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C114_C115 relatório e parecer da comissão de fiscalização (exercício de 2003)

relatório e parecer da comissão de fiscalização (exercício ... · passageiros e uma diminuição de 3,0% na receita estatística de mercadorias. - Houve uma evolução negativa

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I - INTRODUÇÃO

Em cumprimento das funções que lhe estão consignadas na Lei e nos Estatutos, a Comissão de Fiscalizaçãoda CP - Caminhos de Ferro Portugueses, EP elaborou o presente Relatório e Parecer, sobre o Relatórioe Contas relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2003, que lhe foram apresentados peloConselho de Gerência para apreciação.

Os Estatutos da CP, anexos ao Decreto-Lei nº. 109/77, de 25 de Março, ainda não foram adaptados aoregime definido no capítulo III do Decreto-Lei nº. 558/99, de 17 de Dezembro, nos termos do artigo 35.ºdeste diploma.

Como facto relevante ocorrido em 2003, destaca-se o Acordo entre a CP e a REFER, quanto à Taxa deUtilização da Infra-Estrutura Ferroviária, referente aos anos de 1999 a 2002, pondo, assim, termo a umdiferendo que se arrastava desde o início em que a mesma Taxa se tornou devida (1999) e permitindotambém lançar as bases necessárias para o bom entendimento futuro nesta matéria.

II - ACTIVIDADE DA COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO

A Comissão de Fiscalização reuniu ordinariamente pelo menos uma vez por mês, tendo elaborado osRelatórios Trimestrais a que está obrigada, nos termos da lei e dos estatutos, os quais foram enviadosàs respectivas entidades destinatárias.

No decorrer do exercício de 2003, a Comissão de Fiscalização acompanhou a gestão da Empresa atravésde reuniões e contactos com o Conselho de Gerência, bem como com outros responsáveis Directivos ede Serviços, tendo sido solicitados e obtidos os esclarecimentos necessários.

Foram analisadas as actas das reuniões daquele Conselho, tendo sido obtida e examinada a documentaçãode suporte das decisões tomadas.

Foram também analisados os Instrumentos Previsionais de Gestão para 2003 e acompanhada a execuçãodos Orçamentos de Tesouraria, Exploração e Investimentos.

Os processamentos contabilísticos foram examinados pelo Revisor Oficial de Contas, Vogal desta Comissão,o qual à luz do enquadramento legal estabelecido pelo Decreto-Lei nº 558/99, de 17 de Dezembro, emitiua competente Certificação Legal das Contas, referente ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2003,a qual contém a reserva e as ênfases que foram consideradas apropriadas pelo mesmo. A Comissão deFiscalização teve ainda acesso ao parecer sobre as demonstrações financeiras de 2003 dos AuditoresExternos contratados pela CP.

III – ACTIVIDADE DA EMPRESA

1. O Relatório Anual de Gestão, apresentado pelo Conselho de Gerência da CP, refere com suficienteclareza a forma como decorreu a actividade da Empresa durante o exercício de 2003. O Conselho deGerência propõe que os Resultados Líquidos do Exercício de € 247.125.918 euros negativos, sejamtransferidos para a conta de Resultados Transitados.

2. Gostaríamos, no entanto, de realçar os seguintes aspectos:- Os indicadores dos tráfegos referidos no Relatório do Conselho de Gerência, mostram um aumento de1,1% na receita estatística global, ao qual correspondeu um aumento de 3,2% na receita estatística depassageiros e uma diminuição de 3,0% na receita estatística de mercadorias.

- Houve uma evolução negativa de 4,3% em unidades de tráfego (UK), acompanhada de evoluçõesnegativas em passageiros quilómetro e toneladas quilómetro, mas uma melhoria de 1,1% na produtividadedo pessoal (UK/efectivo médio).

- No tráfego de passageiros houve uma diminuição de 2,6% nos passageiros transportados (P) e de 3,4%nos passageiros quilómetro (PK), mas um aumento de 3,2% na receita estatística. A estrutura do tráfegode passageiros manteve a mesma característica de domínio, embora ligeiro, do tráfego suburbanorelativamente ao médio e longo curso.

- No tráfego de mercadorias houve uma diminuição de 6,1% e 5,7%, respectivamente nas toneladastransportadas (T) e nas toneladas quilómetro (TK), acompanhada também de uma diminuição de 3,0%da receita estatística. Neste tráfego continuam a predominar os transportes de cimento, carvão, contentores,pedras e madeiras, os quais em 2003 representaram um peso de cerca de 70% da receita líquida.

