholders

Nestas cerimónias comemorativas estiveram sempre presentesos mais altos representantes da comunidade portuáriade Lisboa e contaram ainda com o apoio e envolvimento deautoridades e entidades, que desde sempre estiveram ligadasà história de vida desta empresa.As comemorações iniciaram-se a 11 de Março com o evento“Porto aberto”, que pretendeu assinalar nesta data a assinaturapelo rei D. Carlos I da carta de lei mediante a qual foi autorizadaa entrega da gerência dos serviços do porto de Lisboa a umConselho de Administração sob a autoridade do Ministério dasObras Públicas, Comércio e Indústria. Nasce assim aAdministração do Porto de Lisboa.O evento teve assinalável êxito e contou com uma adesãoconsiderável da população, a qual pôde usufruir de: visitasguiadas por prestigiados historiadores aos painéis de AlmadaNegreiros nas gares marítimas de Alcântara e da Rocha Condede Óbidos; ligação entre as gares marítimas assegurada porum comboio turístico; projecção de filmes antigos do porto deLisboa; animação de rua na zona ribeirinha de Belém e na Docade Santo Amaro com exibição de artistas circenses; parque

de diversões (insufláveis, jogos, animação) na Praça das Docas;visitas guiadas à Torre VTS, em Algés.Em 8 de Maio tiveram lugar a inauguração da esfera armilar,assente frente à Gare Marítima de Alcântara, e o lançamentodo Prémio Inovação APL.As comemorações, que se desenrolaram ao longo de todo o ano,tiveram um vasto e diversificado programa, que se passa a referir:• Festival de Modelismo Náutico, no Espelho d´Água, em Belém;• Exposição de fotografia do 1.º Centenário que retrata

a evolução da área ribeirinha abrangida pela APL;• Concurso de fotografia “Porto de Lisboa, 200 km a fotografar”.A Marinha Portuguesa associou-se a esta efeméride, propor-cionando à população a visita a diversos navios da Armada.A 19 de Dezembro realizou-se a cerimónia de encerramentodestas comemorações, tendo sido programado um conjuntode eventos que tiveram como propósito assinalar condignamenteo fim do centenário. Deste programa destacam-se o lançamentodo livro Lisboa na Rota do Mundo – Paquetes de Lisboa,do fotógrafo Luís Miguel Correia, e a apresentação do filmecomemorativo dos cem anos da APL. Para concluir com distinçãoesta efeméride, foi oferecido aos convidados e à cidadeum magnífico espectáculo de fogo de artifício.

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Relatório de Sustentabilidade’07

No desenvolvimento deste relatório de sustentabilidade foi feitauma auscultação aos stakeholders, que teve por objectivo iden-tificar pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaçasno funcionamento do porto de Lisboa, e na relação entre osstakeholders e a APL, bem como os desafios para o futuro e asexpectativas relativamente ao primeiro relatório de sustentabilidade.O grupo de stakeholders foi escolhido de forma a abrangeros diferentes tipos de interesse envolvidos quer na actividadeportuária quer na gestão da zona de jurisdição da APL.

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Expectativas dos Stakeholderspara o 1.º Relatório de Sustentabilidade da APL

Resultados da consulta aos stakeholders

“Que o relatório diga que um porto só é sustentávelse permitir a entrada e saída de navios e se permitir queo rio seja navegável em toda a sua extensão.”

“Que deixe explícitas as intenções e fio condutor quea APL quer ter em termos de sustentabilidade.”

“Que o Relatório de Sustentabilidade inclua metasinovadoras para o turismo de cruzeiros.”

“Que reafirme a necessidade do porto enquanto tal,como uma mais valia para a cidade e para o país. “

“Que seja um instrumento de comunicação com a comunidadecomo um todo, demonstrando as zonas abertas ao público.”

“Que inclua metas para formação profissional.”

“Que seja transparente nos dados recolhidos: estimativasdas emissões de CO2, consumo energético, registode acidentes ambientais, medidas de combate imediatoe medidas de follow up; recolha e desmantelamentode embarcações abandonadas; recolha de lixo no estuário;melhoria do ambiente nas margens do rio Tejo e no canal;relato de acções junto a banhistas, pescadores e utiliza-dores, de forma segura – saúde imediata e longo prazo.”

“Que relate a partir de quando é que a APL tem políticasde RS, em que áreas objectivamente, onde se vê noterreno. E quais os planos para um futuro imediato.”

“Que os próximos relatórios também incluam a auscultaçãoaos stakeholders.”

“Que aponte linhas de acção que assegurem a compe-titividade futura do porto, o desenvolvimento dasmelhores práticas ambientais e onde se assuma um fortecompromisso social.”

3.1 Colaboradores

O relacionamento com os colaboradores é de uma importânciafundamental, e é com este grupo que a APL tem um maiorenvolvimento, pois ele constitui o verdadeiro motor da empresa.O envolvimento dos colaboradores, o seu sentimento depertença à organização e o seu empenho são promovidos porum nível de comunicação que permite, de forma rápida e eficaz,o contacto e a ligação ao longo de toda a estruturaorganizacional.Em 2006 foi feito um estudo de opinião aos colaboradoresda APL, segundo o qual a empresa era vista como estandoem evolução, quer no plano da expansão das suas actividades,quer nas suas modalidades de funcionamento. Essa evoluçãotraduz-se por novas necessidades de imagem pública e decomunicação interna e uma coexistência - algo estremada -de diferentes percepções, atitudes e intenções comportamentaisentre os funcionários.

As diferenças de visão são caracterizadas principalmente pelaantiguidade, género, instrução e posição hierárquica.As atitudes e intenções dos funcionários são em geral positivasno sentido do futuro da organização passar pelo desenvol-vimento das actividades tradicionais e pelas áreas inovadorasligadas ao lazer e à protecção ambiental. Há em geral uma claraintenção de colaborar na gestão da imagem pública da APL.Sendo os mais receptivos potenciais “Embaixadores da Marca“.Considerando-os embaixadores das nossas estratégias,queremos envolver os colaboradores na forma comomaterializamos os nossos princípios de responsabilidade social,ambiental e de transparência nas bandeiras de sustentabilidadeeleitas.Por esse motivo, os colaboradores foram envolvidos nodesenvolvimento da estratégia de sustentabilidade da APL,através de três sessões de focus groups, nas quais foi feita umareflexão interna sobre os pontos fortes, fracos, oportunidadesda empresa. Foi considerado que as ameaças são também umaoportunidade de melhoria.

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Melhorar a imagem que o Cidadão tem da APL

Relação com Poder Central e Autárquico

Continuidade estratégica

Manter bons acessos às zonas portuárias com reservade áreas estratégicas para o desenvolvimento do porto

Desenvolvimento tecnológico- aumento da eficiência portuária

Plano estratégico

Investimento ambiental no estuário

Redução da burocracia

Compatibilização de usos no estuário

Valorização turística, recepção de cruzeiros

Navegabilidade do rio para montante

Carga financeira de alguns compromissos assumidos

Grandes Investimentos previstos para Área Metropolitanade Lisboa (3ª travessia do Tejo, novo aeroporto, …)

Desafios identificados pelos stakeholders

Relatório de Sustentabilidade’07

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Resultados dos Focus GroupsPontos fortes, pontos fracos e oportunidades

Pontos Fortes

Porta de entrada para país, com efeitos indirectos muitoelevados sobre a economia nacional, quer pela quantidadede mercadorias que entram (cerca de 90% do centeio entrapor este porto) quer fazendo entrar turistas numa cidade à qualdesejam voltar.Apoio aos stakeholders – fornecimento de formação no seioda comunidade portuária.Capacidade de cumprir com os compromissos assumidos coma tutela.Fortes competências técnicas dos colaboradores.Muitos exemplos de boas práticas ambientais.

Pontos Fracos

Comunicação externa ineficiente.Dificuldade no planeamento do futuro.Colaboradores dispersos em termos geográficos.Desequilíbrios entre responsabilidades e receitas.

Oportunidades

Melhoria do sistema de avaliação do desempenho.Melhoria da gestão da relação com as autarquias.Crescimento e desenvolvimento de novos negócios portuários.Inovação na gestão portuária.Crescimento do negócio dos cruzeiros.Acessibilidades ao porto.

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Indicadores Desempenho Social 2007 2006 Variação 2007 / 06

Número de colaboradores 350 348 +0,6%

Colaboradores Efectivo 323 322 +0,3%

Colaboradores além do quadro 27 26 +3,8%

EstruturaDirigentes 3 3 0,0%

Quadros superiores 157 152 +3,3%

Quadros médios 6 8 -25,0%

Quadros intermédios 3 3 0,0%

Profissionais qualificados e altamente qualificados 152 153 -0,7%

Profissionais semiqualificados 18 18 0,0%

Profissionais não qualificados 11 11 0,0%

Estrutura etária< 30 anos 46 43 +7,0%

30 - 49 anos 206 211 -2,4%

> 49 anos 98 94 +4,3%

Distribuição por géneroHomens 225 225 0,0%

Mulheres 125 123 +1,6%

Movimento de pessoal e rotatividade globalSaídas (total) 6 4 +50,0%

Entradas (total) 7 14 -50,0%

Índice de rotatividade (total) 1,7% 1,1% +54,5%

Género

Saídas homens 3 3 0,0%

Saídas mulheres 2 1 +100,0%

Índice de rotatividade homens 0,9% 0,9% 0,0%

Índice de rotatividade mulheres 0,3% 0,3% 0,0%

Faixa etária

Saídas < 30 anos 1 0

Saídas 30-49 anos 4 4 0%

Saídas > 49 anos 1 3 -66,7%

Índice de rotatividade < 30 anos 0,3% 0,0%

Índice de rotatividade 30 - 49 anos 0,9% 0,9% 0,0%

Índice de rotatividade > 49 anos 0,3% 0,3% 0,0%

Regime de trabalhoTurno 30 35 -14,3%

Normal 127 125 +1,6%

IHT 193 138 +39,9%

Sendo a APL uma empresa portuária, há necessidade de responder às exigências do mercado marítimo, tendo por isso necessidadede manter um número de colaboradores em regime de turnos e/ou de isenção de horário de trabalho para responder às solicitaçõescom um horário de 24 horas/dia.O trabalho extraordinário deve-se essencialmente às exigências operacionais para fazer face aos serviços referentes à actividadeportuária.

Caracterização de colaboradores da APL

Relatório de Sustentabilidade’07

Constata-se um maior número de colaboradores com habili-tações a nível do ensino superior (41,7%), sendo que se registauma grande percentagem de mulheres com grau académicosuperior.

Em 2006, foram eleitos os cinco representantes dostrabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho,perfazendo 1,4% do total de trabalhadores da empresa.Constata-se uma diminuição do número de acidentes e doíndice de gravidade dos mesmos, na sequência da empresater adoptado critérios de prevenção e segurança mais rigorosos,no sentido da redução de acidentes de trabalho.

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Habilitações literárias Homens Mulheres Total

< 1.º ciclo EB 0,0% 0,8% 0,3%

1.º ciclo EB 5,8% 8,1% 6,6%

2.º ciclo EB 16,9% 0,0% 10,9%

3.º ciclo EB 14,2% 16,3% 14,9%

Ensino secundário 23,1% 22,8% 22,9%

Ensino superior politécnico 2,2% 2,4% 2,3%

Ensino superior universitário 37,8% 51,2% 42,3%

Habilitações literárias dos colaboradores

Higiene e Segurança 2007 2006 Variação 2007 / 06

Número de acidentes de trabalho 14 19 -26,3%

Número de acidentes provocando incapacidade temporária 11 14 -21,4%

Número de acidentes sem incapacidade 3 5 -40,0%

Índice de incidência de acidentes 31,52 40,94 -23,0%

Índice de sinistralidade 4,0% 5,6% -28,6%

Índice de frequência 19,27 25,09 -23,2%

Índice de gravidade 0,86 1,14 -24,6%

Número total de dias de trabalho perdidos 491 595 -17,5%

Higiene e segurança no trabalho

A APL possui um sistema de avaliação de desempenho anual,essencial no processo de gestão e desenvolvimento decarreiras, que abrange todos os colaboradores. Este sistemapermite que o desempenho do colaborador seja avaliadopor mais de um elemento da empresa, sendo discutido como próprio colaborador. É ainda permitido ao colaboradorapresentar recurso quando não concorde com a avaliaçãorealizada pela chefia.No referido processo de gestão e desenvolvimento de carreiras,a avaliação do desempenho assume particular importância,enquanto instrumento de desenvolvimento das estratégiasdas organizações ou empresas, dando a conhecer elementosessenciais para melhorar a definição de funções, para ajustar

a formação às necessidades dos trabalhadores, abrindooportunidades de carreira de acordo com as potencialidadesdemonstradas por cada um e valorizando as contribuiçõesindividuais para a equipa.A avaliação do desempenho constitui, assim, uma das maispoderosas ferramentas para a gestão de recursos humanos,permitindo identificar desequilíbrios funcionais, deficiênciasorganizacionais, responsabilizar o pessoal e os dirigentes nosentido de se promover a excelência e a qualidade dos serviçosprestados pelas organizações.Além do mais, a nossa aposta na formação dos colaboradorestem crescido fortemente, como se pode verificar na tabelaseguinte.

Cada vez mais, a satisfação e motivação dos colaboradoressão consideradas factores de sucesso na competitividadedas organizações. Com efeito, a valorização das pessoas,dos seus talentos, conhecimento e recursos intelectuais,o seu reconhecimento como activo da empresa, contrastam coma visão, mais conservadora, que os classifica como um custo.Actualmente, os indicadores de satisfação dos colaboradoressão, inclusivamente, incorporados como objectivosorganizacionais.Nesse âmbito, em 2007 realizaram-se algumas acções com vistaa estimular e manter uma relação de pertença e um elevadosentido de motivação e de responsabilidade dos colaboradoresda empresa. São exemplos disto: o concurso de desenho,

“Pinta o porto de Lisboa” e a oferta de ovos da Páscoa,destinada aos filhos dos colaboradores; o jantar de Natal;a distribuição do bolo-rei no Natal e no dia de Ano Novo aostrabalhadores de serviço nesses dias; a distribuição de convitespara eventos que se realizam em espaços da APL.No que diz respeito à comunicação interna, houve a preo-cupação em promover o uso regular da intranet como meioprivilegiado de comunicação entre os colaboradores da APL.Adicionalmente, foi desenvolvido o Guia do Colaborador,que incorpora o actual Manual do Acolhimento melhoradoe complementado com informação útil para quem é integradona empresa, prevendo-se que seja editado em 2008.

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Formação 2007 2006 Variação 2007 / 06

Número total de acções 105 84 +25,0%

Número de acções internas 22 10 +120,0%

Número de acções externas 83 74 +12,2%

Número total participantes 562 220 +155,5%

Número de participantes em acções internas 383 80 +378,8%

Número de participantes em acções externas 179 140 +27,9%

Índice de formação (média de horas de formação por efectivo) 11,70 11,94 -2,0%

Custos de formação (¤) 202 207¤ 90 870¤ +122,5%

Formação dos colaboradores

Relatório de Sustentabilidade’07

OBJECTIVOS PARA 2008• Desenvolver o nosso sistema de avaliação de desempenho

no sentido de serem atingidos os seguintes objectivossubjacentes à avaliação do desempenho:- Alinhar a estratégia e os objectivos da empresa com os

objectivos individuais de cada um dos seus colaboradores;- Avaliar e medir a contribuição efectiva de cada colaborador;- Promover a melhoria contínua estabelecendo elevados

padrões de desempenho;- Promover o desenvolvimento dos colaboradores;- Gerir expectativas individuais;- Constituir um modelo que permita determinar:

- sistemas de recompensa;- necessidades de formação;- evolução na carreira.

• Promover a medição e o estudo da satisfação dos colabo-radores na APL, tarefa a realizar por uma empresa externa,com o objectivo de “medir para compreender e melhorar”.

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Em 2007 a APL aderiu ao projecto CarbonoZero®, atravésda aquisição de créditos de carbono gerados pela área florestalsituada na Companhia das Lezírias. Pretendeu-se compensaras emissões de gases com efeito de estufa produzida nosprincipais edifícios da APL e respectivas frotas automóveis.

METAS PARA 2008Pretende-se realizar a primeira auditoria ambiental aos edifíciose às frotas automóvel e marítima, da APL, bem como aos serviçosprestados, abrangendo as valências de consumo de combustíveis,energia, água, papel e outro economato, de produção e recolhade resíduos e emissões de gases com efeito de estufa.Como resultado desta auditoria, pretende-se:• Elaborar um Programa de Redução de Consumos e Emissões

e um Guia de Boas Práticas Ambientais;

• Avaliar a possibilidade de produção de energia a partirde fontes renováveis na APL;

• Garantir a melhoria contínua do sistema de gestãode resíduos, traduzida na redução da produção e no aumentoda recolha selectiva.

Pretende-se sensibilizar todos os colaboradores para garantira melhor adesão a estes projectos.

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Materiais Euros Quilogramas

Papel A4 6 140,00 7200

Rolos para plotter 1 910,57 242

Tinteiro/Toner 11 076,11 66

Consumo de materiais por peso – consumíveis mais significativos

Fonte Energia Directa Energia Indirecta

Electricidade Kwh GJ

Serviços da APL 3 096 095,00 1,11E+04

Iluminação pública 1 734 399,00 6,24E+03

Combustíveis L GJ

Gasóleo veículos 16 293,63 5,87E+02

Gasolina veículos 4 919,09 1,59E+02

Gasóleo embarcações 208 366,05 7,51E+03

Gasolina embarcações 10 832,46 3,49E+02

Gás natural (m3) 10 008,00 3,90E+02

Energia directa e indirecta utilizada pela APL

Envolvendo os colaboradores na nossaresponsabilidade ambientalPretende-se garantir que o funcionamento da APL se paute porcritérios de eficiência ambiental, seguindo as boas práticas nagestão e consumo de recursos e na produção e gestão de resíduos.Em 2007 foi publicada a ordem de serviço n.º 23/2007,que visa a aplicação dos princípios da eficiência ambientalao funcionamento da APL, tenho sido criada uma comissãode promoção e acompanhamento da mesma.

Relatório de Sustentabilidade’07

3.2 Comunidade portuária

O modelo de Landlord port atribui à APL as funções de controloe fiscalização e de autoridade portuária, deixando a totalidadedas funções de movimentação de carga para o sector privado.A principal vantagem deste modelo é o rápido desembaraçodos navios e a fluidez nas entregas das cargas e mercadoriasde forma a reduzir ao máximo a “factura portuária”.A Comunidade Portuária de Lisboa é o motor aglutinadorde todos os intervenientes no negócio portuário, entre os quaisse incluem associações ou empresas de serviços, reboques,concessionários, agentes de navegação, brokers, armadores,empresas de estiva, transitários, armazenagem/distribuição,reparação naval, outros fornecedores, transportadores rodo-viários, fluviais e ferroviários e ainda entidades da administraçãopública (alfândegas, serviço de estrangeiros e fronteiras,serviços sanitários e veterinários).Conscientes da relevância do desempenho e da atitudeda comunidade portuária no desenvolvimento do negócioportuário, é nosso propósito definir estratégias que suportemo crescimento do negócio, incorporando os objectivos, anseios,apoios e propostas dos nossos parceiros.

A imagem do porto está intimamente relacionadacom o desempenho da comunidade portuária.

Adicionalmente a APL vê a comunidade portuária como focoe parceiro na materialização das suas bandeiras e princípiosde sustentabilidade.Neste sentido é de maior importância que os canais de comu-nicação entre ambos – comunidade e autoridade portuária –sejam abertos, transparentes e baseados na confiança.Um dos principais meios de comunicação entre estesorganismos é a plataforma informática conhecida como PCom(Plataforma Comum de Gestão Portuária) disponível na Internet,a qual se encontra em funcionamento desde 7 de Janeirode 2004, em simultâneo nos três principais portos nacionais(Lisboa, Leixões e Sines).

OBJECTIVOS PARA 2008• Incentivar a comunicação bidireccional dentro da comunidade

portuária, de forma a gerir o porto numa perspectivade melhoria contínua.

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38

3.3 Clientes

A APL tem clientes muito diversos, como os concessionáriosportuários e não portuários, agentes de navegação e utilizadoresdas docas de recreio.Como clientes indirectos da APL podemos apontar oscarregadores/recebedores, armadores, operadores de linha,passageiros dos cruzeiros e passageiros fluviais, os transitários,despachantes, fornecedores dos navios e os operadoresferrorodoviários e fluviais.O bom desempenho do porto de Lisboa permite reduzir ospreços a que os bens de consumo chegam ao consumidor final.Nessa medida o consumidor final é também um dos nossosclientes indirectos.No âmbito da gestão de clientes, o principal objectivo continuaa ser a orientação ao cliente, procurando resolver todas as suassolicitações atempadamente, quer ao nível dos contratos querao nível de eventuais reclamações.No que se refere a este último aspecto, verificou-se duranteo ano em análise uma diminuição do número de reclamações.No entanto, o tempo médio (anual) de resposta às mesmasaumentou de quatro para oito dias, fruto de situações cujaresolução dependia do fornecimento de serviços por partede entidades terceiras.

OBJECTIVOS PARA 2008• Estudo mais aprofundado da satisfação do cliente;• Criar a figura do Provedor do Cliente.

Relatório de Sustentabilidade’07

3.4 Fornecedores

“Temos com a APL uma relação duradoura e saudável,que se baseia em cumprimento mútuo.”Eng. Miguel Pires, Project Manager da Dragapor

Muitos dos nossos objectivos, são levados a efeito recorrendoa fornecedores cuja disponibilidade para o diálogo e serviçopermite garantir a nossa qualidade de serviço e a materializaçãodos nossos princípios.Como exemplo, muita da gestão ambiental da APL é feita comum grande nível de envolvimento e exigência aos fornecedores:limpeza urbana, as dragagens do estuário e a recolha de resíduos.É uma relação simbiótica em que ambos temos a ganhar.

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se introduzir o conceito de compras verdes

na aquisição de bens e serviços;• Pretende-se analisar a compra de carros híbridos ou de menor

consumo.

3.5 Universidades

A APL mantém parcerias com universidades no sentido decolaborar, participar e apoiar projectos de investigação científicaque procurem estudar e/ou minimizar os impactos decorrentesda actividade portuária ou de outras em área de jurisdiçãoportuária, bem como identificar e estudar áreas com potencialde desenvolvimento que permitam potenciar o desempenhoda APL e obtenção de novas vantagens competitivas parao porto.Em 2007 foi criado o Prémio Inovação APL com o objectivode premiar trabalhos de investigação nas áreas da logísticae da gestão marítimo-portuária, contribuindo assim parao desenvolvimento do “know-how” e da capacidade de inovaçãonacional nesta área. Este prémio, que será entregue em 2009,procura distinguir a capacidade académica e científicaportuguesa naquelas áreas, potenciando o desenvolvimentodo Porto de Lisboa no contexto europeu e mundial.A APL estabeleceu parceria com o Instituto Superior Técnicoe um doutorando para a execução de projecto de cultivode bivalves no Tejo, tendo disponibilizado meios flutuantese acompanhado o projecto de colocação de biofiltrose de colheita de amostras.

OBJECTIVOS PARA 2008• Estabelecer parceria para realização de projecto de investi-

gação científica proposto à APL para estudo de espécieinvasora (bivalve) proveniente das águas de lastro dos navios;

• Subscrever um protocolo de cooperação com Faculdadede Economia da Universidade Nova de Lisboa, com o objectivode proporcionar a frequência de estágios curriculares,com a duração de três a seis meses, alunos de mestradosem Economia, Finanças e Gestão.

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3.6 Sociedade civil

A relação entre a APL com a sociedade civil é múltipla.Por gerirmos uma vasta área aberta ao público, proporcionamosa possibilidade de usufruto da náutica de recreio e por sermosa autoridade que fiscaliza o transporte de passageiros(cruzeiros e fluvial) no porto de Lisboa, temos um impactoindirecto na vida de muitos portugueses, uma vez que o nossobom desempenho influencia o preço a que os bens e os serviçoschegam aos consumidores finais.

Em 2006, ao fazer um diagnóstico da imagem da APL nasociedade civil, fizemos uma sondagem à população da grandeLisboa. Conclui-se que, de entre as pessoas entrevistadas:• cerca de 70% acha-se mal informada em relação às notícias

e informações sobre a APL;• cerca de 70% acha que o porto de Lisboa é sobretudo

uma área de movimento marítimo para o embarquee desembarque de pessoas e mercadorias;

• 86,6% acha que a actividade portuária tem que ser desenvolvida;• 87,3% acha que os acessos ao porto de Lisboa deviam

ser melhorados.Por outro lado, 67,5% considera a área de jurisdição do portode Lisboa como um espaço de convívio entre familiarese amigos, motivo pelo qual elegemos a relação porto-cidadescomo uma das nossas bandeiras de sustentabilidade.

“A minha imagem da APL mudou para melhor depoisdo contacto directo.”Dr.ª Maria João Burnay, Reserva Natural do Estuário do Tejo

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se familiarizar a sociedade civil com a realidade

da operação portuária e a importância que esta representapara a AML e para o país;

Os objectivos relacionados com a gestão da área de jurisdiçãopodem ser encontrados no capítulo “relação porto-cidades”.

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4. NavegaçãoSegurae Não Poluente

Relatório de Sustentabilidade’07

4.1 Responsabilidadeambiental e socialno transporte marítimo

A APL detém responsabilidade integrada de matérias relacionadascom a segurança e protecção portuárias (pessoas, equipa-mentos e bens), controlo de tráfego marítimo (prevenção deacidentes e incidentes), prevenção e combate à poluição pelasactividades portuárias e navios, em toda a área de jurisdição.Por este motivo, a Navegação Segura e Não Poluente é umadas bandeiras de sustentabilidade da APL, que está empenhadaem garantir:

• a qualidade e a segurança do tráfego marítimo portuário,através do qual se garante a segurança e a protecção dosnavios e das tripulações e populações ribeirinhas, e também,o respeito pelo ambiente marinho e portuário;

• a prestação de serviços à navegação que permitam reduziros impactos da navegação, quer no porto e estuário querem alto-mar, prevenindo e minimizando incidentes de poluiçãomarinha, tais como gestão de resíduos, controlo de águasde lastro e mercadorias perigosas, assistência a navios comavarias e a incidentes ou acidentes diversos.

A APL considera os riscos associados às alteraçõesclimáticas na elaboração dos seus projectos, utilizandoa estimativa mais recente do IPCC (IntergovernmentalPanel on Climate Change) para a subida do nível médiodo mar (0,59m até 2100) e monitorizando as alteraçõeshidrodinâmicas que possam ocorrer no estuário.De facto, estas alterações hidrodinâmicas podemser tais que conduzam sedimentos para as zonasnavegáveis do canal, podendo adicionalmente alteraro sistema de barras, que é frágil e muito importantepara a segurança do porto.

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44

Alguns números 2006 2007 Variação 2007 / 06

NaviosTotal (n.º) 3527 3447 -2,3%

Total (GT) 37 349 654 38 731 202 +3.7%

Nacionais 467 521 +11,6%

Estrangeiros 3060 2926 -4,4%

MercadoriasTotal (tons) 12 763 445 13 979 366 +9,5%

Via marítima 12 245 379 13 200 445 +7,8%

Via fluvial 518 066 778 921 +50,4%

PassageirosTotal (n.º) 28 834 188 28 378 987 -1,6%

Navegação marítima 270 893 305 185 +12,7%

Navegação fluvial 28 563 295 28 073 802 -1,7%

N.º de navios, mercadorias e passageiros

Em alto-mar No estuário No portoMovimentação Movimentação Carga/Descarga Manutenção

Impactes do Transporte Marítimo: em alto mar, dentro do estuário e no porto

Impactes ambientais

Impactes sociais

Envolvimento

de stakeholders

Boas práticas APL

- Consumo de energia

e emissão de GEE

(menor quando

comparada com outros

transportes);

- Produção de resíduos.

- Armadores.

- Descritas neste

capítulo.

- Dragagem para manter

a navegabilidade do

estuário e a opera-

cionalidade dos cais.

- Fornecedores.

- Descritas no capítulo

“Valorização do Estuário

do Tejo”.

- Depende do tipo de

carga (níveis de perigo-

sidade da mesma);

- Existe sempre o risco

de fuga ou derrame

operacional.

- Ruído e poeiras;

- Transporte das

mercadorias para fora do

porto (consumo de

recursos, poluição

atmosférica e

congestionamento).

- Concessionários.

- Descritas neste

capítulo.

- Descarga de águas

de lastro;

- Tintas antivegetativas;

- Poeiras de decapagem

ou pintura;

- Águas residuais

e resíduos.

- Ruído e poeiras.

- Impacto paisagístico

(descrito na relação

porto-cidades).

- Concessionários.

- Descritas neste

capítulo.

- Risco de desastres com consequências para tripulações,

população e ambiente.

Relatório de Sustentabilidade’07

4.2 Navegação segura

Suportado por sistemas e tecnologias de vanguarda e alinhadocom os mais exigentes códigos internacionais, o porto de Lisboaposiciona-se, em matéria de segurança, a par dos principaisportos europeus.A APL fez investimentos elevados em meios de intervençãopara combate à poluição, assistência e pilotagem e garantea sua disponibilidade e operacionalidade 24 horas/dia.A par destes meios de intervenção são garantidas a gestãoe fiscalização diárias das actividades de reparação a bordoe movimentação de mercadorias perigosas, assim comode acidentes e avarias, de forma a prevenir impactos ambientaissignificativos e a garantir a segurança das pessoas e bens.A segurança e o ambiente são preservados no porto de Lisboacom o apoio e utilização do mais completo sistema portuáriode VTMS (Vessel Traffic Management System), e de outrosequipamentos e sistemas que se integram com:• o sistema de gestão da qualidade – ISO 9001 - implementado

nos serviços de pilotagem e de controlo de tráfego marítimoe portuário;

• o inovador sistema de avaliação dinâmica do resguardo soba quilha dos navios DUKC (Dynamic Under Keel Clearance);

• os sistemas de assinalamento marítimo;• o Plano de Emergência Interno;• a certificação ISPS das instalações portuárias;• o sofisticado sistema de inspecção não intrusiva de contentores

– Scanner RaioX.

A implementação deste último sistema de inspecção, permitiuque, em 2007, a APL cumprisse, em articulação com a DGAIEC,todos os requisitos do acordo CSI (Container Security Initiative)com as alfândegas dos EUA, controlando os contentores comdestino aos portos dos EUA.De acordo com o Decreto-Lei n.º 226/2006, de 15 de Novembro,foi elaborada em 2007 a Avaliação de Protecção do portode Lisboa e, no seguimento da sua validação, deu-se inícioà elaboração do Plano de Protecção do porto de Lisboa, quedeverá vir a ser aprovado pelo IPTM e implementado no decorrerdo ano de 2008.Em Dezembro 2007 foi aprovado o Regulamento da AutoridadePortuária de Lisboa (Versão 2008), que define as condiçõesambientais, de segurança portuária e da navegação.

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4.3 Navegação nãopoluente – gestão deimpactos no porto

4.3.1 Águas de lastroTodos os navios de grande porte, como cargueiros, graneleiros,petroleiros ou mesmo cruzeiros, precisam de acompanharas operações de descarga e carga de mercadoria nos terminais,com o lastro ou deslastro de água, que é transferida paraou retirada do corpo de água envolvente (mar ou rio). Em termosde quantidade, esta movimentação de água será tanto maiorou menor consoante a carga transferida, de forma a assegurara estabilidade e a integridade estrutural durante a viagem.Desta forma, é fundamental que esta operação seja asseguradaantes da largada do navio.A APL recomenda aos navios que:• as operações de lastro/deslastro directo de e para o rio deverão

ser reduzidas ao estritamente necessário para assegurara segurança do navio;

• durante as viagens de e para o porto, o lastro seja substituídopor águas oceânicas desde que as condições de navegação,tempo e mar assim o permitam.

A água de lastro carregada pelo navio no porto de origem,em particular se proveniente de sistemas estuarinos ou águasinteriores, pode conter uma grande diversidade de microrganismos– tais como moluscos, mexilhões, pequenos crustáceos, peixes,etc. – que, por descarga noutro porto, se podem tornarindesejáveis e patogénicos, apresentando efeitos nefastosno equilíbrio do ecossistema marinho, estuarino, ou das águasinteriores, podendo causar ainda prejuízos à saúde públicae à economia.Sendo Lisboa um porto maioritariamente de importação,a operação de deslastragem é reduzida resultando que osimpactos que lhes estão associados (superiores aos da operaçãode lastragem) são inferiores ao verificado noutros portos.A APL procura caracterizar a movimentação de águas de lastrodos navios em porto de forma a reduzir o risco de contaminaçãodas águas do estuário por espécies invasoras provenientesde outros ecossistemas marinhos, pelo preenchimentodo respectivo questionário, da responsabilidade do armadorou agente de navegação, nos termos do Decreto-Lei n.º 565/99,de 21 de Dezembro, e da Resolução IMO A.868(20), de 27de Novembro de 1997.O quadro que se segue resume a variação entre 2006 e 2007do número de navios com escala em Lisboa, a percentagemde respostas e a percentagem de navios com movimentaçãode água de lastro, verificando-se um ligeiro decréscimo dequestionários respondidos em 2007.

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N.º de navios Questionários Respondidos Navios com movimentação Delastro Lastrode águas de lastro

N.º Percentagem N.º Percentagem

2006 3528 797 23% 351 10% 25 630 586 125

2007 3447 615 18% 296 9% 28 893 526 306

N.º de navios com escala em Lisboa, questionários respondidose movimentação de água de lastro

OBJECTIVOS PARA 2008• A APL pretende caracterizar a sua situação em termos de

águas de lastro e determinar o impacte ambiental associadode forma a colaborar com o IPTM na caracterização das águasde lastro em Portugal. Neste sentido, pretende-se elaboraruma parceria com uma instituição de ensino superior paraa caracterização da situação do porto, a partir dos questionáriospreenchidos.

Relatório de Sustentabilidade’07

4.3.2 Estaleiros navais e reparaçãode navios e embarcaçõesOs estaleiros navais são um activo estratégico importanteno porto de Lisboa. No entanto, a actividade de reparaçãode navios que neles se desenvolvem pode ter associadosimpactos ambientais negativos, cuja significância dependedo tipo e local da reparação, dos meios técnicos utilizadose da dimensão dos navios/embarcações.O desempenho ambiental desta actividade e a sua conformidadecom as exigências legais sobre esta matéria têm sido fiscalizadase controladas pela APL.

OBJECTIVOS PARA 2008• Efectuar diagnóstico ambiental ao sector e rever o que

deve ser exigido em licenciamento e para acompanhamentodo desempenho ambiental da actividade;

• Verificar que medidas de melhoria ou de requalificação deestaleiros podem ser protocoladas com estaleiros e câmarasmunicipais;

• Mitigar eventuais impactos das poeiras e ruído.

4.3.3 Movimentação de granéis sólidosA APL fiscaliza a movimentação de granéis sólidos (adubos,areias, cimento e cereais) de forma a reduzir e mitigar osimpactos produzidos por poeiras, ruídos e efluentes líquidos.Em 2007 foram efectuadas auditorias ambientais aos terminaismultiusos do Beato e do Poço do Bispo.

OBJECTIVOS PARA 2008• Reforçar as acções de fiscalização aos terminais;• Adoptar medidas de mitigação dos impactes na movi-

mentação de sucata e nas operações de limpeza depoisda movimentação de granéis;

• Criar guias de boas práticas no manuseamento de granéissólidos como complemento ou para revisão da regulamentaçãoexistente.

47

Prémio Green Award Port e benefíciospara armadores certificados

O porto de Lisboa foi distinguido a 13 de Fevereiro de 2007com o prémio Green Award Port pela Green WorldFoundation (GWF). Com a atribuição deste prémio, o portode Lisboa passou a integrar o grupo internacional de instalaçõesmarítimo-portuárias galardoadas com este prémio.Esta distinção veio reconhecer o empenhamento da Administraçãodo Porto de Lisboa em criar melhores condições ambientaise de segurança para uma navegação segura e com menoresimpactos ambientais na vida marinha e nos portos, ultrapas-sando, assim, as determinações legais de âmbito nacionale internacional.A Green World Foundation é uma organização não lucrativa,com sede em Roterdão. A GWF tem actualmente uma carteirade certificados que inclui 50 portos e mais de 200 navioscargueiros.A Fundação atribui dois tipos de prémios qualidade,reconhecidos internacionalmente: o Green Award Certificatepara navios e o Green Award Port, dirigido a portos.O prémio Green Award Port é atribuído aos portos quecomprovem a concessão de incentivos aos navios detentoresdo Green Award Certificate, traduzidos num desconto na Tarifade Uso do Porto (TUP).Este certificado é dado a navios de transporte de crude e deprodutos petrolíferos refinados, bem como a navios de granéissólidos, com um deadweight mínimo de 20 mil toneladas.Através do mesmo o navio faz prova em porto de que cumprea bordo requisitos e procedimentos de gestão específicosrelativamente à segurança e à protecção ambiental, maisexigentes que a legislação internacional em vigor.A APL cedo reconheceu as boas práticas ambientais dos navios.Há cerca de dez anos que o Regulamento de Tarifas da APLcontempla uma redução na TUP a navios/embarcações quea solicitem e comprovem ter certificado Bureau Green Awardde Roterdão. Até 2003 esta redução era de 3% e em 2004passou a ser de 5% e a incluir também os navios com Certificaçãono âmbito da ISSO: 14001.De 2005 a 2006 não foram solicitadas pelos navios reduçõesao abrigo de qualquer uma das certificações. Em 2007 foramatribuídas 40 reduções por Certificação no âmbito da ISO: 14001no valor de 6506,10 €.