- O índice de estrutura de tráfego (PK/UK) manteve o predomínio dos passageiros, que representaram61,5% do tráfego.

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- Estes indicadores dos tráfegos só ao nível da receita global mostram uma evolução ligeiramente positiva,pois em todos os outros indicadores revelam uma evolução global negativa, com maior quebra no tráfegode mercadorias.

IV - ANÁLISE DAS CONTAS

1. Na sequência do referido Acordo celebrado com a REFER, em 13 de Março de 2003, relativamente àtaxa de utilização da infra-estrutura ferroviária, procedeu-se à regularização de algumas situações pendentesde resolução. No entanto, persistem ainda divergências entre os saldos da respectiva conta-corrente,evidenciados pelas contabilidades das duas empresas, em 31/12/2003, cujos montantes ascendem a18,1 milhões de euros na CP e 108,9 milhões de euros na REFER, sendo esta situação objecto de reservana Certificação Legal das Contas emitida pelo ROC, membro desta Comissão.

2. A situação económica e financeira da Empresa continua a apresentar-se bastante desequilibrada:Passivo (2.595.791 milhares de euros) superior ao Activo (1.622.920 milhares de euros), o que conduz aum Capital Próprio negativo de 972.871 milhares de euros, o qual incorpora resultados transitados negativosno valor de 2.949.142 milhares de euros e um resultado líquido do exercício de 2003 negativo no valorde 247.126 milhares de euros;

dependência da contínua renovação e contracção de empréstimos (em 31/12/2003 ascendem a cercade 2140 milhões de euros), o que tem sido possível assegurar, dado o seu estatuto de Empresa Pública,não obstante a evidência de capitais próprios negativos;

persistência de resultados operacionais negativos e resultados líquidos negativos muito elevados.

3. A principal rubrica de custos (Custos com pessoal) aumentou cerca de 3,5%, apesar da diminuiçãode cerca de 7% verificada no número de efectivo, o que se ficou a dever essencialmente aos encargoscom indemnizações ao pessoal por rescisões de contratos de trabalho por mútuo acordo, que ascendema 13,4 milhões de euros em 2003 e 9 milhões de euros em 2002. Retirando este efeito, os Custos compessoal aumentam 0,7% em 2003. Os Custos com pessoal e as “Remunerações”, por efectivo médio acargo da CP, aumentaram 9,3% e 5,2%, respectivamente.

4. Em 2003 verificou-se o maior número de saídas de pessoal por rescisão de contratos de trabalho pormútuo acordo (393 trabalhadores), tendo já saído nos últimos cinco anos 2.275 trabalhadores, dos quais1221 por rescisão de contratos e 981 por reformas. O pessoal saído nesse período por mútuo acordotem a antiguidade média de 31,2 anos e a idade média de 57,2 anos.

5. O programa de investimentos realizado no exercício totalizou 115.914 milhares de euros, e incidiuessencialmente na aquisição de material circulante (57.023 milhares de euros), bem como na beneficiaçãodo mesmo (43.875 milhares de euros). No tocante ao financiamento destes investimentos, refira-se queo Estado afectou através do PIDDAC 17.493 milhares de euros, tendo sido obtidos fundos comunitárioscom idêntica finalidade no montante de 31.204 milhares de euros e financiamento bancário no montantede 67.216 milhares de euros.

V - PARECER

Atento ao exposto, a Comissão de Fiscalização considera de aprovar as contas da CP referentes aoexercício de 2003, com a reserva e ênfases expressas na Certificação Legal das Contas, bem como aproposta de aplicação de resultados formulada pelo Conselho de Gerência.

A Comissão de Fiscalização, finalmente, regista com apreço a disponibilidade manifestada não só pelosresponsáveis dos diferentes Serviços mas, também, pela generalidade do pessoal desta Empresa Pública.

Lisboa, 02 de Abril de 2004

A COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO

O Presidente (Dr. Issuf Ahmad)

O Revisor Oficial de Contas

(ALVES DA CUNHA, A. DIAS & ASSOCIADOSSociedade de Revisores Oficiais de Contasrepresentada por Dr. José Luís Areal Alves da Cunha)

O Representante dos Trabalhadores (Engº Carlos Fernando Moreira de Carvalho)