4.4 Navegação nãopoluente – gestão deimpactos em alto-mar

4.4.1 Recolha dos resíduos produzidosa bordo de naviosA recolha de resíduos é um serviço prestado aos navios no portode Lisboa desde 1997. Até 2005, a actividade de recolhaera efectuada por operadores licenciados pela APL segundoregulamentos criados para o efeito, os quais tinhamem consideração a legislação ambiental em vigor.A implementação da Directiva Comunitária 2000/59/CEem 2006 alterou profundamente este cenário. A APL passoua ser responsável pela definição, implementação e gestãode um sistema de recolha de resíduos de navios e de carga,o que implica:• prestar o serviço de recolha 24 horas por dia, 365 dias no ano,

em qualquer cais da margem sul ou norte do Tejo e nas docasde recreio, sem causar atrasos indevidos aos navios queescalam ou operam no porto;

• definir um sistema de tarifas que, sem ter fins lucrativos,permita ressarcir o porto do custo das operações e que,simultaneamente, não desmotive a entrega de resíduosem terra;

• inspeccionar os navios e a necessidade, ou não, de descargade resíduos em porto antes de empreender viagem atépróximo porto;

• elaborar, implementar e divulgar um Plano Portuáriode Gestão de Resíduos de Navios e de Carga que, tendopor base de organização a Norma ISO: 14001, esquematizeo sistema em procedimentos e defina a responsabilidadedos diversos intervenientes. Este plano é avaliado e aprovadopelo IPTM, que reporta os resultados à Comissão Europeia,e auditado pela Agência Europeia de Segurança Marítima.

Dada a extensão física do porto e os inúmeros cais existentes,a quase totalidade das operações é efectuada por navio,ou seja, sem meios de recolha fixos no cais. De outra forma,seria impossível controlar a efectiva entrega de resíduos pelosnavios, como exigido por lei, e o apuramento do valor respectivoa cobrar pelos quantitativos entregues.A recolha de resíduos de navios representa na APL um centrode resultados que movimenta cerca de 1 milhão e 200 mil eurospor ano.

48

Relatório de Sustentabilidade’07

O modelo tarifário do sistema de gestão de resíduos do portode Lisboa é um exemplo bem sucedido dentro do quadrodos portos comunitários e perante as dúvidas ainda existentesem toda a comunidade sobre a implementação da directivae o melhor modelo tarifário a adoptar.Anualmente é verificada a existência ou não de lucro no sistemae, em caso afirmativo, a verba conseguida é revertida no anoseguinte na melhoria do serviço mínimo, procurando ir aoencontro das necessidades de descarga dos navios.

Este esforço tem tido resultados ambientais e comerciais muitopositivos. Por um lado, o porto adquire vantagens competitivase, por outro, há cada vez mais navios a entregar resíduosem terra. Antes do sistema de gestão de recolha de resíduosde navios ser da responsabilidade da APL, cerca de 10% dosnavios entregavam resíduos em Lisboa. Com a implementaçãodo sistema em 2006 esta percentagem subiu para 37%e em 2007 atingiu 52% das escalas anuais no porto, havendouma diminuição das descargas de resíduos no mar e contribuindoassim para a prevenção da poluição marinha.

O número de navios com entrega de resíduos teve uma variaçãopercentual de 38% de 2006 para 2007 e este aumentorepresenta 42% no número de operações. Em média, passámosde 1,2 para 1,3 operações por navio.Em 2007 foram efectuadas cerca de 2261 operações a 1792navios, o que significa uma média de 6 operações de recolhapor dia.Os quantitativos de resíduos diminuíram de 23 700 m3 em 2006para cerca de 20 000 m3 (13 377 t, aproximadamente)em 2007.

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Evolução da entrega de resíduos de navios no porto de Lisboa

2005 2006 2007

N.º navios com entrega

N.º operações de

recolha de resíduos

N.º navios com escala

em Lisboa

4 000

3 500

3 000

2 500

2 000

1 500

1 000

500

0

Em termos de destinos dados aos resíduos, a APL garantea valorização de todos os resíduos sólidos recicláveis recolhidosem contentores com capacidades iguais ou superiores a 6 m3.São assim valorizados papel e cartão, vidro, plásticos, madeiras,embalagens metálicas, sucatas e equipamentos electrónicos.No total de quantitativos de resíduos recolhidos, são valori-zados 40%, o que representa cerca de 5387 t/ano. No quadroseguinte resume-se as tipologias de resíduos e respectivosdestinos.

50

R. hidrocarbonetos 6 687

Águas sanitárias 6 864

R. sólidos 7 906

R. especiais 326

R. de carga 0

Quantitativos de resíduos de navios entregues no porto de Lisboa (m3) em 2006

R. hidrocarbonetos 5 995

Águas sanitárias 5 525

R. sólidos 7 896

R. especiais 395

R. de carga 263

Quantitativos de resíduos de navios entregues no porto de Lisboa (m3) em 2007

Relatório de Sustentabilidade’07

OBJECTIVOS PARA 2008• Aprovar o Regulamento de Gestão de Resíduos de Embarcações

que escalem e operem nos cais, ao largo, nas docas e parquesde reparação;

• Reforçar de modo significativo as acções de inspecçãonos cais ao desempenho dos navios e operadores de recolhade resíduos;

• Incentivar a descarga de águas sanitárias dos navios atravésde redução de tarifário proposto para este ano;

• Efectuar acção de divulgação directa aos navios, atravésde brochura, do sistema de recolha de resíduos da APL,das vantagens em separar os resíduos e dos destinos dadosaos resíduos;

• Divulgar a iniciativa de entrega de materiais valorizáveisjunto dos potenciais interessados, dos navios e do público e,se possível, estabelecer acordos com instituições.

51

Resíduos de Navios Quantidade (m3) Ton % Destino

Resíduos OleososSub-total resíduos oleosos 5 995,47 6 740,02

Lamas, slops óleos usados 4 143,00 69% 4 971,60 100% Refinação de óleo e outrase outros resíduos oelosos reutilizações de óleos

Bilge Water, misturas oleosas em tambores 1 747,41 29% 1 747,41 35% Tratamento físico-químico

Resíduos sólidos contaminados 105,06 2% 21,01 0% Amazenagem temporáriacom hidrocarbonetos para posterior operação

de eliminação

Águas SanitáriasSub-total águas sanitárias 5 124,30

5 525,30 100% 5 124,30 100% Tratamento em ETAR

Resíduos SólidosSub-total resíduos sólidos 1 137,77

Plásticos, vidro, papel/cartão, madeiras, 1 396,20 18% 197,34 17% Triagem paraembalagens metálicas, sucata posterior reciclagem

Restos de comida e resíduos 6 500,00 82% 85,66 8% Deposição em aterronão passíveis de reciclagem

Restos de comida e resíduos 854,77 75% Incineração em terranão passíveis de reciclagem

Resíduos EspeciaisSub-total resíduos especiais 107,93

Equipamento electrónico 27,00 7% 27,00 25% Triagem parae consumíveis informáticos posterior reciclagem

Resíduos hospitalares 0,72 0% 0,24 0% Incineração em terra

Sedimentos, baterias com ácido, 199,00 50% 47,00 44% Tratamento físico químicolâmpadas fluorescentes

Resíduos de tinta, liq. revelação fotográfica 168,45 43% 33,69 31% Armazenagem temporáriapilhas e baterias, outros res. perigosos para posterior operação

de eliminação

Resíduos de CargaSub-total resíduos de carga 107,93

Slops de operações de prewash 190,80 73% 190,80 71% Refinação de óleos e outrasreutilizações de óleos

Carga danificada 72,20 27% 76,44 29% Deposição em aterro

Tipologias de resíduos e respectivos destinos

4.4.2 Emissões gasosas dos naviosA APL tem contribuído desde 2005 para o Inventário Nacionalde Emissões Antropogénicas por Fontes e Remoção porSumidouros de Poluentes Atmosféricos (INERPA), no âmbitoda protecção, controlo e gestão de qualidade do ar ambientee das obrigações decorrentes da Convenção Quadro das NaçõesUnidas sobre Alterações Climáticas (CQNUAC) e do Protocolode Quioto (PC).

Assim, a APL tem disponibilizado dados por movimento de navios,nomeadamente informação associada ao movimento(data/hora, portos de destino/origem), às características donavio (tipo, nome nº IMO, Bandeira, Gross Tonnage) e mercadoria/passageiros (carga/descarga, quantidades, nº passageiros).

No contexto nacional, o transporte marítimo representa 0,5%do total das emissões, e que entre 1990 e 2004, o totalde emissões da navegação doméstica tiveram um decréscimode 14% (de 250 KTon CO2 eq. para 200 KTon CO2 eq).

Entre 1990 e 2004 verificou-se um significativo decréscimode emissões pelo porto de Lisboa, de 83 000 ton CO2eq.para 52 000 ton CO2eq., pelo grande decréscimo do númerode navios em consequência da redução de terminais portuáriosna zona oriental de Lisboa aquando da EXPO 98.A APL continua a disponibilizar anualmente informação pormovimento de navio, para o INERPA, por forma a contribuirpara o cálculo das quantidades de emissões e do valorde compromisso de Quioto os quais reflectirão as implicaçõespara o segundo período de cumprimento do acordo internacionalde ambiente (PQ).

Consciente de que as emissões dos navios resultantesda queima de combustíveis navais contribuem para a poluiçãodo ar, prejudicando a saúde humana, causando danosao ambiente e património edificado, a APL definiu o seguinteconjunto de normas, a cumprir pelos Armadores/Agentesde Navegação, no sentido de minimizar os efeitos negativosdaquelas emissões:• É interdita a emissão de fumos negros, gases, poeiras

e cheiros provenientes de qualquer queima a céu aberto;• A desgasificação de navios de LPG/LNG só é permitida

sem emissão de gases directamente para a atmosfera,devendo ser realizada apenas em casos onde se possaefectuar o retorno de gases remanescente por linha própriae destinados a instalação onde possa ser feita a suaeliminação ou queima nas devidas condições;

• É interdita a operação de incineradoras a bordo dos naviosdurante a entrada, permanência e saída do porto de Lisboa;

• É interdita a operação de queima de lamas na caldeira do naviodurante a entrada, permanência e saída do porto de Lisboa;

• As empresas abastecedoras fornecerão apenas combustívelque estiver de acordo com a Directiva 2005/33/CE,de 6 de Julho.

Em cumprimento da Directiva 2005/33/CE, de 6 de Julho,relativa ao teor máximo de enxofre nos combustíveis navais,a partir de 1 de Janeiro de 2010, a APL visa assegurar queos navios de navegação interior e os navios que efectuemescala em Lisboa não deverão utilizar combustíveis navais cujoteor de enxofre seja superior a 0,1%, nem que a estes sejaabastecido combustível fora destas especificações.

Entretanto, até 2010, a APL pretende efectuar, atravésde um Questionário aos navios, uma caracterização do tipode combustível usado, incluindo o teor em enxofre, quantidadefornecida, local de abastecimento e fornecedor, em complementoda vistoria do registo a bordo e de guias de entrega de combus-tível, de forma a retratar a situação de consumo dos navios queescalam o porto e estabelecer planos de acção para garantiro cumprimento da Directiva.

OBJECTIVOS PARA 2008• Efectuar um programa de inspecções a bordo dos navios para

verificação do tipo de combustíveis consumidos, de formaa caracterizar os consumos e os abastecimentos (como medidade preparação para a implementação de directiva comunitáriaque obriga, a partir de 2010, ao consumo pelos naviose aos abastecimentos pelas empresas de combustível comteor de enxofre inferior a 1,5%).

4.4.3 Abastecimento de água aos naviosO fornecimento de água aos navios é uma actividade reguladapela APL, exigindo-se que as empresas sejam licenciadas parao efeito e que ponham em prática um programa de controlo daqualidade da água a definir pela APL, sendo igualmente exigidoque os laboratórios a contratar sejam devidamente licenciadose acreditados.A APL garante que todas as determinações são realizadasno total cumprimento das disposições legais constantesdo Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto, nomeadamenteno que se refere a parâmetros, frequência de amostragem,análise e métodos analíticos.

52

5. Valorizaçãodo Estuáriodo Tejo

Relatório de Sustentabilidade’07

Estamos atentos às principais características biofísicas doestuário, como maior plano marítimo-fluvial da Europa e um dosde maior valor ecológico, e pretendemos ter um conhecimentocada vez mais aprofundado do equilíbrio dinâmico deste sistemae adoptar práticas de gestão que promovam a sua preservaçãoe qualificação.

Adicionalmente pretendemos, em estreita colaboração comas restantes entidades com responsabilidade no estuário,minimizar o passivo ambiental existente, estabelecer compro-missos com base em estratégias de gestão amiga do ambientee potenciar o turismo dentro do estuário.

5.1 Conservação dabiodiversidade no estuáriodo Tejo

O porto de Lisboa situa-se num dos maiores e mais ricos estuáriosda Europa, no que respeita aos valores naturais.Este estuário ocupa uma área de cerca de 320 Km2, dos quaisaproximadamente 40% corresponde a área entremarés.A grande diversidade morfológica deste estuário origina umaconsiderável diversidade de habitats e de espécies.Neste contexto, grande parte deste estuário e, consequentemente,da área sob jurisdição portuária localizada na parte montantedo mesmo, encontra-se abrangida por diversos estatutosde conservação da natureza decorrentes da sua designação:• Ao nível nacional, como área protegida: Reserva Natural

do Estuário do Tejo;• Ao nível comunitário, como sítio da Rede Natura 2000,

decorrente do seu interesse para a conservação, querna perspectiva das espécies, dada a elevada ocorrência

de espécies listadas nos anexos à Directiva das Aves – Zonade Protecção Especial do Estuário do Tejo –, quer pelaocorrência de habitats a preservar no âmbito da DirectivaHabitats – Sítio de Importância Comunitária –, quer, aindacomo local integrante da Rede de Reservas Biogenéticasdo Conselho da Europa;

• Ao nível internacional, como local integrado na lista de sítiosda Convenção de RAMSAR relativa às Zonas Húmidasde Importância Internacional, especialmente como habitatde aves aquáticas.

A APL pretende encontrar a melhor forma de compatibilizaçãoentre as necessidades da navegação, as actividades portuáriase os interesses conservacionistas nas áreas com estatutode protecção que se localizam no interior e são adjacentesà área de jurisdição portuária.Neste contexto, em 2006 e 2007 acompanhou de forma activaa elaboração do Plano de Ordenamento da Reserva Naturaldo Estuário do Tejo (PORNET), contribuindo quer para a recolhada informação de base, fundamental para a elaboração de umplano desta natureza, quer para a concertação dos interessesdo porto de Lisboa com os de outras entidades, designadamenteos do ICNB e os do INAG.

55

Valorização do Estuário do Tejo

A APL e a valorização do estuário do Tejo

Passivo das ActividadesIndustriais Portuárias

Embarcações AbandonadasRedução das

Descargas no Estuário

ErosãoQualidade da Água BiodiversidadeLimpeza das

Linhas de ÁguasPassivo AmbientalArqueologia

Gestão deSedimentos Dragados

Monitorização

Em 2007 aprovou-se o início dos trabalhos para a adesãoda APL à iniciativa Business & Biodiversity.

Iniciativa Business & Biodiversity (B&B)

O principal objectivo desta iniciativa da União Europeiaé o incremento do relacionamento entre as empresas e abiodiversidade, permitindo que se dê um contributo significativopara a prossecução da Meta de 2010, de parar a perdade biodiversidade a nível local, nacional, regional e global.A iniciativa procura promover, através de acordos voluntáriosde longa duração, a introdução da biodiversidade nas estratégiase políticas das empresas.

OBJECTIVOS PARA 2008• Definir o compromisso da empresa, no âmbito da iniciativa

B&B, estabelecer uma pareceria com o ICNB e eventualmentecom outras entidades, para o desenvolvimento de projectosneste âmbito.

• Manter a colaboração com o ICNB e outras entidadesna implementação das acções previstas no Programade Execução do PORNET;

• Desenvolver os projectos que vierem a ser aprovadosno âmbito da iniciativa B&B.

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Relatório de Sustentabilidade’07

5.2 Combate à erosãoestuarina e costeira

A embocadura do estuário do Tejo caracteriza-se por umsistema de canais e bancos de areia, em equilíbrio dinâmicoentre si e com as zonas costeiras adjacentes. A barra de acessoao porto de Lisboa prolonga-se por um canal ladeado por doisbancos de areia: o banco do Bugio e o Cachopo Norte, tambémconhecido pela Cabeça do Pato.A APL, reconhecendo a complexidade do sistema hidromorfo-dinâmico da zona e a importância do seu equilíbrio paraa manutenção das condições hidromorfológicas no estuário, tempromovido diversos estudos de modelação. Complementarmente,realiza a monitorização sistemática de toda a área das barras doTejo através da execução periódica de diversos levantamentoshidrográficos, e manutenção de um sistema de ondógrafos.A APL detém uma quantidade importante de informação e nívelde conhecimento que lhe permite sustentar as decisões tomadasno processo de gestão da barra e áreas adjacentes.Na área sob sua jurisdição, a APL não autoriza a extracçãode inertes para fins comerciais, nem comercializa as areiasdragadas. Tal prática tem como objectivo contrariar a tendênciaerosiva que actualmente se observa na zona costeira continental,procurando soluções que permitam o seu aproveitamento numaperspectiva de gestão sustentável do sistema.Exemplo desta prática é o protocolo celebrado com o INAGe COSTAPOLIS para reforço das praias da Costa da Caparicaem 2007, processo que será novamente repetido duranteo verão de 2008 e, possivelmente em 2009 e 2010. A APL,aliás, tem todo um historial de situações similares das quaisse destacam o Protocolo com a Câmara de Cascais, em 2005,para alimentação artificial das praias da Costa do Estoril comrecurso a areias dragadas no canal da barra, e em anos anteriores,a colocação das areias dragadas no canal da barra em frentedas praias da Costa da Caparica. Destacam-se, igualmente,as situações de utilização das areias provenientes da referidadragagem na protecção do forte do Bugio e no reforço dos bancosda embocadura do estuário do Tejo.Muito embora a área sob jurisdição da APL esteja excluída,como qualquer área sob jurisdição portuária, do âmbito territorialdos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), a APLfoi convidada a participar, como observador, na elaboraçãodo POOC Sintra-Sado, tendo contribuído activamente,com pareceres e informação disponível para a sua elaboraçãoe acompanhado a sua implementação.

OBJECTIVOS PARA 2008• Concluir e, porventura, aprofundar o estudo para o conhecimento

da propagação da ondulação no canal da barra sul;• Manter a monitorização da região das barras;• Manter a estreita colaboração com o INAG, no âmbito das

atribuições da APL conferidas pelo POOC de Sintra-Sado,com vista à alimentação artificial das praias da Costada Caparica, na perspectiva do equilíbrio hidromorfodinâmicoda região das barras do Tejo.

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5.3 Gestão de sedimentosdragados

À APL compete manter as condições de navegabilidade na suaárea de jurisdição. Para o efeito procede à execução de dragagensnos canais navegáveis, cais, bacias de acesso e manobra e, ainda,nas docas.Anualmente são dragados, em média, cerca de 600.000a 800.000m3 de materiais lodosos no interior do estuário.A APL privilegia a imersão destes materiais, quando não conta-minados, no interior do estuário, tendo como objectivo, comoreferido no ponto anterior, a manutenção da sua carga sedimentar.Tal reveste-se, do nosso ponto de vista, de particular importânciapara a génese e manutenção das vastas áreas entremarés,que caracterizam o estuário do Tejo e das quais depende a suariqueza ecológica.Com vista à correcta gestão ambiental dos sedimentosdragados, a APL efectua com regularidade, a caracterizaçãodos sedimentos existentes no estuário, nas zonas sujeitasa dragagens de manutenção, de forma a averiguar a qualidadedos materiais a dragar.A avaliação da qualidade dos sedimentos passa, entre outras tarefas,pela realização de análises físico-químicas e biológicas. Nestecontexto, a APL privilegia a parceria com laboratórios acreditados.Os resultados obtidos com esta avaliação constituem uma maisvalia no reconhecimento dos sedimentos existentes no estuáriodo Tejo, cuja qualidade é fortemente determinada pela poluiçãohistórica de origem industrial, urbana e agrícola e pela poluiçãotransportada de montante pelo rio e seus afluentes. Trata-se,portanto, de um processo fundamental para a definição dodestino final a dar aos sedimentos a dragar.Em 2007 concluiu-se a caracterização dos sedimentos a dragarnas zonas sujeitas a dragagens de manutenção promovidaspela APL.Procedeu-se, também, à caracterização dos sedimentos a dragarno âmbito dos projectos de reabilitação e reforço dos cais entreSanta Apolónia e o Jardim do Tabaco e das obras marítimasde adaptação da Doca de Pedrouços.

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se proceder a nova caracterização de sedimentos

nas zonas sujeitas a dragagens de manutenção promovidaspela APL.

• Pretende-se, também, proceder a caracterizaçõesde sedimentos diversas, associadas a projectos de obras,designadamente, à 2.ª fase da reabilitação e reforço doscais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco e ao projectode redefinição/regularização da Cala das Barcas;

• Pretende-se, ainda, proceder a nova caracterizaçãode sedimentos para o aprofundamento do conhecimentosobre a qualidade dos sedimentos a dragar nas obras marítimasde adaptação da Doca de Pedrouços.

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Relatório de Sustentabilidade’07

5.4 Redução das descargasde águas residuais nãotratadas no estuário

Com vista à contribuição para a melhoria da qualidade da águasuperficial, e consequentemente, da qualidade ecológicado estuário, pretende-se reduzir todas as descargas de águasresiduais não tratadas efectuadas sobre o estuário do Tejo.As características do território sob jurisdição da APL, que consistenuma extensa faixa de reduzida largura, com uma tipologiade ocupação muito diversificada, originaram a adopção desoluções distintas, para o encaminhamento das águas residuaisproduzidas nesta área: fossas sépticas, estações de tratamentocompactas ou encaminhamento dos efluentes para as redesmunicipais.Desde a década de 90 do século passado que a APL tem vindoa eliminar diversas descargas de águas residuais sem qualquertratamento no estuário. Assim, sempre que se procede aoreordenamento de um espaço sob gestão portuária, procede-seao correcto encaminhamento das águas residuais nele produzidas.A APL tem vindo a exigir o pré-tratamento físico das águasresiduais descarregadas na sua rede, designadamente atravésda instalação de câmaras retentoras de gorduras e de sólidos,sempre que tal se justifique, nomeadamente em restaurantes,instalações oficinais, entre outras.Em 2007 foi estabelecido um acordo de colaboração coma SIMTEJO para a elaboração do estudo da erradicaçãodas descargas de águas residuais na frente ribeirinha da APL,em Lisboa, cujo objectivo é proceder ao cadastro das redesde drenagem, à avaliação das descargas não tratadase à concepção das soluções de eliminação das mesmas.Para além desta intervenção directa nas áreas sob sua jurisdição,a APL tem vindo a colaborar com a SIMTEJO e a SIMARSULna viabilização da execução dos sistemas de drenageme tratamento de águas residuais nos concelhos abrangidospelas respectivas concessões e cujas infra-estruturas se localizamem área sob jurisdição da APL.

OBJECTIVOS PARA 2008• Manter a colaboração com a SIMTEJO e a SIMARSUL,

na viabilização dos respectivos sistemas de drenageme tratamento de águas residuais;

• Desenvolver os estudos e projectos para a reduçãodas descargas de águas residuais no âmbito da colaboraçãocom a SIMTEJO.

59

5.5 Limpeza das linhasde água

Com vista a minimizar os efeitos dos episódios de cheia, pretende,a APL garantir as condições de escoamento superficial na redehidrográfica sob sua jurisdição, reduzindo o risco de inundaçõese acidentes, com eles relacionados.Neste contexto, a APL procede frequentemente à limpezade esteiros e linhas de água como os de Pancas e de Valede Frades, em Benavente, caneiros de Alcântara e Xabregas,saída da ribeira de Algés.

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se manter, no âmbito das suas competências,

o nível de intervenção nestas e noutras situações identificadascomo críticas.

5.6 Monitorização daqualidade das águassuperficiais do estuário

Apesar de a gestão da qualidade da água no estuário não estarincluída nas competências atribuídas à APL através dos seusestatutos, a qualidade das águas superficiais é monitorizadasempre que tal seja necessário.Assim, em 2005 a APL estabeleceu um protocolo de colaboraçãocom a SIMTEJO que visa estabelecer formas de cooperaçãono âmbito da monitorização da qualidade da água no estuárioe das cargas afluentes.

O mais recente e intensivo trabalho de avaliação da qualidadeda água foi efectuado pela APL, em 2006, aquando da moni-torização dos trabalhos de dragagem do novo canal de acessoao terminal multimodal de Xabregas, tendo como objectivoavaliar os efeitos das operações de dragagem e imersão domaterial dragado sobre a qualidade da água quer no estuárioquer no mar. Para o efeito, a qualidade da água foi analisadaantes, durante e após as referidas operações, na coluna de água,em estações localizadas a montante, no interior e a jusante dasáreas de trabalho.Até 2007 a monitorização da qualidade da água superficialno estuário incidiu essencialmente sobre o controlo ambientalde obras.

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se elaborar um Plano de Monitorização da Qualidade

da Água Superficial que inclua três vertentes: docas derecreio, terminais portuários e dragagens (incluindo a imersãode materiais dragados).

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Relatório de Sustentabilidade’07

5.7 Desmantelamentos deembarcações abandonadas

A área portuária encontra-se muito exposta ao abandonode embarcações e navios, principalmente de embarcaçõesde pequeno/médio porte do tipo tráfego local, pesca e recreio,na sua grande maioria de registo nacional.A APL, enquanto autoridade portuária, tem a obrigação legale a preocupação ambiental na sua área de jurisdição, de promovera remoção ou desmantelamento de todas as embarcaçõesque se encontrem em visível estado de degradação susceptíveisde serem consideradas abandonadas ou que constituam umestorvo/perigo para navegação.Esta problemática para além de acarretar um impacte visualnegativo e a degradação das frentes ribeirinhas e leito de rio,significa para a APL, em muitos casos, o acumular de dívidaspor não pagamento de taxas portuárias pelos proprietários dasembarcações e o impedimento de rentabilizar o espaço por elasocupado.A promoção das acções de desmantelamento é complexae morosa por razões de ordem legal e administrativa, assistindo-sea longos períodos de tempo para obtenção das devidasautorizações pela autoridade marítima.

O quadro legal em vigor apresenta diversas lacunas em matériade navios abandonados e seu destino. Pela sua aplicação a APLnão consegue ver declarado o abandono do navio e reclamara sua posse de modo a proceder ao respectivo desmantelamento,mesmo sendo uma entidade credora sobre o mesmo.Apesar dos entraves existentes, a APL tem efectuado levan-tamentos periódicos das embarcações abandonadas na sua áreae o desmantelamento ou a remoção de embarcações e seusrestos e diligenciado no sentido de obter as necessárias auto-rizações da autoridade marítima para que terceiros os possamrealizar. Este trabalho representou até à data o abate e retiradade cerca de 210 embarcações/navios. Alguns destes trabalhosforam desenvolvidos em parceria ou ao abrigo de protocoloscom câmaras municipais e estaleiros navais.Em 2007 foi iniciado um trabalho de desmantelamentoemblemático para o porto de Lisboa, respeitante ao navio PontaDelgada parcialmente afundado na parte exterior da Docado Poço do Bispo, simbolizando o início do fim de um processoque se arrastava por motivos legais há dez anos.

Permanecem, contudo, por desmantelar no porto cercade 50 embarcações de médio porte:• 26 embarcações no Seixal, na zona da Amora;• cerca de 12 embarcações no Barreiro;• 12 embarcações na Doca do Poço do Bispo.

Verifica-se que 37 destas 50 embarcações carecem deautorização de desmantelamento.Outra vertente desta problemática diz respeito às pequenasembarcações de pesca, muitas sem registo, que proliferam nasfrentes ribeirinhas e que diariamente são postas e retiradasde pequenos areais, sendo a sua contabilização e sequentesprocessos de desmantelamento difíceis de realizar.Esta situação é por vezes caracterizada com levantamento dasembarcações existentes pelas câmaras municipais, juntas defreguesia e APL e, posteriormente, em conjunto são promovidasacções de limpeza das frentes ribeirinhas. A última teve lugarem 2005 no Seixal de onde foram retiradas 23 embarcações,estando em preparação novas acções, uma com este município,na baía do Seixal, e outra com a Junta de Freguesia da Trafaria,para a retirada de 11 embarcações.

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OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se desenvolver um Plano de Acção para Desman-

telamento de Embarcações Abandonadas no porto de Lisboa,que envolverá, entre outras, as seguintes linhas de actuação:- Actualizar as embarcações susceptíveis de serem consi-

deradas abandonadas e caracterizar os impactosambientais associados;

- Identificar os proprietários e processos legais que pendamsobre as mesmas;

- Notificar os proprietários para removerem as embarcaçõesem prazo definido sob pena de serem iniciados processos deobtenção de autorização para respectivos desmantelamentos;

- Verificar processos de dívidas para com a APL;- Identificar as embarcações adquiridas pelos estaleiros

para posterior desmantelamento e verificar os respectivosprocessos;

- Solicitar autorização à autoridade marítima para desman-telamento das embarcações com proprietário desconhecidoe sem processos legais associados;

- Levar ao conhecimento dos tribunais o valor actualizado dasembarcações que permanecem arrestadas, nomeadamentedas que já não possuam qualquer valor residual, para libertarrespectivos processos;

- Estabelecer parcerias ou protocolos com privados,municípios, estaleiros ou outras entidades que sejam parteinteressada dos desmantelamentos;

- Estabelecer protocolo com autoridade marítima paraagilizar processo administrativo para autorização dosdesmantelamentos;

- Criar e divulgar no portal da APL uma lista actualizadade embarcações abandonadas e respectivos processospara conhecimento do público em geral e, em particular,das empresas de desmantelamento de navios, estaleirosde reparação naval, câmaras municipais e juntas de freguesiae autoridades ambientais, como seja, a Inspecção-Geraldo Ambiente;

- Estabelecer procedimento que previna o abandonode embarcações e que permita actuar juridicamente assimque detectada situação de mau estado de conservaçãoindiciadora de abandono.

5.8 Remediação do passivoambiental das actividadesindustriais portuárias

Em virtude da desactivação ou redimensionamento de váriasindústrias pesadas de base portuária, existe no estuário do Tejoe nas suas margens um passivo ambiental que importa remediar.Tal passivo traduz-se, entre outros, pela contaminação de solos,sedimentos e águas subterrâneas.A avaliação da qualidade dos sedimentos insere-se, claramente,neste contexto, uma vez que este substrato se constitui comoum registo histórico das actividades humanas, sendo um verda-deiro reservatório da contaminação produzida pelas actividadesinstaladas a montante e nas margens do estuário, em períodosprévios à introdução das questões ambientais, responsabilidadeque a APL chama a si sempre que necessita de procedera dragagens para efeito de construção ou navegabilidade.A APL tem ainda colaborado com outras entidades a buscade soluções técnica e economicamente viáveis para as situaçõesde contaminação identificadas. Exemplo disso foi a colaboraçãoprestada para a resolução do problema da exposiçãoda população ao amianto depositado em aterros junto ao leitodo rio na zona onde actualmente se desenvolve o passeioribeirinho de Alhandra - Vila Franca de Xira.No próprio Plano Estratégico de Desenvolvimento do porto deLisboa é contemplado o projecto de “Definição e implementaçãodas medidas necessárias à recuperação de zonasambientalmente degradadas na área de jurisdição do porto”.Neste âmbito, prevê-se a realização de um diagnósticoambiental exaustivo de situações de degradação ambientalque devem compreender a identificação e caracterização de:locais de deposição abusiva de resíduos; descargas nãolicenciadas de águas residuais; áreas com solos contaminados;manchas de sedimentos contaminados; áreas industriaisabandonadas e/ou degradadas; desconformidades com asdisposições legais em matéria de ambiente em áreas industriais,comerciais, de serviços e portuárias; rede hidrográfica.

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Relatório de Sustentabilidade’07

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Ao diagnóstico ambiental segue-se a elaboração de um planode intervenção para as situações detectadas e, posteriormentea implementação dos projectos/acções resultantes desse planoe a manutenção e melhoria contínua das situações corrigidas.Em 2007 procedeu-se ao início do procedimento de adjudicaçãopor consulta para a elaboração do estudo da viabilidade técnicae ambiental da recuperação do canal da Siderurgia Nacional.Iniciou-se o processo de acompanhamento do Plano Estratégicoda QUIMIPARQUE.

OBJECTIVOS PARA 2008• Elaboração do estudo da viabilidade técnica e ambiental

da recuperação do canal da Siderurgia Nacional e, em seuresultado pretende-se proceder à elaboração de umaproposta de acção;

• Acompanhamento do Plano Estratégico da QUIMIPARQUE.

Pedra

Fragmento de bojo de cerâmica comum

Lote de numismas em Liga de Cobre

Fragmentos de bordo em cerâmica vidrada de um alguidar

Lote de balas em rocha

Apoio de remo de embarcação

Gancho de balança

Fragmento de bordo de cerâmica vidrada

Chave em liga de Cobre, frente

Alguns dos objectos levantados na Doca de Pedrouços

5.9 Arqueologia

A APL procede, sempre que necessário, ao acompanhamentoarqueológico sistemático e presencial das empreitadas,recorrendo a arqueólogos devidamente reconhecidos peloIGESPAR, I.P. Este acompanhamento insere-se no campoda arqueologia preventiva e tem como objectivo a salvaguardado património arqueológico. No âmbito de estudos ambientais

procede, também, a trabalhos de arqueologia prospectiva.Várias intervenções têm sido objecto de acompanhamentoarqueológico ao longo dos anos. Exemplos disso, são a construçãodo passeio marítimo na Praia de Santo Amaro de Oeirase a dragagem do novo canal de acesso ao terminal multimodalde Xabregas.No campo da arqueologia prospectiva, foi concluído em 2007o trabalho de levantamento da Doca de Pedrouços, com recursoà prospecção visual e geofísica.

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6. RelaçãoPorto-Cidades

Relatório de Sustentabilidade’07

6.1 Introdução

A relação porto-cidades é uma bandeira da estratégiade sustentabilidade da APL, que procura a melhor formade compatibilizar as necessidades da actividade portuária comuma crescente exigência de qualidade de vida da populaçãodos 11 municípios que circundam o estuário do Tejo: Alcochete,Almada, Barreiro, Benavente, Lisboa, Loures, Moita, Montijo,Oeiras, Seixal e Vila Franca de Xira. É, também, uma formaprivilegiada de compromisso e partilha com as comunidadesestuarinas.A estrutura urbana da cidade de Lisboa é profundamente marcadapela presença do rio. Nas avenidas, ruas e praças a relação como Tejo é evidente. A sua frente ribeirinha oferece uma grandediversidade de actividades lúdicas, culturais e desportivas.Destacam-se o comércio, o artesanato, os monumentos,os restaurantes, os bares, as esplanadas, as discotecas, a Escolade Joalharia, o Museu da Electricidade, o Museu do Oriente,os ginásios e as actividades ao ar livre. Existem ainda diversasentidades que instalam os escritórios das suas empresas nestazona de eleição, pela inspiração que o rio lhes proporciona.

Mas não é só a frente ribeirinha de Lisboa que tem esta relaçãocom o rio Tejo. Em todos os concelhos que envolvem o estuáriohá uma riqueza de memórias e actividades que confirma a sualigação à paisagem e às vivências do mar e do rio.A extensão de frente ribeirinha sob jurisdição da APL é de cercade 205 km, dos quais 76% estão acessíveis ao usufrutoda população. Em parte, a interdição (restantes 24%) está ligadaà instalação de infra-estruturas portuárias.Face à extensão da área sob jurisdição da APL, tem vindo a serdesenvolvido um processo de delimitação da referida área combase na análise de múltipla informação geográfica e em apoiojurídico especializado. Nesta delimitação, inclui-se a georeferen-ciação dos limites da jurisdição e a sua tipificação em cada local,o que permite a clarificação junto de outras entidades, entre asquais as autarquias, das competências da APL neste território.

“Na minha opinião tem existido uma evolução favorável[da APL], pela atitude mais disponível, pelo discurso maisaberto e pela procura de uma política de devolução deespaços às cidades e à população, demonstrando vontadede progredir na relação que tem com os municípios. ”Dr. Carlos Humberto de Carvalho, Presidente da JuntaMetropolitana de Lisboa

À medida que se encontram concluídos e aprovados ostrabalhos de delimitação da jurisdição em cada concelhoribeirinho, os mesmos são divulgados pelas entidades interes-sadas, por exemplo, câmaras municipais, CCDR-LVT, ICNB, etc.

Encontra-se já concluída a delimitação da jurisdição da APL nosconcelhos de Alcochete, Benavente, Lisboa, Moita, Seixal e VilaFranca de Xira. Pretende-se concluir em 2008 a delimitação refe-rente aos concelhos de Almada, Barreiro, Loures, Montijo e Oeiras.

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Concelho Extensão de Frente Ribeirinha Extensão de Frente Ribeirinhana Jurisdição da APL (km) Acessível

Alcochete 13,5 99%

Almada 13,8 61%

Barreiro 20,2 63%

Benavente 23,1 100%

Lisboa 15,9 41%

Loures* 5,8 0%

Moita 33,7 91%

Montijo** 14,1 98%

Oeiras 12,3 90%

Seixal 34,8 75%

Vila Franca de Xira** 18,3 53%

Total 205,4 76%

Concelhos abrangidos pela APL

*A interdição no Concelho de Loures deve-se apenas a razões de difícil acesso, por via da construção do IC2.

**Nos concelhos de Vila Franca de Xira e Montijo, parte da área interdita situa-se nas zonas ocupadas pelas Bases Aéreas.

6.2 Uma história derequalificação e grandesinvestimentos

A generalização da utilização do contentor nos transportesa nível mundial, bem como a evolução tecnológica dos métodosoperacionais de carga e descarga dos navios, permitiu que a APLtenha procedido, desde 1988, e por ocasião do concurso deideias promovida pela Associação dos Arquitectos Portugueses,a uma reorganização da sua actividade, com a libertação de

vastas áreas de terraplenos e armazéns que serviam de apoioà actividade portuária.A Doca de Santo Amaro, o passeio da Junqueira, a envolvente aoMuseu de Arte Popular, a envolvente ao Museu da Electricidade,o Parque das Missas junto à estação fluvial de Belém, a envol-vente da praia e terrapleno de Algés e a Praia de Santo Amarode Oeiras, surgem como exemplos claros de áreas requalificadas,com uma procura cada vez maior pelos lisboetas e por todosaqueles que visitam a cidade e desejam desfrutar daproximidade do rio.A política de modernização e revitalização do porto de Lisboaguia-se por um conjunto de vectores estreitamente interligadose interdependentes, designadamente os seguintes:

Na reconversão de algumas frentes de água a usosmistos ou não portuários, a maximização da suautilidade, permitiu uma utilização flexível e polivalente,conseguida através da manutenção de zonas como estatuto jurídico de “bens do domínio público”(como o é o domínio público marítimo), garantindo

a unidade territorial e contrariando a sua apropriaçãoprivada.Nas zonas onde o conceito “domínio público marítimo”é aplicado, tem-se verificado a preservação dossistemas naturais litorais, protegendo-os de umaocupação intensiva e não planeada.

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Requalificação

Vectores associados à modernização e revitalização do porto de Lisboa

Gestão Partilhadade Espaços

Protocolos comAutoridades Locais

RecuperaçãoPatrimónio Existente

Qualificação e IntegraçãoPreservação e

Valorização da IdentidadeApropriação Públicada Frente de ÁguaCooperação e Parcerias

Preservação TraçaArquitectónica Original

ManutençãoAmbiente Portuário

Utilização Polivalentedos Espaços e instalações

Criação e Requalificaçãoprivilegiando o uso Público

Qualificação doEspaço Portuário

Não Segregaçãodas Zonas Portuárias

AssumirPaisagem Portuária

Ordenamento e Requa-lificação de Edifícios

Redução doEfeito Barreira

Melhoria dasZonas de Interface

Relatório de Sustentabilidade’07

6.2.1 Qualificação ou integraçãoNo sentido de promover a melhor integração do porto na cidade,a APL tem vindo a qualificar as áreas onde se desenvolvea actividade portuária e a substituir estruturas de delimitaçãoque segregam a área portuária da paisagem urbana por outrasque permitem a observação da frente de água. O objectivo destaúltima medida é reduzir, de forma significativa, o impacto negativodas vedações obrigatórias das áreas portuárias, que garantema restrição de acesso impostas pela segurança e contenção.

Santa Apolónia e Matinha: Foram substituídas as envelhecidasvedações por um muro de resguardo com vista a delimitar a áreaportuária e que constitui, pela sua forma harmoniosa e pela sua“transparência”, um excelente exemplo de integração do portona paisagem urbana. Em Santa Apolónia, o projecto Cais da Pedra,constituído pelo LUX no Armazém A e várias lojas e restaurantes(ex.: Bica do Sapato) no Armazém B, é um bom exemplode recuperação arquitectónica e reconversão de armazénsportuários. O elevado padrão de exigência arquitectónicado projecto obrigou à substituição das vedações existentespor uma solução de vedação, em sistema de painéis; numa parteem vidro, na zona das lojas e esplanadas dos restaurantese na outra em engradado metálico ligeiro. Esta solução permitiuuma quase total transparência da cidade para o rio.

Estaleiro Naval da Rocha: Foi objecto de diversas inter-venções de modernização, sendo, sem dúvida, um exemplode qualificação do espaço portuário operacional. Na realidade,todo o espaço, edifícios e infra-estruturas terrestres,estavam profundamente degradados. A intervenção visoua modernização funcional das instalações, o reordenamento doestaleiro, a requalificação arquitectónica e paisagísticae uma libertação de espaços. Estas medidas permitirama reformulação da acessibilidade na zona portuária entreAlcântara e Santos.No interior do estaleiro todos os edifícios foram intervencionados,tendo sido dada especial atenção a aspectos relacionadoscom a qualidade, a integração ambiental (tendo sido renovadotodo o sistema de recolha, tratamento e lançamento de efluentesna rede municipal) e o enquadramento paisagístico e urbanístico,assim como à preservação da memória portuária, uma vez queos materiais adoptados são semelhantes aos inicialmenteutilizados, tendo-se conservado a característica arquitectónicaoriginal da zona.O muro de limitação do Estaleiro permite a abertura de janelassobre o próprio estaleiro e sobre o rio, e veio substituiro emparedamento edificado das antigas instalações comple-tamente opaco, que criava uma barreira física e visual muitoacentuada.

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Antes

Depois

De forma a melhorar as acessibilidades na zona, procedeu-seà libertação de cerca de 19 000 m2 da área anteriormenteconcessionada e à demolição dos armazéns que delimitavama via de cintura. Esta foi alargada para duas faixas de ligaçãoentre Santos e Alcântara, nos dois sentidos, tendo sido aindaconstruído um separador arborizado.A poente, numa área em que se localizavam vários edifíciosde serviços e actividades lúdico-comerciais, foi criado um parquede estacionamento para 77 veículos. A nascente foi construídoum parque de estacionamento para 217 veículos ligeiros, juntoà zona urbana de Santos.Neste espaço, marcado por fortes ambientes – o ambienteportuário, o ambiente marítimo, uma via de circulação pendulardiária e a proximidade da linha de caminho-de-ferro – osarquitectos optaram pela utilização de materiais resistentese o pavimento apresenta um desenho de faixas que reforçaa relação terra-mar.

6.2.2 Preservação e valorizaçãoda identidade ambiental e patrimonialAs intervenções efectuadas pela APL para a modernizaçãodos espaços portuários e reconversão das frentes ribeirinhassem actividade operacional para áreas de lazer privilegiarama reabilitação dos espaços existentes em detrimento de novasconstruções, sempre com a preocupação de respeitar o carácterhistórico e valorizar o património arquitectónico.

Doca de Santo Amaro: Zona anteriormente ocupada cominstalações portuárias pouco qualificadas e que, devido àsintervenções realizadas, constitui, hoje, um dos principais locaisde atracção turística da cidade de Lisboa. A APL desenvolveuo Plano Parcelar de Reconversão da Doca de Santo Amaro,da autoria dos Arquitectos Fausto Simões e Rui Alexandre,com vista à criação de um programa de requalificação da envol-vente e de um regulamento para a recuperação arquitectónicados armazéns existentes.

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Antes

Depois

Relatório de Sustentabilidade’07

Numa parceria entre a APL e entidades privadas, os armazénsportuários, foram reconvertidos em equipamentos comerciais,mantendo-se a volumetria e as características arquitectónicasdas antigas instalações portuárias. Foi dada particularimportância ao aumento da capacidade das infra-estruturasde apoio à náutica de recreio, bem como à qualificaçãodo espaço público envolvente e à criação de infra-estruturas.De referir, também, a nova área de lazer criada pela autoridadeportuária a jusante da Doca de Santo Amaro, que consistenuma cobertura de grande dimensão da autoria dos arquitectosAlberto França Dória e António Barreiros Ferreira para a realizaçãode eventos ao ar livre, servida por um parque de estacionamentocom capacidade para cerca de 700 viaturas. A criação destanova área de lazer visou, ainda, constituir uma nova acessi-bilidade rodoviária e pedonal para as “Docas” com o objectivo dereduzir o congestionamento existente no largo de Alcântara-Marresultante dos tráfegos provenientes da actividade portuáriae das actividades de lazer.

Santos e Jardim do Tabaco: Os antigos armazéns portuáriosforam sujeitos a intervenção, projecto dos Arquitectos CarlosMacedo e Bernardo Daupiás Alves, tendo sido reconvertidosem equipamentos comerciais. Em Santos foi ainda criado umpasseio pedonal na faixa ribeirinha que permite à populaçãodesfrutar do seu rio.

Terminal de Passageiros de Santa Apolónia: Reabilitaçãode antigos armazéns portuários desactivados com a reconversãopara outros usos. Toda a envolvente foi sujeita a intervenção,criando-se um passeio pedonal e equipamento comercial diverso.

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Antes Depois

6.2.3 Promoção da apropriação públicada frente de águaNas intervenções de reconversão das suas frentes ribeirinhas,a APL tem privilegiado os espaços abertos e as zonas verdesque possibilitam à cidade de Lisboa a visibilidade franca do rio,sendo, simultaneamente, espaços de passeio acessíveisa qualquer cidadão.

Museus de Arte Popular e da Electricidade: A autoridadeportuária requalificou toda a sua envolvente, criando espaçosajardinados e zonas pedonais junto ao rio acessíveis a todaa população, com projectos da autoria dos Arquitectos TroufaReal e Tomás Taveira.

Passeio Ribeirinho da Junqueira: A criação de amplas zonasajardinadas e de parques de estacionamento construídos a umnível inferior ao da estrada, o que diminui o efeito barreira emrelação ao rio provocado pelos veículos estacionados e libertao passeio ribeirinho para peões e bicicletas.

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Antes Depois

Antes Depois

Relatório de Sustentabilidade’07

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Estes espaços, temporariamente transformados com construçõesligeiras e precárias, permitem também, sem compromissosirreversíveis, acolher diversos eventos comerciais.De igual modo, alguns terraplenos e instalações portuáriasafectos a actividades sazonais, como é o caso dos cruzeirosturísticos, ou que não implicam uma ocupação permanente(carga ro-ro) são geridos numa perspectiva de utilizaçãopolivalente. Exemplos disso são os magníficos espaços dasgares marítimas de Alcântara e Rocha do Conde de Óbidos,onde decorrem todo o tipo de eventos institucionais, comerciaise lúdicos, bem como a utilização dos terraplenos portuários paraapoio a actividades náuticas.

6.2.4 Investimento em áreas verdesOs valores apontados excedem em 20% o valor gasto comconsumo de combustíveis, o que permite avaliar a importânciadada pela APL às áreas verdes da sua área de jurisdição.As áreas ajardinadas, relvadas, bem como canteiros, arbustose sebes vivas ascendem já a cerca de 130.000 m2 e as cercade 2000 árvores, entre pinheiros, oliveiras, palmeiras, etc.,traduzem a preocupação constante com a criação e manutençãodestes espaços, no sentido de os colocar à disposição de todos.

Investimento nas zonas verdes(Serviços de manutenção

e plantação de novas áreas)

2004 270 000 ¤

2005 275 000 ¤

2006 265 000 ¤

2007 205 000 ¤

Investimento em áreas verdes

6.2.5 Cooperação e parcerias– Envolvimento com as autarquiasTendo como objectivo a sua melhor integração nos tecidosurbanos, a APL aposta numa relação estreita e de negociaçãocom as autarquias:• acompanhando e contribuindo de forma activa para a elaboração

de diversos planos, dos quais se destacam os PDM (em revisão),os planos de pormenor e os planos de urbanização;

• estabelecendo vários protocolos de gestão partilhadado território e do património em algumas áreas sob suajurisdição (ex: Praia de Santo Amaro de Oeiras, Alhandra -Vila Franca de Xira, remoção de embarcações no Seixal).

A APL integra a Comissão de Acompanhamento dodesenvolvimento do projecto “QUIMIPARQUE - Umaestratégia para o Barreiro”, contribuindo, desta forma,para a compatibilização das propostas da CâmaraMunicipal do Barreiro e da QUIMIPARQUE com os inte-resses do porto de Lisboa. Pretende-se, assim, asseguraro desenvolvimento de uma plataforma logísticano Barreiro que, por um lado sirva o interesse daquelaautarquia em criar uma base industrial no reordena-mento em curso e, por outro lado, tenha as condiçõesadequadas para servir da melhor forma o porto de Lisboa.

As zonas da área de jurisdição da APL sem ocupação ou vocaçãoportuária não têm um modelo único de gestão, uma vez quea situação da frente de água dos diferentes concelhos é muitodistinta, assim como a capacidade de intervenção da autoridadeportuária em cada um deles.

A APL tem protocolos genéricos para a realização de intervençõesde requalificação e valorização do espaço ribeirinho com cadaautarquia da sua área de jurisdição, documentos que vão sendopormenorizados à medida que se torna necessário precisaro modelo de intervenção em cada zona. São exemplos:

Oeiras: Colaboração com a autarquia na requalificação da praiade Santo Amaro de Oeiras, tendo-se optado por um novo tipode gestão de frentes ribeirinhas, no qual, para além dacooperação ao nível da definição de soluções e do modo deconcretização, se verifica a partilha de custos, de receitas e deresponsabilidades na gestão da área;

Montijo: Protocolo com a Câmara Municipal e com a Transtejotendo em vista a revalorização e revitalização da antiga Garedo Montijo e zona envolvente, no Cais dos Vapores;

Vila Franca de Xira: Protocolo com o município, tendoem vista a valorização e requalificação da frente ribeirinhade Alhandra e a construção do caminho pedonal ribeirinhoAlhandra/Vila Franca de Xira e parque urbano;

Seixal: Protocolo com o Município e a Transtejo, com vista àrequalificação e reconversão do antigo terminal fluvial do Seixal,entretanto desactivado.

OBJECTIVOS PARA 2008• Manter o acompanhamento e colaboração na revisão dos

planos municipais;• Estabelecer novos protocolos de colaboração para a gestão

territorial com as autarquias;• Manter as intervenções de recuperação das frentes ribeirinhas

(em especial nas Praias do Mexilhoeiro e da Alburrica,no Barreiro, e Talude-Muralha de Alcochete).

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Relatório de Sustentabilidade’07

6.2.6 Investimentos patrimoniaisem 2007

6.2.6.1 Agência Europeia de Segurança Marítima(AESM) e Observatório Europeu da Droga e daToxicodependência (OEDT)O compromisso de instalação da Agência Europeia deSegurança Marítima e do Observatório Europeu da Droga e daToxicodependência foi assumido por protocolo celebrado entreo Estado Português e a União Europeia, competindo à APLa sua concretização.A instalação da Agência Europeia de Segurança Marítima emLisboa é uma conquista do Estado Português e insere-se numaestratégia de valorização dos recursos do mar.

A área de intervenção deste projecto situa-se junto ao Caisdo Sodré, na Avenida Ribeira das Naus. Inicialmente previstopara acolher a AESM e o OEDT (que funcionam actualmenteem instalações provisórias, no Parque das Nações), este núcleode edifícios irá também acolher a Fundação Jacques Delors.Da intervenção urbana destacam-se a recuperação do Edifíciodo Relógio (para utilização comum) e a construção de doisedifícios. A obra foi consignada em Outubro de 2006, tendoterminado no fim do ano de 2007.O investimento da APL neste projecto ascendeu a cercade 40 milhões de euros, dos quais cerca de 29 milhões de eurosse referem a 2007.

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6.2.6.2 Reabilitação da Protecção Marginaldo BarreiroA primeira fase da reabilitação desta protecção marginalna Avenida Bento Gonçalves foi efectuada, em 2007, como objectivo de repor as condições adequadas ao seu usufrutopelas populações locais.Esta intervenção representou um investimento de cercade 830 mil euros, estando a segunda fase prevista para 2008.

6.2.6.3 Reabilitação do Cais da PrincesaO Cais da Princesa, situado junto à Torre de Belém tem sido,ao longo dos tempos, um local privilegiado para embarquee desembarque em acontecimentos oficiais. Em 2007 enten-demos ser de reabilitar esta infra-estrutura, quer pelo seu valorhistórico quer para permitir o seu uso para funções actuais(turísticas e outras), tendo sido realizado um investimentode cerca de 215 mil euros.Esta infra-estrutura foi concessionada à Lisboa Vista do Tejo –Transportes Turísticos LVT, SA., para o desenvolvimentode passeios turísticos no Tejo.

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Relatório de Sustentabilidade’07

6.3 Há vida no porto

6.3.1 Náutica de recreioAcreditamos que a frente ribeirinha do Tejo pode vira constituir-se num pólo de atracção turística. Por esta razão,a APL promove desde sempre a náutica de recreio, como formade partilhar a paixão pela navegação.O porto de Lisboa possui excelentes condições naturais paraacolher todo o tipo de embarcações, durante o ano inteiro.As quatro docas de recreio geridas pela APL têm capacidadepara mais de 1100 embarcações, dispondo de muito boascondições de acolhimento e assistência aos iatistas queprocuram Lisboa.

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Há Vida no Porto

Actividades de lazer no porto de Lisboa

Outros

Concertos eoutros Espectáculos Museus e Fortificações

Náutica de RecreioCultura e FormaçãoLazer e DiversãoEventos

Visitas ao PatrimónioCultural da APL

Restaurantes,Bares e Discotecas

Aluguer de Bicicletas 4 Docas de Recreio

22 Clubes Náuticosem 11 Concelhos

Rede de Apoio às Docas

Competições Desportivas

Áreas Verdes para Lazer

Taxas de ocupação em 2007 Docas de Recreio

Alcântara Belém Bom Sucesso Santo Amaro

Cap. embarcações < 6m 15 24 22 103

Cap. embarcações > 6 m 425 170 141 218

Taxa de ocupação - média anual 86,18% 90,03% 53,47% 61,00%

Taxa de ocupação (média das quatro docas) 72,67%

Taxas de ocupação nas docas de recreio

Para além destes portos de recreio há na zona de jurisdição daAPL 22 clubes náuticos, apoiados através de rendas simbólicas.

Em 2007:• Colaboração com instituições de ensino náutico para

formação e acolhimento de estágios profissionais;• Controlo da qualidade da água dos passadiços das docas

de recreio;• Organização, em colaboração com a Ambelis e com a GAML

(Grande Área Metropolitana de Lisboa), da Waterfrontexpo2007 – “The leading annual event for waterfrontdevelopment around the globe”;

• Organização em colaboração com a ESPO (European SeaPorts Organization), a Greenport Port Conference 2007.

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Rede existente de apoio à Náutica de Recreio

Lisboa

Almada

Seixal

Barreiro Moita Montijo

Alcochete

Benavente

LouresOeiras Vila Franca de Xira

Estuário do Tejo

Estaleiros de Reparaçãode Construção Naval(Barcos de Recreio)

Parque a Seco

Fundeadouro

Porto de Recreio

Marina

Núcleo de Recreio

Apoio Náutico

Relatório de Sustentabilidade’07

OBJECTIVOS PARA 2008• Substituir equipamentos de recolha de resíduos oleosos

das docas e parque de reparação;• Colocação de receptáculos para baterias;• Implementar ilhas ecológicas;• Divulgação junto dos utentes dos meios de recepção

de resíduos e da sua correcta utilização e da qualidadeda água de consumo humano nas docas;

• Implementar numa das docas um sistema-piloto de recolhade águas residuais das embarcações, tendo por exemploo implementado na Marina de Oeiras;

• Elaboração de inquéritos de satisfação dos clientes;• Celebrar o Dia Europeu do Mar. O evento celebra-se a partir

de 2008, todos os anos, no dia 20 de Maio, iniciativada Comissão Europeia com apoio da European Sea PortsOrganization na qual os agentes económicos ligados aosassuntos do mar são convidados a organizar conferencias,eventos e festividades relacionados com o tema naqueladata e os portos são encorajados a realizar o chamadoopen day, porto aberto ao público em geral;

• Celebrar o Dia Nacional do Mar (16 de Novembro);• Participar activamente nas organizações internacionais

relacionadas com os processos de integração porto-cidades.

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6.3.2 Cultura e formaçãoAo longo da zona ribeirinha de Lisboa podemos encontrar váriospontos de interesse cultural e histórico, tais como, as garesmarítimas de Alcântara e Rocha do Conde de Óbidos, a Torrede Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o Museu de ArtePopular, o Museu de Electricidade e o recentemente inauguradoMuseu do Oriente.No concelho de Oeiras encontram-se diversas fortificações,designadamente os Fortes de São Julião da Barra, de Catalazete,do Areeiro ou Santo Amaro, de São Julião das Maias, da Giribitae de São Bruno.Na margem sul, e sob a égide da Câmara Municipal do Seixal,pode-se visitar o Ecomuseu Municipal do Seixal – NúcleoMoinho de Maré de Corroios. Os moinhos de maré constituemao longo da Margem sul um dos equipamentos mais emblemáticosdaquelas zonas ribeirinhas.Para além dos museus atrás indicados a área de jurisdiçãoda APL tem outros espaços culturais, como sejam a escolade joalharia Contacto Directo e ateliers de artistas plásticos.No passeio ribeirinho da Junqueira, pode encontrar-se uma escul-tura que homenageia a fadista Amália Rodrigues e junto à Torrede Belém, uma réplica da Torre de Belém, colocada em colabo-ração com o Rottary Club de Lisboa Norte, que alia à vertenteartística o apoio aos invisuais na descoberta da Torre de Belém.

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Relatório de Sustentabilidade’07

Junto à Doca de Santo Amaro, são bem visíveis as gares marítimasde Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, edifícios emblemá-ticos dos anos 40, projectados pelo arquitecto Pardal Monteiro,com as suas varandas sobre o Tejo e os seus salões ondeos frescos do pintor Almada Negreiros retratam a epopeiamarítima. Estes edifícios, parte do património cultural da APL,constituem um pólo de atracção para a concretizaçãode variados eventos e visitas de estudo.A APL, no âmbito do programa “Porto de Lisboa aberto às Escolas”,endereça convites aos estabelecimentos de ensino, públicose privados, das zonas de influência da APL, dando a conhecera importância económica e social do porto de Lisboa.

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Visita de estudo de alunos de arquitectura à torre VTS

Visita de estudo dos alunos da Universidade de LausanneVisitas de estudo no âmbito do programa Porto de Lisboa aberto às Escolas

que já se realiza há vários anos, com a participação de alunos de todo o país,

dos 1º, 2º e 3º Ciclos e ensino Secundário.

6.3.3 Lazer e diversãoA área de jurisdição da APL é uma das maiores áreas de lazerda grande Lisboa. Segundo uma sondagem feita em 2006,64% da sua população costuma ir passear junto do rio Tejoe 67,5% considera a área de jurisdição do porto de Lisboa comoum espaço de convívio entre familiares e amigos.

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2007 2006 Variação 2007 / 06

Painéis Almada Negreiros 147 203 -28%

Disciplina de geografia 821 652 +26%

Visitas de alunos do ensino básico 75 107 -30%

Visitas de alunos do ensino secundário 831 505 +65%

Visitas de outras instituições e particulares 62 233 -73%

Total 968 855 +13%

Cultura e formação

Relatório de Sustentabilidade’07

6.3.4 Outros eventosOs nossos espaços são diariamente solicitados para os maisdiversos eventos e acções de vários géneros.Assim, temos as produtoras de filmes, novelas e spots publicitáriosque utilizam tanto os espaços cobertos como os descobertos,divulgando dessa forma a zona ribeirinha, numa média de50 por ano.Por outro lado, a gare marítima de Alcântara já foi palco dedezenas de feiras temáticas, de antiguidades a produtos biológicospassando por feiras do emprego, etc., trazendo milhares de pessoas.

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6.4 Responsabilidadeambiental e social na relaçãocom as comunidadesA APL tem boas práticas ambientais e sociais que abrangemtoda a área de jurisdição e que se espelham na relação coma comunidade. Estas estão ligadas com a gestão das zonasde areal, gestão das águas de abastecimento na sua áreade jurisdição, recolha de resíduos urbanos (que correspondeuem 2007 a um investimento de 489 809 €) e limpeza deespaços públicos.

6.4.1 Gestão das zonas de arealA APL tem zonas de areal na sua área de jurisdição nosconcelhos de Oeiras, Alcochete, Almada, Barreiro, Moita e Seixal,no entanto apenas a Praia da Torre, no concelho de Oeiras,reúne todos os requisitos para a classificação oficial de Praia.A qualidade da água e da areia nestas áreas dependede actividades, sobre as quais a APL não tem influência,que procedem a descargas a montante do rio. A esfera deintervenção da APL nestes locais abrange o licenciamentode ocupação dos concessionários e dos serviços de apoioe segurança dos banhistas, a autorização para realização deeventos e a fiscalização das condições de segurança e de usodaqueles locais, a afixação de informação oficial e outrainformação útil para os utilizadores e a preparação das épocasbalneares com as restantes entidades competentes nestamatéria.A APL colabora na gestão das épocas balneares comas restantes entidades, no sentido de garantir aos utentesdas praias e concessionários boas condições ambientais e desegurança.

Em 2007:• Colocação de equipamentos para divulgação aos banhistas

de informação oficial e actualizada sobre a qualidade da águae sobre a classificação das praias pelo Ministério do Ambiente;

• Colocação de placas com informação oficial de praianão vigiada em praias sem nadador-salvador e removidaspequenas embarcações abandonadas nos areais;

• Sinalética nas praias sobre a proibição de cães.

OBJECTIVOS PARA 2008• Dar continuidade à colocação de placas com informação

oficial de praia interdita nas assim decretadas pelaAdministração Regional de Saúde por constituírem riscopara a saúde pública, atendendo a que continuam a serfrequentadas nas épocas balneares.

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Relatório de Sustentabilidade’07

6.4.2 Gestão das águas de abastecimentoDando cumprimento às suas responsabilidades em matéria decontrolo de qualidade da água, entre Algés e a Matinha, a APLelabora Programas Anuais de Controlo de Qualidade da Água (PCQA).A ponderação de três factores, designadamente a extensãoe configuração particular da rede de abastecimento, a idadeavançada de algumas condutas e a existência de consumoscríticos associados ao sector da restauração, levou à definiçãode programas de controlo que excedem claramente as frequênciasmínimas de amostragem exigidas por lei.

Esta iniciativa significa por programa de controlo um custotrês vezes superior ao que a APL teria se garantisse apenasas frequências mínimas de amostragem exigidas por lei. De 2005a 2007 foram gastos com a implementação dos Programasde Controlo da Qualidade da Água cerca de 41 mil euros.Por ano são consumidos em média 576 370 m3 de água, o quedá um consumo médio diário de 1579 m3, sendo servida umapopulação de 7897 habitantes.O quadro que se segue resume os resultados obtidos dos PCQAe demonstração de conformidade legal.

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2005 2006 2007

Volume de água consumida na APL1 (m3) 597 012 562 090 570 009

N.º pontos de amostragem (instalações APL, pontos fixos e clientes) 89 89 96

Torneira de clientes 56 54 69

N.º de determinações 1 399 1 399 1 399

N.º valores > Valor Paramétrico2 (VP) 4 8 10

% N.º valores > VP 0,29% 0,57% 0,71%

% Valores Conformes 99,71% 99,43% 99,29%

(1) Para a elaboração do PCQA considera-se os dados de consumo do ano anterior(2) Constante do Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro

PCQA vs demonstração de conformidade – Rede Algés / Matinha

Da leitura do quadro verifica-se que a APL determinou em trêsanos 4197 parâmetros analíticos em 274 pontos de amostragem,sendo que 65% destes, ou seja, 179 pontos, correspondema torneiras de consumidores.A APL garante ainda o controlo da qualidade da água paraconsumo humano, abastecida a navios a partir das tomadasde água de muralha ou a partir de barcaça.A definição do plano de amostragem anual é da responsabilidadeda APL, a sua concretização é depois exigida às entidadeslicenciadas no porto para a actividade de abastecimento de águaaos navios.Os princípios e pressupostos que regem os PCQA estão tambémpresentes na definição destes planos de amostragem, havendoo cuidado de distribuir no tempo as campanhas de amostragemde modo a anteceder a chegada sazonal de alguns tipos denavios, como o de cruzeiros.

O quadro que se segue resume os resultados obtidos com osplanos de amostragem realizados para o controlo da qualidadeda água servida aos navios:

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2005 2006 2007

Volume de água consumida na APL1 (m3) 107 147 102 698 90 531

N.º pontos de amostragem (tomadas de água) 20 20 41

N.º de determinações 307 307 658

N.º valores > Valor Paramétrico2 (VP) 2 4 6

% N.º valores > VP 0,65% 1,30% 0,91%

% Valores Conformes 99,35% 98,70% 99,09%

(1) Para a elaboração do PCQA considera-se os dados de consumo do ano anterior(2) Constante do Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de Setembro

PCQA vs demonstração de conformidade – Rede Muralha Alcântara / Poço do Bispo

Em ambos os quadros se constata que as não conformidadesdetectadas se trataram de situações pontuais semcontinuidade, uma vez que 99% das determinações cumpremos valores legais estabelecidos para a qualidade da água.Por outro lado, a repetição da amostragem e análise, semprerealizadas nestas situações, confirmou a não existênciade qualquer problema com significado para a saúde pública.A adopção e implementação de medidas correctivas designada-mente a purga da rede predial e de troços de rede em que houveintervenção por motivos de rotura, a limpeza periódica de filtrosdas torneiras, a substituição das tampas de tomada de águana muralha, a colocação de tampas nos bocais, a drenagemeficiente das caixas e a limpeza e conservação das mangueirasem local apropriado, levaram ao restabelecimento da qualidadeda água nas diversas instalações, nos diferentes troços de redee nas tomadas de muralha.Como resultado do controlo operacional da rede conseguidocom os PCQA, prevê-se a substituição a curto-médio prazode troços de rede com idade superior a 40 anos, por exemplo,em Alcântara e Pedrouços, de forma a prevenir problemasde contaminação por rotura ou presença em excesso de ferro.

Até 2007, os programas de controlo da qualidade da água deconsumo humano e da qualidade da água abastecida a naviostêm relatório de implementação com planeamento, medidasadoptadas, dados estatísticos e conclusões, entre 2005 e 2007.Troços de rede já foram substituídos em função da detecçãode problemas da qualidade da água e outros estão previstosserem substituídos em 2008. É de salientar ainda o acompa-nhamento ambiental da obra do Hotel Altis, em Belém e ocontrolo do funcionamento das caixas de retenção de gordurasdos estabelecimentos de restauração e afins, por viadocumental e presencial.

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se manter a verificação da qualidade da água na

rede de abastecimento para consumo humano, com base noPCQA e divulgar o primeiro relatório do controlo da qualidadeda água efectuado de 2005 a 2007;

• Pretende-se elaborar um plano de monitorização da qualidadedo ar e do ruído nas áreas portuárias operacionais, a fimde determinar o impacto da actividade nas zonas urbanasenvolventes.

Relatório de Sustentabilidade’07

6.4.3 Ruído e qualidade do arA monitorização do ruído executada pela APL tem ocorridonas zonas sensíveis mais próximas das áreas de intervenção,quer no âmbito de estudos ambientais quer no decorrer dasobras que leva a efeito.Os trabalhos de medição sonora são efectuados em pontos(locais) previamente definidos, pretendendo-se verificarse a actividade ruidosa temporariamente desenvolvida, afectao bem-estar das populações vizinhas.Os trabalhos de monitorização do ruído mais recentemente desen-volvidos foram associados à dragagem do canal de Xabregase à obra de reabilitação e reforço dos cais entre Santa Apolóniae o Jardim do Tabaco, tendo-se concluído que, em qualquer doscasos (na última até à data, uma vez que a obra está em curso)as intervenções não provocaram acréscimo de incomodidade.A APL pretende estender a monitorização do ruído às áreasoperacionais e alargar o âmbito dos trabalhos à monitorizaçãoda qualidade do ar.

6.4.4 Obras na área de jurisdiçãoAs obras efectuadas na área de jurisdição do porto podem seralvo de Estudo de Impacto Ambiental (EIA), caso em que a APLvigia o cumprimento dos critérios estabelecidos, garantindoa aplicação em obra das boas práticas ambientais e ocumprimento da legislação ambiental em vigor. No caso emque o EIA não é obrigatório, a APL exige um plano de gestãoambiental que identifica os principais impactos, os quais sãoalvos de monitorização na obra.Em ambos os casos procede-se à medição em obra dos parâmetrosambientais mais significativamente afectados pela obra(por exemplo: ruído, qualidade da água, qualidade dos sedimentose arqueologia).

O acompanhamento das obras é feito com elevada periodicidade,de forma documental e presencial (reuniões de obra), esta-belecendo uma colaboração estreita entre a APL e o promotorda obra.Neste processo a APL transmite e envolve os fornecedoresnos seus princípios e critérios ambientais.

OBJECTIVOS PARA 2008• Pretende-se manter o acompanhamento ambiental regular

das empreitadas e obras de particulares em área sobjurisdição da APL;

• Pretende-se estabelecer um conjunto de critérios normativosdas boas práticas ambientais a implementar em obrae aplicável quer às obras promovidas pela APL quer às obrasde terceiros.

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6.4.5 Recolha de resíduos urbanos– limpeza urbana

A APL tem sob sua responsabilidade a gestão de ResíduosSólidos Urbanos (RSU) e a higiene pública na zona compreendidaentre Algés e a Matinha, de acordo com o seu Regulamentode Resíduos Sólidos Urbanos.

Para o efeito, disponibiliza aos utentes o seguinte equipamentode deposição de resíduos sólidos urbanos indiferenciados:• Papeleiras destinadas à deposição de pequenos resíduos

produzidos em espaços de lazer e zonas de acesso pedonal;• Contentores de 800 e 1.100 litros de capacidade, colocados

na via pública, nas imediações dos estabelecimentosou edifícios de serviços;

• Contentores de 6 a 30 m3 de capacidade com/sem sistemade compactação para apoio aos serviços.

Disponibiliza, ainda, em locais estratégicos, ecopontos destinadosa receber fracções valorizáveis de RSU (vidro e papel/cartão).Procede, também, à recolha de embalagens porta a porta,quando requerido.

Estão, ainda, integradas na remoção de RSU levada a cabo pelaAPL, a limpeza e remoção de resíduos sólidos em arruamentos,passeios, terraplenos, cais e docas.

Os resíduos indiferenciados, recolhidos por operador devidamentelicenciado, são enviados para destino final na centralde incineração (VALORSUL) ou para aterro sanitário (CITRI),quando se trata de resíduos industriais banais.

Para optimização do processo, a APL dispõe de uma Estaçãode Transferência de Resíduos Sólidos localizada junto à Docado Poço do Bispo, onde centraliza os resíduos recolhidosnos diferentes circuitos e procede à triagem dos materiaisvalorizáveis antes do seu envio para destino final.

OBJECTIVOS PARA 2008• Maior implementação de ilhas ecológicas para que os utili-

zadores do porto possam fazer uma separação diferenciadados resíduos.

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RSU Limpeza Urbana Quantidade (ton) Destino

Indiferenciados 4 582,30 Incineração/Deposição em aterro

Orgânicos 24,00 Compostagem

Vidro 72,00 Armazenagem temporáriapara posterior operação

de valorização

Papel 48,00 Armazenagem temporáriapara posterior operação

de valorização

Total 4726,30

Produção e destino dos resíduos da limpeza urbana, 2007

7. APLno Presente

Relatório de Sustentabilidade’07

7.1 Descrição da empresa

O porto de Lisboa é gerido pela Administração do Portode Lisboa, SA, uma sociedade anónima de capitais públicos quetem jurisdição na maior parte do estuário do Tejo e suas margens.Sendo um porto natural, situado no vasto estuário do Tejo,numa bacia líquida de 32.000 ha, abrigada e profunda, as suascaracterísticas oferecem as melhores condições de navegaçãotanto aos navios de grande porte, nomeadamente os trans-oceânicos, como a qualquer modalidade do desporto náutico.O posicionamento geostratégico da costa portuguesa,no cruzamento das principais rotas marítimas do comérciointernacional e na primeira frente Atlântica da Europa, abrepossibilidades de captação de tráfegos transatlânticos directos,o que exige terminais com fundos elevados, situação que é rara,mas que se verifica no porto de Lisboa.Integrado na rede transeuropeia de transportes, o porto concilianos seus domínios uma importante infra-estrutura logísticamultimodal que lhe confere a vantagem de ser o “portode encontro” entre os meios de transporte marítimo, ferroviárioe rodoviário.As actividades portuárias desenvolvem-se em ambas as margensdo rio. Na margem norte está concentrada, em três terminais,a movimentação de carga contentorizada, RO-RO e a maioriada carga fraccionada e tráfego de cruzeiros. Na margem sulestão localizados diversos terminais especializados nos granéislíquidos e sólidos.As quatro docas de recreio, que se situam na margem nortedo rio Tejo – doca de Alcântara, doca de Santo Amaro, docade Belém e doca do Bom Sucesso – têm capacidade para maisde 1100 embarcações.O porto está equipado com três terminais de cruzeiros –Terminal de Alcântara, Terminal da Rocha Conde de Óbidose Terminal de Santa Apolónia –, todos eles situados na margemnorte do rio Tejo, ladeando o centro histórico e culturalde Lisboa, o que se revela como vantagem única para os turistasque visitam a cidade.

Áreas de negócio e actividadesindependentes do porto:

• Contentores;• Granéis (sólidos e líquidos);• RO-RO;• Carga geral fraccionada;• Cruzeiros;• Tráfego local;• Náutica de recreio;• Exploração de património;• Pilotagem;• Uso de equipamento;• Armazenagem;• Fornecimentos diversos (água /energia /autorizações

marítimo-turísticas/ recolha de resíduos);• Outras.

91

92

Localização dos terminais de cruzeiros do porto de Lisboa (existentes e previsto)

Rocha C. Óbidos Sta. Apolónia

Vila Franca de Xira

Estuário do Tejo

Lisboa

Oeiras

Loures

Almada

Alcântara

Relatório de Sustentabilidade’07

7.2 Competências, áreade jurisdição e património

7.2.1 CompetênciasA APL concluiu a sua transformação num modelo de autoridadeportuária do tipo Landlord Port graças ao desenvolvimento,nos últimos anos, de um programa de concessões a operadoresprivados da generalidade das actividades portuárias. Hoje a APLdedica-se à gestão dominial e ao exercício de outras funçõesde coordenação, facilitação e promoção essenciais paraa manutenção e melhoria dos níveis competitivos do portoe dos parceiros da comunidade portuária de Lisboa.

O que é um landlord port?

Com o crescimento da privatização dos portos, a participaçãodo sector privado na operacionalização das actividadesportuárias aumentou substancialmente nos últimos anos.Isto resultou numa mudança radical no modelo de organizaçãodos portos, que passaram do modelo Service Port para o modeloLandlord Port, onde a autoridade portuária gere a infra-estruturaportuária e as funções regulatórias, enquanto que os serviçosportuários são fornecidos pelos operadores privados.

As atribuições da APL residem no estatuto orgânico fixadono Decreto-Lei n.º 336/1998, de 3 de Novembro, e a ela estãocometidas as seguintes e principais atribuições:

“A APL, SA assegurará o exercício das competênciasnecessárias ao regular funcionamento do porto deLisboa nos seus múltiplos aspectos de ordem económica,financeira e patrimonial, de gestão de efectivos e deexploração portuária e ainda as actividades que lhesejam complementares, subsidiárias ou acessórias,no mesmo âmbito e nos mesmos termos que vinhama ser observados pela Administração do Porto de Lisboa.”

As competências da APL são:• Assegurar o regular funcionamento do porto de Lisboa nos

seus múltiplos aspectos de ordem económica, financeirae patrimonial, de gestão de efectivos e de exploração portuáriae ainda as actividades que lhe sejam complementares,subsidiárias ou acessórias;

• Atribuição de usos privativos e definição do respectivointeresse público para efeitos de concessão, relativamenteaos bens do domínio público que lhe está afecto, bem comoà prática de todos os actos respeitantes à execução,modificação e extinção da licença ou concessão;

• Licenciamento de actividades portuárias de exercíciocondicionado e concessão de serviços públicos portuários,podendo praticar todos os actos necessários à atribuição,execução, modificação e extinção da licença ou concessão,nos termos da legislação aplicável;

• Expropriação por utilidade pública, ocupação de terrenos,implantação de traçados e exercício de servidõesadministrativas necessárias à expansão ou desenvolvimentoportuários, nos termos legais;

• Fixação das taxas a cobrar pela utilização dos portos,dos serviços neles prestados e pela ocupação de espaçosdominiais ou destinados a actividades comerciaisou industriais;

• Protecção das suas instalações e do seu pessoal;• Uso público dos serviços inerentes à actividade portuária

e sua fiscalização (Decreto-Lei n.º 336/98, de 3 de Novembro,art.º 3.º, n.ºs 1 e 2);

• Assunção da responsabilidade em matéria de segurançamarítima e portuária na sua área de jurisdição, definindoas condições de segurança de funcionamento do porto,em todas as suas vertentes, tendo em atenção a necessidadede garantir, de forma adequada, a sua exploração comercial(Decreto-Lei n.º 46/2002, de 2 de Março, art.º 5.º, n.º 1).

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7.2.2 Área de jurisdiçãoA área de jurisdição da APL é definida pelo art.º 7.º do Decreto-Lei336/98 de 3 de Novembro.Na sua vertente terrestre abrange 11 concelhos: Oeiras, Lisboa,Loures, Vila Franca de Xira, Benavente, Alcochete, Montijo,Moita, Barreiro, Seixal e Almada, estendendo-se por 110 kmribeirinhos.Na sua vertente marítimo-fluvial abarca uma superfíciede 32500 ha tendo como limites, a jusante, o alinhamentodas Torres de São Julião e Bugio e a montante, a ponte de VilaFranca de Xira.Abrange o leito de rio, e salvo algumas excepções, 50mde largura da margem das águas do mar e das águas navegáveisou flutuáveis.

7.2.3 PatrimónioPertencem ao domínio público do Estado afecto à APL osterrenos, terraplenos e obras marítimas situados dentro da áreade jurisdição da Administração do Porto de Lisboa e ainda osbens afectos à actividade da pesca, serviços de primeira vendade pescado e actividades conexas.Consideram-se integrados na esfera patrimonial da APL os bensimóveis adquiridos ou edificados pela Administração do Portode Lisboa e, bem assim, aqueles que, por título bastante, tenhamrevertido a seu favor ou lhe tenham sido definitivamentecedidos, mesmo que identificados ou inscritos como domínio doEstado ou omissos quer na matriz, quer nos registos prediais.

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Área de jurisdição terrestre da APL

Lisboa

Almada

Seixal

Barreiro Moita Montijo

Alcochete

Benavente

LouresOeiras Vila Franca de Xira

Estuário do Tejo

Frentes terrestrescom vocação portuária

Frentes para “Porto”

Frentes para recreio náutico

Frentes terrestressem vocação portuária

Frentes com vocação urbana

Frentes com vocaçãolúdica/recreativa

Frentes com vocação natural

Relatório de Sustentabilidade’07

7.3 Estrutura de governação

7.3.1 Enquadramento legal– estatuto orgânicoO Decreto-lei n.º 336/98, de 3 de Novembro, que determinoua transformação da APL de instituto público em sociedadeanónima de capitais exclusivamente públicos, consagraas normas que regulamentam a actividade da empresae os estatutos pelos quais se rege, estabelecendo o seguinte:

“2 — A APL, S. A., rege-se pelo presente diploma e pelosseus estatutos, publicados em anexo ao presentediploma, do qual fazem parte integrante, e, em tudoque neles não estiver previsto, pelas normas aplicáveisàs sociedades anónimas e pelas normas especiais cujaaplicação decorra do objecto da sociedade.3 — A actuação da APL, S. A., no uso dos poderes deautoridade referidos no presente diploma, rege-se pornormas de direito público.”

7.3.2 Organização internae estrutura orgânicaA organização consagrada para a APL tem como pressupostoessencial a criação de uma matriz gestionária, de basedescentralizada, participativa mas responsabilizante quepermita uma clarificação inequívoca e plenamente percebidae assumida dos negócios da empresa, assegurando umasustentável situação operacional e económico-financeirae um posicionamento transparente no nosso relacionamentocom os mercados, com os seus diversos agentes e comas autoridades, sobretudo as de cariz Municipal. A empresaencontra-se estruturada da seguinte forma:

• Órgãos de apoio ao Conselho de Administraçãoou que, pela natureza das suas funções, devem terum relacionamento mais imediato com o Conselho:- Assessorias - Planeamento e Controlo de Gestão -Marketing – Secretaria-Geral (incluído o Gabinete Jurídico).

• Órgãos de actividades complementares e funda-mentais ao funcionamento dos negócios da empresa:- Economia e Finanças;- Recursos Humanos;- Informática e Comunicações.

• Órgãos de cujas actividades resulta o cumprimentodos objectivos estatutários da empresa:- Negócio Portuário;- Património e Obras;- Segurança e Ambiente.

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Conselho de Administração

AssessoriasPlaneamento

e Controlo de Gestão

Marketing Secretaria Geral

Economia e Finanças Negócio Portuário Património e Obras Segurança e Ambiente

Recursos Humanos

Informática e Comunicações

Organigrama da APLMacroestrutura

7.3.3 Modelo de governo e membrosdos órgãos sociaisA APL, S.A., tem como órgãos sociais a Assembleia-Geral,o Conselho de Administração e o fiscal único, com as compe-tências fixadas na lei e nos Estatutos (Decreto-lei n.º 336/98,de 3 de Novembro, com as alterações introduzidas pelosDecretos-leis n.ºs 46/2002 de 2 de Março e 334/2001,de 24 de Dezembro.

a) Assembleia-GeralNos termos do referido estatuto, e no que se refere à partici-pação na Assembleia-Geral, as normas aplicáveis à APL, S.A.determinam o seguinte:

“3 - O Estado é representado (…) pela pessoa (…)designada em despacho conjunto do Ministrodas Finanças e do ministro responsável pelo sectorportuário. (…)6 – Os membros do Conselho de Administração e o fiscalúnico deverão estar presentes nas reuniões daAssembleia-Geral e poderão participar nos seus trabalhos,mas não terão, nessa qualidade, direito a voto.”

Os representantes do Estado na Assembleia-Geral sãoos seguintes:• Presidente da Mesa da Assembleia-geral – Associação

Industrial Portuguesa;• Secretária da Mesa da Assembleia-Geral - Teresa Isabel

Carvalho Costa.

b) O Conselho de Administração é composto porum presidente e dois vogais, com responsabilidadesnas diversas áreas de actuação, conforme se segue:• Presidente - Manuel Alcino Antunes Frasquilho

- Assessorias, Planeamento e Controlo de Gestão, Economiae Finanças, Negócio Portuário;

• Vogal - Daniel José de Freitas Esaguy- Património e Obras, Segurança e Ambiente;

• Vogal - Sandra Raquel Ribeiro de Magalhães Vilhena Ayres- Marketing, Secretaria-Geral, Recursos Humanos, Informáticae Comunicações.

c) Fiscal Único:• PricewaterhouseCoopers & Associados – Sociedade

de Revisores Oficiais de Contas, S.A. – representadapor Jorge Manuel Santos Costa como elemento efectivoe por José Manuel Henriques Bernardo como suplente.

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Relatório de Sustentabilidade’07

7.4 Movimentos no portode Lisboa

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Movimento de Mercadorias Segundo o Grupo(toneladas)

Mercadorias 2007 2006 Variação 2007 / 06

Carga geralFraccionada 489 434 536 940 -8,8%

Contentorizada 5 712 500 5 197 992 9,9%

Ro-Ro 4 883 4 678 4,4%

Sub-total 6 206 817 5 739 610 8,1%

Granéis sólidos Cereais, forragens e sementes oleaginosas 4 030 449 3 218 488 25,2%

Minérios 22 582 4 007 463,6%

Carvão 12 237 6 044 102,5%

Outros 1 540 669 1 827 289 -15,7%

Sub-total 5 605 937 5 055 828 10,9%

Granéis líquidos Produtos refinados 842 317 944 600 -10,8%

Gases liquefeitos 71 280 73 083 -2,5%

Outros 432 603 374 595 15,5%

Sub-total 1 346 200 1 392 278 -3,3%

Total 13 158 954 12 187 716 8,0%

Tráfego fluvial 778 921 518 066 50,4%

Movimento de Contentores nos Terminais(TEU)

Local 2007 2006 Variação 2007 / 06

Terminal de contentores de Santa Apolónia 216 311 200 377 8,0%

Terminal de ontentores de Alcântara 237 768 213 552 11,3%

Terminal Multipurpose de Lisboa 77 734 78 454 -0,9%

Outros 22 961 20 118 14,1%

Total 554 774 512 501 8,2%

Passageiros - Navegação Marítima(número)

2007 2006 Variação 2007 / 06

Embarcados 16 007 20 404 -21,5%

Desembarcados 15 703 20 564 -23,6%

Em trânsito 273 475 229 925 18,9%

Total 305 185 270 893 12,7%

7.5 Impacto económicono país

7.5.1 IntroduçãoSão vários os tipos de impactos económicos que a actividadede um porto provoca sobre a sua região envolvente: impactosdirectos, indirectos e induzidos.

“Os números divulgados anualmente mostram queo porto de Lisboa tem benefícios económicos elevadosnão só para a cidade, como para o País. Números quepoderão ser potenciados com o empenho em procurarsoluções para tornar o porto mais competitivo edinâmico, com o aumento do calado na entrada da barra,pela expansão do actual terminal de contentores deAlcântara ou pela criação de um novo terminal da maiorcapacidade”Rui Cruz, Administrador da SVITZER

98

Hinterland dos principais portos de movimento de carga contentorizadana Península Ibérica – Método de Reily

(Fonte: Containerisation International Yearbook, 1998)

BARCELONA

VALæNCIA

LEIXÍES

LISBOA

ALGECIRAS

BILBAU

VIGO

Relatório de Sustentabilidade’07

7.5.2 Impactos directosOs impactes directos compreendem os volumes de produto,salários, rendimentos, emprego e taxas e receitas fiscais geradopela autoridade portuária e pelas firmas que executamas actividades portuárias. Constituem o primeiro ciclo de efeitosdo porto sobre o sistema económico regional, e são medidos

directamente pelas características das entidades que constituema comunidade portuária no seu sentido mais alargado –autoridade portuária, empresas que executam serviços paraa autoridade portuária e empresas ligadas ao porto, incluindoas que movimentam carga no porto e as que desempenham outrasactividades que permitem ou facilitam essa movimentação.

99

Valor Económico Gerado

Impactos económicos directos

Valor Económico AcumuladoValor Económico Distribuido

Investimentosna Comunidade Pagamentos ao Governo

Pagamentos paraprovedores de capital

Salários e Benefíciosde Empregados Custos Operacionais

Valor económico gerado, distribuido e acumulado

(milhares de euros) 2007 2006 Variação 2007 / 06

Valor Económico Gerado 50 433 47 960 +5%

Receitas

Vendas + Prestações de Serviços 49 425 47 333 +4%

Investimentos Financeiros 971 620 +57%

Mais Valias em Venda de Activos 37 7 +429%

Valor Económico Distribuído 46 079 40 666 +13%

Custos operacionais 10 421 8 967 +16%

Pagamentos a fornecedores (inclui Royalties) - Saldo Final no Ano Anterior 2 237 1 380 +62%

Fornecimentos e Serviços de Terceiros 11 167 9 824 +14%

Saldo Final Ano Corrente -2 983 -2 237 +33%

Salários e benefícios de empregados 25 821 26 276 -2%

Custos com Pessoal 19 069 18 560 +3%

Benefícios Passados Pós-emprego (inclui Pensões, Pré-Reformas, Assistência Médica e Medicamentosa) 6 752 7 716 -12%

Pagamentos para provedores de capital 3 291 2 341 +41%

Pagamentos financeiros efectuados a Instituições Bancárias 3 291 2 341 +41%

Pagamentos ao Estado 4 886 2 847 +72%

IRS, IRC, Imposto de Selo, IVA a Pagar 4 886 2 847 +72%

Investimentos na comunidade 1 661 236 +604%

Investimentos 1 298 0

Donativos 66 114 -42%

Participações e patrocínios 297 122 +143%

Valor Económico Acumulado 4 354 7 294 -40%

7.5.3 Salários e benefícios paraempregadosAs remunerações incluem diuturnidades e todas as remuneraçõesacessórias pagas aos colaboradores. Todos os encargos como pessoal cresceram de 2006 para 2007.

Os colaboradores da APL contratados até 3 de Dezembrode 1998 usufruem do regime de obras sociais e culturaisda empresa. O pessoal técnico de pilotagem do ex-INPP,integrado na APL em Dezembro de 1998, mantém o benefíciode um seguro “Vida-Grupo” e um seguro de “AcidentesPessoais-Grupo”. Por outro lado, os colaboradores contratadosapós aquela data são inscritos na Segurança Social, usufruindodos direitos que este regime lhes oferece.

100

Renumerações dos colaboradores

2006 2007

Pensões

Encargos sociais,

culturais e formação

Renumerações directas

897

4 771

864

4 873

12 89113 331

Relatório de Sustentabilidade’07

7.5.4 Impactos indirectos e induzidosOs impactes indirectos são os que se verificam nos outrossectores industriais e de serviços do sistema económicoregional provocados pela actividade directa acima descrita.São o resultado da cadeia de relações intersectoriais existentesna região. As despesas directas com a actividade portuáriadas firmas e organizações do porto (adquirindo bens e serviços)implicam a actividade de outras empresas, o que gera maisdespesa e mais emprego. E a actividade dessas conduz aindaà criação de mais despesa e emprego, num ciclo de causalidadecumulativa, de efeitos indirectos, de importância cada vez menor,mas cujo volume total é possível de avaliar através do modelode entradas/saídas (input/output) regional.Os impactos induzidos constituem a terceira categoria de efeitos.Enquanto os primeiros efeitos – os directos e indirectos –derivam exclusivamente das relações que existem entre ossectores de produção, e são consequência das compras de bensintermédios e da prestação de serviços entre empresas,estes de que agora se trata, são a consequência do aumentode rendimento dos trabalhadores e outros agentes e que, pelavia do consumo privado, se traduzem numa série de aumentosde produção de bens e serviços.A tabela abaixo tem os resultados do estudo “Estudo de ImpactoSocioeconómico da APL ” coordenado pelo Dr. Jorge Gasparem 1998.

101

Impactos Económicos Impactos EconómicosIndirectos Induzidos

Número de empregos 8 232 15 192

Valor bruto da produção (milhões de euros) 891 1 544

Valor acrescentado bruto (milhões de euros) 377 575

Salários (milhões de euros) 124 149

Impostos (milhões de euros) 15 25

Estudo de impacto socioeconómico

(dados relativos ao ano de 1998)

8. Sobreeste Relatório

Relatório de Sustentabilidade’07

O presente relatório é o primeiro de uma série de Relatórios deSustentabilidade da APL- Administração do Porto de Lisboa, S.A.com periodicidade anual.A APL tem por objecto a administração do porto de Lisboa,visando a sua exploração económica, conservação e desenvol-vimento, abrangendo o exercício das competências e prerrogativasde autoridade portuária e de gestão das actividades dominiais,num modelo de Landlord Port.

• ÂmbitoEste relatório reporta-se ao ano de 2007. Foi incluída,sempre que a informação se encontrava disponível,a avaliação de indicadores dos anos anteriores, o quepermitiu uma análise da evolução ocorrida. Sendo o primeirorelatório da APL pretendeu-se divulgar não só o desempenhoem 2007 mas também o historial de contributos ao longoda sua existência em termos de responsabilidade social,estabelecendo objectivos a nível das suas responsabilidadesnas actividades portuária e dominial.

• Como foi elaboradoEste relatório foi elaborado com base nas directizes da GlobalReporting Initiative (versão 3.0). O seu conteúdo foi determi-nado tendo em conta princípios da materialidade, inclusãodos stakeholders, contexto da sustentabilidade e abrangência.A sua qualidade foi sujeita a uma análise interna dos conteúdostendo por base critérios de equilíbrio, comparabilidade,exactidão, periodicidade, clareza e fiabilidade.

• A quem se dirigeEste relatório dirige-se a todos os potenciais stakeholders.A sua realização teve por base o seu envolvimento, e a suaestrutura tem em conta os resultados da auscultação de todasas partes interessadas.

• Próximo relatórioO próximo relatório será publicado em 2009 e retrataráa evolução do desempenho da APL em 2008, nomeadamenteno que diz respeito ao alcance dos objectivos agoraestabelecidos.Pretende-se também que abranja a avaliação de um maiornúmero de indicadores do protocolo GRI, bem comoa avaliação mais extensiva dos impactos indirectos sobreos quais a APL tem influência.

• ContactosEm caso de dúvidas sobre este relatório, contactar:Comandante Eduardo dos Santos - [email protected]

103

9. Anexos

Relatório de Sustentabilidade’07

105

Perfil Localização ou Avaliação

1 ESTRATÉGIA E ANÁLISE

1.1 Declaração do Concelho de Administração Capítulo 1

1.2 Descrição dos principais impactos, riscos e oportunidades Capítulo 2.2

2 PERFIL ORGANIZACIONAL

2.1 Nome da organização Capítulo 7

2.2 Principais marcas, produtos e/ou serviços. Capítulo 7

2.3 Estrutura operacional da organização Capítulo 7.3

2.4 Localização da sede da organização. Lisboa

2.5 Número e nome de países em que a organização opera Portugal

2.6 Tipo e natureza jurídica da propriedade. Capítulo 7

2.7 Mercados atendidos (incluindo discriminação geográfica, sectores atendidos e tipos Capítulo 7de clientes/beneficiários).

2.8 Dimensão da organização Capítulo 7

2.9 Principais mudanças durante o período coberto pelo relatório n.a.

2.10 Prémios recebidos no período coberto pelo relatório. Prémio Green Award Port

3 PARÂMETROS PARA O RELATÓRIO

Perfil do Relatório3.1 Período coberto pelo relatório Capítulo 8

3.2 Data do relatório anterior mais recente n.a.

3.3 Ciclo de emissão de relatórios Capítulo 8

3.4 Contacto para questões Capítulo 8

Âmbito e Limite do Relatório3.5 Processo para a definição do conteúdo do relatório Capítulo 8

3.6 Limite do relatório Capítulo 8

3.7 Declaração sobre quaisquer limitações específicas quanto ao âmbito ou ao limite do relatório. Capítulo 8

3.8 Base para a elaboração do relatório no que se refere a joint ventures, subsidiárias, … n.a.

3.9 Técnicas de medição de dados e as bases de cálculos, incluindo hipóteses e técnicas Incluídas à medida que foram usadas.

3.10 Explicação das consequências de quaisquer reformulações de informações fornecidas n.a.em relatórios anteriores

3.11 Mudanças significativas em comparação com anos anteriores. n.a.

Sumário de Conteúdo do GRI3.12 Tabela que identifica a localização das informações no relatório Presente tabela

Verificação3.13 Política e prática actual relativa à busca de verificação externa para o relatório. Neste primeiro relatório não foi

procurada verificação externa.A mesma será considerada

no próximo relatório.

9.1 Tabelas GRI

106

4 GOVERNAÇÃO, COMPROMISSOS E ENVOLVIMENTO

Governação4.1 Estrutura de governação da organização Capítulo 7

4.2 Indicação caso o presidente do mais alto órgão de Governação também seja um director executivo Capítulo 7

4.3 Para organizações com uma estrutura de administração unitária, declaração do número de membros Capítulo 7independentes ou não-executivos do mais alto órgão de governação

4.4 Mecanismos para que accionistas e empregados façam recomendações ou dêem orientações Capítulo 7ao mais alto órgão de governação

4.5 Relação entre remuneração para membros do mais alto órgão de governação, directoria executiva A remuneração dos membros do maise demais executivos (incluindo acordos rescisórios) e o desempenho da organização alto órgão não está relacionada com(incluindo desempenho social e ambiental). o desempenho da organização.

4.6 Processos em vigor no mais alto órgão de governação para assegurar que conflitos de interesse Capítulo 7 sejam evitados.

4.7 Processo para determinação das qualificações e conhecimento dos membros do mais alto órgão Capítulo 7de Governação para definir a estratégia da organização para questões relacionadas a temaseconómicos, ambientais e sociais.

4.8 Declarações de missão e valores, códigos de conduta e princípios internos relevantes Capítulo 7para o desempenhoeconómico, ambiental e social, assim como o estágio de sua implementação.

4.9 Procedimentos do mais alto órgão de governação para supervisionar a identificação e gestão Capítulo 7por parte da organização do desempenho económico, ambiental e social,

4.10 Processos para a auto-avaliação do desempenho do mais alto órgão de Governação, especialmente Capítulo 7com respeito ao desempenho económico, ambiental e social.

Compromissos com Iniciativas Externas4.11 Explicação se e como a organização aplica o princípio da precaução. Em discussão.

4.12 Cartas, princípios ou outras iniciativas desenvolvidas externamente de carácter económico, Charter for Sustainable Developmentambiental e social que a organização subscreve ou endossa of Port Cities - International

Association Cities and Ports

4.13 Participação em associações (como federações de indústrias) e/ou organismos Comunidade Portuária de Lisboa;nacionais/ internacionais de defesa, a nível de organização. International Association Cities

and Ports; European Sea PortsOrganization; BCSD Portugal

Envolvimento dos Stakeholders4.14 Relação de grupos de stakeholders envolvidos pela organização. Capítulo 3

4.15 Base para a identificação e selecção de stakeholders Capítulo 3

4.16 Formas e frequência do envolvimento dos stakeholders, por tipo e por grupos de stakeholders Capítulo 3

4.17 Principais temas e preocupações que foram levantados pelos stakeholders Capítulo 3e que medidas a organização tem adoptado para tratá-los.

Relatório de Sustentabilidade’07

107

Indicadores de Desempenho Essencial/ Localização ou AvaliaçãoAcessório

DESEMPENHO ECONÓMICO

EC1 Valor económico directo gerado e distribuído. E Capítulo 7

EC2 Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as actividades E Capítulo 7da organização devido a mudanças climáticas.

EC3 Cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício definido E Capítulo 7que a organização oferece.

EC4 Ajuda financeira significativa recebida do governo. E n.d

EC5 Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao salário mínimo local A n.d.em unidades operacionais importantes.

EC6 Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores locais em unidades E n.d.operacionais Importantes.

EC7 Procedimentos para contratação local e proporção de membros de alta gerência E Todos os membros de alta gerênciarecrutados na comunidade local em unidades operacionais importantes. são contratados localmente.

EC8 Desenvolvimento e impacto de investimentos em infra-estrutura e serviços oferecidos, E Capítulo 7principalmente para benefício público, por meio de engajamento comercial,em espécie ou actividades pro bono.

EC9 Identificação e descrição de impactos económicos indirectos significativos, A Capítulo 7incluindo a extensão dos impactos.

DESEMPENHO AMBIENTAL

EN1 Materiais usados por peso ou volume. E Capítulo 3.1

EN2 Percentagem dos materiais usados provenientes de reciclagem. E Não significativo

EN3 Consumo de energia directa discriminado por fonte de energia primária. E Capítulo 3.1

EN4 Consumo de energia indirecta discriminado por fonte primária. E Capítulo 3.1

EN5 Energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência. A n.a.

EN6 Iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, E Em desenvolvimentoou que usem energia gerada por recursos renováveis,e a redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas.

EN7 Iniciativas para reduzir o consumo de energia indirecta e as reduções obtidas. E Em desenvolvimento

EN8 Total de retirada de água por fonte. E Capítulo 6.4.2

EN9 Fontes hídricas significativamente afectadas por retirada de água. A n.d.

EN10 Percentagem e volume total de água reciclada e reutilizada. A n.a. Projecto para edifício novo incluiaproveitamento da água das chuvas.

EN11 Localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas E Área total sob jurisdição da APL:protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade fora das cerca de 329 km2; Área da RNET emáreas Protegidas jurisdição da APL: cerca de 99 km2

Área da ZPE em jurisdição da APL:cerca de 184 km2 (Inclui jurisdição em

terra e no estuário. Foram excluídosos mouchões em todos os casos)

EN12 Descrição de impactos significativos na biodiversidade de actividades, produtos E n.d.e serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora dasáreas protegidas.

EN13 Habitats protegidos ou restaurados. A Ver EN 11

EN14 Estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na biodiversidade. A n.d.

EN15 Número de espécies na Lista Vermelha da IUCN e em listas nacionais E A APL tem na sua área de jurisdiçãode conservação com habitats em áreas afectadas por operações, várias espécies de interesse.discriminadas pelo nível de risco de extinção. Estudo exaustivo disponibilizado no site.

EN16 Total de emissões directas e indirectas de gases de efeito estufa, por peso. E Estudo em desenvolvimentopara o ano 2007.

EN17 Outras emissões indirectas relevantes de gases de efeito estufa, por peso. A Em desenvolvimento.

EN18 Iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as reduções obtidas. E n.a.

EN19 Emissões de substâncias destruidoras da camada de ozono, por peso. E n.a.

EN20 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso. E n.d.

108

Investimentos feitos em Monitorização Ambiental

Datas/Informações Projecto Tipo de Trabalho N.º de amostras Custo (¤)

De Outubro de 2005 Estabelecimento do Canal de acesso Caracterização de Sedimentos 28 76 285,00a Março de 2006 ao Terminal Multimodal de Xabregas

De Fevereiro de 2006 Qualidade da Água 128 57 805,28a Dezembro de 2006

De Setembro de 2005 Monitorização do Ruído 3 (Pontos 3 450,00a Março de 2006 de medição)

De Dezembro de 2005 Acompanhamento Arqueológico N.A. 7 491,67a Julho de 2006

De Dezembro de 2004 Caracterização de Sedimentos no Estuário Caracterização de Sedimentos 177 185 622,00a Setembro de 2007 do Tejo nas zonas sujeitas às dragagens

de manutenção de fundos promovidaspela APL, SA. (Global)

De Outubro de 2005 Definição e Regularização do canal Caracterização de Sedimentos 5 21 654,70a Setembro de 2006 navegável da Cala das Barcas

De Outubro de 2006 Doca de Pedrouços Caracterização de Sedimentos 43 93 350,00a Novembro de 2007

De Janeiro de 2007 Acompanhamento Arqueológico N.A. 19 950,00a Outubro de 2007

De Janeiro de 2007 Reabilitação e reforço dos Cais entre Caracterização de Sedimentos 18 39 563,00a Outubro de 2007 Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco

EN21 Descarga total de água, por qualidade e destino. E A APL não tem capacidade dequantificar as descargas de águasresiduais provenientes dos seus

concessionários. Esta a trabalhar coma SIMTEJO, no sentido de cadastraras infra-estruturas existentes e de

estimar a produção de águas residuais.

EN22 Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição E Em desenvolvimento.

EN23 Número e volume total de derrames significativos. E Em desenvolvimento.

EN24 ad Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados A n.a.perigosos nos termos da Convenção da Basileia

EN25 ad Identificação, tamanho, status de protecção e índice de biodiversidade de corpos A Em desenvolvimento.de água e habitats relacionados significativamente afectados por descarga de águae drenagem realizados pela organização relatora.

EN26 Iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a extensão E Todas as boas práticas ambientaisda redução desses impactos. descritas nos capítulos 4 e 5

se podem incluir neste descritor.

EN27 Percentagem de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total E n.a.de produtos vendidos, por categoria de produto.

EN28 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não-monetárias E Processo de contra-ordenação noresultantes da não-conformidade com leis e regulamentos ambientais. MAOTDR contra a APL, no qual é acusada

da prática da infracção p.p. pelo n.º 1 doartigo 18.º e alínea d) do n.º 2 do artigo 34.ºdo DL n.º 78/04, de 3 de Abril, conjugadopela Portaria n.º 80/2006, de 23 de Janeiro,

isto é, violação de realização doautocontrolo das emissões sujeitas a VLE.

EN29 ad Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais E Em discussão.utilizados nas operações da organização, bem como do transporte de trabalhadores.

EN30 ad Total de investimentos e gastos em protecção ambiental, por tipo. A Tabela em Anexo

Relatório de Sustentabilidade’07

109

Outros Investimentos Ambientais em 2007Valor do contrato/ Custos Pagos

Orçamento em 2007

Estudo de Impacte Ambiental para as Obras Marítimas da Doca de Pedrouços 38 400 ¤ 15 360 ¤

Medidas Ambientais para a Reabilitação e Reforço dos Cais entre Santa Apolónia e o Terreiro do Trigo 30 715 ¤ 300 ¤

Estudo para calibração e previsão da agitação marítima nas barras 54 500 ¤ 29 900 ¤

Aquisição da bóia ondógrafo 77 210 ¤ 77 210 ¤

Investimentos com ondógrafos 2 220,38 ¤

Protocolo IH/APL 31 000 ¤ 28 552 ¤

Levantamentos hidrográficos diversos 15 000 ¤ 17 350 ¤

Indicadores de Desempenho Essencial/ Localização ou AvaliaçãoAcessório

DESEMPENHO SOCIALDesempenho em matéria de Práticas de Trabalho e Trabalho Digno

LA1 Total de trabalhadores, por tipo de emprego, contrato de trabalho e região E Capítulo 3

LA2 Número total e taxa de rotatividade de empregados, por faixa etária, género e região E Capítulo 3

LA3 Benefícios oferecidos a empregados a tempo integral que são oferecidos a empregados A Capítulo 3temporários ou em regime de meio período, discriminados pelas principais operações

LA4 Percentagem de empregados abrangidos por acordos de negociação colectiva E Capítulo 3

LA5 Prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais, E Capítulo 3incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação Colectiva

LA6 Percentagem dos empregados representados em comités formais de segurança A Capítulo 3e saúde, compostos por gestores e por trabalhadores, que ajudam na monitorizaçãoe aconselhamento sobre programas de segurança e saúde ocupacional

LA7 Taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo e óbitos E Capítulo 3 relacionados ao trabalho, por região

LA8 Programas de educação, formação, aconselhamento, prevenção e controle de risco E Capítulo 3para assistir a empregados, seus familiares ou membros da comunidade,em relação a doenças graves.

LA9 Temas relativos a segurança e saúde cobertos por acordos formais com sindicatos A Capítulo 3

LA10 Média de horas de formação por ano, por funcionário, discriminadas por categoria funcional E Capítulo 3

LA11 Programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apoiam A Capítulo 3a continuidade da empregabilidade dos funcionários e para gerir o fim da carreira

LA12 Percentagem de empregados que recebem regularmente análises de desempenho A Capítulo 3e de desenvolvimento de carreira

LA13 Composição dos grupos responsáveis pela governação corporativa e discriminação E Capítulo 3de empregados por categoria, de acordo com género, faixa etária, minorias e outrosindicadores de diversidade

LA14 Proporção de salário base entre homens e mulheres, por categoria funcional E n.d.

DESEMPENHO SOCIALDireitos Humanos

HR 1 Percentagem e número total de contratos de investimentos significativos que incluam E n.a.cláusulas referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliaçõesreferentes a direitos humanos

HR 2 Percentagem de empresas contratadas e fornecedores críticos que foram E n.a.submetidos a avaliações referentes a direitos humanos e as medidas tomadas

HR 3 Total de horas de formação para empregados em políticas e procedimentos A n.a.relativos a aspectos de direitos humanos relevantes para as operações,incluindo a percentagem de empregados que recebeu formação

HR 4 Número total de casos de discriminação e as medidas tomadas E Capítulo 3

HR 5 Operações identificadas em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação E Não existemcolectiva pode correr risco significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito

HR 6 Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho E Não existem infantil e as medidas tomadas para contribuir para a abolição do trabalho infantil

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HR 7 Operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho E Não existemforçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas para contribuirpara a erradicação do trabalho forçado ou análogo ao escravo

HR 8 Percentagem do pessoal de segurança submetido a formação nas políticas A n.d.ou procedimentos da organização relativos a aspectos de direitos humanos

HR 9 Número total de casos de violação de direitos dos povos indígenas e medidas tomadas A Não existem

DESEMPENHO SOCIALSociedade

SO1 Natureza, âmbito e eficácia de quaisquer programas e práticas para avaliar e gerir E n.a.os impactos das operações nas comunidades, incluindo a entrada, operação e saída

SO2 Percentagem e número total de unidades de negócios submetidas a avaliações E n.a. de riscos relacionados a corrupção

SO3 Percentagem de empregados formados nas políticas e procedimentos E n.a.anticorrupção da organização

SO4 Medidas tomadas em resposta a casos de corrupção E n.a.

SO5 Posições quanto a políticas públicas e participação na elaboração de políticas públicas e lobbies E n.a.

SO6 Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos políticos, A Não existempolíticos ou instituições relacionadas, discriminadas por País

SO7 Número total de acções judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio A Não existeme seus resultados

SO8 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não-monetárias E Não existemresultantes da não-conformidade com leis e regulamentos

DESEMPENHO SOCIALResponsabilidade pelo Produto

PR1 Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança E Capítulo 4são avaliados visando melhoria, e o percentagem de produtos e serviços sujeitosa esses Procedimentos

PR2 Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários A Não existemrelacionados aos impactos causados por produtos e serviços na saúde e segurançadurante o ciclo de vida, discriminados por tipo de resultado

PR3 Tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por procedimentos de rotulagem, E n.a.e a percentagem de produtos e serviços sujeitos a tais exigências

PR4 Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários A Não existemrelacionados a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipode resultado

PR5 Práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de pesquisas A n.a.que medem essa satisfação

PR6 Programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários relacionados a comunicações E n.a.de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio

PR7 Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários A n.a.relativos a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio,discriminados por tipo de resultado

PR8 Número total de reclamações comprovadas relativas a violação de privacidade e perda A n.a.de dados de clientes

PR9 Valor monetário de multas (significativas) por não-conformidade com leis e regulamentos E n.a.relativos ao fornecimento e uso de produtos e serviços

NA - Não se aplicaND - Não desenvolvido

Relatório de Sustentabilidade’07

9.2 Glossário

• Acidente de Trabalho – Acidente que se verifica no locale no tempo de trabalho e produz directa ou indirectamentelesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resultea morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

• Biodiversidade – Diversidade biológica de um habitat,estimada a partir do número de espécies animal e/ou vegetalque o habitam.

• Desenvolvimento Sustentável – Desenvolvimentoque satisfaz as necessidades presentes, sem comprometera qualidade de vida das gerações futuras. (Fonte:The Brundtland Report, UN World Commission on Environmentand Development, 1987.)

• Gases com efeito de estufa – gases que contribuem parao aquecimento do planeta, e cuja crescente concentraçãoestá a provocar alterações climáticas.

• Discriminação – Tratamento diferenciado dado aosindivíduos na contratação, remuneração, acesso à formação,promoção ou reforma, baseado na raça, casta, nacionalidade,religião, deficiência, género, idade, orientação sexual, afiliaçãosindical ou política. (Fonte: Norma SA8000:2001.)

• Ecossistema – Relação entre uma comunidade de espéciesvivas e de um ambiente físico que fornece água, ar e outroselementos necessários para viver.

• Focus Group – técnica de pesquisa qualitativa na qualse avalia a atitude de um grupo de pessoas relativamentea um produto, serviço, empresa ou conceito.

• Global Reporting Initiative – iniciativa internacionalem que participam empresas, ONG’s, gabinetes de consultorese universidades, interessados em elaborar um quadrode regras destinadas às empresas preocupadas como Desenvolvimento Sustentável. O objectivo do GRI é definirlinhas directivas para ajudar as empresas a desenvolveremrelatórios de Responsabilidade Social que apresentemo impacto económico, social e ambiental das suas actividades,produtos e serviços.

• Índice de rotatividade (Turnover) – Rácio entre a médiade entradas e saídas para o quadro de efectivos e o númerototal destes.

• Landlord port – modelo de gestão na qual a autoridadeportuária gere a infra-estrutura portuária e as funçõesregulatórias, enquanto que os serviços portuários sãofornecidos pelos operadores privados.

• Stakeholder – Termo inglês, frequentemente utilizadonum contexto de Responsabilidade Social, representa todasas partes envolvidas/intervenientes na produção da empresae todos aqueles sobre os quais ela tem de alguma formauma repercussão. São todos os “actores” da empresa(colaboradores, clientes, fornecedores, accionistas,administradores), os “observadores” (o Estado, os sindicados,as instituições, os media) e a sociedade civil (colectividadese associações da região onde está implantada a Empresa).

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